Definição, classificação e manejo terapêutico Flashcards

1
Q

Definição de insuficiência cardíaca.

A

É uma síndrome clínica complexa em que resulta de uma falha cardíaca que se torna INCAPAZ DE BOMBEAR SANGUE para os tecidos, ou somente consegue fazê-lo num regime de alta pressão de enchimento.

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2
Q

Diferencia insuficiência cardíaca crônica de insuficiência cardíaca aguda.

A

CRÔNICA: alterações anatômicas e estruturais que são progrssivas e persistentes;
AGUDA: alterações rápidas ou graduais de sinais e sintomas que necessitam de uma intervenção terapêutica de emergência.

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3
Q

Cite e explique os tipos de insuficiência cardíaca.

A

A insuficiência cardíaca pode ser de alto débito - tireotoxicose, anemia, fístulas- ou de baixo débito (que é o mais comum).
a IC pode ser sistólica quando tem comprometimento na força de contração cardíaca, reduzindo o volume sistólico, ou pode ser diastólica por um defeito no enchimento ventricular, que também resulta numa situação de baixo débito. Como em muitos pacientes as disfunções coexistem, caracteriza-se a IC pela fração de ejeção do ventrículo esquerdo.

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4
Q

Cite a classificação da IC.

A

A Ic pode ser classificada de acordo com:

  • fração de ejeção: reduzida ou preservada
  • classificação funcional : NYHA
  • tempo e progressão da doença
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5
Q

Explique a classificação da insuficiência cardíaca de acordo com a fração de ejeção.

A

Os indivíduos com IC são classificados pelo valor de FEVE da seguinte maneira:

  • fração de ejeção NORMAL OU PRESERVADA: maior ou igual que 50%;
  • fração de ejeção REDUZIDA: menor ou igual que 40%
  • entre 40-49%: fração de ejeção INTERMEDIÁRIA.
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6
Q

Descreva a classificação funcional de acordo com a gravidade dos sintomas pelos critérios de NYHA.

A

Essa classificação está baseada no grau de tolerância aos exercícios físicos e presença de sintomas.
Classe I: assintomático em atividades habituais.
Classe II: assintomático em repouso. Sintomas nas atividades habituais. É uma limitação leve.
Classe III: assintomático em repouso. Sintomático nas atividades menores que as habituais. O paciente gosta de dormir um pouco elevado para se sentir confortável. Limitação importante, mas o paciente fica confortável no repouso.
Classe IV: sintomas em repouso exacerbados pelas menores atividades. O paciente está sempre elevado para se sentir relativamente bem.

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7
Q

Explique a classificação de Insuficiência cardíaca pela American Heart Association, de acordo com a progressão da doença.

A

Essa classificação, diferentemente da de NYHA, leva em conta o desenvolvimento e progressão da doença, aborda desde o paciente que possui apenas fatores de risco para o desenvolvimento da IC quando o paciente em seus estágios finais com a necessidade de transplante cardíaco e dispositivos de assistência ventricular. É dividida em:
A- RISCO DE DESENVOLVER IC - NÃO TEM DOENÇA ESTRUTURAL DE IC NEM SINTOMAS: controlar os fatores de risco.
B- DOENÇA ESTRUTURAL CARDÍACA PRESENTE, SEM SINTOMAS. Considerar IECA, BB e espironolactona.
C- DOENÇA ESTRUTURAL CARDÍACA, PACIENTE SINTOMÁTICO. Tratamento clínico otimizado.
D- IC REFRATÁRIA AO TRATAMENTO CLÍNICO. Considerar transplante cardíaco ou dispositivo de assistência ventricular.

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8
Q

Explique a classificação de Insuficiência cardíaca pela American Heart Association, de acordo com a progressão da doença.

A

Essa classificação, diferentemente da de NYHA, leva em conta o desenvolvimento e progressão da doença, aborda desde o paciente que possui apenas fatores de risco para o desenvolvimento da IC quando o paciente em seus estágios finais com a necessidade de transplante cardíaco e dispositivos de assistência ventricular.

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9
Q

Como fazer o diagnóstico clínico de insuficiência cardíaca?

A

Histórica clínica e exame físico detalhado. A IC é uma síndrome complexa que apresenta SINAIS E SINTOMAS DE BAIXO DÉBITO (mais comum).
SINTOMAS TÍPICOS: falta de ar (dispneia), ortopneia, dispneia paroxística noturna, fadiga, cansaço, intolerância ao exercício físico, edema agudo de pulmão.
SINAIS ESPECÍFICOS DE IC: pressão venosa de jugular aumentada, refluxo hepatojugular, presença de B3, impulso apical desviado para esquerda.
SINTOMAS MENOS TÍPICOS: tosse noturna, ganho de peso, dor abdominal, noctúria e oligúria.
SINAIS MENOS ESPECÍFICOS: crepitações pulmonares, edema periférico, extremidades frias, hepatomegalia e ascite, taquicardia.
CRITÉRIOS DE FRAMINGHAN: DOIS MAIORES OU 1 MAIOR+ 2 MENORES.

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10
Q

Qual exame de escolha para o diagnóstico de IC?

A

O exame de escolha é o ecocardiograma transtorácico porque ele permite avaliar a função ventricular direita e esquerda, função diastólica, espessura e tamanho das cavidades.

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11
Q

Cite as principais etiologias de IC.

A
  • Hipertensão Arterial *
  • Isquêmica * (DAC)
  • Valvulopatias
  • Chagásica
  • Cardiomiopatias
  • Congênitas
  • Cardiotoxicidade
  • Alcóolica
  • Doenças extra-cardíacas
  • Taquicardiomiopatia
  • Periparto
  • Miocardites
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12
Q

Explique de que maneira é feita a prevenção da insuficiência cardíaca.

A

A prevenção da IC é feita principalmente em pacientes que são classificados em A e B pelo AHA, porque em A possui apenas fatores de risco e em B, apesar de alterações estruturais, ainda não tem sintomas de IC.
A: cessação do tabagismo, controle da HAS, redução da ingesta excessiva de álcool, uso de estatinas paciente com DAC ou alto RCV, pacientes com DM2 recomendação é para usar a EMPAGLIFOZINA (inibidor do SGLT2). No SUS NÃO TEM ESSA OPÇÃO, ENTÃO APENAS CONTROLAR A DM2 NÉ.
B: se o paciente ainda não usa, introduzir IECA em pctes assintomáticos com FEVE reduzida. Adicionar um betabloq na disfunção de VE assintomática isquêmica ou não.

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13
Q

Explique o tratamento farmacológico da IC de fração reduzida.

A
  1. IECA ou BRA - NUNCA EM ASSOCIAÇÃO
  2. Beta-bloqueadores - diminuem o risco de morte súbita e de internação. No início do tratamento alguns pacientes podem referir uma piora discreta, mas devem ser encorajados a manterem o uso de betabloq porque os benefícios podem demorar meses para aparecer, ás vezes até 1 ano.
  3. espironolactona (antagonista dos receptores de mineralocorticóides)- estão indicados a partir da classe funcional II até IV. Evitar se IRC estiver avançada com creatinina sérica > 2,5 mg/dl e em pacientes com hipercalemia resistente K >5,9mmol/L.
    ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS ADICIONAIS:
    - paciente com FEVE MENOR OU IGUAL 35% trocar o IECA/BRA por sacubitril-valsartana (inibe a neprilisina e com isso diminui a degradação de peptídeos natriuréticos e da bradicinina).
    Se FEVE MENOR OU IGUAL A 35% E FC MAIOR OU IGUAL QUE 70bpm ASSOCIAR ivabradina.
    - digoxina para disfunção de VE SINTOMÁTICA APESAR DA TERAPIA TRIPLA para reduzir sintomas e hospitalizações.
    - diuréticos de alça para controle da congestão
    - diuréticos de alça + tiazídicos para controle de congestão persistente
    - nitrato + hidralazina: para disfunção sistólica sintomática em classe funcional II-IV com contraindicação à IECA/BRA independente da raça; para pacientes negros autodeclarados em classe funcional III-IV, apesar da terapêutica otimizada;
    Outras opções: terapia de ressincronização cardíaca, cardiodesfibrilador implantável, transplante cardíaco.
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14
Q

Cite os critérios de Framinghan.

A

CRITÉRIOS MAIORES: DPN. ORTOPNEIA, EAP, TURGÊNCIA DE JUGULAR, B3, REFLUXO HEPATOJUGULAR, CARDIOMEGALIA, PVC > 16mmHg.
CRITÉRIOS MENORES: TOSSE NOTURNA, DISPNEIA AOS ESFORÇOS, EMAGRECIMENTO, EDEMA DE MMII, TAQUICARDIA, DERRAME PLEURAL.
PARA DIAGNÓSTICO: 2 MAIORES OU 1 MAIOR +2 MENORES

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15
Q

Qual a importância dos biomarcadores para o diagnóstico da IC.

A

Os principais biomarcadores são BNP e NT-pro-BNP, apesar de suas limitações, podem ser utilizados por possuírem um alto valor preditivo NEGATIVO e contribuem principalmente para EXCLUIR o diagnóstico de IC.

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