CNPI- Conteúdo Global Flashcards
Em que se baseia o modelo de dividendo descontado (DDM)?
O modelo baseia-se na ideia de que o valor intrínseco de uma ação pode ser estimado a partir do valor esperado dos fluxos de caixa, o qual será gerado por ela no futuro. O princípio por trás desse modelo é o valor presente líquido dos fluxos de caixa. Esse valor é derivado da fórmula para o valor presente de uma perpetuidade.
Fórmula: “ O valor de uma ação é igual ao somatório de dividendos futuros dividido pela taxa de desconto.”
Valor da ação é o somatório em t=1 até N de D(t)/(1+r)^t
onde
D(t) = Dividendo no tempo “t”
r=taxa de desconto (custo do capital próprio))
Quando é apropriado a utilização do DDM?
modelo é apropriado quando:
-a firma paga dividendos;
-a empresa está em “steady-state” e com dividendos que crescem a uma taxa passível de ser sustentada no longo prazo;
-a política de dividendos é consistente com a lucratividade da empresa; e
-o investidor não é controlador.
Qual a desvantagem do modelo DDM?
Não é efetivo quando a empresa sob avaliação não apresenta um histórico de dividendos ou quando atua em setores muito voláteis, seja em termos de competição ou lucratividade.
Como pode ocorrer a determinação do valor terminal do fluxo de caixa descontado do DDM?
Podemos estimar o valor terminal de duas maneiras: a partir do valor de liquidação dos ativos da empresa, assumindo que eles sejam vendidos no último ano, ou estimando o valor de entidade em continuidade (Going Concern Value), se considerarmos que a empresa continua em operação.
Presumindo que a empresa acabará no último ano, quando os ativos também serão liquidados, podemos estimar o produto da liquidação a partir de uma combinação de números de mercado (para ativos como imóveis, que dispõem de mercado) e estimativas.
odavia, se houver continuidade da empresa, no fim do período de estimativa, é possível estimar o valor do empreendimento presumindo que, depois disso, as gerações de caixa crescerão a uma taxa constante para sempre.
Fórmula:
Valor terminal no ano n = Geração de caixa no ano (n+1)/(Taxa de desconto - Taxa de crescimento perpétuo)
O que é perpetuidade?
Perpetuidade é uma série constante e infinita de fluxo de caixa. Em se tratando do Modelo de Dividendo Descontado (DDM), pode ser representada conforme a seguir:
Valor da ação = Dividendo por ação/(Taxa de desconto - Taxa de crescimento)
Com essa fórmula, pressupõe-se um crescimento constante de dividendos ao longo do tempo. É importante que os itens estejam em um mesmo período. Por exemplo, caso o dividendo por ação seja anual, a taxa de crescimento também deve ser por ano.
Atenção: Esse cálculo é válido considerando que a empresa já está em crescimento constante. Ou seja, estamos calculando em termos de valor presente. Caso a empresa entre em crescimento constante apenas no futuro, o cálculo não encontrará o valor da ação hoje, mas o valor da ação no futuro. Portanto, nesses casos, o valor da ação na perpetuidade, após ser encontrado pela fórmula apresentada, será ainda trazido a valor presente juntamente com todos os outros períodos anteriores à fase de crescimento constante, para que sejam todos somados. Veremos esta situação com mais detalhes na aula do modelo para 2 ou 3 estágios. Nos casos em que a perpetuidade é considerada apenas para o futuro, ela também pode ser chamada de valor terminal.
Por que deve ser descontado o dividendo, e não o lucro na avaliação?
No modelo aqui referido, descontamos os dividendos, e não os lucros. Isso acontece porque os investidores escolhem uma ação em função do que ela pode pagar. Desse modo, ao adquirir uma ação, os investidores só recebem retornos oriundos de duas fontes: dividendos e preço final de venda (determinado pelos dividendos que os investidores futuros esperam receber). Nesse contexto, somente uma parte dos lucros é recebida pelos acionistas sob a forma de dividendos. O restante é retido para gerar dividendos futuros. Além disso, descontar os lucros em lugar dos dividendos seria o mesmo que ignorar o investimento que uma empresa deve fazer hoje com a finalidade de gerar resultados no futuro.
Como é o cálculo da projeção de dividendo no modelo de Gordon?
Dividendos são pagos a uma taxa de crescimento constante (modelo estável).
Fórmula:
DPS (t) = D (0) *(1+g)^t
Onde
DPS (t)=Dividendos esperados no momento t
D (0) = Dividentos no momento 0
g=taxa de crescimento perpétua para os dividendos.
ou
DPS (t) = DPS (t-1) *(1+g)
Como é calculada a perpetuidade no modelo de Gordon?
Valor (ação)=DPS(t)/(r-g)
onde
r = custo de capital próprio
g= taxa de crescimento estável
taxa de crescimento estável:
g(t)=(NI(t)-NI(t-1))/NI(t-1)
onde
NI = lucro líquido
Quanto a taxa de créscimento é considerada estável?
taxa de crescimento que pode ser considerada a “taxa de crescimento estável” deve ser menor ou igual em relação à taxa de crescimento da economia na qual a firma opera.
Quais os critérios devem ser observados durante a utilização do modelo de Gordon?
-O índice beta utilizado para mensurar o custo do capital próprio nos modelos de crescimento diferenciado deve acompanhar a modificação do conceito de risco para a empresa no decorrer do período. Por exemplo, empresas em período de crescimento acelerado possuem um risco maior e, consequentemente, também um beta maior. Tal indicador, que é um dos fatores para a definição do custo de capital que será usado como taxa de desconto, não deve, portanto, manter o mesmo patamar em todo o período analisado.
-O modelo assume a hipótese de que todos os indicadores da empresa devem crescer na mesma proporção. Por exemplo, se houver mudança no payout em patamares superiores à taxa de crescimento dos lucros da empresa, certamente haverá um momento em que será distribuída uma quantia superior àquela efetivamente gerada, levando a uma inconsistência do modelo.
Quais as limitações do modelo de Gordon?
-Não há adoção de taxas médias entre o início e término das fases de crescimento acelerado e períodos de estabilidade, o que faz com que essas taxas decresçam abruptamente entre os períodos analisados, podendo distorcer a avaliação;
-O uso do modelo de Gordon é limitado a empresas que crescem a uma taxa estável.
Quando utiliza-se o modelo de 2 estágios?
Segundo Damodaran (1994), o modelo de 2 estágios, como o próprio nome sugere, possibilita a precificação de dois estágios de crescimento da empresa em análise. Trata-se de uma fase inicial, em que o crescimento não é dado a uma taxa constante, e um período subsequente de maturação, quando a empresa estabiliza o seu crescimento. Embora muitas empresas tenham um crescimento acelerado no início de suas operações, o modelo pode ser adaptado àquelas com crescimento inferior no período inicial. Adicionalmente, o valor da ação será o valor presente do período inicial somado ao valor presente da perpetuidade com crescimento. Desse modo:
P(0)= Somatório de t=1 até n de (DPS(t)/(1+K(e,ac))^t)+(P(n)/(1+K(e,ac))^n)
onde
P(n)=DPS(n+1)/(K(e,ce)-g(n))
DPS(t)=D(0)*(1+g)^t
DPS(n+1)=D(0)(1+g)^n(1+g(n)
Em que
DPS(t)= Dividendos esperados no ano t
D(0)=Dividentos por ação no ano 0
K(e,ac) = custo de oportunidade com alto crescimento
K(e,ce)= custo de oportunidade com crescimento estável
g=crescimento extraordinário para os anos iniciais
g(n)=crescimento estável no ano n
Perceba que a última parte da equação nada mais é do que o cálculo de perpetuidade. No entanto, diferentemente do que foi apresentado no modelo de Gordon, no qual a perpetuidade já estava a valor presente, nesse caso, trata-se de um período futuro. Portanto, o cálculo de perpetuidade, após realizado, precisa ainda ser trazido a valor presente, da mesma forma como é feito com os dividendos dos outros períodos, para que só então sejam todos somados. Pense na perpetuidade como mais um dos fluxos de caixa para o indivíduo, para o qual se aplica a regra de sempre, que é trazer a valor presente.
Qual o cálculo do crescimento esperado conforme o payout em uma empresa com crescimento acelerado?
Uma empresa em crescimento acelerado possui uma relação de payout diferente no que se refere a uma empresa estável. Uma forma de calcular as mudanças dessa relação de payout nos períodos ocorre através da utilização do modelo de crescimento:
Crescimento esperado = (1-payout) * ROE
Lidando com o crescimento variável:
- utilize a taxa de crescimento temporária para encontrar os dividendos do período de crescimento variável;
- encontre o valor da ação no período após o período de crescimento variável, denominado t;
- utilize a taxa de crescimento (g) normal/constante;
- desconte todos os fluxos de caixa para o presente e encontre V0.
Quando utiliza-se o modelo de 3 estágios?
O modelo de crescimento de 3 estágios assume três períodos de crescimento distintos: um período estável de alto crescimento, um período de declínio e, em seguida, um período estável de baixo crescimento. Destina-se a avaliar empresas que passam por uma fase inicial de alto crescimento, um período de transição (em que a taxa declina) e um período de estabilidade.
O modelo pode ser representado como:
P(0) =
tempo1:
Somatório de t=1 até n1 de (D(0) (1+g(a))^t)/((1+K(e,ac))^t)
+
tempo2:
Somatório de t=n1+1 até n2 de (DPS(t)/((1+K(e,t))^t)
+
tempo3:
(DPS(n2+1)/(K(e,ce)-g(n)))/((1+K(e,ce))^n)
onde
DPS(n2+1) = DPS(n2)*(1 + g(n))^n
Em que
D(0)= Dividendos por ação no ano 0
K(e,ac)= custo de oportunidade com alto crescimento
K(e,t)= custo de oportunidade no periodo de transição
K(e,ce)= custo de oportunidade com crescimento estável
g(a) = crescimento no período de alto crescimento;
DPS(t) = dividendos por ação esperados para o ano t;
n1 = final do período de crescimento elevado;
n2 = final do período de transição;
g(n) = crescimento estável após o ano n2.
Como calcular o payout no modelo de 3 estágios?
Se Πa é o payout do período de alto crescimento e Πn é o payout do período de crescimento estável, os dividendos pagos no tempo t e n serão:
-para o período de alto crescimento:
(EPS(0)Πa)(1+g(a))^t onde D(0)=(EPS(0)*Πa)
-para o período estável
(EPS(n2)Πn)(1+g(n))^n onde DPS(n2)=(EPS(n2)*Πn)
Em que:
EPS = Lucro por Ação (Earnings per Share).
g(n) = crescimento estável após o ano n2.
Para o período de transição, podemos considerar um payout e uma taxa de crescimento variável.
O que deve ser levando em consideração sobre o modelo de 3 estágios?
- na fase de crescimento elevado, o desembolso de capital tende a ser maior que a depreciação;
- na fase de transição, essa diferença diminuirá, invertendo-se na fase de crescimento estável;
- à medida que a taxa de crescimento diminui, o beta usado para achar o K(e) - Custo de oportunidade- muda e, no infinito, ele tenderá a 1.
Se obtiver um valor excessivamente baixo a partir desse modelo, observe as seguintes disposições.
O que deve ser feito se obtiver um valor excessivamente baixo a partir do modelo de 3 estágios?
Problema1: Desembolsos de capital significativamente mais elevados do que a depreciação na fase estável
Solução1: Compense os desembolsos de capital com depreciação
Problema 2: O beta está alto durante o periodo de crescimento estável
Solução 2: Utilize um beta mais próximo de 1.
Problema3:O capital de giro está muito alto para ser sustentado.
Solução3: utilize um coeficiente de capital de giro mais próximo do setor.
Fonte: Elaborada a partir de Damodaran (2007).
DAMODARAN, Aswath. The dark side of valuation. Índia: Pearson Education India, 2007.
O que deve ser feito se obtiver um valor excessivamente altoa partir do modelo de 3 estágios?
Problema1: Os desembolsos de capital compensam a depreciação durante o crescimento elevado.
Solução1: Determine desembolsos de capital mais elevados.
Problema 2: O periodo de crescimento é extremamente elevado.
Solução 2: Utilize um periodo de crescimento mais reduzido.
Problema3:a Taxa de crescimento para o período estável está elevada.
Solução3: Utilize uma taxa de crescimento mais próxima à do PIB.
Fonte: Elaborada a partir de Damodaran (2007).
DAMODARAN, Aswath. The dark side of valuation. Índia: Pearson Education India, 2007.
O que é lucro bruto?
É a receita líquida deduzida dos custos de produção. Possui o objetivo de mostrar a lucratividade das operações da empresa, mas sem considerar as despesas administrativas, comerciais e operacionais. É um tipo de “Lucro antes de Impostos” (sobre os resultados).
O que é o lucro operacional?
O lucro operacional mostra a capacidade de geração de resultados provenientes das operações normais da empresa, ou seja, seu potencial de gerar riqueza em decorrência de suas características operacionais, independentemente de suas fontes de financiamento.
Adiante será observado que o lucro operacional pode ser, em alguns casos:
O Lucro Antes do Imposto de Renda (LAIR);
O Lucro Antes dos Juros e Imposto de Renda (LAJIR), em inglês, Earnings Before Interest and Taxes (EBIT); e
O Lucro Operacional Líquido de IR ou, em inglês, Net Operating Profits Less Adjusted Tax (NOPLAT). É um tipo de “Lucro antes de Impostos”, a depender de como a demonstração é apresentada.
LO = receita líquida - custos - despesas operacionais - despesas financeiras
O que é o Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (LAJIDA ou EBITDA)?
O Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (LAJIDA), conhecido como Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation, and Amortization (EBITDA), representa a geração operacional de caixa da companhia. Ele apresenta o quanto a empresa gera de recursos apenas em sua atividade, sem incluir a depreciação (pois não se paga por ela), os efeitos financeiros e de impostos. O EBITDA consiste na receita menos os custos e as despesas, sem levar em consideração a depreciação ou a amortização. Por isso, ele é fortemente correlacionado com o fluxo de caixa livre da empresa.
Trata-se de um importante indicador para avaliar a qualidade operacional da empresa, pois reflete a sua capacidade de geração de caixa operacional, se ela não quiser expandir ou tiver que substituir ativos depreciados. Sendo assim, o EBITDA é um tipo de “Lucro antes de Impostos”; todavia, não é um indicador contábil apresentado normalmente nas demonstrações de resultados.
O EBITDA está presente na geração de caixa por ação ou Cash Flow/Share (CFS):
Geração de caixa por ação (CFS)=EBITDA/nº de ações emitidas
- EBITDA = Lucro Operacional antes do IR e receitas/despesas financeiras + depreciação + amortização
O que é LAIR e Lucro líquido?
Lucro Antes de Impostos (LAIR)
O Lucro Antes de Impostos (LAIR) é o Lucro Anterior ao Imposto de Renda e à Contribuição Social.
Lucro líquido
O lucro líquido, última linha da demonstração de resultados, é o lucro operacional mais as receitas financeiras e menos as seguintes contas:
Despesas financeiras: o saldo das receitas financeiras menos as despesas financeiras reflete a estrutura de capital da empresa, isto é, as despesas decorrentes do financiamento de seus ativos e de sua operação;
Despesas não operacionais, extraordinárias e não recorrentes: aquelas que ocorrem raramente e não são aplicadas às atividades operacionais da empresa;
Imposto de renda e contribuição social.
O lucro líquido não é um indicador adequado para se analisar o resultado operacional de uma empresa.
O que é a avaliação por múltiplos com base em informações históricas?
De forma geral, o múltiplo pode ser definido como toda relação estabelecida entre o preço de uma empresa e seus elementos operacionais ou financeiros (exemplo: preço/lucro, preço/valor patrimonial, preço/vendas ou preço/geração de caixa). Também pode caracterizar índices de eficiência da empresa frente ao mercado em que atua (exemplo: receita/empregado, empregados/produto fabricado etc.).
Quais as vantagens da avaliação por múltiplos com base em informações históricas?
- O aperfeiçoamento do conceito de preço justo, pois a determinação de valor utilizando-se somente a metodologia de fluxo de caixa é limitada (principalmente para as empresas com capital fechado), sendo necessário o confronto com outros índices setoriais;
- A sofisticação das premissas utilizadas nas projeções, principalmente no que se refere à correta quantificação de ganhos operacionais frente às informações oferecidas pela administração da empresa; e
- A identificação rápida de oportunidades de investimentos, no que se refere à formação de uma carteira de ações face à sua forma de cálculo relativamente simples.
Quais as formas de avaliação por múltiplos com base na performance futura da empresa?
Apesar de os indicadores utilizados nessa análise serem os mesmos abordados anteriormente, sua forma de cálculo é mais elaborada, uma vez que estão preocupados com a performance futura da empresa. Nesse cenário, duas metodologias podem ser utilizadas:
- Realização de projeções de demonstrativos financeiros detalhadas, que produzirão, de forma precisa, informações como potencial de lucro, geração de caixa do período, ganhos auferidos via maturação de investimentos e redução de custos etc. Nesse caso, a aplicação dos múltiplos deverá obedecer aos mesmos critérios abordados no tópico anterior;
- Utilização do Modelo de Gordon, que propicia a tomada de decisão de forma mais ágil a partir da adequação das fórmulas vistas anteriormente a certos parâmetros, como potencial de crescimento e taxa de retorno exigida pelo acionista (traduzida pelo custo de capital próprio).
O que informa o múltiplo preço/lucro?
1-é um índice utilizado para medir quão baratos ou caros estão os preços das ações.
2- É provavelmente o mais consistente indicador de ressalva quanto ao otimismo excessivo no mercado.
3-Serve também como um marcador de problemas e de oportunidades de negócio.
4-pode-se analisar a avaliação de mercado das ações de companhias no que se refere à riqueza que ela realmente produz.
O índice P/L é calculado da seguinte forma:
Indice P/L=Preço da Ação/Lucro por ação
5-O índice revela a quantidade de tempo que o investidor levaria para reaver o capital investido, considerando que os lucros gerados pela empresa permanecem constantes.
6-Considera-se que, quanto menor, mais barata é a empresa.
Quais as vantagens e desvantagens do múltiplo preço/lucro?
Vantagens:
- Simples de calcular
-Demonstra de forma linear o nº de períodos necessários para recuperar o valor investido na ação
- Duas variáveis: Investimento (preço da ação), LPA (Retorno).
Desvantagens:
-Pode inchar o retorno (LPA) devido a manipulações contábeis.
-LPA é constante durante o tempo por suposição.
-Não é válido se o LPA for negativo.
O que informa o múltimo Preço/Valor Patrimonial (P/VPA)?
- cálculo desse múltiplo é realizado através da divisão do valor de mercado da empresa (P) pelo valor patrimonial por ação (VPA).
A sua fórmula é a seguinte:
P/VPA: Preço da ação/Patrimônio Líquido por ação
-O P/VPA nos informa qual é a valoração da empresa pelo mercado em relação ao seu patrimônio (valor de mercado da empresa/valor patrimonial por ação).
- Quando o valor de uma empresa no mercado é maior do que em seu próprio patrimônio, há indício de que ela é bem-vista pelos investidores.
-No entanto, um P/VPA alto pode significar que a ação está cara. Desse modo, não há mais espaço para novas altas. Ou seja, a ação está menos atrativa.
IMPORTANTE!
Explicação: O preço da ação dividido pelo Valor Patrimonial por Ação (VPA) indica o quanto o mercado está disposto a pagar por cada $ 1 de patrimônio líquido da empresa. Em uma interpretação simplista, valores menores são melhores, pois indicam que o ativo está mais barato. Ainda assim, lembre-se de que qualquer múltiplo depende de comparações.
O que indica o múltiplo Valor Patrimonial por Ação (VPA)?
O Valor Patrimonial por Ação (VPA) utilizado no múltiplo apresentado acima representa a divisão do patrimônio líquido da empresa pelo seu número total de ações. Observe a fórmula:
VPA= Patrimônio Líquido/ nº de ações emitidas
Lembre-se de que o valor patrimonial em si não possui muita utilidade, o que importa é a obtenção do índice preço/valor patrimonial da ação (P/VPA), pois este relaciona o preço de mercado da ação com o seu valor patrimonial de balanço. Os índices/múltiplos de patrimônio são ideais para empresas maduras que tenham expectativa de fluxos de caixa seguindo a média do segmento a que pertencem as pequenas empresas.
O que informa o múltiplo Índice Preço/Vendas (PSR)?
O índice Preço/Vendas utiliza a capitalização de mercado da companhia e a divide pelas receitas dos últimos doze meses. Em síntese, a capitalização de mercado é o valor atual da companhia obtido multiplicando-se o preço da ação no mercado pelo número de ações existentes. Esse é o preço pelo qual o mercado avalia essa instituição.
PSR=Preço da Ação/Receita por ação ou PSR= Valor de Mercado/Receita Total
Ao comparar com empresas do mesmo setor que possuem PSR médio de 0,99, nota-se que, neste caso, como o PSR mede o quanto o mercado está disposto a pagar por cada receita gerada por ação, a empresa em questão está pouco valorizada e pode apresentar potencial de alta.
IMPORTANTE!
Explicação: O preço da ação dividido pela receita por ação representa o quanto o mercado está disposto a pagar por cada receita gerada por ação. Quanto menos, melhor, pois indica que essa ação está pouco valorizada no mercado e apresenta potencial de alta.
Nota: Ao perceber que uma ação está pouco valorizada, isso pode indicar um potencial de alta, porém também pode ser um sinal de que se trata de um problema estrutural da companhia e, por isso, o índice está ruim.
Quais as vantagens e desvantagens do múltimo Índice Preço/Vendas?
Vantagens:
-São menos voláteis que P/L
-Receitas são mais facilmente manipuláveis
-Pode ser usada para uma empresa que não apresenta lucros
Desvantagens:
- Não representa diferença na estrutura de custo das empresas comparadas
-Receitas altas não significam altos fluxos de caixa ou altos lucros
- Métodos de obtenção da receita podem distorcer os números
O que representa o múltiplo Valor da Firma(FV)/Ebitda?
O múltiplo FV/EBITDA considera o Firm Value (FV) ou valor da firma, que compreende o valor de mercado da companhia (cotação atual da ação multiplicada pelo total de ações) somado à dívida líquida (dívida bruta menos o caixa). Às vezes, ao invés de utilizarem a sigla FV, adotam EV. Todavia, trata-se do mesmo conceito. Em inglês, EV significa Enterprise Value (isto é, valor da firma em português). Quanto ao EBITDA, trata-se da sigla em inglês que se refere ao Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (LAJIDA).
Observe os seguintes cálculos:
FV = valor de mercado da companhia + dívida líquida;
Valor de mercado da companhia = Cotação x nº total de ações;
Dívida líquida = dívida bruta - caixa;
EBITDA = geração bruta de caixa.
Em tese, quanto maior for o múltiplo, mais cara será a ação, e vice-versa. Ou seja, quanto menor for esse valor, mais atrativa será a empresa. Essa comparação deve ser feita entre ações de companhias do mesmo setor:
FV/Ebitda=Valor da Firma / Ebitda
Outra maneira de calcular o múltiplo é através da divisão do valor por ação (VPA) pela geração de caixa por ação ou Cash Flow/Share (CFS), conforme a seguir:
FV/EBITDA=VPA/CFS
onde
VPA=FV/nº de ações emitidas
CFS = Geração de Caixa por Ação = Ebitda/Nº de ações emitidas
Quais os tipos de riscos financeiros estão sujeitos os investimentos?
- O risco não sistemático é aquele que afeta apenas uma instituição ou setor específico. Como esse risco afeta apenas uma empresa ou setor, ele pode ser reduzido através da diversificação da carteira de investimento.
- O risco sistemático (beta) afeta muitos investimentos. Geralmente esse risco é provocado por algum evento no mercado financeiro que afeta as grandes instituições, de modo que, como elas são interligadas, acaba se espalhando rapidamente para as demais instituições.
O que é taxa livre de risco?
É considerado um ativo sem risco aquele que possui risco mínimo ou que quase não apresenta risco de a instituição emissora não honrar o compromisso. Ou seja, é o retorno sobre o título ou uma carteira de títulos livre de risco de inadimplência e totalmente desligada dos retornos de qualquer outro item encontrado na economia.
Como é representado graficamente o risco beta?
O risco de um ativo é mensurado pelo beta, determinado pela inclinação da reta de regressão linear entre o retorno do ativo e a taxa de retorno da carteira de mercado.
Como é feita a análise o retorno exigido pelo investimento devido ao risco?
Teoricamente, a melhor estimativa da taxa livre de risco seria o retorno sobre uma carteira de beta igual a zero. A taxa de retorno requerida pelo investidor deve incluir a taxa livre de risco da economia, mais um prêmio que remunere o risco sistemático apresentado pelo ativo em avaliação, representado pelo beta.
Para a análise de qualquer investimento, existe uma rentabilidade mínima exigida, que é a taxa de juros livre de risco, geralmente representada pelos juros dos títulos públicos. Assume-se que investimentos que apresentam risco e estão abaixo da rentabilidade dos títulos públicos não são realizados, por estarem abaixo do menor custo de capital possível. Nesse contexto, títulos públicos seriam escolhidos em detrimento de investimentos com maior risco e menor retorno. Dessa forma, de modo que investimentos com risco sejam realizados, exige-se um prêmio por esse risco.
O modelo Capital Asset Pricing Model (CAPM) calcula o retorno “justo” a ser recebido dado o risco de um ativo, podendo ser interpretado como um meio de cálculo de custo de capital.
O que possibilita e qual a teoria do modelo CAPM?
- é um modelo de equilíbrio de mercado que possibilita a mensuração da parcela relevante do risco de um ativo individual e do prêmio em um determinado mercado.
-No modelo, a taxa de rentabilidade do ativo é representada pela soma da taxa livre de riscos (Rf) com o retorno adicional do mercado.
- premissa: Esse retorno adicional é estimado com base em uma carteira de mercado diversificada, em que o risco específico de cada ativo (risco não sistemático) foi eliminado pela diversificação, restando o risco geral do mercado (risco sistemático), que afeta todos os ativos, em menor ou maior intensidade.
-Na prática, esse risco pode ser representado por um benchmark, como o Ibovespa.
-o coeficiente beta (β), que funciona como uma medida de sensibilidade do ativo ao comportamento do mercado, ou seja, o quão o ativo é afetado pelo risco sistemático.
Transcrevendo matematicamente o processo descrito, temos que a fórmula do CAPM é:
E(Ri) = Rf + β *(E(Rm) – Rf)
Em que:
E(Ri) = taxa de retorno requerida do ativo i ou custo de capital dos acionistas da companhia i;
Rf = taxa de retorno proporcionada pelo ativo livre de risco;
β = beta ou medida de risco sistêmico do ativo i;
E(Rm) = taxa de retorno esperada da carteira de mercado; e
E(Rm) – Rf = prêmio de risco do mercado.
Quais as interpretações podem ser realizadas através do valor do Beta?
Ao observar o beta, percebemos que: quando ß<1, o resultado do modelo (ou retorno exigido pelo acionista) é menor. Isso acontece porque esse beta indica que o risco do ativo é menor que o risco de mercado. Já um ß>1 significa que o ativo tem risco maior que o risco de mercado, ou seja, caso o Ibovespa esteja sendo utilizado, quando ele variar em 1%, para cima ou para baixo, o ativo apresentará uma variação maior que 1%, resultando, como se espera, em um maior retorno requerido.
O que é beta alavancado?
De forma a encontrar o beta, devemos determinar a covariância entre o comportamento do ativo e o comportamento da carteira de mercado, dividindo-a, após isso, pela variância do mercado. Esse processo demonstra o coeficiente angular da regressão linear entre essas duas variáveis, que se trata do próprio beta. No entanto, vale observar que o beta encontrado se refere ao risco total de uma companhia, incluindo o risco de suas operações e o seu risco financeiro. É chamado de beta alavancado.
Como desalavancar o Beta?
Para determinarmos o risco do negócio ou operação, sem considerar o risco da situação financeira específica da empresa, é preciso desalavancar o beta. Para isso, aplicamos o beta alavancado a uma equação que considera a proporção entre o capital próprio de empresa e suas dívidas ou capital de terceiros:
βd=βa*(Ei/(Ei+Di(1-Ti)))
Em que:
βd é o beta desalavancado;
βa é o beta alavancado;
Ei é o capital próprio da empresa;
Di é o capital de terceiros da empresa; e
Ti é a alíquota aplicável de imposto de renda do país em que a companhia atua.
A partir do beta desalavancado de múltiplas empresas de um determinado setor, escolhidas conforme o critério da avaliação que se deseja fazer, faz-se uma média aritmética ou ponderada a fim de obter o risco do negócio, desconsiderando o risco financeiro das companhias.
O que é Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC ou WACC)?
De forma resumida, o WACC pode ser definido como a soma do capital próprio (ações) com o capital líquido de terceiros (empréstimos, financiamentos, debêntures e outras dívidas líquidas do imposto de renda). A fórmula
CMPC =WACC= K(e)(E/(D+E)) + K(d)(D/(D+E))
Em que:
K(e) = custo de capital dos acionistas;
K(d) = custo da dívida;
E = total do patrimônio líquido (total de recursos advindos do capital próprio - equity); e
D = total da dívida (total de recursos advindos do capital de terceiros - debt).
Qual a descrição do cálculo do WACC?
O cálculo se resume a:
- Encontrar a proporção de capitais próprios e de terceiros no total do ativo, cálculo que facilmente se efetua a partir da análise do Balanço;
- Encontrar a taxa de custo do capital de terceiros, que só é obtida igualmente a partir das demonstrações financeiras:
ainda, se disponível, a partir dos dados de cada financiamento e respectiva taxa, é possível calcular o custo médio dos capitais de terceiros.
-Encontrar a taxa de custo do capital próprio.
Como calcular o WACC líquido das economias tributárias com o custo de capital de terceiros?
O custo de capital de terceiros pode trazer algumas economias tributárias, visto que as despesas financeiras podem causar uma redução no lucro líquido. Dessa forma, calculamos o custo de capital de terceiros, deduzindo-o da economia tributária. É possível calcular o WACC da seguinte forma:
CMPC =WACC= K(e)(E/(D+E)) + K(d)(1-T)*(D/(D+E))
Em que:
T= taxa de imposto.
K(e) = custo de capital dos acionistas;
K(d) = custo da dívida;
E = total do patrimônio líquido (total de recursos advindos do capital próprio - equity); e
D = total da dívida (total de recursos advindos do capital de terceiros - debt).
Quais os efeitos da alavancagem com capital de terceiros?
O emprego de capital de terceiros gera dois resultados opostos.
- a consequência positiva da dívida é decorrente do benefício fiscal contraído por meio da dedução no pagamento do imposto de renda corporativo dos juros da dívida;
- contrário à benfeitoria fiscal, as despesas de falência simulam o efeito negativo do endividamento.
Quais os tipos de alavancagem pode possuir uma organização?
O estudo da alavancagem é utilizado para a avaliação dos resultados de uma empresa. Sendo assim, esse estudo busca entender se a alavancagem é capaz de melhorar os resultados da organização. Basicamente, ela pode ser dividida em três tipos:
-A operacional, também conhecida como Grau de Alavancagem Operacional (GAO);
-Alavancagem financeira ou Grau de Alavancagem Financeira (GAF);
-A alavancagem total, a GAT, que é computada como o produto das duas primeiras. Esses resultados disponibilizarão informações sobre o resultado operacional, em relação à alavancagem operacional, e líquido (no que concerne à alavancagem financeira).
O que é o grau de alavancagem operacional da empresa?
A alavancagem operacional (GAO) é aquela que relaciona à receita de vendas e o lucro antes de juros e IR, o lucro operacional ou LAJIR. Essa métrica indica a variabilidade nas contas de natureza operacional da empresa que contribuíram para o resultado final. A fim de calcular o nível de GAO, utilizamos a equação abaixo:
GAO=Δ Lucro Operacional/Δ Receita de Vendas
ou
GAO = Δ% EBIT/Δ% Receitas (ou vendas)
Ou ainda:
GAO = (Receita Líquida – Custos Variáveis) / (Receita Líquida – Custos Variáveis – Custos Fixos)
Sempre que observamos que o valor encontrado é superior a 1, é possível afirmar que houve uma alavancagem operacional no período estudado. A fim de verificar a alavancagem operacional, precisamos de dados da demonstração de resultados de um período e de outro, em que são inclusos os valores da receita de vendas e do lucro operacional ou lucro antes do imposto de renda.
O que é o grau de alavancagem financeira?
Quando se trata do Grau de Alavancagem Financeira (GAF), precisamos conhecer o lucro por ação e o lucro operacional, cuja métrica é estimada pela equação a seguir:
GAF = ΔLPA/ΔLucro Operacional ou LAJIR
O que é o grau de alavancagem total?
A alavancagem total pode ser obtida de duas formas: via relação entre a receita de vendas e o Lucro Por Ação (LPA), ou por meio da utilização das duas primeiras alavancagens que calculamos, a GAO e a GAF. A equação que define a GAT pode ser:
GAT = Δ% LPA/Δ% Receitas (ou vendas)
Ou ainda:
GAT = GAO * GAF
A interpretação da alavancagem total é semelhante às anteriores, ou seja, quando for superior a 1, significa que houve alavancagem, isto é, uma variação percentual do LPA será maior que a variação da receita de vendas.
O que é o retorno por ação ou ROA?
Conforme Damodaran (2014): “O retorno sobre ativos de uma empresa mede sua eficiência operacional em gerar lucros a partir de seus ativos, antes de considerar os efeitos dos financiamentos”.Â
A eficiência no uso do capital investido também sugere a intensidade do capital de cada indústria.
Sua equação é representada como:
ROA= Lucro Operacional/Ativo Total
Qual o objetivo do retorno por ação ou ROA?
Segundo Gitman (2004, p. 55), o ROA possui como objetivo “medir a eficácia geral da administração de uma empresa em termos de geração de lucros com os ativos disponíveis”, isto é, mensurar o nível de geração de lucros obtidos pela administração a partir dos ativos disponíveis. Desse modo, quanto maior for o resultado do ROA, melhor será.Â
O que é o retorno do Capital ou ROC ou ROIC?
-é a quantidade de dinheiro que uma empresa ganha acima do custo médio que ela paga por sua dívida e capital próprio.
Sua equação é representada como:
ROC ou ROIC = NOPAT / Valor Contábil do Capital Investido
NOPAT: Net Operating Profit Less Adjusted Taxes (NOPAT) representa o lucro operacional líquido sem os impostos
O indicador representa uma porcentagem da rentabilidade da empresa nos últimos 12 meses. Dessa forma, entende-se que, quanto maior for o retorno, mais eficientemente a empresa aloca seu capital e, consequentemente, maior será o retorno obtido.
Quais as abordagens para avaliar uma empresa através do método do fluxo de caixa descontado?
Há essencialmente dois caminhos para se avaliar uma empresa pelo método do Fluxo de Caixa Descontado (FCD):
- Avaliar a participação do acionista no negócio (equity valuation);
- Avaliar a empresa como um todo (firm valuation), o que inclui a participação acionária (capital próprio) e a participação dos demais detentores de direitos financeiros na empresa (capital de terceiros).
-No primeiro caso, o valor da empresa é obtido descontando-se os fluxos de caixa dos sócios (cashflow to equity), ou seja, os fluxos de caixa residuais após a dedução de 1) todas as despesas e 2)pagamentos de juros e principal, 3) descontados pela taxa exigida pelos investidores sobre o capital próprio.
No segundo caso, o valor da empresa é obtido ao se descontar os fluxos de caixa esperados para a empresa (cashflow to firm), ou seja, os fluxos de caixa residuais após a 1) realização de todas as despesas operacionais e impostos, mas 2) antes do pagamento das dívidas, 3) pelo custo médio ponderado de capital (WACC).
O que é valor de liquidação da empresa?
O valor de liquidação é o total que pode ser realizado com a venda de um ativo, que interrompe, assim, as atividades da empresa. As obrigações a serem pagas precisam ser descontadas desse valor.
O que é valor da empresa?
Já o valor da empresa é obtido através do valor presente de fluxos de caixa futuros, descontados a uma taxa que remunere o prazo e o risco.
O que é e quais são as partes do fluxo de caixa livre?
A quantia de dinheiro que entra e sai de uma empresa em um determinado período é chamada de fluxo de caixa dos ativos ou fluxo de caixa livre (FCL). O fluxo de caixa livre envolve três componentes: o fluxo de caixa operacional (FCO), o gasto líquido de capital (CAPEX) e as variações do capital de giro líquido.
O que é o fluxo de caixa operacional?
O fluxo de caixa operacional (FCO) são as entradas e saídas de caixa diretamente associadas à venda e à produção, isto é, à parte operacional da empresa. Para calcular o FCO, é preciso medir a diferença entre as receitas e despesas, não incluindo, no cálculo, as despesas não desembolsáveis nem os juros como despesas operacionais. A depreciação, amortização e exaustão não são saídas de caixa, e os juros não constituem despesas operacionais. Isso é equivalente ao lucro operacional após o pagamento do imposto (também conhecido como NOPAT) de renda somado à depreciação. Em resumo:
FCO = Lucro Operacional - IR + Depreciação
O que é CAPEX?
O gasto líquido de capital (CAPEX) diz respeito aos desembolsos líquidos com ativo permanente. Ele é calculado como a diferença entre o dinheiro despendido com ativo permanente menos o dinheiro recebido com vendas desse ativo:
CAPEX = Saldo final do ativo permanente - Saldo inicial do ativo permanente + Depreciação
O que é a variação no capital de giro liquido?
Já a variação no capital de giro líquido é calculada como a diferença entre o capital de giro líquido inicial e final:
Variação no capital de giro líquido = CGL final - CGL inicial
Devido á necessidade de aumento do capital de giro pelo crescimento da empresa (empregados, luz, água, matéria prima, etc…)
Explique fluxo de caixa livre.
É com esse fluxo de caixa que a empresa fará a remuneração de seus proprietários e pagamento de credores. Além disso, é a partir do fluxo de caixa que provêm os recursos para se estimar a viabilidade econômica de projetos via VPL, TIR etc. O fluxo de caixa livre é dado pelo fluxo de caixa operacional menos os montantes investidos em ativo permanente e capital de giro líquido, isto é, fluxo de caixa operacional menos o fluxo de caixa relativo aos gastos líquidos de capital e menos o fluxo de caixa relativo às variações de capital de giro líquido:
FCL = Fluxo de caixa operacioal - Gasto líquido de capital - variação no capital de giro
Qual a lógica para o cálculo do valuation através do fluxo de caixa livre?
o valor da empresa é relacionado à sua capacidade de geração de fluxos de caixa.
Elaborados os fluxos de caixa livre, torna-se possível, então, projetá-los para um período no futuro, de acordo com o crescimento estimado para a empresa. Após isso, são descontados a valor presente os valores de acordo com as taxas de desconto adequadas ao ambiente do negócio. Ao somarmos esses fluxos a valor presente, estamos realizando a valuation da empresa pelo método dos fluxos de caixa livres da empresa (FCLE) ou Free Cash Flow to the Firm (FCFF). Segundo essa estimação, o valor de uma empresa é explicado pela sua capacidade de gerar fluxos de caixa futuros.
Quais as formas de avaliar a empresa através dos fluxos de caixa livre?
-Avaliar a participação do acionista no negócio (equity valuation);
-Avaliar a empresa como um todo (firm valuation), o que inclui a participação acionária (capital próprio) e a participação dos demais detentores de direitos financeiros na empresa (capital de terceiros).
Embora nas duas abordagens os fluxos de caixa esperados sejam descontados, os fluxos e as taxas de desconto são diferentes. No primeiro caso, o valor da empresa é obtido descontando-se os fluxos de caixa dos sócios (cashflow to equity), ou seja, os fluxos de caixa residuais após a dedução de todas as despesas e pagamentos de juros e principal, descontados pela taxa exigida pelos investidores sobre o capital próprio. No segundo caso, o valor da empresa é obtido descontando-se fluxos de caixa esperados para a empresa (cashflow to firm), ou seja, os fluxos de caixa residuais após a realização de todas as despesas operacionais e impostos, mas antes do pagamento das dívidas, pelo custo médio ponderado de capital.
Quais as vantagens do método do fluxo de caixa descontado?
O método de Fluxo de Caixa Descontado é superior às abordagens tradicionais, como as de indicadores de retorno (ROA, ROE), métricas de lucro, EVA, MVA, entre outras, pois é aquela que:
considera todas as consequências (fluxos de caixa) de uma decisão de investimento;
considera o custo de oportunidade do capital aplicado;
permite que alternativas independentes sejam avaliadas como independentes (propriedade aditiva); e
conduz à escolha da alternativa que mais eleva o valor do investimento.
Como calcular o valor da empresa pelo fluxo de caixa livre no caso geral?
Para calcularmos o valor da empresa, a fórmula geral é o somatório dos fluxos de caixa livres futuros, como na fórmula a seguir:
Valor da empresa = somatório de 1 até n de (FCL(t))/(1+WACC)^t
Em que:
FCL(t) : fluxos de caixa futuros para cada período t;
t: períodos;
WACC: custo de capital que vamos usar para descontar os fluxos de caixa a valor presente, isto é, o Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC ou WACC) (lembre-se de que estamos avaliando o valor da empresa como um todo, e não apenas para o acionista).
Como calcular o valor da empresa pelo método do fluxo de caixa livre no caso de perpetuidade?
Ainda que a fórmula vista anteriormente valha para todos os casos, algumas técnicas matemáticas são necessárias para diferentes realidades do fluxo de caixa. No caso de empresas com fluxo de caixa esperado constante para a perpetuidade, por exemplo, não faria sentido fazermos o somatório de infinitos fluxos de caixa futuros. Nesses casos, usamos o cálculo de perpetuidade, que nada mais é do que dividir o fluxo de caixa livre da perpetuidade pelo custo de capital da empresa, como na fórmula a seguir:
Valor da empresa = FCL/WACC
Em que o FCL é o valor do fluxo de caixa livre na perpetuidade.
Como calcular o valor da empresa pelo método do fluxo de caixa livre no caso de crescimento constante?
Para uma empresa com crescimento constante, utilizamos uma forma de cálculo muito parecida com o cálculo do modelo de Gordon para dividendos descontados, com a diferença que, nesse caso, trabalhamos com fluxos de caixa. É calculado da seguinte forma:
Valor da Empresa = FCL(1)/(WACC-g(FCL))
Em que:
- g(FCL) é a taxa de crescimento constante;
- FCL1 = FCL0 * (1 + gFCL)
*Isso ocorre porque estamos medindo no período zero os fluxos de caixa do período 1 em diante. Dessa forma, para o fluxo de caixa do ano 1 já se espera o crescimento equivalente a gFCL em relação ao fluxo de caixa do ano zero. Portanto, não podemos usar o fluxo de caixa atual como o fluxo de caixa para o ano seguinte sem considerar esse crescimento.
De modo a utilizar esse modelo, há duas condições que precisam ser atendidas:
- a taxa de crescimento utilizada no modelo precisa ser razoável (relativamente à taxa de crescimento nominal na economia);
- a relação entre a despesa de capital e a depreciação deve ser coerente com os pressupostos do crescimento estável.
Como juntar o método do fluxo de caixa livre com o modelo de dois estágios?
Para empresas que estão num estágio diferente e só no futuro entrarão em estágio de crescimento constante, precisamos fazer o cálculo em múltiplas etapas e descontar, a valor presente, o valor da empresa encontrado para a etapa da perpetuidade. Se partimos do ano zero e a empresa entrar em crescimento constante no ano 3, por exemplo, precisamos somar o valor presente dos 2 primeiros anos normalmente, como na fórmula geral, e somar o valor da etapa na perpetuidade, trazendo-o também a valor presente. No entanto, perceba que, pela fórmula, medimos, no ano 2, os fluxos do ano 3 em diante. Dessa forma, o valor da empresa no crescimento constante entra como parte do fluxo do ano 2 e é descontado à mesma taxa, ou seja, dividido por (1 + WACC)2, como na fórmula genérica abaixo.
Valor da empresa = somatório de t=1 até n de (FCL(t)/(1+WACC)^t + (FCL(n+1)/(WACC-g(n))/(1+WACC)^n
Essa equação considera que a empresa leva n períodos para atingir uma taxa de crescimento estável nos períodos seguintes. A primeira parte da equação, caracterizada pelo somatório, representa os resultados operacionais previstos para a empresa. Para um resultado positivo, é necessário, portanto, que o retorno do investimento seja superior ao custo de capital (WACC). Por fim, na segunda parte da equação, a empresa cresce conforme uma taxa de crescimento constante e de forma perpétua.
O que é o fluxo de caixa livre da firma?
O Fluxo de Caixa Livre da Firma (FCL ou FCLE) representa o valor do fluxo de caixa das operações disponíveis para distribuição após as despesas de depreciação, impostos, capital de giro e investimentos serem contabilizados e pagos. Essencialmente, trata-se de uma medida da lucratividade de uma empresa após todas as despesas e reinvestimentos. É um dos muitos parâmetros de referência utilizados para comparar e analisar a saúde financeira de uma companhia. Ele considera todas as entradas de caixa na forma de receitas, todas as saídas na forma de despesas comuns e todo o dinheiro reinvestido para expandir os negócios. Por fim, o dinheiro restante após a realização de todas essas operações representa o FCFF de uma empresa.
Como é calculado o fluxo de caixa livre da firma?
O FCL é obtido através de uma medida de lucro operacional da empresa após os impostos, o qual é denominado Net Operating Profit After Taxes (NOPAT), somado à depreciação e descontados o gasto líquido de capital (CAPEX) e a variação do capital de giro. Sua fórmula é a seguinte:
FCL = NOPAT + Depreciação – Investimento (CAPEX) (+/-) Δ CAG
Em que:
investimento (CAPEX) são os recursos destinados a investimentos e projetos; e
Δ CAG é a variação de capital de giro.
Lembre-se de que o lucro operacional deduzido dos impostos (NOPAT) somados à depreciação é o equivalente do fluxo de caixa operacional.
FCO = lucro operacional - IR + depreciação
Quais as vantagens do fluxo de caixa livre da firma?
1)Em síntese, o FCL funciona como um modo de encontrar a rentabilidade de uma empresa após despesas e reinvestimentos, sendo um bom indicador da saúde financeira da empresa e de seu desempenho operacional.
2)Além disso, pode ser utilizado como a medida de valor de uma companhia. A sua utilização no método de fluxo de caixa descontado, uma forma de avaliar o valor justo de uma empresa ou ação, é uma de suas grandes importâncias.
3)O FCL também representa a capacidade de uma empresa de pagar dividendos, realizar recompras de ações ou pagar devedores.
4)Quando o valor do FCL é positivo, indica que a empresa possui caixa restante após as despesas. Já um valor negativo sugere que ela não gerou receita suficiente para cobrir seus custos e atividades de investimento. Nesse caso, o investidor deve aprofundar-se para avaliar o motivo.
5)Pode ser o resultado de um objetivo comercial específico, como em empresas de tecnologia de alto crescimento que realizam investimentos externos consistentes, ou pode ser uma indicação de problemas financeiros.
Quais as desvantagens do fluxo de caixa livre da firma?
Embora forneça informações valiosas aos investidores, o FCL não é infalível.
Uma das razões é que as empresas possuem margem de manobra quando se trata de contabilidade, podendo manipular as contas de forma a expressar um resultado mais favorável.
Além disso, sem um padrão regulatório para determinar o FCL, os investidores frequentemente discordam sobre quais itens devem ou não ser tratados como dispêndios de capital de modo exato.
Quais os cuidados deve ter ao utilizar o fluxo de caixa livre da firma?
Os investidores devem, portanto, atentar nas empresas com altos níveis de FCL de modo a verificar se elas estão subnotificando gastos de capital, pesquisa e desenvolvimento. As empresas também podem aumentar temporariamente o FCL, estendendo seus pagamentos, reforçando as políticas de cobrança e esgotando os estoques. Essas atividades diminuem o passivo circulante e as mudanças no capital de giro. No entanto, é provável que os impactos sejam temporários.
Como calcular o valor presente do Fluxo de Caixa Livre dos Sócios (FCLS) ?
VP (FCLS)=FCLS/CCP (Custo do Capital Próprio-CAPM)
*cálculo perpétuo
FCLS= o fluxo de caixa livre para o acionista
Quais as vantagens e desvantagens do uso do fluxo de caixa da empresa sobre o fluxo de caixa dos sócios?
O uso de FCLE tem algumas vantagens sobre o FCLS, a mais importante delas é o fato do FCLS se mostrar negativo mais facilmente do que o FCLE. Ou seja, o FCLS é mais conservador.
As empresas muito endividadas poderão ter o FCLS negativo, causado pela elevata taxa de juros. Neste caso, a solução é a recapitalização da empresa, que pode ser feita por um novo sócio. O valor da empresa pode ser suficiente para se pagar a dívida e ainda sobrar uma quantia para os sócios atuais.
O que calcula o EVA?
Ele serve para identificar o quanto foi efetivamente criado de valor para os acionistas em um determinado período (mês, ano etc.). De modo geral, criar valor significa “enriquecer o acionista”. Fica-se mais rico quando se compra um ativo que, após um certo tempo, vale mais do que o capital investido.
O EVA poderá ser utilizado pelas empresas em suas análises de resultados passados, elaboração de orçamentos, avaliação de projetos e política de remuneração variável, entre outros. Basicamente, ele consiste no lucro operacional após o imposto de renda menos o custo de todo o capital empregado pela empresa na operação:
EVA = Lucro operacional após imposto - (Capital Total Investido x WACC)
Uma empresa precisa operar com EVA positivo para que seus acionistas continuem interessados em investir no negócio. Empresas com EVA sistematicamente igual a zero ou negativo provocará as seguintes reações por parte dos acionistas: venda do controle, encerramento das atividades ou troca da administração, pois o EVA deve ser uma “ferramenta de trabalho” do executivo que cria valor para seus acionistas
O que é um ativo operacional?
Ativo Operacional (AO)
No exemplo acima, o AO corresponde a $ 10.000,00. Representa todos os investimentos necessários para que uma empresa consiga gerar receita operacional (caixa mínimo, duplicatas a receber, estoques e imobilizações produtivas). Em resumo, o ativo operacional compreende o capital de giro mais o capital fixo:
Ativo Operacional = Capital de Giro + Capital Fixo
O que é um passivo operacional?
Passivo Operacional (PO)
O PO representa todos os financiamentos espontâneos, aqueles que são típicos da operação (fornecedores, impostos a pagar, incidentes sobre vendas, salários e encargos a pagar e adiantamento de clientes são os principais exemplos). O passivo operacional compreende todos os financiamentos (recursos) oferecidos pela própria operação. Já o capital de terceiros e o capital próprio são os recursos obtidos fora da operação.
O que é ativo operacional líquido?
Ativo Operacional Líquido (AOL)
É a diferença entre o ativo e o passivo operacional. Representa a parcela do ativo operacional que a administração da empresa terá que buscar em financiamentos fora da operação. Esses financiamentos são denominados capital de terceiros e capital próprio.
Outra visão do ativo operacional líquido é a seguinte: o AOL é a parcela do ativo operacional que deverá ser remunerada.
Em sua essência, o AOL é representado pelo capital de giro líquido mais o capital fixo:
AOL = Capital de Giro Líquido + Capital Fixo
O que é capital de terceiros?
Os capitais de terceiros são vistos como financiamentos estruturais, ou seja, financiamentos necessários para que uma empresa possa montar sua estrutura de capital, e não financiamentos contratados para cobrir deficits temporários.
As despesas financeiras desses financiamentos estruturais representam o chamado custo do capital de terceiros. Nesse contexto, deficits temporários geram financiamentos de curtíssimo prazo, nitidamente associados ao capital de giro, os quais podem ser assumidos como passivo operacional. As despesas financeiras desses financiamentos emergenciais deverão ser tratadas como despesas operacionais.
O que é o custo de capital de terceiros?
O CCT é explícito e formal (documentado). Costumeiramente, ele é representado como o que chamamos, na figura, de juros ou despesas financeiras. A amortização do principal faz parte do serviço da dívida, mas não é considerada parte do custo do financiamento. Normalmente, os juros do CT são devidos independentemente da capacidade financeira do tomador e, na maioria dos casos, são protegidos por garantias. Portanto, quanto maior for o endividamento com terceiros, mais arriscada será a dívida para a empresa, visto que o endividamento com o capital próprio não implica, na maioria dos casos, obrigatoriedade de pagamento.
O que é custo de capital próprio?
O CCP é implícito e não documentado normalmente. Ainda assim, ele existe. Refere-se à expectativa de retorno desejada pelos acionistas em cima do seu capital investido no negócio (Patrimônio Líquido). É representado pelo desejo dos acionistas de receberem dividendos (dinheiro) mais a obtenção de crescimento no valor de suas ações (ganho de capital associado a lucros obtidos, mas não distribuídos, que ficam retidos para financiar projetos que contribuirão para elevar dividendos futuros).
Geralmente espera-se que o custo do capital próprio seja mais elevado do que o custo do capital de terceiros. Isso ocorre devido ao fato de que o CCT não apresenta o mesmo risco de não pagamento que o CCP; assim, os sócios esperam uma remuneração mais elevada em decorrência desse risco.
Como é calculado o EVA?
O Valor Econômico Adicionado ou Economic Value Added (EVA) é a parcela do lucro operacional que excede os gastos com a estrutura de capital.
EVA é o lucro operacional após o imposto de renda menos o custo de todo o capital empregado pela empresa na operação (capital próprio e capital de terceiros).
O lucro operacional é bom quando paga o custo do capital de terceiros e o custo do capital próprio, deixando, além disso, um excedente, que é o EVA, expressão monetária que aponta o quanto foi adicionado de valor para os acionistas em um determinado período.
Por sua vez, o lucro operacional é ruim quando não paga o somatório do custo do capital de terceiros e do capital próprio, o que provoca, portanto, destruição de valor para o acionista.
Nesse ponto, podemos apresentar a expressão matemática do EVA conforme a seguir:
EVA= (RAOL-WACC)*AOL
RAOL= Retorno sobre o ativo operacional líquido = Lucro Operacional/Ativo Líquido
ou EVA = NOPAT - WACC
Dessa forma, para que seja criado valor para o acionista, as expectativas de retorno precisam ser excedidas, ou seja, o Retorno Sobre o Ativo Operacional Líquido (RAOL) deverá ser superior ao Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC).
Como aumentar o EVA
- Diminuir despesas (aumentar receita)
-Usar menos capital
-Adotar projetos de VPL positivo
-Reduzir WACC pela redução do risco do negócio.
O que é Market Value Added (MVA)?
O Market Value Added (MVA) é o valor de mercado criado, adicionado ou agregado. Criar valor para o acionista significa, em essência, elevar o valor da empresa para seus acionistas, tornando-os mais ricos. Para entendermos melhor o que é o MVA, primeiramente é preciso entender o princípio da riqueza: de modo a se tornar mais rico é preciso deter ativos que valham mais do que o capital investido.
MVA = V-K
V= Valor atual de mercado da firma
k = montante total de capital investido na empresa
MVA é o impacto do EVA na empresa
O MVA é o EVA futuro trazido a valor presente pela taxa de retorno mínima esperada pelos acionistas.
MVA = somatório de t=1 até n de EVA(t) / (1+TRM)^t
O que é o Cash Flow Return on Investment (CFROI)?
Trata-se de um termo que se refere ao desempenho operacional que a empresa alcançaria caso gerasse um fluxo de caixa operacional no mesmo volume que alcançou no período de referência, sem investimentos adicionais ao longo da vida do ativo circulante.
CFROI = FCOB / Capital Empregado
Em que FCOB = Fluxo de Caixa Operacional Bruto. É o fluxo de caixa antes de juros e impostos.
E:
Capital Empregado = Investimento em Ativo Fixo + Investimento em Capital de Giro + Depreciação Acumulada.
Mas em uma versão mais simplificada, pode ser calculado como:
Capital Empregado = Ativo Total – Passivo Circulante Total
O Cash Flow Return on Investment (CFROI) caracteriza o fluxo de caixa gerado pela empresa em um determinado ano como uma porcentagem do caixa investido nos ativos utilizados. Tanto o fluxo de caixa quanto o caixa investido são apresentados em moeda atual. Podemos, então, dizer que o CFROI representa, em síntese, a TIR média obtida nesse ano nos investimentos existentes.
Quais elementro envolem o Cash Flow Return on Investment (CFROI)?
- CFROI é um cálculo de taxa interna de retorno que envolve quatro elementos:
- O CFROI converte lucros contábeis em fluxo de caixa (ou seja, o caixa gerado antes do investimento de capital);
- Considera o valor em caixa total (em moeda corrente) investido em um negócio para produzir os fluxos de caixa, e não valores contábeis depreciados;
- Reflete a vida ao longo da qual o fluxo de caixa será gerado pelos ativos, seja através da subtração de uma “depreciação econômica”, seja através do cálculo da TIR sobre uma vida de ativos finita;
- O quarto elemento é o valor dos ativos não depreciáveis. Para encontrar o valor do CFROI, basta calcular a Taxa Interna de Retorno (TIR) na figura acima demonstrada, considerando como valor inicial o caixa investido e como valor final o último fluxo de caixa somado aos ativos não depreciáveis.
O que deve ser levado em consideração no cálculo do Cash Flow Return on Investment (CFROI)?
- Para converter informações contábeis em moeda corrente base são necessários dois ajustes importantes. São eles: a) todos os ativos envolvidos na geração do fluxo de caixa
são reconhecidos (portanto todos os leasings operacionais são capitalizados); b) todos os ativos são considerados em moeda corrente equivalente, isto é, o investimento histórico relevante antes da dedução da depreciação acumulada é expresso em termos de moeda corrente. - O CFROI supõe que o fluxo de caixa será gerado no decorrer da vida normal dos ativos utilizados.
- O cálculo do CFROI não assume mudança futura na relação entre o fluxo de caixa e o total de ativos, uma vez que é uma medida de desempenho atual.
- O modelo reconhece que, em longo prazo, a competição forçará as empresas a voltar aos níveis de rentabilidade e crescimento médios. Dessa forma, com a finalidade de prever realisticamente o fluxo de caixa para um horizonte mais amplo, o modelo incorpora um pressuposto de ajuste tanto para o nível do CFROI quanto para o crescimento real dos ativos.
Qual os passos para o cálculo do Cash Flow Return on Investment (CFROI)?
1 ) Converter lucros contábeis em fluxo de caixas (caixa gerado antes do investimento de capital)
=Lucro Líquido após IR
+Depreciação e Amortização
+Despesas Financeiras Líquidas
+ Despesas de aluguel, operacionais
+ correção monetária nos estoques e itens monetários
2) Calcular caixa total investido (em valores correntes) na empresa
=Ativo total (contábil)
+ Depreciação acumulada
+ Correção Monetária do ativo permanente bruto
+ Leasing operacional capitalizado
-Passivos “espontâneos” (sem custo explícito)
-Goodwill
3) Calular a vida útil dos ativos (Ativo Permanente/Depreciação)
4) Calcular ativos não depreciáveis
=Terrenos
+Capital Circulante Líquido
Qual a relação do Cash Flow Return on Investment (CFROI) e TIR?
Relação entre Cash Flow Return on Investment (CFROI) é igual a Taxa Interna de Retorno (TIR).
somatório de t=1 até n-1 de (FCO(t)/(1+CFROI)^t) + (((FCO(n)/(1+CFROI)^n)+Ativos não depreciáveis) - FCO (0) = 0
Em que :
FCO (0) = Investimento bruto de caixa em moeda corrente (inicial)
FCO= Fluxo de caixa operacional
O que é considerado no fluxo de caixa para avaliação da empresa?
Resulta do fluxo de caixa originado nas operações, deduzidos os pagamentos de tributos, amortização de empréstimos e financiamentos, juros, investimentos em reposição em cada período.
Quais os tipos de valores de ações?
1- o valor contábil é o valor da ação registrado no Estatuto Social da companhia.
2- o valor intrínseco é o valor da ação conforme a análise dos fundamentos contábeis, financeiros e econômicos da empresa.
3- o valor de liquidação é o valor da ação em caso de encerramento das atividades da companhia.
4- o valor patrimonial corresponde ao valor da ação conforme o patrimônio líquido da empresa no exercício observado.
5- o valor de subscrição é o valor negociado no primeiro momento no mercado.
Qual a fórmula do NOPAT?
NOPAT=EBIT*(1-aliquota tributos)
Quais os cálculos da DRE?
Quadro - Demonstração do resultado.
(+) Faturamento da empresa
Receita Bruta
(-) Devoluções
(-) Descontos concedidos
(-) Impostos incidentes sobre a mercadoria (ISS, ICMS, PIS/COFINS)
Receita Líquida
(-) Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos (inclui frete e seguros sobre compras de insumos)
Lucro Bruto
(-) Despesa com vendas
(-) Despesas administrativas gerais
(-) Pesquisa e desenvolvimento
(-) Outras despesas operacionais
(+) Outras receitas operacionais
Lucro Operacional
(-) Resultado de equivalência patrimonial
(-) Resultado não operacional
Lucro Antes dos Juros e dos Impostos (EBIT ou LAJIR)
(-) Despesas financeiras
(+) Receitas financeiras
Lucro Antes dos Impostos sobre o Lucro (LAIR)
(-) Impostos
Lucro Líquido
Qual o regime contábil que rege a DRE?
“O princípio contábil que rege esse procedimento é o princípio da competência. Na prática, esse princípio, em geral, significa que a receita é reconhecida no momento da venda, que não precisa, necessariamente, ser o momento do recebimento no caixa”
O que são ítens não monetários e qual o mais importante?
Há vários itens não monetários que representam despesas vinculadas às receitas, mas que não afetam o fluxo de caixa. O mais importante é a depreciação.
Qual a relação entre prazos e custos?
Prazos e custos
É importante considerar que o futuro apresenta dois componentes: o curto e o longo prazo. O curto prazo é o período durante o qual certos equipamentos, recursos e compromissos da empresa são fixos, o qual é suficientemente longo para que a empresa varie sua produção através do uso de mais mão de obra e matéria-prima.
Custos fixos
O curto prazo não é um período exato e idêntico para todos os setores. Entretanto, todas as empresas que tomam decisões no curto prazo têm alguns custos fixos, ou seja, custos que não variarão devido à existência de compromissos fixos. Na prática, alguns exemplos de custos fixos incluem juros de obrigações, despesas gerais e impostos prediais.
Custos variáveis
Os custos que não são fixos são variáveis. Os custos variáveis alteram-se com a produção da empresa; alguns exemplos incluem matéria-prima e salários de operários na linha de produção. Já no longo prazo, todos os custos são variáveis. Os contadores financeiros não distinguem custos variáveis de custos fixos. Nesse contexto, a contabilidade de custos geralmente separa os custos de produtos dos custos de períodos.
Custos de produtos
Os custos de produtos correspondem aos custos totais de produção durante determinado período - matéria-prima, mão de obra direta e custos gerais de produção - e são apresentados na demonstração de resultados como o custo dos produtos vendidos. Isso inclui tanto os custos variáveis quanto os fixos.
Custos de períodos
Já os custos de períodos são aqueles atribuídos a um certo período. São chamados de despesas gerais, administrativas e de venda. Um tipo de custo de período seria o salário do presidente da empresa.
O que são impostos diferidos?
1)É um item não monetário da DRE.
2)Os impostos diferidos resultam de divergências entre o lucro contábil e o lucro tributável real.
3)Imposto diferido é uma modalidade de tributo em que o pagamento é realizado posteriormente, isto é, quando o lucro é creditado.
4)Portanto, são impostos que deverão ser pagos nos anos subsequentes, os quais, entretanto, já são reconhecidos como pagos.
5) O tratamento do imposto diferido como passivo faz com que a empresa aparente ter um risco maior do que o real.
Como podem ser divididos os impostos nas demonstrações contábeis?
Parcela corrente: aquela efetivamente remetida às autoridades fiscais.
Parcela diferida: não é remetida
O que é investimento líquido?
Quanto que eu tenho que colocar de capital na empresa para ela rodar além do capital operacional, em que ela se auto-financia.
O que é importante analisar na análise de balanços moderna?
O retorno sobre o investimento líquido
O retorno sobre os capitais empregados que vêm de fora da operação
O que é balanço patrimonial?
Balanço patrimonial
O balanço patrimonial representa um retrato do estado da empresa em uma data específica, como se esta permanecesse estática naquele momento. Ele possui dois lados:
no lado esquerdo, há os ativos;
no lado direito, há os passivos e o patrimônio dos acionistas.
O balanço demonstra o que a empresa possui, assim como sua posição financeira. A definição contábil subjacente ao balanço e que o descreve é:
Ativos = passivos + patrimônio dos acionistas
De forma resumida, o ativo é o que a empresa possui; já o passivo é o que ela deve.
Lado esquerdo- Fonte da geração de resultados da empresa
Lado direito- Fonte dos financiamentos para a geração de resultados
O que é ativos e quais suas classificações?
Ativos
Segundo Damodaran (2014): “Um ativo é qualquer recurso que tem o potencial de gerar futuros influxos de caixa ou de reduzir saída de caixas futuros”. Os ativos podem ser classificados de diversas formas, e as principais são: circulante e não circulante.
Ativo circulante
Tem uma vida útil pequena, geralmente menor que um ano. Isso significa que se converterá em caixa em até 12 meses. Por exemplo, estoques comprados e vendidos são geralmente vendidos em um ano e, assim como caixa e contas a receber, são ativos circulantes.
Ativo não circulante
Tem uma vida relativamente longa. Ele pode ser imobilizado/fixo, pois pode ser um bem tangível (como um caminhão) ou intangível (como uma patente ou marca registrada).
Ativo fixo
Os ativos fixos exigem uma avaliação a custos históricos, ajustados em relação às despesas de depreciação sobre esses ativos.
Ativos intangíveis
Como são avaliados os ativos fixos?
Conforme Ross et al. (2015): “Como os ativos fixos são avaliados com base no valor contábil e são ajustados pelas provisões de depreciação, o valor de um ativo fixo é fortemente influenciado tanto pela sua vida depreciável quanto pelo método de depreciação utilizado”.
Os princípios contábeis geralmente aceitos permitem que as empresas utilizem:
Depreciação linear: depreciação distribuída ao longo da vida do ativo;
Depreciação acelerada: maior depreciação nos anos iniciais e menor mais adiante.
A escolha da depreciação utilizada permite que as empresas gerenciem seus lucros, visto que elas estimam que a vida útil e o aumento da vida depreciável podem aumentar seus lucros. Dessa forma, a maioria das empresas americanas utiliza a depreciação linear para fins contábeis de demonstrativos financeiros e a depreciação acelerada para fins fiscais.
O que exigem os principios contábeis para valoração dos ativos intangíveis?
Ativos intangíveis
Quanto à contabilização de ativos intangíveis, os princípios contábeis geralmente aceitos exigem que:
1)Os custos envolvidos no ativo intangível e seu desenvolvimento devem ser reconhecidos durante aquele período, ainda que a vida do ativo se disperse durante vários períodos contábeis.
2)Sendo assim, as despesas de uma patente em pesquisa e desenvolvimento são contabilizadas no período em que foram incorridas.
3)Se um ativo intangível for adquirido de um terceiro indivíduo, a despesa será tratada como ativo (diferentemente das despesas incorridas no desenvolvimento interno desse ativo).
4)O período máximo de amortização é de 40 anos.
5) Geralmente utiliza-se a depreciação linear.
6)Entretanto, para fins fiscais, não é permitida a amortização de ativos intangíveis sem vida útil determinada.
7)São definidas como despesas incorridas as que estão associadas a uma obrigação contratual ou contraprestação de serviços, as quais, ainda que definidas e quantificadas no período-base, não tenham sido pagas nesse período. Por isso, o valor referente à obrigação a ser paga figura no passivo da empresa.
Quais as abordagens contbeis aceitas em relação aos estoques?
De acordo com o Generally Accepted Accounting Principles (GAAP) ou Princípios Contábeis Geralmente Aceitos, há três abordagens básicas de estoque permitidas:
Primeiro a entrar, último a sair (First-In, First-Out: FIFO): o custo das mercadorias vendidas é baseado no custo do material comprado mais no início do período; já o custo do estoque é baseado no custo do material comprado mais no final do período;
Último a entrar, primeiro a sair (Last-In, First-Out: LIFO): o custo das mercadorias vendidas é baseado no custo do material comprado mais no final do período; já o custo do estoque é baseado no custo do material comprado mais no início do período;
Média ponderada: tanto as mercadorias como o estoque se baseiam na média do custo de todas as unidades compradas durante o período.
Durante períodos de alta inflação é comum que as empresas adotem a LIFO por conta dos benefícios fiscais. Ainda assim, ao optar por essa abordagem é preciso especificar a diferença da avaliação de estoques entre a abordagem FIFO e LIFO.
Como devem ser reconhecidos os passivos?
De forma que uma obrigação seja reconhecida como passivo, deve cumprir os seguintes requisitos:
a obrigação deve levar a desembolso de caixa futuro ou perda do recebimento do fluxo de caixa em alguma data futura especificada;
a empresa não pode evitar a obrigação; e
a transação que dá margem à obrigação já deve ter ocorrido.
Nos passivos estão contidas as obrigações futuras que criam pagamentos que podem ser quantificados, cuja realização possui um momento adequado (mesmo que estimados). Portanto, compromissos de compra ou empregatícios não são passivos contábeis.
Quais os tipos de passivos?
Passivo circulante
Precisa ser pago em até um ano. Ou seja, assim como o ativo circulante, possui uma vida menor do que um ano, como, por exemplo, as contas a pagar (dinheiro que a empresa deve a seus fornecedores).
Passivo não circulante
Trata-se de um exigível de longo prazo, como uma dívida que vencerá daqui a mais de um ano. Exemplo: um empréstimo que a empresa pagará em cinco anos.
Leasing (arrendamento)
O arrendamento por empresas é algo comum, pois oferece maior flexibilidade em termos de ajuste a mudanças. Arrendar ativos de longo prazo acaba sendo mais vantajoso do que comprá-los em diversos casos.
Imposto diferido
O que é e quais os tipos de leasing?
O arrendamento por empresas é algo comum, pois oferece maior flexibilidade em termos de ajuste a mudanças. Arrendar ativos de longo prazo acaba sendo mais vantajoso do que comprá-los em diversos casos.
As parcelas do leasing criam obrigações, assim como os pagamentos de juros de endividamentos. Caso seja permitido que a empresa arrende grande parte de seus ativos e os mantenha fora dos demonstrativos, isso implicará uma imagem distorcida sobre a saúde financeira da empresa. Nesse contexto, há o desenvolvimento de regras contábeis sobre as obrigações relativas a leasings, os quais podem ser contabilizados de dois modos: leasing operacional e leasing financeiro.
Leasing operacional
O arrendador (proprietário) transfere temporariamente ao arrendatário o direito de uso da propriedade até o prazo final, em que a propriedade é devolvida ao arrendador. Nesse contexto, ele não assume o risco da propriedade, então a despesa é tratada como despesa operacional no demonstrativo e não afeta o balanço.
Leasing financeiro
No leasing financeiro, o arrendatário assume alguns riscos, mas também usufrui de alguns benefícios. Desse modo, o leasing é reconhecido tanto como ativo quanto como passivo no balanço. É possível deduzir a depreciação sobre o ativo e as despesas com juros.
Um leasing deverá ser considerado financeiro:
se o prazo exceder 75% da vida do ativo;
se no final do prazo houver transferência da propriedade ao arrendatário;
se no final do prazo houver a possibilidade de compra por “preço de ocasião”;
se o valor presente das parcelas exceder 90% do valor justo de mercado do ativo.
O que são capitais empregados e como são divididos?
São os passivos.
São divididos em:
a. Capitais que se originam de dentro da operação, chamados de passivo operacional, passivo espontâneo ou passivo de funcionamento
São os capitais fornecidos pela própria dinâmica operacional. Os exemplos mais comuns são: fornecedores que vendem a prazo, salários e encargos a pagar recolhidos entre o final e início do mês seguinte, impostos a pagar recolhidos no início do mês seguinte etc.
b. Capitais que se originam de fora da operação: capital de bancos e operações assemelhadas e capitais do acionista
O capital de bancos e operações assemelhadas representa todos os financiamentos associados aos investimentos de curto e longo prazo. São os financiamentos contratados junto ao BNDES e outros bancos ou instituições de fomento ao desenvolvimento, emissão de papéis no Brasil ou no exterior, refinanciamento de tributos e impostos etc.
Capitais do acionista: é o Patrimônio Líquido. É o capital financiado por acionistas através de integralizações mais a reinversão de lucros. A expressão “capital próprio”, que é sinônima de capital do acionista, indica que se trata do capital que pertence à própria empresa; no entanto, a empresa não é dona desse capital, mas sim seus acionistas.
Como pode ser representado o risco esperado do mercado?
E[R(m)]=R(f)+Prêmio de risco
Ou seja, o retorno esperado do mercado R(m) é a soma da taxa sem risco R(f) mais uma remuneração pelo risco inerente da carteira de mercado (prêmio de risco).
Quais elementos devem ser considerados no retorno mínimo esperado sobre o capital próprio investido?
O retorno mínimo esperado sobre o capital próprio investido no negócio considera dois elementos: a remuneração pela espera e a remuneração pelo risco.
A remuneração pela espera é a remuneração justificada pelo sacrifício do consumo presente em troca de um benefício superior no futuro. Essa remuneração considera como referência a taxa de juros oferecida por um investimento livre de risco. No Brasil, sob o ponto de vista do investidor pessoa física, a caderneta de poupança ou títulos públicos são considerados investimentos livres de risco. Portanto, a remuneração oferecida por esse ativo se justifica apenas pela espera.
A remuneração pelo risco é formada por um risco total.
Quais as partes da remuneração pelo risco no retorno mínimo esperado sobre o capital próprio investido?
1) O risco diversificável representa a parcela do risco de um ativo que está associado a um ativo específico e pode ser eliminado através de um portfólio composto por diversos ativos. Ele é representado por eventos específicos, como greves, processos trabalhistas, ações regulatórias, perda de um cliente importante, falta de suprimento de matérias-primas etc.
Quando construímos uma carteira de ativos da mesma natureza (participações acionárias, por exemplo), podemos, através da diversificação entre 15 ou 20 ações, eliminar o risco diversificável. Além disso, uma carteira composta por cinco ativos pode ser mais diversificada que uma outra composta por 10. Isso se justifica pelo fato de a diversificação estar ligada à baixa correlação entre os ativos.
2) O risco não diversificável é atribuído a fatores de mercado que afetam todas as empresas e não pode ser eliminado através da diversificação. Fatores como guerra, inflação, crises internacionais e crises políticas são exemplos desse risco.
Através da diversificação, supõe-se que todo investidor possa eliminar todos os riscos diversificáveis. Portanto, o único risco relevante é o não diversificável. Nesse contexto, pesquisas demonstram que investidores são recompensados por assumirem somente aqueles riscos que não podem ser eliminados através da diversificação. Todavia, o investidor deve estar preocupado em eliminar o risco diversificável que reflita a contribuição de um ativo para o risco da carteira.
O que é o coeficiente beta no CAPM?
O coeficiente beta (β) é utilizado para medir o risco não diversificável. Ele mede a sensibilidade dos retornos de um ativo em relação a variações nos retornos do mercado. O retorno de mercado é o retorno da carteira de mercado com todas as ações negociadas.
No Brasil, esse retorno poderá ser medido pela variação do índice Bovespa, que mensura a variação de uma carteira teórica de ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (principal bolsa brasileira). Comumente, os coeficientes betas movimentam-se na mesma direção do índice de mercado. Veja a seguir:
β(t)=COV((i,M)/σ^2(M)=(σ(i)/σ(M))*ρ(i,M)
Em que:
COV((i,M)=covariância entre o ativo i e o mercado
σ^2(M)=variância do mercado
σ(i)= desvio padão do ativo i
σ(M)= desvio padrão do mercado
ρ(i,M)= coeficiente de correlação entre o ativo i e o mercado
Qual a interpretação dos valores assumidos pelo beta?
Se β > 1, reflete um risco sistêmico mais alto que o mercado, sendo que, por isso, é considerado um investimento agressivo; em outras palavras, a carteira de ativos oscila mais que a carteira de mercado;
Se β = 1, a carteira de ativos tem o mesmo risco que a carteira de mercado, movimentando-se na mesma direção;
Se 0 < β < 1, a carteira de ativos é menos arriscada do que a carteira de mercado e o ativo se caracteriza por ser mais defensivo;
Se β < 0, o ativo move-se em direção oposta à do mercado.
O beta pode ser maior que 1 e menor que -1, e um beta próximo de zero não significa que o ativo se move livremente em relação ao mercado, mas sim que as variações do mercado o impactam muito pouco, ou seja, seu risco sistemático é baixíssimo.
O que é o modelo CAPM?
- O CAPM é um modelo de formação de preços de ativos que equaciona a relação básica entre risco e retorno, presente em todas as formas de decisões financeiras. Esse modelo também possibilita a estima da taxa de retorno exigida pelos investidores, ou seja, a taxa mínima de atratividade pelo capital próprio.
- Uma vez que o risco diversificável pode ser eliminado, o CAPM equaciona a relação entre risco não diversificável e a sua remuneração, ou seja, o prêmio pelo risco. Vale lembrar que entendemos como risco diversificável aquele que pode ser mitigado ao montar um portfólio de ativos.
- Segundo o CAPM, o custo de capital corresponde à taxa de rentabilidade exigida pelos investidores como forma de compensação pelo risco de mercado ao qual estão expostos. O CAPM também considera que, em um mercado competitivo, o prêmio de risco varia proporcionalmente ao β, que é justamente a medida de risco não diversificável.
-O CAPM indica um retorno mínimo esperado pelos acionistas, que é ajustado para mais ou menos pelos investidores conforme a percepção que tenham a respeito do risco.
Quais as premissas subebtendidas para aplicação do CAPM?
Como em todos os modelos financeiros, formulam-se algumas hipóteses para seu desenvolvimento. São elas:
há uma grande eficiência informativa do mercado, a qual atinge igualmente todos os investidores;
não há impostos, taxas ou quaisquer outras restrições para os investimentos no mercado, sendo ele perfeitamente competitivo;
há uma mesma percepção por parte de todos os investidores quanto ao desempenho dos ativos, formando carteiras eficientes a partir de expectativas idênticas; e
existe uma taxa de juros de mercado definida como livre de risco, e todos os indivíduos podem emprestar e tomar emprestado à mesma taxa.
Qual a lógica por trás da origem do CAPM?
O modelo CAPM foi elaborado como resposta à seguinte pergunta: qual é o prêmio que faz com que o investidor seja indiferente entre investir em um ativo com risco ou em outro que seja livre de risco? Sharpe (1964) e Lintner (1965) provaram que existe uma relação linear, mensurada por um parâmetro β, entre o excesso de retorno de um investimento e o excesso de retorno do mercado. Assim, o modelo CAPM consiste na seguinte lógica: quanto maior for o coeficiente (βi), que multiplica o prêmio, maior será a sensibilidade do ativo a variações de mercado. Desse modo, maiores serão o risco e a remuneração esperada do ativo.
β=(R(p)-R(f))/(R(m)-R(f))
Em que:
R(p) é a taxa de retorno do investimento
R(m) é a taxa média de retorno do mercado e
R(f) é a taxa de retorno do ativo livre de risco
reescrevendo:
R(p)=R(f)+β*(R(m)-R(f))
Isto é, o retorno do ativo é igual ao retorno do ativo livre de risco mais o excesso de retorno do mercado em relação ao ativo livre de risco ponderado pelo parâmetro beta. Sendo assim, o CAPM mostra o retorno esperado de um ativo que resulta em equilíbrio no mercado, de modo que não permite a realização de arbitragem.
Em relação ao mercado de ações pode-se considerar:
Ki=rf+βi(rm - rf)
Em que:
Ki é o retorno esperado do ativo i;
rf é o retorno esperado da taxa livre de risco;
βi é a sensibilidade ao risco de mercado;
rm é o retorno histórico do mercado de ações; e
(rm - rf) é o prêmio de risco dos ativos de mercado sobre os ativos livres de risco.
No CAPM, o retorno esperado de um investimento é explicado pelo coeficiente de risco do próprio ativo βi, pela taxa de juros livre de risco Rf (considerada uma taxa de juros para ativos cujos retornos não variam ao longo do tempo, como, por exemplo, a TR ou Selic) e por um prêmio pelo risco de mercado [E (Rm) - Rf]. Esse prêmio pelo risco é a diferença do retorno de um investimento em uma carteira que representa o mercado (geralmente um índice de ações) em relação ao investimento em uma taxa livre de risco.
O que mensura o coeficiente beta?
O coeficiente beta mensura o risco sistemático do mercado. Quando o beta é igual a zero, significa que a rentabilidade de um ativo não varia com a rentabilidade do mercado, de modo que esse ativo pode ser considerado livre de risco. Quando o beta da empresa é igual a 1 (um), o risco do ativo é igual ao risco do mercado. Desse modo, conforme o valor de beta se eleva, o risco sistemático do ativo também aumenta, o que faz com que os acionistas exijam uma remuneração mais elevada. Isso significa que um ativo com risco sistemático superior a 1 (um) apresenta risco sistemático superior ao mercado; por sua vez, um ativo com beta inferior a 1 (um) apresenta risco sistemático inferior ao mercado.
Quais são as limitações do mercado brasileiro para a aplicação do CAPM?
Limitações do CAPM no Brasil
A aplicação do CAPM no Brasil é prejudicada por diversos fatores, tais como:
O retorno livre de risco (rf ) variou enormemente nos últimos anos devido à política econômica do governo;
O beta β e o retorno de mercado (rm) apresentam grande volatilidade em razão de o mercado de capitais ser imperfeito no Brasil devido aos seguintes aspectos:
pouco volume transacionado;
poucas ações;
mercado muito concentrado; e
empresas que possuem má comunicação com o mercado, o que dificulta a correta avaliação dos ativos.
O que é a reta característica de um ativo?
A reta característica de um ativo nada mais é do que uma regressão linear que busca plotar em um gráfico a relação entre o retorno de um ativo e o retorno do mercado. No gráfico da reta característica, o eixo Y representa o “excesso de retorno do ativo”, ou seja, a parcela do retorno do ativo que supera a taxa livre de risco, e o eixo X representa o “excesso de retorno do mercado”, ou seja, a parcela de retorno do mercado que supera a taxa livre de risco.
A reta característica de um ativo tem a seguinte equação geral:
Ri=αi+βi*RM+ ei
Em que:
Ri é o excesso de retorno do ativo (retorno do ativo - Rf);
αi é o intercepto ou o retorno do ativo quando o retorno do mercado é zero;
βi é o beta do ativo;
RM é o excesso de retorno do mercado (retorno do mercado - Rf); e
ei é o erro presente na regressão.
A presença do erro na equação ocorre porque a origem da reta característica é uma regressão linear, um estudo empírico estatístico, e, portanto, há variações nos ativos que não podem ser explicadas pela equação teórica.
O que representam o intercepto e a inclinação da reta característica de um ativo?
O intercepto nada mais é do que o retorno do ativo quando o retorno do mercado é zero, ou, em termos algébricos, quando igualamos o X a zero (que, neste caso, seria RM=0).
A sua inclinação é o beta. Em outras palavras, se tivermos a reta característica de um ativo, será possível obter o seu beta. Desse modo, quanto mais inclinada for a reta característica de um ativo, maiores serão o risco sistemático e o excesso de retorno.
O que é análise vertical?
A análise vertical, considerada um dos principais instrumentos da análise de estrutura patrimonial, consiste na determinação dos percentuais de cada conta ou cada grupo de contas do balanço patrimonial em relação ao valor total do ativo ou do passivo. Ela determina a proporcionalidade das contas do demonstrativo de resultado em relação à receita líquida de vendas, considerada como sua base. Em relação ao balanço patrimonial, ela procura sempre mostrar, de um lado, a proporção de cada uma das fontes de recursos e, de outro, a expressão percentual de cada uma das diversas aplicações de recursos efetuadas pela empresa.
Ao comparar exercícios subsequentes, é possível constatar a mudança da política da empresa quanto à obtenção e à aplicação de recursos.
A análise vertical mostra a importância relativa de cada conta inserta na demonstração. Através da comparação com padrões do ramo de atuação ou com as relações da própria empresa em anos anteriores, ela permite inferir se há itens fora das proporções comuns.
O que é análise horizontal?
A análise horizontal é uma análise de evolução, a qual representa um processo que foi desenvolvido com a finalidade de calcular a variação de uma ou mais rubricas em determinados períodos. Ela pode mostrar tendências e se houve ou não crescimento real dessa rubrica (como, por exemplo, que as vendas brutas cresceram x% em relação ao exercício anterior).
A análise horizontal é uma técnica que parte da comparação do valor de cada item do demonstrativo, em cada período, com o valor correspondente em um determinado período anterior, que é considerado como base. Essa análise possui o objetivo de mostrar a evolução de cada conta (ou grupo de contas) quando considerada de forma isolada.
Essa análise complementa a análise vertical, a qual nos informa sobre o aumento ou diminuição da proporção de uma determinada despesa em relação a um determinado total, mas não nos diz se essa variação foi derivada do aumento ou da diminuição do valor absoluto da verba considerada.
Vale ressaltar que é indicado comparar os resultados percentuais obtidos na análise horizontal com algum indicador de referência, por exemplo, uma taxa de inflação no período ou até mesmo a evolução do mesmo item nas empresas concorrentes etc. Dessa forma, é possível verificar se a variação foi maior ou menor que a variação do indicador utilizado como referência. Assim, além de uma análise de evolução no tempo, a comparação entre empresas pode revelar mais informações úteis aos tomadores de decisão. Portanto, duas referências são utilizadas:
Para que servem as análises vertical e horizontal?
A análise vertical e a horizontal prestam-se, fundamentalmente, ao estudo de tendências.
O que medem os índices de atividades?
os índices de atividade medem a velocidade com que diversas contas são convertidas em vendas ou caixa - entradas ou saídas”. Desse modo, é importante conhecer o resultado da movimentação de contas específicas através da medição das contas circulantes consideradas mais importantes, que são estoques, contas a pagar e contas a receber.
Os índices de atividade medem a eficiência da gestão da empresa. Para melhor análise desses índices, é necessário conhecer o ciclo de produção (também chamado de ciclo operacional - CO), que se inicia na aquisição de matéria-prima e termina no recebimento das vendas do produto final. O CO envolve continuamente todas as fases operacionais da empresa.
Como é realizada a análise da estocagem?
Estocagem
A análise da estocagem é realizada a partir do cálculo do giro do estoque, cujo objetivo é medir a atividade (liquidez) do estoque. Assim, o resultado encontrado pode ser equiparado à média de dias em que um produto permanece no estoque no período de um ano. O giro do estoque é calculado da seguinte maneira:
Giro do Estoque= custo da mercadoria vendida/estoque
Qual a diferença entre demanda e quantidade demandada?
Demanda é a quantidade de um produto que os consumidores têm desejo ou intenção de comprar por um preço aceitável. Esse conceito é diferente de quantidade demandada, que é o caso de quando o consumidor quer e tem condições de comprar.
Assim, é possível verificar que o giro do estoque deve ser alto a fim de evitar que o produto fique muitos dias armazenado. Além disso, um giro de estoque lento impacta negativamente os recebimentos, assunto que abordaremos a seguir.
Como realizar a análise dos recebimentos?
O recebimento da empresa é reflexo da política de crédito e cobrança. O ideal seria o recebimento das vendas à vista. No entanto, a organização pode conceder prazos a seus clientes por meio das chamadas duplicatas a receber. A fim de manter sua liquidez, o giro das duplicatas a receber deve ser rápido. Esse giro mede quanto tempo decorreu entre a venda e o recebimento do dinheiro. O cálculo desse índice é realizado da seguinte forma:
Giro das duplicatas a receber = Receita bruta de vendas/duplicatas a receber
O que é prazo médio de estocagem?
O número de dias que um estoque demora, em média, para ser vendido. Dado por:
PME=365 dias/Giro do estoque
Como calcular o prazo médio de recebimento?
PMR=365 dias / giro das duplicatas a receber
O que é e como caluclar o giro do pagamento aos fornecedores?
O giro do pagamento aos fornecedores ou giro das duplicatas considera quantas vezes as dívidas são liquidadas com os fornecedores em um exercício fiscal.
giro do pagamento aos fornecedores = compras anuais/fornecedores
Na avaliação setorial por múltiplos, quais as formas pelas quais um analista pode chegar ao índice adequado para utilizar na avaliação de uma empresa?
Segundo Damodaran (1997), existem duas formas pelas quais um analista pode chegar ao índice adequado para utilizar na avaliação de uma empresa:
uma delas ocorre através do emprego de fundamentos;
já a outra se dá por meio da utilização de comparações.
Emprego de fundamentos
Em síntese, a primeira forma relaciona indicadores às informações básicas da empresa a ser avaliada:
taxas de crescimento de lucros;
taxas de crescimento de fluxos de caixa;
índices de pagamentos;
risco;
etc.
Sua principal vantagem é o fato de demonstrar o relacionamento entre indicadores e as características da empresa, permitindo explorar como os indicadores mudam à medida que essas características também se transformam. Por exemplo, qual será o efeito da mudança nas margens de lucro no índice preço/vendas?
Utilização de comparações
A segunda abordagem tenta encontrar os indicadores de uma empresa, buscando companhias comparáveis. A principal questão nesse método é a definição de uma empresa comparável. Teoricamente, uma empresa que possa ser comparável está na mesma linha de negócios e apresenta um crescimento e um perfil de riscos similares à empresa avaliada.
Na prática, o controle dessas variáveis pode oscilar entre o mais simplista (utilização de médias setoriais) e o mais sofisticado (modelos multivariados de regressão). Desse modo, se houver muitas empresas similares àquela avaliada sendo negociadas nos mercados financeiros, torna-se mais fácil a avaliação. Todavia, quando um grupo é difícil de ser reunido, seja porque a empresa é única, seja devido à pequena quantidade de companhias, o ideal é utilizar uma regressão intersetorial para estimar o índice, de modo que passa a ser considerado um modelo mais sofisticado.
O que deve ser levado em consideração para a avaliação setorial por multiplos?
A questão do que é “ser comparável”
Como a definição de comparável pode ser subjetiva, um analista tendencioso poderia escolher um grupo de empresas comparáveis que confirme suas pressuposições sobre o valor de uma empresa. Esse potencial de desvio também existe na avaliação pelo fluxo de caixa descontado, porém, no modelo referido, o analista é obrigado a ser bem mais explícito quanto às suposições que determinam o valor final.
O momento vivido
O momento do ciclo de uma empresa ou economia também é fundamental na análise por múltiplos. Nesse contexto, é necessário cuidado em relação aos pontos de inflexão na rentabilidade da empresa.
O fluxo de caixa também tem influência
Uma outra questão referente aos múltiplos é a de que eles precisam propiciar suporte a uma avaliação por fluxo de caixa descontado, uma vez que diversas variáveis utilizam a mesma base de informação.
Percebe-se a relatividade presente na avaliação.
De acordo com Saliba (2008), o modelo de avaliação de empresas por múltiplos de mercado (ou apenas modelo de avaliação por múltiplos) pode ser definido como um método cujo objetivo é avaliar ativos com base nos preços correntes de mercado de outros ativos considerados “comparáveis”, consistindo, portanto, em um método de avaliação relativa.
Como realizar comparação setorial por múltiplos no modelo tradicional?
Nesse caso, o modelo tradicional define que o valor de mercado (ou preço) de uma empresa-alvo i, no ano t (Pit), é diretamente proporcional à variável econômica (lucro, vendas, EBITDA etc.) para a empresa alvo i, no ano t (Xit):
P(it)=β(ct)*X(ct)
Quais os passos devem ser seguidos para a avaliação por múltiplos de mercado?
Palepu et al. (2000) argumentam que, se analisarmos de modo superficial, a metodologia de avaliação por múltiplos de mercado parecerá simples. Contudo, como advertem os autores, não é tão simples como parece. Ao empreender uma avaliação por múltiplos de mercado, de uma forma geral, o analista estruturará os trabalhos em três fases (ou passos) minimamente. Conforme a definição de Palepu et al. (2000), os passos são os seguintes:
Passo 1: selecionar uma medida de desempenho ou valor que será a base para a análise por múltiplos. Nessa etapa, definem-se os múltiplos a serem utilizados na análise.
Passo 2: estimar os múltiplos das empresas comparáveis utilizando a medida de desempenho ou valor definida no passo 1. Nessa etapa, define-se, primeiramente, um conjunto de empresas comparáveis, de modo que são utilizados os seus dados a fim de gerar o múltiplo relativo a ser aplicado na empresa-alvo.
Passo 3: aplicar o múltiplo das empresas comparáveis utilizando a medida de desempenho ou valor da empresa analisada.
Dar prosseguimento às premissas do Passo 2 de modo rigoroso é o procedimento mais crucial para a eficiência da metodologia de avaliação por múltiplos, ou seja, a busca por empresas comparáveis é difícil porque não há duas empresas idênticas, bem como porque as empresas de um mesmo setor podem apresentar diferenças no que se refere ao risco, potencial de crescimento e aos fluxos de caixa. Nesse contexto, a questão sobre como controlar essas diferenças quando se comparam os múltiplos de diversas empresas passa a ser crucial (DAMODARAN, 2002).
Por definição, uma empresa comparável ou similar é aquela que apresenta risco, crescimento e potencial de geração de caixa semelhantes aos da empresa-alvo sob avaliação (DAMODARAN, 2002). Nesse contexto, Saliba (2008, p. 9) afirma que: “Todos os múltiplos, independentemente de estarem relacionados a lucros, receitas ou valor escritural, são uma função dos mesmos três fatores — risco, crescimento e potencial de geração de caixa”.