Cirurgia no Idoso Flashcards

1
Q

Declínio funcional do idoso/ Cirurgia

Por que o envelhecimento aparenta ter um efeito negativo sobre o resultado cirúrgico?

4

A
  1. Redução das reservas fisiológicas
  2. Mecanismos compensátorios prejudicados
  3. Presença de comorbidades
  4. Idoso é, normalmente, oligossintomático e, por isso, muitas doenças são descobertas já em fazes mais tardias (pior desfecho)

Em condições basais, esse declínio pode acarretar prejuízo funcional mínimo, mantendo a homeostase
* Estresse metabólico elevado durante e após a cir pode desencadear resposta com baixo desempenho(organismo
não consegue acompanhar)

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2
Q

Declínio funcional do idoso / Cirurgia

Cite 3 fatores importantes para a indicação (e sucesso) de uma intervenção cirúrgica em idosos.

A
  1. Cirurgia com baixa morbimortalidade
  2. Rede de apoio e ambiente domiciliar adequados
  3. Capacidade de retornar as atividades habituais depois da cirurgia com Melhora da qualidade de vida após a cirurgia
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3
Q

Declínio funcional do idoso/ Cardio

Cite 2 fenômenos cardiovasculares fisiológicos que levam a uma redução na contratibilidade cardíaca.

A
  1. ↓ miócitos (fibrose): isquemias silenciosas → necrose → fibrose → declínio da complacência ventricular
  2. ↑ RVP (↑ rigidez): ↑PA sistólica → ↑ resistência ao esvaziamento do VE + perda compensatória de miócitos→ hipertrofia de VE

↑ prevalência de IC

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4
Q

Declínio funcional do idoso/ Cardio

Por que as vias de condução cardiovasculares são comprometidas com a idade?

A

~90% do tecido nervoso autonômico do nó sinusal é substituído por gordura e t. conjuntivo/ fibrose interfere condução internodal e no feixe de ris

↑ prevalência de arritmias

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5
Q

Declínio funcional do idoso: Cardio

Quais são as 2 alterações valvares comuns em idosos?

A

Valvas cardíacas disfuncionais: esclerose e calcificação da valva aórtica e dilatação dos 4 anéis valvares são comuns, podendo levar a regurgitações mas sem significado funcional

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6
Q

Declínio funcional do idoso/ Cardio

Qual o principal mecanismo de resposta autonômica cardiovascular que fica prejudicada com o envelhecimento.
Qual a principal consequencia disso para o prognóstico cirúrgico.

A

↓ resposta β-adrenérgica: ↓ de receptores e/ou de sua sensibilidade = ↓ resposta β-adrenérgica (sem taquicardia) em caso de choque (depende da pré-carga e não da FC para manter DC)
Dependencia da pré-carga para manter DC: qualquer queda de volume no periop. pode levar a isquemia

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7
Q

Declínio funcional do idoso/ Pneumo

Cite 3 fenômenos respiratórios que reduzem a mobilidade pulmonar em idosos

A
  1. ↓ complacência da parede torácica: pela cifose, colapso vertebral, calcificação das cartilagens costais e contratura dos mm. intercostais.
  2. ↓ força mm. respiratórios: desnutrição
  3. ↓ elasticidade pulmonar: ↓ colágeno no parênquima

Atelectasia e pneuminia são comuns

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8
Q

Declínio funcional do idoso/ Pneumo

A PaO2 se altera fisiologicamente com a idade? E a PCO2?

A

↓PaO2 (0,3-0,4mmHg/ano) = desequilíbrio ventilação-perfusão
PCO2 não se altera pois mesmo com a queda na eliminação de CO2, o metabolismo também reduz e, com ele, a produção de CO2

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9
Q

Declínio funcional do idoso/ Pneumo

Nos idosos ocorre a redução da […], isso é, o volume máximo de ar exalado com esforço máximo, a partir do ponto de máxima inspiração.

A

Nos idosos ocorre a redução da capacidade vital forçada, isso é, o volume máximo de ar exalado com esforço máximo, a partir do ponto de máxima inspiração.

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10
Q

Declínio funcional do idoso/ Pneumo

Por que os mecanismos compensatórios da hipóxia em idosos são menos competentes?

A

Disfunção dos quimiorreceptores centrais = resposta prejudicada

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11
Q

Declínio funcional do idoso/ Pneumo

Por que os idosos são mais propensos a aspirar?

A

Disfunção dos mecanismos de proteção de via aérea:
* ↓ reflexo de tosse
* alterações na deglutição (darcopenia e/ou doença degenerativa)

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12
Q

Declínio funcional do idoso/ Nefro

Quais são as alterações renais mais comuns do processo de envelhecimento que levam a redução da TFG?

A
  1. Idade, DM, HAS: ↓ néfrons funcionantes
  2. Atrofia das arteriolas aferentes e eferentes (↓fluxo sanguíneo renal)
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13
Q

Declínio funcional do idoso/ Nefro

Por que o envelhecimento é marcado pela redução de função de concentração urinária? Qual a principal consequência sistêmica disso?

A

Declínio da função tubular:
Distúrbios Eletrolíticos
* Sódio (problemas neurológicos)
* Potássio (arritmias)

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14
Q

Declínio funcional do idoso/ Nefro

Há alteração dos mecanismos de resposta a desidratação nos idosos?

A

Sim
Mecanismos compensátórios (como a sede) são prejudicados

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15
Q

Declínio funcional do idoso/ Nefro

Por que as medicações podem atuar de forma distinta em idosos?

renal

A

↓ depuração = ↑ tempo de ação

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16
Q

Declínio funcional do idoso/ Nefro

Por que idosos são mais propensos a ITU?

A

Comprometimento do esvaziamento vesical. (+ resíduo = colonização → ITU)

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17
Q

Declínio funcional do idoso

Em casos de paciente idosos com febre e taquicardia, sempre considerar infecção
[…] e, principalmente, […]

A

Em casos de paciente idosos com febre e taquicardia, sempre considerar infecção
pulmonar e, principalmente, urinária

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18
Q

Declínio funcional do idoso/ Hepato

O sistema hepatobiliar sofre muitas alterações relacionadas ao envelhecimento? Se sim, quais?

A

Não, normalmente as complicações relacionam-se a disfunções prévias.
Porém, há:
* ↓ nº de hepatócitos
* ↓ fluxo sanguíneo

CAPACIDADE DE SÍNTESE PRESERVADA (pode reduzir se ↓ muito o nº de hepat)

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19
Q

Declínio funcional do idoso/ Hepato

Qual o principal cuidado relacionado ao sistema hepático que deve ser tomado em idosos?

A

Medicação
* Aumento da sensibilidade há medicamentos hepatotóxicos devido a redução do metabolismo os mesmos

20
Q

Declínio funcional do idoso/ Hepato

Por que há um aumento da incidência de cálculos biliares em idosos?

A

aumento da excreção de uratos e outras subtâncias

21
Q

Declínio funcional do idoso/ Imuno

Cite 3 alterações comuns ao envelhecimento do sistema imune.

A
  1. ↓ células T
  2. ↑ produção de anticorpos não específicos ou auto-anticorpos
  3. ↑ citocinas inflamatórias

↑ suscetível: infecção, autoimunidade e neoplasia

22
Q

Declínio funcional do idoso/ Imuno

Cite 2 consequências do aumento da produção de citocinas inflamatórias.

A

↑ risco de trombose
alteração da resposta ao trauma

23
Q

Declínio funcional do idoso/ Endócrino

Quais são as duas principais alterações da homeostasia glicêmica?
Quais são as hipóteses diagnósticas?
qual a principal consequência disso para a cir?

A

↓ secreção de insulina + ↑ aumento resistência periférica
Hipóteses:
* ↓ resposta secretória das cél. β ao aumento da glicemia (↓ sinalização intracelular?)
* ↑ adiposidade
* comorbidades
* ↓ atividade física

Consequência:
* altera cicatrização

24
Q

Consulta Pré-Operatória

Quais são os 5 pontos mais importantes a serem abordados/realizados na avaliação pré-operatória dos idosos?

A
  1. Anamnese detalhada
  2. Comorbidades + medicação em uso
  3. Exame físico completo
  4. Exames complementares (Imagem, ECG, coagulograma)
  5. Escalas preditoras de risco

Obj: definir extensão do declínio fisiológico, identificar e otimizar comorbidades para melhor predizer como estresse cirúrgico afetará a qualidade de vida e saúde do paciente

25
Q

Consulta Pré-Operatória

Além do ECG, outros exames cardiovasculares devem ser realizados no pré-op? Se sim, quais?

A

Somente se houver disfunções cardíacas conhecidas ou detectadas no ECG
* Ecografia
* Teste de estresse: ergométrico (se deambular normalmente) ou ecografia de estresse

26
Q

Consulta pre-operatória

Exames para avaliação da função respiratória do idoso são necessários? Se sim, quais?

A

Não, somente se houver disfunção prévia
* Espirometria
* Gasometria

27
Q

Consulta Pré-Operatória

Quais as duas escalas preditoras de risco mais usadas no pré-cirurgico?
Qual é mais adequada para idosos?

A
  1. ASA - mais fácil
  2. Goldman - mais adequada para idosos pois há mais variáveis
28
Q

Consulta Pré-Operatória

Quais são as classes da ASA?

A
29
Q

Consulta Pré-Operatória

Quais classes da ASA necessitam de UTI pós-op?

A

≥ classe III: operar somente com vaga de UTI disponível
* classe III: pode ir para a enfermaria (se complicar = UTI)
* classe IV ou V: deve ir para UTI após a cir

30
Q

Consulta Pré-Operatória

Quantas variáveis são avaliadas no Índice de Goldman? Quais são as classes?

A

9 variáveis

  • Classe I - 0-5 pts - baixo risco
  • Classe II - 6-12 pts - risco intermediário
  • Classe III - 13-25 pts - risco alto
  • Classe IV - > 26 pts - risco alto
31
Q

Profilaxias

Todos os idosos devem receber profilaaxia para TEP/TVP antes de um procedimento cirúrgico?

A

A maioria sim pois ser idoso já é um fator de risco levado para TEP/TVP (↑↑ liberação citocinas).
Cir de maior risco:
* abdominais
* neurológicas
* ginecológicas
* ortopédicas (imubilidade/estase venosa)

32
Q

Profilaxias

Com qual medicação é realizada a profilaxia de TEP/TVP?

qual a posologia? suspender antes da cir?

A

Heparina não fracionada (se disfunção renal grave) - 5000 UI SC 8/8h ou 12/12h
ou
Heparina baixo peso molecular (mais usada) - Enoxa 20 a 40mg 1x/dia
ou
pode ser necessário anticoagulação plena com varfarina (risco muito elevado) até RNI 2 a 3

7-14 dias antes/ suspender 24h antes/ retornar no pós-op

33
Q

Profilaxias

Cite 3 outras formas de profilaxia contra TEP/TVP que podem ser realizadas no peri-operatório.

A
  • CPI - compressão penumática intermitente
  • Meias elásticas de compressão graduada
  • Compressão plantar (alternativa ao CPI se lesão de perna/coxa)
34
Q

Cite 2 medicações cuja suspenção deve ser considerada no peri-operatório.

A
  1. Beta-bloqueador (depreção cardíaca)
  2. Estatinas (compromete função hepática)
35
Q

Cuidados peri-operatórios

Cite 6 parâmetros que devem ser monitorizados de perto no paciente idoso em seu perioperatório.

A
  1. Hidratação
  2. Eletrólitos
  3. Glicemia
  4. Saturação
  5. Estado neurológico
  6. Nutrição
36
Q

Peri-operatório/ eq. hidroeletrolítico

Quais os 3 cuidados a serem tomados quando ao equilíbrio hidroeletrolítico dos idosos no perioperatório?

A

1- Cuidado com excesso de volume (pricip. se IC)
* Vol excessivo + ↓ função renal (Estresse metabolico da cir) pode levar a complicações como edema, anasarca e congestão pulmonar

2- Disturbios hidroeletrolíticos
* Monitorizar Na, K e Mg pois pode haver resposta hormonal disfuncional

3- Cuidado com medicações nefrotóxicas
* ex: gentamicina

37
Q

Peri-operatório/ glicemia

Quais as metas glicemicas do idoso em seu perioperatório?

A

100-150 mg/dl (aceitável até 180 = hiperglicemia em resposta ao trauma + resist. à insulina)
* hipoglicemia é muito danosa nesses casos
* hiperglicemia = ↑ risco de infecção

adulto: 60-180 mg/dl

38
Q

Peri-operatório/ glicemia

A hiperglicemia em idosos é corrigida com qual medicação?

A

Insulina regular (> 180 mg/dl )

39
Q

Peri-operatório/ glicemia

Pacientes diabéticos (ou pré) possuem as mesmas metas glicêmicas?
Todas medicações são mantidas nesses casos?

A

Metas iguais (100-180 mg/dl)

  • SUSPENDER HIPOGLICEMIANTES ORAIS (pode levar a hipoglicemia rebote)
    Se insulino-depende:
  • manter insulina
  • ao entrar em jejum para o procedimento: reduzir 50% da dose habitual
  • dar soro glicosado 5% durante o jejum para evitar hipoglicemia
40
Q

Peri-operatório/ pneumo

É necessário cessar o tabagismo quanto tempo antes da cirurgia?

A

8 semanas antes
(se não for possível é melhor não cessar: retirada de toda carga nicotínica, provoca aumento de secreção = piora oxigenação durante o procedimento)

41
Q

Perioperatório/ pneumo

A saturação é sempre um bom parâmetro perioperatório?

A

Não, pois doenças podem
alterar esse parâmetro de forma individual

42
Q

Peri-operatório/ Pneumo

A […] e a […] melhoram o prognóstico respiratório de pacientes operados.

A

A fisioterapia respiratória e a mobilização precoce (↓ risco de microaspiração e + saída de muco) melhoram o prognóstico respiratório de pacientes operados.

43
Q

Perioperatório/ Neuro

O […] e a […] são quadros de distúrbio de consciência transitório e permanente, respectivamente, que podem ocorrer com maior facilidade no pós-operatório de idosos.

A

O Delirium e a Disfunção cognitiva pós-operatória são quadros de distúrbio de consciência transitório e permanente, respectivamente, que podem ocorrer com maior facilidade no pós-operatório de idosos.

44
Q

Peri-operatório/ Neuro

Qual a diferença entre o Delírium e a Disfunção cognitiva pós-operatória?

A

Delirium
* Estado confusional agudo e transitório, podendo apresentar curso flutuante (hipo/ hiperativo)
* Complicação pós-operatória mais comum
* Oscilação do sensório e atividades psicomotoras.
* Pode ser controlado com medicação.

Disfunção cognitiva pós operatória
* Quadro demencial leve mas progressivo e permanente
* Prejuízo da memória e da concentração
* Mecanismo: liberação de micro-êmbolos no SNC → microinfartos no parênquima.

45
Q

Pero-operatório/Nutrição

Por que a desnutrição é um importante problema para o peri-operatório do idoso?

3

A

Desnutrição =
1. ↑ tempo hospitalização/ reabilitação
2. ↑ risco infecções
3. cicatrização prejudicada (maior risco de deiscências/fístulas = ↑ morbimortalidade)

46
Q

Peri-operatório

Como podemos avaliar a nutrição de um paciente?

4

A
  1. Antropometria
  2. Avaliação clínica
  3. Testes bioquimicos
  4. Equações preditoras
47
Q

Peri-operatório/ Nutrição

Cite 3 testes bioquimicos importantes para avaliar a nutrição de um paciente.

A
  1. Albumina
  2. Transferrina
  3. Leucograma: total de neutrófilos (leucopenia é associada a desnutrição)