Causalidade e testes diagnósticos Flashcards

1
Q

Três tipos principais de associação em epidemiologia

A

A associação artificial (associação falsa, que resulta do acaso ou de algum viés no método do estudo, sendo muito comum em estudos transversais pela causalidade reversa); a associação não-causal (associação entre um fator e uma doença decorrente apenas de relação de ambos com alguma condição); e a associação causal (relação de causa e feito).

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2
Q

Como era definida por muito tempo a relação causal (A como causa de B)?

A

a partir de alguns fatores principais:
• A anteceda B (ou seja, fator de risco anteceda o desfecho)
• Uma modificação em A (fator de risco) esteja relacionada a uma modificação em B (desfecho)
• Não haja condição que anteceda A (fator de risco) e B (desfecho)

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3
Q

A partir de que critérios se define a causalidade em epidemiologia atualmente?

A

critérios de Bradford Hill

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4
Q

Quais são os critérios de Bradford Hill?

A
  • Sequência cronológica ou temporalidade
  • Força de associação
  • Relação dose-reposta
  • Consistência da associação
  • Plausibilidade de associação
  • Analogia com outras situações
  • Especificidade da associação
  • Coerência
  • Evidência experimental
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5
Q

O que é Sequência cronológica ou temporalidade?

A

Exposição ao fator de risco deve anteceder o aparecimento do desfecho

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6
Q

O que é Força de associação? Como pode ser identificada?

A

A incidência da doença deve ser mais elevada nos indivíduos expostos em relação aos não-expostos; tal condição pode ser identificada por medidas de associação, como RR e OR

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7
Q

O que é Relação dose-reposta?

A

Evidência de associação entre intensidade ou duração da exposição e a ocorrência da doença

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8
Q

O que é Consistência da associação?

A

Resultados confirmados por diferentes pesquisadores, com diferentes métodos e em diferentes populações

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9
Q

O que é Plausibilidade de associação?

A

A associação de causalidade se mostra coerente com base nos conhecimentos existentes acerca da história natural da doença

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10
Q

O que é Analogia com outras situações?

A

Existência de antecedentes na literatura que permitam estabelecer a causalidade

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11
Q

O que é Especificidade da associação?

A

Capacidade da exposição ao fator de risco de alterar a incidência da doença quando isolada de outras exposições (retirada)

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12
Q

O que é Coerência?

A

Ausência de conflito entre a associação encontrada e os conhecimentos existentes sobre a história natural da doença

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13
Q

O que é Evidência experimental?

A

Poder de experimentações em animais ou seres humanos para se obter a causalidade

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14
Q

Qual um dos critérios de Bradford Hill mais difíceis de ser obtido? Por quê?

A

Evidência experimental, devido às diversas questões éticas associadas

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15
Q

Qual o critério de Bradford Hill essencial em todas as associações causais? Qual estudo é difícil de evidenciá-lo?

A

O mais importante e o único essencial para se confirmar uma associação causal (devendo estar presente em todas as relações dessa natureza) corresponde à sequência cronológica ou temporalidade, difícil de ser evidenciada em estudos transversais (viés de causalidade reversa).

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16
Q

Os testes diagnósticos podem evidenciar quatro possibilidades diagnósticas principais. Quais?

A

Verdadeiro positivo (o teste é positivo e acerta), verdadeiro negativo (o teste é negativo e acerta), falso positivo (o teste é positivo e erra) e falso negativo (o teste é negativo e erra).

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17
Q

O que é acurácia? Como é calculada?

A

A acurácia de um teste refere-se à sua proporção de acertos (VP + VN), de modo que quanto maior o número de acertos, maior a acurácia do teste. Tal medida pode ser calculada por:
Acurácia = a + d / N

18
Q

O que é sensibilidade? Como é calculada?

A

a sensibilidade corresponde à capacidade do teste de identificar corretamente os indivíduos doentes, ou seja, a chance de identificar verdadeiros positivos entre os doentes, podendo ser calculada por:
S = a / a + c

19
Q

O que é especificidade? Como é calculada?

A

Especificidade, por sua vez, é a capacidade do teste de identificar corretamente os indivíduos não doentes, ou seja, a chance de identificar verdadeiros negativos entre os não doentes, podendo ser calculada por:
E = d / b + d

20
Q

Quais medidas de testes diagnósticos avaliam as linhas e quais as colunas na tabela (“em cruz”)?

A

Enquanto sensibilidade e especificidade avaliam as colunas da tabela, os valores preditivos avaliam as linhas.

21
Q

O que é VPP? como é calculado?

A

O valor preditivo positivo corresponde aos acertos (VP) entre os resultados positivos. VPP = a / a + b

22
Q

O que é VPN? como é calculado?

A

O valor preditivo negativo corresponde aos acertos (VN) entre os resultados negativos. VPN = d / c + d

23
Q

Em quais contextos devem ser utilizados os testes de alta sensibilidade? Por quê?

A

Testes de alta sensibilidade cursam com baixos valores de FN, devendo ser utilizados em contextos em que precisamos evitar falsos negativos, como em doenças de alta letalidade ou em caso de doadores de sangue

24
Q

Em quais contextos devem ser utilizados os testes de alta especificidade? Por quê?

A

Testes de alta especificidade apresentam baixos níveis de FP, sendo aplicados em situações em que é preciso evitar falsos positivos, como em contextos em que os resultados positivos geram traumatismos importantes (iatrogênicos ou psicológicos)

25
Q

Com quais objetivos devem ser utilizados os testes de alta sensibilidade? Por quê?

A

Como os testes muito sensíveis apresentam poucos FN, se negativos, permitem excluir uma doença; por essa razão, são utilizados principalmente para triagem

26
Q

Com quais objetivos devem ser utilizados os testes de alta especificidade? Por quê?

A

Como cursam com poucos FP, os testes muito específicos, se positivos, permitem confirmar uma doença; portanto, são usados sobretudo para confirmação diagnóstica.

27
Q

Entre sensibilidade, especificidade, VPP e VPN, quais variam conforme mudanças da prevalência?

A

VPP e VPN

28
Q

Sensibilidade e especificidade de um teste se alteram em diferentes contextos?

A

Não, pois são características inerentes dos testes diagnósticos.

29
Q

Qual a relação entre prevalência, VPP e VPN? Qual a importância prática dessa relação?

A

quando maior a prevalência de uma doença, maior será o VPP e menor o VPN, e vice-versa. Por essa razão, os testes diagnósticos têm grande impacto na conduta sobretudo em casos de dúvida diagnóstica.

30
Q

Como são chamados também a prevalência e os valores preditivos?

A

Destaca-se que a prevalência é também chamada de probabilidade pré-teste, enquanto os valores preditivos podem ser chamados de probabilidade pós-teste.

31
Q

Quais as relações existentes entre sensibilidade, VPP e VPN?

A
  • Elevada sensibilidade – baixos FN: elevado VPN (relação direta)
  • Elevada sensibilidade – altos FP: baixo VPP (relação indireta)
32
Q

Quais as relações existentes entre especificidade, VPP e VPN?

A
  • Elevada especificidade – baixos FP: elevado VPP (relação direta)
  • Elevada especificidade – altos FN: baixo VPN (relação indireta)
33
Q

A prevalência não influencia as relaçoes entre sensibilidade, especificidade, VPP e VPN. V ou F?

A

Verdadeiro

34
Q

Qual a relação entre sensibilidade e especificidade?

A

 Ganhos de sensibilidade se associam de forma inexorável a perdas de especificidade e vice-versa.

35
Q

Qual o objetivo das curvas ROC e o que elas avaliam?

A

As curvas ROC são utilizadas para diferenciação entre diferentes testes diagnósticos, sendo constituída pela avaliação da sensibilidade no eixo y e da especificidade no eixo x.

36
Q

Qual o teste ideal segundo a curva ROC? Qual o pior teste possível? Tais testes existem na prática?

A

O teste ideal seria aquele que cobrisse toda a área do gráfico, enquanto o pior teste é aquele que não apresenta área nenhuma no gráfico; destaca-se que ambos os testes são possíveis de ocorrer na prática.

37
Q

Como se interpretar as curvas ROC dos testes diagnósticos?

A

Quanto mais para cima e mais para a esquerda for a curva de um teste, melhor ele será (mais sensível e mais específico); ou seja, o melhor estudo é aquele que apresenta maior área

38
Q

O que é razão de verossimilhança positiva? Como é calculada?

A

A VR positiva de um teste corresponde à relação entre a probabilidade de resultado positivo em doentes e a probabilidade de resultado negativo em não doentes, podendo ser calculada pela seguinte fórmula: RVP = S / 1 – E

39
Q

O que é razão de verossimilhança negativa? Como é calculada?

A

A RV negativa, em contrapartida, corresponde à relação entre a probabilidade de resultado negativo em doentes e a probabilidade de resultado positivo em não doentes, sendo calculada por: RVN = 1 – S / E

40
Q

Quais os dois principais tipos de testes múltiplos?

A

Quanto aos testes múltiplos, é importante destacar os testes em série e os testes em paralelo.

41
Q

Os testes em série devem ser utilizados em quais contextos e com quais objetivos? Qual o principal efeito das combinações em série?

A

Nesse sentido, os testes em série tendem a ser utilizado sobretudo em doenças mais graves ou estigmatizantes, em que é importante a confirmação adequada do diagnóstico (ausência de falsos-positivos); assim, os testes em série tendem a aumentar a especificidade da avaliação, sendo particularmente bons para dar diagnóstico

42
Q

Os testes em paralelo devem ser utilizados em quais contextos e com quais objetivos? Qual o principal efeito das combinações em paralelo?

A

Por outro lado, os testes em paralelo buscam garantir que os indivíduos com testes negativos não têm, de fato, a doença (ausência de falsos-negativos), sendo úteis, por exemplo, em contextos de epidemias; sendo assim, tais testes aumentam a sensibilidade da avaliação, bons para excluir diagnósticos.