Câncer de esôfago Flashcards
Epidemiologia do câncer de esôfago
- Sexo
- Idade
- Raça
- Masculino (escamoso 3:1 e adenocarcinoma 15:1)
- Geralmente se apresenta a partir dos 40 anos
- Escamoso mais comum em negros. Adenocarcinoma é típico de brancos
O carcinoma escamoso se origina de quais células? Em que local do esôfago é mais prevalente?
Deriva do epitélio estratificado não queratinizado (mucosa normal do esôfago). O tumor se origina principalmente no terço médio do órgão (50% dos casos)
O adenocarcinoma se origina de quais células? Em que local do esôfago é mais prevalente?
Derivado do epitélio de Barrett (metaplasia intestinal que complica alguns pacientes com DRGE erosiva). Mais comum no terço distal do esôfago
Fatores de risco para o carcinoma escamoso
Etilismo e tabagismo - principais
Bebidas quentes (em torno de 65°C)
Doenças esofágicas: acalásia, síndrome de Plummer-Vinson, estenose cáustica
Genética: tilose palmar e plantar
Fatores de risco para o adenocarcinoma
Esofagite de refluxo com formação de epitélio de Barrett
Tabagismo
Obesidade
Uso de bifosfonados (Alendronato)
Manifestações clínicas do câncer de esôfago
Disfagia (inicialmente para sólidos, progredindo para líquidos)
Perda ponderal
Halitose
Rouquidão (n. laríngeo recorrente)
Diagnóstico do câncer de esôfago
Esofagografia baritada - apresenta sinal da maçã mordida
Endoscopia digestiva alta com biópsia
Comportamento do câncer de esôfago (agressividade)
Extremamente agressivo, disseminando-se localmente e a distância
Locais mais importantes de metástase do câncer esofágico
Fígado
Pulmão
Ossos
Rins
Em relação ao estadiamento do câncer de esôfago, o que significa:
T0
Tis
T1a; T1b
T2
T3
T4a; T4b
T0: sem evidências do tumor primário
Tis: displasia de alto grau
T1a: invasão da mucosa
T1b: invasão da submucosa
T2: invasão da muscular própria
T3: invasão da adventícia, mas sem penetrar estruturas adjacentes
T4a: tumor ressecável
T4b: tumor irressecável - atingiu estruturas como aorta, corpos vertebrais, traqueia
Exames mais utilizados para o estadiamento do câncer de esôfago
TC de tórax e abdome - tamanho do tumor, linfonodos mediastinais, metástases à distância
Ultrassom endoscópico: padrão ouro para definir T e N do estadiamento
O que define um câncer de esôfago estágio I?
T1 (a ou b), N0 (sem linfonodos acometidos), M0 (sem metástases à distância)
Como é feito o tratamento do câncer de esôfago?
- Ausência de metástase à distância
- Precoce até T1a
- T4b ou M1
No geral: esofagectomia + linfadenectomia
- Esofagectomia total
- Ressecção endoscópica da lesão
- Cuidados paliativos
Como é feita a reconstrução do trânsito esofágico pós-esofagectomia?
Sempre que possível, utilizar o estômago. A utilização do cólon tem a desvantagem de requerer 3 anastomoses, sendo de maior morbimortalidade
Técnicas mais utilizadas para esofagectomia
Esofagectomia transtorácica: envolve toracotomia látero-posterior e laparotomia superior, permitindo a ressecção do esôfago e linfonodos, com a anastomose do estômago no mediastino posterior. Embora ofereça uma abordagem ampla, os riscos incluem deiscência da anastomose e complicações pulmonares, com mortalidade operatória entre 7-20%
Esofagectomia trans-hiatal: não requer toracotomia, sendo realizada por incisão abdominal e cervical. O estômago é mobilizado e anastomosado ao esôfago cervical, reduzindo complicações como mediastinite e refluxo, com mortalidade de 4-8%. Porém, há risco de hemorragia mediastinal e dificuldade em dissecção completa dos linfonodos