CAD, EHH e hipoglicemia Flashcards

1
Q

Quais as principais complicações agudas da diabetes?

A
  1. Cetoacidose diabética > predominante na DM1
  2. Estado hiperosmolar hiperglicêmico > predominante na DM2
  3. Hipoglicemia > o mais comum dos 3, ocorre por jejum prolongado ou interação com o hipoglicemiante
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2
Q

Explique a lógica em comum da DM1 e DM2 no que se refere a hiperglicemia

A

Seja por deficiência absoluta de insulina ou por má funcionalidade, a glicose não consegue entrar na célula, ativando hormônios hiperglicemiantes, que são:
- Glucagon
- Catecolaminas
- Cortisol
- GH

Gerando gliconeogênese e glicogenólise

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3
Q

Fisiopatologia da cetoacidose diabética (CAD)

A

Na DM1, há falência pancreática > ausência de insulina.
A insulina deveria inibir lipólise, como não tá presente, tem mais estímulo de lipólise pela lipase lipoproteica > quebrando lipideo em triglicerídeos (vão para a corrente sanguínea) e ácidos graxos (vão para o fígado e formam corpos cetônicos) > provocando acidose metabólica pelo acúmulo de cetonas que consomem bicarbonato (ânion gap)

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4
Q

Alterações na fisiopatologia da CAD (4)

A
  • Liberação de mediadores inflamatórios, principalmente no abdome superior (vasodilatação do leito esplânico), levando a náusea, vômitos, dor abdominal, etc
  • Fatores pró-coagulantes
  • Pancreatite por hipertrigliceridemia
  • Lesão com hipoperfusão renal (lesão pré-renal) causada pela desidratação
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5
Q

Fisiopatologia do estado hiperosmolar hiperglicêmico (EHH)

A

Por diabéticos tipo 2 terem produção de insulina, impede o excesso de lipólise, então impede excesso de quebra de ácidos graxos então não tem CAD

Por resistência insulina periférica > há um aumento bem maior da glicose circulante > que aumenta osmolaridade no sangue, maior viscosidade > gera também eliminação de glicose na urina e profunda desidratação (a partir de HGT 160 já pode ter glicosúria, na EHH, HGT > 600)

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6
Q

Fatores desencadeantes de hiperglicemias (5)

A
  • Infecção
  • Má aderência ou descontinuação do tratamento
  • Primodescompensação
  • Medicamentos como corticoides
  • Fatores de estresse como trauma, cirurgia, gravidez
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7
Q

Apresentação clínica da CAD

A
  • 20-29 anos
  • Instalação abrupta
  • Poliuria, polidipsia, polifagia…
  • pH < 7,30
  • Potássio (K) aumentado > porque o fígado usa o trocador H+ por K+, retendo potássio
  • Dor abdominal, vômitos e hipotensão > estímulo inflamatório e da vasodilatação
  • Sinais de desidratação
  • Taquipneia e respiração de Kussmaul > tentativa de equilibrar o pH fazendo alcalose respiratória
  • Hálito de cetonas
  • Alterações do nível de consciência > pela acidemia, vasodilatação ou má perfusão
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8
Q

Por que a CAD faz taquipneia e respiração de Kussmaul?

A

Porque com a acidose metabólica, o corpo tende a compensar o desequilibrio AB, com o metabolismo secundário, fazendo taquipneia para promover alcalose respiratória, com a diminuição da pCO2.

O tipo respiratório de Kussmaul é característico da CAD, ele se eleva atingindo um platô, depois diminui e atinge outro platô, assim sucessivamente

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9
Q

Por que na CAD há aumento do potássio?

A

Porque no fígado há um trocador H+/K, por excretar H+, tende a acumular potássio

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10
Q

Apresentação clínica do EHH

A
  • Idade > 50 anos
  • História mais insidiosa de dias a semanas
  • Desidratação muito intensa
  • Poliuria, polidipsia, polifagia…
  • pH > 7,30
  • Rebaixamento do nível de consciencia importante pela alteração da osmolaridade
  • Potássio (K) normal ou diminuido

Não tem acidose, hálito cetônico, alteração respiratória ou sinais de inflamação intestinal

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11
Q

Diagnóstico de CAD e EHH é clínico ou laboratorial?

A

Laboratorial, apesar de os critérios diagnósticos serem incertos e os achados laboratoriais nem sempre fidedignos, por isso a importância de associar a clínica

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12
Q

Critérios diagnósticos da CAD

A
  1. Glicemia > 250mg/dL
  2. pH arterial < 7,3
  3. Cetonemia ou cetonúria fortemente positiva > cetonemia é a presença no sangue, difícil ter nos serviços apesar de ser melhor, por isso se usa mais a avaliação de cetonas na urina

Algumas referências usam glicemia > 200, porque pode abrir a CAD com glicemias menores no paciente controlado

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13
Q

Critérios diagnósticos de EHH

A
  1. Glicemia > 600 mg/dL (na HGT aparece HI quando passa de 600)
  2. pH arterial > 7,3
  3. Osmolaridade sérica efetiva > 320
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14
Q

Como calcular osmolaridade em caso de EHH? Qual o valor de referência?

A

Osmolaridade = 2 x Na + (glicose/18)

VR = 280 a 295

OBS: lembrar de corrigir o sódio!

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15
Q

Exames para solicitar na hiperglicemia e frequência de cada um deles (6)

A
  • Gasometria arterial > na admissão e de 2/2h
  • Glicemia de 1/1h
  • Sumário de urina > buscar cetonúria
  • Hemograma > infecção é a causa mais comum
  • Ionograma > avaliar sódio e potássio (muito importante)
  • Eletrocardiograma > para excluir infarto
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16
Q

Cálculo do sódio corrigido

A

Na (aferido) + 1,6 x [(glicose - 100) / 100]

17
Q

Tratamento hiperglicemia

A
  • Hidratação
  • Insulinoterapia > concomitante à hidratação
  • Repor eletrólitos necessários
18
Q

Explique a hidratação na hiperglicemia

A

Fase 1: Expansão rápida (corrigir hipotensão ou choque) > SF 0,9% a 1.500mL na 1a hora

Se o paciente se mantiver gravemente desidratado, manter NaCl 1L/h + considerar fazer drogas vasoativas

Se desidratação leve a moderada, manter a conduta…
Fase 2: manutenção da hidratação (depende do valor do sódio corrigido)
- Se sódio > 135: fazer soro com NaCl a 0,45% cerca de 6L a cada 24h
- Se sódio < 135: manter NaCl 0,9%

Fase 3: evitar hipoglicemia (efeito reverso)
- Iniciar essa fase quando a glicemia chegar a 250-300
- Manter a hidratação, porém associar a glicose: SG 5% + NaCl 250mL/h

19
Q

Por que a fase 3 de hidratação na hiperglicemia deve-se fazer glicose?

A

Porque a glicose é um dos primeiros critérios que normaliza, diferente do pH e eletrólitos, então deve-se manter o tratamento, mas evitando a hipoglicemia

20
Q

Explique a função da insulinoterapia na hiperglicemia

A
  • Bloqueia a cetogênese (inibe a lipólise)
  • Corrige a hiperglicemia
21
Q

Qual a CONTRAINDICAÇÃO de insulinoterapia em paciente com emergência hiperglicêmica?

A

Se o potássio estiver abaixo de 3,3 precisa repor primeiro!

25mEq de K em 1h até atingir 3,3

22
Q

Explique a insulinoterapia no paciente com hiperglicemia

A

Dose inicial: 0,1U/Kg em bolus, seguida de 0,1U/Kg/h.

Depois: Solução 100U insulina regular proporcional a 100ml SF (1U/ml)

Deve diminuir entre 50 e 70mg/dL a cada hora, se:
- Diminuir menos de 50: dobrar a dose
- Se diminuir mais de 70: diminuir pela metade

23
Q

Quando suspender a insulina na CAD? E na EHH?

A

CAD deve ter dois dos três parâmetros abaixo:
- Ânion gap ≤ 12
- Bicarbonato ≥ 15
- pH > 7,3
(alguns autores adicionam glicemia < 200mg/dL)

EHH deve preencher os parâmetros:
- Glicemia entre 250-300
- Osmolaridade < 310
- Paciente alerta (avaliação subjetiva)

Atenção:
Durante insulinoterapia, avaliar glicemia de 1/1h e gasometria 2/2h. Se potássio < 3,3, suspender insulinoterapia

Quando for suspender a insulina, fazer mais 10U de insulina antes de desligar a BIC, para evitar hiperglicemia posterior

24
Q

Cálculo de ânion gap

A

Ânion gap = Na - (Cl + HCO)

25
Q

Explique a reposição de potássio na CAD

A
  • Se K < 3,3: Não fazer insulinoterapia, infundir 25mEq de KCl 19,1% a cada 1L de SF. Checar potássio a cada 1h
  • Se K estiver entre 3,3 e 5,2: Iniciar insulinoterapia, com soro fisiológico associado a 10-20mEq de KCl para manutenção. Checar K a cada 2h
  • Se K > 5,2: Não administrar potássio, checar a cada 2h
26
Q

Reposição de potássio, bicarbonato e fósforo no manejo da hiperglicemia

A

Potássio: importante dosar para manter sempre acima de 3,3. Se necessário fazer 25mEq de KCl

Bicarbonato: se hipopotassemia e pH < 7,3, fazer 100ml em 1-2h. Mas nem todos apoiam

Fósforo: se < 1,0, utilizar 25mEq de fosfato de potássio (substitui o KCl nesse caso)

27
Q

Complicações possíveis da CAD ou EHH

A
  • Hipoglicemia > causada por tratamento sem compensação de glicemia
  • Hipocalemia (baixa de potássio) > cuidado com a insulinoterapia, porque baixa potássio
  • Hiperglicemia > secundária à cessação precoce de insulina
  • Tromboembolismo
  • Congestão pulmonar
  • Edema cerebral
  • Pancreatite
28
Q

Se paciente chega no PS com hiperglicemia e você não tem gasometria no serviço, o que fazer?

A

Iniciar infusão de 1,5L/h de SF0,9%, pedir vaga em serviço especializado, a depender da evolução, solicitar vaga de UTI

Precisa de suporte, porque:
- Não pode iniciar insulina sem medir potássio
- Não pode definir segunda fase da hidratação sem medir sódio
- Não se pode quantificar gravidade sem avaliar pH e bicarbonato (ânion gap) ou osmolaridade

29
Q

Tratamentos possíveis na hipoglicemia:

A
  • Carboidrato VO > se pouco sintomático
  • ⁠⁠15-20g de glicose (max 50g), cada ampola de 10ml tem 50% de glicose, ou seja, 5ml de glicose
  • Glucagon > caro, só em caso de extrema necessidade
  • Tiamina associado a glicose > Se paciente etilista, hepatopatia ou desnutrido
30
Q

Em caso de PT nas festas se faz um soro amarelo, explique

A

Faz glicose + vitamina do complexo B, pq são tiaminas, ajudam na reposição de glicose

31
Q

Diagnostico hipoglicemia

A

Glicemia < 50 mg/dL (em pacientes já diabéticos, considerar 70mg/dL)

32
Q

Tríade de Whipple da hipoglicemia

A
  • Hipoglicemia laboratorial
  • Sintomas de hipoglicemia
  • Melhora nos sintomas pós administração de glicose