Avaliação Pré-Operatória Flashcards
Para que serve a avaliação pré-operatória?
Serve para avaliar se o paciente possui um risco inerente à cirurgia do ponto de vista cardiovascular.
Quando se deve fazer?
A qualquer procedimento cirúrgico e
todos os exames invasivos.
Como é feita?
Anamnese + Exame Físico
ANAMNESE:
- doença de base que indicou o procedimento cirúrgico (risco e o local
do procedimento, a disponibilidade de suporte técnico de pessoal e de equipamentos, o tipo de anestesia, o tempo
cirúrgico estimado e a necessidade de transfusão);
- idade, sexo;
- tipo sanguíneo;
- sorologia positiva para vírus C;
- estado psicológico/psiquiátrico;
- antecedentes cirúrgicos ou anestésicos
EXAME FÍSICO
- alterações de pulsos arteriais ou sopro carotídeo;
- presença de turgência jugular (indica algo que desenvolver edema pulmonar no
pós-operatório) + presença de edema em MMII (bilateral);
- Presença de 3ª bulha (mal prognóstico -> risco aumentado de edema pulmonar, infarto do miocárdio ou morte cardíaca);
É obrigatório pedir exames?
Nenhum exame é obrigatório na avaliação pré-operatória. Mas eles são PRUDENTES de se pedir.
Quais exames pedir?
- HEMOGRAMA: analisar risco de necessidade transfusão sanguínea.
- GLICEMIA: avaliar se há descompensão em ppacientes diabéticos.
- CREATININA: avaliar função renal.
- COAGULOGRAMA: analisar se pacientes não corre nenhum risco de hemorragia grave por distúrbio coagulatório.
Como é organizado o algoritmo de Lee?
Ele considera fatores de risco principais:
1 - Tipo de cirurgia: Cirugia intraperitonial, intravitária ou vascular suprainguinal.
2 - DAC
3 - ICC
4 - Doença cerebrovascular
5 - DM em insulinoterapia
6 - Creatinina pré-operatória > 2 mg/dL
São classificadas em BAIXO, MODERADO e ALTO risco, sendo que cada critério vale 1 ponto.
O que considera a cirurgia intracavitária ou vascular?
São cirurgias de alto risco, pois possuem uma alta complexidade e longa duração (abrem cavidades e grandes vasos).
As que pontuam são:
- Pneumonectomia
- Apendicectomia
- Aneurisma de aorta
O que considera a DAC?
Investiga-se a possibilidade de o paciente já ter tido um quadro de infarto anteriormente.
Se tiver: não precisa pedir ECG e PONTUA.
Faz-se teste provocativo de isquemia alterado:
- Cintilografia
- Teste de estresse físico/químico
Questiona-se uso de nitratos e de internações.
Analisar se há presença de “onda Q” no ECG (indica que a pessoa já infartou antes).
OBS: O ECG é recomendado para TODOS, independentemente se tiverem sintomatologia ou não.
O que considera a ICC?
Sinais de congestão. São eles:
* Dispneia desproporcional a atividade realizada
* Cansaço progressivo
* Dispneia paroxística noturna
* Edema de membros inferiores
* Tonturas e desmaios
* Histórico de HAS
Além disso, no exame físico: presença de ESTERTORES FINOS OU CREPITANTES na ausculta pulmonar e a presença de B3 na ausculta cardíaca. Também RAIO X DE TÓRAX COM CONGESTÃO.
OBS: o MAIS PRUDENTE de se CORRIGIR antes do tratamento cirúrgico é a INSUCICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA, ou seja, compensar com diuréticos.
O que considera a doença cerebrovascular?
Avalia-se se o paciente já teve AVC/AIT.
O que considera a DM em uso de insulinoterapia?
Pacientes que faz uso de insulina têm um ALTO risco de HIPOGLICEMIA no pós-operatório imediato.
O que considera a creatinina > 2 mg/dL?
Quando chega a esse valor, significa que já há COMPROMETIMENTO HEMODINÂMICO. É um exame OBRIGATÓRIO para esse grupo, mas essa obrigatoriedade pode ser facultada para os MENORES DE 40 ANOS ASSINTOMÁTICOS.
Como se classifica o algoritmo de Lee?
- Até 1 fator -> BAIXO risco
- 2 ou mais fatores (SEM ser ANGINA ou ICC) -> risco INTERMEDIÁRIO: Sugere-se realizar a avaliação pré-operatória por um segundo algoritmo.
- 2 ou mais fatores (COM ser ANGINA ou ICC) -> ALTO risco: Sugere-se maior tempo em UTI e ECG após a cirurgia, solicitar a avaliação de um especialista.
O que fazer no caso de o paciente apresentar Insuficiência Cardíaca?
Não se deve cancelar a cirurgia, o máximo seria analisar a possibilidade de ADIAR o procedimento.