Analgésicos não opioides Flashcards

1
Q

Qual o mecanismo de ação dos AINEs e quais os tipos e funçao das enzimas inibidas por eles?

A

Os AINEs inibem a enzima COX, que catalisa a conversão do ácido araquidônico em prostaglandinas inflamatórias envolvidas na hiperalgesia central e periférica.
As prostaglandinas também apresentam muitas funções fisiológicas, incluindo proteção da mucosa gástrica, vasodilatação intrarrenal, broncodilatação, vasodilatação e inibição da agregação plaquetária
A COX apresenta duas isoformas. A COX-1 é constitutiva e atua como mediadora na agregação plaquetária, hemostasia e proteção da mucosa gástrica. A COX-2 tem papel importante na nocicepção, e sua expressão aumenta durante períodos de inflamação.

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2
Q

Qual o mecanismo de ação, vantagens e desvantagens dos coxibes?

A

Os coxibes inibem seletivamente a COX-2 e são tão efetivos quanto os AINEs não seletivos no alívio da dor, porém com menores efeitos colaterais (complicações gastrintestinais e mínima alteração plaquetária), mas seu uso a longo prazo está relacionado a aumento da incidência de eventos cardiovasculares.

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3
Q

Quando o risco de dano renal está aumentado ao se usar AINEs?

A

O risco de dano renal está aumentado em caso de insuficiência renal preexistente, hipovolemia, sangramento agudo, hipotensão e se houver uso concomitante de outros fármacos nefrotóxicos (aminoglicosídeos, diuréticos, inibidores da enzima de conversão da angiotensina [IECAs] e antagonistas de receptores da angiotensina [ARAII])

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4
Q

Mecanismo de toxicidade gástrica dos AINES

A
  • Lesão aguda gastroduodenal e sangramento podem ocorrer mesmo com o uso a curto prazo (consequência da inibição das prostaglandinas citoprotetoras da mucosa gástrica e também do efeito tópico irritante no epitélio gástrico)
  • O efeito dos AINEs sobre a agregação plaquetária também favorece o sangramento de úlceras preexistentes
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5
Q

Quando o risco de toxicidade gástrica está aumentado com o uso de AINES?

A

• O risco aumenta em caso de história de úlcera péptica, uso concomitante de corticoides, altas doses de AINEs, uso de anticoagulantes, doença sistêmica, fumo, consumo de álcool e infecção por Helicobacter pylori

Se o uso for necessário em pacientes com fatores de risco, deve-se prescrever junto um inibidor de bomba

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6
Q

Qual o mecanismo de toxicicidade hematológica dos AINEs

A

O ácido araquidônico é convertido em endopeptídeos que são transformados em tromboxano (TXA2) nas plaquetas e em prostaciclina (PGI2) no endotélio. O TXA2 funciona como ativador plaquetário, tendo propriedades vasoconstritoras, e a PGI2, como inibidor plaquetário, possuindo ação vasodilatadora. A atividade plaquetária resulta do equilíbrio dessas duas prostaglandinas. As plaquetas são vulneráveis à inibição irreversível promovida pelo ácido acetilsalicílico (AAS) via COX (redução do TXA2), porque, diferentemente das outras células, não conseguem regenerar essa enzima. O efeito plaquetário persiste durante todo o tempo de meia-vida plaquetário (7-10 dias). Em contraste, os AINEs inibem de forma reversível a COX e causam uma redução apenas transitória na formação do TXA2, que cessa após a eliminação do fármaco.

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7
Q

Mecanismo e eventos de toxicidade cardiovasculares com AINES?

A

Os AINEs e os coxibes podem causar aumento da incidência de eventos trombóticos, infarto miocárdico e acidente vascular encefálico. Esse efeito foi identificado de forma mais marcada com os coxibes. O desequilíbrio entre a produção de PGI2 e TXA2 parecer ser o mecanismo responsável pela gênese da trombose. Ambas as classes podem levar ao desenvolvimento de hipertensão ou piorar a doença existente.

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8
Q

Mecanismo de toxicicidade cardiovascular dos coximibes?

A

Os coxibes, diferentemente do AAS, que inibe a atividade das duas isoformas (COX-1 e COX-2), reduzindo tanto a PGI2 como o TXA2, inibem a produção de PGI2 sem afetar a produção de TXA2 plaquetário. A administração prolongada de coxibes promove redução persistente da PGI2 e aumento dos níveis pressóricos com desenvolvimento precoce de aterosclerose

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9
Q

Qual o AINEs com menor risco cardiovascular

A

NAPROXENO

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10
Q

Toxicidade óssea dos AINES?

A

Possibilidade de efeitos deletérios na osteogênese e na fusão espinal
O risco de ocorrência de efeitos adversos é maior quando se utilizam doses altas e por períodos prolongados. Da mesma forma, o risco é maior em idosos.

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11
Q

Mecanismo do paracetamol

A

Diferente dos opioides, o paracetamol não possui nenhum lugar de ligação endógeno e, diferente dos AINEs, não inibe a COX periférica. Seu efeito antinociceptivo central ocorre via ativação do sistema canabinoide e serotonérgico e inibição do óxido nítrico.
efeito antipirético por ação direta no centro termorregulatório do hipotálamo mediante inibição da ação de pirógenos endógenos.
O paracetamol apresenta fraca atividade anti- -inflamatória periférica, pouco impacto na função plaquetária e pouco efeito gastrintestinal.

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12
Q

Toxicidade do paracetamol e o quando deve ser usado c cautela

A

Tem potencial de hepatotoxicidade com doses excessivas. Deve ser usado com cautela e com redução de doses em pacientes com doença hepática ativa, emagrecidos ou que apresentam consumo pesado de álcool

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13
Q

Potência do paracetamol

A

o paracetamol tem menor efetividade do que os AINEs para a redução da dor pós-operatória. A combinação de AINEs com paracetamol é claramente mais efetiva do que o paracetamol sozinho para o alívio da dor

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14
Q

Dose máxima paracetamol

A

A dose máxima em adultos de 70 kg, tanto oral como intravenosa, é de 1 g, de 4/4 horas ou de 6/6 horas, não excedendo 4 g ao dia.

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15
Q

Efetividade da dipirona

A

No contexto da dor aguda, possui a mesma eficácia que os AINEs, podendo ser ainda mais efetiva na dose de 1 g.

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16
Q

Mecanismo da dipirona

A

O seu mecanismo de ação, apesar de ainda não totalmente conhecido, incorpora ações centrais e periféricas, com ativação do sistema opioide endógeno descendente, além da inibição de prostaglandinas

17
Q

Dose dipirona

A

As doses recomendadas são de 30 mg/kg, IV, a cada 6 horas. A dose via oral é de 0,5 a 1 g, a cada 6 horas.

18
Q

Efeitos colaterais dipirona

A

Apresenta pouquíssimos efeitos gastrintestinais, cardiovasculares ou renais. Seus efeitos colaterais mais comuns são a redução da pressão arterial e reações alérgicas. A agranulocitose, seu efeito colateral mais temido, é muito rara

19
Q

Mecanimos gabapentinoides

A

A gabapentina e a pregabalina são análogos estruturais do ácido γ-aminobutírico. Ligam-se na subunidade α2 dos canais voltagem-dependente de cálcio e têm efeito estabilizador de membrana neuronal. Embora o uso dos gabapentinoides nos quadros de dor crônica tenha iniciado há mais de uma década, o interesse na dor aguda é recente.

20
Q

Efeitos colaterais gabapentinoides

A

Seus efeitos colaterais incluem sedação, tonturas e distúrbios visuais. As doses devem ser reduzidas na insuficiência renal crônica (IRC)

21
Q

Indicação gabapentinoides

A

De preferência, devem ser administradas ao menos duas horas antes do procedimento para pacientes com risco de desenvolver quadro de dor aguda intensa pós-operatória (p. ex., usuários crônicos de opioide), pacientes que vão experimentar dor prolongada pós-operatória (p. ex., toracotomias) ou aqueles com risco de desenvolver quadros de dor crônica após a cirurgia. A gabapentina apresenta evidência mais robusta de efetividade do que a pregabalina

22
Q

Mecanismo dexcamedetomidina

A

A dexmedetomidina é um medicamento α2-agonista com propriedades sedativas, analgésicas, simpaticolíticas e ansiolíticas. Ativa receptores α2 na medula espinal, modulando e reduzindo a sinalização nociceptiva (inibe a liberação de substância P, causa hiperpolarização e redução da atividade dos neurônios do corno dorsal da medula). Também diminui a liberação de catecolaminas e a reposta simpática ao trauma cirúrgico, além de reduzir o consumo de outros fármacos

23
Q

Indicação dexcometidina

A

Tem indicação para pacientes com risco de hipoventilação no pós-operatório, pois seu mecanismo de sedação ocorre via ação subcortical, inibindo a liberação de noradrenalina do locus ceruleus e a consequente ativação de circuitos excitatórios.
• Pacientes que realizaram procedimentos associados a dor de difícil controle sem a possibilidade de anestesia regional; • Cirurgias de cabeça e pescoço na presença de via aérea difícil, nas quais a manutenção de intubação pós-operatória se faz necessária; • Pacientes em uso crônico de opioides; • Obesidade mórbida e apneia do sono, devido ao maior risco de depressão respiratória associada aos opioides

24
Q

Mecanimos quetamina

A

A cetamina é um antagonista do receptor N-metil- -D-aspartato (NMDA), usada como agente anestésico.