Amenorreia Flashcards
O que é amenorreia secundária e como é definida?
Amenorreia secundária é a ausência de menstruação por pelo menos três ciclos consecutivos em mulheres com ciclos menstruais regulares prévios durante a menacme, ou ausência de menstruação por seis meses em mulheres com ciclos irregulares.
Quais são os critérios para amenorreia primária?
Amenorreia primária é definida como a ausência da menarca, ou seja, a ausência do primeiro período menstrual.
Quais condições são consideradas fisiológicas em relação ao sangramento menstrual diminuído?
O sangramento menstrual diminuído é considerado fisiológico na infância, na pós-menopausa, na gestação ou puerpério.
Como é dividida a hipomenorreia e qual é a diferença entre oligomenorreia e atraso menstrual?
Hipomenorreia é a redução nos dias de duração ou no fluxo menstrual. Oligomenorreia é a redução na frequência das menstruações, com intervalos maiores que 35 dias, enquanto o atraso menstrual é a ausência da menstruação por período inferior a três ciclos.
O que é criptomenorreia e quais são algumas possíveis causas?
Criptomenorreia é quando o sangramento menstrual não se exterioriza devido a alterações do trajeto de saída, como agenesia de colo, hímen imperfurado ou septo transverso.
Como a amenorreia é classificada em relação à sua ocorrência na vida de uma mulher?
A amenorreia é classificada em primária, quando incide em uma paciente que nunca menstruou, e secundária, quando acomete mulheres que já apresentaram ciclos menstruais.
Como é definida a hipomenorreia?
Hipomenorreia é definida como a redução nos dias de duração ou no fluxo menstrual.
Quais são os critérios para diagnosticar a amenorreia primária?
A amenorreia primária é diagnosticada quando há ausência de menstruação aos 14 anos associada à falha no desenvolvimento sexual (ausência de características sexuais secundárias) ou ausência de menstruação aos 16 anos, mesmo com desenvolvimento sexual normal.
quais são os critérios para diagnosticar a amenorreia secundária?
A amenorreia secundária é diagnosticada quando há ausência de menstruação por seis meses ou pelo período equivalente a três ciclos.
O que é menstruação e qual é o seu papel no ciclo menstrual?
A menstruação é a eliminação cíclica do endométrio e corresponde ao epílogo de uma longa cadeia de eventos que se inicia no sistema nervoso central. Seu papel é preparar o leito de implantação do ovo caso ocorra a concepção.
Qual é o estímulo principal para o funcionamento hormonal feminino e onde ele tem origem?
O estímulo principal para o funcionamento hormonal feminino tem origem no hipotálamo e é influenciado pelos meios endógeno e exógeno, por meio da secreção pulsátil do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH).
Como o hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) influencia o ciclo menstrual?
O GnRH estimula, através da circulação porta-hipofisária, a secreção das gonadotrofinas pela hipófise anterior: o hormônio folículo estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH).
Quais são as gonadotrofinas secretadas pela hipófise anterior e qual é o papel delas no ciclo menstrual?
As gonadotrofinas hipofisárias atuam nos folículos ovarianos, estimulando a produção de estrogênio e progesterona e desencadeando a ovulação, provocada pela elevação súbita dos níveis de estrogênio e LH.
Como os produtos ovarianos (estrogênio e progesterona) afetam o endométrio durante o ciclo menstrual?
Os produtos ovarianos (estrogênio e progesterona) acarretam modificações no endométrio, do tipo proliferativo e secretor, preparando-o para a possível implantação do ovo.
O que desencadeia a ovulação durante o ciclo menstrual?
A ovulação é desencadeada pela elevação súbita dos níveis de estrogênio e LH.
O que acontece no corpo lúteo se não houver fecundação e gravidez durante o ciclo menstrual?
Na ausência de fecundação e gravidez, a secreção de estrogênio e progesterona pelo corpo lúteo cai, levando à desintegração do endométrio e do seu estroma de sustentação, resultando no sangramento menstrual.
O que é hemorragia de privação e quando ocorre?
Hemorragia de privação é a perda sanguínea desencadeada pela diminuição dos níveis hormonais e ocorre quando não há fecundação e gravidez.
Quais são as características fundamentais para que a menstruação ocorra?
Para que a menstruação ocorra, é fundamental que o eixo hipotálamo-hipófise-ovário esteja em funcionamento, que o endométrio seja responsivo aos estímulos hormonais e que o trato de saída esteja pérvio para a exteriorização do sangramento.
Quais são os mecanismos de controle da sequência de eventos no ciclo menstrual?
Os mecanismos de controle incluem mecanismos de retroalimentação positivos e negativos, que podem ser influenciados por estímulos exógenos, endógenos e alterações psíquicas.
Quais são os fatores que podem alterar a regularidade do ciclo menstrual?
Estímulos exógenos, endógenos e alterações psíquicas podem alterar o sincronismo do eixo hipotálamo-hipófise-ovário e intervir na regularidade do ciclo menstrual, causando oligomenorreia ou amenorreia.
Quando o sistema hormonal feminino começa a atuar de forma integrada e quais são os sinais disso?
O sistema hormonal feminino começa a atuar de forma integrada na puberdade, quando aparecem os caracteres sexuais secundários, pela ação de hormônios ovarianos e adrenais. A presença ou ausência dos caracteres sexuais é de grande importância na investigação da amenorreia, sobretudo na primária, pois reflete o status hormonal da paciente.
Quais são os compartimentos principais que agrupam as principais causas da ausência de menstruação?
Os compartimentos principais são:
Compartimento I: desordens do trato de saída do fluxo menstrual (uterovaginais).
Compartimento II: desordens gonádicas (ovarianas).
Compartimento III: desordens hipofisárias.
Compartimento IV: desordens hipotalâmicas.
Por que as divisões em compartimentos são feitas e como elas facilitam o entendimento das afecções relacionadas à ausência de menstruação?
As divisões em compartimentos são feitas para facilitar o entendimento das afecções relacionadas à ausência de menstruação, permitindo uma abordagem mais sistemática e específica para cada tipo de desordem.
Além das desordens nos compartimentos uterovaginais, ovarianas, hipofisárias e hipotalâmicas, quais outros sistemas podem interferir na menstruação?
Além das desordens nos compartimentos uterovaginais, ovarianas, hipofisárias e hipotalâmicas, a ausência de menstruação também pode ser parte de quadros sistêmicos causados por interferência da tireoide, adrenais, fígado e metabolismo periférico.
Qual é o primeiro passo na investigação da amenorreia primária e por que é importante?
O primeiro passo é a avaliação do desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários femininos, pois isso permite sistematizar a propedêutica. O desenvolvimento mamário indica ação estrogênica e funcionamento ovariano.
Qual é o segundo passo na investigação e como ele é realizado?
O segundo passo consiste na verificação da normalidade do restante da anatomia, especialmente a presença de útero. Isso é feito através de exame físico minucioso, ultrassonografia pélvica e/ou ressonância magnética.
O que pode ser identificado durante o exame físico na investigação da amenorreia primária?
Durante o exame físico, podem ser identificadas anormalidades no desenvolvimento da genitália externa, virilização, hematocolpo e estigmas de Turner.
Quais são os passos subsequentes na investigação da amenorreia primária, se o útero e a vagina estiverem presentes?
Os passos subsequentes incluem descartar gravidez, afastar a criptomenorreia, verificar a normalidade do restante da anatomia e seguir o mesmo protocolo de investigação das amenorreias secundárias, se a anatomia for normal.
O que é recomendado em casos de virilização na investigação da amenorreia primária?
Em casos de virilização, é recomendável avaliar as adrenais e ovários através de dosagens hormonais, exames de imagem e cariótipo.
Quais são as principais causas de amenorreia primária sem desenvolvimento sexual secundário (hipogonadismo) com elevação das gonadotrofinas?
A principal causa é a disgenesia gonadal, sendo que, dentro dos casos de disgenesia gonadal, a síndrome de Turner é a mais comum.
Quais são as principais causas de amenorreia primária com hipogonadismo hipogonadotrófico?
A principal causa é o hipogonadismo hipogonadotrófico idiopático.
Qual é a primeira conduta na investigação das amenorreias secundárias e por que é importante?
A primeira conduta é a exclusão de gravidez, pois é uma causa comum de amenorreia secundária e tem implicações importantes no manejo clínico subsequente.
O que é dosado após a exclusão de gravidez na investigação das amenorreias secundárias e por que?
Após a exclusão de gravidez, são dosados a prolactina e o hormônio tireotrófico (TSH) devido ao baixo custo e simplicidade. Valores séricos elevados desses hormônios direcionam a investigação para as causas de hipotireoidismo primário e/ou hiperprolactinemia.
Qual é o objetivo da dosagem do TSH na investigação das amenorreias secundárias?
O objetivo é detectar o hipotireoidismo subclínico, encontrado em pequeno número de pacientes amenorreicas e/ou com galactorreia. O TRH (fator liberador do hormônio tireotrófico) estimula a produção de prolactina, justificando a necessidade de avaliação dos níveis de TSH.
Quais são os sintomas indicativos de função inadequada da tireoide?
História de letargia, intolerância ao frio, lassidão, ganho de peso, retenção hídrica, constipação, pele seca, rouquidão, edema periorbital e cabelos quebradiços podem ser indicativos de função inadequada da tireoide.
Quais são os achados físicos que podem indicar necessidade de investigação adicional da função da tireoide?
Achados físicos como aumento da fase de relaxamento dos reflexos tendinosos profundos, cardiomegalia, derrames pleurais ou pericárdicos ou edema periférico podem indicar necessidade de investigação adicional da função da tireoide.
Por que a dosagem do TSH é justificada na investigação das amenorreias secundárias?
A dosagem do TSH é justificada pelo rápido diagnóstico, pelo simples manejo terapêutico e pelo conforto proporcionado à paciente após a remissão dos sintomas do hipotireoidismo subclínico.
Quais são os possíveis efeitos do hipertireoidismo na menstruação?
O hipertireoidismo pode causar aumento dos estrogênios circulantes, retrocontrole hipotalâmico anormal, aumento persistente de LH e consequente anovulação, levando eventualmente à amenorreia.
Como o hipotireoidismo pode causar amenorreia secundária?
O hipotireoidismo pode causar amenorreia secundária através de um mecanismo em que a redução nos níveis circulantes de tireoide provoca aumento compensatório no hormônio hipotalâmico liberador da tireotrofina (TRH), que, por sua vez, aumenta a secreção de prolactina. O aumento da prolactina circulante resulta em alterações na secreção de GnRH, interrompendo a secreção gonadotrófica cíclica normal e impedindo a ovulação.
Como a amostra de prolactina deve ser coletada para evitar resultados falsamente elevados ou baixos?
A amostra de prolactina deve ser coletada preferencialmente no meio da manhã, não após situações de estresse, punção venosa prévia, ingestão de alimentos, estimulação mamária ou exercício físico. Isso ocorre porque essas situações podem aumentar os níveis de prolactina, levando a resultados falsamente elevados ou baixos.
Quais são as situações que podem interferir nos níveis séricos de prolactina e como elas podem afetar os resultados dos exames?
Duas situações que podem interferir nos níveis séricos de prolactina são a macroprolactinemia e o efeito gancho. A macroprolactinemia pode levar a resultados falsamente elevados na medida da prolactina, enquanto o efeito gancho decorrente do excesso de prolactina pode levar a resultados falsamente baixos.
Como é possível diferenciar entre a prolactina monomérica e as formas menos ativas (dimérica ou polimérica)?
A diferenciação entre a prolactina monomérica e as formas menos ativas (dimérica ou polimérica) pode ser realizada através da dosagem da prolactina após precipitação por polietilenoglicol.
Como a hiperprolactinemia promove amenorreia e como pode ser tratada?
A hiperprolactinemia promove amenorreia pela inibição da secreção pulsátil do GnRH. Pode ser tratada com o uso de agonistas da dopamina, como a bromocriptina e a cabergolina, que inibem a secreção de prolactina. Estes medicamentos são eficazes porque a dopamina constitui o principal fator inibidor da prolactina.
Quais são os fatores que liberam prolactina e quais são os fatores que a inibem?
Fatores liberadores de prolactina incluem o hormônio de liberação da tireotrofina (TRH), hormônio de liberação da gonadotrofina (GnRH), 17 b-estradiol, serotonina, histamina, peptídio intestinal vasoativo, substância P, encefalinas, b-endorfinas e opioides. Os fatores inibidores da prolactina incluem ácido gama-aminobutírico, ácido piroglutâmico, dopamina e somatostatina.
Onde são produzidos e liberados os neurônios liberadores de dopamina e qual é o seu efeito no sistema porta-hipofisário?
Os neurônios liberadores de dopamina são produzidos no núcleo arqueado e liberados na zona externa da eminência mediana. Quando liberada no sistema porta-hipofisário, a dopamina inibe a liberação de prolactina na hipófise anterior.
O que pode resultar em hiperprolactinemia relacionada à dopamina e onde podem se originar as lesões que bloqueiam sua liberação?
Qualquer tumor que bloqueie a liberação de dopamina pode resultar em hiperprolactinemia. Essas lesões podem se originar na área suprasselar, na hipófise, no pedículo infundibular, bem como em várias outras estruturas adjacentes, como osso, encéfalo, nervos cranianos, dura-máter, leptomeninges, nasofaringe e vasos adjacentes.
Qual é a anormalidade radiológica comum encontrada em mais de um terço das mulheres com hiperprolactinemia e qual é o risco de progressão associado a ela?
Em mais de um terço das mulheres com hiperprolactinemia, é encontrada uma anormalidade radiológica compatível com um microadenoma. Os microadenomas raramente progridem para macroadenomas, e estima-se que o risco de progressão seja de aproximadamente 7%.
Qual é o tipo mais comum de tumor hipofisário funcionante e qual é o efeito da secreção exagerada desse tumor?
Os prolactinomas são os tumores hipofisários funcionantes mais comuns. A secreção exagerada de prolactina por esses tumores determina galactorreia, por estimulação do tecido mamário, e amenorreia, por inibição da secreção de GnRH.
O que é recomendado em caso de níveis elevados de prolactina e por quê?
Em caso de níveis elevados de prolactina, é recomendada a realização de Ressonância Magnética (RM) de hipófise para identificar um possível prolactinoma após a exclusão de outras causas secundárias de hiperprolactinemia.
O que são microprolactinomas e qual é o tratamento indicado na apresentação de amenorreia?
Microprolactinomas são tumores hipofisários com dimensões inferiores a 10 mm que acometem mais frequentemente o sexo feminino do que o masculino. Na apresentação de amenorreia, está indicado o tratamento clínico com agonistas dopaminérgicos, pois a dopamina inibe a síntese de prolactina.
Quais são os fármacos mais utilizados no manejo terapêutico de microprolactinomas e qual é a taxa de regressão tumoral observada com esses tratamentos?
Os fármacos mais utilizados no manejo terapêutico de microprolactinomas são a bromocriptina e a cabergolina. Nas pacientes tratadas, a regressão tumoral é evidenciada em cerca de 90% dos casos.
Como deve ser iniciado o tratamento com bromocriptina e quais são seus principais efeitos colaterais?
O tratamento com bromocriptina deve ser iniciado na dose mais baixa possível (2,5 mg por dia), com aumentos progressivos até a dose efetiva. Seus principais efeitos colaterais são cefaleia, tonturas, hipotensão postural, náuseas e vômitos.
Qual é o medicamento de escolha atualmente para o tratamento da hiperprolactinemia e como deve ser iniciado o tratamento com ele?
A cabergolina é considerada o medicamento de escolha atualmente para o tratamento da hiperprolactinemia. Deve ser iniciada na dose de 0,25 mg, duas vezes por semana, com aumento progressivo até a dose efetiva. Seus efeitos colaterais são semelhantes aos da bromocriptina, porém em menor intensidade e frequência.