A Transição como conceito central na enfermagem Flashcards

1
Q

OBJETIVOS DAS TEORIAS DE MÉDIO
ALCANCE

A
  • Descrever, explicar ou prever os fenómenos de interesse para
    a disciplina.
    − Orientar as intervenções de enfermagem.
    − Definir ou aperfeiçoar a componente substantiva da ciência e
    prática de enfermagem.
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2
Q

A ENFERMAGEM E AS TRANSIÇÕES

A

A Enfermagem toma por foco de atenção as respostas humanas às transições, decorrentes de eventos relacionados com processos de saúde-doença e/ou com processos de vida
− A transição é assumida como área de atenção dos enfermeiros quando interfere com a saúde ou quando as respostas à transição são manifestadas através de comportamentos relacionados com a saúde
− As(os) enfermeiras(os) lidam com pessoas que experienciam transições, antecipam transições ou completam transições.”
− Os enfermeiros antecipam, avaliam, diagnosticam e lidam com e ajudam a lidar com as mudanças, promovendo um nível máximo de autonomia e bem-estar.

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3
Q

Conceito de Transição

A

O termo transição tem sido utilizado de diversas formas e em diversas contextos: física (ponto de transição), história
(transição democrática), na antropologia (ritos de transição), na demografia (transição demográfica)…
− Na literatura a palavra transição é frequentemente utilizada para descrever o processo de mudança nas etapas do desenvolvimento ou alterações nas circunstâncias de saúde ou sociais, mais do que as respostas das pessoas à mudança

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4
Q

TRANSIÇÃO: CONCEITO (no âmbito da Teoria
das transições)

A

Todas as transições envolvem mudanças, mas nem todas
as mudanças estão relacionadas com transições.
A transição não é outra palavra para mudança, antes, significa o processo psicológico envolvido na adaptação ao evento de mudança, de modo a incorporá-lo:
* envolve um movimento ou passagem entre dois pontos;
* envolve transformações ou alterações, quer sejam
incorporação, integração ou adaptação;
* envolve um processo de reorientação interior em que a
pessoa aprende a adaptar-se e a incorporar as novas
circunstâncias na sua vida.
A mudança refere-se à situação; a transição à vivência.
A mudança é externa; a transição é interna
corresponde ao modo como a pessoa responde à mudança ao longo do tempo; a pessoa inicia a transição quando necessita de adaptar-se a uma nova situação ou circunstância de modo a integrar a mudança na sua vida.
− corresponde ao processo que engloba tanto o motivo que deu origem à transição como as respostas da pessoa à nova
circunstância.
− O período de tempo em que decorre a transição vai desde a antecipação da transição até que a pessoa atinge um novo
equilíbrio.

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5
Q

Características da transição

A

Processo: O início e o fim da transição não ocorrem
simultaneamente e exigem tempo. Tem pelo menos três etapas: entrada, passagem e saída.
− Desconexão: Exemplos: Perda de pontos de referência
familiares; corte nas relações, nos compromissos; incongruência entre as expectativas passadas e as perceções presentes; e, discrepância entre necessidades e disponibilidade de cuidados
-Perceção: Os significados atribuídos às transições variam entre pessoas, comunidades e sociedades e influenciam os resultados. Para estar em transição a pessoa tem que ter alguma consciência das mudanças que estão a ocorrer.
− Padrões de resposta: Comportamentos observáveis e não
observáveis durante o processo de transição que indicam como está a decorrer.

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6
Q

DESENVOLVIMENTO DA TEORIA DAS
TRANSIÇÕES (como teoria de médio alcance)

A

Observações clínicas de diferentes grupos a quem enfermeiras prestavam cuidados e facilitavam o desenvolvimento de novos papéis tanto para os doentes como para os outros significativos.
− Identificação de semelhanças e diferenças nos grupos e nos cuidados prestados.
− Desenvolvimento de uma intervenção conceptualmente
fundamentada.
− Teste da intervenção na clínica e através de estudos de
investigação.
− Integração dos resultados da investigação e procura de aspetos comuns e temas.
Formular mais perguntas, evidenciar falhas no conhecimento existente e na natureza das transições.
− Revisão cuidada da evidência empírica e das publicações clínicas de enfermagem sobre o conceito de transição.
− Análise dos aspetos comuns e das diferenças na literatura e identificação de conceitos alusivos à natureza das questões sobre a teoria.
− Comunicação e disseminação da teoria a vários níveis.

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7
Q

Modelo Explicativo

A

Modelo explicativo (resultante da análise dos 5 estudos que
tiveram por base o conceito de transição)
Conceitos centrais
* Tipos e padrões de transição
* Propriedades da experiência de
transição
* Condições facilitadoras e
inibidoras da transição
* Indicadores de processo
* Indicadores de resultados
* Terapêuticas de enfermagem

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8
Q

Tipos de Transições

A

Transições desenvolvimentais – relacionadas com eventos de desenvolvimento individual ou familiar. [Ex.: o nascimento, a adolescência, a parentalidade, a menopausa, o envelhecimento e a morte].
− Transições situacionais – desencadeadas por acontecimentos que requerem mudanças espaciais, geográficas, ou mudanças relacionais. [Ex.: assumir o papel de cuidador familiar; imigração, divórcio, perda de um membro da família por morte, institucionalização num lar, etc.].
− Transições saúde/doença – desencadeados pelo diagnóstico de uma doença ou cirurgia. [Ex.: doença aguda ou crónica, inicio da reabilitação, a alta hospitalar, etc.].
Transições organizacionais – mudanças nas políticas, nas
lideranças, bem como na estrutura e dinâmica das organizações [Ex: introdução de novas tecnologias, alterações nas condições ambientais/organizacionais que afetem a vida dos trabalhadores].

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9
Q

Padrões das transições

A
  • As transições não são mutuamente exclusivas.
    − As pessoas podem experienciar múltiplas transições
    simultaneamente, em vez de vivenciar uma única (simples)
    transição.
    − As transições podem ocorrem sequencialmente ou
    simultaneamente, com diferentes graus de sobreposição.
    − As transições podem, ou não, guardar relação entre si
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10
Q

Propriedades das transições

A

Consciencialização: Perceção, conhecimento e reconhecimento de uma experiência de transição.
− O processo de consciencialização implica reconhecer o que mudou e em que medida as coisas estão diferentes; reconhecer que o anterior modo de viver teve um fim.
− A consciencialização, em torno das mudanças que estão a
ocorrer, é essencial para estar em transição.
− Mas a ausência de consciencialização das mudanças não é
sinónimo de não estar a iniciar a transição
A necessidade de consciencializar a transição pode ser
reconhecida antecipadamente pelo enfermeiro, antes mesmo de o cliente tomar consciência da necessidade de se ajustar à nova condição.
− O nível de consciencialização traduz-se pelo grau de congruência entre o que é conhecido sobre o processo, as respostas e as perceções e o conjunto esperado de respostas e de perceções de indivíduos submetidos a transições similares.
Envolvimento (Engagement): Grau com que uma pessoa demonstra estar implicado no processo inerente à transição.
− Traduz a ideia de participação ativa e empenhada no processo de transição.
− Exemplos: procurar informação; reproduzir modelos de
comportamento expectáveis; preparar-se ativamente; modificar comportamentos ativamente.
− O nível de consciencialização influencia o grau de envolvimento.
− O envolvimento pode não acontecer sem consciencialização.
− A condição de saúde da pessoa, os recursos disponíveis e o suporte social são, à semelhança do que se verifica em relação ao nível de consciencialização, fatores que influenciam o nível de envolvimento.
- Mudanças e diferenças: O que muda e fica diferente. As
transições são resultado de mudanças e resultam em mudanças (o que fica diferente).
− A mudança. O que muda engloba diversas dimensões: a natureza da mudança (condição física, condição económica), a temporalidade (momento em que se reconhece a necessidade de
mudar), a importância percebida da gravidade da situação e as normas e expectativas pessoais, familiares e sociais;
− As diferenças manifestam-se quando se confronta a realidade com as expectativas (sentindo-se diferente; ser visto como diferente ou vendo o mundo de outro modo). Exemplo: as mulheres imigrantes encontraram diferenças nos padrões alimentares, linguísticos e sociais.
Espaço temporal da transição O processo de se adaptar ao novo modo de ser e de estar exige um tempo, que decorre entre a rutura com o que era habitual e rotineiro e o viver com as alterações inerentes à transição e o ajustar-se à nova condição, conseguindo alcançar um novo equilíbrio
− A transição tem início com um fim, isto é, a pessoa terá que abandonar os “modos de ser” habituais e reorganizar uma ‘nova’ maneira de viver (“renascer”)
Acontecimentos e pontos críticos: Marcadores que intensificam a consciência das mudanças ou diferenças, como o nascimento, a morte, a cessação da menstruação ou o diagnóstico de uma doença;
− Eventos específicos podem não ser evidentes para algumas transições, embora as transições geralmente tenham pontos e eventos críticos.

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11
Q

CONDIÇÕES DA TRANSIÇÃO (facilitadoras ou
inibidoras)

A

Pessoais
− Significados Podem ser positivos (Ex. papel maternal) ou
dificultadores (Ex. andar com andarilho).
− Crenças e as atitudes culturais (Ex. estigma associado a uma experiência de transição; autoeficácia).
− Estatuto socioeconómico (Ex. nível dos rendimentos e a
ocupação profissional e o grau de instrução). O baixo estatuto socioeconómico pode assumir-se um como um fator inibidor para a transição saudável.
− Preparação e conhecimento (Ex. a preparação antecipada ou falta de preparação pode facilitar ou inibir as experiências de transição).
Comunidade
− Recursos da comunidade (Ex. a informação relevante
disponível em fontes credíveis, o aconselhamento sobre as
diferentes possibilidades e o apoio profissional na tomada de decisão, o encaminhamento para os recursos disponíveis e a resposta apropriada às dúvidas e às necessidades efetivas.
− Apoio da família (Ex. o suporte familiar).
Sociedade
− Condições sociais (Ex. marginalização de imigrantes no país de acolhimento).

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12
Q

Padrões de resposta

A

Indicadores das transições: indicadores de processo
− Constituem aspetos que permitem caracterizar as respostas à transição e o modo como esta se está a desenrolar.
− Direcionam os clientes para a saúde ou para a vulnerabilidade e o risco, fazem com que os enfermeiros conduzam avaliações e intervenções precoces para agilizar os resultados saudáveis.
Indicadores de processo
− Sentir-se conectado (Ex. manter-se ligado ao profissional
de saúde);
− Interagir (Ex. interação com os outros, quer em novas
relações, quer em relações mais antigas);
− Estar situado Decorre da comparação da vida anterior com a atual e traduz a aceitação da condição de saúde;
− Desenvolver confiança e coping Traduz-se pelo aumento do nível de confiança para lidar com a nova condição e a
capacidade para tomar decisões em relação ao novo modo de viver. Maior e mais consistente conhecimento sobre a situação e melhor compreensão sobre os eventos e pontos críticos da situação.
Indicadores de resultado
Indicam os resultados em função do esperado.
− Facilitam a identificação do final da transição; e, por outro lado, possibilitam a avaliação da evolução do desenvolvimento de competências, comparando-a com os resultados finais determinados.
− O fim de uma transição saudável pode ser decidido pela mestria e pela reformulação da identidade no seu contexto social.
Mestria
− Desempenho de papel com domínio dos conhecimentos, das habilidades e dos comportamentos necessários para lidar com as novas circunstâncias.
− Não é esperado que o desempenho com perícia de uma
determinada habilidade se evidencie nas fases iniciais da
transição. Todavia, com o passar do tempo, a mestria adquire uma crescente estabilidade.
− Ex. de indicadores de mestria da família prestadora de
cuidados: verbalizar a capacidade para tomar decisões face à nova condição, possuir as competências para prestar cuidados a outros, monitorizar e interpretar sintomas, providenciar cuidados, aceder a recursos, entre outros.
Identidade integradora fluida – reformulação da identidade
− A reformulação da identidade resulta de um processo de
integração, caracterizado pelo ajustamento entre a pessoa e o contexto e pela coordenação entre os antigos e os novos papéis.
− Cada pessoa, na procura de um novo equilíbrio, redefine a
natureza das relações que estabelece com o ambiente e com os outros, de forma dinâmica e ao longo do tempo.
− Evidencia-se pela capacidade de integrar de forma dinâmica as novas circunstâncias e condições na sua identidade.
− A identidade reformulada, após atingir o equilíbrio, é
tendencialmente estável.

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13
Q

Saudável

A

Redefinição de significados/
consciencialização.
− Modificação das expectativas.
− Reestruturação de rotinas
diárias.
− Desenvolvimento de
conhecimentos e capacidades.
− Manutenção da “continuidade”.
− Criação de novas escolhas.
− Sentido de oportunidade para
crescimento.

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14
Q

Não saudável

A

Resistir à integração de novos
significados.
− Manter expectativas irrealistas.
− “Agarrar-se” às rotinas antigas.
− Evitar novos conhecimentos e
capacidades.
− Experimentar descontinuidade
desnecessária.
− Limitar novas escolhas.
− Recusar oportunidade de
crescimento.

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