A Evolução da Sociedade Internacional - Capítulo 23 Flashcards
O colapso da dominação europeia:
Não há uma separação abrupta ou linha revolucionária entre o sistema de Estados europeu e o global do presente.
A grande maioria dos membros da nossa sociedade global internacional não são europeus, mas as regras e instituições da nossa sociedade ainda são herdades da Europa.
O século XX iniciou-se com um sistema global internacional. Ainda era dominado por poderes europeus, mas fora da Europa e especialmente ao redor do Pacífico, os europeus já compartilhavam sua dominância com os EUA e Japão.
4 fases principais:
- A destruição da sociedade europeia de Estados como consequência da I GM.
- Os 20 anos de Tratado de Versalhes e da Liga das Nações.
- A reorganização do sistema global e da nova sociedade internacional após a II GM.
- Mudanças causadas pela descolonização.
A destruição da sociedade europeia de Estados como consequência da I GM:
Uma de suas causas foi a inabilidade da sociedade de se ajustar às pressões do sistema devido ao crescimento da Alemanha, cuja população era a maior na Europa, com excessão da Rússia e superior em educação, além de rápido crescimento da capacidade militar e industrial do Reich.
A entente, entre França, Rússia e Grã Bretanha formou-se como uma coalisão anti-hegemônica.
A modernização e ocidentalização do Japão comparou-se ao expansionismo alemão na Europa e a expansão mundial da sociedade europeia de Estados não forneceu espaço para as duas das quatro mais poderosas e capazes comunidades do século.
A guerra de 1914-18, agora chama de I Guerra mundial, foi uma guerra de fato europeia, lutada por razões europeias e gerada por princípios europeus.
Os 20 anos de Tratado de Versalhes e da Liga das Nações:
O Tratado de Versalhes (junto com os tratados menores e o estabelecimento da Liga das Nações) é o primeiro ato constituinte global de autorregulação da sociedade.
Com a ausência da Rússia e Alemanha, tornou-se um trabalho das grandes potências ocidentais.
O projeto da nova sociedade global, a Liga das Nações, perpetuou a prática de cinco grandes poderes que, exceto em casos de grande desacordo, constituem um certo concerto mundial, cujas regras e práticas foram desenvolvidas na Europa, incluindo seu Direito Internacional e diplomacia, além de suas noções básicas de soberania e igualdade jurídica dos Estados reconhecidos como membros independentes da sociedade.
Os aliados ocidentais substituíram o modelo de equilíbrio de poder em favor da ideia de segurança coletiva. O problema da Liga é que ela representava as potências satisfeitas, as quais desejavam manter o status quo territorial. Além disso, a Liga proclamou uma nova legitimidade, mas era fraca demais para implementá-la de fato. Os americanos, russos, alemães e japoneses não estavam comprometidos com as ideias de manutenção da ordem internacional.
Apesar das falhas práticas, a Liga foi a primeira tentativa de implementar uma constituição para a nova sociedade global de Estados. Ela incorporou três princípios de suma importância para Estados menores e aqueles que desejavam uma nova ordem mundial:
- universalidade: a Liga era aberta a todos os Estados reconhecidos como independentes.
- fórum permanente: no qual Estados menores podiam expor suas visões e ter papel decisivo em assuntos internacionais.
- segurança coletiva: a proteção dos fracos contra os fortes e a responsabilidade especial das grandes potências de provir a proteção coletiva.
Regimes totalitários:
A negação da França e seus clientes de implementar acordos econômicos estabelecidos com a Alemanha ajudaram a causar a queda da República de Weimar e a ascensão do nazismo. Os esforços americanos para bloquear pretensões japonesas na China continuaram e a Grã Bretanha, sob pressão dos EUA e seus domínios independentes, quebrou a aliança anglo-japonesa.
Regimes militares totalitaristas surgiram para conquistar pela força o que não pode ser obtido por negociação. Três deles - Alemanha, Japão e Rússia - lutaram por seus interesses e princípios próprios, ligados por uma fraca aliança de conveniência.
Assim como a Europa imperial de Napoleão levou a uma hegemonia difusa no concerto, a coordenação imperial da europa de Hitler gerou dois centros de integração político-econômicos (Leste/Oeste Europeus).
O sistema de Estados na primeira metade do século XX era global, mas ainda centrado na Europa. Tanto antes quanto depois da I GM, o sistema se tornou gradativamente pressionado pelo desenvolvimento e crescimento de poder de seus Estados líderes, gerando arranjos inadequados para gerir as pressões.