2 - Glomerulopatias Flashcards

1
Q

Glomérulo - Fisiologia:

A

~1 milhão de glomérulos → superfície de filtração glomerular de cerca de 2m²

Os capilares glomerulares filtram 120 a 180 L/dia de sangue contendo vários solutos que deverão ser recuperados ou expelidos pelos túbulos a jusante.

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2
Q

Composição da Barreira de Filtração Glomerular:

A

endotélio, membrana basal e os podócitos (céls epiteliais visceral)

Responsáveis pela seleção do que entra/sai do sangue.
Endotélio fenestrado (poros) - é a primeira barreira

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3
Q

Sobre a Filtração Glomerular:

A

1- Endotélio: Fenestrações e carga elétrica negativa

2- MBG: trama de colágeno e proteoglicanas
com carga elétrica negativa

3- Epitélio (Podócitos): células não contíguas com prolongamentos (pedicelos) → fenda de filtração
carga elétrica negativa

Móleculas negativas no sangue serão repelidas quando em contato com endotélio, MBG e podócitos - ex: proteínas

Sendo assim, proteínas na urina indica problema nessa barreira.

Portanto: BARREIRA CAPILAR GLOMERULAR DEPENDE DE CARGA E TAMANHO

Quanto maior a molécula → menos é filtrada

Quanto mais eletronegativa → menos é filtrada

O tamanho da barreira e a seletividade por carga da MBG excluem moléculas neutras maiores que 4 a 4,5 nm originárias da filtração; moléculas de albumina menores são excluídas porque são aniônicas e repelidas pelas cargas negativas das células epiteliais e da MBG.

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4
Q

Por que estudar glomerulopatias?

A

Terceira causa mais comum de DRC dialítica / estágio avançado no Brasil e no mundo - *jovens

EUA - 10% da população com proteinúria ou disfunção renal de causa glomerular
Estudos de incidência e prevalência de glomerulopatias são escassos, de difícil realização

Sinais e sintomas iniciais podem discretos ou ausentes
Suspeita por exames complementares - urina/ função renal

Atenção:
Apesar de ser um conjunto de doenças que será tratada pelo especialista, a suspeita clínica é de todo médico!

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5
Q

Patogênese das Doenças Glomerulares:

A

“A gama de doenças que acometem o glomérulo é extensa, visto que o microambiente que suporta os capilares glomerulares pode ser lesado de várias maneiras, culminando em lesões bastante distintas”.

120 a 180L de sangue passam pelos glomérulos todos os dia.

A etiologia e o processo de início da lesão variam entre as diferentes doenças glomerulares:
* mutações genéticas
* alterações bioquímicas e estruturais (ex. DM, Amiloidose, trombose, aterosclerose)
* imunologicamente mediadas (infecções, autoimunidade, toxinas)
* idiopáticas

primárias - somente as de mutações genéticas
o restante são de causas secundárias a outras doenças - por isso é fundamental o controle dessas doenças

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6
Q

Fisiopatologia

As Glomerulopatias caracterizam-se por:

A

Ruptura na parede capilar glomerular e/ou perda da barreira seletiva a partículas

MANIFESTAÇÕES CLÍNICO-LABORATORIAIS:
HEMATÚRIA E/OU PROTEINÚRIA
*DISFUNÇÃO RENAL

Exames de triagem - Glomerulopatias:
- creatinina
- urina l

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7
Q

Fisiopatologia - PROGRESSÃO DA DOENÇA GLOMERULAR

A
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8
Q

PROTEINÚRIA:

A

As proteínas presentes na urina normal são mistura de proteínas plasmáticas filtradas normalmente e proteínas não reabsorvidas pelos túbulos e proteínas originadas dos túbulos

albumina: 30-40%; IgG:5-10%; cadeias leves: 5%; IgA:3%; restante são proteínas de baixo peso molecular e proteínas de Tamm-Horsfall

Albuminúria transitória: atividade física intensa/ episódios febris

Albuminúria ou Proteinúria persistente são as “marcas” do acometimento glomerular

Passou proteína na urina - até que se prove o contrário, o problema está no glómerulo.
Exceção: paciente em uso de tenofovir - causa toxicidade renal - céls do tub. proximal - proteinúria por disfunção das céls do tub. proximal. Trocar medicação nesses casos!

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9
Q

COMO AVALIAR PRESENÇA DE PROTEINÚRIA:

A

Urina I: triagem - fitas reagentes, sensíveis à presença de albumina (>300-500mg/d)
- se presença de proteína → QUANTIFICAR
Proteinúria: > 150mg/24h ou RPC >0,2mg/g (amostra isolada)
Albuminúria: > 30mg/24h ou RAC >30mg/g (amostra isolada)

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10
Q

Mecanismos de proteinúria:

A
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11
Q

HEMATÚRIA:

A

Análise morfológica das hemácias: pesquisa de dismorfismo eritrocitário (ausência não afasta)

A presença de cilindro hemático/dismorfismo eritrocitário positivo é muito sugestiva de hematúria glomerular. Mas o seu achado é incomum.

Presença de quantidade anormal de hemácias na urina
> 3/campo (método semiquantitativo)
>12.000/mL (câmara de contagem)

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12
Q

Causas de hematúria:

A
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13
Q

Manifestações clínicas das GLOMERULOPATIAS:

A
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14
Q

Qual o exame de grande valor na busca por Glomerulopatias?

A

O exame de URINA (urina I) é de GRANDE VALOR para diagnóstico das glomerulopatias

Suspeita quando presença de hematúria e/ou proteinúria

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15
Q

Grandes síndromes glomerulares:

A

Hematúria microscópica assintomática
Hematúria macroscópica recorrente
Proteinúria persistente assintomática
Síndrome Nefrótica
Síndrome Nefrítica
Glomerulonefrite Rapidamente progressiva

A classificação sindrômica das doenças glomerulares é de natureza arbitrária - diferentes classificações/ superposição das síndromes - e tem utilidade prática.

Hematúria microscópica assintomática
hematúria isolada - 10% apenas são de causa glomerular (a grande maioria das hematúrias é de causa urológica)

Hematúria macroscópica recorrente
hematúria episódica (infecções vias aéreas, atividade física), autolimitada

Proteinúria persistente assintomática
proteinúria isolada (>150mg/d e <3g/d) (em geral ~1 a 2g/d) * proteinúria transitória/funcional

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16
Q

Síndrome Nefrótica - Adultos:

A

Proteinúria ≥ 3.5g/dia
Hipoalbuminemia < 3.5g/dL
Edema

Sempre lembrar como diagnóstico diferencial de síndrome edemigênica

ENCAMINHAR AO ESPECIALISTA

17
Q

Síndrome Nefrótica - Causas:

A

Doença de Lesões Mínimas
Glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF)
Nefropatia membranosa
Doença renal do diabetes
Nefrite lúpica
Outras

  • Em todas, o alvo principal são os podócitos co patogênese variada
  • Toda síndrome nefrótica em adulto tem indicação de biópsia renal, exceto DM.

Síndrome Nefrótica = doença glomerular
Síndrome Nefrótica em adulto = BIÓPSIA renal

18
Q

Síndrome Nefrítica

A

Quadro clínico caracterizado por início relativamente abrupto de hematúria, oligúria, hipertensão, proteinúria subnefrótica e redução da filtração glomerular; edema variável - não é necessária a ocorrência simultânea de todas as alterações.

ENCAMINHAR AO ESPECIALISTA

19
Q

Síndrome Nefrítica - Causas:

A

Glomerulonefrite associada a infecções - Glomerulonefrite Difusa Aguda (GNDA) (pós-estreptocócica - causa mais comum; endocardites, abscessos)

Nefropatia da IgA
GN membranoproliferativa
GN do lúpus eritematoso sistêmico
GN das vasculites renais
Outras

20
Q

Resumindo - Síndrome Nefrítica e Nefrótica:

A

São decorrentes de lesões GLOMERULARES, com ruptura da barreira de filtração glomerular
História e Exame Físico levantam a suspeita, porém a confirmação é laboratorial

PORTANTO: São Síndromes cujo diagnóstico é Clínico-laboratoriais!!
São doenças do ESPECIALISTA, porém a suspeita diagnóstica é feita pelo clínico geral, assim como o encaminhamento.

21
Q

Sinais e sintomas de Síndrome nefrítica e nefrótica:

A
22
Q

Glomerulonefrite rapidamente progressiva ou Crescêntica

A

GNRP = BIÓPSIA renal - definir etiologia
MAS NÃO AGUARDAR A BIÓPSIA PARA INICIAR TRATAMENTO INESPECÍFICO

23
Q

Indícios de Glomerulonefrite rapidamente progressiva:

A

GNRP = BIÓPSIA renal - definir etiologia
MAS NÃO AGUARDAR A BIÓPSIA PARA INICIAR TRATAMENTO INESPECÍFICO

NO CASO DAS GLOMERULOPATIAS RAPIDAMENTE PROGRESSIVAS, O TRATAMENTO DEVE SER FEITO RAPIDAMENTE, COM IMUNOSSUPRESSÃO, SEM NECESSIDADE DE AGUARDAR PELA BIÓPSIA

BIÓPSIA É NECESSÁRIA PARA A DEFINIÇÃO DA ETIOLOGIA E PROGRAMAÇÃO TERAPÊUTICA SEQUENCIAL

Tratamento inicial pode ser feito pelo médico generalista –> Urgência Nefrológica

Corticóide!!! → Pulsoterapia com Metilprednisolona

Lembrar das prevenções:
* Anti-parasitário
* Protetor gástrico - úlcera gástrica
* Cálcio + Vit D - osteoporose

24
Q

Investigação LABORATORIAL em Glomerulopatias:

A
25
Q

Princípios Gerais do Tratamento das Glomerulopatias - Objetivos:

A

OBJETIVOS:
* Retardar ou cessar a progressão da doença de base
* Tratar hipertensão e proteinúria
* Tratar a doença de base se identificada
* Diminuir edema e sequelas relacionadas à sobrecarga hídrica
* Instituir terapia renal substitutiva quando indicado