Úlcera péptica Flashcards
Conceito de úlcera péptica
Soluções de continuidade da mucosa gastrointestinal secundárias ao efeito corrosivo do HCl e da pepsina, atingindo a camada submucosa e até muscular.
Qual a localização predominante das úlceras pepticas?
Duodeno
Em qual faixa etária a úlcera gástrica é mais frequente? E qual a região do estômago mais comumente acometida?
50 - 70 anos. Região de antro gástrico (80% na pequena curvatura), no epitélio gástrico não secretor de ácido, geralmente próximo à transição para o epitélio secretor localizado no corpo do estômago.
Qual a complicação mais frequente da doença ulcerosa péptica?
Hemorragia. Inclusive, a doença ulcerosa péptica é a causa mais comum de hemorragia digestiva alta.
O que são úlceras tenebrantes?
Surgem quando ocorre perfuração, porém são bloqueadas por órgãos adjacentes. Gástricas: lobo hepático esquerdo; duodenais: pâncreas e raramente cólon.
Quais os dois principais fatores etiológicos da doença ulcerosa péptica?
Infecção pelo Helicobacter pylori e uso de AINE.
3 explicações gerais para hipersecreção ácida
1) Aumento da população de células parietais.
2) Maior sensibilidade da célula parietal ao estímulo da gastrina.
3) Menor sensibilidade da célula G aos mecanismos inibitórios.
Fatores que influenciam a secreção ácida pela célula parietal
1) Gastrina: produzida pela célula G. Estimula célula parietal e célula enterocromafim-like.
2) Histamina: produzida pela célula enterocromafim-like. Estimula célula parietal.
3) Acetilcolina: estímulo vagal. Estimula a célula parietal.
4) Somatostatina: produzida pela célula D. Inibe a célula G, célula enterocromafim-like e célula parietal.
Fatores relacionados com a capacidade de defesa da mucosa
1) Prostaglandinas: responsáveis por estimular a produção de muco e bicarbonato pelas células epiteliais, influenciam a hidrofobicidade do muco adjacente à superfície epitelial, regulam o fluxo sanguíneo da mucosa e a capacidade de replicação do epitélio.
2) Fator de crescimento epitelial: elemento essencial na reparação da mucosa.
Fisiopatologia das úlceras duodenais causadas pelo H. Pylori
Nos pacientes com úlcera duodenal, geralmente, a inflamação está restrita ao antro gástrico e a região do corpo está poupada ou discretamente inflamada. Em virtude da infecção e do processo inflamatório antral pela bactéria, a produção de gastrina é aumentada, e como a mucosa do corpo está preservada, observa-se maior produção de ácido, que é ofertado em maior quantidade ao bulbo. Uma das consequências desse fenômeno é a maior frequência de mataplasia gástrica no bulbo duodenal. Os locais onde há metaplasia são colonizados pelo H. Pylori e evoluem com inflamação, tornando-se mais suscetíveis à agressão pelo fator ácido-péptico, cujo resultado final é a úlcera.
3 situações em que há recidiva de úlcera nos pct que fizeram o tratamento de erradicação do H. Pylori
1) Reinfecção
2) Recrudescência
3) Uso de AINE
Fisiopatologia da lesão induzida por AINE
Supressão da síntese de prostaglandinas.
O mecanismo envolvido nessa situação indica a agregação de neutrófilos às células endoteliais da microcirculação gástrica, que reduz o fluxo gástrico efetivo, bem como a produção de muco e o comprometimento da capacidade de migração epitelial de células adjacentes à área lesada. A circulação da mucosa e a capacidade de defesa celular ficam comprometidas e a mucosa torna-se vulnerável à agressão de fatores intraluminais, como ácido clorídrico, pepsina, sais biliares, H. Pylori e medicamentos.
Características da dor na úlcera péptica
Localizada no epigástrio
Pouco intensa, em queimação, “dor de fome”
Melhora com ingestão de alimentos
Períodos de acalmia (desaparece por meses ou anos)
Clocking (pct despertado pela dor no meio da noite)
Diagnósticos diferenciais da úlcera peptica
Neoplasias Pancreatite Colecistite Doença de Crohn Insuficiência vascular mesentérica
Quadro clínico de complicações da úlcera péptica
Melena Hematêmese Náuseas e vômitos Distensão abdominal Sinais de peritonismo Instabilidade hemodinâmica