TUTO - Doenças Inflamatórias Intestinais Flashcards

1
Q

Definição de Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs)?

A

Grupo de afecções inflamatórias intestinais crônicas e idiopáticas

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2
Q

Principais entidades que fazem parte desse grupo?

A
  • Retocolite Ulcerativa (RCU)
  • Doença de Crohn (DC)

Obs: em 10 a 15% dos casos não há como definir se é RCU ou DC, recebendo, então, o nome de Colite Indeterminada ou Colite Não Classificada

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3
Q

Aspectos epidemiológicos das DIIs (RCU x DC)?
- Faixa etária
- Gênero
- Tabagismo
- Apendicectomia
- Anticoncepcionais (ACO)
- Gastrite infecciosa
- Genética

A
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4
Q

Qual é a principal hipótese etiológica acerca das DIIs?

A

Fatores ambientais e genéticos influenciariam na interação entre flora intestinal, células epiteliais intestinais e células imunes, provocando inflamação crônica

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5
Q

Na RCU, qual é o padrão de acometimento intestinal?

A
  • Inflamação intestinal restrita à mucosa, sendo confinada ao cólon e reto
  • Comprometimento da mucosa é contínuo e ascendente, iniciando-se no reto

Obs: diz-se que o envolvimento é contínuo pois não há áreas de mucosa sã entremeadas por áreas inflamadas

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6
Q

Verdadeiro ou Falso: na RCU, 40 a 50% dos pacientes têm doença restrita ao reto (proctite) ou retossigmoide; em 30 a 40% a doença estende-se para além do sigmoide sem atingir todo o cólon e, em 20% dos pacientes, todo o cólon é afetado

A

Verdadeiro

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7
Q

Na RCU, pode ocorrer inflamação do íleo distal?

A

Sim. Trata-se da ileíte de refluxo ou ileíte por contracorrente, em que ocorre inflamação ileal por continuidade ou refluxo diante de uma pancolite

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8
Q

Na RCU, quais são os possíveis achados macroscópicos? (9)

A
  • Eritema
  • Edema
  • Perda do padrão vascular
  • Mucosa granulosa
  • Friabilidade
  • Sangramento expontâneo
  • Pseudopólipos
  • Erosões
  • Ulcerações
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9
Q

Na RCU, quais são os achados microscópicos?

A
  • Inflamação restrita à mucosa / submucosa superficial
  • Abscessos de criptas (mais característico)
  • Perda de arquitetura das criptas
  • Plasmócitos e múltiplos agregados linfoides basais
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10
Q

Na DC, qual é o padrão de acometimento intestinal?

A
  • Transmural, podendo a inflamação afetar todas as camadas (mucosa, submucosa, muscular e serosa)
  • Afeta de forma descontínua qualquer parte do intestino (“da boca ao ânus”)

Obs: diz-se que o envolvimento é descontínuo pois há áreas afetadas entremeadas por áreas sã

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11
Q

Verdadeiro ou Falso: na DC, 30-40% dos pacientes apresentam comprometimento apenas do intestino delgado; 40-55% têm comprometimento dos intestinos delgado e grosso; 15-25% apenas do intestino grosso e o reto é frequentemente poupado

A

Verdadeiro

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12
Q

Na DC, quais são os possíveis achados macroscópicos?

A
  • Úlceras aftoides
  • Aspecto em pedras de calçamento
  • Fístulas
  • Fissuras
  • Abscessos anorretais
  • Estenose

Obs: o aspecto em pedras de calçamento/cobblestone/paralelepípedo ocorre pela presença de ulcerações entremeadas por mucosa sã

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13
Q

Na DC, quais são os possíveis achados microscópicos?

A
  • Inflamação transmural acompanhada de fissuras, fístulas ou abscessos
  • Úlceras aftoides
  • Granulomas não caseosos (típico)
  • Agregados linfoides submucosos ou subserosos
  • Fibrose
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14
Q

Quais são as manifestações clínicas intestinais da RCU?

A
  • Acometimento retal: eliminação de sangue e/ou muco ao evacuar, com fezes normais ou duras
  • Acometimento colônico: diarreia sanguinolenta, cólicas, fezes pastosas ou líquido-pastosas

Obs1: podem ocorrer sintomas sistêmicos (incomum) como febre, fadiga e perda ponderal

Obs2: fístulas e doença perianal significativa não costumam ocorrer

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15
Q

Quais são as manifestações clínicas intestinais da DC?

A

Sintomas cardinais: dor abdominal, diarreia, perda de peso, fadiga e adinamia

  • Acometimento oral (raro): ulcerações na mucosa, associadas à dor
  • Acometimento gastroduodenal (5-10%): náuseas, vômitos e dor epigástrica, fistulização para estômago ou duodeno
  • Acometimento ileal (principal): diarreia associada à dor em cólica no QID, perda ponderal, obstrução intestinal, massa abdominal palpável no QID, fístulas intestinais, cutâneas ou vesicais
  • Acometimento jejunoileal: esteatorreia, déficit nutricional,
  • Acometimento do cólon: diarreia, dor abdominal, hematoquezia, obstrução intestinal
  • Acometimento perianal (comum): fissuras e fístulas anorretais, hemorroidas, úlceras superficiais, abscessos perirretais e estenose
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16
Q

Quais são as principais manifestações extraintestinais das DIIs?

A

Macete: RCU E DC
- R esposta imune (febre, leucocitose, PCR)
- C olangite esclerosante primária
- U veíte
- E ritema nodoso / pioderma gangrenoso
- D or articular / espondilite anquilosante
- C álculos renais e biliares

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17
Q

Quais são as complicações que podem ocorrer nas DIIs?

A
  • Sangramento (+RCU)
  • Megacólon tóxico (+RCU)
  • Estenose (+DC)
  • Fístulas e abscessos (+DC)
  • Câncer colorretal (+RCU)
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18
Q

O que é o megacólon tóxico?

A

Distensão colônica (total ou segmentar) na presença de colite aguda e com sinais de toxicidade sistêmica provocado por perda do tônus muscular da parede intestinal secundária à inflamação

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19
Q

Quais são os critérios diagnósticos para megacólon tóxico?

A
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20
Q

Pacientes com megacólon tóxico apresentam adelgaçamento das paredes intestinais, podendo evoluir para _____ e _____

A
  • Perfuração
  • Peritonite
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21
Q

Quais são os principais tipos de fístulas que podem ocorrer e suas respectivas apresentações clínicas?

A
  • Enteroentéricas: assintomáticas ou massa abdominal palpável
  • Enterovesicais: ITU de repetição ou pneumatúria (presença de ar na urina)
  • Enterovaginais: passagem de gases ou fezes pela vagina
  • Enterocutâneas: drenagem de conteúdo intestinal através da pele
  • Intestino-retroperitôneo: abscesso de psoas ou obstrução ureteral com hidronefrose
22
Q

O que é o “sinal da corda”?

A

Estreitamento de um segmento intestinal por estenose ou por inflamação e espasmo muscular, sendo mais comum na DC

23
Q

Como é feita a indicação de rastreio de câncer colorretal nos pacientes portadores de DII?

A

Indicação de colonoscopia RCU/DC:
- A cada 2 anos após 8 anos de detecção da pancolite ou a partir dos 45 anos, o que vier mais cedo

24
Q

Quais são os exames utilizados para auxiliar no diagnóstico de RCU e/ou DC?

A
  • Exames laboratoriais
  • Exames endoscópicos
  • Exames radiológicos

Obs: não existe um único exame que, isoladamente, dê-nos certeza de que estamos diante de um quadro de RCU e/ou DC

25
Q

Exames laboratoriais: o que se espera encontrar nas DIIs?

A
  • Aumento dos marcadores inflamatórios: proteína C reativa (PCR), velocidade de hemossedimentação (VHS), plaquetose
  • Anemia, hipoalbuminemia
  • Níveis elevados de calprotectina fecal e lactoferrina fecal
  • Déficit nutricional: B12

Obs: calprotectina e lactoferrina são marcadores de inflamação intestinal que podem ser dosados nas fezes

26
Q

Exames laboratoriais: quais são os principais marcadores sorológicos utilizados no contexto das DIIs e sua relação de positividade na RCU e na DC?

A
  • ASCA (anticorpo anti-Saccharomyces cerevisiae)
  • p-ANCA (anticorpo anticitoplasma de neutrófilo perinuclear)
27
Q

Exames endoscópicos: quais são os mais realizados?

A
  • Retossigmoidoscopia
  • Ileocolonoscopia
  • EDA
28
Q

Quando utilizar a retossigmoidoscopia?

A

Exame interessante para a fase aguda da RCU, sendo capaz de classificar a doença em leve, moderada ou grave

  • Leve: eritema, discreta friabilidade e redução do padrão vascular
  • Moderada: eritema acentuado, ausência de padrão vascular, erosões e friabilidade
  • Grave: úlceras e sangramento espontâneo
29
Q

Quando utilizar a ileocolonoscopia?

A

Exame útil tanto para RCU quanto para DC (principalmente), permitindo a visualização das lesões em reto, cólon e íleo

30
Q

Quando utilizar a EDA?

A

Em pacientes com DC, associada a sintomas gastrointestinais altos: vômitos, náuseas e dor epigástrica, permitindo a visualização do esôfago, estômago e duodeno até a sua segunda porção

31
Q

Qual outro exame endocópico pode ser utilizado para complementar os anteriores

A

Cápsula endoscópica: avaliar o delgado

32
Q

Exames radiológicos: quais são os mais realizados?

A
  • Trânsito intestinal (estudo com bário)
  • Enterografia por tomografia computadorizada (enteroTC)
  • Enterografia por ressonância nuclear magnética (enteroRNM)
33
Q

Trânsito intestinal: como funciona?

A

Ingestão de um líquido (contraste de bário) e realização de radiografias seriadas intervaladas, evidenciando fístulas, estenoses, úlceras, etc.

34
Q

EnteroTC: como funciona?

A

Permite a visualização de todo o intestino delgado e seu lúmen, sendo excelente, inclusive para a visualização de atividade da doença

35
Q

EnteroRNM: como funciona?

A

Permite a avaliação tanto da atividade infamatória da doença quanto de alterações estruturais do intestino, sendo seus achados semelhantes aos da enteroTC

36
Q

Quais são os diagnósticos diferenciais infecciosos feitos com as DIIs?

A
37
Q

Quais são os diagnósticos diferenciais não infecciosos feitos com as DIIs

A
38
Q

Qual é o principal escore utilizado para classificar o índice de gravidade da RCU e como é feita essa classificação?

A

Escore de Mayo

39
Q

Como é feita a classificação de gravidade na RCU de acordo com critérios clínicos/laboratoriais?

A
  • Leve: < 4 evacuações/dia, pouco sangue nas fezes, ausência de febre, FC normal, anemia leve, VHS < 30mm
  • Moderada: 4-6 evacuações/dia, moderada quantidade de sangue nas fezes, temp < 37,5°C, FC < 90bpm, hemoglobina > 75% do normal
  • Grave: > 6 evacuações/dia, sangramento intenso nas fezes, temp > 37,5°C, FC > 90bpm, hemoglobina < ou = 75% do normal, VHS > 30mm
40
Q

Quais é o principal escore utilizado para definir o índice de atividade na DC e como é feita a sua classificação?

A

CDAI ou IADC (índice de atividade da DC)

  • DC em remissão: CDAI < 150
  • DC leve a moderada: CDAI 150-219
  • DC moderada a grave: CDAI 220-450
  • DC grave aa fulminante: CDAI > 450
41
Q

Como é feita a classificação da gravidade na DC de acordo com critérios clínicos/laboratorais?

A
  • Leve: BEG, boa aceitação alimentar, < 10% de perda ponderal, sem desidratação, sem febre e sem complicações
  • Moderada: REG, náuseas/vômitos intermitentes, inaptência, perda ponderal > 10%, febre, dor abdominal e anemia
  • Grave: MEG, caquexia, vômitos persistentes, desidratação, presença de complicações, necessidade de internação
42
Q

Quais são as opções terapêuticas disponíveis para o tratamento das DIIs?

A
  • Dieta e probióticos anti-inflamatórios: aminossalicilatos e corticoides
  • Imunomoduladores: azatioprina, 6-mercaptopurina, metotrexato, ciclosporina, tacrolimo
  • Terapias biológicas: anti-TNF e anti-integrinas
  • Cirurgia
43
Q

O tratamento das DIIs dividi-se em… (2)

A
  • Indução de remissão
  • Manutenção
44
Q

Manejo na RCU: Indução de remissão

A

O “carro-chefe” do tratamento é a mesalazina (fármaco pertencente ao grupo dos aminossalicilatos), com efeito anti-inflamatório sobre a mucosa intestinal, podendo ser ofertada por via oral (supositório ou enema) ou por via oral

45
Q

Manejo na RCU: Manutenção

A

Corticoides jamais deverão ser utilizados como tratamento de manutenção, devido ao efeito deletério do uso prolongado dessa medicação

46
Q

Manejo na DC: Indução de remissão

A

O uso de aminossalicilatos é controverso na DC, mas alguns autores admitem a tentativa em utilizá-los, dando preferência à mesalazina

47
Q

Manejo na DC: Manutenção

A

Corticoides jamais deverão ser utilizados como tratamento de manutenção, devido ao efeito deletério do uso prolongado dessa medicação

48
Q

Quais são as indicações de cirurgia na RCU?

A
49
Q

Quais são as indicações de cirurgia na DC?

A
50
Q

Verdadeiro ou Falso: O tratamento cirúrgico na RCU pode ser curativo, enquanto na DC ele nunca o será, já que essa condição pode afetar qualquer porção do TGI e é impossível remover completamente o trato digestório de um paciente

A

Verdadeiroo