Tumores do SNC Flashcards

1
Q

Epidemiologia

A
  • gliomas = mais comuns nos adultos
  • raros, 0,6% de risco de desenvolver durante a vida
  • ligeiramente mais comuns em homens
  • em crianças é a 2a malignidade mais comum
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2
Q

Graduação Histopatológica OMS

A
  • I: baixo potencial proliferativo com possibilidade de cura com ressecção
  • II: células atípicas infiltrativas porem com baixa atividade mitótica - maior recorrência após ressecção e pode progredir com malignidade
  • III: evidência de malignidade (atipia nuclear/anaplasia e atividade mitótica aumentada) - geralmente necessitam de Rt e Qt pelo risco de recidiva
  • IV: lesões mitoticamente ativas propensas a necrose e associadas a neovascularização
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3
Q

Gliomas difusos de baixo grau - Epidemiologia

A
  • astrocitoma e oligodendroglioma (grau II OMS)
  • 4a e 5a dédaca de vida (astrocitoma 30-40a e oligo 40-45)
  • mais comum caucasianos
  • HF e antecedente de radiação podem ser fatores de risco
  • Sd genéticas: NF1, Li-Fraumeni
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4
Q

Gliomas difusos de baixo grau - Quadro clínico

A
  • principal manifestação: crise
  • raro apresentação com déficit focal (infiltração mais lenta, sem compressão)
  • 95% supratentoriais (frontal e temporal), geralmente substância branca, mas oligo tem maior tendência de infiltrar o córtex
  • 20% com calcificação (principalmente oligo)
  • TC: 1/4 realça contraste
  • RM: hipossinal T1, hiperssinal T2, em geral sem realce a Gd ou restrição à difusão
  • mismatch T2-FLAIR -> lesão hipointensa FLAIR e hiperintensa em T2 = glioma IDH mutado sem co-deleção 1p-19q = astrocitoma (100% especificidade)
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5
Q

Gliomas difusos de baixo grau - Histopatologia

A
  • histopatologia: astrocitoma = população monótona de céls tumorais com núcleo hipercromático, baixo índice mitótico // oligo = padrão ovo frito (halo perinuclear) e de alambrado (vasos finos ramificados)
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6
Q

Gliomas difusos de baixo grau - Classificação

A
  • considera histologia, status IDH, codeleção 1p19q
  • IDH selvagem -> tende a ser glioblastoma // IDH mutante tende a evoluir melhor
  • codeleção = marcador de oligodendroglioma
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7
Q

Gliomas difusos de baixo grau - Tratamento

A
  • ressecção máxima possível + Rt e Qt (esquema PCV)
  • astrocitomas pode se fazer Qt com temozolamida isolada
  • observação com imagem seriada - cada vez menos sendo feito
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8
Q

Gliomas difusos de baixo grau - Tratamento

A
  • tendência a recorrência
  • mau prognóstico: idade avançada, localização em áreas eloquentes, tamanho, quadro clínico (epilesia isolada = melhor prognóstico), perfil genético
  • IDH mutado + coledeleção = sobrevida mediana 9 anos, IDH mutado + sem codeleção = 6 anos e IDH selvagem + sem codeleção = sobrevida 2 anos
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9
Q

Gliomas difusos de alto grau - Epidemiologia

A
  • gliomas anaplásicos (grau III) e glioblastoma multiforme (grau IV)
  • mais comuns com envelhecimento
  • GBM -> tumor maligno primário mais comum SNC (meningeoma é extra axial e não costuma malignizar), 60% dos gliomas de alto grau
  • 5a a 7a década de vida, pouco mais comum em homens
  • radiação = fator de risco
  • Sd genéticas podem ter relação, mas são raras
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10
Q

Gliomas difusos de alto grau - Quadro Clínico

A
  • mais comum: déficit focal
  • crises também são comuns (principalmente no oligodendroglioma anaplásico)
  • sinais e sintomas de HIC
  • TC: mais edema vasogênico e mais comum realce a contraste
  • RM: realce heterogêneo ao contraste, geralmente com restrição a difusão e pode haver hemorragias, podem ser multifocais e cruzar a linha média (sinal da borboleta)
  • disseminação meníngea é rara mas pode ocorrer
  • patologia: área de necrose com padrão em pseudo-paliçada + proliferação vascular
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11
Q

Gliomas difusos de alto grau - Tratamento

A
  • máxima ressecção cirúrgica
  • Rt adjuvante (54-60Gy)
  • Qt adjuvante com temozolamida (PCV pode ser utilizado em oligo)
  • tumor treating fields = corrente elétrica alternada - aumenta sobrevida
  • corticoide pode ser usado para diminuir edema e mitigar sintomas (dexa 4-16mg)
  • em recorrência: bevacizumab (anti VEGF), nova cirurgia ou Rt ou outra linha de Qt
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12
Q

Quimioterápicos

A
  1. Temozolamida (alquilante oral = diminui proliferação celular)
    - diário durante Rt 75mg/m2
    - após: ciclo de manutenção por 6 meses
    - profilaxias: ondansetrona 30min antes, lembrar constipação, profilaxia com sulta 800/160 1cp/d durante Rt até linfócitos > 800, monitorar hmg semanal durante Rt
  2. Esquema PCV
    - procarbazina - agente alquilante com atividade IMAO (risco de hipertensão com ingestão de alimentos ricos em tiramina ex. queijos)
    - lomustina (CCNU) - alquilante, seu efeito se reduz com anticonvulsivantes indutores enzimáticos
    - vincristina - ação antimicrotubular, mas baixa penetração SNC - indutor fenobarbital
    - 6 ciclos com 6 ou 8 semanas cada
    - no baseline: hmg, função hepática e renal
    - a partir 4a sem: hmg semanal
    - ondansetrona antes da procarbazina e lomustina
    - rash cutâneo por procarbazina, encefalopatia (mas raro)
    - neurotoxicidade periférica com vincristina - descontinuar se grave
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13
Q

Recidiva da Doença vs Pseudo Progressão

A
  • pós Rt pode aumentar edema e realce do Ct com piora clínica = pseudo progressão por radionecrose
  • mais comum em pacinetes com temozolamida e tumores MGMT metilados (bom prognóstico)
  • para diferenciar: RM-perfusão (aumente de perfusão se tumor), RM com espectroscopia (aumento relação colina/NAA se tumor) e PET-FDG
  • colina = marcador de proliferação celular (turnover de membrana)
  • NAA = saúde neuronal, se baixo = destruição neuronal
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14
Q

Gliomas difusos de alto grau - Tratamento

A
  • glioma grau III: 2-5 anos e GBM: 15-18 meses (se > 65a 7-9 meses)
  • mesmos fatores prognósticos que o de baixo grau
  • perfil genético: melhor prognóstico se IDH mutado, codeleção 1p/19q e MGMT metilado (melhor resposta a tratamento)
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15
Q

Glioma difuso de linha média

A
  • é um glioma difuso de alto grau em crianças e adultos jovens (grau IV OMS)
  • H3-K27M mutado = mut histonas
  • idade média 5-9 anos
  • mais comum em ponte (80% dos gliomas difusos da ponte)
  • podem estar no tronco, tálamo e medula espinhal
  • RM: não realça a Ct e não restringe a difusão
  • maior parte dos casos não é possível ressecção cirúrgica
  • tratamento: Rt padrão, pode ser feito Qt, estudos com antagonista D2
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16
Q

Astrocitoma Pilocítico

A
  • tumor primário SNC mais comum da infância
  • grau I OMS
  • fim 1a década de vida
  • cerebelo mais comum (Sd cerebelar ou hidrocefalia)
  • pode ser associado a NF1 (localização em nervo óptico é sugestiva)
  • costuma ter mutações em BRAF; não costuma ter mutação de IDH e p53 (característico dos gliomas pediátricos)
  • RM: tumor cístico em cerebelo com realce de ct na parede e nódulo mural
  • tratamento cirúrgico geralmente é curativo
17
Q

Astrocitoma subependimário de células gigantes (SEGA)

A
  • grau I OMS
  • relacionados a esclerose tuberosa (5-20% terão a neoplasia)
  • zona subventricular perto do forame de Monro (risco de hidrocefalia)
  • cirurgia se hidrocefalia ou crescimento significativo no seguimento
18
Q

Xantoastrocitoma pleomórfico

A
  • grau II OMS
  • raro, 10-30 anos
  • lobo temporal, próximo à leptomeninge
  • crises são comuns
  • RM: tumor com componente cístico e realce ao contraste, sem restrição a difusão
  • tratamento cirúrgico, Qt não parece eficaz
  • alto risco de recorrência e transformação anaplásica
19
Q

Meduloblastoma

A
  • tumor neuroectodérmico primitivo, grau IV OMS
  • cerebelar
  • tumor maligno cerebral mais comum da infância
  • entre 5-9 anos
  • 30% podem ser diagnosticados na vida adulta
  • 2H:1M
  • menos 5% associado a Sd genéticas
  • sd cerebelar ou hidrocefalia aguda
  • RM: massa cerebelar (não é cístico, mas pode ter componente) em linha média ou paramediana que realça ao contraste e restringe a difusão
  • 1/3 tem disseminação leptomeníngea (RM medula total e LCR devem ser feitas em todos pacientes)
  • histologia: altamente celulares com núcleos redondos ou ovais, mitoses abundantes, em até 40% pseudo-roseta de Homer Wright (não é roseta verdadeira porque não tem uma luz no meio)
  • existem subtipos moleculares com prognósticos diferentes
  • tratamento: ressecção + Rt cranioespinhal (tenta-se postergar até pelo menos 3 anos de idade) + Qt (cisplatina + vincristina + CFF ou lomustina)
  • fatores mau prognóstico: < 3 anos ou adultos, disseminação leptomeníngea, subtipos SHH e grupo 3, gdes células ou anaplasia na histologia, amplificação MYC
  • sobrevida média em 5 anos em crianças 70-80%, em menores de 3a 40-50% e adultos 65%
  • complicações de tratamento são comuns (sequelas cognitivas, disfunções hormonais, perda auditiva, catarata, doenças cerebrovasculares e neoplasias secundárias)