TRAUMA ABDOMINAL Flashcards
Lesão duodenal definição
presença de ar no m. psoas: a 2ª e 3ª porções do duodeno são retroperitoneais, assim como o psoas e os rins
Órgãos retroperitoneais:
cólon ascendente
cólon descendente
pâncreas
grandes vasos
rins
suprarrenal
ureteres
Ferimento abdominal penetrante
exploração cirúrgica (videolaparoscopia ou laparotomia)
Trauma fechado definição
as lesões associadas são mais frequentes e a apresentação clínica é menos evidente; comum associação com alterações neurológicas e álcool - exame físico pode ser prejudicado (por drogas, TCE, lesão medular, fratura de arcos costais e bacia)
Trauma fechado tipos de lesão
Lesão de órgãos parenquimatosos (principalmente hepáticas)
Lesão de grandes vasos: sangramento considerável
Lesão de vísceras ocas: nem sempre percebidas de imediato → pneumoperitônio, peritonite e morbimortalidade evitáveis
Ferimentos penetrantes definição
lesões associadas (disseminadas) são menos frequentes, assim como alterações neurológicas e associação com álcool; apresentação clínica é mais evidente; e o exame físico abdominal é mais confiável
principal causa de morte no trauma abdominal
hemorragia
Avaliação inicial do trauma fechado
ATLS (ABCDE): hemorragia é a principal causa de morte no trauma abdominal.
Presença de lesão: abdome anterior, flancos e dorso (principais regiões do tronco a serem analisadas).
História: onde o paciente estava, quanto tempo ficou no local e como foi feito o resgate.
Mecanismo de trauma: compressão/esmagamento (comum em colisões de automóveis - comprometimento fígado, pâncreas e coração) e cisalhamento/desaceleração (comum em quedas verticais - compromete principalmente a. renal e aorta).
Lesões associadas: cranioencefálicas, torácicas, ortopédicas, bacia
Estabilidade da bacia: pesquisar de forma quase imediata → avaliamos através de manobra na báscula da bacia, onde comprimimos as duas cristas ilíacas, uma de cada vez, para avaliar estabilidade.
Resposta ao tratamento: como o paciente respondeu à abordagem inicial → avaliamos resposta à reposição volêmica baseada em valores de PA e FC.
Fratura de arcos costais inferiores lesão associada
Fígado e/ou baço
Corpos vertebrais torácicos inferiores (T12 a L1) lesão associada
Pâncreas e intestino delgado (“seatbelt bruising”)
Vértebras lombares inferiores lesão associada
Vísceras abdominais e rins
Bacia fratura lesão associada
Órgãos e vasos pélvicos, rins e retroperitôneo
Lesões de mesentério estão muito associadas ao uso de
cinto de segurança em acidentes automobilísticos
Edema escrotal e uretrorragia, com suspeita de fratura pélvica o que não fazer
Não colocar sonda uretral.
O primeiro passo deve ser o toque retal, e depois a uretrocistografia retrógrada
Avaliação de ferimentos penetrantes
Variáveis importantes a serem consideradas:
Tempo decorrido entre o trauma e o atendimento: avaliar o grau de contaminação da cavidade abdominal (mais tempo = maior risco de contaminação da cavidade) - o tempo influencia no tratamento cirúrgico.
Tipo de arma: perfuro-contusas ou de fogo - o projétil da arma de fogo provoca cavitação por energia térmica.
Distância e trajetória entre o corpo e a arma de agressão: no caso de arma de fogo, quanto mais próximo, maior a chance de lesão por disseminação da energia cinética do projétil.
Ferimentos: quantidade e localização
Sangramento externo
Ferimentos a nível do 5º EIC tem grandes chances de ser um
um ferimento combinado tóraco-abdominal (região de transição) → candidatos à investigação videolaparoscópica
Exame físico trauma abdominal
Inspeção
Percussão
Palpação
Ausculta: RHA podem estar diminuídos ou ausentes em casos de peritonites já instaladas
Exploração digital do ferimento: ATLS não preconiza a exploração digital do ferimento, mas, na prática, usamos muito para avaliar se ferimento é penetrante ou não e avaliar se houve penetração da aponeurose ou não. Se ferimento penetrante → laparotomia ou exploração videolaparoscópica.
Períneo: hematoma perineal indica lesão pélvica, lesão de uretra, lesão de próstata.
Nádegas
Sonda naso orogástrica qual é a importância
diminui a pressão exercida pelo estômago (muitas vezes repleto de gás e líquido) e permite a aspiração e remoção de sangramentos.
Remoção de gás e líquido (aerofagia, distensão, dor)
Sangramento
Aspiração
Cuidado: fraturas de face → utilizar sonda orogástrica
Contra-indicações: uretrorragia, anormalidade no toque retal e hematoma perineal
Sonda vesical importância
é importante avaliar a coloração da urina e a diurese do paciente durante a reposição volêmica.
Antes da sondagem, fazer exame retal e genital para procurar lesões.
A sonda promove descompressão vesical e permite a monitorização da diurese, além de fazer o diagnóstico de hematúria.
Cuidado: fraturas pélvicas (pode haver lesão da via urinária inferior).
Contraindicações: uretrorragia, anormalidade no toque retal (ex: não conseguir palpar a próstata) e hematoma perineal
Exames especiais
em casos de instabilidade hemodinâmica, pode-se fazer uma lavagem peritoneal diagnóstica (com introdução de um cateter no abdome, infusão de soro fisiológico e depois recolhimento do líquido que será avaliado) e USG FAST; e em casos de estabilidade hemodinâmica podem ser feitas radiografias, tomografia computadorizada e estudos contrastados (ex: angiografia seletiva).
Lavagem peritoneal diagnóstica (LPD)
pouco utilizado atualmente (substituído pelo USG-FAST); a técnica consiste na incisão longitudinal abaixo da cicatriz umbilical, introdução de um cateter dentro do abdome em direção à pelve, infusão de soro fisiológico e aspiração do que foi infundido, avaliando o conteúdo do soro (se vem avermelhado, fazemos diagnóstico de hemoperitônio).
Sensibilidade alta (98%).
Útil para trauma fechado e penetrante.
Indicações: instabilidade hemodinâmica, alteração de consciência ou sensibilidade, exame físico duvidoso e lesão de estruturas adjacentes.
Situações especiais: cuidado com hematoma de retroperitônio, pois pode dar falso-positivo.
Contra-indicações: cirurgia abdominal anterior (presença de bridas, tecido cicatricial).
Teste positivo: > 100.000 hemácias/mm3, > 500 leucócitos/mm3, + bactérias coradas pelo Gram, conteúdo entérico, bile, fibras vegetais (os três últimos são situações macroscópicas) → indicação cirúrgica
USG FAST
investigação da presença de líquido ou sangue livre intrabdominal ou pericárdico - substitui a LPD, mas não está disponível em todos os serviços.
Mesmas indicações da LPD: paciente instável, em caso de suspeita ou necessidade de descartar sangramento intraperitoneal)
Não invasivo, rápido, pode ser repetido
Operador-dependente
Realizado no exame primário, simultaneamente à ressuscitação e ABCDE
Bom para lesão de vísceras ocas e ruim em traumas penetrantes
FAST negativo não exclui a possibilidade de sangramento → deve ser repetido
Se tiver com instabilidade hemodinâmica, pedir quais exames
Lavagem peritoneal diagnóstica
USG FAST
Em caso de estabilidade hemodinâmica, pedir quais exames
RAIO X
TOMOGRAFIA
Indicação: pacientes estáveis, uma vez que envolve transporte para sala específica do tomógrafo e é um exame demorado
Uso de contraste → paciente deve ter função renal adequada (na verdade, hoje em dia a função renal inadequada não é empecilho no trauma).
Altamente específico para lesões parenquimatosas, útil para lesões de órgãos sólidos e vísceras.
Boa acurácia em traumas penetrantes e fechados.
Fases do contraste: fase arterial → fase de equilíbrio (identificação de artérias e veias, importante para interpretação da imagem) → fase venosa.