Toracotomia Flashcards
Quais os objetivos primários da toracotomia de ressuscitação (TR)?
Liberar tamponamento cardíaco, controlar hemorragia cardíaca, controlar sangramento inrtatorácico, realizar massagem cardíaca aberta e ocluir temporariamente a aorta torácica descendente = DEFINIR SE A CAUSA DO COLAPSO CV FOI POR CAUSA MECÂNICA OU HIPOVOLEMIA.
Quais pacientes submetidos à TR mais sobrevivem após?
Os pacientes com tamponamento cardíaco por lesões penetrantes do coração.
Quais os pontos chave para na TR no tamponamento cardíaco por ferimento penetrante?
Reconhecer rapidamente, destamponar e cessar o sangramento.
Qual a quantidade necessária de sangue para ocorrer o tamponamento cardíaco?
Em situações agudas e com pericárdio não distensível, cerca de 100-150 mL.
Qual a fisiopatologia do tamponamento cardíaco por lesão penetrante do coração?
- Inicialmente: aumento da pressão cardíaca pelo tamponamento reduz a pressão de enchimento ventricular e o fluxo sanguíneo subendocárdico. O fluxo é mantido por aumento da FC e RVP.
- Intermediário: o tamponamento compromete muito o enchimento ventricular, stroke volume e perfusão coronariana (queda DC). Aqui a PA ainda pode estar falsamente normal, porém sinais de choque começam a ser evidentes (ansiedade, diaforese e palidez).
- Final: falha dos mecanismos compensatórios em manter o DC e PCR por hipoperfusão coronariana.
Qual o QC do tamponamento cardíaco?
Tríade de Beck (raramente ocorre na SE - hipotensão, hipofonese de bulhas e TJP), portanto um alto índice de suspeição é necessário no paciente com lesão penetrante do tórax.
Qual a conduta no tamponamento cardíaco?
Nas primeiras duas fases (paciente fora da PCR), deve-se realizar ressuscitação agressiva e drenagem pericárdica (pericardiocentese, janela pericárdica ou esternotomia).
Na 3a fase (PAS < 60): TR.
Qual a epidemiologia do sangramento intratorácico ameaçador à vida na SE?
Menos de 5% dos casos de lesão penetrante no tórax e muito menor no trauma contuso.
Quais as lesões mais comuns como causa do sangramento intratorácico ameaçador à vida?
Lesão penetrante do hilo pulmonar. Menos comum: lesão de aorta torácica descendente e lesão cardíaca com sangramento para o tórax.
Por que os sangramentos intratorácicos ameaçadores à vida são de alta mortalidade?
Pois o tórax não apresenta um mecanismo para tamponar o sangramento, sendo que ambos hemitóraces conseguem acomodar mais de metade da volemia do paciente antes de sinais de choque hemorrágico.
Qual a vantagem do clampeamento aórtico na TR?
Centralização sanguínea para o cérebro e coração.
Qual a vantagem de massagem cardíaca aberta após TR?
Em pacientes com choque hipovolêmico grave ou tamponamento cardíaco, a MC fechada é incapaz de garantir perfusão coronariana, fazendo com que a PCR após trauma não seja efetiva, com necessidade de TR.
Qual o objetivo do clampeamento da aorta torácica descendente na TR?
Centralização sanguínea para cérebro e coração e diminuir o sangramento intraabdominal.
Quais pacientes se beneficiam do clampeamento da aorta torácica descendente?
Choque hemorrágico por traumas não torácicos, manutenção do choque após reparo de lesões cardíacas ou outras lesões torácicas exsanguinantes.
Quais pacientes não se beneficiam do clampeamento?
Pacientes normovolêmicos, podendo ser até deletério nesses casos pelo aumento do consumo de oxigênio pelo miocárdio após aumento da RVP (clampeamento).
Por quanto tempo pode-se manter o clampeamento da aorta torácica descendente?
Por até 30 minutos, devendo ser solto o clampe e realizado infrarrenal se necessário (tolerância de até 45 min das vísceras normotérmicas à isquemia).
Qual a porcentagem de sobrevivência após TR de acordo com o mecanismo do trauma?
É maior nos traumas penetrantes do que nos contusos, sendo que, dentre os penetrantes, é maior no trauma cardíaco isolado, seguido dos FABs e então dos FAFs. Nos contusos, chega até 2% a sobrevida.
Quais as indicações da TR?
- Lesões penetrantes fora do torso com PCR < 5 minutos.
- Trauma contuso com PCR < 10 minutos.
- Trauma penetrante de torso com PCR < 15 minutos.
- Hipotensão persistente após trauma (PAS < 60): tamponamento cardíaco, hemorragia (intratorácica, intraabdominal, extremidade e cervical) e embolia gasosa.
Quais pacientes raramente se recuperam mesmo com TR?
Assistolia sem tamponamento cardíaco, lesões penetrantes de extermidades com PCR > 5 minutos, trauma contuso com PCR > 10 minutos e trauma penetrante em torso com PCR > 15 minutos antes da chegada à SE.
Após abertura do pericárdio, como prosseguir a TR?
Avaliar se há ou não tamponamento. Pacientes em assistolia sem tamponamento cardíaco são declarados mortos. Caso tamponamento, serão tratados de forma agressiva: reparo da lesão cardíaca seguido de massagem cardíaca, injeção intracardíaca de epinefrina e desfibrilação, realizando-se o clampeamento da aorta torácica descendente. Após isso, deve-se avaliar a salvabilidade do paciente - capacidade do paciente gerar uma PAS > 70 mmHg.
Qual o objetivo após controle de lesões ameaçadoras a vida intratorácicas pela TR?
Restaurar a integridade hemodinâmica do paciente e minimizar as lesões por reperfusão a órgãos vitais.
Qual a incisão preferível da TR?
Anterolateral esquerda.