Toracotomia Flashcards

1
Q

Quais os objetivos primários da toracotomia de ressuscitação (TR)?

A

Liberar tamponamento cardíaco, controlar hemorragia cardíaca, controlar sangramento inrtatorácico, realizar massagem cardíaca aberta e ocluir temporariamente a aorta torácica descendente = DEFINIR SE A CAUSA DO COLAPSO CV FOI POR CAUSA MECÂNICA OU HIPOVOLEMIA.

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2
Q

Quais pacientes submetidos à TR mais sobrevivem após?

A

Os pacientes com tamponamento cardíaco por lesões penetrantes do coração.

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3
Q

Quais os pontos chave para na TR no tamponamento cardíaco por ferimento penetrante?

A

Reconhecer rapidamente, destamponar e cessar o sangramento.

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4
Q

Qual a quantidade necessária de sangue para ocorrer o tamponamento cardíaco?

A

Em situações agudas e com pericárdio não distensível, cerca de 100-150 mL.

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5
Q

Qual a fisiopatologia do tamponamento cardíaco por lesão penetrante do coração?

A
  • Inicialmente: aumento da pressão cardíaca pelo tamponamento reduz a pressão de enchimento ventricular e o fluxo sanguíneo subendocárdico. O fluxo é mantido por aumento da FC e RVP.
  • Intermediário: o tamponamento compromete muito o enchimento ventricular, stroke volume e perfusão coronariana (queda DC). Aqui a PA ainda pode estar falsamente normal, porém sinais de choque começam a ser evidentes (ansiedade, diaforese e palidez).
  • Final: falha dos mecanismos compensatórios em manter o DC e PCR por hipoperfusão coronariana.
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6
Q

Qual o QC do tamponamento cardíaco?

A

Tríade de Beck (raramente ocorre na SE - hipotensão, hipofonese de bulhas e TJP), portanto um alto índice de suspeição é necessário no paciente com lesão penetrante do tórax.

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7
Q

Qual a conduta no tamponamento cardíaco?

A

Nas primeiras duas fases (paciente fora da PCR), deve-se realizar ressuscitação agressiva e drenagem pericárdica (pericardiocentese, janela pericárdica ou esternotomia).
Na 3a fase (PAS < 60): TR.

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8
Q

Qual a epidemiologia do sangramento intratorácico ameaçador à vida na SE?

A

Menos de 5% dos casos de lesão penetrante no tórax e muito menor no trauma contuso.

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9
Q

Quais as lesões mais comuns como causa do sangramento intratorácico ameaçador à vida?

A

Lesão penetrante do hilo pulmonar. Menos comum: lesão de aorta torácica descendente e lesão cardíaca com sangramento para o tórax.

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10
Q

Por que os sangramentos intratorácicos ameaçadores à vida são de alta mortalidade?

A

Pois o tórax não apresenta um mecanismo para tamponar o sangramento, sendo que ambos hemitóraces conseguem acomodar mais de metade da volemia do paciente antes de sinais de choque hemorrágico.

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11
Q

Qual a vantagem do clampeamento aórtico na TR?

A

Centralização sanguínea para o cérebro e coração.

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12
Q

Qual a vantagem de massagem cardíaca aberta após TR?

A

Em pacientes com choque hipovolêmico grave ou tamponamento cardíaco, a MC fechada é incapaz de garantir perfusão coronariana, fazendo com que a PCR após trauma não seja efetiva, com necessidade de TR.

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13
Q

Qual o objetivo do clampeamento da aorta torácica descendente na TR?

A

Centralização sanguínea para cérebro e coração e diminuir o sangramento intraabdominal.

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14
Q

Quais pacientes se beneficiam do clampeamento da aorta torácica descendente?

A

Choque hemorrágico por traumas não torácicos, manutenção do choque após reparo de lesões cardíacas ou outras lesões torácicas exsanguinantes.

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15
Q

Quais pacientes não se beneficiam do clampeamento?

A

Pacientes normovolêmicos, podendo ser até deletério nesses casos pelo aumento do consumo de oxigênio pelo miocárdio após aumento da RVP (clampeamento).

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16
Q

Por quanto tempo pode-se manter o clampeamento da aorta torácica descendente?

A

Por até 30 minutos, devendo ser solto o clampe e realizado infrarrenal se necessário (tolerância de até 45 min das vísceras normotérmicas à isquemia).

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17
Q

Qual a porcentagem de sobrevivência após TR de acordo com o mecanismo do trauma?

A

É maior nos traumas penetrantes do que nos contusos, sendo que, dentre os penetrantes, é maior no trauma cardíaco isolado, seguido dos FABs e então dos FAFs. Nos contusos, chega até 2% a sobrevida.

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18
Q

Quais as indicações da TR?

A
  • Lesões penetrantes fora do torso com PCR < 5 minutos.
  • Trauma contuso com PCR < 10 minutos.
  • Trauma penetrante de torso com PCR < 15 minutos.
  • Hipotensão persistente após trauma (PAS < 60): tamponamento cardíaco, hemorragia (intratorácica, intraabdominal, extremidade e cervical) e embolia gasosa.
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19
Q

Quais pacientes raramente se recuperam mesmo com TR?

A

Assistolia sem tamponamento cardíaco, lesões penetrantes de extermidades com PCR > 5 minutos, trauma contuso com PCR > 10 minutos e trauma penetrante em torso com PCR > 15 minutos antes da chegada à SE.

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20
Q

Após abertura do pericárdio, como prosseguir a TR?

A

Avaliar se há ou não tamponamento. Pacientes em assistolia sem tamponamento cardíaco são declarados mortos. Caso tamponamento, serão tratados de forma agressiva: reparo da lesão cardíaca seguido de massagem cardíaca, injeção intracardíaca de epinefrina e desfibrilação, realizando-se o clampeamento da aorta torácica descendente. Após isso, deve-se avaliar a salvabilidade do paciente - capacidade do paciente gerar uma PAS > 70 mmHg.

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21
Q

Qual o objetivo após controle de lesões ameaçadoras a vida intratorácicas pela TR?

A

Restaurar a integridade hemodinâmica do paciente e minimizar as lesões por reperfusão a órgãos vitais.

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22
Q

Qual a incisão preferível da TR?

A

Anterolateral esquerda.

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23
Q

Quais as medidas chave de ressuscitação na TR?

A

Pericardiotomia, massagem cardíaca aberta e clampeamento da aorta torácica descendente.

24
Q

Quando realizar uma bitoracotomia de reanimação (clamshell)?

A

Quando houver lesão penetrante do lado direito do tórax - garante acesso à possível lesão vascular do lado direito e ao pericárdio do lado esquerdo.

25
Q

Como posicionar o paciente para a TR?

A

Braço esquerdo acima da cabeça do paciente.

26
Q

Como realizar a incisão da TR?

A

Iniciar a incisão ao nível do 5° EIC esquerdo (borda inferior do músculo peitoral maior - abaixo do mamilo nos homens. Na mulher, levantar a mama e incisão na prega mamária), iniciando-se do lado direito do esterno, seguindo pelo EIC, inclinando para a região axilar (seguir o EIC) até a LAM (quanto mais lateral, mais m. precisa ser cortado e menos exposição eu ganho.

27
Q

Até onde eu faço a incisão com o bisturi?

A

Até a musculatura intercostal (então com o bisturi eu inciso pele, TCSC e músculatura da parede torácica).

28
Q

Com quantos cortes do bisturi eu devo conseguir entrar no tórax?

A

3: o primeiro para pele e TCSC, o segundo para a fáscia do peitoral, peitoral e serrátil e o terceiro nos m. intercostais para chegar ao espaço pleural (pode ser feita com a tesoura Mayo).

29
Q

Como prosseguir após alcançar a musculatura intercostal?

A

Essa musculatura e a pleura parietal são seccionados em conjunto com uma tesouda Mayo ao longo da margem superior.

30
Q

Qual o próximo passo após abertura da parede torácica por completo?

A

Introduzir um Finochetto com a cremalheira virada para a axila esquerda e movê-lo para mais próximo da linha mediana para maior exposição.

31
Q

Qual a conduta após exposição da cavidade torácica?

A

Incisão no pericárdio anterior e paralelo ao nervo frênico, iniciando do ápice até próximo dos grandes vasos. Pegar o pericárdio com uma pinça dente de rato e cortá-lo com a Mayo.

32
Q

Qual vaso deve ser dada atenção durante a toracotomoa AL?

A

A ligadura da mamária interna, que inicialmente no paciente chocado pode não sangrar, porém retornando a hemodinâmica do paciente irá sangrar muito.

33
Q

Qual a conduta após abertura do pericárdio?

A

Retirar todo sangue e coágulos e retirar o coração do pericárdio através do posicionamento da mão direita dentro do saco pericárdico posteriormente ao coração, segurando-o e puxando.

34
Q

Como mobilizar o pulmão?

A

Coloco a mão não dominante abaixo do lobo inferior, traciono cranialmente para tracionar o lig. pulmonar inferior e seccioná-lo com a tesoura.

35
Q

Qual a importância anatômica do lig. pulmonar inferior?

A

Termina na veia pulmonar inferior, devendo haver cuidado na secção dele.

36
Q

Qual a CD após mobilização do pulmão?

A

Identificar de onde está o sangramento (parede torácica ou pulmão) e se há ou não tamponamento cardíaco (pericárdio tenso e abaulado).

37
Q

Como controlar o sangramento torácico?

A

Compressas dentro do tórax e compressão direta sobre o hilo.

38
Q

Qual a CD após conseguir controle hemorrágico temporário dentro do tórax?

A

Eu tenho que pensar em lesão do outro hemitórax se hipotensão sem justificativa aparente ou trajeto suspeito - introduzir a mão anteriormente ao pericárdio para abrir uma janela para o outro hemitórax e ver se sai sangue. Se vier, devo explorar o outro lado.

39
Q

Como diferenciar o sg da parede torácica para o do pulmão?

A

Sangue vermelho rutilante geralmente é da parede e sangue misturado com bolhas é do pulmão. Golfadas de sangue escuro geralmente vem do hilo.

40
Q

Qual a conduta no coração batendo e com lesão?

A

Compressão digital até que a ressucitação do paciente esteja completa.

41
Q

Qual a conduta no coração parado e com lesão?

A

Realizar a cardiorrafia antes da massagem e desfibrilação, preferencialmente com 3-0 não absorvível e cuidando para não contemplar uma coronária no ponto (pontos interrompidos e com Donatti).

42
Q

Como realizar a massagem cardíaca da TR?

A

Bimanualmente em um movimento mantendo os punhos firmes e como se fosse bater palmas e fechando das palmas para os dedos.
*Quando apenas com uma mão aumenta o risco de perfuração com o polegar.

43
Q

Como proceder após massagem cardíaca aberta?

A

Epinefrina intracardíaca (VE).

44
Q

Qual a conduta após pericardiotomia e avaliação do coração?

A

Clampeamento da aorta torácica descendente.

45
Q

Qual o local de clampeamento da aorta?

A

Abaixo do hilo pulmonar esquerdo.

46
Q

Como isolar a aorta para realizar o clampeamento?

A

Primeiramente eu afasto o pulmão anteriormente com a mão não dominante. A aorta é a primeira estrutura tubular sentida na ponta dos dedos.
Com os dedos, separando-a do esôfago anteriormente e das vértebras posteriormente.

47
Q

O que fazer após isolamento da aorta?

A

Ocluí-la com uma Satinsky. Caso haja dificuldade de isolar dos tecidos adjacentes, pode-se comprimí-la contra as vértebras com os dedos.

48
Q

Até quando manter o clampe na aorta?

A

Até reestabelecimento da função cardíaca e da PAS.

49
Q

Quais os riscos do clampeamento da aorta?

A

Metabolismo anaeróbico das estruturas abaixo do clampeamento, fazendo com que o risco de múltiplas disfunções orgânicas seja exponencial após 30 minutos de clampeamento. Além disso ocorre a sd de reperfusão.

50
Q

O que é e o que ocorre na síndrome de reperfusão?

A

O sangue que estava nas vísceras isquêmicas retornam à circulação com baixo pH, excesso de lactato e pobre em oxigênio, o que reduz a contratilidade cardíaca.

51
Q

Como o paciente fica após TR e quais cuidados devem ser tomados?

A

Ficam em um estado fisiológico tênue por todas as consequências acima explicadas, fazendo com que o objetivo seja DO2 efetivo e otimizar a função cardíaca. Hb deve ficar entre 7-10.

52
Q

Como controlar o sg do hilo pulmonar?

A

Evitar ao máximo o clampeamento dele, usando apenas como última opção. Antes disso, devo optar pela compressão manual, sutura hemostática ou secção do segmento acometido. Outra forma é rodar o hilo 180°, com o ápice se aproximanto do diafragma.

53
Q

Quais os únicos passos a serem realizados na TR na SE?

A

Seccionar o lig. pulmonar inferior.
Abrir o pericárdio e clipar/suturar uma laceração.
Massagem cardíaca aberta.
Clampear o hilo ou torcer o pulmão se sg maciço.
Clampear a aorta torácica.
Se o paciente sobreviver, o resto deve ser feito no CC.

54
Q

Como realizar a esternotomia mediana?

A

Fazer uma incisão vertical na linha média do esterno, estendendo 2 cm acima da fúrcula e 3-4 abaixo do ap xifoide, afundando até a tábua anterior do esterno. Dissecar a tábua posterior de forma romba com o dedo acima da fúrcula. depois, vou abaixo do ap xifiode e abro a linha alba para dissecar o mesmo plano na parte de baixo. Pedir para parar de ventilar e abrir o esterno usando uma Gigli.

55
Q

Qual vaso deve ser identificado e ligado na esternotomia mediana?

A

A veia inominada esquerda (porteiro da transição cervicotorácica), que se estende através do mediastino antero-superior.