Teste 1 Flashcards

1
Q

Quais são as diferenças entre métodos qualitativos e quantitativos a nível do objetivo?

A
  • qualitativos: explorar significados e compreender fenómenos
  • quantitativos: medir variáveis e testar hipóteses
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2
Q

Quais são as diferenças entre métodos qualitativos e quantitativos a nível do tipo de dados?

A
  • qualitativos: textuais, narrativos, descritivos
  • quantitativos: numéricos (dados estatísticos)
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3
Q

Quais são as diferenças entre métodos qualitativos e quantitativos a nível do método de recolha de dados?

A
  • qualitativos: entrevistas, grupos focais, observação, análise documental
  • quantitativos: questionários, inquéritos, testes padronizados
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4
Q

Quais são as diferenças entre métodos qualitativos e quantitativos a nível da análise?

A
  • qualitativos: análise temática, análise de conteúdo, CQR
  • quantitativos: análise estatística
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5
Q

Quais são as diferenças entre métodos qualitativos e quantitativos a nível dos resultados?

A
  • qualitativos: profundidade e detalhe sobre um contexto ou fenómeno
  • quantitativos: generalizáveis para a população
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6
Q

Quais são as diferenças entre métodos qualitativos e quantitativos a nível da perspetiva?

A
  • qualitativa: subjetiva, foco na interpretação e reflexividade
  • quantitativa: objetiva, procura relações causais
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7
Q

Qual é a primeira etapa do projeto de investigação?

A

Conhecer a literatura existente

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8
Q

Como podemos filtrar e refinar a pesquisa?

A
  • data de publicação (últimos 5-10 anos)
  • tipo de artigo (pesquisa empírica, revisões sistemáticas, artigos de opinião)
  • área temática
  • língua
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9
Q

Quais são os 3 critérios principais para avaliar fontes?

A
  • autoridade (quem são os autores)
  • relevância (como o estudo contribui para o teu tema)
  • atualidade (estudos recentes)
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10
Q

Quais são algumas perguntas orientadoras para uma leitura crítica?

A
  • qual foi o objetivo e principais resultados do estudo?
  • como é que os diferentes estudos se relacionam entre si? há consenso ou divergência?
  • como é que os resultados deste estudo contribuem para a compreensão do fenómeno?
  • existem lacunas, contradições ou limitações nos estudos que podem ser exploradas na tua investigação?
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11
Q

Em que consiste a revisão da literatura e qual é o seu objetivo?

A

Consiste, não num resumo de artigos, mas sim numa síntese crítica da literatura existente. O objetivo é mostrar o que já foi investigado sobre o tema, identificar lacunas no conhecimento e situar a pesquisa dentro do contexto mais amplo da área.

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12
Q

Com base nas leituras e notas dos artigos, devemos procurar o quê?

A
  • tendências e padrões
  • temas
  • debates, conflitos ou contradições
  • publicações fundamentais
  • lacunas
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13
Q

Devemos incluir estudos recentes e relevantes de que forma?

A
  • a revisão deve ser atualizada com investigações recentes, especialmente se o tema é dinâmico
  • no entanto, não podemos ignorar estudos clássicos que possam fornecer uma base teórica sólida
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14
Q

Como é que podemos evitar uma revisão descritiva?

A
  • combinar a descrição dos estudos com uma avaliação crítica
  • encontrar padrões nos resultados e identificar onde a literatura se concentra ou diverge
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15
Q

Qual é a estrutura recomendada para uma revisão de literatura?

A
  • introdução (apresenta o tema e objetivo da revisão, explica o contexto e a relevância do tema)
  • corpo (organiza os estudos por temas/subtemas, apresenta uma análise crítica e destaca padrões e lacunas)
  • conclusão (resume as principais tendências da literatura, identifica as lacunas e estabelece a justificativa para a questão de investigação)
  • questão de investigação
  • referências
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16
Q

O que é que a filosofia da ciência aborda?

A

Aborda os pressupostos da ontologia, epistemologia, axiologia, metodologia e estrutura retórica ao longo dos paradigmas positivistas, pós-positivistas, construtivistas e das teorias críticas.

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17
Q

A psicologia norte-americana é, geralmente, dominada por quê?

A
  • métodos quantitativos
  • paradigmas positivistas e pós-positivistas
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18
Q

O que é um paradigma? Quais são os 4 principais?

A

É um conjunto de suposições inter-relacionadas sobre o mundo social que fornece uma estrutura filosófica e conceitual para o estudo organizado desses mesmo mundo.
- positivista
- pós-positivista
- construtivista
- teorias críticas

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19
Q

Quais são os 5 pressupostos que guiam os paradigmas?

A
  • ontológico
  • epistemológico
  • axiológico
  • metodológico
  • estrutura retórica
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20
Q

O que é o pressuposto ontológico?

A

Diz respeito a qual é a forma e a natureza da realidade e o que pode ser conhecido da mesma.

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21
Q

O que é o pressuposto epistemológico?

A

O estudo do conhecimento, a aquisição do conhecimento e a relação entre o conhecido (participante da investigação) e o conhecedor (investigador)

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22
Q

O que é o pressuposto axiológico?

A

O papel/lugar dos valores na investigação

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23
Q

O que é o pressuposto metodológico?

A

Modo como recolhemos e analisamos metodologicamente.

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24
Q

O que é a estrutura retórica?

A

A linguagem e apresentação da investigação.

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25
Q

Porque é importante identificar qual o paradigma com o qual mais nos identificamos?

A

Enquanto investigadores colocamo-nos mais num ou noutro paradigma e isso influencia o nosso:
- design
- questões
- procedimentos de recolha e de análise de dados
- comunicação de resultados

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26
Q

Como é o tipo de conhecimento nos métodos qualitativos?

A
  • em profundidade
  • compreensivo
  • criativo e interpretativo
  • centrado sobre a experiência dos atores
  • centrado sobre significados
  • centrado em processos
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27
Q

Quais são as etapas da investigação qualitativa?

A
  • enquadramento epistemológico
  • identificação do tema de investigação
  • revisão da literatura/exercícios exploratórios
  • definição da problemática
  • planeamento de estratégias de investigação
  • recolha e análise de dados
  • escrita/critérios de rigor e validade
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28
Q

Como descreve o paradigma positivista em termos dos seus pressupostos?

A
  • ontológico: realismo, a realidade existe governada por mecanismos e leis naturais e imutáveis.
  • epistemológico: dualista e objetivista, o investigador e o investigado são independentes. Os resultados replicáveis são verdadeiros. O investigador pode estudar os seus participantes sem os influenciar e vice-versa.
  • axiologia: não há lugar para os valores
  • metodológico: experimental e manipulativa, hipóteses são testadas para serem verificadas
  • estrutura retórica: linguagem precisa e objetiva
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29
Q

Como descreve o paradigma pós-positivista em termos dos seus pressupostos?

A
  • ontológico: realismo crítico, a realidade existe, mas é imperfeitamente apreendida
  • epistemológico: dualista modificada e objetivista, a objetividade é o regulador ideal. Os resultados replicáveis são provavelmente verdadeiros mas sempre sujeitos a falsificação. O investigador pode ter alguma influência no objeto a ser investigado, mas a objetividade e a independência objeto-investigador são importantes
  • axiologia: não há lugar para os valores
  • metodológico: experimental modificada e manipulativa, ênfase de investigação em contextos naturais
  • estrutura retórica: linguagem precisa e objetiva
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30
Q

Como descreve o paradigma construtivista em termos dos seus pressupostos?

A
  • ontológico: relativismo, as realidades são apreendidas na forma de construções mentais múltiplas, experiencial e socialmente baseadas, de natureza local e específica
  • epistemológico: transacional e subjetiva, o conhecedor e o conhecido estão interativamente ligados. Os resultados são criados/construídos
  • axiológico: os valores não se podem separar da investigação
  • metodológico: hermenêutica, interativa e interpretativa. O significado está escondido e deve ser trazido à superfície através de reflexão profunda. Esta reflexão pode ser estimulada por um diálogo interativo entre o investigador e o participante.
  • estrutura retórica: deve ser escrito de modo personalizado, na primeira, pessoa, incluindo a descrição dos meus valores e expectativas relevantes para o estudo
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31
Q

Como descreve o paradigma das teorias críticas em termos dos seus pressupostos?

A
  • ontológico: realismo histórico, realidade apreensivel, mas moldada por fatores sociais, culturais e económicos
  • epistemológico: transacional e subjetiva, influência mútua entre o conhecedor e o conhecido é de natureza dialética
  • axiológico: espero que os meus valores influenciem a investigação
  • metodológico: dialética e dialógica
  • estrutura retórica: o meu estudo pode ser descrito de modo personalizado, na primeira, pessoa, incluindo a descrição dos meus valores e expectativas relevantes para o estudo
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32
Q

Qual o impacto da qualidade das questões iniciais? E se a questão não for bem formulada?

A

Impacta se um estudo será aprovado ou não, publicado ou financiado.
Se a questão for mal concebida, provavelmente, criarão problemas que afetam todas as etapas subsequentes de um estudo.

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33
Q

Como ocorre o início do processo de desenvolvimento de questões?

A

Inicialmente poderíamos ter uma questão mais geral, mas à medida que vamos afinando e melhorando a proposta de investigação, começo a ter necessidade de ter questões mais focadas que definem claramente qual o foco do estudo e esta deve ser provisória e exploratória.

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34
Q

O que são as questões geradoras e qual o seu impacto?

A

Uma questão inicial que seja geradora pode levar ao desenvolvimento de sub-questões que podem tomar diversas formas, dependendo do foco da questão abrangente. Enquanto permitem a descoberta, direcionam os tipos específicos de dados que o investigador precisa.

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35
Q

Qual a relação que existe entre a teoria e as questões (processo dialógico)?

A

As questões qualitativas devem incorporar a teoria, seja de forma implícita ou explícita, como uma maneira de direcionar e enquadrar ideias específicas.

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36
Q

Qual a importância das questões éticas no desenvolvimento de questões?

A

Desenvolver questões qualitativas deve incluir uma reflexão cuidadosa sobre como a direção da investigação posicionará o investigador em relação aos participantes e quais são as implicações para a vida dos mesmos.
Ao trabalhar com populações vulneráveis ou marginalizados, os efeitos das questões precisam de ser avaliados ao longo de um estudo.

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37
Q

As questões podem surgir e evoluir de que forma?

A

Podem surgir da teoria e da experiência.
Podem evoluir de uma formulação mais geral ou de uma formulação mais específica e focada.

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38
Q

Quais são as características de questões com qualidade?

A
  • foco
  • contextual
  • suscetível de ser respondida
  • orientadoras da metodologia
  • teoricamente significativas
  • simplicidade
  • clareza
  • novidade
  • transformadora/renovadora do conhecimento
  • reenvia conhecimentos úteis para a prática e para investigação futura
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39
Q

Quais são os focos/objetos da investigação qualitativa em psicologia?

A
  • comportamentos/ambientes
  • experiência
  • significados
  • processos
  • interações
  • discursos/linguagens
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40
Q

Quais são os três modelos principais de design qualitativo?

A
  • modelo interativo
  • modelo linear
  • modelo circular/reflexivo
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41
Q

Em que consiste o modelo interativo de design? Quais as 5 componentes principais?

A

O modelo interativo é o design por excelência na investigação qualitativa.
- objetivos
- estrutura conceitual
- questões de investigação
- métodos
- validade
As diferentes partes do design formam um todo integrado e interativo, em que cada um dos componentes está fortemente ligado aos outros, em vez de estarem liados numa sequência linear ou cíclica.

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42
Q

Para além das 5 componentes do modelo interativo de design, que outros fatores podem influenciar o estudo?

A
  • as tuas capacidades de investigação
  • os recursos disponíveis
  • os problemas percebidos
  • normas éticas
  • o contexto da investigação
  • dados e conclusões preliminares do estudo
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43
Q

Quais os propósitos dos objetivos no modelo interativo de design?

A
  • ajudam-te a guiar as tuas outras decisões de design para teres a certeza de que vale a pena realizar o estudo e que retiras dele aquilo que queres
  • são essenciais para justificares a realização do teu estudo, uma tarefa essencial para obteres financiamento ou uma proposta de dissertação

Sem os objetivos é provável que percas o foco e acabes por gastar tempo e esforço em atividades que não contribuem para o estudo.

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44
Q

Quais são os três tipos de objetivos no modelo interativo de design?

A
  • objetivos pessoais: motivam-te a realizar o estudo
  • objetivos práticos: focados em alcançar algo, atender a alguma necessidade, mudar alguma situação ou atingir um objetivo
  • objetivos intelectuais: focados em compreender algo, ganhar algum insight sobre o que está a acontecer e porquê?
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45
Q

Quais são os 5 tipos de objetivos intelectuais no modelo interativo de design?

A
  • compreender qual é o significado para os participantes dos eventos e ações em que se envolvem e as narrativas que fornecem das suas vidas e experiências
  • compreender o contexto particular em que os participantes agem e a influência que este contexto tem nas suas ações
  • identificar fenómenos e influências que não foram antecipados e gerar novas teorias relativamente a essas influências
  • compreender os processos pela qual os eventos e ações ocorrem
  • desenvolver explicações causais
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46
Q

Em que consiste a estrutura conceitual do modelo interativo de design?

A
  • um sistema de conceitos, suposições, expectativas, crenças e teorias que suportam e informam a sua pesquisa
  • é uma formulação daquilo que achas que está a acontecer com os fenómenos que estás a estudar
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47
Q

Quais são os quatro módulos da estrutura conceitual do modelo interativo do design?

A
  • o teu próprio conhecimento experimental
  • teoria e investigação existente
  • estudos piloto e exploratórios
  • experiências mentais
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48
Q

Em que consiste o módulo “o teu próprio conhecimento experimental” da estrutura conceitual do modelo interativo do design?

A

A incorporação explícita da tua própria identidade e experiência na investigação tem recentemente ganho mais suporte teórico e filosófico. Contudo, não é uma “permissão” para impor as nossas suposições e valores de forma não crítica na investigação.

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49
Q

Em que consiste o módulo “teoria e investigação existente” da estrutura conceitual do modelo interativo do design?

A

Utilizar teoria existente (trabalhos publicados, artigos, etc…) tem vantagens e perigos. Enquanto ajuda a organizar os dados, “iluminar” aquilo que vejo na minha investigação e dar atenção a eventos e fenómenos que podiam passar despercebidos, a literatura existente pode também deformar a maneira como enquadramos a investigação e subvalorizar maneiras importantes de concetualizar o estudo e as implicações-chaves dos resultados.

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50
Q

Em que consiste o módulo “estudos piloto e exploratórios” da estrutura conceitual do modelo interativo do design?

A

Podemos projetar estudos-piloto especificamente para testar as suas ideias ou métodos e explorar as implicações ou para desenvolver teorias fundamentadas de forma indutiva.

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51
Q

Em que consiste o módulo “experiências mentais” da estrutura conceitual do modelo interativo do design?

A

As experiências mentais recorrem tanto à teoria quanto à experiência para responder a perguntas do tipo “e se”, procurando as implicações lógicas das várias propriedades dos fenómenos que pretendes estudar. Podem ser usadas para testar a nossa teoria quanto a problemas lógicos e gerar novas visões teóricas.

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52
Q

Em que consistem as questões de investigação do modelo interativo de design?

A

As questões de investigação estão no coração do design de investigação, que conecta diretamente com todos os outros componentes. Referem-se àquilo que queres aprender especificamente ou entender ao realizar o estudo.

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53
Q

Quais são as duas principais funções das questões de investigação no modelo interativo de design?

A
  • ajudar a focar o estudo (a relação das questões com os objetivos e a estrutura conceitual)
  • fornecer orientações sobre como conduzir o estudo (a relação das questões com os métodos e a validade)
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54
Q

Quais são as 4 componentes principais dos métodos no modelo interativo de design?

A
  • a relação de investigação que estabeleces com aqueles que estás a estudar
  • amostragem
  • recolha de dados
  • análise de dados
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55
Q

Em que consiste a componente “a relação de investigação que estabeleces com aqueles que estás a estudar” dos métodos no modelo interativo de design?

A

As relações que manténs com as pessoas no estudo podem ser complexas e alteráveis e vão necessariamente afetar-te como o “instrumento de investigação” e ter implicações para outros componentes do design. É importante pensar acerca de que tipo de relações queremos e o que fazer para as estabelecer.

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56
Q

Em que consiste a componente “amostragem” dos métodos no modelo interativo de design?

A

Refere-se a quantas vezes, que ambientes e indivíduos selecionar para observar ou entrevistar e que outras fontes de informação decides usar.
Na investigação qualitativa, a amostragem é praticamente sempre propositada, uma estratégia em que se escolhe deliberadamente contextos, pessoas ou eventos cuja informação é importante e não pode ser obtida por outras escolhas.

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57
Q

Em que consiste a componente “recolha de dados” dos métodos no modelo interativo de design?

A

O desenvolvimento de um bom plano de recolha de dados envolve criatividade e insight e não uma tradução mecânica das questões de investigação em métodos.
A estratégia de triangulação consiste na integração de dados de uma variedade de métodos e fontes de informação, reduzindo o risco de que as conclusões vão refletir esses vieses sistemáticos e limitações de um único método.

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58
Q

Quais são as três categorias de estratégias de análise de dados dos métodos no modelo interativo de design?

A
  • estratégias de categorização
  • estratégias de conexão
  • memos e displays
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59
Q

Em que consistem as estratégias de categorização de análise de dados dos métodos no modelo interativo de design? Quais os tipos de categorias?

A

:A principal é o coding e o objetivo é fraturar os dados e rearranjá-los em categorias que facilitam a comparação entre elas. Facilita o desenvolvimento de uma visão geral sobre o que está a acontecer, gerar temas e conceitos teóricos.
- categorizas organizacionais: temas ou questões amplas estabelecidas antes das entrevistas ou observações
- categorias substantivas: primariamente descritivas e incluem a descrição dos conceitos e crenças dos participantes, sendo próximas dos dados
- categorias teóricas: colocam os dados codificados numa estrutura geral ou abstrata e essas categorias podem derivar de uma teoria prévia ou desenvolvida indutivamente

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60
Q

Em que consistem as estratégias de conexão de análise de dados dos métodos no modelo interativo de design?

A

Em vez de fraturarem o texto inicial em elementos discretos e dividi-los em categorias, tentam entender os dados.

61
Q

Em que consistem as estratégias de memos e displays de dados dos métodos no modelo interativo de design?

A

São técnicas que facilitam o teu pensamento sobre a relação entre os dados e tornam as tuas ideais e análises visíveis, para estimular e capturar as ideia sobre os dados.
- memos: desempenham funções não relacionadas com a análise de dados, como a reflexão sobre métodos, teoria e objetivos
- displays: podem incluir matrizes ou tabelas que têm como objetivo a redução e apresentação dos dados e a análise de uma forma que te permita ver o todo.

62
Q

Em que consiste a validade no modelo interativo de design? Quais os tipos de ameaças à validade que ocorrem frequentemente nos estudos qualitativos?

A

Os investigadores qualitativos à validade precisam de eliminar quase todas as ameaças à validade após a investigação ter começado. Tipos de ameaças à validade que ocorrem frequentemente:
- viés: maneiras em que a recolha de dados ou análise são distorcidos pelos valores, preconceitos ou teorias do investigador
- reatividade: influência do pesquisador no comportamento dos participantes

63
Q

Quais são as principais estratégias para lidar com a ameaça à validade?

A
  • envolvimento intenso, a longo-prazo
  • dados ricos
  • validação dos respondentes
  • procurar evidências discrepantes e casos negativos
  • triangulação
  • quasi-estatística
  • comparação
64
Q

Em que consiste o modelo linear de design do processo de investigação?

A

Segue uma sequência definida de etapas, começando com a formulação de uma teoria, que é operacionalizada em questões de investigação especificas. Em seguida, escolhe-se a amostra, e os dados são recolhidos com base nessas questões. Depois, os dados são interpretados, o que leva à validação das descobertas. Segue um fluxo mais estruturado e sequencial, com cada etapa preparando o terreno para a próxima.
- de acordo com o paradigma pós-positivista
- próximo do método científico
- a intepretação geralmente é menor do que nos outros modelos

65
Q

Em que consiste o modelo circular/reflexivo de design do processo de investigação?

A

Começa com a definição de um problema e a formulação de questões de investigação, seguidas pela recolha e análise de dados. A análise de dados leva à identificação de novas questões e à necessidade de mais recolha de dados, criando um processo cíclico. A cada iteração, os dados são comparados entre diferentes casos, permitindo o refinamento das teorias ou explicações.
Não parto necessariamente da teoria, mas sim vou construindo-na à medida que analiso e comparo casos.

66
Q

Quais são os aspetos-chave nas amostras qualitativas?

A
  • amostras pequenas estudadas em profundidade
  • amostras intencionais (amostras informadas teoricamente à priori ou amostras sequenciais derivadas concetualmente)
67
Q

Em que consiste a amostragem intencional?

A

É uma estratégia na qual determinados ambientes, pessoas ou eventos são deliberadamente selecionados pelas informações importantes que podem fornece e que não podem ser obtidas tão bem a partir de outras escolhas.

68
Q

Quais são as principais estratégias de amostragem?

A
  • variação máxima
  • homogénea
  • baseada teoricamente
  • casos desviantes ou extremos
  • casos típicos
  • snowball ou em cadeia
  • conveniência
69
Q

Qual o tamanho da amostra para
- estudos de caso
- grounded theories
- abordagem fenomenológica
- focus goup

A
  • estudos de caso: 3 - 5
  • grounded theories: 15 - 20; 20 - 30; 30 - 50
  • abordagem fenomenológica: até 10
  • focus goup: 3 - 5; mais do que 5 (com diferente nº de elementos: 6-12; 6-10; +12)
70
Q

O que são bons informadores?

A

São participantes que possuem conhecimento ou experiência significativa sobre o fenómeno, representativas do mesmo.

71
Q

Quais são as orientações para o tamanho da amostra?

A
  • equilíbrio entre uma análise em profundidade e a possibilidade de saturação
  • especificações diferentes consoante a abordagem de investigação
  • considerar: nº de participantes, nº e duração de contacto com eles
72
Q

Em que consiste abordagem exploratória?

A
  • modelo de saturação teórica
  • provisória
  • processo paralelo à elaboração indutiva de teoria
  • procura explorar novos fenómenos ou questões ainda pouco conhecidas, sem partir de teorias pré-estabelecidas
73
Q

Em que consiste abordagem confirmatória?

A
  • modelo de aplicação de teoria
  • amostra ligada teoricamente
  • bons informadores (contribuindo para a confirmação ou refutação da teoria)
  • parte-se de uma teoria existente, buscando-se verificar ou confirmar hipóteses prévias
74
Q

Em que consiste uma entrevista?

A

É uma conversa com um propósito entre 2 interlocutores. São formas especiais de interação, distintas de uma conversa quotidiana. Requerem neutralidade por parte do entrevistador e a manutenção de um ambiente que permita respostas honestas e espontâneas.

75
Q

Que tipos de entrevista existem?

A
  • entrevista estruturada/formal
  • entrevista semiestruturada
  • entrevista não-estruturada
  • entrevista narrativa
  • entrevista de associação livre
  • entrevista biográfica
  • entrevista de recordação de processos interpessoais
  • entrevistas de grupo e grupos focais
  • entrevistas reflexivas e dramatológicas
76
Q

Em que consiste a entrevista estruturada/formal?

A

Seguem um guião fixo, com perguntas pré-determinadas de ordem fixa. Produzem dados mais uniformes e implica saber previamente que questões são relevantes.

77
Q

Em que consiste a entrevista semiestruturada?

A

O entrevistador prepara um conjunto de perguntas abertas e a ordem das questões pode variar conforme a conversa se desenvolve, permitindo a exploração de temas que emergem espontaneamente durante a entrevista. Procura um equilíbrio entre o controlo do entrevistador e a liberdade do entrevistado. Envolve questões orientadas, não diretivas, mas intencionais em função da questão de investigação.

78
Q

Em que consiste a entrevista não-estruturada?

A

Tende a ser parecida com uma conversação, em que o objetivo é ouvir os participantes sobre assuntos em que o investigador está interessado. A resposta do entrevistado é livre. Começa com questões gerais, podendo ser orientadas por um guião auxiliar de memória.

79
Q

Em que consiste a entrevista narrativa?

A

Baseado na recolha de histórias pessoais. Em vez de colocar perguntas, o entrevistador encoraja o entrevistado a contar uma narrativa contínua sobre um tema específico. Úteis quando se deseja compreender como as pessoas estruturam as suas vidas e perceções ao longo do tempo.

80
Q

Em que consiste a entrevista de associação livre?

A

Baseadas na psicanálise, visam explorar o inconsciente do entrevistado. Este é estimulado a falar sem censura ou controlo consciente, permitindo que associações menos profundas e menos racionais sejam expressas, o que pode revelar informações ocultas ou reprimidas.

81
Q

Em que consiste a entrevista biográfica?

A

Focam na história de vida do entrevistado, oferecendo uma visão longitudinal sobre a sua experiência. Geralmente usam o estilo narrativo para permitir ao entrevistado refletir sobre eventos importantes e os seus impactos ao longo do tempo.

82
Q

Em que consiste a entrevista de recordação de processos interpessoais?

A

Envolvem a revisão de uma interação previamente gravada (e.g. sessão de terapia) para que o participante reflita sobre as suas experiências e emoções durante o evento. Técnica útil para explorar as reações emocionais e cognitivas retrospetivas.

83
Q

Em que consiste a entrevista de grupo/grupo focal?

A

Envolvem vários participantes em simultâneo, permitindo uma discussão interativa. O grupo focal é um tipo especial de entrevista em grupo, onde o moderador conduz a conversa sobre um tópico ou produto específico.

84
Q

Em que consiste a entrevista reflexiva e dramatológica?

A

São métodos menos convencionais que propõem a desconstrução de entrevistas tradicionais. A abordagem reflexiva (Denzin) sugere o uso de jogos ou encenações para criar dados evocativos. A entrevista dramatológica incentiva o entrevistador a adotar o papel de um performer social, guiando a entrevista de forma interativa e teatral.

85
Q

O que está envolvido no desenvolvimento de um guião de entrevista?

A
  • uma lista de temas/perguntas que estão diretamente ligados à questão de investigação
  • estrutura flexível (dependendo do tipo de entrevista)
  • o guião deve ser testado/pilotado para garantir a sua eficácia de produção de dados relevantes
86
Q

Como ocorre a preparação de uma entrevista semiestruturada?

A
  • levar equipamento para gravar/bloco de notas
  • verificar estado do equipamento
  • levar o guião da entrevista
  • verificar data, horário e local
  • chegar sempre cedo
87
Q

Como ocorre a apresentação de uma entrevista o menos intrusiva possível?

A
  • informar sobre os objetivos/razões do estudo
  • ganhar a confiança do entrevistado
  • explorar o que a entrevista significa para o entrevistado com o intuito de poder analisar o seu impacto
  • ter em atenção a linguagem do entrevistado
88
Q

Como se fazem questões numa entrevista semiestruturada?

A
  • da informação geral à informação específica
  • usando competências básicas de comunicação
  • tipo de questões em função do problema estudado
89
Q

Como é o guião/agenda de uma entrevista semiestruturada?

A
  • relativamente nº pequeno de questões abertas
  • começar por questões mais gerais e mais públicas
  • de seguida passar para questões mais específicas/pessoais
  • informar sobre os tópicos que se vai falar durante a entrevista
  • evitar questões fechadas e diretivas
  • incorporar os comentários dos entrevistados em novas questões
90
Q

Quais são algumas técnicas importantes de condução de uma entrevista?

A
  • perguntas não sugestivas
  • perguntas abertas
  • uso do silêncio
  • pedir exemplos
  • prompts e questões de aprofundamento
  • the not-knowing-interviewer
  • formulação do entrevistador
  • interviewer self-disclosure
  • desacordar ou desafiar o entrevistado
91
Q

Que tipos de questões Kvale existem?

A
  • questões de introdução
  • questões de seguimento
  • questões de verificação
  • questões de especificação
  • questões diretas (mais apropriadas no fim da entrevista)
  • questões indiretas (não a respeito da pessoa, mas a respeito dos que vivem o fenómeno)
  • questões de estrutura e orientadoras
  • questões interpretativas
  • silêncios
92
Q

Quais são as decisões a ser feitas sobre o design de um estudo com entrevistas?

A
  • número e características dos entrevistadores
  • número de entrevistados por entrevistador
  • local da entrevista
  • uso de entrevistas de acompanhamento
93
Q

Quais são as considerações éticas a ter em conta nas entrevista?

A
  • consentimento informado (tópicos gerais da entrevista, local e tempo da entrevista, anonimato, consentimento para realizar e gravar e para utilizar o material após a entrevista ser conduzida)
  • poder e vulnerabilidade (nenhuma forma ou direção específica deve ser assumida em qualquer interação da investigação)
  • participantes desacreditados
  • experiência do entrevistador (deve ser considerado como o entrevistador pode ser afetado pela pesquisa)
94
Q

O que se diz sobre a gravação e transcrição de entrevistas?

A

Deve-se trabalhar com gravações em vídeo pois fornecem informações visuais sobre o posicionamento físico, linguagem corporal e movimentos dos participantes que podem ser importantes para algumas investigações.
É sempre necessária a gravação em áudio ou vídeo da entrevista, sendo que a transcrição deve ser feita pelo entrevistador, caso contrário, é necessária a verificação cuidadosa de cada transcrição em relação à gravação.

95
Q

Quais são as principais críticas às entrevistas como dados? Como podemos “combatê-las”?

A
  • os dados de uma entrevista dão agenda contaminada da investigação
  • a influência do entrevistador não pode ser neutralizada, e é muitas vezes tratada como se fosse

Devemos interrogar sempre, de forma reflexiva, o impacto do contexto da entrevista nos dados gerados (porque é que as pessoas concordaram em ser entrevistadas, como a pesquisa lhes foi apresentada e como a entrevista pode ter desencadeado dilemas nos participantes)

96
Q

Porque é que surgiu a CQR? Em que consiste?

A

Surgiu por, por vezes, não existir muito acordo entre certos aspetos da investigação qualitativa (e.g. na escolha e dimensão da amostra). A CQR é usada como método de análise de dados, dividida em vários componentes:
- processo de consenso
- vieses do investigador
- equipa de pesquisa
- recolha de dados
- análise de dados
- redação dos resultados e discussão

97
Q

Em que consiste o processo de consenso na CQR?

A

Diz respeito ao respeito mútuo, envolvimento igual e poder compartilhado. Tem como objetivo melhorar a qualidade das decisões levando em consideração as opiniões comuns e minoritárias. Para chegar ao consenso, os membros da equipa devem discutir divergências e sentimentos, o que requer que os membros da equipa tenham fortes habilidades interpessoais, bem como o respeito uns pelos outros.

98
Q

Em que consistem os vieses dos investigadores na CQR?

A
  • os investigadores devem relatar as suas expectativas (crenças baseadas na leitura da literatura e no desenvolvimento de questões de investigação) para que os leitores possam avaliar as descobertas com esse conhecimento em mente
  • os investigadores devem discutir os seus vieses uns com os outros no princípio e durante o processo de investigação para assegurar que esses vieses não influenciam indevidamente a análise de dados
99
Q

Quais são as principais características da CQR?

A
  • mesmo guião de entrevista para todos
  • processo indutivo (conclusões construídas a partir dos dados, indicada quando queremos estudar casos raros)
  • estudo intensivo de poucos casos (8-15)
  • vários juízes (3-5)
  • auditores (internos ou externos - 1 ou 2)
  • voltar aos dados brutos enquanto se faz a análise
  • devolução aos participantes
100
Q

Qual a diferença entre equipas definitivas e rotativas primárias na CQR?

A
  • equipas definitivas: 2-5 membros principais da equipa que trabalham nas ideias centrais e análises, enquanto 1-2 outros investigadores fazem a revisão do trabalho
  • equipas rotativas primárias: 4-12 elementos que rodam entre tarefas

Ambos os tipos de equipas são aceitáveis, porém, é recomendado que todos os membros estejam profundamente imersos nos dados.

101
Q

Como dever ser feita a composição das equipas na CQR?

A
  • o nível de sofisticação das equipas deve ser proporcional ao tópico estudado
  • é recomendado escolher membros de equipas no mesmo nível de poder de forma a evitar hierarquias
102
Q

Como deve ser a composição e o tamanho da amostra na CQR?

A

É recomendado que os investigadores selecionem aleatoriamente participantes de uma população homogénea que tenha conhecimento profundo sobre o fenómeno a ser estudado. O tamanho da amostra deve ser 8-15 participantes.

103
Q

Como são as entrevistas na CQR?

A

Os investigadores devem completar pelo menos 2 entrevistas-piloto com a população-alvo para refinar o protocolo da entrevista.
Geralmente, os investigadores da CQR apresentam protocolos semiestruturados, que envolve um nº de questões e uma lista de sugestões que ajudam o entrevistador a explorar mais a fundo.

104
Q

O que são domínio na CQR?

A

Tópicos usados para agrupar/segmentar dados de uma entrevista. Duas abordagens principais:
- começar com uma lista de domínios, baseada em perguntas de entrevista ou na literatura, que depois é ajustada conforme necessário
- envolve obter os domínios diretamente a partir dos dados (melhor estratégia pois incentiva uma análise mais profunda dos dados, em vez de depender de ideias pré-concebidas)

105
Q

O que são ideias centrais na CQR?

A

Resumos dos dados que capturam a essência do que foi dito em menos palavras e com mais clareza - usados para abstrair os dados das entrevistas dentro dos domínios.
Devem permanecer o mais próximo possível dos dados e estar livre de suposições e interpretações.

105
Q

Em que consiste a análise intra-caso?

A
  • desenvolver e identificar domínios intra-caso e avançar para consenso
  • construir ideias centrais e avançar para consenso
  • auditor revê domínios e ideias centrais
  • rever os domínios e ideias centrais para cada caso

A definição de domínios e ideias centrais ocorre dentro do mesmo caso.

106
Q

Em que consiste a análise cruzada?

A

Passámos para um nível mais alto de abstração na análise de dados. Envolve a identificar e entender relações entre diferentes categorias de dados, a comparação e integração de informações de diferentes grupos para revelar padrões, temas ou tendências.
Pode ser realizada individualmente ou em grupo, mas requer consenso na nomenclatura e categorização.
Os dados são organizados em categorias definidas pelas ideias centrais identificadas.
As categorias são avaliadas em termos de frequência para entender a prevalência de certos temas.
Preciso de ter os mesmos domínios em todos os participantes para realizar a cross-analysis.

107
Q

Em que consiste a verificação de estabilidade na CQR?

A

Envolve a retenção de pelo menos dois casos de análise cruzada para verificar se os dados se encaixam nas categorias existentes e se as designações mudam significativamente com a inclusão desses casos.

108
Q

Como devemos apresentar os dados da CQR?

A
  • descobertas/resultados principais
  • incluir tabelas com todos os domínios, categorias e frequências
  • referir as categorias gerais e típicas de cada domínio
  • utilizar citações dos participantes ou ideias centrais para ilustrar as categorias
109
Q

Em que consiste os resultados e a discussão na CQR?

A

Consiste em comunicar os achados de forma lógica e clara, respondendo às questões de investigação. Os investigadores devem escrever detalhadamente as categorias, ilustrando-as com exemplos (ideias centrais ou ilustrações). Nem todos os dados recolhidos precisam de ser relatados, mas é importante mencionar se algum foi omitido.

Na discussão deve evitar-se repetir os resultados e focar nas descobertas mais relevantes, conectando-os à literatura e desenvolvendo teorias.

110
Q

O que são focus groups?

A

Técnica que visa a recolha de dados, realizada através da interação do grupo sobre um tópico apresentado pelo investigador que tem um papel ativo na dinamização da discussão em grupo. Os grupos devem ser compostos por pessoas com alguma semelhança entre elas e que partilham característica relevantes para o tema.
Pode ser utilizado de forma isolada ou em combinação com outros métodos.

111
Q

Quais são os possíveis usos dos focus groups?

A
  • obtenção de informação sobre um tópico interessante
  • gerar hipóteses de investigação
  • estimular novas ideias e conceitos criativos
  • diagnosticar os principais problemas com um novo programa
  • gerar impressões sobre produtos, programas ou outros objetos de interesse
  • compreender como os participantes falam acerca de certos fenómenos, o que facilita a criação de inquéritos ou outros instrumentos de investigação
  • interpretação de resultados quantitativos obtidos previamente
112
Q

Quais são as vantagens dos focus groups?

A
  • fornece insight com base na observação de comportamentos interativos
  • permite fornecer dados de um grupo muito mais rapidamente
  • frequentemente com menores custos
  • flexibilidade, podendo ser usados para análise de um leque alargado de tópicos
113
Q

Quais são as desvantagens dos focus groups?

A
  • papel do moderador na geração dos dados (ex: diretividade)
  • impacto do próprio grupo nos dados
  • pode não ser adequado para assuntos sensíveis em que a partilha mútua não é aceitável ou estigmatizante
114
Q

Quais são as fases da realização dos focus groups?

A
  • planeamento
  • preparação
  • moderação
  • análise de dados
115
Q

Em que consiste as fases do planeamento e preparação dos focus groups?

A

Consiste no recrutamento dos participantes (processo de contacto sistemático):
- tamanho dos grupos: tipicamente entre 5/6 a 10 ou 6 a 8 (depende do autor)
- número de grupos: depende dos segmentos importantes a considerar no estudo e da saturação teórica

Considerações logísticas: os participantes devem ser informados sobre os objetivos do estudo, hora e local, tempo estimado de duração. Recomenda-se que o local assegure o conforto e a confidencialidade

116
Q

Em que consiste a fase da moderação dos grupos focais?

A

Pode ir até 2h30, mas, em média, dura 90 min. Pode ser criada uma equipa de moderadores, em que há um moderador (missão de condução e manutenção da discussão) e um auxiliar de moderação (gestão do equipamento de gravação, estar atento às condições logísticas e do ambiente físico, etc)

117
Q

Quais são as características importantes dos moderadores de grupos focais?

A
  • competências de moderação/dinâmica de grupo
  • promover o conforto e o respeito mútuo
  • facilitar a liberdade de expressão/opinião
  • dar oportunidade a todos os participantes
  • papel de questionar/ouvir/manter a conversa no foco
  • papéis distintos e complementares dos moderadores
  • não emitir julgamentos
118
Q

Como ocorre a análise de dados dos grupos focais?

A

Os focus groups são gravados e transcritos e é importante que as transcrições sejam complementadas com as notas dos moderadores (que possui informações privilegiadas acerca de expressões faciais, gestos, tom de voz, etc..). Ocorre em 3 etapas.
- codificação/indexação: ocorre um processo de atribuição de categorias e/ou subcategorias, refletindo os temas presentes no guião e os que emergiram na discussão
- armazenamento/recuperação: compilação de todos os extratos do texto subordinados à mesma categoria de modo a poder compará-los
- interpretação

119
Q

Como ocorre a divulgação de resultados de focus groups?

A

Geralmente realizada sob a forma de relatório escrito. O relato de citações é importante dado que fornece evidência para a credibilidade da análise realizada.

120
Q

O que são grupos focais online?

A

Com o surgimento das tecnologias tornou-se viável realizar grupos focais online, permitindo que os investigadores alcancem participantes em diferentes locais.

121
Q

Quais são as vantagens dos grupos focais online?

A
  • acessibilidade e conveniência
  • redução de custos
  • anonimato e conforto
  • vantajoso para pessoas que têm dificuldades em speaking up
122
Q

Que tipos de comunicação podem ocorrer nos chats de grupos focais online?

A
  • monólogos
  • concordar
  • “one-liners”
  • ensaios
  • desafiar
123
Q

Quais são os desafios/limitações dos focus groups? (pensa nas possíveis soluções/respostas)

A
  • falta de inputs não-verbais
  • perda da dinâmica cara-a-cara
  • dificuldade em garantir a atenção do participante ao tópico
  • interações mais lentas
  • os participantes podem contribuir menos pois digitam mais devagar do que quando falam
  • os participantes podem editar os seus comentários
  • papel limitado do moderados
  • dificuldade em encorajar participação igualitária
  • dificuldade em garantir a identidade dos participantes
  • dificuldade em expor os sujeitos a estímulos externos
124
Q

Que considerações devemos ter na condução de grupos focais online?

A
  • preparação adequada
  • moderador experiente
  • estratégias de análise de dados
125
Q

Em que consiste a análise temática?

A

É o processo de identificar padrões ou temas nos dados qualitativos, interpretando e fazendo sentido das coisas.

126
Q

Quais são os dois níveis de temas na análise temática?

A
  • semânticos: a pessoa que está a analisar os dados não procura nada mais do que aquilo que o participante disse ou descreveu, procura os significados explícitos e superficiais
  • latentes: o investigador vai além do que a pessoa disse, identifica e examina ideias, suposições, concetualizações e ideologias que são teorizadas como moldando e informando o conteúdo semântico dos dados
127
Q

Que autores fornecem uma estrutura de 6 passos de análise temática e que passos são esses?

A

Braun e Clark (2006).
- familiarização com os dados
- gerar códigos iniciais
- procurar temas
- rever os temas
- definir os temas
- escrever

128
Q

Em que consiste a familiarização com os dados na análise temática?

A

O primeiro passo na análise qualitativa (temática) é ler e reler as transcrições. Devemos estar bem familiarizados com todo o conjunto de dados, isto é, com todas as entrevistas ou dados recolhidos, antes de passarmos para a fase seguinte.

129
Q

Em que consiste gerar códigos iniciais na análise temática?

A

A codificação reduz os dados em pequenos conjuntos de significado, de forma sistemática. Há maneiras diferentes de codificar:
- temática teórica: é codificado cada segmento de dados que é relevante para a questão de investigação
- análise indutiva: utiliza-se codificação linha a linha, sendo todas as linhas codificadas
- open-coding: não tendo códigos pré-definidos, vamos desenvolvendo-os e modificando à medida que trabalhamos nos processos de codificação

130
Q

Em que consiste a procura de temas na análise temática?

A

Examinamos os códigos e alguns parecem encaixar-se perfeitamente para formar um tema. No final deste passo, os códigos estão organizados em temas mais abrangentes que parecem dizer algo acerca da questão de investigação

131
Q

Em que consiste a revisão dos temas na análise temática?

A

Revemos os temas e desenvolvemos os temas preliminares que identificamos no passo anterior. É útil reunir todos os dados relevantes a cada um dos temas que devem ser coerentes e distintos uns dos outros

132
Q

Em que consiste a definição dos temas na análise temática?

A

O refinamento final dos temas tem como objetivo identificar a essência daquilo que é o tema: o que está o tema a dizer? como é que os temas e subtemas (se existirem) se relaciona entre si e com os outros?

133
Q

Em que consiste a escrita na análise temática?

A

Normalmente, o ponto final da investigação é algum tipo de relatório, como um artigo ou dissertação.

134
Q

Qual é a diferença entre pluralismo e pragmatismo?

A
  • pluralismo: afirma que as diversas abordagens à investigação têm cada uma os seus benefícios e limitações, sendo que nenhuma abordagem é superior
  • pragmatismo: examina cada método em termos de quais perguntas cada um dos métodos pode ajudar o investigador a responder (posição de whatever works). A posição pragmática não vê nenhum problema na utilização de vários métodos pelo investigador
135
Q

Quais são as 4 famílias de abordagens de investigação qualitativa?

A
  • abordagens de análise temática
  • abordagens narrativas
  • abordagens baseadas na linguagem
  • abordagens etnográficas
136
Q

Em que consistem as abordagens de análise temática?

A

Tentam identificar temas ou ideias no material em estudo. Os métodos de análise temática variam em termos de quão estruturados são e no grau de inferência e interpretação que encorajam.

137
Q

Em que consiste a análise de conteúdo nas abordagens de análise temática?

A

Especificar um conjunto de categorias de conteúdo claramente definidas que podem ser a priori ou post hoc, onde os investigadores desenvolvem um código manual que permite que os dados sejam confiavelmente codificados.

138
Q

Em que consiste a análise de estrutura nas abordagens de análise temática?

A

O investigador desenvolve um índice estruturado para os dados que geralmente deriva das questões de investigação e das questões no protocolo da entrevista.

139
Q

Em que consiste a grounded theory nas abordagens de análise temática?

A

O objetivo é gerar teoria com base nos dados recolhidos

140
Q

Em que consiste a análise fenomenológica interpretativa nas abordagens de análise temática?

A

O objetivo é estudar as experiências internas dos participantes, a maneira como percecionam e fazem sentido do mundo e das experiências. É interpretativa: explicitamente relacionada com as experiências internas e tentar ir além das palavras dos participantes para entender os significados profundos. Amostras mais pequenas que nas outras (foco ideográfico).

141
Q

Em que consistem as abordagens narrativas?

A

Focam-se no desenrolar dos eventos e experiências ao longo do tempo (têm como base a cronologia).

142
Q

Em que consiste a análise narrativa da abordagem narrativa?

A

Dá importância à maneira como fazemos sentido das histórias que contamos, tendo como objeto de estudo a narrativa e não o participante. O foco pode estar nos aspetos literários narrativos, como a estrutura do enredo, os seus temas predominantes, coerência interna e o contexto social.

143
Q

Em que consiste investigação do histórico de vida da abordagem narrativa?

A

É necessário um ou mais indivíduos e tenta construir uma narrativa coerente de aspetos das suas experiências de vida. Frequentemente realizado através de entrevistas in-depth, mas também se utiliza materiais suplementares como diários, fotografias e gravações

144
Q

Em que consistem as abordagens baseadas na linguagem?

A

Examinam de perto a linguagem, não como uma indicação do que o falante ou escritor pode estar a pensar ou a sentir, mas sim para entender as regras sociais subjacentes que governam a sua produção ou a forma como a linguagem pode ter sido usada para alcançar algo. A intenção não é focar somente na linguagem falada ou em características psicolinguísticas (e.g. gramática).

145
Q

Em que consiste a análise conversacional das abordagens baseadas na linguagem?

A

Este tipo de análise tem por base a microssociologia, que observa como as regras sociais são aplicadas em pequenas instâncias de interações interpessoais.

146
Q

Em que consistem as abordagens etnográficas?

A

O investigador “entra em campo” para entender a organização social de um determinado grupo ou cultura. Geralmente, ocorre em contextos mais alargados ou focados.
A principal ferramenta é a observação de participantes, registado através de notas de campo do investigador que suplementa com observações de conversas estendidas com informadores no contexto.

147
Q

Quais são os principais fatores com impacto na escolha dos métodos/abordagens?

A
  • questão de investigação
  • aprendizagens/perfil do investigador
  • acesso aos contextos/recursos
  • supervisão/auditoria
148
Q

Quais são os passos na escolha de um método qualitativo?

A
  • escolher a família de abordagens
  • escolher uma abordagem particular dentro da família