SUA, miomas, endometriose, infertilidade Flashcards
Quais as fases com maior risco de SUD?
-Logo após a menarca/perimenopausa
Menorragia:
Sangramento regular, com aumento de duração/fluxo (normal 2-6 dias)
Metrorragia:
sangramento irregular
Menometrorragia
Sangramento irregular com aumento de duração/fluxo
Hipermenorreia:
Regular com aumento de fluxo/volume (normal até 60mL)
Principais causas de SUA:
Pólipos Adenomiose Leiomioma Malignidade/hiperplasia Coagulopatias Ovulação (disfunção ovulatória) Endometrial Iatrogenia Não classificadas
Obs.: PALM > causas orgânicas/estruturais
Principais causas de SUA na pós-menopausa:
Atrofia de endométrio(30%)
TRH (30%)
CA de endométrio
O que é SUD:
Sangramento diferente do habitual, com alteração no volume, duração ou intervalo do fluxo;
Nenhuma causa orgânica é identificada > diagnóstico de exclusão
Classificação dos SUD:
- Ovulatórios (15%) > ocorrem no menácme
- Anovulatórios (80-85%) > ocorrem na puberdade (imaturidade do eixo hipotálamo-hipófise-ovário) ou na perimenopausa (falência progressiva da função ovariana)
Quais os métodos que podem indicar que houve ou não ovulação?
- Curva de temperatura basal
- Dosagem de progesterona na fase lútea (entre 20-24º dias)
- USG seriada da paciente
Exame físico de uma paciente com SUA:
- Exame especular;
- Observar se o sangramento é oriundo da uretra, ânus, colo, vulva
- Toque bimanual (avaliar útero)
- Observar se há obesidade, hiperandrogenismo, acantose nigricans, aumento de tireoide, equimoses, galactorreia
Exames complementares que podem ser solicitados em uma paciente com SUA:
- Hemograma completo
- Coagulograma (PTTa, TAP, Fator VIII)
- Colpocitologia
- USG TV (se já iniciou vida sexual)
- Histerossonografia (utiliza soro fisiológico)
- Histeroscopia com biópsia (padrão ouro para avaliar cavidade uterina; só pedir se a paciente tiver fator de risco)
- TSH/prolactina (de acordo com a suspeita)
- beta-hcg
- PF renal e hepática (de acordo com a suspeita)
Abordagem no SUA agudo e crônico:
- Agudo: intervenção imediata
- Crônico (presente por pelo menos 6 meses): prevenir recorrências
Qual o efeito da progestogenioterapia?
- Interrompe o efeito proliferativo do estrogênio sobre o endométrio > vira um endométrio secretor
- Não promove reepitelização do endométrio > não interrompe o sangramento (apenas diminui)
- Após 10-14 dias > suspender a medicação > 3-4 dias depois ocorre a curetagem farmacológica (menstruação)
Como fazer a progestogenioterapia?
Vários esquemas (em geral feitos por 10-14 dias)
- Acetato de medroxiprogesterona 10mg
- Acetato de medroxiprogesterona de depósito 150mg
- Diidrogesterona 10mg
- Acetado de noretisterona 10mg
- DIU de levonoogestrel (20mcg/dia); diminui até 75% do fluxo; entra em amenorreia após 6 meses
Obs.: não serve pra controle agudo do sangramento uterino disfuncional
Quando utilizar o TTO combinado (estrogênio + progestágeno ou ACO)?
- Terapia de manutenção / prevenção de recorrências
- Emergências (o estrogênio interrompe o sangramento) > parada do sangramento em 24-48h
- Adolescentes/contracepção
Por quê o estrogênio é capaz de interromper o sangramento?
Promove rápida reepitelização, fortalecendo a malha reticular do estroma de sustentação > interrompe o sangramento
Obs.: promove também maior crescimento da espessura endometrial > cessado o estímulo, ocorre sangramento maior
Quando evitar a estrogenioterapia?
História pregressa de TVP > risco maior de tromboembolismo
Medicações da estrogenioterapia:
Estrogênio equino conjugado (0,625 ou 1,25mg) - 4comp VO/dia
OU
17 beta-estradiol 1-2mg
Esquemas de estrogenioterapia:
Várias opções:
- Opção 1: 4/4h no primeiro dia / 6/6h no segundo dia / 8/8h no terceiro dia / 12/12h até completar 12 dias. Depois associa a progesterona
- Opção 2: 4/4h no primeiro dia / 6/6h até o 5º dia / 8/8h até o 8º dia / 12/12h até o 22ºdia
TTO do SUD anovulatório em adolescentes:
Hb>10, normotensas:
-Leve: orientação (ciclo anovulatório), ACO.
-Moderado: ACO, progesterona de 2ª fase (por 6 meses)
Hb<8, hipotensão:
-Afastar coagulopatia
-Interromper o sangramento (estrogênio isolado ou associado ao progestágeno - ACO)
-Depois que controlar o sangramento, manter ACO para evitar recidivas
TTO do SUD anovulatório em climatéricas:
-Estudo endometrial: indicar histeroscopia apenas para pacientes com fatores de risco para CA de endométrio
-Começa com progestágenos de 2ª fase/DIU de levonogestrel (diminui o sangramento) e, após a menopausa, acrescenta o estrogênio (TRH)
Obs.: ablação de endométrio só é feita em casos refratários à hormonioterapia
Que medicações podemos associar no TTO do SUD, se o sangramento for muito intenso?
- Ácido tranexâmico (antifibrinolítico): evitar se tiver história/risco de tromboembolismo; uso concomitante com ACO aumenta o risco
- Anti-inflamatório não hormonal: diminui prostaglandinas > vasoconstrição > maior agregação plaquetária > diminui o sangramento
Espessura do endométrio normal:
- 4-5mm na pós-menopausa sem TRH
- Até 8mm na pós-menopausa com TRH
O que é endometriose?
Presença de tecido endometrial (glândulas e estroma), fora da cavidade uterina.
Geralmente ocorre na menacme. Principalmente dos 25-35 anos
Fatores de risco para endometriose:
- Parentes de 1º grau
- Exposição ao estrogênio:
- Nuliparidade
- Menarca precoce (<11anos)
- Ciclos menstruais curtos (<27d)
- Fluxo intenso (>8d) - aumenta chance de refluxo
- Primiparidade tardia (>35anos)
- Classe econômica mais alta
- Malformações Mullerianas (aumenta refluxo)
- Estenoses iatrogênicas (cauterização, conização)
- Mulheres altas, magras e com baixo IMC
Fatores de proteção para endometriose:
- Multiparidade
- Intervalos de lactação prolongados
- menarca tardia
Etiologia da endometriose:
Várias teorias:
- Teoria da menstruação retrógrada
- Teoria imunológica: o endométrio escapa do sistema imune
- Teoria metaplásica: células totipotentes viram endométrio
Local mais comum de endometriose?
Ovários
Locais onde podemos ter endometriose mais profunda:
- Septo retovaginal
- Fundo de saco
- Intestinal (principalmente sigmóide - 70%) > pode levar a obstrução intestinal
- Vesical
Clínica da endometriose:
Dismenorreia progressiva + dispareunia + dor pélvica + infertilidade