sociologia do trabalho Flashcards

1
Q

Como a introdução da maquinaria no capitalismo reconfigurou a relação entre o trabalho humano e a produção sob as abordagens tayloristas e fordistas?

A

Para compreender a reconfiguração da relação entre o trabalho humano e a produção no capitalismo sob as abordagens tayloristas e fordistas com a introdução da maquinaria, é fundamental analisar as características desses sistemas. A abordagem taylorista, baseada na administração científica, buscava controlar os tempos e movimentos do trabalho vivo, retirando a autonomia do trabalhador e objetivando o trabalho manual por meio de instruções detalhadas e controle dos passos realizados. Essa dinâmica resultou em uma transformação do homem em máquina, enquanto a máquina passava a ser utilizada para melhorar a eficiência, mantendo a ação manual do trabalhador sobre o objeto de trabalho, porém de forma controlada e despótica. Por outro lado, o fordismo representou um desenvolvimento do taylorismo ao fixar o trabalhador em um determinado posto de trabalho, transferindo a responsabilidade de movimentação dos materiais para a estrutura de trabalho morto, como as linhas de montagem. Nesse contexto, o trabalhador executava poucos movimentos repetitivos e era supervisionado de perto para manter uma alta produtividade. Enquanto a maquinaria na manufatura era uma etapa necessária do processo burguês de trabalho, na abordagem fordista se intensificou a separação entre trabalho humano e máquina, buscando maximizar a produção baseada em trabalho parcelar. Portanto, a introdução da maquinaria no capitalismo sob as formas taylorista e fordista reconfigurou a relação entre o trabalho humano e a produção ao centralizar o controle dos processos produtivos, limitando a autonomia dos trabalhadores e objetivando cada vez mais o trabalho vivo. Assim, a maquinaria não apenas substituiu as habilidades tradicionais dos trabalhadores, mas também reconfigurou a própria natureza do trabalho, tornando-o uma aplicação tecnológica da ciência, onde a máquina e os processos científicos passaram a ser determinantes na organização do trabalho.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

O fordismo representou um avanço em relação à manufatura ou uma regressão na evolução do processo de trabalho sob o capitalismo? Justifique.

A

Para analisar se o fordismo representou um avanço ou uma regressão em relação à manufatura, é essencial considerar o contexto histórico e as características distintas de cada modelo de produção. Segundo os estudos de Moraes Neto, a manufatura, por sua natureza hiperespecializada, empírica e baseada no trabalho manual, foi uma etapa necessária no desenvolvimento do trabalho sob o capitalismo, mas apresentava limitações significativas. Com a introdução da maquinaria, a manufatura foi superada, resultando em uma forma mais desenvolvida de produção. No entanto, o fordismo, ao reinventar a manufatura através da linha de montagem, ampliou suas características até o paroxismo, levando a uma intensificação brutal do trabalho manual e uma subjugação do trabalhador a um posto específico e a movimentos repetitivos. Portanto, o fordismo não pode ser considerado um avanço em relação à manufatura, mas sim uma regressão na evolução do processo de trabalho sob o capitalismo. Isso ocorreu porque, mesmo reconhecendo as semelhanças entre a manufatura e a linha de montagem em termos de divisão do trabalho e aumento da produtividade, o fordismo representou um retrocesso ao reforçar a relação desumanizadora entre o trabalhador e a máquina, retirando a autonomia e subjugando o trabalhador a movimentos repetitivos, desprovidos de conteúdo e significado, contrariando o potencial de evolução representado pela introdução da maquinaria e da ciência no processo de trabalho. O fordismo, ao intensificar a desconexão entre o trabalhador e o produto de seu trabalho, juntamente com as limitações inerentes à forma taylorista de organização da produção, revelou-se como uma forma regressiva e limitada em relação ao potencial de evolução do trabalho sob o capitalismo.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Quais são os principais desafios enfrentados pelo capitalismo no século XX em relação à organização do trabalho e à eficiência produtiva, conforme discutido no artigo?

A

Os principais desafios enfrentados pelo capitalismo no século XX em relação à organização do trabalho e à eficiência produtiva estão relacionados às limitações inerentes ao modelo taylorista/fordista, conforme discutido no artigo. Esses desafios incluem questões ligadas à organização do processo de trabalho, como absenteísmo, turnover, trabalho mal-executado e sabotagem, que se tornaram flagelos na indústria automobilística americana. Essas limitações derivam da tentativa de destituir o trabalho de qualquer conteúdo, mantendo ao mesmo tempo ação manual do trabalhador sobre o objeto de trabalho, o que evidencia a imperfeição humana no contexto de movimentos uniformes e contínuos. Além disso, outro desafio significativo enfrentado pelo capitalismo foi destacado por Aglietta, ressaltando a dificuldade de ajustar o ser humano a um ritmo crescente e uniforme de trabalho. Marx já apontava essa questão no século XIX, afirmando que o homem é um instrumento imperfeito de produção em relação a movimentos uniformes e contínuos. Essa imperfeição humana para movimentos uniformes e contínuos se torna uma limitação central para o taylorismo/fordismo, mesmo com os avanços na mecanização e na gestão científica do trabalho. Portanto, os desafios enfrentados pelo capitalismo no século XX em relação à organização do trabalho e à eficiência produtiva estão intimamente ligados à dificuldade de conciliar a ação humana com a busca pela máxima produtividade. A transição da manufatura para modelos como o taylorismo/fordismo evidencia essas limitações, uma vez que o trabalho humano é submetido a um controle cada vez mais rígido, resultando em problemas de adaptação do ser humano a um ritmo de produção acelerado e padronizado. Essas questões revelam a complexidade de harmonizar a eficiência produtiva com a natureza humana no contexto do capitalismo industrial.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Qual a análise de Marx?

A

A análise de Marx aborda o processo de evolução do trabalho sob o capitalismo, destacando a transição da manufatura para a maquinaria. No contexto da manufatura, Marx observa a interdependência direta dos trabalhos que permite estabelecer uma intensidade de trabalho sem precedentes. Ford, por sua vez, leva essa característica da manufatura ao extremo, buscando o limite da produtividade por meio do trabalho parcelar. Com a introdução da maquinaria, o trabalho manual é radicalmente intensificado e direcionado por soluções técnicas que visam garantir o abastecimento adequado dos trabalhadores. Isso gera uma transformação significativa no processo de trabalho, com a ênfase na eficiência e no controle dos movimentos dos trabalhadores. Marx identifica que a introdução maciça da maquinaria revoluciona o processo produtivo, principalmente na indústria têxtil, o que configura uma base material capitalista plenamente constituída. Além disso, a superação da manufatura pela introdução da maquinaria destaca a inevitável negação e transformação do instrumento de trabalho manual, agora inserido em um mecanismo tecnológico. Já o Fordismo, seguindo a proposta de Taylor, representa um desenvolvimento da manufatura, não da maquinaria, enfatizando a produção em série e a organização do trabalho de forma mais intensa e direcionada. Portanto, a análise de Marx enfatiza a transição do trabalho manual artesanal para um ambiente de produção impulsionado por avanços tecnológicos, influenciando diretamente a produtividade e as relações de trabalho sob o capitalismo.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Quais as características capitalistas do processo do trabalho segundo Marx?

A

As características capitalistas do processo de trabalho, conforme Marx, envolvem a “apendicização” do homem à máquina, a objetivação do processo de trabalho, a transformação do trabalho em uma aplicação tecnológica da ciência e a conversão do trabalho vivo em algo supérfluo. Marx destaca a crescente interdependência direta dos trabalhos na manufatura e a intensificação do trabalho manual através da fragmentação das tarefas, resultando em um aumento da produtividade. Além disso, Marx ressalta a introdução da máquina como a forma mais desenvolvida e acabada do capitalismo, ajustando plenamente a base material à forma social. A introdução da maquinaria no processo de trabalho significou a separação absoluta da habilidade do trabalho vivo, tornando o trabalho humano em algo insubstituível. Por fim, Marx observa que o homem é um instrumento imperfeito de produção quando se trata de movimentos uniformes e contínuos, evidenciando as limitações inerentes à forma capitalista de organização da produção.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Qual é o principal argumento do artigo do artigo “maquinaria, taylorismo e fordismo”?

A

O principal argumento do artigo “Maquinaria, taylorismo e fordismo: a reinvenção da produção” é que o fordismo, representado pela linha de montagem, é uma evolução do sistema de manufatura e não uma evolução das máquinas. Os pontos principais são:
1. O fordismo intensifica as possibilidades de crescimento da produtividade através da indústria e do trabalho especializado, representando uma progressão do taylorismo e um refinamento dos princípios estabelecidos por Taylor.
2. O fordismo visa objetivar o trabalho subjetivo, utilizando elementos objetivos do processo de produção, levando em última análise ao aumento da produtividade através da racionalização dos processos de trabalho e da padronização das tarefas.
3. O artigo enfatiza as semelhanças entre as descrições da manufatura de Marx e os conceitos de linha de montagem de Ford, destacando como o fordismo mantém o trabalhador e suas ferramentas como base do processo de produção, em vez de substituí-los por máquinas como na transição da manufatura para a maquinaria descrita por Marx.
4. A conclusão é que a linha de montagem do fordismo representa um desenvolvimento do sistema de produção, e não um desenvolvimento da maquinaria, uma vez que se concentra no controlo e na objetivação do elemento subjetivo do trabalho humano, em vez de o substituir pela tecnologia.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Quais os principais problemas no artigo “maquinaria, taylorismo e fordismo”?

A

Os principais problemas abordados no artigo “Maquinaria, taylorismo e fordismo: a reinvenção da produção” são:
1. As especificações da técnica básica de fabricação:
* O processo de trabalho fabricado é necessariamente empírico, não passível de análise científica.
* O aumento da produtividade é restrito pelo fato de o trabalho se manter como trabalho manual.
* O isolamento das diferentes etapas do processo implica uma transferência contínua de materiais entre trabalhadores parciais.
* A reprodução da força de trabalho com conhecimentos e habilidades (os artifícios de fabricação) está fora do controle do capital.
2. A alteração do problema da dependência do capital em relação à habilidade do trabalho vivo:
* Quando surgem novas frentes de acumulação, como na indústria automobilística, o processo de produção ainda se baseia na capacidade e habilidade dos trabalhadores.
* A “marca-passo sistemático” feita pelos trabalhadores para limitar a produção, mantendo os trabalhadores ignorantes sobre a real capacidade de produção.
3. A necessidade de objetivar o trabalho vivo e retirar a autonomia do trabalhador:
* O taylorismo busca controlar todos os passos do trabalho vivo, todos os tempos e movimentos do trabalhador, de forma despótica.
* O fordismo utiliza elementos objetivos do processo de trabalho (a linha de montagem) para objetivar o elemento subjetivo do trabalho vivo.
Portanto, os principais problemas abordados são as limitações da produção, a modificação da dependência do capital em relação à habilidade do trabalho vivo, e a necessidade de objetivar e controlar o trabalho vivo, que o taylorismo e o fordismo procuram resolver.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Quais são as críticas ao taylorismo e ao fordismo na manufatura?

A

As críticas ao taylorismo e ao fordismo na manufatura, conforme descritas no artigo fornecido “Maquinaria, taylorismo e fordismo: a reinvenção da produção” de Benedito Rodrigues de Moraes Neto, incluem:
1. Perda de autonomia e habilidade: O taylorismo é criticado por privar os trabalhadores de sua autonomia e reduzi-los a meras engrenagens da máquina. Os trabalhadores estão sujeitos a um controlo rigoroso sobre as suas tarefas e movimentos, conduzindo a um ambiente de trabalho desumanizador, onde os trabalhadores perdem a sua individualidade e criatividade.
2. Controle Despótico: Tanto o taylorismo quanto o fordismo são criticados por seu controle despótico sobre os trabalhadores. O planejamento e controle meticulosos de tarefas, tempo e movimentos por parte da administração são vistos como opressivos e degradantes para a força de trabalho.
3. Objetificação do Trabalho: O fordismo, com sua ênfase na linha de montagem e na objetificação do trabalho, é criticado por transformar os trabalhadores em meros apêndices da máquina. O elemento humano na produção é reduzido a um papel mínimo, com os trabalhadores a tornarem-se intercambiáveis e desprovidos de um envolvimento significativo no processo de produção.
4. Dependência de máquinas: Embora o fordismo seja visto como um desenvolvimento do taylorismo, ele é criticado por intensificar a dependência do capital em máquinas e não no trabalho humano. Esta mudança para a mecanização é vista como uma desvalorização das competências humanas e do artesanato, levando a uma perda de ligação entre os trabalhadores e o processo de produção.
5. Limitações da Gestão Científica: Os princípios de gestão científica do taylorismo são criticados pelo seu foco estreito na eficiência e produtividade em detrimento do bem-estar do trabalhador e da satisfação no trabalho. A aplicação rígida de métodos científicos para gerir os trabalhadores é vista como desumanizante e prejudicial ao moral geral no local de trabalho.
Estas críticas destacam os aspectos desumanizantes, a perda de autonomia e o impacto negativo no bem-estar dos trabalhadores associados à implementação do taylorismo e do fordismo nos ambientes industriais.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Quais as diferenças entre o taylorismo e o fordismo?

A

Com base no artigo “Maquinaria, taylorismo e fordismo: a reinvenção da produção” de Benedito Rodrigues de Moraes Neto, as diferenças entre o taylorismo e o fordismo são as seguintes:
1. Controle do Trabalho Vivo:
* Taylorismo: No taylorismo, o controle do trabalho vivo é realizado de forma despótica, com a administração científica focada na preparação das tarefas e na execução detalhada do trabalho, retirando a autonomia do trabalhador e determinando todos os passos do trabalho vivo de forma necessariamente despótica.
* Fordismo: Já no fordismo, o controle do trabalho vivo é uma melhoria através da fixação do trabalhador em um posto de trabalho específico, onde o objeto de trabalho é transferido sem a intervenção direta do trabalho vivo. O fordismo busca objetivamente o elemento subjetivo do trabalho vivo, fixando o trabalhador em uma posição específica na linha de montagem e transferindo o objeto de trabalho de forma automatizada.
2. Incorporação da Ciência ao Processo de Trabalho:
* Taylorismo: No taylorismo, uma ciência é utilizada como suporte para explorar as particularidades do homem enquanto máquina e aprimorar os mecanismos de controle dos passos do trabalhador coletivo.
* Fordismo: Por outro lado, no fordismo, a máquina é vista como ciência posta a serviço da produção, tornando o processo de produção uma aplicação tecnológica da ciência. A linha de montagem fordista representa a incorporação da ciência ao processo de trabalho de forma mais acentuada do que no taylorismo.
Essas diferenças destacam-se como o taylorismo e o fordismo abordam o controle do trabalho vivo e a incorporação da ciência de maneiras distintas, refletindo suas abordagens únicas para a organização e gestão do trabalho na indústria.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Quais são as implicações do taylorismo e do fordismo para o futuro da manufatura?

A

Com base na análise do artigo “Maquinaria, taylorismo e fordismo: a reinvenção da produção”, as principais implicações do taylorismo e do fordismo para o futuro da manufatura são:
1. Objetivação e Controle do Trabalho Subjetivo:
* O taylorismo e o fordismo visam objectivar e controlar o elemento subjetivo do trabalho humano, em vez de substituí-lo por maquinaria, como descrito pela transição de Marx da produção para a maquinaria.
* O taylorismo consegue isto através do controle despótico sobre cada passo e movimento do trabalhador, enquanto o fordismo utiliza elementos objetivos do processo de produção, como a linha de montagem, para objetivar o trabalho subjetivo.
2. Limites da Gestão Científica:
* O artigo sugere que os princípios de gestão científica do taylorismo têm limitações, uma vez que os detalhes do movimento e do trabalho humano não podem ser totalmente reduzidos a regras e fórmulas científicas.
* A natureza empírica do trabalho manual na indústria transformadora significa que não pode ser inteiramente codificado apenas através da análise científica.
3. Progressão da manufatura, não do maquinário:
* A conclusão é que o fordismo, representado pela linha de montagem, é uma evolução do sistema de produção e não uma evolução da maquinaria como descrita por Marx.
* O fordismo intensifica as possibilidades de crescimento da produtividade através do refinamento da produção e do trabalho especializado, em vez de substituir o trabalho humano pela tecnologia.
4. Dependência contínua de mão de obra qualificada:
* O artigo observa que em novas indústrias como a indústria automóvel, o processo de produção permaneceu inicialmente fortemente dependente das competências e do trabalho artesanal dos trabalhadores, mesmo com o surgimento do taylorismo e do fordismo.
* Isto sugere uma dependência persistente de mão-de-obra humana qualificada na indústria transformadora, mesmo à medida que aumenta o controlo e a objetivação desse trabalho.
Em resumo, as principais implicações são o foco contínuo na objetivação e no controlo do trabalho humano subjetivo, os limites da gestão científica, a progressão da produção em vez da maquinaria, e a dependência contínua de trabalhadores qualificados - em vez de uma substituição total do trabalho pela tecnologia. O artigo retrata o taylorismo e o fordismo como refinamentos do processo de produção, e não como um afastamento fundamental do trabalho humano.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Qual a relação entre o taylorismo e o fordismo?

A

O taylorismo e o fordismo são dois movimentos que surgiram no início do século XX e que se relacionam estreitamente em sua abordagem ao processo de trabalho e à gestão industrial. Ambos compartilham objetivos de maximizar a eficiência e a produtividade, mas diferem em sua abordagem e implementação. O taylorismo, desenvolvido por Frederick Winslow Taylor, se concentra em melhorar a eficiência do trabalho individual, dividindo o processo de produção em tarefas específicas e rotineiras, e utilizando cronometragem para controlar os tempos de execução. Isso permite que os trabalhadores sejam treinados para realizar suas tarefas de forma mais rápida e eficiente, reduzindo assim o tempo de produção e aumentando a produtividade. No entanto, essa abordagem também pode levar a uma perda de autonomia e motivação dos trabalhadores, que são reduzidos a meros componentes de uma máquina. O fordismo, por outro lado, é uma abordagem desenvolvida pela Ford Motor Company, liderada por Henry Ford. Ele se concentra em melhorar a eficiência do processo de produção em massa, utilizando linhas de montagem que permitem a produção de grandes quantidades de produtos de forma rápida e eficiente. Nesse sistema, os trabalhadores são fixados em determinados postos de trabalho e realizam apenas uma tarefa específica, reduzindo assim a necessidade de habilidades e conhecimentos técnicos. Além disso, a linha de montagem é projetada para minimizar a intervenção humana, tornando o processo de produção mais automatizado e menos dependente da habilidade individual. Em resumo, o taylorismo se concentra em melhorar a eficiência do trabalho individual, enquanto o fordismo se concentra em melhorar a eficiência do processo de produção em massa. Embora ambos compartilhem objetivos de maximizar a produtividade, a abordagem do taylorismo é mais focada no controle do tempo e do movimento do trabalhador, enquanto a abordagem do fordismo é mais focada em automatizar o processo de produção e reduzir a intervenção humana.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Qual é a conclusão do artigo “maquinaria, taylorismo e fordismo”?

A

A conclusão tirada da análise do texto “Maquinaria, taylorismo e fordismo: a reinvenção da produção” é que o fordismo, representado pela linha de montagem, é uma evolução do sistema fabril e não da maquinaria. O fordismo intensifica as possibilidades de crescimento da produtividade através da produção e do trabalho especializado. Esta conclusão destaca as semelhanças entre as descrições da manufatura de Marx e os conceitos de linha de montagem de Ford. O fordismo, com o seu foco em postos de trabalho fixos e na transferência de objetos de trabalho sem a intervenção de mão de obra viva, representa uma progressão do taylorismo e um refinamento dos princípios estabelecidos por Taylor. O texto enfatiza como o fordismo visa objetivar o trabalho subjetivo, utilizando elementos objetivos do processo de produção, levando em última análise ao aumento da produtividade através da racionalização dos processos de trabalho e da padronização das tarefas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Como a Sociologia do Trabalho pode auxiliar na compreensão das transformações ocorridas nas sociedades contemporâneas?

A

A Sociologia do Trabalho desempenha um papel crucial na compreensão das transformações nas sociedades contemporâneas, uma vez que permite analisar, compreender e explicar as mudanças e impactos sociais resultantes dessas transformações. Através da investigação sociológica, é possível examinar os fenômenos relacionados com o trabalho, entender como os sociólogos clássicos abordaram o trabalho, explorar os significados atribuídos atualmente ao trabalho, e questionar se o trabalho está se desqualificando ou continua sendo uma fonte de realização profissional. Além disso, a Sociologia do Trabalho possibilita investigar como as mulheres e os homens experienciam e compreendem o trabalho de maneiras distintas, assim como analisar as transformações no emprego e desemprego nas sociedades contemporâneas. Essa abordagem sociológica, embasada em teorias e técnicas disponíveis, oferece uma perspetiva ampla sobre as mudanças no mundo do trabalho e os processos de reestruturação nas sociedades ocidentais.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

De que forma as representações mentais dos trabalhadores influenciam as relações de trabalho e a dinâmica laboral?

A

As representações mentais dos trabalhadores desempenham um papel fundamental nas relações de trabalho e na dinâmica laboral, influenciando significativamente o ambiente e as interações no local de trabalho. Essas representações incluem significados e símbolos produzidos pelos atores envolvidos nas situações de trabalho, refletindo valores, visões de mundo e subjetividade implícita nas práticas laborais.
Esses elementos subjetivos moldam as relações sociais entre os trabalhadores, afetando a cooperação, conflitos, autoridade, controle, participação, delegação de responsabilidades e outras dinâmicas laborais. A durabilidade das trocas e relações de trabalho, fundamentadas em representações mentais, constitui uma dimensão relacional no tempo e no espaço, resultando em efeitos específicos que moldam a experiência laboral.
Dessa forma, as representações mentais dos trabalhadores fornecem um quadro interpretativo que influencia suas atitudes, comportamentos, interações e perceções sobre o trabalho, contribuindo para a construção das relações interpessoais, da cultura organizacional e do clima de trabalho. Portanto, compreender essas representações mentais é essencial para analisar as práticas laborais e promover ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

Qual a importância de considerar diferentes níveis de análise, como as relações de trabalho e as dimensões simbólicas, ao estudar o trabalho sob uma perspetiva sociológica?

A

A importância de considerar diferentes níveis de análise, como as relações de trabalho e as dimensões simbólicas, ao estudar o trabalho sob uma perspetiva sociológica reside na compreensão abrangente e multifacetada das realidades laborais. Esses diferentes enfoques permitem uma visão mais completa das interações entre os trabalhadores, das estruturas organizacionais e das representações sociais associadas ao trabalho.
A análise das relações de trabalho, que envolvem a constante produção e reprodução de relações sociais entre os trabalhadores, é fundamental para compreender as dinâmicas de cooperação, conflito, autoridade, controle e participação. Essas relações são uma parte essencial do ambiente laboral e influenciam diretamente a experiência dos trabalhadores no contexto organizacional.
Por outro lado, as dimensões simbólicas, incluindo significados e símbolos produzidos pelos atores envolvidos no trabalho, são essenciais para compreender as representações mentais subjacentes às práticas laborais. Esses elementos podem revelar valores, visões do mundo e representações sociais presentes nas interações laborais, contribuindo para uma análise mais profunda e holística do trabalho sob uma perspetiva sociológica.
Portanto, ao considerar esses diferentes níveis de análise, os pesquisadores podem obter insights significativos sobre a complexidade e a riqueza das relações de trabalho, assim como sobre o contexto simbólico em que as atividades laborais estão imersas, enriquecendo assim o entendimento das dinâmicas laborais na sociedade contemporânea.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Como o trabalho e a sociologia se relacionam?

A

A relação entre o trabalho e a sociologia é intrínseca, pois o trabalho é um dos principais objetos de estudo da sociologia. A sociologia do trabalho analisa as relações entre os indivíduos e o trabalho dentro de um contexto social amplo, estudando não apenas as dimensões econômicas, mas também as implicações sociais, culturais e políticas do trabalho na sociedade. Através da sociologia do trabalho, é possível compreender as dinâmicas, conflitos e transformações que ocorrem no mundo laboral, assim como as relações de poder, desigualdades e impactos sociais gerados pelo trabalho e pelas relações laborais. Além disso, a sociologia do trabalho contribui para a reflexão crítica sobre as condições de trabalho, o significado do trabalho na vida das pessoas e as mudanças no mundo do trabalho ao longo do tempo.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

Qual a reflexão do conceito trabalho nas sociedades contemporâneas?

A

A reflexão do conceito de trabalho nas sociedades contemporâneas aborda a sua centralidade e significados diferenciados. No contexto atual, o trabalho é considerado uma atividade fundamental que molda valores, atitudes e comportamentos dos membros da sociedade. Além disso, o trabalho é essencial para a socialização e aprendizagem, juntamente com a família e a escola, contribuindo para a reprodução da “lógica classista” predominante nas sociedades capitalistas. A análise sociológica revela que o trabalho não apenas varia em sua natureza de país para país e cultura para cultura, mas também influencia a estruturação social e as possíveis ruturas nesse contexto. A compreensão aprofundada do trabalho contemporâneo envolve questionamentos sobre desvalorização, fonte de realização profissional, resistência aos processos de controle organizacional, diferenciações de gênero na experiência do trabalho e transformações no emprego e desemprego nas sociedades atuais.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

Como foi a evolução do conceito de trabalho?

A

A evolução do conceito de trabalho ao longo da história reflete as transformações sociais, econômicas e culturais das sociedades. Alguns pontos-chave nessa evolução incluem:
1. Trabalho como Dever e Sacralização: Em períodos antigos, como na Idade Média, o trabalho era visto como um dever cristão e uma forma de servir a Deus. A atividade laboral era valorizada como parte da ordem divina.
2. Trabalho na Modernidade: Com o surgimento da sociedade moderna, o trabalho passou a ser central na configuração da sociedade. Pensadores clássicos da Sociologia, como Marx, Weber e Durkheim, destacaram a importância do trabalho e suas relações na compreensão da estrutura social.
3. Transformações Contemporâneas: Nas sociedades contemporâneas, o conceito de trabalho tem passado por mudanças significativas devido à globalização, tecnologias emergentes e novas formas de organização do trabalho. Isso tem levado a reflexões sobre a precarização do trabalho, a valorização do trabalho humano em meio à automação e a necessidade de repensar as relações laborais.
4. Complexidade e Diversidade do Trabalho: Atualmente, o trabalho é entendido em uma perspetiva ampla, que engloba não apenas a atividade produtiva, mas também as relações de poder, as condições de trabalho, a subjetividade dos trabalhadores e as questões de gênero e classe.
Essa evolução do conceito de trabalho reflete as mudanças sociais e econômicas ao longo do tempo, evidenciando a centralidade e a complexidade desse tema na Sociologia e na compreensão das sociedades contemporâneas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

Quais são os principais pontos abordados neste artigo em relação à centralidade do conceito de “trabalho”?

A

Neste artigo sobre a Sociologia do Trabalho, alguns dos principais pontos abordados em relação à centralidade do conceito de “trabalho” são:
1. A importância do trabalho como elemento estruturante das relações sociais e dos tempos sociais na contemporaneidade, mesmo diante das transformações na natureza e conteúdo do trabalho.
2. A valorização do trabalho como dever cristão pela Igreja, contrastando com a sacralização do mercado na atualidade.
3. A necessidade de redescobrir o trabalho e desenvolver novas linhas de pensamento na Sociologia do Trabalho para compreender as sociedades complexas atuais.
4. A abrangência do objeto científico de estudo da Sociologia do Trabalho, que envolve todas as coletividades humanas que se constituem graças ao trabalho 9.
5. A dualidade do trabalho como uma realidade incontestável para o indivíduo e, ao mesmo tempo, uma noção confusa que só se precisa no contexto de relações sociais.
Esses pontos destacam a relevância do trabalho como um tema central na análise sociológica e sua influência nas dinâmicas sociais e culturais contemporâneas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

Um resumo das explicações de cariz-societária?

A

As explicações de cariz societário abordadas no documento destacam a relação do trabalho com a estrutura social e as dinâmicas de poder. Alguns pontos-chave dessas explicações são:
1. Distinção entre Trabalho e “Trabalho Alienado”: A partir das teses de Karl Marx, surge a distinção entre trabalho e “trabalho alienado”, evidenciando a influência das relações sociais de produção e de dominação na configuração do trabalho.
2. Legitimação pelo Modo de Produção: A conceptualização do trabalho é influenciada pela estrutura de cada sociedade e pelo modo de produção dominante, destacando as relações assimétricas e de dominação que afetam o valor e a significância do trabalho.
3. Valorização da Articulação entre Vida Material e Atividade Intelectual: O trabalho é valorizado como a articulação entre a vida material e a atividade intelectual, sendo essa integração fundamental para a realização plena do trabalho em uma sociedade sem classes.
Essas explicações societárias ressaltam a importância das relações sociais, das estruturas de poder e das condições de produção na compreensão do trabalho e de suas implicações nas sociedades ao longo da história.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

Uma definição possível para a sociologia do trabalho?

A

Uma definição possível para a Sociologia do Trabalho é a seguinte: é um campo de estudo que se dedica à análise das relações sociais, das estruturas de poder, das condições de trabalho e das dinâmicas laborais em diferentes contextos sociais e históricos. A Sociologia do Trabalho busca compreender como o trabalho influencia e é influenciado pelas estruturas sociais, econômicas e culturais, examinando as relações de classe, gênero, etnia e poder que permeiam as experiências laborais dos indivíduos e dos grupos sociais. Este campo de estudo também se interessa pela organização do trabalho, pelas transformações no mercado de trabalho, pelas lutas sindicais e pela busca por condições laborais mais justas e dignas. Em suma, a Sociologia do Trabalho visa analisar o trabalho como uma dimensão central da vida social e como um elemento fundamental na compreensão das sociedades contemporâneas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

Os diferentes olhares sobre a realidade da sociologia do trabalho?

A

Os diferentes olhares sobre a realidade da Sociologia do Trabalho abordam diversas perspetivas e enfoques analíticos para compreender as complexidades do trabalho e das relações laborais. Alguns desses olhares incluem:
1. Análise das Condições de Trabalho: Um olhar que se concentra nas condições materiais e organizacionais do trabalho, incluindo aspectos como a arquitetura técnico-organizacional, equipamentos produtivos, organização do espaço e do tempo de trabalho, normas de funcionamento, entre outros.
2. Relações de Poder e Dominação: Uma perspetiva que destaca as relações de poder e dominação presentes no ambiente de trabalho, considerando as assimetrias de poder entre empregadores e empregados, bem como as dinâmicas de controle e resistência no contexto laboral.
3. Interdisciplinaridade: Um enfoque que valoriza a interdisciplinaridade na análise do trabalho, incentivando a colaboração entre diferentes áreas do conhecimento, como história, ergonomia, geografia, psicologia social e economia, para enriquecer a compreensão das questões laborais.
4. Transformações Sociais e Econômicas: Um olhar que considera as transformações sociais, econômicas e tecnológicas contemporâneas e seu impacto no mundo do trabalho, incluindo questões como precarização, automação, desigualdades de gênero e classe, e novas formas de organização do trabalho.
Esses diferentes olhares sobre a realidade da Sociologia do Trabalho demonstram a diversidade de abordagens teóricas e metodológicas utilizadas para analisar as questões laborais e as relações de trabalho nas sociedades contemporâneas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

Como foi a renovação da sociologia do trabalho?

A

A renovação da Sociologia do Trabalho envolveu uma série de mudanças e adaptações para acompanhar as transformações sociais, econômicas e culturais que impactam o mundo do trabalho. Alguns aspectos desse processo de renovação incluem:
1. Revisão dos Conceitos Tradicionais: A renovação da Sociologia do Trabalho implicou uma revisão dos conceitos tradicionais e uma atualização das teorias e abordagens utilizadas para analisar as relações laborais. Isso incluiu a reavaliação da centralidade do trabalho na sociedade e a incorporação de novas perspetivas teóricas.
2. Atenção às Transformações Contemporâneas: A renovação da Sociologia do Trabalho também envolveu uma maior atenção às transformações contemporâneas no mundo do trabalho, como a precarização, a automação, as novas formas de organização do trabalho e as desigualdades de gênero e classe.
3. Incentivo à Interdisciplinaridade: Para acompanhar a complexidade das questões laborais, houve um incentivo à interdisciplinaridade na Sociologia do Trabalho, promovendo a colaboração com outras áreas do conhecimento, como história, psicologia, economia e geografia, para enriquecer a análise das relações de trabalho.
4. Valorização da Prática Empírica: A renovação da Sociologia do Trabalho também enfatizou a importância da prática empírica e da pesquisa de campo para analisar as transformações no trabalho de forma substantiva, validando os resultados por meio do confronto empírico e contribuindo para o desenvolvimento de teorias robustas.
Esses esforços de renovação da Sociologia do Trabalho visam atualizar e aprimorar a compreensão das questões laborais em um contexto de mudanças aceleradas e complexas na sociedade contemporânea.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

Passagem do trabalho do passado para o trabalho de futuro?

A

A transição do trabalho do passado para o trabalho do futuro envolve uma série de mudanças significativas nas práticas laborais, nas relações de trabalho e nas dinâmicas sociais e econômicas. Algumas das principais transformações nesse processo incluem:
1. Do Trabalho Industrial ao Trabalho Pós-Industrial: No passado, o trabalho estava fortemente ligado à indústria e à produção em massa, com uma ênfase na mão de obra manual e na hierarquia rígida nas fábricas. No entanto, com a transição para uma economia pós-industrial, o trabalho passou a ser mais baseado no conhecimento, na tecnologia e nos serviços, exigindo novas habilidades e competências dos trabalhadores.
2. Automatização e Digitalização: O avanço da tecnologia e a automação de processos têm impactado significativamente o mundo do trabalho, substituindo tarefas repetitivas por máquinas e algoritmos. Isso tem levado a mudanças na natureza do trabalho, com uma maior ênfase em habilidades digitais, criatividade e adaptabilidade.
3. Flexibilização e Precarização: O trabalho do futuro tem sido marcado por uma maior flexibilização das relações de trabalho, com o surgimento de formas de emprego mais precárias, como o trabalho temporário, o trabalho freelance e a gig economy. Isso tem levado a uma maior insegurança no emprego e a desafios em termos de proteção social e direitos trabalhistas.
4. Novas Formas de Organização do Trabalho: As empresas têm adotado novas formas de organização do trabalho, como o trabalho remoto, o teletrabalho e a colaboração em rede, o que tem impactado a dinâmica dos espaços de trabalho e as relações interpessoais entre os trabalhadores.
Essas mudanças no trabalho do passado para o trabalho do futuro refletem as transformações sociais, econômicas e tecnológicas em curso, exigindo uma adaptação contínua dos trabalhadores, das organizações e das políticas públicas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades decorrentes dessas transformações.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
Q

Como a crise economia afetou?

A

A crise econômica teve um impacto significativo no mundo do trabalho, afetando tanto as condições laborais quanto as relações de emprego. Alguns dos efeitos da crise econômica no trabalho incluem:
1. Desemprego e Precarização: Durante períodos de crise econômica, é comum ocorrer um aumento do desemprego, com empresas reduzindo suas operações e demitindo trabalhadores para cortar custos. Isso pode levar a uma maior precarização do emprego, com um aumento do trabalho temporário, parcial e informal.
2. Redução de Salários e Benefícios: Em resposta à crise, muitas empresas podem reduzir os salários dos trabalhadores, cortar benefícios e congelar contratações, como parte de medidas de austeridade para enfrentar dificuldades financeiras. Isso pode levar a uma diminuição do poder de compra dos trabalhadores e a um aumento da desigualdade salarial.
3. Aumento da Pressão no Trabalho: Durante períodos de crise, os trabalhadores muitas vezes enfrentam uma maior pressão no trabalho, com a necessidade de produzir mais com menos recursos, prazos mais apertados e ambientes de trabalho mais competitivos. Isso pode levar a um aumento do estresse, da ansiedade e da sobrecarga de trabalho.
4. Reestruturação Organizacional: Para se adaptar à crise econômica, as empresas podem passar por processos de reestruturação organizacional, como fusões, aquisições, terceirizações e downsizing. Isso pode resultar em mudanças na organização do trabalho, na redistribuição de tarefas e na instabilidade no emprego.
5. Desafios para a Proteção Social: A crise econômica também pode gerar desafios para a proteção social dos trabalhadores, com cortes em programas de assistência social, seguro-desemprego e benefícios trabalhistas. Isso pode aumentar a vulnerabilidade dos trabalhadores e dificultar o acesso a recursos de apoio em momentos de dificuldade.
Em resumo, a crise econômica pode ter efeitos profundos no mundo do trabalho, afetando as condições de emprego, as relações laborais e o bem-estar.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
26
Q

Uma conclusão sobre o artigo “para uma propedêutica na sociologia do trabalho”?

A

Com base nas informações fornecidas no artigo “Para uma propedêutica da Sociologia do Trabalho”, podemos concluir que a análise da evolução do trabalho ao longo da história e as transformações atuais no mundo do trabalho são fundamentais para compreender as complexidades e desafios enfrentados pelos trabalhadores e pelas sociedades contemporâneas.
O texto destaca a importância de reconhecer as mudanças estruturais na natureza do capitalismo, as transformações nas relações de trabalho e as consequências da globalização econômica para a condição dos trabalhadores. Além disso, ressalta a necessidade de uma abordagem interdisciplinar e da produção de conhecimento sólido pela Sociologia do Trabalho para analisar e interpretar as dinâmicas do trabalho no contexto atual.
Diante das pressões econômicas, das incertezas sobre o futuro do trabalho e das desigualdades sociais, é crucial promover políticas e práticas que valorizem o trabalho digno, garantam direitos trabalhistas e protejam os trabalhadores em face das transformações em curso. A Sociologia do Trabalho desempenha um papel fundamental na compreensão dessas questões e na busca por soluções que promovam um ambiente de trabalho mais justo, equitativo e sustentável para todos os indivíduos envolvidos no processo produtivo.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
27
Q

Como as conclusões das pesquisas de Hawthorne contribuíram para a evolução dos estudos organizacionais?

A

As conclusões das pesquisas de Hawthorne contribuíram significativamente para a evolução dos estudos organizacionais. A partir desses estudos, percebeu-se que a quantidade de trabalho não é determinada apenas pela capacidade física, mas também pela capacidade social dos trabalhadores. Além disso, evidenciou-se o papel fundamental das recompensas não econômicas na motivação dos operários, mostrando que a especialização não necessariamente significa eficiência, e que os trabalhadores reagem em grupo, ressaltando a importância da comunicação, participação e liderança. Essas descobertas foram essenciais para compreender as dinâmicas humanas nas organizações, bem como para promover a cooperação e melhoria do ambiente de trabalho.
Adicionalmente, os estudos de Hawthorne revelaram que a produtividade estava cada vez mais relacionada a fatores humanos e psicológicos. Isso levou a uma mudança de foco na administração, passando a considerar aspectos como relacionamentos, motivação, valores humanos e interações sociais, em contraposição à visão anterior mais centrada na eficiência física e técnica. Essa nova abordagem levou a uma compreensão mais ampla das organizações como sistemas sociais complexos, abertos e influenciados por diversos aspectos humanos e sociais.
Portanto, as conclusões das pesquisas de Hawthorne foram cruciais para a evolução dos estudos organizacionais, ao destacar a importância dos aspectos humanos, sociais e psicológicos no contexto empresarial, influenciando diretamente a forma como as empresas entendem e lidam com seus colaboradores, promovendo uma abordagem mais holística e centrada nas pessoas no ambiente de trabalho.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
28
Q

Qual foi o papel dos sentimentos, atitudes e relações sociais dos trabalhadores nos experimentos de Hawthorne?

A

No contexto dos experimentos de Hawthorne, os sentimentos, atitudes e relações sociais dos trabalhadores desempenharam um papel fundamental na produtividade e no comportamento no ambiente de trabalho. Roethlisberger (1966) destacou a importância desses elementos ao mostrar que as reações dos trabalhadores eram influenciadas mais pela significação das mudanças do que pelas mudanças em si. Quando os experimentadores abordaram o problema da significação, perceberam que os instrumentos não-humanos de medição da produção tornaram-se irrelevantes. Houve uma mudança no foco para entender o mundo subjetivo dos trabalhadores, levando a um novo método de controle humano baseado em entrevistas. A compreensão dos sentimentos, pensamentos e emoções dos trabalhadores revelou a complexidade da situação humana e como fatores psicológicos e sociais influenciavam significativamente os resultados dos experimentos de produção do trabalho.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
29
Q

De que forma as críticas e defesas em torno das pesquisas de Hawthorne demonstram a importância de considerar as relações humanas na Administração?

A

De que forma as críticas e defesas em torno das pesquisas de Hawthorne demonstram a importância de considerar as relações humanas na Administração?
A importância de considerar as relações humanas na Administração é evidenciada pelas críticas e defesas em torno das pesquisas de Hawthorne. As críticas apontam para a necessidade de uma abordagem mais ampla na gestão, que leve em consideração não apenas aspectos técnicos e produtivos, mas também fatores humanos, como motivação, liderança, comunicação e interações sociais no ambiente de trabalho. Por outro lado, as defesas ressaltam que as pesquisas de Hawthorne contribuíram significativamente para a evolução dos estudos organizacionais, demonstrando que compreender e valorizar as relações humanas é essencial para o sucesso e eficácia das práticas de gestão. Portanto, a análise crítica e favorável dessas pesquisas destaca a importância de considerar as dimensões humanas na Administração como um elemento fundamental para o bom funcionamento das organizações.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
30
Q

Quais pesquisas de Hawthorne influenciaram a erh?

A

Existem várias pesquisas de Hawthorne que influenciaram a Escola das Relações Humanas (ERH), como a relação entre qualidade e quantidade de iluminação e eficiência dos trabalhadores industriais, demonstrando que fatores físicos não eram determinantes. Além disso, a descoberta da importância das relações informais, a influência do grupo sobre o indivíduo diante da mudança, a necessidade de considerar os trabalhadores como parte de um grupo de trabalho, entre outros aspectos, foram cruciais para a abordagem da ERH.
Os experimentos de Hawthorne evidenciaram que fatores como comunicação, liderança, e participação são fundamentais na busca do equilíbrio entre os objetivos da organização e as necessidades dos trabalhadores. Esses estudos desafiaram as conceções anteriores sobre o comportamento individual e organizacional, questionando a visão clássica de que o homem era motivado apenas por dinheiro e que a especialização equilibraria a eficiência. Os pesquisadores de Hawthorne revelaram a importância das relações informais, da influência do grupo sobre o indivíduo, e da liderança formal e informal nos resultados da produção.
Por meio das pesquisas de Hawthorne, a Escola das Relações Humanas foi capaz de identificar que as relações de trabalho, a influência do grupo, e os fatores sociais e emocionais impactam diretamente na produtividade e satisfação dos trabalhadores. Essas descobertas contribuíram significativamente para a compreensão da importância dos aspectos humanos e sociais no ambiente organizacional, ampliando assim o campo de estudo da administração e influenciando diferentes correntes teóricas, além de provocar reflexões sobre a dinâmica do trabalho e das relações nas organizações.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
31
Q

Qual foi a contribuição de Roethlisberger?

A

A contribuição de Roethlisberger foi a defesa da ideia de que um problema humano requer uma solução humana, destacando a importância de reconhecer e lidar com questões humanas utilizando dados e instrumentos humanos. Ele usou os estudos de Hawthorne como exemplo para ilustrar suas ideias, mostrando que o retorno à sensatez nas relações entre empregados e administração era fundamental.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
32
Q

Qual é o principal argumento apresentado no artigo “reflexões sobre as ERH de Hawthorne”?

A

O principal argumento apresentado no documento gira em torno do surgimento e do impacto da Escola de Relações Humanas (ERH) no campo da gestão. Destaca como Elton Mayo e os seus associados desafiaram as teorias tradicionais de gestão que se centravam exclusivamente nos incentivos económicos como motivadores para os trabalhadores. A ERH enfatizou a importância de compreender as emoções, pensamentos e relacionamentos humanos no local de trabalho, mudando o foco para as relações sociais, questões pessoais e dinâmicas de grupo como fatores cruciais que influenciam a produtividade. Além disso, o documento discute a perspetiva estruturalista, que sublinha a complexidade das relações organizacionais e a necessidade de considerar os fictores sociais juntamente com as capacidades físicas para uma motivação e eficiência eficazes. Além disso, uma visão ideológica influenciada pelo marxismo critica a ERH por servir potencialmente os interesses capitalistas, gerindo as perceções e as relações dos trabalhadores para manter o controlo e aumentar a produtividade. Globalmente, o documento defende uma compreensão mais holística da dinâmica do local de trabalho, desafiando as teorias tradicionais de gestão e defendendo um equilíbrio entre os incentivos económicos e as relações humanas no comportamento organizacional.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
33
Q

Quais foram as contribuições das ciências sociais e dos estudos organizacionais americanos?

A

As principais contribuições das ciências sociais e dos estudos organizacionais americanos para a Escola das Relações Humanas (ERH) foram:
1. Elton Mayo e seus associados desafiaram a visão tradicional de que os incentivos econômicos eram os únicos motivadores para os trabalhadores, destacando a importância de relacionamentos sociais, questões pessoais e dinâmicas de grupo na produtividade.
2. A ERH enfatizou que os trabalhadores não operam de forma isolada, mas fazem parte de um grupo social que impacta significativamente seu comportamento e desempenho.
3. A perspetiva Estruturalista destacou a complexidade das relações organizacionais e a necessidade de considerar fatores sociais junto com capacidades físicas para motivação e eficiência efetivas.
4. Uma visão ideológica, influenciada pelo marxismo, crítica à ERH por servir potencialmente aos interesses capitalistas, gerenciando perceções e relacionamentos de trabalhadores para manter o controle e aumentar a produtividade.
5. A ERH trouxe atenção para a importância de fatores humanos no comportamento organizacional, desafiando teorias tradicionais de gestão e defendendo uma compreensão mais holística da dinâmica do local de trabalho.
Em suma, as ciências sociais e os estudos organizacionais americanos desenvolveram-se para uma abordagem mais humanizada da gestão, em contraste com a visão clássica formal, destacando a relevância de relacionamentos, motivações e dinâmicas de grupo para o desempenho organizacional.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
34
Q

Qual a perspetiva estruturalista da erh?

A

A perspetiva estruturalista da Escola das Relações Humanas (ERH) compreende a ERH como uma ocorrência à abordagem formal clássica, buscando sintetizar as visões formais (Escola Clássica) e informal (ERH) das organizações. Essa corrente, inspirada nos trabalhos de Max Weber e Karl Marx, entende a complexidade das relações e ambientes nos quais as organizações estão inseridas. As principais contribuições da perspetiva estruturalista para a ERH incluem:
* Reconhecer que a quantidade de trabalho não é determinada apenas pela capacidade física, mas também pela capacidade social do trabalhador.
* Enfatizar a importância de recompensas não econômicas para motivar os operários.
* Destacar que especialização nem sempre significa eficiência.
* Salientar o papel de comunicação, participação e liderança, já que os trabalhadores reagem em grupo e não individualmente.
No entanto, os estruturalistas argumentam que aquele até o momento não havia nada realmente novo nessas descobertas da ERH1.Uma contribuição adicional da perspetiva estruturalista foi evidenciar que alienação e conflito são inevitáveis, mas desejáveis em certos benefícios nas organizações. Além disso, enfatizei que a ciência social não é um meio capaz de atender às necessidades do trabalhador ou da organização, nem está interessada em legislar para qualquer uma das partes1.Em suma, a visão estruturalista da ERH compreende como uma tentativa de integrar as abordagens formais e informais, registrando a complexidade organizacional, mas questionando o caráter inovador de suas descobertas. Sua principal contribuição foi enfatizar a inevitabilidade e desejabilidade ocasional de conflitos e alienação nas organizações.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
35
Q

Qual é a visão da erh sob o enfoque ideológico?

A

A visão da Escola das Relações Humanas (ERH) sob a abordagem ideológica destaca a influência do pensamento marxista na compreensão das relações humanas no ambiente de trabalho. Segundo o texto, a ERH foi comprovada sob uma perspetiva ideológica que considera a sociedade como resultado de movimentos revolucionários e lutas de classes. Nesse contexto, a ERH é vista como uma abordagem que busca transformar as relações de trabalho e a organização social, desafiando as estruturas tradicionais e hierárquicas. A visão ideológica da ERH enfatiza a importância de considerar as relações de poder, as condições de trabalho e as necessidades dos trabalhadores dentro de um contexto mais amplo de luta por mudanças sociais e igualdade. Essa abordagem destaca a necessidade de compreender as relações de trabalho não apenas como questões técnicas, mas como parte integrante de um sistema social mais amplo, influenciado por ideologias e lutas políticas.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
36
Q

Como a visão da erh se relaciona com a teoria das relações internacionais?

A

A Escola das Relações Humanas (ERH) não se relaciona diretamente com a teoria das relações internacionais. A ERH é uma abordagem de administração que surgiu na década de 1930, enfatizando a importância dos fatores humanos e sociais no ambiente de trabalho, em contraste com a visão clássica formal que priorizava a eficiência e a racionalidade1.A teoria das relações internacionais, por sua vez, é um campo de estudo que analisa as interações entre os diferentes atores no sistema internacional, como Estados, organizações internacionais, empresas multinacionais e grupos não-estatais. Algumas das principais teorias nessa área incluem o realismo, o liberalismo, o construtivismo e a teoria crítica. Portanto, apesar de ambas as áreas estudarem o comportamento de grupos e organizações, a ERH é focada no nível micro, analisando as dinâmicas internas de uma empresa, enquanto as teorias de relações internacionais operam no nível macro, examinando as interações entre atores no sistema internacional. Não há uma conexão direta entre os pressupostos e conceitos centrais dessas duas abordagens.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
37
Q

Qual é a relação entre a visão da erh e a ideologia?

A

A relação entre a visão da Escola das Relações Humanas (ERH) e a ideologia é complexa e multifacetada, como evidenciado nos textos fornecidos. A ERH, sob a abordagem ideológica, é evidenciada à luz do pensamento marxista, que considera a sociedade como resultado de movimentos revolucionários e lutas de classes. Nesse contexto, a ERH é interpretada como uma abordagem que busca transformar as relações de trabalho e a organização social, desafiando estruturas tradicionais e hierárquicas. A visão ideológica da ERH destaca a importância de considerar as relações de poder, as condições de trabalho e as necessidades dos trabalhadores dentro de um contexto mais amplo de luta por mudanças sociais e igualdade. A análise ideológica da ERH também aponta para a influência do capitalismo e da manipulação dos trabalhadores por meio de procedimentos psicológicos e métodos de controle, atenuando as contradições entre trabalhadores e trabalhadores. Autores como Bogomolova (1975) destacam a intenção de defender ideologicamente o capitalismo sob o pretexto de iludir os trabalhadores com a possibilidade de boas relações entre empregados e empregados, enquanto na prática visavam aumentar a exploração dos trabalhadores. Portanto, a relação entre a visão da ERH e a ideologia é marcada por uma análise crítica das relações de poder, das estruturas sociais e das práticas de manipulação presentes no ambiente de trabalho, refletindo a influência de ideologias como o marxismo na interpretação das dinâmicas organizacionais e nas relações entre trabalhadores e funcionários.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
38
Q

Quais foram os principais temas abordados nas pesquisas de Hawthorne?

A

Os principais temas abordados nas pesquisas de Hawthorne incluem:
1. Função de pessoal;
2. Motivação e comportamento humano;
3. Liderança;
4. Cooperação e comunicação;
5. Equipes de trabalho;
6. Participação;
7. Reconhecimento;
8. Afeto;
9. Lealdade;
Esses estudos foram fundamentais para a incorporação dessas questões relacionadas ao indivíduo no campo da Administração, marcando o surgimento da Escola das Relações Humanas e influenciando significativamente a compreensão das relações no ambiente de trabalho.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
39
Q

Como as ideias da Escola das Relações Humanas impactaram a Administração como área do conhecimento?

A

As ideias da Escola das Relações Humanas impactaram a Administração como área do conhecimento de diversas maneiras, contribuindo para a evolução dos estudos organizacionais. Algumas das influências mais significativas incluem:
1. Incorporação de questões relacionadas ao indivíduo, como motivação, comportamento humano, liderança, cooperação e comunicação, nas práticas de gestão e estudos administrativos.
2. Introdução de temas como equipes de trabalho, participação, reconhecimento, afeto e lealdade no contexto organizacional.
3. Estabelecimento de uma abordagem mais humanizada e centrada nas relações interpessoais no ambiente de trabalho.
4. Contribuição para o desenvolvimento teórico e prático da Administração, tanto em termos de críticas quanto de elogios às suas contribuições.
5. Estímulo à reflexão crítica sobre as práticas de gestão e a importância das relações humanas nas organizações.
Essas contribuições da Escola das Relações Humanas ajudaram a ampliar o escopo da Administração, levando em consideração não apenas aspetos técnicos e estruturais, mas também as dimensões humanas e sociais presentes nas organizações.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
40
Q

Quais são as visões críticas e contribuições destacadas neste artigo sobre a ERH e as pesquisas de Hawthorne?

A

O artigo “Reflexões Sobre a Escola das Relações Humanas - ERH e as Pesquisas de Hawthorne: visões críticas e contribuições” destaca diversas visões críticas e contribuições em relação à Escola das Relações Humanas (ERH) e às pesquisas de Hawthorne. Algumas delas são:
1. Os estudos da ERH e as pesquisas de Hawthorne foram considerados um marco para as ciências sociais, envolvendo correntes de estudos sociológicos, antropológicos, psicológicos e econômicos, bem como para a administração, ao abordar o comportamento e as relações de trabalho nas organizações industriais.
2. Houve contribuições significativas para o aperfeiçoamento da Administração, tanto em seus aspetos teóricos quanto práticos, incluindo o funcionamento das organizações, a ideologia de produção, as relações e comportamentos no trabalho, e a visão econômica das organizações.
3. As pesquisas da ERH influenciaram as técnicas de controle das organizações e proporcionaram críticas importantes de base moral, teórica e empírica, contribuindo para a reflexão sobre os pontos positivos e negativos desse movimento.
4. As pesquisas de Hawthorne introduziram questões relacionadas ao indivíduo no campo da Administração, como função de pessoal, motivação, comportamento humano, liderança, cooperação, comunicação, equipes de trabalho, participação, reconhecimento, afeto e lealdade.
5. Mesmo com limitações conceituais, contextuais e metodológicas, os resultados e conclusões dos estudos de Hawthorne deixaram marcos e pontos de partida para a evolução dos estudos organizacionais, influenciando o desenvolvimento e aprimoramento da Administração.
Essas visões críticas e contribuições destacam a importância das pesquisas de Hawthorne e da Escola das Relações Humanas para a compreensão das relações humanas no ambiente de trabalho e para o avanço da Administração como área do conhecimento.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
41
Q

Qual é a conclusão do artigo “reflexões sobre as ERH”?

A

A conclusão tirada das fontes fornecidas é que a Escola de Relações Humanas (ERH) surgiu como uma resposta à abordagem formal clássica da gestão, enfatizando a importância da compreensão das emoções, pensamentos e relacionamentos humanos no local de trabalho. Elton Mayo e os seus associados desafiaram a visão tradicional de que os incentivos económicos eram o único motivador para os trabalhadores, destacando a importância das relações sociais, das questões pessoais e da dinâmica de grupo na influência da produtividade. A ERH destacou que os trabalhadores não operam isoladamente, mas fazem parte de um grupo social que tem um impacto significativo no seu comportamento e desempenho. Além disso, a perspetiva estruturalista enfatizou a complexidade das relações organizacionais e a necessidade de considerar os fatores sociais juntamente com as capacidades físicas para uma motivação e eficiência eficazes. Além disso, uma visão ideológica, influenciada pelo marxismo, criticou a ERH por servir potencialmente os interesses capitalistas, gerindo as perceções e as relações dos trabalhadores para manter o controlo e aumentar a produtividade. No geral, a ERH chamou a atenção para a importância dos fatores humanos no comportamento organizacional, desafiando as teorias tradicionais de gestão e defendendo uma compreensão mais holística da dinâmica do local de trabalho.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
42
Q

Qual é o principal argumento do artigo?

A

O argumento principal do artigo “As Revoluções Industriais até a Indústria 4.0” centra-se na evolução das indústrias desde a Primeira Revolução Industrial até à atual Indústria 4.0, enfatizando os significativos avanços tecnológicos que moldaram os processos industriais. O estudo destaca como as indústrias têm se esforçado continuamente para progredir e se adaptar aos avanços tecnológicos, culminando no surgimento da Indústria 4.0. Esta nova era industrial, caracterizada pela conectividade, automação e digitalização, representa uma mudança fundamental em direção a um mercado mais avançado tecnologicamente e com foco digital. Apesar de desafios como a necessidade de mão de obra qualificada e os elevados custos de implementação, a Indústria 4.0 é retratada como um avanço crucial que se alinha às exigências de um mercado progressivamente digital e competitivo. O artigo sublinha a importância de compreender a Indústria 4.0 e as suas implicações para as empresas e profissionais que pretendem prosperar no cenário industrial moderno, enfatizando a necessidade de evolução tecnológica contínua e adaptação da força de trabalho para responder às exigências desta nova era.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
43
Q

A evolução das indústrias e a indústria 4.0?

A

A evolução das indústrias que conduzem à Indústria 4.0 é um processo marcado por avanços tecnológicos significativos e mudanças nos paradigmas industriais. A partir da Primeira Revolução Industrial (Indústria 1.0), caracterizada pela introdução da energia a vapor e da mecanização, as indústrias evoluíram para a Segunda Revolução Industrial (Indústria 2.0) com o advento da eletricidade, da produção de aço e de sistemas de produção em massa como o fordismo. A Terceira Revolução Industrial (Indústria 3.0), provocada pelos avanços na tecnologia da informação, robótica e telecomunicações, preparou o terreno para a atual Indústria 4.0. A Indústria 4.0, emergente no início do século XXI, é definida pela integração de sistemas ciberfísicos, automação e troca de dados na produção. Enfatiza o processamento de dados em tempo real, a virtualização, a descentralização, a orientação de serviços, a modularidade e a interoperabilidade como princípios fundamentais para a sua implementação. Os pilares da Indústria 4.0 incluem tecnologias como a Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial, big data e computação em nuvem, que são cruciais para o seu funcionamento. Os impactos da Indústria 4.0 são profundos, levando a mudanças nos modelos de negócios, maiores capacidades de personalização e um ambiente de mercado mais exigente. Apesar de desafios como a necessidade de mão de obra qualificada e os altos custos de implementação, a Indústria 4.0 representa um avanço tecnológico significativo que molda o futuro das indústrias em todo o mundo, inclusive no Brasil, onde sua adoção está gradualmente se enraizando.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
44
Q

Como a quarta revolução industrial impactou a indústria manufatureira?

A

A quarta revolução industrial, Indústria 4.0, teve um impacto profundo na indústria transformadora, introduzindo mudanças e avanços significativos. Um impacto importante é a mudança para a automação e digitalização nos processos de fabricação. A Indústria 4.0 permitiu a integração de sistemas ciberfísicos, o processamento de dados em tempo real e a conectividade em toda a cadeia de produção, levando a uma maior eficiência, produtividade e flexibilidade nas operações de produção. Esta transformação facilitou o surgimento de fábricas inteligentes onde as máquinas comunicam entre si, otimizam os processos de produção e tomam decisões autónomas, melhorando, em última análise, o desempenho operacional geral. Além disso, a Indústria 4.0 revolucionou o conceito de customização na manufatura. Com a capacidade de coletar e analisar grandes quantidades de dados em tempo real, os fabricantes podem agora adaptar produtos para atender às necessidades individuais dos clientes em larga escala. Este nível de personalização era anteriormente difícil de alcançar, mas tornou-se mais viável e rentável com a implementação das tecnologias da Indústria 4.0. Além disso, a quarta revolução industrial estimulou a inovação na indústria transformadora através do desenvolvimento de novos modelos de negócios e serviços. As empresas estão aproveitando tecnologias como a Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial e análise de big data para criar produtos, serviços e fluxos de receita inovadores. Esta abordagem orientada para a inovação não só aumentou a competitividade, mas também abriu novas oportunidades de crescimento e expansão do mercado no sector transformador. Globalmente, o impacto da Indústria 4.0 na indústria transformadora é caracterizado por uma maior eficiência, melhores capacidades de personalização, melhores processos de tomada de decisão e a promoção da inovação e da competitividade num cenário digital em rápida evolução.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
45
Q

Quais são as principais características da quarta revolução industrial?

A

As principais características da quarta revolução industrial, também conhecida como Indústria 4.0, são:
Conectividade: A Indústria 4.0 enfatiza a conectividade de máquinas, sistemas e ativos para criar redes inteligentes que possam controlar autonomamente módulos de produção em tempo real. Isso é possibilitado pela Internet das Coisas (IoT) e pela Internet dos serviços.
Automação: A quarta revolução industrial é caracterizada por sistemas de produção inteligentes e automatizados onde o mundo físico está conectado ao mundo virtual1. Os sistemas ciberfísicos podem tomar decisões de forma autônoma para atender às necessidades de produção em tempo real.
Digitalização: A Indústria 4.0 é impulsionada pela digitalização e automação do ambiente de produção1. Combina avanços tecnológicos recentes com a visão de um futuro com sistemas de produção inteligentes e automatizados.
Processamento de dados em tempo real: A capacidade de adquirir e processar dados em tempo real é um princípio fundamental da Indústria 4.0, permitindo que decisões sejam tomadas em tempo real. Isto é crucial para otimizar os processos de produção.
Virtualização: A Indústria 4.0 envolve a criação de uma cópia virtual das fábricas, permitindo monitoramento e rastreabilidade remotos. Este modelo virtual serve como um gêmeo digital do sistema de produção físico.
Modularidade: A capacidade de adaptar a produção à demanda conectando e desconectando facilmente componentes modulares é uma característica importante da Indústria 4.01. Essa flexibilidade permite alterar facilmente as tarefas da máquina.
Interoperabilidade: Os sistemas ciberfísicos, os humanos e as fábricas inteligentes devem ser capazes de comunicar entre si através da Internet das Coisas e da Internet. A interoperabilidade é crucial para a integração perfeita de todos os componentes num sistema da Indústria 4.0.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
46
Q

Primeira revolução industrial ou indústria 1.0?

A

A Primeira Revolução Industrial, também conhecida como Indústria 1.0, ocorreu na Inglaterra entre o final do século XVIII e início do século XIX, entre 1760 e 1860, e depois se estendeu para outros países como França, Bélgica, Holanda, Rússia, Alemanha e Estados Unidos. As principais características da Indústria 1.0 foram:
* A produção manual era inviável diante do crescimento populacional descontrolado.
* Necessidade de produzir mais rápido e em maior quantidade para atender ao capitalismo e obter lucros.
* Aperfeiçoamento da máquina a vapor por James Watt.
* A indústria têxtil foi a primeira a utilizar a máquina a vapor, tornando-se símbolo da produção excedente.
* Surgimento do capitalismo industrial, antes apenas comercial.
* Mudanças significativas na vida das pessoas, com reflexos até os dias atuais.
Essa primeira revolução industrial foi um marco importante para a evolução histórica da humanidade, acelerando o crescimento econômico e exercendo grande impacto em diversos setores da economia. Os avanços tecnológicos, especialmente o uso do carvão como fonte de energia e a invenção da máquina a vapor e da locomotiva, foram cruciais para a evolução do setor produtivo e de transporte nessa época.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
47
Q

Segunda revolução industrial- indústria2.0?

A

A Segunda Revolução Industrial, também conhecida como Indústria 2.0, surgiu no final do século XIX, por volta de 1870, como resultado de novas demandas e inovações tecnológicas. Esta revolução industrial foi caracterizada por avanços tecnológicos significativos e características importantes como a descoberta da eletricidade, a transformação do ferro em aço, avanços nos transportes, melhorias nos métodos de comunicação, o desenvolvimento da indústria química e outros setores. Um dos aspetos significativos da Indústria 2.0 foi a introdução do fordismo por Henry Ford em 1914. O fordismo visava racionalizar a produção capitalista através de inovações técnicas, com foco na produção e no consumo em massa. A Ford implementou a primeira linha de montagem automatizada com correias transportadoras, revolucionando a indústria automotiva e gerando aumento de lucros e eficiência nos processos industriais. A Indústria 2.0 marcou um período de especialização industrial, aumento da produção e maior controle de custos, resultando em margens de lucro mais precisas. Esta era também viu a ascensão de potências industriais como os Estados Unidos, Alemanha, Japão e França, que se tornaram líderes globais em tecnologia devido ao seu desenvolvimento económico e avanços tecnológicos. No geral, a Segunda Revolução Industrial, ou Indústria 2.0, foi um período transformador caracterizado por inovações tecnológicas, aumento da eficiência industrial e o estabelecimento de novos métodos de produção que lançaram as bases para práticas industriais modernas e crescimento económico.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
48
Q

Terceira revolução industrial- indústria3.0?

A

A Terceira Revolução Industrial, também conhecida como Indústria 3.0, surgiu como consequência dos avanços tecnológicos dos séculos XX e XXI. Esta revolução industrial foi caracterizada por inovações tecnológicas significativas em vários campos, como informática, robótica, telecomunicações, transportes, biotecnologia, química fina e nanotecnologia. As principais características da Indústria 3.0 incluíram a utilização de múltiplas fontes de energia, o aumento da dependência da tecnologia da informação, a crescente consciência ambiental, uma diminuição gradual do desemprego devido à substituição da mão de obra por máquinas cada vez mais modernas, a expansão dos direitos trabalhistas, a globalização, o aumento da potências industriais e produção em massa de produtos tecnológicos. A Indústria 3.0 trouxe intensa modernização e mudanças sociais, culturais e econômicas, impulsionando investimentos contínuos no desenvolvimento tecnológico. Esta era preparou o terreno para o surgimento da Indústria 4.0, representando uma nova fase na evolução industrial caracterizada pela digitalização e automação nos processos de fabricação.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
49
Q

Quarta revolução industrial-indústria 4.0?

A

A Quarta Revolução Industrial, ou Indústria 4.0, surgiu como termo utilizado publicamente em 2011, na Alemanha, na Feira de Hannover. Esta nova proposta industrial resultou da necessidade de desenvolver uma abordagem para fortalecer a competitividade da indústria transformadora alemã. O conceito de Indústria 4.0 tem como foco a conectividade, visando conectar toda uma indústria desde a produção até os sistemas de vendas, representando uma realidade desta nova Revolução Industrial. Embora esse novo conceito industrial tenha origem na Europa e ainda seja relativamente novo, sua difusão no Brasil permanece limitada, embora seja uma estratégia a ser adotada pelas grandes indústrias para aumentar a competitividade nacional. A implementação da Indústria 4.0 exige mão de obra qualificada e incorre em altos custos de implementação, o que pode atrasar sua adoção substancial no setor industrial no Brasil. Compreender e implementar a Indústria 4.0 é crucial para empresas e profissionais que pretendem estabelecer-se no mercado de grandes e modernas indústrias, alinhando-se com as exigências de um mercado cada vez mais competitivo e com foco digital.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
50
Q

Princípios da indústria 4.0?

A

Os princípios da Indústria 4.0, conforme descrito no documento fornecido, são os seguintes:
1. Capacidade de operação em tempo real: Envolve a aquisição e tratamento de dados em tempo real, permitindo a tomada de decisões em tempo real.
2. Virtualização: Consiste na criação de uma cópia virtual de fábricas inteligentes, possibilitando a rastreabilidade e o monitoramento remoto.
3. Descentralização: Permite que as decisões sejam tomadas pelo sistema ciber-físico para atender às necessidades de produção em tempo real.
4. Orientação de Serviços: Utilização de arquiteturas de software orientadas a serviços, combinadas com o conceito de Internet de Serviços.
5. Modularidade: Facilita a produção de acordo com a demanda, permitindo o fechamento e desacoplamento de módulos na produção para alterar facilmente as tarefas das máquinas.
6. Interoperabilidade: Refere-se à capacidade dos sistemas ciber-físicos, humanos e fábricas inteligentes de se comunicarem uns com os outros por meio da Internet das Coisas e da Internet.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
51
Q

Pilares da indústria 4.0?

A

Os principais pilares da Indústria 4.0 são:
Internet das Coisas (IoT): A Internet das Coisas é um dos pilares fundamentais da Indústria 4.0, permitindo a interconexão de máquinas, sistemas e ativos para criar redes inteligentes que possam controlar os módulos de produção de forma autônoma.
Sistemas Ciberfísicos: Os sistemas ciberfísicos combinaram o mundo físico com o virtual, conectando máquinas, sistemas e ativos para criar uma cópia virtual das fábricas inteligentes1. Esses sistemas podem tomar decisões de forma autônoma para atender às necessidades de produção em tempo real
Big Data e Analytics: A capacidade de analisar, analisar e analisar grandes volumes de dados em tempo real é essencial para otimizar processos, tomar decisões informadas e investir na inovação na Indústria 4.0.
Computação em Nuvem: A computação em nuvem fornece a infraestrutura necessária para armazenar, processar e acessar dados de forma remota e escalável, apoiando a integração e a interoperabilidade na Indústria 4.0.
Fabricação Aditiva: Também conhecida como impressão 3D, a produção aditiva permite a produção de peças sob demanda, aumentando a flexibilidade e o orçamento de estoque.
Realidade Aumentada e Virtual: Tecnologias de realidade aumentadas e virtuais têm aplicações em diversas etapas da cadeia de valor, desde o design até a manutenção, melhorando a eficiência e a tomada de decisões. Esses pilares tecnológicos, quando integrados de forma estratégica, permitem que as empresas alcancem os princípios-chave da Indústria 4.0, como a capacidade de operar em tempo real, a virtualização, a descentralização e a interoperabilidade.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
52
Q

Os impactos da indústria 4.0?

A

A Indústria 4.0 tem gerado diversos impactos significativos no setor industrial, trazendo mudanças e avanços consideráveis. Um dos principais impactos é a transição para a automação e digitalização dos processos de produção1. A Indústria 4.0 permitiu a integração de sistemas ciberfísicos, processamento de dados em tempo real e conectividade em toda a cadeia de produção, levando a um aumento na eficiência, produtividade e flexibilidade das operações de produção. Essa transformação possibilitou o surgimento de fábricas inteligentes onde as máquinas se comunicam entre si, otimizam os processos de produção e tomam decisões de forma autônoma, melhorando o desempenho operacional gera. Além disso, a Indústria 4.0 revolucionou o conceito de customização na fabricação. Com a capacidade de análise e análise de grandes volumes de dados em tempo real, os fabricantes agora podem personalizar produtos para atender às necessidades individuais dos clientes em larga escala. Esse nível de customização era anteriormente um desafio, mas se tornou mais viável e rentável com a implementação das tecnologias da Indústria 4.0. Outro impacto significativo da quarta revolução industrial é o estímulo à inovação na produção por meio do desenvolvimento de novos modelos de negócios e serviços. As empresas estão aproveitando tecnologias como Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial e análise de big data para criar produtos, serviços e fluxos de receita inovadores. Essa abordagem voltada para a inovação não apenas aumentou a competitividade, mas também abriu novas oportunidades de crescimento e expansão de mercado no setor industrial. Em resumo, o impacto da Indústria 4.0 no setor industrial é caracterizado por uma maior eficiência, capacidades aprimoradas de customização, processos de tomada de decisão aprimorados e o fomento da inovação e competitividade em um cenário digital em rápida evolução.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
53
Q

Quais são os potenciais impactos negativos da quarta revolução industrial na força de trabalho?

A

Os potenciais impactos negativos da quarta revolução industrial na força de trabalho incluem:
1. Deslocamento de empregos: A automação e as tecnologias avançadas na Indústria 4.0 podem levar ao deslocamento de empregos tradicionais à medida que as tarefas se tornam automatizadas, resultando potencialmente em desemprego para trabalhadores cujas funções são substituídas por máquinas.
2. Incompatibilidade de competências: Os rápidos avanços tecnológicos na Indústria 4.0 podem criar uma lacuna de competências onde a força de trabalho existente não possui as competências necessárias para operar e manter as novas tecnologias, levando ao desemprego ou ao subemprego para aqueles que não conseguem se adaptar às novas exigências do trabalho.
3. Distribuição desigual de benefícios: Os benefícios da Indústria 4.0, como o aumento da produtividade e da eficiência, podem não ser distribuídos igualmente entre a força de trabalho, aumentando potencialmente a desigualdade de rendimentos e criando disparidades entre trabalhadores qualificados e não qualificados.
4. Estresse e esgotamento no local de trabalho: A conectividade constante e a dependência da tecnologia na Indústria 4.0 podem levar ao aumento do estresse, esgotamento e problemas de saúde mental no local de trabalho entre os trabalhadores, à medida que lutam para acompanhar as demandas de um ambiente de trabalho em rápida mudança.
5. Preocupações com a privacidade: O uso extensivo de coleta e monitoramento de dados na Indústria 4.0 levanta preocupações sobre a privacidade e vigilância dos dados no local de trabalho, potencialmente infringindo os direitos e a privacidade dos funcionários.
Estes potenciais impactos negativos realçam a importância de enfrentar os desafios da força de trabalho e de implementar estratégias para mitigar os efeitos adversos da quarta revolução industrial sobre os trabalhadores.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
54
Q

Quais os resultados e a discussão sobre os estudos sobre as revoluções industriais ate a industria4.0?

A

Os resultados e a discussão do estudo sobre as Revoluções Industriais até a Indústria 4.0 destacam a evolução histórica das indústrias, desde a Primeira Revolução Industrial até a atual Indústria 4.0. O estudo realizou um levantamento bibliográfico de artigos científicos e publicações de instituições que abordam o desenvolvimento dos modelos industriais e tecnológicos, com foco na implantação da Indústria 4.0 no Brasil. Uma análise da literatura revela que as indústrias sempre buscaram evoluir e acompanharam os avanços tecnológicos para se manterem competitivos. A transição para a Indústria 4.0 representa um novo modelo de indústria que combina evoluções tecnológicas e uma nova forma de trabalho, alinhando-se com as demandas de um mercado cada vez mais digital e exigente. A implantação da Indústria 4.0 é vista como um avanço tecnológico significativo e uma nova perspetiva para um mercado em constante evolução. A discussão ressalta a importância do conhecimento e da implementação da Indústria 4.0 para empresas e profissionais que buscam se destacar em um mercado industrial moderno e competitivo. A compreensão das Revoluções Industriais anteriores é essencial para contextualizar e compreender a Indústria 4.0, destacando a evolução contínua das indústrias impulsionadas por avanços tecnológicos e inovações ao longo da história.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
55
Q

Quais as implicações do estudo sobre a quarta revolução industrial para as empresas?

A

As implicações do estudo sobre a quarta revolução industrial para as empresas são significativas. O estudo destaca a importância de compreender e implementar a Indústria 4.0 como uma necessidade para as empresas que pretendem prosperar num mercado industrial moderno e competitivo. Ressalta que a implantação e o conhecimento da Indústria 4.0 são cruciais para empresas e profissionais que buscam se estabelecer no mercado de grandes e modernas indústrias. O estudo ressalta que a Indústria 4.0 representa um grande avanço tecnológico e uma nova perspetiva para um mercado cada vez mais exigente e altamente focado na era digital. As empresas precisam de se adaptar a este novo modelo industrial, que combina avanços tecnológicos e uma nova forma de trabalhar, para se manterem competitivas e satisfazerem as exigências de um mercado digital em rápida evolução. No geral, o estudo sugere que abraçar a Indústria 4.0 é essencial para que as empresas permaneçam relevantes, eficientes e competitivas no cenário industrial moderno.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
56
Q

Qual é a conclusão do artigo “revoluções industriais ate a industria 4.0”?

A

A conclusão retirada do estudo sobre as Revoluções Industriais até à Indústria 4.0 destaca a evolução significativa das indústrias impulsionadas pelos avanços tecnológicos. A transição da Primeira Revolução Industrial para a atual Indústria 4.0 reflete uma busca contínua pelo progresso e pela eficiência nos processos industriais. O surgimento da Indústria 4.0, caracterizada pela conectividade e automação, representa uma mudança fundamental em direção a um mercado mais avançado tecnologicamente e com foco digital. Apesar de desafios como a necessidade de mão de obra qualificada e os elevados custos de implementação, a Indústria 4.0 é vista como um avanço crucial que se alinha às exigências de um mercado progressivamente digital e competitivo. O impacto da Indústria 4.0 estende-se a novos modelos de negócio, ao aumento das capacidades de personalização e à necessidade de evolução tecnológica contínua e de adaptação da força de trabalho para satisfazer as exigências desta nova era industrial. No Brasil, embora enfrentem atraso tecnológico em relação aos países desenvolvidos, algumas empresas começaram a adotar conceitos de automação e Indústria 4.0, testemunhando melhorias na eficiência e produtividade, mostrando os benefícios potenciais da integração desses avanços aos processos industriais.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
57
Q

O tipo ideal tayloriano e fordiano?

A

O tipo ideal tayloriano e fordiano, descrito por Frederick Winslow Taylor e Henry Ford, é caracterizado como um trabalhador estúpido e apático, com um perfil próximo ao de um boi. Essa figura é vista como necessidade para o trabalho ajustado aos princípios taylorista-fordistas. No entanto, Benjamin Coriat, na sua reflexão sobre a automação e o processo de trabalho taylorista-fordista, apresenta critérios de qualificação muito diferentes para os trabalhadores que atuam em sistemas automatizados, como os Complexos Automáticos de Máquinas (CAMs). Essas qualidades incluem conhecimento abstrato de processos de fabricação, capacidade de lidar com dados formalizados, ideias de gestão, senso de antecipação e capacidade de diálogo com especialistas em manutenção e alta gestão. Essas mudanças no perfil dos trabalhadores podem afetar a composição sociológica da classe operária e do movimento sindical.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
58
Q

A indústria metalo-mecânica ingressa no “leito da automação”?

A

Sim, de acordo com a análise apresentada no texto, a indústria metalo-mecânica ingressa no “leito da automação”. Isso é evidenciado pela introdução de novas tecnologias, como a microeletrônica e a robótica, que revolucionaram o modelo de indústria e se tornaram forças motrizes significativas da economia no século XX. A automação baseada nesses avanços tecnológicos provoca mudanças profundas no processo de trabalho, exigindo novas qualificações dos trabalhadores e abrindo perspetivas para superar o modelo taylorista-fordista. A presença crescente da automação na indústria metalo-mecânica implica em uma reconfiguração do processo produtivo e na necessidade de um novo tipo de trabalhador mais qualificado e adaptado às demandas da automação.
O termo “leito da automação” significa “leito de automação” em inglês. No contexto do texto fornecido, a frase “A INDÚSTRIA METAL-MECÂNICA INGRESSA NO ‘LEITO DA AUTOMAÇÃO’” refere-se à ideia de que a indústria metalo-mecânica está entrando em uma fase ou ambiente onde a automação está se tornando predominante e profundamente integrada em seu processo. Isto significa uma mudança significativa em direção à automação no setor metalomecânico, indicando uma transição para métodos de produção mais automatizados e a incorporação de tecnologias avançadas como microeletrônica e robótica.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
59
Q

A revolução científico-técnica e a nova educação?

A

A revolução científico-técnica, com a introdução da automação baseada em microeletrônica e robótica na indústria metalo-mecânica, exige uma nova educação e qualificação profissional para os trabalhadores. Algumas implicações dessa transformação tecnológica no processo de formação/qualificação dos trabalhadores, de acordo com a análise de Benjamin Coriat, incluem:
* Surge uma “nova figura social” de trabalhador, o “jovem com potencial”, que precisa ter conhecimentos abstratos de processos de fabricação, capacidade de lidar com dados formalizados, ideias de gestão, senso de antecipação, capacidade de diálogo com especialistas em manutenção e manutenção alta gerência1. Essas exigências de qualificação são nutridas por diferentes capacidades exigidas no modelo taylorista-fordista.
* Há um deslocamento na natureza dos conhecimentos exigidos, com lugar central para os conhecimentos em eletricidade, eletrônica e regulamentações, em detrimento relativo às formações ligadas à mecânica tradicional.
* A fábrica automatizada parece se abrir prioritariamente para os eletromecânicos e técnicos eletrônicos, em parte diplomados e fornecidos de conhecimentos básicos formalizados1. Isso pode levar a uma modificação na composição sociológica da classe operária.
* A introdução da automação abre perspetivas para a superação do modelo taylorista-fordista de organização do trabalho e exige mudanças qualitativas no processo de formação e qualificação dos trabalhadores.
Em resumo, a revolução científico-técnica, com a automação, exige um novo tipo de trabalhador mais avançado, com perfil diferente do “homem boi” taylorista, o que requer transformações na educação e formação profissional para acompanhar as mudanças tecnológicas na indústria metálica -mecânica.

60
Q

Taylorismo-fordismo: moderno, avançado e eterno?

A

O texto discute os equívocos em torno do taylorismo-fordismo, destacando três mal-entendidos básicos: generalização, eternização e modernização deste sistema de trabalho:
1. Generalização: Um equívoco é atribuir um caráter universal às técnicas sistematizadas por Taylor e implementadas por Ford na indústria metalo-mecânica, estendendo-as a todos os setores de produção de materiais, incluindo os setores de produção em fluxo contínuo.
2. Eternização: Outro equívoco é ver este sistema como originado no início do século XX e sendo eterno, ignorando a sua natureza transitória.
3. Modernização: O terceiro equívoco é considerar este sistema como a forma mais avançada de produção material desenvolvida pelo homem, em perfeita conformidade com a descrição de Marx da evolução do processo de trabalho.
O texto desafia a ideia de que o taylorismo-fordismo é um sistema de trabalho moderno, avançado e eterno, apontando a necessidade de reavaliar estes equívocos e reconhecer a natureza evolutiva dos processos e tecnologias de trabalho no contexto da automação e das mudanças nos cenários industriais.

61
Q

Quais as críticas apresentadas ao taylorismo-fordismo?

A

As críticas apresentadas no texto em relação ao taylorismo-fordismo incluem:
1. Generalização: Uma crítica apontada é a generalização das técnicas sistematizadas por Taylor e inovadoras por Ford na indústria metalo-mecânica, estendendo-se a todos os ramos da produção material, inclusive aos setores de produção em fluxo contínuo, sem considerar as especificidades de cada setor.
2. Eternalização: Outra crítica é a visão de que o taylorismo-fordismo é uma forma de trabalho eterno, ignorando seu caráter transitório e a evolução dos processos de trabalho ao longo do tempo.
3. Modernização: O texto questiona a ideia de que o taylorismo-fordismo é a forma mais avançada de material desenvolvido pelo homem, desafiando a conceção de que esse sistema de produção está em perfeita conformidade com a descrição de Marx sobre a evolução do processo de trabalho.
Essas críticas apontam para a necessidade de reavaliar a visão tradicional do taylorismo-fordismo como um modelo moderno, avançado e eterno, destacando a importância de compreender a evolução dos processos de trabalho e a influência da automação na indústria metalo-mecânica.

62
Q

Quais são as principais diferenças entre o Taylorismo, Fordismo e Toyotismo?

A

Os principais sistemas de organização do trabalho abordados no PDF são o Taylorismo, Fordismo e Toyotismo. Aqui estão as principais diferenças entre eles:
1. Taylorismo:
* Criado por Frederick Winslow Taylor, foca na divisão técnica do trabalho e na busca pela máxima eficiência produtiva.
* Ênfase na padronização das tarefas, na supervisão rigorosa dos trabalhadores e na fragmentação das atividades.
* Busca pela especialização e pela eliminação de desperdícios de tempo e movimento.
2. Fordismo:
* Desenvolvido por Henry Ford, é baseado na produção em massa e na linha de montagem.
* Introduziu a ideia de salários mais altos para os trabalhadores, visando aumentar o consumo de bens produzidos em massa.
* Enfatiza a produção em larga escala, a padronização de produtos e a divisão do trabalho em etapas sequenciais.
3. Toyotismo:
* Originário no Japão, na fábrica da Toyota, enfatiza a flexibilidade, a qualidade e a melhoria contínua.
* Prioriza a participação dos trabalhadores no processo de melhoria, a produção “just-in-time” e a eliminação de desperdícios.
* Busca a adaptação rápida às mudanças de demanda e a valorização do conhecimento e da criatividade dos trabalhadores.
Essas são algumas das principais diferenças entre o Taylorismo, Fordismo e Toyotismo, sistemas que influenciaram significativamente a organização do trabalho no século 20.

63
Q

Como esses sistemas de organização do trabalho impactaram a indústria e a sociedade no século 20?

A

Os sistemas de organização do trabalho - Taylorismo, Fordismo e Toyotismo - tiveram impactos significativos na indústria e na sociedade no século 20:
1. Taylorismo:
* Impacto na indústria: Introduziu a divisão técnica do trabalho, aumentando a eficiência e a produtividade nas fábricas.
* Impacto na sociedade: Gerou uma maior especialização e fragmentação das tarefas, levando a uma despersonalização do trabalho e possíveis problemas de saúde mental para os trabalhadores.
2. Fordismo:
* Impacto na indústria: Revolucionou a produção em massa com a linha de montagem, reduzindo custos e aumentando a produção.
* Impacto na sociedade: Contribuiu para o aumento do consumo em massa, a padronização de produtos e a criação de empregos, mas também gerou questões relacionadas à alienação no trabalho.
3. Toyotismo:
* Impacto na indústria: Introduziu a produção “just-in-time”, a flexibilidade e a melhoria contínua, aumentando a eficiência e a qualidade dos produtos.
* Impacto na sociedade: Valorizou a participação dos trabalhadores, a inovação e a adaptação rápida às mudanças, promovendo um ambiente de trabalho mais colaborativo e dinâmico.
No geral, esses sistemas moldaram a organização do trabalho, influenciaram as relações de trabalho, a produtividade e a qualidade dos produtos, além de impactarem as condições de vida e o bem-estar dos trabalhadores. Eles também contribuíram para a evolução da indústria e da sociedade ao longo do século 20.

64
Q

Qual a relevância dessas teorias para a compreensão da evolução do trabalho ao longo da história?

A

As teorias do Taylorismo, Fordismo e Toyotismo são fundamentais para a compreensão da evolução do trabalho ao longo da história por diversos motivos:
1. Taylorismo:
* Introduziu a ideia de organização científica do trabalho, destacando a importância da eficiência e da divisão técnica das tarefas.
* Contribuiu para a racionalização e a padronização das atividades laborais, influenciando a forma como o trabalho era estruturado e gerido.
2. Fordismo:
* Revolucionou a produção em massa e a linha de montagem, impactando a indústria e a sociedade com a produção em larga escala.
* Estabeleceu novos padrões de organização do trabalho, salários e condições laborais, influenciando a relação entre empregadores e empregados.
3. Toyotismo:
* Introduziu conceitos de flexibilidade, qualidade e melhoria contínua, adaptando-se às mudanças do mercado e promovendo a participação dos trabalhadores.
* Refletiu uma abordagem mais humanizada do trabalho, valorizando o conhecimento e a criatividade dos trabalhadores.
Essas teorias representam marcos importantes na evolução do trabalho, refletindo as transformações econômicas, sociais e tecnológicas ao longo do tempo. Elas influenciaram não apenas a organização do trabalho nas fábricas, mas também as relações de trabalho, as condições laborais e a dinâmica da sociedade como um todo. Estudar essas teorias é essencial para compreender como o trabalho foi estruturado e gerido em diferentes contextos históricos e como essas práticas moldaram a realidade laboral que conhecemos hoje.

65
Q

Origens da expressão “organização do trabalho”?

A

As origens da expressão “organização do trabalho” remontam a um contexto histórico em que a atividade laboral nem sempre era considerada desejável por homens e mulheres em todas as épocas da história. Muitos associaram a origem da palavra “trabalho” ao “tripalium”, um antigo instrumento de tortura. A eficácia dessa explicação reside na verificação do fato de que o trabalho, como atividade laboral, nem sempre foi valorizado ou visto de forma positiva ao longo da história. A expressão “organização do trabalho” passou a ser utilizada para descrever a forma como as atividades laborais eram estruturadas, geridas e distribuídas entre os trabalhadores em diferentes contextos sociais e econômicos. Ela se tornou um conceito fundamental para compreender a evolução das práticas laborais e das relações de trabalho ao longo do tempo.

66
Q

O sistema de Taylor?

A

O sistema de Taylor, também conhecido como Taylorismo, foi desenvolvido por Frederick Winslow Taylor no início do século 20 e teve um impacto significativo na organização do trabalho. Algumas características importantes do sistema de Taylor incluem:
1. Divisão do Trabalho: Taylor propôs uma divisão técnica do trabalho, onde as tarefas eram fragmentadas e distribuídas de forma a aumentar a eficiência e a produtividade.
2. Padronização de Métodos: O sistema de Taylor enfatizava a padronização dos métodos de trabalho, com a definição de procedimentos precisos para a execução das tarefas.
3. Treinamento Especializado: Os trabalhadores eram treinados de forma especializada para executar as tarefas de acordo com os métodos padronizados estabelecidos pela administração.
4. Controle da Administração: Após a implementação do sistema, a administração passava a ter um controle rigoroso sobre as atividades dos trabalhadores, monitorando e supervisionando seu desempenho.
5. Ênfase na Produtividade: O principal objetivo do Taylorismo era aumentar a produtividade e a eficiência, reduzindo o tempo e os custos de produção.
6. Controle do Ritmo de Trabalho: O sistema de Taylor também era criticado por controlar excessivamente o ritmo de trabalho dos funcionários, podendo levar a problemas de saúde e bem-estar no ambiente laboral.
Em resumo, o sistema de Taylor foi uma abordagem pioneira na organização do trabalho, introduzindo princípios de eficiência e divisão do trabalho que influenciaram profundamente a indústria e as práticas de gestão. No entanto, também levantou questões sobre a despersonalização do trabalho e o impacto na saúde física e mental dos trabalhadores.

67
Q

O sistema de Ford?

A

O sistema de Ford, também conhecido como Fordismo, foi desenvolvido por Henry Ford e teve um impacto significativo na indústria automobilística e na organização do trabalho. Algumas características importantes do sistema de Ford incluem:
1. Produção em Massa: Ford introduziu a produção em massa, que permitia a fabricação de grandes quantidades de produtos de forma rápida e eficiente.
2. Linha de Montagem: Uma das inovações mais marcantes do Fordismo foi a introdução da linha de montagem, onde os produtos eram montados em etapas sucessivas por trabalhadores especializados em tarefas específicas.
3. Padronização e Simplificação: Ford enfatizava a padronização e a simplificação dos processos de produção, buscando reduzir custos e aumentar a eficiência.
4. Salários e Condições de Trabalho: Ford implementou salários mais altos para os trabalhadores, visando aumentar o poder de compra e incentivar a produção e o consumo.
5. Racionalização do Trabalho: O Fordismo buscava racionalizar o trabalho, dividindo as tarefas em etapas simples e repetitivas para aumentar a produtividade.
6. Impacto na Sociedade: O sistema de Ford teve um impacto profundo na sociedade, influenciando não apenas a indústria automobilística, mas também as práticas de gestão, as relações de trabalho e o consumo em massa.
Em resumo, o sistema de Ford representou uma revolução na organização do trabalho e na produção industrial, estabelecendo novos padrões de eficiência, produtividade e condições de trabalho. Sua abordagem inovadora influenciou profundamente a indústria e a sociedade, moldando a forma como os produtos eram fabricados e como as empresas eram geridas.

68
Q

A reestruturação produtiva?

A

A reestruturação produtiva refere-se a um conjunto de mudanças nas formas de organização do trabalho e de produção que ocorreram principalmente a partir da segunda metade do século 20. Essas mudanças foram impulsionadas por diversos fatores, como avanços tecnológicos, globalização, competitividade do mercado e busca por maior eficiência e flexibilidade nas empresas.
Alguns aspetos da reestruturação produtiva incluem:
1. Flexibilização do Trabalho: As empresas passaram a adotar práticas mais flexíveis em relação aos contratos de trabalho, horários e funções dos trabalhadores, visando se adaptar mais rapidamente às demandas do mercado.
2. Tecnologia e Automação: A introdução de novas tecnologias e processos automatizados permitiu aumentar a eficiência e a produtividade, reduzindo a dependência de mão de obra manual em algumas etapas do processo produtivo.
3. Terceirização e Subcontratação: Muitas empresas passaram a terceirizar parte de suas atividades, contratando serviços de outras empresas especializadas, o que permitia reduzir custos e focar em suas atividades principais.
4. Produção Just-in-Time: O sistema Just-in-Time, que visa produzir apenas o necessário, reduzindo estoques e desperdícios, tornou-se uma prática comum na reestruturação produtiva.
5. Globalização: A integração dos mercados globais levou as empresas a reestruturarem suas cadeias de suprimentos e a expandirem suas operações para outros países, em busca de novos mercados e vantagens competitivas.
6. Novas Formas de Organização do Trabalho: Surgiram novas formas de organização do trabalho, como o trabalho em equipe, a descentralização das decisões e a valorização da criatividade e inovação dos trabalhadores.
Em resumo, a reestruturação produtiva representou uma transformação significativa nas práticas de gestão e organização do trabalho, buscando maior eficiência, competitividade e adaptação às mudanças do mercado globalizado. Essas mudanças tiveram impactos profundos nas relações de trabalho, nas condições laborais e na dinâmica das empresas em todo o mundo.

69
Q

A obsolescência do taylorismo/fordismo?

A

A obsolescência do Taylorismo/Fordismo refere-se ao fato de que, ao longo do tempo, esses modelos de organização do trabalho e produção se tornaram inadequados para atender às demandas e desafios contemporâneos das empresas e da sociedade. Alguns dos principais motivos que contribuíram para a obsolescência do Taylorismo/Fordismo incluem:
1. Mudanças no Ambiente de Negócios: Com a globalização e a rápida evolução tecnológica, as empresas precisaram se adaptar a um ambiente de negócios mais dinâmico e competitivo, o que exigiu novas abordagens na organização do trabalho.
2. Necessidade de Flexibilidade: Os modelos Taylorista e Fordista eram caracterizados por uma divisão rígida do trabalho e processos padronizados, o que limitava a capacidade das empresas de se adaptarem rapidamente a mudanças no mercado.
3. Valorização da Qualidade e Inovação: Com o aumento da importância da qualidade dos produtos e da inovação, as empresas passaram a buscar modelos de produção mais flexíveis e orientados para a melhoria contínua.
4. Demandas dos Consumidores: Os consumidores passaram a exigir produtos mais personalizados, diversificados e com ciclos de vida mais curtos, o que demandou uma maior agilidade e capacidade de adaptação por parte das empresas.
5. Novas Tecnologias e Automatização: O avanço das tecnologias de informação e comunicação permitiu o desenvolvimento de sistemas de produção mais automatizados e integrados, tornando obsoletas algumas práticas do Taylorismo/Fordismo.
6. Valorização do Trabalho Qualificado: Com a valorização do conhecimento e da criatividade no ambiente de trabalho, os modelos tradicionais baseados na divisão do trabalho e na supervisão hierárquica foram questionados.
Diante desses desafios e mudanças, muitas empresas têm buscado adotar novas abordagens na organização do trabalho, como o trabalho em equipe, a gestão participativa, a produção enxuta e a indústria 4.0, que visam promover maior flexibilidade, inovação e eficiência. Assim, o Taylorismo/Fordismo, embora tenham sido modelos importantes no passado, tornaram-se obsoletos diante das exigências atuais do mercado e da sociedade.

70
Q

Consequências da organização do trabalho no século 20?

A

A organização do trabalho no século 20 teve diversas consequências que impactaram profundamente a sociedade, as empresas e os trabalhadores. Algumas das principais consequências incluem:
1. Divisão do Trabalho: A ênfase na divisão do trabalho, característica dos modelos Taylorista e Fordista, levou à especialização das tarefas e à fragmentação das atividades laborais, resultando em trabalhadores altamente especializados em funções específicas.
2. Aumento da Produtividade: A organização do trabalho baseada em princípios de eficiência e racionalização, como a linha de montagem e a padronização de processos, contribuiu para um aumento significativo da produtividade nas indústrias.
3. Condições de Trabalho: A busca pela eficiência muitas vezes resultou em condições de trabalho desumanas, com jornadas exaustivas, baixos salários, falta de segurança no trabalho e poucos direitos trabalhistas.
4. Sindicalização e Conflitos Laborais: A organização do trabalho no século 20 também foi marcada por movimentos sindicais e conflitos entre trabalhadores e empregadores, em busca de melhores condições de trabalho, salários dignos e direitos trabalhistas.
5. Impacto Social: A organização do trabalho teve um impacto profundo na estrutura social, contribuindo para a formação de classes trabalhadoras, a urbanização acelerada e a transformação das relações familiares e comunitárias.
6. Desigualdades Sociais: A concentração de riqueza e poder nas mãos dos proprietários dos meios de produção, em contraste com as condições precárias dos trabalhadores, gerou desigualdades sociais e econômicas significativas.
7. Inovações Tecnológicas: A organização do trabalho no século 20 impulsionou o desenvolvimento de novas tecnologias e processos produtivos, que tiveram impactos profundos na economia, na sociedade e no modo de vida das pessoas.
8. Legados Históricos: Os modelos de organização do trabalho do século 20, como o Taylorismo e o Fordismo, deixaram um legado duradouro na forma como as empresas são geridas e como o trabalho é organizado, influenciando práticas até os dias atuais.
Essas são apenas algumas das consequências da organização do trabalho no século 20, que moldaram as relações laborais, a economia e a sociedade de maneira significativa ao longo da história.

71
Q

Processo de homogeneização do sistema capitalista?

A

O processo de homogeneização do sistema capitalista refere-se à tendência de padronização e uniformização de práticas, estruturas e processos dentro do sistema econômico capitalista. Alguns aspetos desse processo incluem:
1. Padronização de Produtos e Serviços: No sistema capitalista, há uma tendência à padronização de produtos e serviços para atender às demandas do mercado de forma eficiente e econômica. Isso pode levar à homogeneização de bens de consumo e à perda de diversidade.
2. Globalização: A globalização econômica tem contribuído para a homogeneização do sistema capitalista, à medida que as empresas buscam expandir suas operações para mercados internacionais, adotando práticas e padrões globais.
3. Concentração de Poder Econômico: A concentração de poder econômico nas mãos de grandes corporações e conglomerados pode levar à homogeneização das estruturas de mercado, com poucas empresas dominando setores inteiros da economia.
4. Uniformização de Práticas Empresariais: A busca por eficiência e lucratividade pode levar as empresas a adotarem práticas empresariais semelhantes, resultando em uma certa homogeneidade na forma como as organizações operam e competem.
5. Cultura Organizacional Global: Com a expansão de empresas multinacionais, há uma disseminação de uma cultura organizacional global, com valores e práticas empresariais padronizadas em diferentes partes do mundo.
6. Regulação e Normatização: A harmonização de regulamentações e normas comerciais em nível internacional pode contribuir para a homogeneização do sistema capitalista, facilitando o comércio e os investimentos entre países.
7. Tecnologia e Inovação: O avanço tecnológico e a inovação podem levar à difusão de práticas e processos eficientes em diferentes setores da economia, contribuindo para a homogeneização em termos de produtividade e competitividade.
É importante ressaltar que, embora haja tendências de homogeneização no sistema capitalista, também existem forças que promovem a diversidade, a inovação e a diferenciação, como a concorrência, a criatividade empresarial e as demandas dos consumidores por produtos e serviços únicos. Assim, o processo de homogeneização do sistema capitalista é complexo e está sujeito a influências variadas e dinâmicas.

72
Q

Como a Teoria Geral dos Sistemas pode auxiliar os gestores na compreensão e gestão de empresas?

A

A Teoria Geral dos Sistemas (TGS) pode auxiliar os gestores na compreensão e gestão de empresas de diversas formas:
1. Visão Sistêmica: A TGS proporciona uma visão holística da empresa, permitindo aos gestores entender as interações entre os diversos elementos e subsistemas que compõem a organização.
2. Complexidade Organizacional: Ao considerar as complexidades específicas de uma empresa, a TGS oferece ferramentas para subsidiar o pleno funcionamento da organização, facilitando o desenvolvimento e a manutenção de processos internos e externos.
3. Avaliação Analítica e Sintética: A TGS fornece instrumentos para avaliação analítica e sintética da empresa, auxiliando na identificação de pontos fortes e fracos, e na tomada de decisões estratégicas.
4. Inovação e Competitividade: A aplicação da TGS pode suportar a inovação tecnológica e organizacional, gerando modelos informacionais que subsidiem o processo decisório, agregando valor à empresa e aumentando sua competitividade no mercado.
5. Conhecimento Organizacional: O conhecimento da TGS é um diferencial que viabiliza o pleno entendimento da empresa, gerando vantagens competitivas e agregando valor aos processos internos e ao posicionamento mercadológico da organização.
Em resumo, a TGS oferece uma abordagem sistêmica que permite aos gestores compreender a empresa como um todo integrado, facilitando a identificação de oportunidades, desafios e soluções para garantir o sucesso e a sustentabilidade do negócio.

73
Q

Quais são os benefícios de aplicar noções sistêmicas nas empresas, independentemente do seu porte?

A

A aplicação de noções sistêmicas nas empresas, independentemente do seu porte, traz diversos benefícios significativos:
1. Visão Integrada: Permite uma compreensão mais ampla e integrada da empresa, considerando as interações entre os diferentes elementos e processos organizacionais.
2. Identificação de Interdependências: Facilita a identificação das interdependências entre os diversos setores e subsistemas da empresa, possibilitando uma gestão mais eficiente e eficaz.
3. Tomada de Decisão Estratégica: Proporciona uma base sólida para a tomada de decisões estratégicas, ao considerar o impacto de uma decisão em toda a organização.
4. Melhoria da Comunicação: Favorece a comunicação interna e a colaboração entre os diferentes departamentos, promovendo uma maior sinergia e alinhamento de objetivos.
5. Resolução de Problemas Complexos: Ajuda a abordar e resolver problemas complexos de forma mais eficaz, ao considerar as múltiplas variáveis e relações envolvidas.
6. Adaptação às Mudanças: Capacita a empresa a se adaptar mais facilmente a mudanças internas e externas, mantendo a flexibilidade e a agilidade necessárias para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades.
7. Inovação e Competitividade: Estimula a inovação e a busca por soluções criativas, impulsionando a competitividade da empresa no mercado.
Em suma, a aplicação de noções sistêmicas nas empresas promove uma gestão mais eficiente, colaborativa e orientada para resultados, contribuindo para o sucesso e a sustentabilidade do negócio em um ambiente empresarial dinâmico e competitivo.

74
Q

De que forma a deterioração dos sistemas pode afetar o desempenho e a sobrevivência das empresas?

A

A deterioração dos sistemas pode afetar significativamente o desempenho e a sobrevivência das empresas de diversas maneiras:
1. Entropia e Desorganização: A entropia, que corresponde à desorganização e deterioração dos sistemas, pode levar a uma perda de eficiência, qualidade e produtividade nas operações da empresa.
2. Necessidade de Manutenção: Os sistemas requerem manutenção constante para evitar a entropia, incluindo reparos, substituições e atualizações, o que pode demandar recursos financeiros e tempo.
3. Impacto nos Processos Internos: A deterioração dos sistemas pode afetar negativamente os processos internos da empresa, causando atrasos, erros e ineficiências operacionais.
4. Redução da Competitividade: Uma empresa com sistemas deteriorados pode perder sua competitividade no mercado, uma vez que não consegue acompanhar a evolução tecnológica e as demandas dos clientes.
5. Riscos para a Sustentabilidade: A falta de manutenção e a deterioração dos sistemas podem representar riscos para a sustentabilidade e a continuidade do negócio, comprometendo sua capacidade de adaptação e inovação.
6. Perda de Clientes e Mercado: A baixa qualidade dos produtos ou serviços resultantes da deterioração dos sistemas pode levar à perda de clientes e à redução da participação de mercado da empresa.
Portanto, é essencial que as empresas estejam atentas à manutenção e ao bom funcionamento de seus sistemas, a fim de garantir um desempenho eficaz, uma operação sustentável e a sobrevivência no ambiente competitivo dos negócios.

75
Q

A teoria geral dos sistemas?

A

A Teoria Geral dos Sistemas (TGS) foi desenvolvida por Ludwig von Bertalanffy na década de 1920 e propõe uma abordagem interdisciplinar para compreender e analisar sistemas complexos. A TGS considera que os sistemas são compostos por elementos interdependentes que interagem entre si para atingir um objetivo comum. Essa abordagem sistêmica enfatiza a importância de visualizar o todo e suas partes, reconhecendo as interconexões e interdependências dentro de um sistema.
A TGS não se restringe a um campo específico, sendo aplicável em diversas áreas, como administração, biologia, sociologia, entre outras. Ela destaca a importância de entender as relações entre os componentes de um sistema, bem como os processos de retroalimentação e adaptação que ocorrem dentro dele. A TGS também aborda conceitos como entropia (deterioração dos sistemas) e a necessidade de manutenção e renovação para garantir a eficiência e a sobrevivência dos sistemas.
Em resumo, a Teoria Geral dos Sistemas oferece uma abordagem holística e integrada para analisar e compreender a complexidade dos sistemas, fornecendo ferramentas e conceitos fundamentais para a gestão e o entendimento de organizações e fenômenos complexos.

76
Q

Características de um sistema?

A

Um sistema possui diversas características que o distinguem e o definem como tal. Algumas das principais características de um sistema são:
1. Conjunto de Partes Interagentes: Um sistema é composto por partes ou elementos que interagem entre si, influenciando o funcionamento e o desempenho do sistema como um todo.
2. Interdependência: As partes de um sistema são interdependentes, ou seja, as ações ou mudanças em uma parte do sistema afetam outras partes e o sistema como um todo.
3. Totalidade: Um sistema é mais do que a simples soma de suas partes individuais. A totalidade do sistema é maior e mais complexa do que a soma das partes isoladas.
4. Objetivo Comum: Um sistema é organizado para alcançar um objetivo específico ou desempenhar uma função determinada. Todas as partes do sistema trabalham em conjunto para atingir esse objetivo.
5. Funcionamento Integrado: As partes de um sistema estão organizadas e coordenadas de forma a trabalhar juntas de maneira integrada para alcançar o propósito do sistema.
6. Feedback e Retroalimentação: Os sistemas geralmente possuem mecanismos de feedback que permitem monitorar e ajustar o desempenho do sistema com base em informações internas e externas.
7. Adaptação e Resiliência: Os sistemas têm a capacidade de se adaptar a mudanças no ambiente e de se recuperar de perturbações, mantendo sua funcionalidade e integridade.
Essas características fundamentais dos sistemas são essenciais para compreender sua natureza complexa e interconectada, bem como para analisar e gerenciar eficazmente sistemas em diferentes contextos, como empresas, organizações e ecossistemas.

77
Q

Os sistemas procuram atuar como?

A

Os sistemas procuram atuar de diversas maneiras para apoiar o funcionamento e a eficiência das empresas e organizações. Algumas das formas como os sistemas atuam incluem:
1. Ferramentas de Funcionamento: Os sistemas são utilizados como ferramentas para operar as empresas e lidar com sua complexidade e abrangência.
2. Instrumentos de Avaliação: Os sistemas possibilitam uma avaliação analítica e, quando necessário, sintética das empresas, auxiliando na identificação de pontos fortes e áreas de melhoria.
3. Facilitadores de Processos: Os sistemas internos e externos facilitam os processos organizacionais, melhorando a eficiência e a comunicação dentro da empresa.
4. Suporte à Qualidade e Produtividade: Os sistemas contribuem para a melhoria da qualidade, produtividade e inovação tecnológica nas organizações.
5. Geração de Informações para Decisões: Os sistemas produzem modelos de informações que auxiliam os processos decisórios nas empresas, fornecendo dados relevantes e oportunos.
6. Produção de Conhecimento: Os sistemas geram informações oportunas e promovem a geração de conhecimento dentro das organizações.
7. Valor Agregado e Competitividade: Os sistemas agregam valor às empresas, contribuindo para sua modernidade, perenidade, lucratividade e competitividade no mercado.
Essas diversas formas de atuação dos sistemas permitem que as empresas compreendam seu potencial interno, estejam preparadas para enfrentar desafios externos e se destaquem em um ambiente de mercado competitivo. A visão sistêmica e a utilização eficaz dos sistemas são essenciais para o sucesso e a sustentabilidade das organizações e ecossistemas.

78
Q

Classificação dos sistemas?

A

Os sistemas podem ser classificados de várias maneiras, sendo uma das classificações mais comuns a distinção entre Sistemas Abertos e Sistemas Fechados. Essas classificações são importantes para compreender as características e o funcionamento dos sistemas em diferentes contextos. Aqui está uma breve explicação sobre cada tipo de sistema:
* Sistemas Abertos: Os sistemas abertos são caracterizados pela interação com o ambiente externo, recebendo entradas do ambiente, processando essas entradas internamente e gerando saídas que afetam o ambiente. Os sistemas abertos são adaptativos e dinâmicos, respondendo às mudanças e interagindo com seu entorno. Eles mantêm um fluxo contínuo de trocas com o ambiente para se manterem em equilíbrio e sobreviverem.
* Sistemas Fechados: Os sistemas fechados, por outro lado, não interagem com o ambiente externo e operam de forma isolada, sem receber entradas do ambiente ou influenciar o ambiente com suas saídas. Os sistemas fechados são considerados mais estáticos e autossuficientes, pois não dependem de interações externas para funcionar.
Essa classificação entre sistemas abertos e sistemas fechados destaca a importância da interação e da adaptação dos sistemas ao ambiente em que estão inseridos. Os sistemas abertos são mais comuns em organizações e empresas, onde a interação com clientes, fornecedores e o mercado é essencial para o sucesso e a sobrevivência da organização. Já os sistemas fechados são mais comuns em contextos controlados e isolados, onde a interação com o ambiente externo é limitada ou inexistente.

79
Q

Sistema Aberto?

A

Um Sistema Aberto é um tipo de sistema que interage ativamente com o ambiente externo, recebendo entradas do ambiente, processando essas entradas internamente e gerando saídas que afetam o ambiente. Esse tipo de sistema é caracterizado pela troca contínua de energia, matéria e informações com o ambiente em que está inserido.
Principais características de um Sistema Aberto:
1. Interatividade: Os sistemas abertos estão em constante interação com o ambiente externo, recebendo feedback e respondendo às mudanças e estímulos do ambiente.
2. Adaptação: Os sistemas abertos têm a capacidade de se adaptar às mudanças do ambiente, ajustando suas operações e estruturas internas para se manterem em equilíbrio dinâmico.
3. Autonomia: Apesar da interação com o ambiente, os sistemas abertos possuem uma certa autonomia em relação às suas operações internas e à forma como processam as entradas e geram saídas.
4. Equilíbrio Dinâmico: Os sistemas abertos buscam manter um equilíbrio dinâmico com o ambiente, ajustando suas atividades e processos internos para responder às demandas e mudanças externas.
5. Trocas de Energia e Informação: Os sistemas abertos realizam trocas de energia, matéria e informações com o ambiente, utilizando esses recursos para manter suas operações e alcançar seus objetivos.
Em resumo, um Sistema Aberto é aquele que está em constante interação com o ambiente externo, adaptando-se às mudanças e trocando energia e informações com o ambiente para se manter em funcionamento e alcançar seus objetivos. Este tipo de sistema é comum em organizações e empresas, onde a interação com clientes, fornecedores e o mercado é essencial para o sucesso e a sobrevivência da organização

80
Q

Sistema fechado?

A

Um Sistema Fechado é um tipo de sistema que opera de forma isolada, sem interação com o ambiente externo. Nesse tipo de sistema, as entradas e saídas são controladas internamente, e o sistema não depende de interações com o ambiente para funcionar. Em outras palavras, um sistema fechado é autossuficiente e opera de maneira independente do ambiente externo.
Principais características de um Sistema Fechado:
1. Autossuficiência: Os sistemas fechados operam de forma autossuficiente, sem depender de entradas do ambiente externo para realizar suas operações internas.
2. Isolamento: Os sistemas fechados são isolados do ambiente externo e não interagem ativamente com fatores externos, como clientes, fornecedores ou concorrentes.
3. Estabilidade: Por não dependerem de interações externas, os sistemas fechados tendem a ser mais estáveis e previsíveis em suas operações.
4. Controle Interno: As entradas e saídas do sistema são controladas internamente, sem influências diretas do ambiente externo.
5. Funcionamento Independente: Um sistema fechado opera de acordo com suas regras e processos internos, sem sofrer influências significativas do ambiente externo.
Em resumo, um Sistema Fechado é um sistema que opera de forma isolada e autossuficiente, sem interação com o ambiente externo. Esse tipo de sistema é mais comum em contextos controlados e estáticos, onde a estabilidade e a previsibilidade das operações são prioritárias em relação à adaptação e interação com o ambiente externo. Exemplos de sistemas fechados incluem um relógio mecânico ou um sistema de controle de temperatura em um ambiente controlado.

81
Q

Sistema empresa?

A

Um Sistema Empresa é um conceito que se refere à organização empresarial como um sistema complexo e interativo, composto por diversos subsistemas interdependentes que trabalham em conjunto para atingir objetivos comuns. Nesse contexto, a empresa é vista como um sistema aberto, interagindo com o ambiente externo, recebendo inputs, processando essas informações internamente e gerando outputs que impactam o ambiente.
Principais características de um Sistema Empresa:
1. Interdependência: A empresa é composta por diversos subsistemas interdependentes, como vendas, compras, contabilidade, recursos humanos, entre outros, que trabalham em conjunto para o funcionamento da organização como um todo.
2. Interatividade: A empresa interage com o ambiente externo, recebendo recursos, informações e demandas do mercado, clientes, fornecedores e concorrentes, e respondendo a esses estímulos de forma a atingir seus objetivos e se adaptar às mudanças do ambiente.
3. Complexidade: Uma empresa é um sistema complexo, com múltiplas interações e relações entre seus subsistemas e com o ambiente externo. A gestão eficaz de uma empresa requer compreensão da dinâmica dessas interações e da forma como influenciam o desempenho organizacional.
4. Adaptação: Assim como um sistema aberto, a empresa precisa ser capaz de se adaptar às mudanças do ambiente, ajustando suas estratégias, processos e operações para garantir sua sobrevivência e sucesso no mercado.
5. Feedback: A retroalimentação é essencial em um sistema empresa, permitindo a correção de desvios e a melhoria contínua das operações e estratégias organizacionais com base no feedback recebido do ambiente externo e interno.
Em resumo, um Sistema Empresa é uma abordagem que considera a organização empresarial como um sistema complexo e interativo, composto por diversos subsistemas interdependentes que interagem com o ambiente externo. Essa visão sistêmica permite uma compreensão mais ampla e integrada da empresa, facilitando a gestão eficaz e a tomada de decisões estratégicas.

82
Q

Finalidades dos sistemas de informação?

A

Os sistemas de informação têm diversas finalidades e desempenham um papel fundamental nas organizações modernas. Abaixo estão algumas das principais finalidades dos sistemas de informação:
1. Suporte à Tomada de Decisão: Os sistemas de informação fornecem dados e informações relevantes para os gestores e tomadores de decisão, auxiliando no processo de análise e tomada de decisões estratégicas, táticas e operacionais.
2. Automação de Processos: Os sistemas de informação automatizam tarefas e processos rotineiros, aumentando a eficiência operacional, reduzindo erros e custos, e liberando os colaboradores para atividades mais estratégicas.
3. Armazenamento e Recuperação de Dados: Os sistemas de informação permitem o armazenamento seguro e organizado de grandes volumes de dados, facilitando a recuperação rápida e precisa de informações quando necessário.
4. Comunicação e Colaboração: Os sistemas de informação facilitam a comunicação interna e externa na organização, permitindo a colaboração entre equipes, departamentos e parceiros de negócios de forma eficiente.
5. Monitoramento e Controle: Os sistemas de informação fornecem ferramentas para monitorar o desempenho organizacional, controlar processos e atividades, e identificar áreas que necessitam de melhorias ou ajustes.
6. Suporte à Inovação: Os sistemas de informação possibilitam a inovação e o desenvolvimento de novos produtos, serviços e processos, fornecendo insights e análises que impulsionam a criatividade e a diferenciação no mercado.
7. Melhoria da Qualidade e Produtividade: Os sistemas de informação contribuem para a melhoria da qualidade dos produtos e serviços, bem como para o aumento da produtividade dos colaboradores, por meio da automação de tarefas e da otimização de processos.
8. Adaptação às Mudanças: Os sistemas de informação permitem que as organizações se adaptem rapidamente às mudanças do ambiente externo, fornecendo informações em tempo real e suporte para ajustar estratégias e operações conforme necessário.
Em resumo, os sistemas de informação desempenham um papel crucial nas organizações, fornecendo suporte para a tomada de decisão, automação de processos, armazenamento e recuperação de dados, comunicação e colaboração, monitoramento e controle, inovação, melhoria da qualidade e produtividade, e adaptação às mudanças do ambiente de negócios.

83
Q

Por que utilizar sistemas de informação?

A

Os sistemas de informação são essenciais para as empresas por diversos motivos, que justificam sua utilização e investimento. Abaixo estão algumas razões importantes para utilizar sistemas de informação:
1. Gestão Eficiente: Os sistemas de informação permitem uma gestão mais eficiente e eficaz, fornecendo dados e informações precisas para apoiar a tomada de decisões em todos os níveis da organização.
2. Tomada de Decisão Embasada: Os sistemas de informação fornecem informações em tempo real e análises detalhadas que embasam as decisões dos gestores, reduzindo a incerteza e aumentando a precisão das escolhas estratégicas.
3. Competitividade: As empresas que utilizam sistemas de informação de forma eficaz têm uma vantagem competitiva no mercado, pois conseguem responder rapidamente às mudanças e demandas do ambiente externo.
4. Melhoria da Comunicação: Os sistemas de informação facilitam a comunicação interna e externa na empresa, permitindo uma troca eficiente de informações entre colaboradores, departamentos e parceiros de negócios.
5. Automatização de Processos: Os sistemas de informação automatizam tarefas e processos rotineiros, reduzindo erros, aumentando a eficiência operacional e liberando os colaboradores para atividades mais estratégicas.
6. Armazenamento Seguro de Dados: Os sistemas de informação garantem o armazenamento seguro e organizado de dados sensíveis da empresa, protegendo a informação contra perdas, roubo e danos.
7. Adaptação às Mudanças: Os sistemas de informação permitem que as empresas se adaptem rapidamente às mudanças do ambiente de negócios, ajustando suas estratégias, processos e operações conforme necessário.
8. Aumento da Produtividade: Os sistemas de informação contribuem para o aumento da produtividade dos colaboradores, automatizando tarefas repetitivas e permitindo um fluxo de trabalho mais eficiente.
9. Inovação: Os sistemas de informação possibilitam a inovação e o desenvolvimento de novos produtos, serviços e processos, impulsionando a criatividade e a diferenciação no mercado.
Em resumo, a utilização de sistemas de informação é fundamental para as empresas modernas, pois contribuem para uma gestão eficiente, embasada em dados, competitividade no mercado, melhoria da comunicação, automatização de processos, armazenamento seguro de dados, adaptação às mudanças, aumento da produtividade, inovação e vantagem competitiva.

84
Q

Para serem efetivos, os sistemas de informação precisam, segundo Pereira e Fonseca?

A

Para que os sistemas de informação sejam efetivos e atendam às necessidades das organizações, Pereira e Fonseca destacam alguns pontos importantes que devem ser considerados. Segundo esses autores, os sistemas de informação precisam:
1. Atender as reais necessidades dos usuários: Os sistemas de informação devem ser projetados levando em consideração as necessidades reais dos usuários finais, garantindo que as funcionalidades e informações fornecidas sejam relevantes e úteis para o desempenho de suas atividades.
2. Estar centrados no usuário (cliente) e não no profissional que o criou: É essencial que os sistemas de informação sejam desenvolvidos com foco no usuário final, levando em consideração suas preferências, habilidades e necessidades, em vez de se concentrar apenas nas preferências dos profissionais de TI que os criaram.
3. Atender ao usuário com presteza: Os sistemas de informação devem ser ágeis e responsivos, fornecendo informações e funcionalidades de forma rápida e eficiente para atender às demandas dos usuários no tempo necessário.
4. Apresentar custos compatíveis: Os sistemas de informação devem ser desenvolvidos levando em consideração os custos envolvidos em sua implementação, manutenção e operação, garantindo que sejam viáveis financeiramente e tragam benefícios tangíveis para a organização.
5. Adaptar-se constantemente às novas tecnologias de informação: Os sistemas de informação devem estar em constante evolução e atualização para acompanhar as mudanças e avanços tecnológicos, garantindo que estejam alinhados com as melhores práticas e tendências do mercado.
6. Estar alinhados com as estratégias de negócios da empresa: Os sistemas de informação devem ser alinhados com as estratégias e objetivos de negócio da organização, contribuindo para o alcance das metas organizacionais e para a melhoria do desempenho global da empresa.
Em resumo, para serem efetivos, os sistemas de informação precisam atender às reais necessidades dos usuários, estar centrados no usuário final, ser ágeis e responsivos, apresentar custos compatíveis, adaptar-se às novas tecnologias, e estar alinhados com as estratégias de negócios da empresa. Esses aspetos são fundamentais para garantir que os sistemas de informação sejam bem-sucedidos e contribuam positivamente para o desempenho e competitividade da organização.

85
Q

Como as origens e experiências de Charles Chaplin influenciaram a criação de “Tempos Modernos”?

A

As origens e experiências de Charles Chaplin tiveram um impacto significativo na criação do filme “Tempos Modernos”. Chaplin, um artista que iniciou sua carreira nos palcos do teatro, trouxe para o cinema uma sensibilidade única e uma conexão direta com o público, características que se refletem em sua obra cinematográfica.
Além disso, Chaplin era conhecido por sua habilidade na pantomima e na expressão corporal, o que se tornou uma marca registrada de seus filmes. Em “Tempos Modernos”, mesmo sendo um filme sonoro, Chaplin resistiu ao uso da fala para sua personagem, Charlot, transmitindo mensagens através de gestos, expressões faciais e movimentos corporais, mantendo assim a essência do seu estilo característico do cinema mudo.
Através de sua própria vida e experiências, Chaplin também abordou questões sociais e políticas em seus filmes, incluindo “Tempos Modernos”, que critica o capitalismo industrial do início do século XX, o poder das máquinas sobre o homem e a exploração do trabalhador. Essa crítica social presente no filme reflete a sensibilidade e consciência social de Chaplin, que buscava utilizar sua arte para abordar questões relevantes de sua época.
Portanto, as origens teatrais de Chaplin, sua habilidade na pantomima, sua resistência ao uso da fala em seus filmes e sua consciência social foram elementos fundamentais que influenciaram a criação de “Tempos Modernos” e contribuíram para a sua relevância e impacto duradouro no cinema.

86
Q

De que forma o contexto económico e social da época se reflete no filme?

A

O contexto económico e social da época em que o filme “Tempos Modernos” foi produzido se reflete de diversas maneiras na obra de Charles Chaplin. O filme foi lançado em 1936, durante um período marcado pela Grande Depressão e pelas consequências da crise económica de 1929, que afetou profundamente a sociedade da época.
1. Crítica ao Capitalismo Industrial: “Tempos Modernos” critica o capitalismo industrial do início do século XX, mostrando a desumanização e a exploração dos trabalhadores nas fábricas. Chaplin aborda a alienação do trabalhador, a mecanização do trabalho e a falta de humanidade nas relações laborais, refletindo as condições precárias enfrentadas pelos trabalhadores durante a era industrial.
2. Impacto das Máquinas sobre o Homem: O filme aborda o impacto das máquinas sobre a vida dos trabalhadores, destacando a perda de identidade e a subjugação do ser humano às exigências da produção em massa. Chaplin critica a desumanização causada pela tecnologia e pela busca desenfreada pelo lucro, evidenciando as consequências negativas dessa realidade.
3. Condições Sociais Precárias: Através da personagem de Charlot, Chaplin retrata a luta diária dos trabalhadores para sobreviver em meio à pobreza, desemprego e injustiças sociais. O filme denuncia as desigualdades económicas e sociais da época, evidenciando a necessidade de mudanças e de uma maior consciência em relação às condições de vida da classe trabalhadora.
Dessa forma, o contexto económico e social da época se reflete de forma contundente em “Tempos Modernos”, tornando o filme uma crítica poderosa às injustiças e desigualdades presentes na sociedade industrial do século XX. Chaplin utilizou sua obra para denunciar as condições de trabalho desumanas e para promover reflexões sobre a necessidade de uma maior humanização nas relações laborais e sociais.

87
Q

Quais são as principais diferenças entre o cinema mudo e o cinema sonoro abordadas nesta análise?

A

Na análise proposta do filme “Tempos Modernos”, são abordadas algumas diferenças significativas entre o cinema mudo e o cinema sonoro, destacando como essas mudanças influenciaram a obra de Charles Chaplin e a narrativa do filme. Algumas das principais diferenças mencionadas na análise são:
1. Uso da Fala: Enquanto o cinema mudo se baseava principalmente em gestos, expressões faciais e legendas para transmitir a história, o cinema sonoro introduziu a fala como um elemento fundamental na narrativa. No entanto, Chaplin resistiu em fazer seus personagens falarem em “Tempos Modernos”, mantendo sua abordagem característica da pantomima e da expressão corporal para comunicar mensagens.
2. Importância do Som: Com a introdução do som no cinema, a trilha sonora, os efeitos sonoros e a fala dos personagens passaram a desempenhar um papel crucial na experiência cinematográfica. Em “Tempos Modernos”, Chaplin explorou o uso do som de forma criativa, mesmo mantendo a predominância da linguagem visual e gestual em sua narrativa.
3. Evolução Técnica: A transição do cinema mudo para o cinema sonoro representou uma evolução técnica significativa na indústria cinematográfica, permitindo uma maior imersão do público nas histórias contadas. Chaplin, ao optar por manter elementos do cinema mudo em seu filme sonoro, demonstrou sua habilidade em adaptar-se às mudanças tecnológicas sem perder sua identidade artística.
Essas diferenças entre o cinema mudo e o cinema sonoro abordadas na análise destacam não apenas as transformações técnicas e narrativas na indústria cinematográfica, mas também a capacidade de artistas como Chaplin de inovar e se reinventar diante dessas mudanças, preservando a essência de seu estilo único e atemporal.

88
Q

Charles Chaplin: como a sua vida marcou a sua obra?

A

A relação entre a vida de Charles Chaplin e sua obra cinematográfica é um elemento fundamental para compreender a genialidade e a profundidade de seus filmes, incluindo “Tempos Modernos”. A análise proposta destaca como as experiências e vivências pessoais do cineasta influenciaram diretamente a criação de suas obras. Abaixo estão alguns pontos que explicam como a vida de Chaplin marcou sua obra:
1. Infância e Origens Humildes: Chaplin nasceu em uma família pobre e enfrentou dificuldades desde cedo. Sua infância marcada pela pobreza e pela luta pela sobrevivência influenciou a criação de personagens como Charlot, o vagabundo gentil e carismático que reflete a humanidade e a resiliência diante das adversidades.
2. Experiências no Teatro e no Cinema: Antes de se tornar um cineasta renomado, Chaplin teve uma carreira no teatro e no cinema, o que lhe proporcionou uma compreensão profunda da linguagem visual e da comunicação não verbal. Sua experiência prévia influenciou sua abordagem única no cinema, onde a expressão corporal e a pantomima desempenharam um papel central na narrativa.
3. Crítica Social e Humanismo: A sensibilidade de Chaplin para as questões sociais e humanitárias se reflete em suas obras, incluindo “Tempos Modernos”. O cineasta utilizou o cinema como uma ferramenta para denunciar as injustiças sociais, a desigualdade e a desumanização causadas pelo capitalismo industrial, transmitindo mensagens poderosas sobre empatia, solidariedade e dignidade humana.
Portanto, a vida de Charles Chaplin, marcada por suas origens humildes, suas experiências no teatro e no cinema, e sua sensibilidade social, deixou uma marca indelével em sua obra cinematográfica. Sua capacidade de traduzir suas vivências pessoais em narrativas universais e atemporais é um testemunho de sua genialidade e de sua contribuição única para a história do cinema.

89
Q

Vanessa Sousa Dias retrata assim Charlot?

A

Vanessa Sousa Dias retrata Charlot, o icônico personagem criado por Charles Chaplin, de uma maneira que destaca sua importância e complexidade dentro do universo cinematográfico. A análise proposta destaca como Charlot transcende o simples entretenimento para se tornar um símbolo poderoso de questões sociais, humanas e emocionais. Abaixo estão alguns pontos que explicam como Vanessa Sousa Dias retrata Charlot:
1. Símbolo da Condição Humana: Charlot é apresentado como um personagem que representa a essência da condição humana, com todas as suas alegrias, tristezas, lutas e triunfos. Sua humanidade e vulnerabilidade o tornam facilmente identificável e cativante para o público, permitindo que ele se conecte emocionalmente com as experiências do personagem.
2. Crítica Social e Política: Vanessa Sousa Dias destaca como Charlot é utilizado por Chaplin como uma ferramenta para criticar as injustiças sociais, a desigualdade e a exploração do homem pelo homem. Através das aventuras e desventuras de Charlot, Chaplin expõe as falhas do sistema e convida o público a refletir sobre questões profundas relacionadas à sociedade e à humanidade.
3. Universalidade e Atualidade: A autora ressalta a universalidade e atemporalidade de Charlot como um personagem que transcende as barreiras do tempo e do espaço. Mesmo décadas após sua criação, Charlot continua a ressoar com o público devido à sua capacidade de representar aspetos universais da experiência humana, como amor, solidariedade, esperança e resiliência.
Portanto, a maneira como Vanessa Sousa Dias retrata Charlot destaca não apenas a importância cultural e artística do personagem, mas também sua relevância contínua como um ícone do cinema que continua a inspirar e emocionar espectadores em todo o mundo.

90
Q

Tempos modernos, um filme de «crítica social sem desculpas»?

A

“Tempos Modernos” é reconhecido como um filme de “crítica social sem desculpas” devido à sua abordagem direta e contundente em relação às questões sociais e políticas da época em que foi produzido, bem como à sua relevância atemporal na denúncia de injustiças e desigualdades. Abaixo estão alguns pontos que explicam por que o filme é considerado uma crítica social sem concessões:
1. Crítica ao Capitalismo Industrial: O filme aborda de forma incisiva as condições desumanas de trabalho nas fábricas, a exploração dos trabalhadores, a mecanização do trabalho e a alienação causada pela produção em massa. Chaplin expõe as consequências negativas do capitalismo industrial, destacando a desumanização e a perda de identidade dos trabalhadores.
2. Denúncia da Desigualdade Social: “Tempos Modernos” também critica a desigualdade social e econômica da época, mostrando a disparidade entre ricos e pobres, a pobreza extrema e as condições precárias de vida enfrentadas pela classe trabalhadora. O filme evidencia as injustiças sociais e a falta de empatia da sociedade em relação aos menos favorecidos.
3. Resistência à Modernidade: A presença de Charlot como um elemento descontextualizado e inadaptado à modernidade simboliza a resistência às mudanças sociais e tecnológicas da época. Chaplin critica a excessiva mecanização da sociedade e a perda de humanidade em prol do progresso material, ressaltando a importância da conexão humana e da solidariedade.
Portanto, “Tempos Modernos” é considerado um filme de “crítica social sem desculpas” por sua corajosa abordagem das questões sociais e políticas de sua época, bem como por sua capacidade de provocar reflexões sobre temas universais como desigualdade, exploração e humanidade. A relevância e impacto duradouro do filme confirmam sua posição como uma obra-prima do cinema engajado e provocativo.

91
Q

Através do uso das imagens como veículo de comunicação e construção da narrativa?

A

Através do uso das imagens como veículo de comunicação e construção da narrativa, Charles Chaplin em “Tempos Modernos” demonstra sua maestria na linguagem cinematográfica e na capacidade de transmitir mensagens complexas sem a necessidade de diálogos verbais. Abaixo estão alguns pontos que explicam como Chaplin utiliza as imagens para comunicar e construir a narrativa do filme:
1. Comunicação Visual: Chaplin aproveita a linguagem visual do cinema para transmitir emoções, ideias e mensagens sem depender da fala. A expressão facial, os gestos, os movimentos corporais e a composição das cenas são utilizadas de forma eficaz para criar conexões emocionais com o público e transmitir nuances sutis da narrativa.
2. Construção da Narrativa: As imagens em “Tempos Modernos” são cuidadosamente planejadas e organizadas para contar a história de forma clara e envolvente. A sequência de eventos, os enquadramentos, os cortes e a montagem são utilizados para criar um fluxo narrativo coeso e dinâmico, mantendo o interesse do espectador ao longo do filme.
3. Simbolismo e Metáforas Visuais: Chaplin emprega o simbolismo visual e metáforas visuais para aprofundar o significado das cenas e transmitir mensagens mais amplas sobre a sociedade e a condição humana. Através de elementos visuais como cenários, figurinos e objetos, o diretor consegue comunicar camadas adicionais de significado e provocar reflexões mais profundas no público.
Dessa forma, o uso das imagens como veículo de comunicação e construção da narrativa em “Tempos Modernos” evidencia a genialidade de Chaplin como cineasta e sua habilidade em contar histórias de forma visualmente impactante e emocionalmente envolvente. A riqueza visual do filme contribui significativamente para sua atemporalidade e relevância como uma obra-prima do cinema.

92
Q

Análise e reflexão crítica de tempos modernos?

A

A análise e reflexão crítica de “Tempos Modernos” envolvem aprofundar a compreensão das mensagens, temas e técnicas utilizadas por Charles Chaplin no filme, bem como contextualizá-lo dentro do cenário social, político e cinematográfico da época. Abaixo estão alguns pontos importantes a considerar ao realizar uma análise crítica de “Tempos Modernos”:
1. Contexto Histórico e Social: É fundamental situar o filme no contexto da Grande Depressão dos anos 1930, período marcado por crises econômicas e sociais. Compreender as condições de trabalho, as desigualdades sociais e as transformações industriais da época ajudam a contextualizar as críticas e mensagens presentes no filme.
2. Crítica Social e Política: “Tempos Modernos” é uma obra que critica o capitalismo industrial, a mecanização do trabalho, a exploração dos trabalhadores e a desumanização causada pela produção em massa. Analisar como Chaplin aborda essas questões e as consequências sociais desses sistemas é essencial para uma reflexão crítica do filme.
3. Técnicas Cinematográficas: A análise das técnicas cinematográficas utilizadas por Chaplin, como a composição visual, a montagem, a iluminação e o uso do som, permite compreender como ele constrói a narrativa e transmite mensagens de forma eficaz. Explorar a linguagem cinematográfica empregada no filme enriquece a compreensão de sua complexidade e impacto.
4. Relevância Atual: Além de considerar o contexto histórico, é importante refletir sobre a relevância e atualidade de “Tempos Modernos” nos dias de hoje. Identificar como as questões abordadas no filme ainda ressoam na sociedade contemporânea e como as críticas de Chaplin continuam pertinentes é essencial para uma análise crítica abrangente.
Ao realizar uma análise e reflexão crítica de “Tempos Modernos”, é essencial explorar esses diferentes aspetos para compreender a profundidade e a importância da obra de Chaplin, bem como sua relevância contínua na discussão de temas sociais, políticos e humanos.

93
Q

Tempos modernos, um filme sonoro que resistiu à fala?

A

“Tempos Modernos”, dirigido por Charles Chaplin em 1936, é considerado um filme icônico que resistiu à transição para o cinema sonoro, mantendo-se predominantemente mudo em uma época em que o som se tornava cada vez mais popular. Abaixo estão alguns pontos que explicam como o filme resistiu à fala e permaneceu fiel à tradição do cinema mudo:
1. Resistência à Mudança: Chaplin, conhecido por sua maestria no cinema mudo, resistiu à pressão da indústria cinematográfica para adotar o som em seus filmes. Ele acreditava que a fala poderia comprometer a essência de seu personagem, o Vagabundo, interpretado por Charlot, e optou por manter a linguagem visual como principal meio de comunicação.
2. Uso Estratégico do Som: Embora “Tempos Modernos” seja um filme mudo, Chaplin incorporou elementos sonoros de forma criativa e estratégica. O filme apresenta música, efeitos sonoros e até mesmo algumas falas em momentos pontuais, mas a fala é limitada e usada de forma simbólica, muitas vezes associada às máquinas e à impessoalidade.
3. Exploração da Linguagem do Cinema Mudo: Chaplin aproveitou as técnicas e recursos característicos do cinema mudo, como os intertítulos, a leitura labial e a pantomima, para contar a história de forma visualmente impactante e emocionalmente envolvente. Ele demonstrou que era possível transmitir mensagens complexas e emocionais sem depender da fala.
4. Significado Artístico e Narrativo: A decisão de Chaplin de manter “Tempos Modernos” predominantemente mudo não apenas preservou a identidade de seu personagem icônico, mas também contribuiu para a singularidade e atemporalidade do filme. A resistência à fala acrescentou camadas de significado artístico e narrativo à obra, destacando a genialidade e a inovação do diretor.
Portanto, “Tempos Modernos” é um exemplo notável de como um filme sonoro resistiu à fala e permaneceu fiel à tradição do cinema mudo, demonstrando a habilidade de Chaplin em utilizar a linguagem visual de forma poderosa e expressiva.

94
Q

Análise fílmica de tempos modernos: alguns exemplos?

A

A análise fílmica de “Tempos Modernos” envolve a observação e interpretação de elementos visuais, narrativos e técnicos presentes no filme de Charles Chaplin. Abaixo estão alguns exemplos de análise fílmica que podem ser explorados em “Tempos Modernos”:
1. Uso do Som: Chaplin utiliza o som de forma estratégica para enfatizar a ação e intensificar as cenas. Por exemplo, a cena na fábrica em que Charlot causa caos é acompanhada por uma trilha sonora que intensifica a velocidade e dinamismo dos acontecimentos, destacando a atmosfera circense e caótica do ambiente.
2. Linguagem Visual: A linguagem visual é fundamental em “Tempos Modernos” para transmitir emoções e mensagens sem depender da fala. Um exemplo é a cena em que Charlot é confrontado pelo dono do café/restaurante para cantar, mostrando seu desconforto e a pressão externa que ele enfrenta, mesmo sem pronunciar uma palavra.
3. Montagem: Chaplin utiliza a técnica de montagem de forma criativa para criar associações visuais e narrativas. Um exemplo é a intercalação de imagens que não se relacionam no tempo e no espaço, gerando significados simbólicos e emocionais para o espectador.
4. Crítica Social: A análise fílmica de “Tempos Modernos” também envolve a identificação das críticas sociais e políticas presentes no filme. Chaplin critica o capitalismo industrial, a desumanização do trabalho e a alienação do indivíduo na sociedade moderna, abordando questões relevantes para a época e para a atualidade.
Expressão Pantomímica: A pantomima desempenha um papel crucial na interpretação das personagens em “Tempos Modernos”. Chaplin, conhecido por suas habilidades como ator pantomímico, utiliza gestos e expressões faciais para comunicar emoções e pensamentos, enriquecendo a narrativa e a interpretação das cenas.
Ao analisar esses elementos e exemplos em “Tempos Modernos”, é possível compreender a complexidade e a riqueza da obra de Chaplin, bem como sua relevância artística e social. A análise fílmica permite uma apreciação mais profunda do filme e das mensagens que ele transmite, destacando a genialidade do diretor e a atemporalidade de sua obra.

95
Q

Introdução no artigo”precarização do trabalho”?

A

Desde a reorganização política, econômica e social que ocorreu na Idade Contemporânea e, principalmente, a partir do século XX, o trabalho tornou-se categoria importante na construção da identidade do sujeito, sendo estruturante tanto para a sociedade quanto para o indivíduo. Ele é um determinante central na manutenção da saúde do trabalhador, uma vez que se reflete em posição socioeconômica, socialização de adultos, desenvolvimento da identidade e autoestima e amplia possibilidades de conectividade social e participação em redes sociais fora da família.
O trabalho é considerado objeto de estudo diverso, ambíguo e complexo, sendo um especto da vida que medeia a integração social através do valor econômico e cultural intrínseco, o que explica sua importância no que concerne à saúde física e mental das pessoas . Essa faceta do trabalho tende a comprometer, principalmente, indivíduos menos favorecidos financeiramente, os quais dispõem de poucos recursos materiais e sociais para atenuar os impactos das más condições laborais .
Observa-se ainda que os trabalhadores que reúnem menos benefícios financeiros e proteção social estão mais expostos às modificações na legislação e práticas trabalhistas, sendo desfavorecidos nos diversos âmbitos da vida, como saúde, educação, moradia, transporte, ainda que trabalhadores que ocupem empregos de alto status ou que possuam alta escolaridade também possam experimentar condições de trabalho precarizadas.
Com a globalização dos mercados e do capital e o acirramento da concorrência internacional entre empresas, a pressão para a minimização do custo do trabalho leva à compressão do número de trabalhadores efetivos e à externalização de um número crescente de tarefas, bem como à deslocalização de tarefas e de empresas para zonas com salários mais baixos. É anunciada a redução drástica, até a extinção do emprego estável, a tempo integral, a favor do emprego flexível. Essa evolução implica o aumento da força de trabalho flexível, fluida, periférica ou contingente que engloba, sobretudo, os trabalhadores a tempo parcial, temporariamente contratados, e certas categorias dos trabalhadores por conta própria. O conteúdo dessa precarização comparece na condição de instabilidade e de insegurança, no imperativo de adaptabilidade, na fragmentação dos coletivos de trabalhadores e no esvaimento do conteúdo social do trabalho. Essa nova condição de trabalho, paulatinamente, se torna central e hegemônica, antagonizando com outras formas de trabalho e de direitos sociais que ainda permanecem e resistem.

96
Q

Condicionantes da precarização do trabalho?

A

Após a Revolução Industrial, a atividade laboral passou a ser observada de modo objetivo e sistemático, devido ao crescimento dos centros urbanos e à necessidade de sustentar a produção. As atividades artesanais foram remuneradas pelo modo de produção fabril, com jornadas exaustivas em condições precárias. A mecanização do trabalho no taylorismo e fordismo fez com que o trabalhador perdesse o controle sobre o processo produtivo. No século XIX, surgiu a ideia de que a riqueza dependia do trabalho se difundiu. Na contemporaneidade, o pós-fordismo prioriza a produção descentralizada e flexível, com automação e diferentes contratos de trabalho. Há diferenças entre os trabalhadores do núcleo e da periferia da força de trabalho, com predominância da última em várias cadeias de negócios. As práticas flexíveis redefinem os locais de trabalho e a focalização na atividade central gera empregos bem pagos e resultados, mas a inconstância ameaça a estabilidade. A empresa pode ser vista como um lugar de cidadania e sociabilidade, mas uma transição para a força de trabalho periférica ou contingente, com a incerteza do próximo emprego, torna-se uma realidade cada vez mais comum.
- Com a desestruturação do Estado de bem-estar social e o aumento do desemprego estrutural, as capitais transnacionais implementam formas de trabalho desregulamentadas e informais, como a terceirização.
- A precarização do trabalho é resultado da expansão das atividades capitalistas a partir dos anos 1970, com a implementação de processos de reestruturação produtiva e políticas neoliberais.
- A flexibilização do mercado de trabalho, a segurança social e os sindicatos são apontados como causas de dificuldades econômicas em épocas de crise global.
- Flexibilizar a legislação social significa ampliar a precarização e rechaçar os direitos sociais conquistados pela classe trabalhadora.
- Os mecanismos de flexibilização do trabalho são utilizados pelas empresas para burlar a legislação social.
- A partir de 1990, no Brasil, com a disseminação do neoliberalismo, houve um aumento da precarização do trabalho através da reestruturação produtiva e adoção de novos padrões organizacionais.
- As práticas gerencialistas, o esvaziamento sindical e a fragilidade social e política são produtos da dinâmica liberal de modernização do processo produtivo.

97
Q

Trabalho precário: uma tentativa de rastrear seu conteúdo?

A
  • Tosta identifica o modelo normativo de emprego padrão como trabalho permanente em tempo integral, com supervisão direta do empregador e acesso aos benefícios sociais.
  • Arnold e Bongiovi destacam que o trabalho precário é uma influência global que afeta tanto os países industrializados quanto o desenvolvimento.
  • A precarização do trabalho, segundo Antunes, é estrutural e decorre da reestruturação produtiva e organizacional para aumentar os lucros das empresas.
  • O conceito de precarização estrutural do trabalho indica que o emprego precário é resultado das transformações promovidas pelo modelo de acumulação flexível.
  • A definição e caracterização do trabalho precário ainda não estão completas no meio acadêmico.
  • Trabalho criou os Indicadores de Trabalho Decente, que definem um trabalho produtivo, melhor remunerado e exercido em condições dignas.
  • Druck propõe a construção dos Indicadores de Precarização Social do Trabalho como forma de analisar a realidade do trabalho brasileiro.
  • A precarização do trabalho afeta não só o desemprego, mas também a instabilidade e efemeridade dos empregos disponíveis.
  • A precariedade e mais condições de trabalho levam ao aumento de trabalhadores em situações instáveis ​​e insatisfatórias
  • Fator Higiene Ocupacional e Justiça inclui oferecer condições adequadas e seguras, assim como percepção de justiça nas relações empregador/empregado
  • Em um estudo com enfermeiros do Rio de Janeiro Janeiro, a precarização do trabalho levou a adaptações nos insumos hospitalares
  • Enfermeiros sofriam mais do que sentiram prazer devido à falta de materiais adequados no trabalho
  • Questionário qualitativo foi usado para identificar a percepção dos profissionais sobre a precarização do trabalho
  • Doenças ocupacionais subjetivas estão relacionadas com o trabalho inseguro e precário
  • Convivência entre estatutários e cooperativas gera sentimentos de inferioridade
  • Condições de trabalho precarizadas podem afetar a saúde e causar prejuízos psicossociais.
98
Q

Consequências para o trabalhador?

A
  • A quebra do acordo capital-trabalho no modo de produção fordista leva à precarização do contrato e das condições de trabalho, com assimetria entre empregador e empregador.
  • No capitalismo flexível, o trabalhador é responsabilizado pelo ônus do regime de contratação, incluindo sua empregabilidade e sucesso no trabalho.
  • Empresas contratantes buscam conhecimento dos funcionários, mas não investem em treinamentos, deixando a aquisição de conhecimento a carga dos contratados.
  • O toyotismo controla o elemento subjetivo da produção, retransferindo o saber operário para a força de trabalho e buscando envolver a subjetividade operária.
  • Exemplos no cenário empresarial brasileiro mostram intensificação do ritmo de trabalho, baixas tendências e práticas de assédio moral.
  • A falta de condições físicas e ambientais de trabalho contribui para a insegurança no trabalho.
  • O trabalho humano torna-se predominantemente mental, ignorando o cansaço mental e a exaustão emocional nos ambientes de trabalho.
  • A polivalência no trabalho leva à sobrecarga e ao medo de cometer erros, causando fadiga e queda no desempenho.
  • Há uma competição exagerada no ambiente de trabalho que intensifica o individualismo e precariza tanto social quanto laboralmente.
  • As técnicas de gestão atuais promovem a competição entre os funcionários, reforçando o individualismo e prejudicando a saúde mental e física.
  • A falta de trabalho em equipe fragiliza os laços de amizade e solidariedade, isolando os trabalhadores e impedindo a luta por melhores condições de trabalho.
  • O isolamento de classe no ambiente corporativo gera desgastes emocionais que podem resultar em problemas psicológicos e físicos.
  • A flexibilização e desregulamentação dos direitos trabalhistas prejudicam a saúde, a cidadania e a dignidade dos trabalhadores.
  • A diminuição dos empregos afeta a qualidade do trabalho e torna mais difícil para os trabalhadores visualizarem um futuro seguro.
99
Q

Considerações finais sobre o artigo “precarização do trabalho”?

A

Nessa sua fase de mundialização, o capital tem desempregado cada vez mais o trabalho estável, substituindo-o por trabalhos precarizados, que se encontram em enorme expansão no mundo industrial e de serviços, bem como nas múltiplas interconexões existentes entre eles. Estabelecem-se contratos de trabalho precários, subcontratação em cascata, configurando uma externalização de riscos e responsabilidades, com redução de salários e de empregos. Assim, não é mais o padrão da sociedade do pleno emprego, mas o de uma sociedade de desempregados e de formas precárias de trabalho, de emprego e de vida que passa a predominar, até mesmo naqueles países onde se tinha atingido um alto grau de desenvolvimento econômico e social. A precarização dos vínculos empregatícios tem um caráter expansivo que provoca tanto a desestabilização quanto a segmentação do mercado de trabalho e se reflete no agravamento das desigualdades sociais.
O conceito de precarização segue paralelo ao de flexibilização que, por sua vez, altera a regulamentação do mercado de trabalho e a garantia de direitos dos trabalhadores, levando à eliminação das condições de trabalho favoráveis ao trabalhador, deixando-o mais suscetível a práticas degradantes . , as condições de trabalho, tais como as existentes em empregos precários, são os maiores determinantes sociais de desigualdades em quadros de saúde. Precarização do trabalho é um construto integrado a um quadro de relações de poder, as quais são peças-chave na determinação de condições de trabalho e de bem-estar e saúde do trabalhador. Nesse horizonte, a projeção de cenários sobre o futuro do trabalho depende de um conjunto de condições macroeconômicas, sociais e culturais, de modo que a maior difusão de estudos acerca das práticas de precarização de vínculos empregatícios possibilite a criação de movimentos de resistência que demandem a abertura de agendas políticas e sociais voltadas a enfrentar, sem esquivas e de maneira responsável, o problema que se avoluma.

100
Q

Um mundo informacional-digital?

A

Há algumas décadas, o capitalismo maquínico, informacional e digital, sob condução financeira, vem se desenvolvendo para que a produtividade do capital se valorize sempre em seu ponto de ápice.
Ao proceder desse modo, as corporações globais ampliam seus lucros e exasperam a competitividade entre elas, introduzindo cada vez mais um maquinário altamente avançado, capaz de potencializar exponencialmente a utilização da força de trabalho. Para tanto, a «flexibilização» do mercado de trabalho tornou-se condição sine qua non para o universo corporativo.
As empresas públicas, que anteriormente ofertavam serviços socialmente úteis, sem fins lucrativos, ao serem privatizadas, introduziram o lucro em seu modus operandi, tornando-se, inclusive, partícipes do processo de valorização do capital. Assim, ao contrário da apregoada retração ou desaparição da lei do valor, estamos descortinando uma mutação e mesmo uma ampliação em suas engrenagens, através da introdução de novas formas de apropriação de trabalho excedente e de sua potencialização. E essa processualidade vem se tornando cada vez mais responsável pela eliminação de uma massa de trabalhadores e de trabalhadoras que não mais encontra labor e que se amplia ainda mais com os fluxos migratórios internacionais, somando-se aos bolsões de descartáveis, subempregados e desempregados.
Para as grandes corporações, a ampliação e intensificação dos tempos de trabalho geradores de lucro e de mais-valor tornaram-se ainda mais vitais frente à intensa competição que travam entre si para ampliar seu domínio no mercado, tanto na indústria, na agricultura e nos serviços, como em suas interconexões conhecidas e presentes nas novas cadeias produtivas de valor.
Foi central para esta reorganização dos capitais a expressiva expansão do setor de serviços, cada vez mais subordinado à forma-mercadoria. Essa configuração, além de desmoronar o mito de que a «sociedade de serviços, pós–industrial» eliminaria a classe trabalhadora, fez deslanchar uma significativa expansão do novo proletariado de serviços na era digital. Tal processualidade, contrariamente ao que foi propugnado nas últimas décadas, não levou à perda de relevância, mas à ampliação de novas formas geradoras do valor, ainda que frequentemente assumindo a aparência do não-valor.

101
Q

Os serviços se convertem em mercadoria?

A

Foi no Livro ii de O Capital que Marx ofereceu pistas seminais sobre a teoria do valor-trabalho, para além do universo da produção industrial. Demonstrou que, dado que o objetivo central do capital é a sua valorização, tanto a redução do tempo de produção, como a do tempo de circulação tornavam-se de grande importância, uma vez que o tempo global do capital depende de ambos, sendo este, por sua vez, um dos desafios cotidianos da engenharia do capital. Desse modo, acrescenta Marx, o tempo de circulação se converte também em um limitador do tempo de produção. E Marx exemplifica ao destacar exemplos da indústria de transportes, armazenamento, comunicações, dentre outros, nos quais, apesar de não ocorrer produção material, há geração de mais-valor.
Se é fato que Marx sempre enfatizou que o mais-valor nasce na esfera da produção, demonstrou também que, particularmente em nos setores acima citados, se desenvolve um processo de produção dentro do processo de circulação, que acaba por convertê-los em ramos produtivos. O efeito útil obtido é indissoluvelmente vinculado ao processo de transporte, isto é, ao processo de produção da indústria dos transportes. Homens e mercadorias viajam num meio de transporte, e sua viagem, seu movimento espacial, é justamente o processo de produção efetuado. « Esta última adição de valor se decompõe, como em toda produção capitalista, em reposição de salário e mais-valor» .
Assim, evidencia-se a tese de que também nas atividades de circulação, que não geram produção material, ou, nas palavras do autor, se realiza também um processo de produção dentro do processo de circulação.
A definição original do trabalho produtivo , derivada da própria natureza da produção material, continua válida para o trabalhador coletivo, considerado em seu conjunto.
E essa formulação acima lhe permite acrescentar outro elemento decisivo assim, o conceito de trabalhador produtivo não implica de modo nenhum apenas uma relação entre atividade e efeito útil, entre trabalhador e produto do trabalho, mas também uma relação de produção especificamente social, surgida historicamente e que cola no trabalhador o rótulo de meio direto de valorização do capital.

102
Q

As plataformas e o milagre algorítmico?

A
  • Novos espaços produtivos conectados com plataformas digitais têm destaque na geração de lucros e valor
  • Grandes plataformas digitais participam do capitalismo de plataforma, segundo Srnicek
  • Úrsula Huws conceitualizou o cibertariado, trabalhadores da indústria digital com condições precarizadas
  • A expansão das tecnologias de informação e comunicação intensifica o trabalho digital e manual
  • Atividades na cadeia de suprimentos geram mais valor no trabalho produtivo
  • Plataformas como a Amazon Mechanical Turk contratam trabalhadores à margem da legislação trabalhista
  • A Uber detém informações valiosas sobre o sistema global de transportes
  • O Contrato Zero Hora influenciou o surgimento do trabalho uberizado.
  • O contrato de zero hora é uma modalidade de trabalho que se desenvolveu no Reino Unido há décadas e cresceu expressivamente neste século, expandindo-se globalmente.
  • Não há obrigatoriedade de solicitação por parte da plataforma nem de realização por parte dos trabalhadores.
  • Aumento da incorporação de força de trabalho sobrante devido ao desemprego.
  • Engloba diversos tipos de atividades, como trabalho médico, de motorista, limpeza, entre outros.
  • As empresas utilizam essa modalidade para ter um grande número de trabalhadores disponíveis.
  • Trabalho online e digital, por meio de aplicativos e plataformas, utiliza essa força de trabalho sobrante.
  • Trabalhadores são apresentados como questões de serviços ou autônomos, mascarando o trabalho assalariado.
  • Trabalhadores são incentivados a se verem como empreendedores, adotando uma mentalidade empresarial.
  • Tentativas de organização dos trabalhadores, como greves e criação de sindicatos internacionais, demonstram insatisfação e contradições no modelo de trabalho das plataformas.
103
Q

Os “incansáveis” e o trabalho integral?

A
  • A pandemia do coronavírus aumentou o teletrabalho e o home office
  • Essas modalidades podem trazer vantagens, mas também resultar na redução dos direitos trabalhistas
  • O isolamento e a individualização do trabalho podem afetar a sociabilidade e a organização sindical dos trabalhadores
  • O trabalho feminino é mais afetado, intensificando a dupla jornada e as formas de opressão
  • Cada vez mais o trabalho invade a vida pessoal, estendendo-se por todo o dia e invadindo a noite
  • Um grande banco no Brasil valoriza profissionais que tragam novas ideias e comprometidos com os desafios
  • Há um imperativo de dedicação integral ao trabalho no universo gerencial de “Atração e Seleção” neste banco.
  • O Itaú oferece oportunidades para diversos profissionais além de administradores e engenheiros, valorizando uma diversidade de carreiras.
  • Profissionais incansáveis ​​são admirados por sua paixão pela performance e persistência contra obstáculos.
  • Profissionais inventivos são essenciais para a inovação, trazendo criatividade e pensamento diferente para melhorar processos e criar novos produtos.
  • A classe trabalhadora enfrenta jornadas extenuantes e a subutilização do trabalho torna-se comum, proporcionando formas alternativas de emprego como o crowdwork e o auto-emprego.
  • Novas formas de gestão empresarial, como a “gestão de pessoas”, visam efetuar cortes e despersonalizar as relações de trabalho.
  • O aumento de problemas de saúde mental e alienação no cenário de precarização do trabalho e perda de direitos.
104
Q

Plataforma e protoforma?

A
  • O capitalismo atual recorreu a formas antigas de exploração do trabalho, eliminadas ou restringidas no século XX.
  • Durante a Revolução Industrial, jornadas de trabalho exaustivas eram comuns, além do uso de formas de externalização como o sistema de distribuição e a terceirização.
  • Existe também uma exploração do trabalho escravo na América Latina durante uma acumulação primitiva.
  • Atualmente, mesmo com avanços tecnológicos, o capital intensifica a exploração do trabalho.
  • O capitalismo de plataforma se assemelha à forma primitiva do capitalismo.
  • A expansão de tecnologias como smartphones e inteligência artificial beneficia apenas algumas atividades de ponta, enquanto a base da pirâmide social sofre com a exploração e espoliação do trabalho.
  • Os trabalhadores muitas vezes são responsáveis ​​pelos custos de equipamentos que deveriam ser fornecidos pelas empresas.
  • O trabalho nas plataformas digitais está se tornando cada vez mais semelhante ao trabalho uberizado.
  • Com a nova divisão internacional do trabalho, a expansão tem sido mais intensa no Sul global, mas avança também nos países do Norte.
  • A desconstrução da legislação trabalhista é uma constante devido às mudanças no mercado de trabalho.
  • Novas atividades surgirão nos polos mais complexos, enquanto amplas parcelas da classe trabalhadora serão eliminadas.
  • Estamos às vésperas de um novo processo de desantropomorfização do trabalho, com a substituição do trabalho vivo pelo trabalho morto.
  • Estamos entrando em um novo patamar de subsunção real do trabalho, onde o trabalho se torna apêndice da máquina informacional.
  • O conceito de desantropomorfização do trabalho refere-se não apenas a uma redução quantitativa, mas também a uma perda de dimensão qualitativa do trabalho humano.
105
Q

As novas rebeliões?

A

Na Itália, um movimento pioneiro de representação denomina-se San Precario, que tem por objetivo a organização do precariado, dadas as dificuldades ou mesmo inexistência de representação por parte do sindicalismo tradicional. Clash City Workers é um coletivo de trabalhadores e trabalhadoras, desocupados e desocupadas, denominados «jovens precários». A tradução de nosso nome significa algo como «trabalhadores da cidade em luta». Nascido na metade de 2009, somos ativos particularmente em Nápoles, Roma, Florença, Pádua, Milão e Bergamo e procuramos seguir e sustentar as lutas que estão em curso na Itália.
Os exemplos que aqui menciono a seguir foram aqueles que pudemos acompanhar e dialogar, ao longo de nossa pesquisa, especialmente na Itália e em Portugal. E, como consequências destas mutações no mundo do trabalho e buscando ampliar seu espaço de representação sindical, vem se desenvolvendo a ação do movimento Nuove Identitá di Lavoro , vinculada à Confederazione Generale Italiana del Lavoro , cujo objetivo é oferecer um locus de representação para os trabalhadores e as trabalhadoras considerados atípicos, que compreendem parcela bastante precarizada em relação aos direitos do trabalho e que, em grande medida, encontram-se fora das entidades sindicais tradicionais . Portugal, o movimento denominado Precári@s Inflexíveis.
Acreditamos que apenas os Infoproletários, trabalhadores de ti unidos, é que podem apresentar alternativas para seus próprios problemas e defender seus interesses políticos e econômicos.
Uber, em maio de 2019, bem como a tentativa de criação de um sindicato de âmbito internacional, são exemplos. Ressalte-se também que, no universo do trabalho de entrega feita em motos e bicicletas, a presença masculina é extremamente acentuada no Brasil.

106
Q

Introdução sobre o artigo “a competição pela jurisdição profissional”?

A

Para os teóricos do poder, uma profissão surge como uma ocupação que conseguiu garantir uma posição particular no processo de divisão do trabalho que lhe permite controlar, em exclusividade, a realização do seu próprio trabalho. Cada profissão, construída numa competência técnica, procura edificar as suas fronteiras de jurisdição profissional e assegurar essa posição privilegiada, num processo de disputa permanente com outras profissões concorrentes. Este trabalho procura analisar a problemática atual da competição profissional entre médicos e farmacêuticos, a propósito da implementação da prescrição do medicamento por denominação comum internacional ou por princípio ativo. Para contextualizar o objeto da nossa investigação de carácter exploratório, poder-se-á dizer que a prescrição por princípio ativo tem conduzido a uma maior influência neste processo tanto ao cliente/paciente, como especialmente ao farmacêutico, que passa a ter um protagonismo algo semelhante ao médico, sempre que o receituário apresentado na farmácia permita substituir um medicamento e desde que mantenha o mesmo princípio ativo.
Esta situação é particularmente contestada pelos profissionais médicos ao argumentarem que a prescrição é sua competência, sendo a intervenção de outros profissionais vista como uma possibilidade efetiva de se potenciar eventuais riscos de prescrição incorreta, alegando claramente por uma posição de manutenção da exclusividade do seu espaço de atuação na área da prescrição. O nosso prepósito consiste em analisar os diferentes argumentos que são sustentados por estas duas classes de profissionais para manter ou alterar a jurisdição no que diz respeito à prescrição do medicamento.

107
Q

A problemática da competição jurisdicional na Sociologia das Profissões?

A
  • A profissão é um conceito multifacetado que requer compreensão social e histórica.
  • A sociologia desenvolveu vários paradigmas para analisar as profissões.
  • O funcionalismo identificava características distintivas das profissões, como conhecimento técnico e ética.
  • Os profissionais tinham autonomia, prestígio e exclusividade no exercício de suas atividades.
  • Para o interacionismo, a transformação de uma ocupação em profissão é mais importante do que a definição.
  • O interacionismo enfatiza a dimensão identitária e as relações dinâmicas entre os profissionais.
  • Hughes formulou os conceitos de licença e mandato para a seleção de profissionais.
  • A licença é uma autorização legal para realizar certas atividades, enquanto o mandato é uma obrigação do profissional em suas funções.
  • A sociologia considera as profissões como atividades orientadas para a comunidade com base em conhecimento e competência.
  • Eliot Freidson desenvolve o paradigma do poder ligado às profissões, enfatizando a importância do processo pelo qual uma ocupação envolve status profissional.
  • O crescimento das profissões e do profissionalismo traz vantagens sociais, baseado no controle ocupacional do trabalho através de conhecimentos e competências profissionais validadas.
  • Freidson destaca critérios relacionados ao poder profissional para analisar as profissões.
  • Os elementos comuns que distinguem as profissões das ocupações incluem conhecimento, credencialismo e autonomia.
  • O poder das profissões é fundamentado na posse de conhecimento exclusivo protegido de interferências, e na autonomia técnica dos profissionais.
  • Andrew Abbott, sociólogo influente, desenvolve uma teoria sistêmica para explicar a diversidade e complexidade das profissões, incorporando conceitos de poder profissional e lutas jurisdicionais.
  • As profissões nas sociedades atuais são sistemas de especialistas com competências e acesso a mercados protegidos, o que torna a teoria da Abbott relevante para entender as dinâmicas profissionais.
  • Abbott argumenta que as profissões interagem umas com as outras no mercado de trabalho
  • Ele vê as profissões como um sistema interdependente com competição por jurisdição
  • O desenvolvimento das profissões visa estabelecer suas exclusividades de atuação
  • A competição entre as profissões é constante para manter suas exclusividades de atuação jurisdições
  • O sistema de profissões é dinâmico e mudanças em uma profissão profissionalmente as outras
  • As mudanças podem levar a alterações na legitimidade social e no poder profissional das profissões
  • Cada profissão busca manter suas fronteiras de jurisdição e posição privilegiada
  • As profissões são diferentes e susceptíveis a mudanças internas e externas
  • Alterações no poder profissional podem afetar a competição com outros grupos profissionais, o Estado e os clientes
  • As mudanças podem resultar em diferenças de denominação e capacidade na relação com outros grupos profissionais e funcionários.
108
Q

A competição pela jurisdição profissional entre médicos e farmacêuticos pela prescrição do medicamento?

A
  • Análise da disputa entre médicos e farmacêuticos sobre a prescrição de medicamentos em Portugal.
  • Processo decorreu antes e após alteração legislativa que implementou a prescrição por denominação comum internacional ou princípio ativo.
  • Disputa jurisdicional intensa, com argumentação técnica e política junto do Estado e opinião pública.
  • Metodologia baseada em pesquisa documental e análise de conteúdo.
  • Vontade política de Estado ligada à situação económica e de poupança no Serviço Nacional de Saúde.
  • Ministério da Saúde e Infarmed divulgaram estatísticas sobre poupanças com genéricos.
  • Classe médica não via necessidade na obrigatoriedade da prescrição por DCI para reduzir despesas com medicamentos.
  • Nova legislação exige justificações fundamentadas para não autorizar substituições de medicamentos.
  • A indústria farmacêutica e médica se opõe à prescrição da DCI, alegando riscos para pacientes e empresas.
  • Farmacêuticos e Infarmed apoiam prescrição por substância ativa, defendendo qualidade e segurança dos medicamentos.
  • Conselheiros Científicos aprovados pela EMA, adoptados a nível nacional pelas Agências de Medicamentos de cada Estado-Membro
  • A opinião pública carece de informações claras sobre a prescrição obrigatória por ingrediente activo
  • Associações de pacientes e consumidores manifestam preocupações sobre a potencial transferência de poder dos médicos para as empresas farmacêuticas
  • Os médicos vêem a prescrição por ingrediente ativo como um ataque à sua jurisdição
  • Preocupações sobre a confiança entre médico e paciente violada pela substituição de medicamentos em farmácias
  • Os médicos temem que os interesses comerciais possam prejudicar os pacientes se os farmacêuticos decidirem a medicação com base nos lucros
  • Os farmacêuticos apoiam a prescrição por ingrediente ativo para redução de custos e benefícios terapêuticos
  • Os farmacêuticos rejeitam as preocupações de segurança levantadas pelos médicos, citando a garantia de bioequivalência por entidades nacionais e europeias
  • Poupanças significativas para o Estado e as famílias com opções de medicamentos genéricos
  • Capacidade dos farmacêuticos para dispensar medicamentos com segurança enfatizada pelo seu Presidente
109
Q

Emprego flexível e suas formas?

A
  • Nas últimas décadas surgiram novas formas de emprego que mudaram do modelo tradicional pós-guerra
  • O modelo tradicional inclui contrato indefinido, horário integral, local fixo de trabalho, progressão na carreira e posição nas relações de trabalho
  • As novas formas de emprego, como trabalho temporário e freelance, são atípicas em comparação com o emprego tradicional
  • Muitas destas formas de emprego não são novas, mas sim uma volta a práticas antigas como trabalho independente
  • O modelo tradicional de emprego é baseado na cooperação entre parceiros sociais e solidariedade social
  • Por outro lado, o modelo de emprego adaptado ao mercado é caracterizado pela flexibilidade e livre circulação dos recursos econômicos
    Em vez de trabalho o núcleo e a periferia com base na dualização do mercado de trabalho, há uma tendência crescente para a diferenciação e heterogeneidade das situações de trabalho. A difusão de tarefas flexível faz parte da restrição do processo produtivo e do mercado de trabalho flexível, resultando na desagregação e dispersão do trabalho e na fragmentação de sua organização. A empresa ideal é uma empresa magra ou flexível, que combina diferentes regimes de trabalho para obter flexibilidade funcional e quantitativa. A precariedade está relacionada com trabalho mal pago, instabilidade, restrição de direitos e falta de perspectivas. A difusão de formas precárias busca flexibilização e redução de custos, ligada à era da economia flexível que enfatiza a flexibilidade de emprego e a liberdade do indivíduo.
110
Q

A difusão de formas flexíveis de emprego em Portugal?

A

Portugal é conhecido por ter um mercado de trabalho altamente regulado, porém a flexibilização da força de trabalho está progredindo. Em 1999, uma pesquisa revelou que cerca de 75% dos empregados tinham contrato de trabalho, enquanto 17,7% não tinham, especialmente nas áreas de agricultura/pescas e comércio. A maioria dos contratos eram sem termo (55,1%), seguidos por contratos a termo (20%) e contratos de prestação de serviços (20%). Esses dados divergiam dos números do Instituto Nacional de Estatística, que indicava que, em 1999, 80,4% dos empregos eram sem termo, 13,8% com termo, 1,5% de prestação de serviços e 4,4% de outro tipo de contrato. Um levantamento de 1997 mostrou que 21,5% dos empregos eram sem contrato, 67,5% com contrato por tempo indeterminado e 11,5% com contrato a termo certo. Um desafio é a precisão na compreensão da extensão e evolução das várias formas de emprego flexível e quais grupos sociais são mais afetados. Estudos têm revelado a dificuldade em obter dados estatísticos adequados, devido à dispersão dos dados em várias fontes, diferentes critérios metodológicos.

111
Q

Os contratos de duração determinada e o trabalho temporário?

A

Os contratos de prazo têm limites de início e fim definidos, podendo ser renovados até três vezes e por um máximo de seis anos. Anteriormente usados como fase de pré-recrutamento, agora resultam frequentemente em empregos precários. Inicialmente destinados à mão-de-obra um pouco comprometida, atualmente os trabalhadores com contratos a termo tendem a ser mais formados. O trabalho temporário é semelhante aos contratos a termo, com a diferença de uma relação triangular entre a empresa de trabalho temporário, a empresa usuária e o trabalhador. Em Portugal e Espanha, a proporção de trabalho temporário é superior à média da União Europeia. Este tipo de trabalho afeta principalmente jovens, mulheres e pessoas com baixa escolaridade. O crescimento do trabalho temporário em Portugal é significativamente maior do que na UE.

112
Q

Trabalho independente ou autoemprego?

A

O trabalho independente é realizado por indivíduos que trabalham por conta própria, sendo ao mesmo tempo empresários. Em Portugal, o trabalho por conta própria é considerado uma modalidade de situação na profissão, mas organizações como a OCDE e o Eurostat têm definições diferentes. O trabalho independente é complexo e diversificado, com diferenças entre países. Ele cresce nos serviços e diminui na agricultura, resultado de diferentes estratégias. Enquanto alguns defendem o trabalho independente como uma forma de transferência de riscos para trabalhadores menos exigentes, outros valorizam a inovação e a qualificação necessária. Os dados estatísticos sobre trabalho independente são heterogêneos, abrangendo desde trabalhadores precários até profissionais altamente elaborados. Alguns escolhem ser independentes, enquanto outros são invocados pela precariedade laboral. Ao longo do tempo, o estatuto do trabalho independente tem variado.
A partir dos anos 70/80, houve um impulso no autoemprego devido a políticas que estimularam a criação de emprego, principalmente em microempresas. Os países da Europa do Sul, como Grécia, Itália, Portugal e Espanha, têm uma proporção significativamente maior de trabalhadores por conta própria em comparação com a média europeia. No entanto, há uma certa estagnação a nível europeu e uma redução de nível em Portugal, embora tenha havido alguma recuperação recente. Os dados do Instituto Nacional de Estatística mostram que em Portugal, em 2000, uma parte dos trabalhadores por conta própria não são verdadeiramente independentes e vivem com menos proteção e mais vulnerabilidade. André Gorz desmistifica a ideia de independência do trabalhador pós-fordista, afirmando que muitas vezes trabalha em condições precárias e a preços injustos.

113
Q

Trabalho a tempo parcial?

A

O trabalho a tempo parcial é uma forma de emprego onde a variável de ajuste é o tempo de trabalho, ao contrário de contratos temporários em que a variável é o próprio emprego. A situação dos trabalhadores tem um tempo parcialmente variável muito de acordo com o setor de atividade, sendo mais comum em setores como administração, banca e seguros, enquanto em setores como restauração e comércio a varejo é quase a norma. Nas últimas duas décadas, houve um aumento significativo do trabalho a tempo parcial nos países desenvolvidos, incentivado pelos governos para reduzir o desemprego, mas muitos trabalhadores preferiram ter um horário completo. Em Portugal, há uma proporção elevada de trabalhadores a tempo parcial involuntário, acima da média europeia. O Governo português pretende estimular o trabalho a tempo parcial, predominantemente no setor de serviços, onde as mulheres são mais representadas, embora o número de homens nessa modalidade também tenha aumentado.
A modalidade de emprego a tempo parcial tem uma representatividade forte entre os jovens e os indivíduos com mais de 55 anos na União Europeia, mas em Portugal é mais comum entre os mais velhos. Em países com alto desemprego, como a Holanda, houve um aumento significativo de contratos de trabalho a tempo parcial e temporário, com impacto positivo na redução do desemprego e aumento da participação das mulheres no mercado de trabalho. No entanto, essas formas flexíveis de emprego tendem a concentrar-se em setores de baixa qualificação e produtividade, ocupados principalmente por mulheres e jovens. As políticas holandesas tinham como objetivos tornar as empresas mais rentáveis, incentivar a participação no mercado de trabalho e evitar a precarização de novos empregos, mas os custos de flexibilização do mercado de trabalho podem ter sido transferidos para esses grupos. Isso resulta em uma situação precária em termos de renda, acesso à formação profissional e melhoria da empregabilidade para mulheres e jovens.

114
Q

A diversidade dos empregos flexíveis e algumas considerações metodológicas?

A

Apesar dos desafios apontados, as estatísticas demonstraram apenas uma análise limitada das mudanças no emprego, exigindo o desenvolvimento do aparelho estatístico. Uma abordagem totalmente depende tanto de dados quantitativos quanto de uma abordagem qualitativa para entender como os trabalhadores experimentam a flexibilidade no emprego. No entanto, a investigação enfrentou sérias dificuldades de acesso aos colaboradores, especialmente aqueles ligados a formas instáveis de emprego. Os estudos até o momento tiveram dificuldade em revelar as situações reais de trabalho dos trabalhadores nas modalidades flexíveis. As estatísticas em Portugal mostram um aumento do trabalho por conta própria, contratos a curto prazo e trabalho temporário, principalmente entre mulheres e jovens. Apesar das limitações da pesquisa, é crucial entender como essas formas de emprego envolvem a integração social e cultural dos trabalhadores em seus grupos de pertença.
Muitas empresas afirmam que recorrem a formas flexíveis de emprego, apesar de serem difíceis de situações de trabalho precárias para trabalhadores com baixa escolaridade. Existem algumas diferenças entre trabalhadores com vínculos precários e econômicos, de acordos com gestores e empresários. Para compreender melhor essas situações, é necessário olhar para além das empresas e consultar Centros de Emprego, Sindicatos e empresas de trabalho temporário, além de dialogar diretamente com os trabalhadores. A diversidade de formas instáveis de emprego torna difícil identificar padrões, mas inquéritos e entrevistas são úteis para identificar os grupos mais afetados. É importante compreender essas situações como uma ponte para estabilidade profissional ou uma armadilha de precariedade. A pesquisa realizada baseou-se em uma amostra intencional para garantir a representatividade da problemática, em vez de representatividade estatística.

115
Q

Tipos de empregos flexíveis?

A
  • A difusão de empregos flexível gera uma segmentação nas empresas, com diferentes níveis de facilidade de trabalho e estabilidade do emprego
  • Grupos em situações mais fragilizadas buscam melhorar a empregabilidade, mas estão em desvantagem
  • Aumento de empregos precários, como contratos a termo e tempo parcial involuntário, afetando principalmente trabalhadores pouco experientes
  • Jovens com alta escolaridade com empregos precários em busca de estabilidade e perspectiva de carreira
  • Discrepância entre tendências de emprego e expectativas dos trabalhadores em Portugal
  • Preferência por empregos assalariados em tempo integral, com estabilidade sendo o Aspecto mais valorizado
  • Transformações no mercado de trabalho não exigem às expectativas e valores dos portugueses, resultando em diferentes níveis de satisfação no emprego
  • Trabalhadores com empregos gerados estão mais satisfeitos, enquanto trabalhadores com empregos flexíveis enfrentam desafios como menor proteção social e dificuldades de progressão na carreira.
  • Diversas formas de trabalho flexível podem ser escolhidas de acordo com o estilo de vida de cada pessoa
  • Algumas pessoas têm dificuldades em sair da situação de emprego flexível
  • Entrevistas revelaram diferentes tipos de empregos flexíveis, como inserção, transição, complemento de renda e por opção
  • Cada tipo de emprego flexível reflete a necessidade ou escolha do indivíduo
  • Flexibilidade no trabalho pode ser tanto uma escolha quanto uma necessidade
  • Cada pessoa tem seu próprio motivo para optar por um determinado tipo de emprego flexível
  • Importante entender que a flexibilidade no trabalho pode atender tanto a busca por estabilidade profissional quanto a preferência por um estilo de vida flexível.
116
Q

As plataformas digitais e o empreendedorismo?

A

Divulgado em diversos livros e artigos publicados em revistas de renome, como Economist e Harvard Business Review. Estes materiais reforçam o mito do empreendedorismo, amplamente difundido nas décadas de 1980 e 1990 por teóricos como Handy e Bridges. Eles previram o colapso do sistema de emprego tradicional e a transformação do trabalho, destacando a necessidade dos trabalhadores se tornarem empreendedores e gestores de seus próprios negócios, carreiras e segurança. O surgimento da economia independente, impulsionado pela revolução digital e pelas plataformas tecnológicas, está liderando uma maior proporção de produtores independentes em vez de empregados. As empresas baseadas em plataformas digitais estão oferecendo uma variedade de serviços sob demanda, como transporte, limpeza, consultoria e gestão. O sucesso rápido dessas empresas nos Estados Unidos mostra o potencial da nova economia emergente.
A Uber, fundada em 2009, é uma startup multinacional mais valiosa do mundo, juntamente com empresas como Handy, Spoon Rocket e Medicast, que se tornaram símbolos da nova economia. Esta economia exige uma força de trabalho móvel e empreendedora, capaz de lidar com mudanças constantes. Os trabalhadores devem assumir riscos e responsabilidades, gerindo-se como uma empresa e criando a sua própria marca. Embora as empresas prefiram a desregulamentação, enfrentam protestos devido à regulação em vários países. Trabalhar por meio de plataformas digitais oferece vantagens, como flexibilidade, liberdade de escolha, potencial de lucro e acesso a concursos criativos. Os defensores defendem que o trabalho independente digital é o futuro, contribuindo para a eficiência e redução de custos. A hiperespecialização baseada em princípios tayloristas é aplicada por empresas tecnológicas, permitindo a subdivisão e o controle centralizado de tarefas complexas e a distribuição de tarefas periféricas entre trabalhadores através de plataformas digitais. No entanto, as críticas ao taylorismo são ignoradas pelos defensores desta abordagem.
Pequenas tarefas podem se tornar tediosas e competitivas. A hiperespecialização é vista como uma ferramenta para empresas obterem vantagem competitiva. Isso levanta a questão de uma nova economia e modelo de negócios. Na realidade, é uma continuação da racionalização flexível para reduzir custos, com empresas enxugando estruturas desde os anos 90. Um estudo com 900 trabalhadores independentes em plataformas digitais mostrou que muitos saíram devido a deficiências prejudicadas, insatisfação com o trabalho e falta de benefícios. Eles querem vantagens do emprego tradicional. As empresas digitais têm controle sobre os trabalhadores, que não têm autonomia, segurança ou benefícios. A expansão do empreendedorismo nos EUA é mais um mito do que realidade, com uma proporção de trabalhadores independentes oscilando entre 10-12%. Criar novas empresas também teve um declínio nas últimas décadas.

117
Q

Tecnologias digitais e o emprego: o risco da polarização social?

A

Máquina, onde a tecnologia digital está mudando a natureza do emprego e da economia. A relação entre tecnologias digitais e emprego tem sido amplamente discutida nos últimos anos. Enquanto algumas visões otimistas argumentam que essas tecnologias podem aumentar a produtividade, o crescimento econômico e a criação de novos empregos, outras análises apontam para uma polarização nas qualificações e nos atuais. A mudança tecnológica está levando à criação de empregos altamente diversificados e bem remunerados, além de empregos pouco interessantes, ao passo que empregos de nível médio tendem a desaparecer. A automação está atualizando tarefas rotineiras e até cognitivas, impactando a mão de obra dos trabalhadores menos envolvidos. A desigualdade e a concentração de riqueza estão aumentando devido à natureza da mudança tecnológica. A tecnologia digital está transformando a economia, criando desafios e oportunidades para o mercado de trabalho e a distribuição de renda.
as pessoas e as organizações nas mãos de poucos, em detrimento da maioria. A
automatização e a inteligência artificial, embora tragam benefícios em termos de eficiência e
inovação, também levantam questões éticas e sociais relacionadas com a perda de empregos e a
desigualdade de renda. A tendência de automatização de empregos pode resultar em uma
sociedade onde apenas as mais inovações e inovações serão beneficiadas, enquanto a
maioria dos trabalhadores enfrentará desafios para se adaptar e encontrar novas oportunidades.
Portanto, é essencial que sejam desenvolvidas políticas e estratégias que garantam que os
benefícios da revolução tecnológica sejam distribuídos de forma mais equitativa, promovendo o
bem-estar e a inclusão social. Neste sentido, é fundamental compensar o papel das instituições e
das políticas públicas para garantir que a tecnologia seja utilizada para o benefício de toda a
sociedade, e não apenas para alguns indivíduos ou empresas. Uma reflexão crítica sobre o impacto
da tecnologia na sociedade é essencial para garantir um futuro mais justo e sustentável para
todos.
A globalização levou ao aumento das desigualdades entre diferentes blocos económicos, regiões e grupos de pessoas. Uma pequena elite composta por detentores de capital, gestores de topo e profissionais altamente beneficiados pela globalização, enquanto a maioria dos trabalhadores enfrenta condições precárias e de insegurança no trabalho. A precariedade resulta de opções políticas e estratégias de redução de custos, em vez de uma fatalidade econômica. A tecnologia, em interação com a globalização e a desregulamentação do mercado de trabalho, molda o mundo do trabalho, permitindo a reorganização das empresas. As políticas atuais favorecem a redução dos avanços, enfraquecendo os sindicatos e favorecendo os lucros das empresas. O desemprego e a desigualdade são vistos como decisões políticas, com políticas que favorecem a inovação externa para a destruição de empregos. Por outro lado, uma política alternativa poderia promover investimentos que preservassem empregos e recursos naturais. Portanto, as desigualdades resultam de opções políticas e estratégicas que moldam o sistema econômico global.

118
Q

Notas finais: algumas propostas de políticas para a solução dos problemas do mundo do trabalho na era digital?

A
  • Políticas de permissão para promover a igualdade de oportunidades incluem tributação progressiva sobre rendimentos e lucros, contenção do setor financeiro e incentivos para criação de empregos e investimentos
  • Investimentos em educação, saúde e áreas sociais são fundamentais, assim como controle da globalização para melhores condições de trabalho e ambientais
  • Reformas econômicas e sociais são apontadas por Brynjollson, McAfee, Spence, Stiglitz e Kovács para lidar com os desafios da revolução digital e globalização
  • Piketty destaca políticas de igualdade de oportunidades e redistribuição de riqueza para enfrentar a desigualdade crescente
  • Propostas incluem transição progressiva do capital, rendimento básico universal e desenvolvimento do terceiro setor e economia social
  • Importância do diálogo, negociação e participação nas questões sociais e econômicas para reorganização e valorização do trabalho
  • Ênfase em desenvolvimento econômico e social qualitativo, uso de novas tecnologias digitais para aumentar a produtividade e qualidade de vida
  • Exemplo em Helsínquia com plataformas digitais nos transportes públicos como alternativa ao Uber para melhorar serviço e qualidade de vida.
119
Q

Da divisão técnica e social do trabalho?

A

A divisão social e técnica do trabalho são específicas, antigas e interligadas, porém distintas. Enquanto a divisão técnica refere-se à divisão física das atividades no processo produtivo, a divisão social indica a distribuição das tarefas conforme a posição social. Durkheim, considerado o pai do funcionalismo, destacou em sua obra a importância da divisão do trabalho social para a organização da sociedade moderna. A especialização e hierarquização das tarefas resultam em conflitos e tensões sociais, sendo necessária uma coordenação adequada para evitar situações anômalas. Nas sociedades capitalistas, a transformação do processo de trabalho em tarefas simples aumentou a produtividade, conforme Smith e Babbage destacaram. A divisão do trabalho traz vantagens como maior habilidade, economia de tempo e eficiência na utilização de ferramentas. Em suma, a divisão do trabalho, tanto do ponto de vista social quanto técnico, é essencial para a organização e produtividade das sociedades.
A rentabilidade econômica da divisão do trabalho é complementada pela rentabilidade salarial, conhecida como a “lei de Babbage”. A divisão do trabalho envolve uma hierarquização técnica e social das tarefas em um processo de trabalho. A neutralidade da técnica pode ocultar os efeitos da hierarquização social, como a divisão manual versus intelectual e a divisão sexual do trabalho. De Coster destaca a evolução da distinção entre trabalho manual e intelectual e a divisão sexual das tarefas. As desigualdades estatutárias entre operários e empregados e as discriminações entre homens e mulheres são mantidas sob argumentos de “naturalidade”. A divisão do trabalho, embora técnica, é influenciada por decisões político-ideológicas dos responsáveis pela organização. Autores como Friedmann e Durand afirmam que a racionalização do trabalho visa controlar os operários, levando à alienação do trabalho. Assim, a divisão do trabalho não é apenas técnica, mas também política, influenciando as relações de poder e prestígio entre os trabalhadores.

120
Q

História e génese da organização industrial e do trabalho?

A

A história da organização industrial e do trabalho remonta à produção, com a mecanização e divisão do trabalho desempenhando papel fundamental na revolução industrial. Segundo Godelier, o desenvolvimento do capitalismo passou por quatro épocas: primórdios, produção, revolução industrial e concentração do capital. O trabalho ao domicílio e os escritórios artesanais foram características importantes nas primeiras épocas, com a divisão técnica e social do trabalho ainda presentes na organização contemporânea.
Nas oficinas artesanais, o artesão detinha o controle total sobre o processo de produção, com uma base baseada em aprendizes, companheiros e mestres. O objetivo era alcançar o topo da posição e tornar-se mestre. O sistema era regulamentado, com rituais de iniciação estruturados. A transição do workshop artesanal para a fábrica contemporânea foi impulsionada pelo aumento da demanda por produtos. Em resumo, a evolução da organização industrial e do trabalho passou por diferentes fases, moldando as estruturas e práticas de trabalho até os dias atuais.
ao fim do produto o sozinho, e o da divisão do trabalho, onde cada trabalhador é responsável por uma parte do processo de fabricação. Esta divisão permite uma maior especialização e aumento da eficiência na produção.
Em resumo, a introdução da maquinaria tornou obsoletos os sistemas de trabalho ao domicílio e artesanal, levando à emergência da produção como um novo sistema de produção. Este novo sistema, baseado na cooperação entre trabalhadores livres, permitiu um aumento significativo de produtividade e eficiência na produção. No entanto, a transição para a manufatura não foi isenta de problemas, com as pressões sociais relacionadas com a transformação de camponeses em operários e a imposição de regulamentações de trabalho. A produção representa um estado de evolução do sistema industrial, marcado pela divisão de trabalho e pela necessidade de capital para criar condições de materiais de cooperação. Neste contexto, a Inglaterra no século XVIII foi um exemplo de como a transição para a produção ocorreu, com a substituição de trabalhadores por mulheres e crianças e a imposição de horários rígidos de trabalho como estratégias de controle da força de trabalho.
A produção consiste na cooperação complexa de artes de diferentes ofícios, incentivando a divisão do trabalho. O trabalho manual envolve o uso de ferramentas e a habilidade dos trabalhadores. Com a Revolução Industrial, a introdução das máquinas mudou a organização do trabalho, dependendo do ritmo das máquinas. Isso intensificou a divisão do trabalho e a separação do trabalhador de seus instrumentos. A fábrica levou à socialização dos trabalhadores e à substituição do trabalho manual pelo mecanizado. A disciplina e a cooperação na fábrica são essenciais, com o fator tecnológico contribuindo para o sucesso. A resistência dos operários à introdução das máquinas levou a movimentos como o ludismo, que visava preservar a autonomia e o conhecimento profissional dos trabalhadores. As máquinas foram vistas como responsáveis pela perda de empregos e controle do processo de trabalho. Em suma, a evolução da indústria trouxe mudanças significativas na forma de organização e conteúdo do trabalho, influenciando a relação entre trabalhadores, maquinaria e capital.

121
Q

Taylorismo: condições de formação, fundamentos e princípios?

A

Para a necessidade de aumentar a produtividade e a eficiência, e por outro lado, para a disponibilidade de mão de obra barata e abundante. Além disso, o contexto da época, caracterizado pelo surgimento do capitalismo industrial e pela busca pelo lucro máximo, também favoreceu a implementação do taylorismo como uma forma de controle e organização do trabalho.
Assim, o taylorismo surge como uma resposta às necessidades e desafios enfrentados pela indústria americana no final do século XIX e início do século XX, buscando maximizar a eficiência e a produção por meio da racionalização e controle científico do trabalho. Frederick W. Taylor, considerado o pai do taylorismo, desenvolveu conceitos e técnicas que revolucionaram a organização do trabalho e influenciaram não apenas as empresas e indústrias, mas também a sociedade como um todo, moldando as relações de trabalho e a forma como o trabalho é concebido e executado.
A industrialização ocorreu através do desenvolvimento de indústrias ligadas à guerra e pela exploração de recursos minerais e naturais. O crescimento do “exército industrial de reserva” composto por mão-de-obra sem qualificações foi importante, assim como a domesticação desta mão-de-obra para manter o poder nas mãos dos empresários. A resistência dos operários, incluindo as características da “flannerie”, levou ao surgimento do taylorismo, que buscava aumentar a produtividade de trabalhadores desqualificados em especialistas em tarefas específicas. Esse movimento não se limitou ao mundo do trabalho, mas influenciou o controle do trabalho em geral e as relações de poder na sociedade. Segundo Taylor, a colaboração entre patrões e trabalhadores poderia trazer vantagens para ambos, criando uma identidade de interesses. Em resumo, o taylorismo buscava aumentar a eficiência e o controle no ambiente de trabalho, impactando as relações de poder e controle na sociedade como um todo.
Neste contexto de mudança de sistema de produção, a filosofia de Taylor visava beneficiar tanto os empresários quanto os operários, promovendo uma produção sem conflitos e aumentando os ganhos de todos. A conceção piramidal da sociedade, baseada na ideologia meritocrática, justificava a integração hierarquizada das funções, onde as capacidades naturais determinavam as tarefas de cada um. Taylor buscava neutralizar as atitudes de resistência dos operários, considerando obstáculos ao desenvolvimento econômico e social. O estudo científico do trabalho visava encontrar um “One Best Way” de realização das tarefas, independentemente de contextos ou pessoas envolvidas. Para atingir esses objetivos, Taylor estabeleceu princípios como a dissociação do processo de trabalho das especialidades do trabalho e a importância da gestão científica e dos técnicos. Assim, ele acreditava que a aplicação desses fundamentos levaria a uma sociedade mais igualitária e harmoniosa.

122
Q

Fordismo como “taylorismo acabado”?

A

A Ford, inspirada pela racionalização de Taylor, revolucionou a indústria automobilística com a introdução do fordismo. Ao implementar uma linha de montagem em 1913, a Ford tornou o automóvel acessível para a classe média, graças aos requisitos elevados e facilidades de crédito. O fordismo se destacou por quatro grandes tendências: a extrema divisão do trabalho, o domínio do sistema de produção em linha, a imposição mecânica do ritmo de trabalho e a concentração das funções de enquadramento. Essas tendências influenciaram não apenas o contexto produtivo, mas toda a sociedade, levando à produção em massa, ao investimento em máquinas e instalações nas fábricas, e à especialização técnica dos operários. O modelo fordista foi replicado por concorrentes na Europa, como Citroën, Renault, Fiat, Morris, Opel e Mercedes-Benz.
O ritmo de trabalho foi intensificado com a especialização e individualização das tarefas em linhas de montagem mecanizadas, aumentando a produtividade e reduzindo os custos de produção. Os princípios do fordismo seduziram gestores e empresários globalmente, fixando fisicamente os trabalhadores em seus postos, controlando a produção com a velocidade das esteiras, especializando tarefas e impondo disciplina autoritária. O fordismo também influenciou a formação profissional, mudanças nos hábitos de consumo, dimensão social nas empresas e a economia mundial com produção em massa. A resistência dos trabalhadores à organização científica do trabalho diminuiu com a crise de 1929, e apenas nos anos sessenta o taylorismo-fordismo começou a ser contestado. A estratégia do fordismo de associar produção e consumo foi sua principal inovação, ultrapassando os princípios de racionalização do trabalho. A Escola das Relações Humanas também foi importante nesse movimento de racionalização.

123
Q

A “fadiga industrial” e o papel da Escola das Relações Humanas?

A

A escola das relações humanas marcou o início da Sociologia do Trabalho, focando em problemas como a fadiga industrial e a monotonia. Fruto de pesquisas realizadas por Elton Mayo na década de vinte, na Western Electric Co., novas variações foram modificadas na organização do trabalho, como relações interpessoais, liderança e moral dos trabalhadores. Essa abordagem é destacada por considerar o trabalhador como “homo socius” em vez de “homo economicus”, enfatizando a importância das relações sociais e do clima psicológico no trabalho. Apesar disso, a mudança na conceituação das organizações e do trabalho não rompeu completamente com os princípios do taylorismo, resultando em mudanças específicas. As melhorias foram principalmente de natureza material, como condições de trabalho e número de pausas. A resistência à mudança, devido às relações interpessoais já existentes, também foi central nessa abordagem.
A Escola das Relações Humanas surgiu como uma resposta à divisão extrema do trabalho no taylorismo, buscando compensar a desigualdade estrutural e os conflitos através da abordagem no grupo como elemento essencial da organização. Os gestores deveriam compreender cientificamente o comportamento humano e o grupo aumentaria a produção, sem conceder autonomia ou responsabilidade aos trabalhadores. No entanto, críticos como Orstman e Rolle apontam que a escola falhou na resolução de conflitos empresariais, focando apenas em melhorar a condição de trabalho. Mesmo perdendo adicional, alguns conceitos ainda persistem, como a organização informal, destacada na teoria de Crozier. Além disso, a escola influenciou desenvolvimentos posteriores nas teorias de necessidades e motivações, de autores como Maslow, Argyris e Herzberg. Assim, a Escola das Relações Humanas, apesar das suas falhas, deixou um legado significativo no entendimento das relações interpessoais e do trabalho.

124
Q

Os limites dos modelos racionalizadores do trabalho?

A

Em geral, as lógicas de racionalização das organizações e do trabalho baseiam-se em vários postulados, como a concepção do trabalho como parte de uma mecânica e a ênfase na produção. Os modelos clássicos, como o taylorismo-fordismo, foram criticados e entraram em crise, levando à perspectiva crítica do Determinismo Tecnológico. O paradigma Accionalista de Touraine destaca a autonomia da ação social e a evolução dos sistemas de trabalho. As fases de evolução profissional incluem a transição para um novo sistema de trabalho, com destaque para a desigualdade e disfunções da Organização Científica do Trabalho. Friedmann critica a divisão excessiva de trabalho e os efeitos psicossociológicos negativos nos trabalhadores especializados. O fracasso do taylorismo levou a greves e movimentos de contestação social, refletindo uma recusa da OCT. Críticas ao caráter ideológico e científico da OCT destacam a manipulação do trabalho e a expropriação do saber dos trabalhadores. Estudos mais recentes refletiram uma visão pessimista em relação ao trabalho.

125
Q

Corrente sociotécnica: Tavistock Institute?

A
  • A corrente sociotécnica, originada no Tavistock Institute of Human Relationships de Londres nos anos 50, destaca a importância da ação na resolução de problemas específicos para disciplinas evoluções teóricas.
  • As empresas são vistas como sistemas sociotécnicos abertos que precisam de estruturas flexíveis para se adaptarem a turbulências, mudanças e contextos, mantendo sua identidade.
  • Modelos contingenciais e sistêmicos consideram subsistemas técnicos e interdependentes sociais.
  • Grupos semiautônomos nas minas de carvão inglesas demonstram alternativa ao modelo racionalizador.
  • A abordagem sociotécnica destaca a organização como um sistema aberto que interage com o meio ambiente e evidencia ação do sistema social.
  • Novas Formas de Organização do Trabalho revalorizam a atividade no trabalho e desafiam a divisão extrema do trabalho.
  • Importância da concepção e desenho dos postos de trabalho, levando em conta a variedade de tarefas e seus conteúdos, é enfatizada.
  • A análise sociotécnica propõe programa de ação para atualização dos subsistemas técnico e social, resultando na criação de equipes de trabalho semiautônomas e novas relações entre indivíduo e organização.
126
Q

Modelos democráticos e participativos?

A

A questão da participação é complexa, pois envolve os interesses individuais dos trabalhadores e os objetivos das empresas. Modelos de participação, como a Democracia Industrial e a gestão participativa, buscam equilibrar a economia de mercado com os direitos dos trabalhadores. Na Noruega, a Democracia Industrial procura aplicar conceitos sociotécnicos na organização do trabalho a nível nacional. O desafio era reduzir o desempenho nas empresas e aumentar a participação dos trabalhadores. Este modelo visava respeitar os direitos de cidadania dos trabalhadores, limitando o poder dos trabalhadores. Em termos mais amplos, a Democracia Industrial buscou influenciar questões trabalhistas e promover um equilíbrio entre produtores, consumidores e comunidades. A experiência inglesa e norueguesa na organização do trabalho contribui para a criação de novas formas de produção e valorização do conhecimento dos trabalhadores. A integração de novas tecnologias incentiva a evolução e a participação dos trabalhadores.
fundamental, de uma abordagem que valoriza a participação dos trabalhadores no processo decisório e na busca por melhorias contínuas, garantindo a importância do conhecimento e das experiências individuais para o sucesso da organização. Os “círculos de qualidade” representam, assim, uma forma de gestão participativa que se baseia na autonomia e na capacidade de ação dos trabalhadores, incentivando o trabalho em equipa e a resolução de problemas de forma colaborativa.
Em resumo, a gestão participativa surge como resposta aos desafios da imprevisibilidade do ambiente organizacional, promovendo a autonomia e a participação ativa dos trabalhadores na tomada de decisões. Apesar das dificuldades iniciais e dos limites identificados, a implementação dessa abordagem teve um impacto significativo no aumento da autonomia dos trabalhadores e na valorização do “fator humano” nas empresas. Os “círculos de qualidade” representam um exemplo concreto dessa prática, promovendo o trabalho, a inovação e a busca pela excelência no ambiente de trabalho.
A gestão participativa baseia-se na empresa unificada e na comunidade de interesses, introduzindo formas subordinadas de controle e dominação que afetam a esfera de trabalho e a vida privada dos trabalhadores. A precariedade nas relações laborais e o aumento do desemprego têm efeitos visíveis e mobilizam os parceiros sociais. Apesar da ideia de empresa unificada, existem conflitos, diferentes recursos e poderes, assim como culturas e representações do mundo inseridas na mesma realidade empresarial. Chevalier destaca que os círculos de qualidade têm menos sucesso no Ocidente devido ao individualismo e resistência em aceitar novos valores no trabalho. A gestão participativa, de acordo com o autor, acaba por abranger apenas alguns grupos de trabalhadores, mantendo uma estrutura hierárquica de organização. A evolução dos modelos de organização do trabalho envolve a participação oculta, provocada, de resolução de imprevistos e de responsabilização do trabalhador e seu conhecimento em contextos flexíveis de produção.

127
Q

O poder na análise estratégica das relações de trabalho?

A

Segundo Bernoux (1994), a questão do poder nas relações de trabalho surge quando os modelos deterministas são questionados. Reconhecendo a existência de diversas formas de poder nas organizações, ocorre uma revolução na análise organizacional, rompendo com a visão consensual do poder dominante. A teoria estratégica de Crozier e Friedberg (1977) e outros, como Reynaud (1989), contribui para essa abordagem. Com base nas teorias dos jogos de poder e sistêmicas, as relações de trabalho e entre atores sociais coletivos são vistas como relações de poder. Os diferentes recursos, como qualificações, tornam-se fontes desiguais de poder, influenciando o funcionamento das organizações. O poder, central nessa teoria, é definido como relacional, recíproco e assimétrico, derivado de competências dos trabalhadores e reconhecido pelos membros da organização.
A teoria de “médio alcance” analisa os espaços de trabalho, as lógicas e as estratégias dos atores sociais dentro de uma organização. Essa teoria destaca que em qualquer organização existem áreas de incerteza e poder onde os atores sociais podem influenciar, apesar da estrutura burocrática. No entanto, ela é criticada por não conseguir explicar as mudanças resultantes da globalização, liberalização do mercado e novas tecnologias de informação. O discípulo, R. Sainsaulieu, critica a teoria estratégica por não considerar a distribuição desigual da capacidade estratégica na organização devido à socialização e aos recursos educacionais. Ele sugere que a empresa também é produtora de identidades e aprendizagem coletiva.

128
Q

O poder na análise estratégica das relações de trabalho?

A

Sainsaulieu (1977) explica como as relações de poder no ambiente de trabalho influenciam a construção das identidades sociais. Ele destaca que as organizações podem abrigar diferentes culturas, conforto e socialização no trabalho. A “teoria culturalista” de Sainsaulieu enfatiza a importância dos fatores socioculturais na formação da identidade profissional, observando subculturas com normas e valores compartilhados. Ele estabeleceu quatro lógicas dos atores sociais predominantes no local de trabalho: “retraimento”, “fusão”, “negociação” e “afinidades”. Essas subculturas refletem a diversidade de estratégias dos trabalhadores, influenciadas pelo ambiente de trabalho e pela interação com colegas. A aprendizagem no trabalho molda as identidades socioprofissionais e é essencial para a modernidade, destacando a importância das relações interpessoais na vida contemporânea. Essa abordagem influencia as análises atuais sobre identidades no contexto profissional.
Espaços de formação, trabalho e emprego são essenciais para os diferentes grupos sociais, de acordo com Veloso (2009). Dubar (1991) contribui significativamente ao discutir a importância do “espaço de reconhecimento identitário” e como isso está relacionado com as relações de poder e a posição do indivíduo e seu grupo social nesse espaço. Ele desenvolve um modelo com quatro formas de identidade típicas: identidade de empresa, identidade de rede, identidade de ofício e identidade fora do trabalho. Em contraste com Sainsaulieu, Dubar não coloca o espaço da empresa como o único local de reconhecimento da identidade social, pois isso depende da legitimidade das categorias de identificação usada. Sua teoria da identidade socioprofissional é fundamental para compreender as diferentes preocupações dos diversos grupos sociais, como jovens em busca de emprego, desempregados, trabalhadores idosos, mulheres em reinserção, entre outros.

129
Q

O taylorismo e a questão da gerência científica?

A
  • Taylorismo: método que visa a eficiência máxima no trabalho
  • Implementação de métodos científicos e padronizados na gestão do trabalho
  • Ênfase na otimização dos processos e aumento da produtividade nas empresas
  • Controle rigoroso do trabalho e expropriação do saber do trabalhador
  • Divisão entre execução e concepção do trabalho
  • Utilização de dados científicos para planejamento e controle do trabalho
  • Resistência dos trabalhadores ao controle e imposições da gestão
  • Necessidade de evitar vadiagem no trabalho através de planejamento e controle
  • Limitação do trabalhador a simples execução, retirando sua capacidade de pensamento e -
    Importância da gestão na maximização da eficiência e produtividade dos trabalhadores no contexto capitalista do século XIX.
  • A dissociação do processo de trabalho das especialidades dos trabalhadores destaca a independência do trabalho em relação ao conhecimento destes
  • A separação da execução e concepção do trabalho reserva o estudo dos processos de trabalho à gestão
  • A perspetiva de Taylor destaca a importância do tempo no trabalho, com foco na eficiência e aumento da produtividade
  • A busca pela produção máxima como conseqüências de borboletas revela a visão capitalista do autor
  • Taylor priorizando os interesses da classe empresarial, questionando a atribuição do título de gestão científica
  • A ideologia de Taylor beneficia uma classe em detrimento de outra, colocando o trabalho como meio para o crescimento do capital.
130
Q

Fordismo?

A
  • A introdução da esteira rolante na indústria Ford trouxe inovação técnica e organizacional, aumentando a produtividade.
  • O fordismo reorganizou o trabalho e influenciou um novo modo de vida, controlando o processo de trabalho.
  • Apesar de incorporar elementos do taylorismo, o fordismo intensificou o controle da força de trabalho.
  • A suavidade da esteira rolante intensificou, automatizou e mecanizou o trabalho, resultando em um processo exaustivo.
  • A resistência dos trabalhadores levou à adoção de medidas para conquistar sua adesão, como elevação dos avanços.
  • A elevação do progresso visava aumentar o consumo entre os trabalhadores e alimentares o crescimento da indústria.
  • Ford implementou medidas para condicionar o modo de vida dos trabalhadores em benefício do trabalho, demonstrando interesse em suas relações sexuais e vida familiar.
  • O fordismo controlou e regulamentou o instinto sexual e a força de trabalho
  • A luta contra a “animalidade” do homem incluía o combate ao álcool
  • Surge um novo tipo de homem: o operário-massa
  • Taylor visava maximizar atitudes maquinais no trabalhador
  • Fordismo buscava conquistar a adesão da força de trabalho
  • Americanismo estabelece novo padrão de produção e estilo de vida
  • Hegemonia fordista queria não apenas dominar, mas dirigir e conquistar adesão dos trabalhadores
  • Estado promovendo políticas públicas e sociais, integrando o Estado do bem-estar social ao fordismo
  • Influência profunda do fordismo no sistema capitalista, organização do trabalho e estilo de vida, moldando um novo tipo de homem atual.
131
Q

A crise do fordismo e o toyotismo?

A

Autores como Bihr, Antunes, Harvey e Druck debatem sobre a crise do fordismo, sendo Bihr e Antunes a favor de ser de caráter estrutural ligado ao capitalismo, enquanto Harvey e Druck consideram ser conjuntural. Harvey destaca que as crises são inerentes ao capitalismo, citando Marx. A superacumulação é apontada como causa, evidenciando sinais como capacidade ociosa e desemprego. A crise do fordismo teve início nos anos 60, afetando a produtividade e gerando resistência da classe trabalhadora. Druck destaca a resistência ao modelo fordista e a sua influência além do ambiente de trabalho, com impacto na nova geração e movimentos como o de maio de 1968 na França. A saturação do mercado nos anos 60 levou à reestruturação produtiva, desafiando o movimento operário e impulsionando a flexibilização do trabalho. O modelo japonês de produção, com elementos como grupos polivalentes e integração sindical, influenciou a acumulação flexível no capitalismo diante da crise do fordismo.
- O modelo japonês de produção, baseado no brinquedotismo, trouxe inovações que impactaram a organização do trabalho e a relação entre empresas, influenciando a acumulação flexível no sistema capitalista e levando à flexibilização do trabalho nas indústrias ocidentais.
- O modelo expropria o saber do trabalhador, apesar de permitir sua participação, iniciativa e criatividade.
- A incorporação do modelo japonês no capitalismo ocidental resultou na fábrica difusa, fluida e flexível, levando à terceirização, hierarquização dos trabalhadores e flexibilização do trabalho.
- A flexibilidade traz instabilidade, individualização das mudanças e desregulamentação da política salarial, fragmentando a classe trabalhadora.
- A crise do fordismo gerou um novo operariado social mais vulnerável e suscetível à flexibilidade.
- Diante dessas transformações, é necessário compensar as formas de organização sindical e questionar que tipo de mundo e relações queremos construir.

132
Q

Introdução no artigo “as profissões e a democracia”?

A

Abbott, um autor contemporâneo da sociologia das profissões, destaca a importância e o impacto das profissões na sociedade, abordando a ambivalência das pessoas em relação a elas. Enquanto algumas pessoas valorizam o conhecimento e a competência dos profissionais na resolução de problemas, outras veem as profissões como um monopólio que gera privilégios e exploração. Esse debate é refletido em países como Portugal e Brasil, onde as características das profissões regulamentadas estiveram associadas a regimes autoritários e corporativos. Mesmo com a transição para regimes democráticos, as profissões continuam a desempenhar um papel crucial na sociedade, levantando questões sobre confiança e relevância pública.
Os sociólogos exploram a relação entre as profissões, grupos de interesses internos e a democracia. Como conciliar as liberdades individuais com a necessidade de regulação do Estado para garantir qualidade e equilíbrio no mercado de trabalho? Freidson argumenta que as profissões podem ser instituições importantes para a defesa da democracia e do interesse público. O desenvolvimento do tema proposto inclui a expansão e complexidade das profissões, o contexto social e cultural que influencia esse crescimento, as críticas ao poder das profissões e as responsabilidades públicas das associações profissionais na aplicação dos códigos deontológicos e disciplinares.

133
Q

O crescimento das profissões e a difusão do profissionalismo?

A
  • A cobertura da imprensa sobre questões profissionais evidencia o aumento da visibilidade social das profissões e gera conflitos entre diferentes grupos profissionais.
  • Há uma procura crescente pela formação e desenvolvimento de competências em diversas áreas, como no caso dos bailarinos em busca de credenciais acadêmicas.
  • Brasil e Portugal têm visto um crescimento no número de profissões regulamentadas e grupos ocupacionais, com mais membros em associações profissionais, como os engenheiros.
  • A criação de conselhos de orientação profissional levanta debates sobre ética e autonomia, reflectindo o crescimento e diversificação das profissões nos dois países.
  • O ensino superior tem sido fundamental para o crescimento das profissões em Portugal e no Brasil, impactando a composição e condições de trabalho dos grupos profissionais.
  • As profissões passam por processos de (des)profissionalização, com mudanças no estatuto profissional, condições de trabalho, remuneração e acesso às profissões, afetando a inserção no mercado de trabalho.
  • Mudanças tecnológicas, de mercado e políticas públicas têm impacto nas profissões, exigindo uma análise temporal para entender a evolução e perspectivas futuras.
134
Q

Crítica e defesa do profissionalismo?

A

O crescimento das profissões e do profissionalismo é marcado por uma ambivalência social e cultural, com críticas e defensores em relação ao profissionalismo. As profissões são vistas como uma forma alternativa de organização do trabalho, baseada no conhecimento e na melhoria dos serviços. O monopólio e o credenciamento são importantes para garantir qualidade e competência profissional. Modelos de gestão focados em eficiência e controle de custos limitam a autonomia dos profissionais. A questão sobre alternativas ao credencialismo na seleção de empregos surge com a privatização de serviços públicos na Europa. A submissão dos serviços públicos às lógicas de mercado pode resultar na manipulação da qualidade e prejuízo do interesse público. Uma intervenção estatal, como a renacionalização de caminhos de ferro, pode ser necessária para corrigir os danos da privatização.
Os grupos profissionais enfrentam desafios relacionados com critérios de competência, desenvolvimento de conhecimentos e independência na prestação de serviços profissionais. Enfrentando pressão do mercado e argumentos de eficiência, resistimos para manter a qualidade, autonomia e interesse público. A questão da orientação da ação dos profissionais, interesse público versus autointeresse e independência profissional tem sido debatida importante.
A aparência das profissões trouxe uma mudança significativa no mundo do trabalho, resultando na ampliação do credencialismo e dos monopólios, impactando a relação dos grupos ocupacionais com as instituições de ensino e o mercado de trabalho. Monopólios e proteções de mercado podem fechar oportunidades e favorecer certos grupos, ameaçando a democracia. Friedson argumenta que o princípio do monopólio profissional baseado em credenciais não é injustificado, mas sim sua aplicação excessiva e abusiva que compromete a valorização da experiência e da autonomia.

135
Q

A responsabilização social das profissões?

A

As instituições de representação profissional desempenham um papel crucial na manutenção dos equilíbrios e na conquista da confiança pública nas profissões. Por meio da delegação de competências do Estado, essas instituições têm funções relacionadas à definição e controle das condições de acesso e exercício da profissão, bem como à promoção dos valores de orientação competente e à defesa do interesse público. Os códigos de ética são fundamentais para evitar conflitos de interesses entre interesses públicos e privados. No entanto, estudos apontam que as atividades disciplinares dessas instituições são muitas vezes ineficazes, o que contribui para a desconfiança na profissão. A ambivalência do estatuto das ordens e conselhos de fiscalização profissional, que são ao mesmo tempo públicos e privados, exige a definição de um programa normativo para a convergência das profissões com os regimes democráticos. Isso inclui a institucionalização dos princípios democráticos para garantir a independência das profissões.
O autor destaca a importância de manter e fortalecer as relações com as instituições de formação, respeitando a autonomia acadêmica e garantindo igualdade de oportunidades no ensino superior. Também ressalta a necessidade de controlar situações em que o interesse privado dos membros da ordem possa conflitar com o interesse dos usuários dos serviços. Além disso, destaca a importância de esclarecer os diferentes interesses envolvidos em decisões políticas controversas, como interesses públicos, privados, econômicos e dos usuários, envolvendo a proteção do mercado de serviços e a melhoria das condições de trabalho. O autor argumenta que as profissões historicamente coincidem com autoridade técnica e moral, mas que atualmente, com predominância de valores de mercado, estão perdendo a dimensão moral. Ele defende o desenvolvimento de valores profissionais e destaca o papel das associações, universidades e intelectuais na recuperação da autoridade moral das profissões.

136
Q

Funções sociais das profissões?

A

Funcionalistas como Durkheim enfatizaram a importância das profissões nas sociedades modernas, destacando a divisão técnica do trabalho e a harmonia social proporcionada pelas funções específicas desempenhadas pelos profissionais. Carr-Saunders e Wilson definiram as profissões como técnicas praticadas por um grupo de pessoas com formação especializada, destacando sua origem nas guildas da Idade Média e a missão associada a elas. Parsons expandiu essas ideias nos EUA, incluindo a relação profissional-cliente e enfatizando a necessidade das profissões para atender às demandas da sociedade. O funcionalismo baseia-se na ideia de que cada parte da estrutura social tem uma função específica, sem classificações. Profissões são consideradas vocações sociais, marcadas pelo desprendimento e são controladas socialmente para garantir competência, monopólio e prestígio. Os grupos profissionais atuam como intermediários entre as profissões e a sociedade, mantendo a homogeneidade por meio do treinamento profissional e da transmissão de valores.
Merton, um sociólogo funcionalista, incorporou discussões de Freud e Weber em sua abordagem, diferenciando funções manifestadas de latentes. Ele criticou a análise limitada dos sociólogos aos fatos objetivos, defendendo a consideração das funções latentes. Exemplificou com a medicina a segregação social dos não vocacionados e a classificação entre profissionais e não profissionais. Merton expandiu o funcionalismo ao considerar as funções latentes e as dinâmicas das profissões na sociedade. Por sua vez, Abbott, também funcionalista, fala sobre a competição entre grupos profissionais na divisão do trabalho. Para ele, o poder de uma profissão depende do conhecimento abstrato que você controla. Destaca a importância da educação na autonomização de grupos profissionais, mas não oferece uma análise crítica. O interacionismo surge como forma de resolver esse problema metodológico, mantendo vínculos com o funcionalismo.

137
Q

A contribuição interacionista?

A

Os interacionistas, influenciados pela escola de Chicago, desenvolveram-se para a sociologia das profissões, com destaque para Everett Hughes e Eliot Freidson. Hughes relacionou profissões com religiões, destacando a importância da sociedade na definição do que é essencial e sagrado. Ele enfatizou a socialização do profissional, analisando a formação e atuação sob diferentes perspetivas. Já Freidson, mesmo sendo considerado um interacionista, ainda possui características funcionalistas em sua abordagem. Os interacionistas valorizam a subjetividade e a capacidade metodológica para análises empíricas, ao contrário do funcionalismo que não prioriza o papel do indivíduo. Eles se preocuparam com análises qualitativas e inferências a partir de fatores que influenciam as características sociais. A interação entre indivíduos e a sociedade é fundamental para compreender o mundo do trabalho e os mecanismos de socialização. Hughes e os sociólogos da escola de Chicago foram pioneiros nessa abordagem, conectando o trabalho à identidade e personalidade do sujeito, indo além da simples transação econômica. Essa perspetiva destaca a importância da subjetividade e da interação social no estudo das profissões.
Comparativamente às análises funcionalistas das profissões, o interacionismo apresenta uma abordagem mais crítica, buscando entender a relação entre os profissionais e os pacientes sem se deixar influenciar pelas ideologias profissionais. Freidson, um importante representante desta corrente, destaca que as identidades profissionais estão relacionadas à competência e ao poder dentro de um grupo profissional. Enquanto Abbott questiona as disputas entre diferentes profissões, Freidson foca nas disputas internas, explorando os dilemas e conflitos dos próprios profissionais na construção de suas identidades. O método qualitativo utilizado pelos interacionistas permite uma visão mais sociológica da construção interna dos grupos profissionais, mas também pode reproduzir as ideologias desses grupos. Embora o interacionismo tenha contribuído para a análise das profissões, são os weberianos que se destacam ao enfocar o poder profissional, suas ideologias, lutas e projetos. Em contraste com os funcionalistas, que muitas vezes reproduzem suas próprias ideologias profissionais, o interacionismo busca uma abordagem mais crítica e reflexiva sobre o funcionamento e as relações dentro das profissões.

138
Q

Profissões e poder?

A

Terence Johnson e Rodrigues são autores importantes na tradição weberiana, relacionando profissões ao poder e competição entre grupos profissionais. Johnson destacou a importância das interações externas e da estrutura de classes na análise do poder profissional. Profissões buscam poder e prestígio, criando desigualdades sociais. Larson enfatiza a busca pelo controle e monopólio profissional, enquanto Collins destaca a classe média na disseminação da ideologia meritocrática. A educação e cultura profissional são essenciais na ascensão nas profissões, com destaque para a importância das credenciais educacionais. Collins questiona a real meritocracia e valorização das credenciais em detrimento dos conhecimentos reais. Starr introduz o conceito de autoridade cultural na medicina, enfatizando a importância do conhecimento e validação dos profissionais pelos clientes. A autoridade profissional está ligada ao conhecimento, credenciamento e capacidade de diálogo com os clientes, demonstrando competência.
Starr discute a relação entre autoridades e profissões na sociedade, destacando a dominação como exclusiva de autoridade e introduzindo o conceito de autoridade cultural. A autoridade profissional é validada pela competência do profissional e orientada para servir à sociedade. A luta das profissões médicas nos EUA resultou na conquista da autoridade cultural e do poder econômico e político. Norbert Elias analisa as profissões navais na Inglaterra, destacando os conflitos como parte fundamental do surgimento de instituições profissionais. Bourdieu desenvolve um modelo teórico que enfatiza os conflitos como essenciais no campo profissional, ressaltando a importância da educação superior na formação de grupos profissionais dominantes. Ele critica o papel da educação nas sociedades, apontando como o capital cultural antecipado dos alunos afeta suas oportunidades profissionais. Em resumo, Starr, Elias e Bourdieu discutem a importância das autoridades, da luta profissional e da educação no contexto das profissões na sociedade.
- A educação superior reproduzida como elites, como mostrado por Bourdieu com os alunos da ENA se tornando parte da elite.
- O acesso a posições elitizadas é restrito como era na nobreza durante o Antigo Regime.
- Os alunos das Escolas Superiores se tornam uma nobreza de Estado.
- Bourdieu e Boltanski destacam a autonomia do sistema de ensino em relação ao sistema económico.
- Os economistas querem eliminar o diploma e tornar o sistema de ensino menos independente.
- A inflação dos diplomas pode levar a uma luta por maiores distinções sociais entre os portadores.
- A mudança de nome de uma profissão é estratégia de diferenciação e mobilidade no campo profissional.
- A interligação entre inflação de diplomas e encargos reflete uma tentativa de reorganização do campo profissional.
- A sociologia das profissões é cada vez mais especializada, com diferentes áreas analisando ocupações específicas.
- Bourdieu e Larson são importantes para compreender as lutas pelo poder e ascensão social no contexto profissional.

139
Q

Introdução?

A

Toda sociedade produz sua própria estrutura de aulas, mesmo quando se acrescenta as estruturas anteriores. Atualmente, vivemos uma Transformação Global, semelhante à descrita por Karl Polanyi. Enquanto no século XX o proletariado estava na vanguarda das transformações sociopolíticas, a partir da década de 1980 perdeu sua força progressista. O sistema trabalhista chegou a um impasse ao associar direitos sociais ao trabalho. Antes, capital, sindicatos e partidos trabalhistas concordaram em criar um Estado-providência trabalhista. Atualmente, surge uma nova estrutura de classes global, composta por sete grupos com diferentes relações de produção, distribuição e moral. Abaixo destes grupos, existe um lumpen-precariado. No resumo, hoje vemos uma estrutura de classes profundamente diferente da anterior, marcada por uma complexidade maior e novas relações de poder e distribuição de recursos.
Há uma estratificação social clara, com uma plutocracia no topo, detentora de vasta riqueza e poder informal, seguida por uma elite nacional, ambos manipulando políticos e meios de comunicação. Abaixo está o assalariado, com segurança de emprego e altos avanços, ocupando cargos altos em empresas e no Estado. Eles obtêm uma parte cada vez maior dos lucros, mesmo que isso signifique atrasos mais baixos para os trabalhadores abaixo deles. A privatização do setor público e a terceirização do emprego levam à exclusão social de muitos, que vivem na miséria e são incapazes de participar ativamente na sociedade. Embora alguns elementos dessas classes possam se manifestar em protestos, a desigualdade persiste e aqueles sem poder continuam a se beneficiar à custa dos mais vulneráveis.
O salário está em declínio e muitos recebem cair no precariado. No entanto, continuará a existir como uma espécie de classe média, com membros que aspiram ascender à elite. Um grupo crescente, os proicianos, atuam como consultores e empresários independentes, aumentando rendimentos elevados, mas vivendo no limite e em constante exposição a riscos morais. Eles influenciam cada vez mais o discurso político e popular. Abaixo deles está o velho proletariado, em rápido declínio, com pouca força política. Os gigantescos fundos de pensões desmercaram o trabalho proletário ao longo do século XX, fazendo imaginar uma revolução proletária devido aos interesses cimentados no capitalismo. Isso tem implicações para a luta de classes no futuro.

140
Q

Definição de precariado?

A

O precariado é uma classe em construção, com relações de produção frágeis e instáveis, como casualização, informalização e tempo parcial. Enquanto o velho proletariado buscava estabilidade, o precariado enfrentava uma vida de instabilidade, sendo explorado dentro e fora do trabalho. O capital global e o Estado favorecem a existência de um grande precariado, dependente de tensão instável e sem proteção social. Diferente do proletariado do século XX, o precariado vive uma incerteza crônica, sem garantias de renda segura. Com menos direitos que os demais, o precariado enfrenta uma insegurança fundamental. Unir o proletariado e o precariado em uma única categoria limitaria a reflexão analítica e a imaginação política. O precariado é fundamental na fase de reimplantação da Transformação Global, enfrentando lutas para sua conquista. São claras as relações do precariado com o Estado: menos direitos e maior insegurança, vivendo uma vida de incógnitas e instabilidade.
Pela primeira vez na história, o Estado está retirando sistematicamente direitos de seus próprios cidadãos, transformando cada vez mais pessoas em “denegadas”, privadas de seus direitos cívicos, culturais, sociais, políticos e econômicos. Isso leva à privação do “direito a ter direitos”, essencial para a verdadeira cidadania, sendo crucial para entender o precariado. Este grupo é menor, dependendo das dádivas do Estado e das instituições de caridade, e enfrenta insegurança no trabalho.
O precariado tem consciência de classe e sente privação e frustração, distanciando-se do trabalho como algo instrumental e não determinante da vida. Historicamente, é a primeira classe com habilitações superiores ao trabalho disponível, o que aumenta a alienação e a frustração em relação ao estatuto e ao futuro.
Essa nova classe de perigo, recusa das tradições políticas dominantes e se encontra em conflito interno devido a diferentes formas de privação relativa. O precariado representa um desafio para a sociedade atual e para o futuro das relações de trabalho e do sistema político.

141
Q

Os três tipos de precariado?

A

O primeiro tipo de precariado é composto por indivíduos sem instrução de que se sentiam afastados de suas comunidades e famílias, associando sua privação e frustração a um passado perdido. Eles tendem a ouvir as vozes populistas de extrema direita e culpam outros tipos de precariados por seus problemas. São os atávicos, atraídos pelo carisma, sendo levados para a extrema-direita devido à falta de uma agenda progressista que os apoie. O segundo tipo é formado por migrantes e minorias com um forte sentimento de privação e sem um lugar que possa chamar de seu, sendo politicamente passivos ou desprendidos, exceto em surtos de violência. O terceiro tipo são os instruídos que experimentam privação e frustração em relação ao seu status e falta de um sentido de futuro, essencialmente modificando o precariado e sendo vistosos como progressistas ao rejeitar o neoliberalismo.
O texto aborda a exclusão do precariado a partidos políticos tradicionais, como conservadores, democratas-cristãos, sociais-democratas e trabalhistas, devido à falta de representatividade e aproximação ao salariado. Os sociais-democratas estão perdendo apoio devido ao crescimento do precariado e à crise causada pelo neoliberalismo. Alguns sociólogos apontam a perda de uma época áurea do capitalismo e a tentativa de recriar um passado laborista masculino. Atualmente, o precariado é considerado uma classe perigosa por se libertar psicologicamente do trabalho tradicional. Há um terreno comum não precariado para rejeitar o consenso político e os partidos de centro-direita e centro-esquerda. Isso contribui para uma crise da democracia, com o precariado se sentindo não representado. Os manifestantes indignados expressaram essa política recolhida de forma profunda.

142
Q

O precariado enquanto classe transformadora?

A

O precariado, classe emergente, enfrenta desafios para se tornar uma força de mudança, ultrapassando a rebelião de 2011. O neoliberalismo domina, dificultando a criação de um futuro voluntário. Os protestos em massa desde 2011 são temporários, semelhantes a fogos de artifício. Precisa evitar ser rotulado como revolucionário ou reformista, buscando se tornar uma classe influente. Um novo sistema de distribuição é necessário para combater as desigualdades crescentes. Valores emancipatórios e igualitários devem orientar a luta de classes, abandonando termos marxistas ultrapassados. O precariado deve adotar uma linguagem progressista baseada na ação coletiva, evitando manter o status quo. Na economia global, as tendências de queda afetam o precariado, enquanto a elite e o proletariado recebem mais capital. A busca pelo emprego gera insegurança e individualização, mostrando a necessidade de evolução estratégica na luta por mudanças significativas.
Em novembro de 2012, a Confederação Europeia de Sindicatos convocou uma greve geral na Europa contra a austeridade e em defesa dos empregos. A greve foi vista como um apelo à piedade por parte dos marginalizados pelo sistema existente. O precariado, classe mais ativa e vulnerável, luta por um novo sistema de distribuição de renda, buscando mais equidade. A criação de fundos nacionais deve ser acelerada e regulamentada à governança democrática, variando uma distribuição mais justa. Os sindicatos enfrentam dificuldades ao lidar com o precariado, que buscam estabilidade no trabalho. A distribuição de renda não se resolve apenas criando mais empregos, sendo essencial uma abordagem mais abrangente para garantir oportunidades de carreira e segurança a longo prazo para todos.

143
Q

A luta pela redistribuição?

A
  • A luta pela redistribuição de bens fundamentais desafia os partidos políticos tradicionais
  • Busca-se uma reconfiguração dos ativos essenciais da luta de classes, não apenas um novo sistema de distribuição
  • Segurança socioeconômica, controle sobre o tempo, espaços de qualidade, conhecimento financeiro são os novos focos, não os meios de produção
  • O precariado tem potencial transformador, lutando pelo “direito aos ter direitos” proposto por Hannah Arendt
  • A desigualdade na distribuição desses bens essenciais está se agravando
  • A redistribuição desses bens é crucial para uma sociedade mais justa e oportunidades igualitárias
  • O precariado enfrenta insegurança econômica sem meios de proteção
  • A redistribuição da segurança e do tempo, bem como a desmercadorização da educação são essenciais
  • Alianças transclassistas e capacitação financeira são importantes na luta pela redistribuição dos bens essenciais.
  • A complexidade do mercado financeiro beneficia os especialistas, enquanto a população paga mais impostos do que deveria
  • O direito ao conhecimento financeiro e aos serviços financeiros públicos é mais importante do que se pensa
  • O precariado deveria ter direito universal ao conhecimento financeiro
  • Luta por distribuição equitativa do capital financeiro, instituição de renda mínima e fundos soberanos democráticos é crucial
  • Medo dos trabalhadores pode se transformar em ação coletiva
  • O precariado busca reconhecimento e representação, satisfação de forma coletiva
  • Solidariedade e identificação como parte do precariado são essenciais para ação coletiva eficaz
  • O precariado está se tornando importante em todas as esferas, fazendo barulho nos órgãos estatais, na mídia e nas redes sociais
  • Exigência de tratamento digno do precariado pelas burocracias
  • Repolitização da política com o precariado passando de objeto a sujeito, exigindo democracia mais inclusiva e participativa .
144
Q

Produção magra: a rutura com o fordismo?

A
  • Produção magra: reconstituição do trabalho em equipe na linha de montagem, polivalência dos operários, responsabilidade pelo controle da qualidade.
  • Kaizen: promove melhoria contínua, reduz separação entre trabalhadores e processo de trabalho.
  • Trabalho em equipe: habilidades comunicativas, cooperação horizontal, aumento na qualificação dos trabalhadores.
  • Comparação entre montagem integral e linha de montagem: maior autonomia nas equipes na montagem integral, limitações da autonomia na linha de montagem.
  • Trabalho em células: requer múltiplas qualificações, multitarefa, envolvimento dos trabalhadores no kaizen.
  • Neotaylorismo: melhor contínuo vital para o emagrecimento organizacional no Just-in-Time, implica racionalização da mão-de-obra.
  • Participação dos trabalhadores: focada na produção magra para reduzir alienação e exploração, vista por alguns como autoexploração e controle disfarçado.
  • Debate sobre a produção magra em relação ao papel dos trabalhadores: ruptura ou extensão do fordismo?
  • Preocupações com a reintegração e requalificação do trabalho operário
  • Questionamento sobre a significância da qualificação dos trabalhadores
  • Análise da formação oferecida em termos técnicos e ideológicos
  • Impacto do envolvimento dos trabalhadores nas relações laborais entre capital e trabalho
  • Estudo da AUTOEUROPA, empresa portuguesa que adota a produção magra
  • Implementação dos princípios JIT, TQM e kaizen na empresa
  • Foco no trabalho em equipe, supervisão, liderança e divisão do trabalho interno
  • Questões de polivalência, autonomia dos trabalhadores e intensificação do trabalho.
145
Q

AutoEuropa: a orquestra onde todos tocam em uníssono?

A
  • Equipa de trabalho essencial na organização da produção, com trabalhadores de diferentes níveis de qualificação qualificados em Técnico 3, Técnico 2 e Técnico 1.
  • Progressão de nível e salário exigem tempo mínimo de um ano e seis meses, com certificação seletiva.
  • Cada nível exige competências específicas, agrupadas em zonas com Especialista de Produção acompanhado pelo Superintendente e gerente de área.
  • A Autoeuropa adota estrutura de equipa ampla e cooperação, descentralizando responsabilidades e promovendo igualdade entre chefias e funcionários.
  • Responsabilidades ampliadas para os trabalhadores, incluindo controle de qualidade, com pressão por alta produção levando ao descumprimento de padrões e retrabalhos.
  • Descentralização do controle com equipes autocontroladas para garantir qualidade e evitar danos à próxima equipe, implementando o modelo de produção magro de forma pragmática.
  • Empresa vista como causa das paragens na linha de produção
  • Funcionários buscam reconhecimento social por eficiência
  • Controle descentralizado não diminui o controle da gestão
  • Sistema destaca falhas nos testes de qualidade e atribuição de responsabilidades
  • Relatórios diários detalham anomalias em cada carro fabricado
  • Relatórios enviados aos fornecedores para correções
  • Equipes expostas diariamente aos relatórios com presença de superiores hierárquicos
  • Equipes responsáveis ​​por atividades específicas com supervisão necessária
  • Autonomia dos trabalhadores limitada
  • Falta de oportunidades iguais gera insatisfação
  • Flexibilidade funcional limitada na linha de produção
  • Pressão por alto volume de produção
  • Intensidade do trabalho evidente com pausas curtas entre turnos
  • Saúde dos trabalhadores afetados pela repetitividade
  • Trabalho extraordinário solicitado com frequência
  • Desafios e pressão refletem ambiente de trabalho exigente e intensivo
146
Q

Ainda a questão da participação?

A

O kaizen, o melhoramento contínuo, é o espaço deixado para os trabalhadores participarem na meta da empresa AutoEuropa de se tornar “The Best in Class” e vencer a competição. Os trabalhadores apresentam sugestões e ideias através de formulários disponíveis nas salas de reunião. Para que as ideias sejam aceitas, é necessário detalhar todos os custos e benefícios da proposta. A correção das sugestões depende da avaliação de uma equipe específica. Este processo envolve os trabalhadores no redesenho de seus postos de trabalho, permitindo que contribuam com ideias mesmo sem poder para implementá-las. Os trabalhadores sentem orgulho quando suas ideias são inovadoras e são reconhecidas através de um bônus e promoção social. O envolvimento dos trabalhadores no melhoramento contínuo é significativo, mesmo sem recompensas financeiras. Eles investem tempo fora do trabalho para verem seus benefícios concretizados, demonstrando um alto nível de cooperação e consentimento.
A criatividade dos trabalhadores no processo de melhoramento contínuo é vista como uma forma de cooperação em relação aos objetivos da gestão. No entanto, há questionamentos sobre a legitimidade das políticas da empresa para gerar envolvimento e compromisso organizacional. Existe uma preocupação se esse envolvimento mascara uma cooperação associada. Os trabalhadores são avaliados constantemente e sabem que a progressão na empresa depende de vários fatores, incentivando assim o orgulho profissional e a autoestima. A participação dos trabalhadores é mais focada em melhorias técnicas no trabalho do que em decisões estratégicas da empresa, o que contrasta com os princípios da democracia industrial. As ideias dos trabalhadores para melhorias são limitadas a questões técnicas e de eficiência no posto de trabalho, excluindo temas relacionados à política da empresa. A participação é considerada corretiva, evolução nas opções econômicas e na modernização da empresa por meio da criatividade e habilidades dos trabalhadores.