Sistema Gastrointestinal Flashcards

1
Q

Considerações gerais sobre o trato gastrointestinal

A
  • estrutura oca
  • vai desde a cavidade oral até ao ânus
  • composto por 6 segmentos distintos (esófago, estômago, intestino delgado, cólon, reto e ânus)
  • cada componente apresenta funções únicas (complementares e integradas)
  • regula o consumo, processamento e absorção dos nutrientes ingeridos
  • regula a remoção dos resíduos da alimentação
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2
Q

Características Esófago

A

• desenvolve-se e torna-se reconhecível a partir da terceira semana de gestação
• tubo muscular oco e distensível que vai desde a epiglote à junção
gastroesofágica
• doenças adquiridas são muito variáveis
- cancros altamente letais
- sensação de ardência permanente
–>crónica e incapacitante
–>desconfortável em situações pontuais

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3
Q

Tipos de esofagite

A

Esofagite Química

Esofagite de Refluxo

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4
Q

Esofagite Química

A

• corresponde à inflamação do esôfago provocada quando a mucosa escamosa estratificada do esófago é danificada por vários agentes químicos como:
-álcool, ácidos e bases corrosivos, líquidos quentes e fumo do
tabaco
-comprimidos que se alojam e dissolvem no esófago (deve-se
beber bastante água quando se ingere comprimidos)
•causa dor e disfagia (dificuldade de glutição)
•hemorragia ou perfurações podem ocorrer em casos graves

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5
Q

Esofagite de Refluxo

A
  • Conhecida como a doença de refluxo gastroesofágico e é causa mais comum de esofagite.
  • Na junção do esôfago com o estômago existe um anel muscular (esfíncter esofágico inferior) que impede que os alimentos voltem do estômago pelo mesmo caminho por onde entraram. Por algum motivo, esse esfíncter torna-se mais fraco e pode não conter mais os conteúdos estomacais no local certo. Assim, há um refluxo gástrico.
  • O epitélio escamoso estratificado do esófago é resistente à abrasão provocada pelos alimentos mas é sensível ao ácido. Havendo refluxo o ácido do estomago chega ao esófago causando irritação.
  • Refluxo biliar do duodeno pode exacerbar o dano
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6
Q

Condições que diminuem o tónus do EEI

A
  • consumo de álcool e tabaco
  • obesidade
  • depressão do sistema nervoso central
  • gravidez
  • hérnia do hiato
  • atraso no esvaziamento gástrico
  • aumento do volume gástrico
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7
Q

Características clínicas de quem tem esofagite

A

•mais comum em adultos com mais de 40 anos( mas também ocorrem em bebés e crianças)
•sintomas clínicos mais comuns são vários como p.e.
- disfagia
- azia (pirose)
- regurgitação do conteúdo gástrico ácido
• raramente, pode estar associada a ataques de dores fortes no peito (e acabar por ser confundida com patologia cardíaca)
• pode ser tratada com inibidores da bomba de protões (PPIs) ou antagonistas do recetor da histamina H2
- reduzem a acidez gástrica e aliviam os sintomas
• o dano histológico tende a aumentar com a duração da doença podendo surgir complicações como: ulceração esofágica, hematemese, melena e esófago de Barrett

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8
Q

Hérnia do Hiato

A
  • consiste na passagem de parte de órgãos abdominais (geralmente estômago) para dentro do tórax.
  • a cavidade torácica está separada da cavidade abdominal por um músculo – o diafragma. Nesse músculo existe um orifício, o hiato, por onde passa o esófago. Quanto esse orifício alarga, a pressão abdominal “empurra” o conteúdo abdominal para dentro do tórax, formando-se assim a hérnia de hiato.
  • há separação dos pilares diafragmáticos e protrusão do estômago no tórax
  • pode ter origem congénita ou ser adquirida
  • é sintomática em menos de 10% dos adultos
  • sintomas incluem azia e regurgitação de suco gástrico
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9
Q

Características Estômago

A
  • alvo frequente de distúrbios patológicos
  • inflamações e neoplasias a são particularmente comuns
  • nos EUA, doenças relacionadas com o ácido gástrico representam cerca de 1/3 de todo o gasto com saúde em doenças do trato GI!
  • cancro gástrico continua a ser uma das principais causas de morte
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10
Q

Gastrite Aguda

A
  • processo inflamatório transiente da mucosa
  • pode ser assintomática ou causar vários graus de dor epigástrica, náusea e vómitos
  • em casos mais graves pode ocorrer:
    • -> erosão da mucosa
    • -> ulceração
    • -> hemorragia
    • -> hematémese (saída de sangue pela boca)
    • -> melena (fezes mt escuas)
    • -> perda massiva de sangue (raro)
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11
Q

Mecanismos de proteção da mucosa gástrica

A

• O lúmen gástrico é extremamente acídico (pH = 1-2,5) o que é favorável para o processo digestivo já que se torna um agente antissético e um agente desnaturante das proteínas da dieta
• No entanto, o pH muito ácido tem potencial de danificar a mucosa
• Por isso, existem vários mecanismos que protegem a mucosa como:
- mucinas: que consistem em glicoproteínas secretadas pelas células foveolares que formam uma fina camada de muco o que constitui uma barreira física de proteção do epitélio contra os alimentos e impede uma difusão rápida dos iões H+ até à mucosa;
- o pH neutro na camada de mucinas: o bicarbonato de sódio intervém mantendo o pH quase neutro o que neutraliza os iões H+;
- o grande aporte vascular da mucosa gástrica: o que no caso de ácido atingir essa região permite uma remoção rápida e eficiente do mesmo.

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12
Q

Desequilíbrios nos mecanismos de proteção da mucosa

A
  • síntese reduzida de mucina: que é uma consequência natural do envelhecimento e que aumenta a suscetibilidade a gastrite
    • consumo de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs): que interferem com a citoproteção normal providenciada pelas prostaglandinas, reduzindo da secreção de bicarbonato
    • infeção com H. pylori: que causa inibição dos transportadores de bicarbonato pelos iões amónio
    • ingestão de ácidos ou bases fortes (suicídio ou acidente)
    • consumo de álcool
    • radioterapia
    • inibidores mitóticos: como a quimioterapia, falhas na regeneração epitelial ( pq a mucosa gástrica é substituída a cada 2-6 dias!)
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13
Q

Gastrite Crónica

A

• os sintomas são normalmente menos graves mas mais
persistentes do que os da gastrite aguda
- náuseas
- desconforto na região abdominal superior
- vómitos
- hematemese é incomum
• principal causa é a infeção com H. pylori
• gastrite autoimune representa menos de 10% dos
casos

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14
Q

Gastrite associada a H. pylori

A
  • é um tipo de gastrite crónica
  • bacilos espirais ou curvos estão presentes nas biópsias gástricas
  • H. pylori está presente em 90% dos indivíduos com gastrite crónica que afeta o antro
  • H. pylori desempenha também um papel importante noutras doenças gástricas e duodenais como úlceras pépticas e cancro gástrico
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15
Q

Características da H. pylori

A
  • flagelos: que permitem à bactéria ter mobilidade no muco viscoso
  • urease: origina amónia a partir da ureia endógena o que aumenta o pH gástrico local
  • adesinas: que aumentam a adesão bacteriana à superfície das células foveolares
  • toxinas: tais como CagA que podem estar envolvidas no desenvolvimento de úlceras ou cancro
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16
Q

Úlcera péptica (UP)

A
  • normalmente associada a gastrite crónica causada por infeção com H. pylori
  • presença de gastrite crónica pode ajudar a distinguir uma úlcera péptica de uma úlcera de stress pq a mucosa adjacente à úlcera está normal na segunda
  • pode ocorrer em qualquer porção do trato GI exposto a ácido gástrico, mas é mais comum no antro e na primeira porção do duodeno
  • pode ocorrer no esófago como consequência de DRGE ou secreção ácida por mucosa gástrica ectópica
17
Q

Pólipos Gástricos

A

• nódulos ou massas que se projetam acima do nível da mucosa circundante
• podem desenvolver-se como resultado de…
- hiperplasia das células epiteliais ou estromais
- inflamação
- ectopia
- neoplasia

18
Q

Adenocarcinoma gástrico

A
  • neoplasia maligna gástrica mais comum
  • sintomas precoces que são semelhantes aos da gastrite crónica como dispepsia (dificuldade na digestão), disfagia e náusea
  • num estado avançado: perda de peso, anorexia, alteração dos hábitos intestinais, anemia e hemorragia

COMO DIMINUIR?
•diminuição do consumo de carcinogénicos alimentares
• diminuição da utilização de sal e de fumo para conservar os alimentos
• refrigeração alimentar
• consumo de vegetais e frutos (vitamina C, vitamina E e beta-caroteno)
• melhoria nas redes de transporte e distribuição de alimentos

19
Q

Características Intestino delgado e cólon

A

• correspondem à maior parte do trato GI (em
tamanho)
• alvo de múltiplas patologias relacionadas com
- transporte de nutrientes e água: como falhas na absorção e diarreia
- sistema imunitário: porque este é local onde o sistema imunitário interatua com muitos antigénios presentes na
comida e na microbiota intestinal (há mts bactérias no intestino)

20
Q

Obstrução intestinal

A
  • obstrução no trato GI pode ocorrer em qualquer local mas o intestino delgado é mais frequente porque tem um lúmen relativamente pequeno
  • as obstruções mecânicas são maioritariamente causadas por:hérnias, adesões intestinais, intussuscepção e vólvulos
  • mas 10-15% é por tumores e enfartes
  • as manifestações clínicas incluem: dor, distensão abdominal, vómitos e obstipação
  • intervenção cirúrgica é frequente
21
Q

Hérnias

A

• são causadas por uma fragilidade ou defeito na parede da cavidade peritoneal ocorrendo uma protrusão de uma bolsa peritoneal designada –saco da hérnia
• hérnias adquiridas ocorrem mais comummente em…
- posição anterior ( em canais inguinal ou femural ou no umbigo)
- cicatrizes cirúrgicas
• podem levar a protrusão visceral (herniação externa) o que é frequente em hérnias inguinais
- orifícios estreitos e grandes sacos
- intestino delgado (+ frequente)
- intestino grosso (- frequente)
- regiões intestinais podem ficar aprisionadas (encarceração)
- comprometimento arterial e venoso (estrangulamento)
- obstrução e eventualmente enfarte

22
Q

Adesões

A
  • diversas causas como procedimentos cirúrgicos, infeções, inflamação peritoneal
  • formam pontes fibrosas que podem originar loops fechados podendo causar aprisionamento das vísceras (herniação interna)
  • sequelas incluem obstrução e estrangulamento
23
Q

Vólvulos

A

• enrolamento completo de um loop intestinal
• origina comprometimento luminal e vascular
- obstrução e enfarte
• situação rara ( mas + frequente no cólon, seguido do ceco, intestino delgado e estômago)

24
Q

Intussuscepção

A

• um segmento de intestino, fica constrito devido a movimentos peristálticos e insere-se no segmento distal adjacente
• o segmento invaginado é propulsionado pelos movimentos peristálticos e puxa o mesentério
• pode progredir para obstrução intestinal, compressão dos vasos
mesentéricos, e enfarte

25
Q

Má-absorção

A

• falhas na absorção de gordura, vitaminas, proteínas, carbohidratos, eletrólitos, minerais e água
• pode ser acompanhada de…
- perda de peso
- anorexia
- distensão abdominal
- borborigmo (ruído abdominal)
- fadiga muscular
- esteatorreia (excesso de gordura nas fezes/ fezes volumosas, gordurosas e amareladas ou acinzentadas)
• distúrbios crónicos associados a má-absorção estão principalmente relacionados com insuficiência pancreática, doença celíaca e doença de Crohn

26
Q

Causas da má-absorção

A

• digestão intraluminal
- proteínas, carbohidratos e gorduras são clivados nas suas unidades básicas constituintes (nutrientes)
• digestão terminal
- fase final da digestão dos hidratos de carbono e proteínas (mucosa intestinal)
• transporte transepitelial
- transporte de nutrientes, fluídos e eletrólitos através da membrana das células do epitélio intestinal
• transporte linfático
- lípidos absorvidos

27
Q

Sintomas gerais dos síndromes de má absorção

A
  • diarreia ( por haver má-absorção dos nutrientes e/ou secreção intestinal excessiva)
  • flatulência (os nutrientes não absorvidos são metabolizados pela flora intestinal e há libertação de gases)
  • dor abdominal
  • perda de peso
28
Q

Pólipos

A

• mais comuns no cólon ( mas tmb podem ocorrer no esófago, estômago ou intestino delgado)
• maioria começa por ser uma pequena elevação da mucosa – pólipo séssil
• à medida que os pólipos sésseis avança cria-se uma estrutura pediculada – pólipo pedunculado
• podem ser de 2 tipos:
- não-neoplásicos( inflamatórios, hamartomatosos, hiperplásicos - o mais comuns dos três tipos)
- neoplásicos (adenoma, que tem o potencial de progredir para cancro)

29
Q

Adenocarcinoma colo-retal

A

• cancro mais comum do trato GI
• o adenocarcinomas e os tumores carcinoides possuem uma incidência semelhante
• a dieta pode influenciar:
 baixo consumo de fibras vegetais não absorvíveis leva À diminuição do volume das fezes e, consequentemente a alterações na composição da microbiota intestinal havendo um aumento da síntese de resíduos oxidativos potencialmente tóxicos
do metabolismo bacteriano
 aumento do consumo de carbohidratos refinados
 aumento do consumo de gordura, o que leva a um aumento da síntese hepática de ácidos biliares e colesterol que são convertidos em agentes carcinogénicos pelas bactérias intestinais
 deficiências em vitamina A, C e E (que são antioxidantes)
• a farmacologia pode influenciar:
 aspirina- promove proliferação epitelial

30
Q

Apendicite aguda

A

• o apêndice é um divertículo normal do ceco que tem tendência a sofrer inflamação aguda e crónica
• comum em adolescentes e jovens adultos mas pode ocorrer em qualquer faixa etária
• homens são ligeiramente mais afetados
• o diagnóstico pode ser difícil de confirmar pois pode ser confundida com…
 linfadenite mesentérica
 salpingite aguda
 gravidez ectópica
 dor na ovulação
 divertículo de Meckel
• inicia-se por um aumento progressivo da pressão intraluminal comprometendo o efluxo venoso
• normalmente está associada a obstrução luminal (devido a uma massa fecal (fecalito) – + frequente, a um cálculo da vesícula ou a vermes)
• leva a uma lesão isquémica
• pode haver estase do conteúdo luminal o que favorece a proliferação bacteriana gerando uma resposta inflamatória e edema

31
Q

Quadro Clinico Apendicite

A

• dor periumbelical no quadrante inferior direito
• náuseas
• vómitos
• febre
• aumento ligeiro da quantidade de glóbulos brancos periféricos
• sinal de McBurney
- amolecimento localizado a 2/3 da distância do umbigo em
direção à espinha ilíaca ântero-superior (ponto de McBurney)