Sintaxe Flashcards
Frase
enunciado linguístico que possui um sentido completo e que pode conter ou não conter verbo ou locução verbal (dois ou mais verbo que equivalem a um só). Exemplo: Que festa animada!
Oração
enunciado que contém verbo ou locução verbal e que se estrutura através de sujeito e predicado (ou apenas de predicado). Exemplo: A festa está animada!
Período
enunciado formado por uma ou mais orações. Exemplo: A festa está animada, mas poderia estar mais.
Usos da Vírgula ( , )
O uso da vírgula não é tão simples como parece, mas não tão complicado ao ponto de não ser aprendido após conhecermos suas regras e truques.
Diariamente surgem dúvidas acerca desse sinal gráfico cuja omissão ou uso incorreto pode alterar completamente o sentido do discurso.
Exemplos:
Essa, mãe, nunca limpa a casa.
Essa mãe nunca limpa a casa.
Não, quero saber o que se passa.
Não quero saber o que se passa.
Em suma, a vírgula tem a função de separar elementos dentro de uma mesma frase ou oração.
Quando Usar a Vírgula
1. Para separar elementos
A vírgula serve para separar, dentro da mesma oração, elementos que têm a mesma função sintática e que, regra geral, não sejam ligados pelas conjunções e, nem, ou.
Exemplo:
Objetivos, conteúdo, método e recursos didáticos compõem um plano.
Truque: Se você estiver listando várias coisas, vai precisar usar vírgula!
- Depois do vocativo
A vírgula é usada para separar a invocação de alguém.
Exemplo:
Ana, atenda a campainha!
Truque: Está chamando alguém? Use vírgula depois!
- Entre o aposto
Frequentemente o aposto aparece entre vírgulas.
Exemplo:
João, professor do Ensino Médio, está de licença.
Truque: Introduziu uma explicação ou clarificação no meio da oração? Use vírgula.
- Depois dos advérbios “sim” e “não”
A vírgula é usada após esses advérbios quando eles iniciam uma oração que atue como resposta.
Exemplo:
Sim, estamos satisfeitos com os resultados.
Truque: Depois de sim ou não iniciais em respostas, coloque sempre vírgula.
- Na intercalação de texto
A vírgula é utilizada para inserir expressões intercaladas dentro de uma oração, bem como orações intercaladas dentro de outras orações.
Exemplos:
Vi, porém, as opções que eu tinha.
Ele não vai, de forma alguma, obedecer.
A atriz, disse o público, atuou com brilhantismo.
Truque: Coloque entre vírgulas aquilo que estiver “quebrando” uma frase que por si só já tem sentido.
- Nas orações subordinadas adverbiais
A vírgula deve estar presente na separação de orações subordinadas adverbiais, especialmente quando elas iniciam a oração.
Exemplo:
Embora estivesse mau tempo, foram à praia.
Truque: Quando uma oração com função de advérbio estiver antes da oração principal, use vírgula. Se aparecer depois, a vírgula é dispensada.
- Nas orações subordinadas adjetivas explicativas
A vírgula deve ser utilizada em informações acessórias, que ampliam ou esclarecem uma informação, mas que podem ser retiradas da frase..
Exemplo:
Gregório de Matos, que é a principal expressão do barroco no Brasil, era conhecido como “boca de inferno”.
Truque: Nem sempre que usamos “que”, significa que usamos vírgula, mas quando a informação introduzida é acessória, coloque vírgula.
Existem casos em que a informação depois do “que” é essencial para entendermos a mensagem. Veja mais abaixo quando não usar a vírgula nesses casos.
- Na omissão de verbos
A vírgula é usada para assinalar a omissão de palavras, sendo maioritariamente utilizada na omissão do verbo.
Exemplo:
Vamos de carro; eles, de ônibus.
Truque: A vírgula é usada em alguns casos para substituir uma palavra que já tenha sido usada na frase. Mas atenção, é uma forma pouco usual de escrever e pode levar ao erro. O melhor truque é não tentar escrever dessa forma.
- Acompanhando local e data
Emprega-se a vírgula para separar o topônimo da data.
Exemplo:
Brasil, 24 de julho de 2015.
Truque: Fácil: Local, Data. Sempre.
Quando não Usar a Vírgula
A vírgula não pode ser usada nas seguintes situações:
1) Para separar o sujeito do predicado
2) Para separar o verbo do complemento
Exemplos:
O professor, finalizará o plano de aula durante esta semana. (errado)
O professor finalizará o plano de aula durante esta semana. (certo)
Professores, pais e alunos se reuniram, no auditório da escola. (errado)
Professores, pais e alunos se reuniram no auditório da escola. (certo)
Também não é usada na seguinte situação:
3) Oração Subordinada Adjetiva Restritiva
Exemplo:
Os relatórios que ele preparou estão sob a mesa.
Truque: “Que ele preparou”: Esta informação é essencial para sabermos que relatórios são! Não coloque vírgula.
Ponto e Vírgula ( ; )
O ponto e vírgula ( ; ) é um sinal de pontuação utilizado para indicar uma pausa que seja maior que a vírgula e menor que o ponto final.
Geralmente é usado na separação de orações extensas, em discursos que já contém grande número de vírgulas e nas listas.
Exemplo:
No capítulo a seguir estudaremos os seguintes temas:
Idade Antiga;
Idade Média;
Idade Contemporânea.
Usos do ponto e vírgula (com exemplos)
Veja abaixo os principais usos do ponto e vírgula:
- Separação de orações
O ponto e vírgula é usado para separar orações, quando a vírgula já foi muito utilizada ou quando o texto é muito extenso.
Exemplo:
As sete maravilhas do mundo moderno são: o Coliseu, na Itália; a Chichén Itzá, no México; o Machu Picchu, no Peru; o Cristo Redentor, no Brasil; a Muralha da China, na China; as Ruínas de Petra, na Jordânia; o Taj Mahal, na Índia.
- Separação e enumeração de elementos
O ponto e vírgula é usado para separar ou enumerar os elementos de listas. Pode ser encontrado com muita frequência em leis.
Exemplo:
“Art. 1º A República Federativa do Brasil (…) tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.” (Trecho retirado da Constituição do Brasil)
- Omissão de verbos
O ponto e vírgula é usado para evitar a repetição de verbos.
Exemplo:
Na hora do crime, Rafaela estava com os amigos; José com seus pais. (Na hora do crime, Rafaela estava com os amigos; José (estava) com seus pais.)
- Separação de conjunções
O ponto e vírgula é usado para marcar pausas maiores entre orações que utilizam conjunções.
Exemplo:
Amanhã vou ao trabalho; entretanto, não terminei o relatório.
Depois do ponto e vírgula usamos maiúsculas ou minúsculas?
Quando usamos o ponto e vírgula, a letra seguinte deve estar em minúscula.
A letra maiúscula deve ser usada no início de frases, por exemplo, depois de uma frase que termina com ponto final e começa outra.
Lembrando que como o ponto e vírgula é um sinal de pontuação intermediário entre a vírgula e o ponto final.
Dois Pontos ( : )
Os dois pontos ( : ) representam um sinal gráfico que faz parte dos sinais de pontuação.
Na produção de textos, eles marcam uma breve pausa no discurso. Geralmente são utilizados antes de uma explicação ou esclarecimento, após vocativos, em sínteses ou resumos, citações, falas (discurso direto), enumerações, exemplos, dentre outros.
Interessante observar que na matemática, os dois pontos correspondem ao sinal da divisão (44:2=22 - Lê-se: quarenta e quatro dividido por dois, igual a vinte e dois)
Quando usar dois pontos
1. Nas explicações ou esclarecimentos:
O empreendedorismo corresponde a um conceito novo que inclui conceitos essenciais: a proatividade e a capacidade de criar algo inovador.
- Nas sínteses ou resumos:
No Brasil, o problema da violência aumenta cada dia. Por isso, a maioria dos cidadãos do país têm medo de saírem de casa. Em resumo: A violência e o medo crescem no país.
- Nos discursos diretos:
Após ouvir atentamente a pergunta da professora, José respondeu: — Não estou preparado para a prova.
- Nas citações:
Já dizia o poeta português Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.
- Nas enumerações:
Os planetas do sistema solar são: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
- Nos exemplos:
O substantivo é uma classe de palavra que nomeia os seres, por exemplo: casa, carro, móvel.
- Após vocativos
Senhora Daiana: Podemos participar do evento na sexta-feira?
Diferença entre dois pontos e ponto e vírgula
A grande diferença entre o ponto e vírgula e os dois pontos é a pausa que eles oferecem à produção textual, uma vez que podem apresentar a mesma função dentro de um texto, por exemplo, de enumeração.
Assim, o ponto e vírgula indica uma pausa maior que a vírgula e menor que ponto, separando orações, ideias ou elementos textuais.
Já os dois pontos indicam uma pausa mais breve no discurso, utilizado nos discursos diretos, explicações, citações, enumerações, dentre outros.
Curiosidade: Você Sabia?
Segundo o novo acordo ortográfico o uso do hífen nos termos “dois pontos” é facultativo, ou seja, pode ser escrito das duas maneiras: dois pontos e dois-pontos.
Ponto de exclamação ( ! )
O ponto de exclamação (!) é um sinal de pontuação utilizado para exclamar algo.
Ele é usado no final de frases exclamativas, que expressam emoção, surpresa, admiração, indignação, raiva, espanto, susto, exaltação, entusiasmo, dentre outros.
Exemplos:
Ganhamos!
Feliz aniversário!
Não aguento mais isso!
Às vezes, para dar mais ênfase utilizamos mais de um ponto de exclamação, por exemplo: Não Acredito!!!
Quando usar exclamação
O ponto de exclamação é usado para:
pontuar frases exclamativas;
acompanhar vocativos (chamamentos);
acompanhar verbos no imperativo;
acompanhar interjeições.
Ponto de exclamação e interrogação
Junto com o ponto de interrogação, o ponto de exclamação pode ser usado para fazer uma pergunta carregada de emoção. Exemplo:
Você não gosta mesmo de sorvete?!
No exemplo acima, podemos perceber que a pessoa fez uma pergunta, ao mesmo tempo que manifestou sua surpresa ao saber que alguém não gosta de sorvete.
Ponto de exclamação e vocativo
O vocativo é um termo que tem a função de chamar, por exemplo: Pessoal!
Quando a pausa da invocação for mais longa, geralmente é empregado o ponto de exclamação. Exemplo:
Não diga isso, Sérgio!
No entanto, há alguns casos em que os pontos de exclamação são empregados no início da frase e depois do chamamento. Exemplo:
Lúcia! Venha para a festa.
Ponto de exclamação e verbos no imperativo
Os verbos no modo imperativo indicam uma ordem, orientação, conselho ou pedido. Nesse caso, o ponto de exclamação pode vir seguido desses verbos imperativos. Exemplo:
Não faça isso! (imperativo negativo)
Veja isso! (imperativo afirmativo)
Ponto de exclamação e interjeição
O ponto de exclamação é sempre usado depois de uma interjeição. As interjeições são palavras invariáveis que expressam sentimentos. Exemplo:
Atenção!; Obrigado!; Socorro!; Alô!; Oba!
Letras maiúsculas ou minúsculas depois da exclamação?
Nas frases que apresentem mais de um ponto de exclamação ou interrogação, normalmente, são empregadas as letras maiúsculas, por exemplo:
Meu Deus! Você falou com ele?
Afinal, o ponto de exclamação e de interrogação possuem, na essência, o mesmo valor do ponto final. Ou seja, eles são utilizados no final de frases para indicar o término do discurso.
Curiosidades sobre o ponto de exclamação
O ponto de exclamação também é chamado de ponto de admiração.
O verbo exclamar (do latim “exclamare”) significa pronunciar em voz alta, ou seja, corresponde a gritar ou bradar. Assim, quando a pessoa exclama algo ela emite palavras com entoação de surpresa, admiração ou exaltação.
Na matemática, o ponto de exclamação é utilizado para indicar os números fatoriais, representados por n!
Ponto de Interrogação
O ponto de interrogação é um sinal de pontuação utilizado no final de perguntas, ou seja, de frases interrogativas diretas. O sinal gráfico do ponto de interrogação é (?).
Nas frases interrogativas indiretas, o ponto de interrogação não é utilizado.
Exemplos:
Sabe a diferença entre frase interrogativa direta e indireta?
Gostaria de saber se você sabe a diferença entre frase interrogativa direta e indireta.
Afinal, você sabe ou não?
Quando alguém tem uma dúvida e busca uma resposta, ela muda a entonação da frase (oralmente) ou insere o sinal de interrogação nos textos. Se o sinal não estiver na frase, ela será considerada afirmativa, e não interrogativa.
Em alguns casos, o ponto de interrogação é usado com outros sinais gráficos:
Ponto de interrogação com ponto de exclamação: usado para enfatizar uma pergunta ou expressar surpresa, indignação. Exemplo: Como você pode achar isso de mim?!
Ponto de interrogação com reticências: usado quando a pergunta envolve dúvidas. Exemplo: O que Maria está fazendo ali?…
Ponto de interrogação com aspas: usado em pergunta inserida na fala de outra pessoa do discurso ou de um personagem. Exemplo: José perguntou: “Querem baunilha ou chocolate?”
Frases com ponto de interrogação:
Onde será a palestra do professor de biologia?
Como podemos deixar as pessoas sem aulas?
Qual a importância da água no planeta?
Quem você pensa que é para me tratar assim?!
Mais uma vez você não fez o que pedi?!
Quem é que não gosta de chocolate?!?!!
Ele chegou. O que faço agora?…
Que barulho é esse?…
Será que ele sabe o que está dizendo?…
Então, a professora perguntou: “Sentem-se preparados para a avaliação na próxima semana?”.
Eu perguntei: “Preferem praia ou piscina?”.
“Por que a senhora tem uma boca tão grande?”, perguntou a Chapeuzinho Vermelho à vovozinha.
Uso das Reticências (…)
As reticências, representada pela sequência de três pontos (…), é um sinal gráfico que sinaliza, principalmente, interrupção no discurso. Esse sinal de pontuação pode ser utilizado em diversas situações.
- Reticências na interrupção de ideias
Numa narração, um dos casos em que as reticências podem ser usadas acontece quando um personagem começa a falar sobre uma ideia e a interrompe.
Exemplo:
Quanto às tarefas… Fico cansado só de pensar em tudo o que preciso fazer… Talvez… Amanhã me organizo mais.
- Reticências nas indecisões
As reticências são muito boas para mostrar a hesitação dos falantes de um discurso, a dúvida em tomar uma decisão, ou mesmo a timidez.
Exemplo:
Não sei se devo aceitar o convite… Quero ir, mas tenho os meus receios.
- Reticências na transmissão de sentimentos
O sinal das reticências pode servir para sinalizar sentimentos facilmente perceptíveis na língua falada (emoção, alegria, ou tristeza).
Exemplo:
Tanto fiz por ele… sem ajuda… sozinha… consegui!
- Reticências nas omissões
As reticências também costumam ser usadas quando a intenção do discurso é fazer com que o leitor imagine o desenrolar de uma ideia iniciada pelo narrador.
Exemplo:
Mas virão outros.
Tudo somado, devias
precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento…
Dorme, meu filho.
(Trecho de Consolo na Praia, de Carlos Drummond de Andrade)
- Reticências na interrupção de discursos
Em trechos de citações, ou seja, quando não se apresenta a frase completa do autor, podemos usar as reticências entre parênteses ou entre colchetes.
Exemplo:
“(…) a expansão do terrorismo que mata homens, mulheres e crianças, destrói patrimônio da humanidade, expulsa de suas comunidades seculares milhões de pessoas, mostram que a ONU está diante de um grande desafio.”
(Trecho do discurso da Presidente Dilma no septuagésimo aniversário da Organização das Nações Unidas, em 2015)
No exemplo acima, o discurso não está transcrito na íntegra, ou seja, algumas partes foram omitidas, ficando somente a parte escolhida pelo autor que produziu o texto. Veja o trecho completo:
“A multiplicação de conflitos regionais —alguns com alto potencial destrutivo—, assim como a expansão do terrorismo que mata homens, mulheres e crianças, destrói patrimônio da humanidade, expulsa de suas comunidades seculares milhões de pessoas, mostram que a ONU está diante de um grande desafio.”
- Reticências para realçar discursos
E, finalmente, as reticências podem aparecer também como uma forma de destacar algo - uma palavra ou expressão - sendo utilizada antes delas.
Exemplo:
Aquele olhar é… encantador.
Letras maiúsculas ou minúsculas após as reticências
As letras maiúsculas podem ser usadas após as reticências quando a ideia que vem de seguida é uma ideia nova.
Por sua vez, se o discurso só apresenta uma pausa e a ideia prossegue, deveremos escrever com letra minúscula.
Uso das Aspas ( “ “ )
As aspas (“ ”) representam um recurso gráfico empregado aos pares na produção de textos sendo que uma serve para abrir e outra para fechar o discurso.
Trata-se, portanto, de um sinal de pontuação utilizado na produção textual para enfatizar palavras ou expressões, além de indicar citações de algum texto.
Quando usar aspas
Segue abaixo alguns exemplos sobre o uso das aspas:
- Para enfatizar discursos, palavras, expressões, ou para ironizar.
Exemplo:
Que “Deus” é esse?
Após encontrar o vaso quebrado, minha mãe disse: Muito “bonito” o que você fez.
- Para citar algum discurso proferido pelo próprio autor.
Exemplo: Segundo o Presidente da República: “Iremos combater a crise”.
Note que as aspas vêm identificar as palavras proferidas pelo presidente. Quando as citações diretas são escritas por meio digital, podemos acrescentar o itálico.
- Para citar obras
Quando queremos citar no texto o nome de uma obra, artigo, dissertações, teses, capítulos de livro, filmes, dentre outros, devemos utilizar as aspas (e ainda, o itálico).
Exemplo: A “Gioconda” é a obra mais famosa de Leonardo Da Vinci; O autor relata em seu artigo intitulado “Memórias de um Soldado”, sua vida durante a guerra.
- Nos estrangeirismos
O estrangeirismo (também chamado de neologismo estrangeiro) é o uso muito frequente de palavras estrangeiras que, por vezes, são acrescidas ao dicionário dependendo do uso, por exemplo, show, chat, web, dentre outros.
Geralmente quando usamos palavras estrangeiras no texto devemos colocar as aspas ou quando digitamos no computado.
Exemplo: Esperamos o “feedback” da professora.
- Nos neologismos
Quando uma palavra é criada dentro de um texto, por exemplo, um conceito novo, ela aparece entre aspas, com o intuito de demonstrar que aquele termo foi criado, sendo, portanto, um vocábulo que ainda é inexistente nos dicionários.
Exemplo: Essa noite vamos “caetanear” muito no show de Caetano Veloso.
- Nas gírias
Quando na produção textual são empregadas as expressões populares, denominadas de gírias, utilizam-se as aspas.
Exemplo: A Cibele disse que “não rolou” as vendas de bilhetes. (A expressão destacada significa na linguagem denotativa que não aconteceu.)
Tipos de aspas
Aspas Simples (‘ ’): utilizamos esse tipo quando a aspa dupla já está sendo utilizada, por exemplo: “A menina estava muito feliz no congresso em apresentar a ‘Nova Tese’ sobre o tema polêmico do aborto.”.
Aspas Duplas (“ ”): empregada nos discursos diretos para enfatizar algo no texto, ou citar alguma obra, por exemplo: Manuela preferiu dizer logo o que estava pensando: “Não gosto mais do curso.”.
Aspas antes ou depois do ponto?
Uma das grandes dúvidas na utilização das aspas é referente ao uso antes ou depois do ponto final. Sendo assim, note que há duas maneiras de utilizar as aspas, a saber:
O ponto final antes do fechamento das aspas, quando a frase está completa: “Sabemos que procuramos na vida a felicidade.”
O ponto final depois do fechamento das aspas quando o discurso não está completo: “Sabemos que procuramos na vida a felicidade (…)”.
Além disso, as vírgulas não são colocadas dentro das aspas, por exemplo: “O discurso do Presidente”, Lula da Silva, enfatizou o tema do desenvolvimento sustentável.
Curiosidade sobre as aspas
Nós utilizamos o modelo de aspas denominado de aspas inglesas (“a”) ou aspas curvas.
No entanto, há outros tipos de representar as aspas: aspas alemãs („a”); aspas francesas («a»), chamadas de aspas angulares; e as aspas japonesas (「a」)
Uso dos Parênteses ( () )
Os Parênteses ( () ) são sinais de pontuação usados para dar explicações, fazer observações acessórias, comentários ou reflexões.
Exemplos:
Os conselhos (dispensáveis) do primo, deram no que deram.
Comprou mais bolsas e sapatos (um dinheirão) e voltou para casa satisfeita.
Mal me viu, perguntou (sem qualquer discrição, como sempre) quem seria promovido.
Citações
Os parênteses são também usados para indicar nomes de autores, obras e capítulos relativos a citações.
Exemplos:
“A imaginação é mais importante que o conhecimento.” (Albert Einstein)
“Salve, símbolo augusto da paz!” (Hino à Bandeira)
“Toda pessoa tem capacidade de ser criativa e cada pessoa tem uma maneira diferente de expressar sua criatividade.” (Wechsler, 1998, p. 64)
Indicações Cênicas
Os parênteses são, ainda, utilizados nos roteiros de teatro.
Exemplos:
Personagem 1 (com voz trêmula) — Quem está aí?
Personagem 2 (rindo) — Não posso dizer. É surpresa!
Alternativas
E, finalmente, os parênteses são utilizados para indicar alternativas de palavras.
Exemplos:
Caro(s) Senhor(es), agradecemos o contato.
Pedimos a compreensão de Vossa(s) Senhoria(s).
Veja também: Sinais de Pontuação
Exercício
Utilize os parênteses, se necessário.
a) Amanhã chegam os livros que eu pedi há cerca de um mês.
b) Já peço insistentemente esses livros há cerca de um mês.
c) O discurso emocionante fez a plateia aplaudir de pé.
d) Gritando como já é hábito me pediu que levasse dois cafés.
e) “E disse Deus: Haja luz; e houve luz.” Gênesis 1:3
Uso do Travessão (—)
O Travessão (—) é um sinal de pontuação usado especialmente no início de cada fala no discurso direto.
Há, porém, outras formas de utilização, em que ele substitui vírgulas ou parênteses. Você aprenderá todas aqui.
Uso do travessão
1. Para introduzir a fala de cada interlocutor no discurso direto.
Exemplos:
— Que tal irmos por este caminho?
— É isso que o mapa está mostrando?
— Não, mas não entendo nada desse mapa.
— Esquece, vou tentar seguir as indicações das placas.
- Para intercalar o discurso direto e o discurso indireto.
Exemplos:
— Que tal irmos por este caminho? — sugeriu a mulher.
— Diz-me só uma coisa — interpela o marido — É isso que o mapa está mostrando?!?
— Não, mas não entendo nada desse mapa. — responde a mulher já cansada de andar às voltas.
— Esquece, vou tentar seguir as indicações das placas.
- No lugar dos dois pontos. Exemplos:
Meus vizinhos vão me enlouquecer — gritos e brigas até de madrugada.
Só ela consegue me fazer sentir melhor — minha mãe.
Duplo travessão
O duplo travessão é usado no aposto, para isolar conteúdo da frase que tenha o objetivo de explicar, bem como, conteúdo para o qual se quer dar destaque.
Além de vir separado pelo duplo travessão, o aposto pode ser isolado por vírgulas ou parênteses.
Exemplos:
Eles — que se achavam muito espertos — foram enganados mais uma vez.
O juiz — confiante com a sua decisão — declarou o réu culpado.
Diferença entre travessão e hífen
O travessão o hífen são sinais diferentes. Enquanto o primeiro é um sinal de pontuação, o hífen é um sinal gráfico. Aprenda o Emprego do Hífen.
Concordância Verbal
Concordância verbal é a relação estabelecida de forma harmônica entre sujeito e verbo. Isso quer dizer que quando o sujeito está no singular, o verbo também deve estar; quando o sujeito estiver no plural, o verbo também estará.
Exemplos:
Eu adoro quando as flores desabrocham na Primavera.
Elas adoram quando as flores desabrocham na Primavera.
Cristina e Eva entraram no hospital.
Parece simples, mas há várias situações que provocam dúvidas não só nos alunos, mas em qualquer falante da língua portuguesa. Vamos a elas!
Regras de concordância verbal
1. Concordância com sujeito coletivo
Quando o sujeito é coletivo, o verbo fica sempre no singular. Exemplos:
A multidão ultrapassou o limite.
O elenco era muito competente.
Por outro lado, se o coletivo estiver especificado, o verbo pode ser conjugado no singular ou no plural. Exemplos:
A multidão de fãs ultrapassou o limite.
A multidão de fãs ultrapassaram o limite.
2. Concordância com coletivos partitivos
O verbo pode ser usado no singular ou no plural em coletivos partitivos, tais como “a maioria de”, “a maior parte de”, “grande número de”. Exemplos:
Grande número dos presentes se retirou.
Grande número dos presentes se retiraram.
3. Concordância com as expressões “mais de”, “menos de”, “cerca de”
Nas expressões “mais de”, “menos de”, “cerca de”, o verbo concorda com o numeral. Exemplos:
Mais de uma mulher quis trocar as mercadorias.
Mais de duas pessoas chegaram antes do horário.
Nos casos em que “mais de” é repetido, indicando reciprocidade, o verbo vai para o plural. Exemplos:
Mais de uma professora se abraçaram.
Mais de um funcionário se ajudaram.
4. Concordância com nomes próprios
Com nomes próprios, a concordância deve ser feita considerando a presença ou não de artigos. Exemplos:
Os Estados Unidos influenciam o mundo.
Estados Unidos influencia o mundo.
5. Concordância com pronome relativo “que”
O verbo deve concordar com o antecedente do pronome “que”. Exemplos:
Fui eu que levei.
Foste tu que levaste.
Foi ele que levou.
6. Concordância com pronome relativo “quem”
O verbo pode ser conjugado na terceira pessoa do singular ou pode concordar com o antecedente do pronome “quem”. Exemplos:
Fui eu quem afirmou.
Fui eu quem afirmei.
7. Concordância com expressão “um dos que”
Com a expressão “um dos que”, o verbo pode ser conjugado no singular ou no plural. Exemplos:
Ele foi um dos que mais contribuiu.
Ele foi um dos que mais contribuíram.
8. Concordância com sujeitos formados por sinônimos
Na concordância com sujeitos formados por sinônimos, o verbo pode: ir para o plural, ficar no singular ou concordar com o núcleo mais próximo. Exemplos:
Preguiça e lentidão destacaram aquela gerência.
Preguiça e lentidão destacou aquela gerência.
9. Concordância com sujeito formado por palavras em graduação e enumeração
Na concordância com sujeito formado por palavras em graduação e enumeração, o verbo pode flexionar para o plural ou pode concordar com o núcleo mais próximo. Exemplos:
Um mês, um ano, uma década de poder não supriu a saúde.
Um mês, um ano, uma década de poder não supriram a saúde.
10. Concordância com sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes
Na concordância com sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo vai para o plural e concorda com a pessoa, por ordem de prioridade. Exemplos:
Eu, tu e Cássio só chegaremos ao fim da noite.
(eu, 1.ª pessoa + tu, 2.ª pessoa + ele, 3.ª pessoa), ou seja, a 1.ª pessoa do singular tem prioridade e, no plural, ela equivale a nós, ou seja, “nós chegaremos”.
Jair e eu conseguimos comprar um apartamento.
(eu, 1.ª pessoa + Jair, 3.ª pessoa). Aqui também é a 1.ª pessoa do singular que tem prioridade. No plural, ela equivale a nós, ou seja, “nós conseguimos”.
11. Concordância com sujeitos ligados por “ou”
Os verbos ligados pela partícula “ou” vão para o plural quando a ação verbal estiver se referindo a todos os elementos do sujeito. Exemplos:
Doces ou chocolate desagradam ao menino.
Água ou suco refrescam neste calor.
Quando a partícula “ou” é utilizada como retificação, o verbo concorda com o último elemento. Exemplos:
A menina ou as meninas esqueceram muitos acessórios.
A mãe ou o pai não lhe deu educação.
Mas, quando a ação verbal é aplicada a apenas um dos elementos, o verbo permanece no singular. Exemplos:
Laís ou Elisa ganhará mais tempo.
O marido ou a mulher vai ao supermercado hoje.
12. Concordância com sujeitos ligados por “nem”
Quando os sujeitos são ligados por “nem”, o verbo vai para o plural. Exemplos:
Nem chuva nem frio são bem recebidos.
Nem futebol nem natação são os seus esportes preferidos.
13. Concordância com sujeitos ligados por “com”
Quando os sujeitos são ligados pela palavra “com” com sentido de “e”, o verbo vai para o plural. Exemplos:
O ator com seus convidados chegaram às 6 horas.
O patrão com o funcionário saíram para almoçar.
Mas, quando “com” representar “em companhia de”, o verbo concorda com o antecedente e o segmento “com” é grafado entre vírgulas. Exemplos:
O patrão, com o funcionário, saiu para almoçar.
O pintor, com todos os auxiliares, resolveu mudar a data da exposição.
14. Concordância com sujeitos ligados por “não só, mas também”, “tanto, quanto”, “não só, como”
Quando os sujeitos são ligados por “não só, mas também”, “tanto, quanto”, “não só, como”, o verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais próximo. Exemplos:
Tanto Rafael como Marina participaram da mostra.
Tanto Rafael como Marina participou da mostra.
15. Concordância com a partícula “se”
No caso em que a palavra “se” é índice de indeterminação do sujeito, o verbo deve ser conjugado na 3.ª pessoa do singular. Exemplos:
Confia-se em todos.
Alegra-se com tudo.
No caso em que a palavra “se” é partícula apassivadora, o verbo deve ser conjugado concordando com o sujeito da oração. Exemplos:
Construiu-se uma igreja.
Construíram-se novas igrejas.
16. Concordância com verbos impessoais
Os verbos impessoais - haver, com sentido de existir, fazer, com sentido de tempo decorrido, e verbos que manifestam fenômenos naturais - sempre são conjugados na 3.ª pessoa do singular. Exemplos:
Havia muitos copos naquela mesa.
Houve dois meses sem mudanças.
17. Concordância com sujeito seguido por “tudo”, “nada”, “ninguém”, “nenhum”, “cada um”
Na concordância com sujeito seguido por “tudo”, “nada”, “ninguém”, “nenhum”, “cada um”, o verbo fica no singular. Exemplos:
Amélia, Camila, Pedro, ninguém o convenceu de mudar a opinião.
Diretor, professores e funcionários, cada um pensa de um jeito.
18. Concordância com sujeitos ligados por “como”, “assim como”, “bem como”
Na concordância com sujeitos ligados por “como”, “assim como”, “bem como”, o verbo é conjugado no plural. Exemplos:
O trabalho, assim como a confiança, fizeram dela uma mulher forte.
O atleta, bem como o treinador, foram homenageados.
19. Concordância com locuções “é muito”, “é pouco”, “é mais de”, “é menos de”
Na concordância com locuções “é muito”, “é pouco”, “é mais de”, “é menos de”, que indicam preço, peso e quantidade, o verbo fica sempre no singular. Exemplos:
Três vezes é muito.
Dois quilos de laranja é pouco para fazer o suco.
20. Concordância com verbos “dar”, “soar” e “bater” + hora(s)
Com horas, os verbos “dar”, “soar” e “bater” sempre concordam com o sujeito. Exemplos:
Deu uma hora que espero.
Soaram duas horas.
21. Concordância nas indicações de datas
O verbo deve concordar com a indicação numérica da data. Exemplos:
Hoje são 2 de maio.
Amanhã é 1 de dezembro.
Mas o verbo também pode concordar com a palavra dia. Exemplos:
Hoje é dia 2 de maio.
Anteontem foi dia 20 de agosto.
22. Concordância com verbos no infinitivo
Verbos no infinitivo IMPESSOAL não devem ser flexionados nas seguintes situações:
a) Quando têm valor de substantivo. Exemplos Comer é o melhor que há.
b) Quando têm valor imperativo. Exemplo: Vá dormir!
c) Quando são os verbos principais de uma locução verbal. Exemplo: Íamos sair quando você chegou.
d) Quando são regidos por preposição. Exemplo: Começamos a cantar.
Verbos no infinitivo PESSOAL devem ser flexionados quando os sujeitos são diferentes e queremos defini-los. Exemplos:
Comprei a pizza para eles comerem.
Ouvi os vizinhos chamarem.
Concordância Nominal
Concordância nominal é a relação entre palavras que garante que os substantivos concordem com artigos, adjetivos, pronomes e numerais.
Exemplo: Estas três obras maravilhosas estavam esquecidas na biblioteca.
Neste exemplo, o pronome “estas”, o numeral “três” e o adjetivo “maravilhosas” concordam com o substantivo “obras”, que é um substantivo feminino e está no plural.
Regras de concordância nominal
1. Concordância entre substantivo e um adjetivo
O adjetivo deve concordar em gênero e número com o substantivo. Exemplos:
Que pintura bonita!
As frutas estão deliciosas.
Quando há mais do que um substantivo, o adjetivo deve concordar com aquele que está mais próximo. Exemplo:
Que bonita pintura e poema!
Que bonito poema e pintura!
Mas, se os substantivos forem nomes próprios, o adjetivo deve ficar no plural. Exemplo:
Debaixo dos Caracóis dos seus Cabelos é uma composição dos grandes Roberto Carlos e Erasmo Carlos em homenagem a Caetano Veloso.
As encantadoras Clarice e Cecília Meireles pertencem ao Modernismo.
Quando há mais do que um substantivo, e o adjetivo vem depois dos substantivos, deve concordar com aquele que está mais próximo ou com todos eles. Exemplos:
Que pintura e poema bonito!
Que poema e pintura bonita!
Que pintura e poema bonitos!
Que poema e pintura bonitos!
2. Concordância entre substantivo e mais do que um adjetivo
Quando um substantivo é caracterizado por mais do que um adjetivo, a concordância pode ser feita das seguintes formas:
Colocando o artigo antes do último adjetivo. Exemplo:
Adoro a comida italiana e a chinesa.
Conhece a literatura brasileira e a inglesa.
Colocando o substantivo e o artigo que o antecede no plural. Exemplo:
Adoro as comidas italiana e chinesa.
Conhece as literaturas brasileira e inglesa.
3. Concordância entre números ordinais
Nos casos em que há números ordinais ANTES do substantivo, o substantivo pode ser usado tanto no singular como no plural. Exemplos:
A segunda e a terceira casa.
A segunda e a terceira casas.
Nos casos em que há números ordinais DEPOIS do substantivo, o substantivo deve ser usado no plural. Exemplo:
As casas segunda e terceira.
Os lugares primeiro e segundo.
4. Concordância entre expressões
Abaixo, explicamos a concordância entre as expressões que trazem mais dúvidas: anexo, bastante, meio, menos. é proibido, é bom, é necessário.
Anexo
A palavra “anexo” deve concordar em gênero e número com o substantivo. Exemplos:
Segue anexo o recibo.
Segue anexa a fatura.
Mas, a expressão “em anexo” não varia. Exemplos:
Segue em anexo o recibo.
Segue em anexo a fatura.
Bastante(s)
Quando tem a função de adjetivo, a palavra “bastante” deve concordar em gênero e número com o substantivo. Exemplos:
Recebemos bastantes telefonemas.
Venderam bastantes produtos.
Quando tem a função de advérbio, a palavra “bastante” não varia. Exemplos:
Eles cantam bastante bem.
Fomos bastante amigos.
Meio
Quando tem a função de adjetivo, a palavra “meio” deve concordar em gênero e número com o substantivo. Exemplos:
Atrasado, tomou meio copo de leite e saiu correndo.
Atrasado, tomou meia xícara de leite e saiu correndo.
Quando tem a função de advérbio, a palavra “meio” não varia. Exemplos:
Ele é meio maluco.
Ela é meio maluca.
Menos
A palavra “menos” não varia. Exemplos:
Hoje, tenho menos alunos.
Hoje, tenho menos alunas.
Tirinha com exemplo de erro de concordância nominal
É proibido, é bom, é necessário
As expressões “é proibido, é bom, é necessário” não variam, a não ser que sejam acompanhadas por determinantes que as modifiquem. Exemplos:
É proibido entrada.
É proibida a entrada.
Verdura é bom.
A verdura é boa.
Paciência é necessário.
A paciência é necessária.