Síndrome Ictérica Flashcards
O que é Icterícia?
É a coloração amarelada de pele e mucosas
Qual a principal fonte de bilirrubina no corpo?
85% têm origem na degradação de hemácias senis
Além da hemoglobina, quais outras fontes de bilirrubina?
Citocromo P450 e mioglobina
Qual a sequência de degradação da hemácia até a bilirrubina?
Hemácia > hemoglobina > globina + heme > heme = ferro + protoporfirina > biliverdina > bilirrubina
A bilirrubina indireta é ligada a quem?
Albumina
Quais são as características da bilirrubina indireta?
Insolúvel e não conjugada
Quais são os processos de transformação de BI para BD realizados pelos hepatócitos?
Captação, conjugação e excreção
O que acontece com a bilirrubina após ser excretada na bile?
Uma parte é metabolizada por bactérias no íleo terminal com formação de urobilinogênio
O que acontece com o urobilinogênio no íleo terminal?
Uma parte é absorvido, entra na circulação e é excretado na urina sob a forma de urobilina
O que acontece com a bile que não é metabolizada por bactérias?
Sai nas fezes, sendo chamada de estercobilina e responsável pela coloração fecal
Quais são as principais etiologias do aumento de BI?
Superprodução de BI (hemólise), Diminuição da captação (medicamentos, jejum prolongado, infecções) e Diminuição na conjugação (síndromes genéticas e imaturidade do sistema de conjugação em RN)
O que devo pensar em adulto com aumento de BI?
Hemólise ou Síndrome genética
Quais são as principais síndromes genéticas que cursam com elevação de BI?
Sd de Gilbert e Sd de Crigler-Najjar
O que causa aumento de BD?
Lesão de hepatócito ou impossibilidade de excreção da bilirrubina do hepatócito para os canalículos biliares ou obstrução ao fluxo da bile para o intestino
Quais as principais etiologias sindrômicas para aumento de BD?
Síndrome Hepatocelular e Síndrome Colestática
Qual a etapa limitante e mais sensível do metabolismo da bilirrubina? Por quê?
A excreção, pois depende de ATP
Quais as principais causas de “aumento de BD e mais nada”?
Síndrome de Dubin-Johnson e Síndrome de Rotor
Quais as principais causas de icterícia por padrão hepatocelular?
Vírus (A, B, C, D, E, EBV, CMV, herpes-simplex), Álcool, Drogas, Autoimune
Quais as principais causas de icterícia por padrão colestático intra-hepático?
Vírus (A), Álcool, Drogas, Cirrose Biliar Primária, Leptospirose
Quais as principais causas de icterícia por padrão colestático extra-hepático?
Coledocolitíase, Síndrome de Mirizzi, Colangite Esclerosante Primária, Pancreatite Crônica, Parasitas e malignidades
Quais as principais malignidades que causam icterícia por padrão colestático?
Colangiocarcinoma, câncer de cabeça de pâncreas, câncer de vesícula biliar, câncer periampular
A partir de qual valor de bilirrubina há impregnação de esclera? E da pele?
2,5 - 3mg/dL; > 5mg/dL
Quais as características clínicas do paciente portador de Síndrome Hepatocelular ou Colestática? Qual o sinal mais útil na diferenciação entre elas?
Icterícia, colúria, acolia fecal, fadiga, anorexia, náuseas, vômitos, dor no hipocôndrio direito. Prurido.
O que é Colelitíase?
Presença de cálculo na Vesícula Biliar
Quais as principais complicações da Colelitíase?
Colecistite, Coledocolitíase, Colangite, Pancreatite Biliar e Íleo Biliar
O que causa a Colecistite Aguda?
Inflamação causada por um cálculo impactado no Ducto Cístico
Qual o mecanismo de inflamação da Colecistite Aguda?
Químico - pelo aumento da tensão luminal com conversão da lecitina em lisolecitina a qual provoca irritação química da parede da Vesícula
Bacteriano - após 2 a 3 dias com proliferação bacteriana
Qual o quadro clínico da Colecistite Aguda?
Febre + Quadro abdominal inflamatório QSD + Sinal de Murphy
O que é o Sinal de Murphy?
Parada súbita da inspiração profunda por dor durante a palpação do ponto cístico
Dor da colecistite aguda irradiada para o Ombro por irritação diafragmática
Sinal de Kehr
Dor referida para a ponta da Escápula direita em quadro de Colecistite Aguda
Sinal de Boas
Laboratório da Colecistite Aguda
Leucocitose + Bilirrubinas normais + aumento discreto de transaminases e amilase
Qual o rincipal exame complementar da Colecistite Aguda?
USG Abdominal
Qual o exame mais sensível da Colecistite Aguda?
Cintilografia com 99m-Tc-HIDA
Quais são as principais bactérias da Colecistite Aguda?
Gram-negativos entéricos (E. coli, Klebsiella sp., Enterobacter sp.) e Enterococcus sp.
Qual o tratamento inicial da Colecistite Aguda?
Antibioticoterapia Venosa + Hidratação Venosa + Analgesia
Qual o tratamento definitido da Colecistite Aguda?
Colecistectomia (VL) nas primeiras 72h
Quais as possíveis complicações da Colecistite Aguda?
Empiema de Vesícula + Sepse biliar, Gangrena + perfuração, Colecistite Enfisematosa
Quais as evoluções da Gangrena + Perfuração da Colecistite Aguda?
Abscesso perivesical se a perfuração for bloqueada, peritonite séptica generalizada se a perfuração for livre e fístula colecistoentérica que pode gerar Íleo Biliar
Qual o principal microorganismo envolvido na Colecistite Enfisematosa?
Clostridium perfringes
Qual o principal grupo de risco da Colecistite Enfisematosa?
Diabéticos
Qual a explicação da Icterícia em uma Colecistite Aguda?
Não há icterícia. Pode haver na Síndrome de Mirizzi
Quais os sinais e sintomas clássicos da Colecistite Aguda?
Dor biliar prolongada (> 6h), Anorexia, Náuseas e Vômitos, Febre (baixa - moderada), Irritação Peritoneal em QSD, Massa dolorosa palpável em QSD e Sinal de Murphy
Quais as principais diferenças entre Colecistite Aguda e Pancreatite Aguda?
Vômitos mais proeminentes e Amilase muito mais elevada em Pancreatite
Quais os sinais de Inflamação da Vesícula visualizados na USG Abdominal?
Espessamento da Parede da Vesícula (> 4mm), Coleção Pericolecística, Distensão da Vesícula, Cálculo impactado e Sinal de Murphy ultrassonográfico
Tratamento ATB da Colecistite Aguda?
Ceftriaxona + Metronidazol
Tratamento da Colecistite Aguda em pacientes que não toleram cirurgia?
Drenagem Biliar
Quais as indicações de cirurgia de urgência na Colecistite Aguda?
Empiema, Gangrena com Perfuração e Fístula Colecistoentérica. São as complicações
Quantos % dos pacientes com Colecistite Aguda complicam?
10 - 20%
O que classifica a Colecistite Aguda como Tokyo I?
Colecistite Aguda Leve - sem critérios de gravidade
Colecistite em um paciente saudável, sem comorbidades, sem disfunção orgânica e com alterações inflamatórias leves
O que classifica a Colecistite Aguda como Tokyo II?
Colecistite Aguda Moderada - Leucocitose > 18.000, Plastrão/Massa palpávem em HCD, Sintomas > 72h e Complicações
O que classifica a Colecistite Aguda como Tokyo III?
Colecistite Aguda Grave - Disfunção Orgânica - Hipotensão + DVA, RNC, PaO2/FiO2 < 300, Oligúria ou Cr > 2, INR > 1,5, Plqt < 100.000
Para quem é indicado tratamento cirúrgico na Colecistite Aguda?
Tokyo I e II
Para quem é indicada drenagem de urgência na Colecistite Aguda?
Tokyo III
O que é a Síndrome de Mirizzi?
Obstrução extrínseca do Ducto Hepático Comum por cálculo impactado no Ducto Cístico (efeito mecânico ou edema inflamatório)
Qual a principal importância da Síndrome de Mirizzi durante a cirurgia?
Aumenta o risco de lesão iatrogênica da via biliar durante a colecistectomia VL
O que caracteriza a Síndrome de Mirizzi tipo I?
Ausência de fístula
O que caracteriza a Síndrome de Mirizzi tipo II?
Presença de fístula que envolve até 1/3 do ducto hepático comum
O que caracteriza a Síndrome de Mirizzi tipo III?
Presença de fístula que envolve até 2/3 do ducto hepático comum
O que caracteriza a Síndrome de Mirizzi tipo IV?
Presença de fístula que envolve todo o diâmetro do ducto hepático comum
Qual a apresentação clínica da Síndrome de Mirizzi?
Síndrome Colestática progressiva (icterícia + colúria + acolia fecal + prurido), complicando com episódio de Colangite Recorrente (Icterícia + Dor biliar + Febre)
Quais os exames complementares da Síndrome de Mirizzi
Confirmado por CPRE (Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica) ou CTP (Colangiografia Trans-hepática Percutânea). USG é apenas sugestivo
Qual o tratamento da Síndrome de Mirizzi?
Sempre cirúrgico + colecistectomia
Qual o tratamento da Síndrome de Mirizzi tipo I?
Coledocotomia com exploração da via biliar + Dreno de Kehr
Qual o tratamento da Síndrome de Mirizzi tipo II?
Sutura da fístula ou coledocoplastia
Qual o tratamento da Síndrome de Mirizzi tipo III?
Coledocoplastia
Qual o tratamento da Síndrome de Mirizzi tipo IV?
Colecistectomia + Derivação Biliodigestiva
O que é Coledocolitíase?
É a presença de cálculos em colédoco promovendo obstrução (colestase)
Qual a origem do cálculo da Coledocolitíase?
10% primários, 90% secundários da Vesícula
Quais as características dos cálculos primários da Coledocolitíase?
Pigmentados castanhos associados a estase (estenose cicatricial, estenose de papila, neoplasia, cisto biliar) e infecção (colangite bacteriana crônica)
Quais as classificações dos cálculos da Coledocolitíase?
Residuais (identificados nos 2 primeiros anos da colecistectomia) e Recorrentes (após 2 anos)
Qual a apresentação clínica da Coledocolitíase?
Icterícia Flutuante
Qual o exame padrão-ouro para diagnóstico de Coledocolitíase?
CPRE (Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica)
Qual o tratamento da Coledocolitíase?
Depende do risco cirúrgico do paciente
Qual a indicação da Papilotomia Endoscópica na Coledocolitíase?
Terapia de escolha na descoberta antes da colecistectomia ou após a colecistectomia
Qual a indicação da Exploração Laparoscópica do Colédoco?
Terapia de escolha para a descoberta de coledocolitíase durante a colecistectomia
Quais as indicações da Derivação Biliodigestiva na Coledocolitíase?
Colédoco muito dilatado (> 2 cm), Múltiplos cálculos (> 6), Cálculos intra-hepáticos residuais e Coledocolitíase Primária
Quais são os preditores Muito Fortes de Coledocolitíase da ASGE?
Presença de cálculo no colédoco na USG, clínica de colangite e BT > 4
Quais são os preditores Fortes de Coledocolitíase da ASGE?
Colédoco dilatado na USG (> 6mm) e BT 1,8 - 4
Quais são os preditores Moderados de Coledocolitíase da ASGE?
Transaminases alteradas, Idade > 55 anos e clínica de Pancreatite biliar
Qual a conduta no Risco Alto de Coledocolitíase da ASGE?
CPRE (1 preditor muito forte ou 2 forte)
Qual a conduta no Risco Intermediário de Coledocolitíase da ASGE?
1 preditor forte ou moderado = Se cirurgia > colecistectomia laparoscópica + colangiografia ou USG intraoperatório; Se não vai operar > ColangioRM ou USG endoscópicos. Se cálculos = CPRE
Qual a conduta no Risco Baixo de Coledocolitíase da ASGE?
Colecistectomia laparoscópica apenas
No que consiste a Síndrome do Ralo (Sump Syndrome)?
Entupimento da anastomose biliodigestiva por refluxo de resíduos alimentares, que pode ocasionar novos episódios de icterícia flutuante, infecções da via biliar e colangiocarcinoma
Quais são as causas de icterícia após uma colecistectomia?
Coledocolitíase residual e estenose cicatricial
Quais os fatores de risco para Estenose Cicatricial após Colecistectomia?
Vesícula inflamada e aderente (colecistite), sangramento cirúrgico, obesidade e variações anatômicas
Qual o tratamento da estenose cicatricial após a colecistectomia?
Reparo primário, endopróteses (stent) ou derivação biliodigestiva
Após quantos dias da coledocotomia laparotômica o Dreno de Kehr deve ser removido?
14 a 21 dias
O que é a Colangite Bacteriana Aguda?
Infecção das vias biliares por bactérias piogênicas após obstrução ao fluxo de bile
Quais os microorganismos envolvidos na Colangite Bacteriana Aguda?
Os mesmos da Colecistite Aguda, i. e., E. coli, Klebsiella sp. e Enterobacter
Quais as causas de Colangite Bacteriana Aguda?
Qualquer causa que promova estase de bile, por exemplo coledocolitíase, estenose cicatricial, colangite esclerosante, cisto biliar e tumores obstrutivos
Qual a apresentação clínica da Colangite Bacteriana Aguda?
Síndrome Ictérica + Síndrome Inflamatória Abdominal (Colecistite + Coledocolitíase) = Tríade de Charcot / Pêntade de Reynolds
No que consiste a Tríade de Charcot?
Febre (alta com calafrios) + Ictéricia + Dor Biliar (Sinal de Murphy)
No que consiste a Pêntade de Reynolds?
Tríade de Charcot + SEPSE
Febre (alta com calafrios) + Ictéricia + Dor Biliar (Sinal de Murphy) + Hipotensão + Estado confusional
Qual o laboratório da Colangite Aguda?
Leucocitose neutrofílica (> 15.000) + Hiperbilirrubinemia direta + aumento de transaminases e FA
Como é realizado o diagnóstico da Colangite Aguda?
É clínico
Qual o primeiro exame complementar da Colangite Aguda?
USG Abdominal = visualizar dilatação de vias bilares e coledocolitíase
Qual o papel da CPRE na Colangite Aguda?
Confirmar o diagnóstico e tratar
Qual o tratamento da Colangite Aguda Não Supurativa?
ATB venoso + descompressão eletiva (CPRE ou colecistectomia + colangiografia intraoperatória)
Qual o tratamento da Colangite Aguda Supurativa?
ATB venoso + descompressão de urgência (papilotomia endoscópica para cálculos e endopróteses para tumores, caso não resolva = cirurgia)
Quais os esquemas ATB para Colangite Aguda?
Ceftriaxona + Metronidazol ou Ampicilna + Gentamicina + Metronidazol
Quais os critérios para indicar drenagem de urgência na Colangite Aguda?
Dor abdominal persistente, hipotensão refratária a volume, confusão mental, febre > 39ºC (sepse)
Qual o principal tumor da via biliar?
O tumor de vesícula biliar
Qual o principal tumor que obstrui a via biliar?
O tumor de cabeça de pâncreas
Quais são os tipos de pólipos de vesícular biliar?
Pólipos hiperplásicos (benignos) e neoplásicos
Quais são os tipos de pólipos hiperplásicos da vesícula biliar?
Pólipos de colesterol (<1 cm, pedunculados, múltiplos, vesícula em morango) e pólipos adenomiomatosos (grande, único, séssil, umbiculado)
Quais são os tipos de pólipos neoplásicos da vesícula biliar?
Pólipo adenomatoso (não faz invasão transmural) e pólipo carcinomatoso (é o próprio carcinoma de vesícula)
Quais as indicações de colecistectomia na presença de pólipo em vesícula?
Pólipos sintomaticos (dor biliar típica) ou assintomáticos com: colelitíase (risco de malignizar), idade > 60 anos, diâmetro > 1 cm e crescimento documentado em USG seriada
Qual o principal tipo histológico do Carcinoma de Vesícula Biliar?
Adenocarcinoma (90%)
Quais os fatores de risco para o desenvolvimento de Carcinoma de Vesícula Biliar?
Fatores que promovem Inflamação Crônica. Colelitíase, Vesícula em porcelana, anomalia da junção pancreatobiliar, cisto de colédoco, pólipo adenomatoso, colangite esclerosante primária, obesidade, infecção por Salmonella typhi
Qual a apresentação clínica do Carcinoma de Vesícula Biliar?
Normalmente assintomático até estágio avançado (tumor se origina no fundo ou corpo da vesícula). O sintoma mais comum é a dor biliar episódica. Obstrução biliar em 30% dos sintomáticos = icterícia progressiva, prurido e emagrecimento. Outra manifestação: colecistite aguda + anorexia + emagrecimento - icterícia
Qual o principal tipo histológico do Colangiocarcinoma?
Adenocarcinoma (90%)
Qual o tipo do Colangiocarcinoma mais comum?
Tumor de Klatskin (75%) localizado na confluência dos ductos hepáticos
O que é o Tumor de Klatskin Tipo I da Classificação de Bismuth-Corlette?
Quando acomete só hepático comum
O que é o Tumor de Klatskin Tipo II da Classificação de Bismuth-Corlette?
Quando acomete o hepático comum e a bifurcação dos hepáticos
O que é o Tumor de Klatskin Tipo III da Classificação de Bismuth-Corlette?
Quando acomete o hepático comum, a bifurcação e só o hepático direito (IIIa) ou só o esquerdo (IIIb)
O que é o Tumor de Klatskin Tipo IV da Classificação de Bismuth-Corlette?
Quando acomete o hepático comum, a bifurcação e tanto o hepático direito quanto o esquerdo
Quais os fatores de risco para Colangiocarcinoma?
Idade avançada (50 - 70 anos), Colangite Esclerosante Primária, Cistos Biliares Congênitos, Hepatolitíase, Derivação Biliodigestiva, Hepatites B e C, doenças genéticas, papilotomia transduodenal, parasitas hepáticos, sexo masculino
Qual a apresentação clínica do Colangiocarcinoma?
Síndrome Colestática Clássica evoluindo com icterícia progressiva indolor (90%), além de colúria, hipocolia fecal, prurido, anorexia e emagrecimento
Como é a Vesícula do Colangiocarcinoma?
Escleroatrófica
Como é o laboratório do Colangiocarcinoma?
Típico de colestase: FA muito elevada + BT > 10 - 15 (que indica drenagem por CPRE ou CTP.
Qual o tratamento cirúrgico do Colangiocarcinoma Intra-hepático?
Hepatectomia parcial
Qual o tratamento cirúrgico do Colangiocarcinoma Extra-hepático?
Cirurgia de Whipple (Gastroduodenopancreatectomia)
Qual o tratamento cirúrgico do Tumor de Klatskin Bismuth-Corlette tipos I e II?
Ressecção em bloco dos ductos biliares extra-hepáticos + colecistectomia + linfadenectomia regional + hepaticojejunostomia em Y de Roux. Tipo II pode necessitar de lobectomia hepática
Qual o tratamento cirúrgico do Tumor de Klatskin Bismuth-Corlette tipos III e IV?
Ressecção em bloco dos ductos biliares extra-hepáticos + colecistectomia + linfadenectomia regional + hepaticojejunostomia em Y de Roux + lobectomia hepática com ressecção e reconstrução de veia porta e/ou artéria hepática
Qual o principal tumor periampolar?
Carcinoma de cabeça de pâncreas (85%)
Quais são os tumores periampolares?
Carcinoma de cabeça de pâncreas, Carcinoma da Ampola de Vater, Colangiocarcinoma distal (colédoco) e Tumor de duodeno próximo à Ampola de Vater
Quais as características comuns aos tumores periampolares?
Proximidade com a papila de Vater, icterícia progressiva e vesícula de Courvoisier-Terrier
Qual o tipo histológico do adenocarcinoma de cabeça de pâncreas?
Adenocarcinoma ductal (80 - 90%)
Quais os fatores de risco para carcinoma de cabeça de pâncreas?
Idade avançada, sexo masculino, raça negra, tabagismo, história familiar positiva, diabetes e obesidade, síndromes genéticas (PAF, Peutz-Jeghers), pancreatite crônica ou hereditária e exposição ocupacional a carcinôgenos
Qual a apresentação clínica do carcinoma de cabeça de pâncreas?
Icterícia, dor abdominal epigástrica e emagrecimento. A icterícia é progressiva e contínua, associada a colúria, hipocolia fecal e prurido intenso. A dor é constante e pode ter irradiação em barra.
Qual Síndrome Paraneoplásica está associada ao Carcinoma de Cabeça de Pâncreas?
Síndrome de Trousseau
No que consiste a Síndrome de Trousseau?
Síndrome Paraneoplásica caracterizada por tromboflebite migratória.
Qual o marcador tumoral do carcinoma de cabeça de pâncreas?
CA-19-9
Quais exames auxiliam no diagnóstico e estadiamento do carcinoma de cabeça de pâncreas?
USG endoscópico, TC helicoidal trifásica e PET
Quais são os carcinomas de cabeça de pâncreas ressecáveis?
Tis (carcinoma in situ), Estágios I (T1 ou T2 confinado ao pâncreas) e II (T3 ou N1)
Quais são os carcinomas de cabeça de pâncreas irressecáveis?
Estágio III e IV (metástase à distância)
Qual o tratamento dos carcinomas de cabeça de pâncreas ressecáveis?
Cirurgia de Whipple (gastroduodenopancreatectomia) + linfadenectomia regional + Tratamento adjuvante (QTx + - RTx)
Qual o tratamento dos carcinomas de cabeça de pâncreas irressecáveis?
Tratamento paliativo através da endoprótese via CPRE para desobstruir a icterícia, analgesia, bloqueio de plexo celíaco + QTx +- RTx paliativa
De onde é derivado o adenocarcinoma ductal pancreático geralmente?
Do epitélio distal do ducto de Wirsung
Como é a macroscopia do adenocarcinoma ductal pancreático?
Lesão dura, irregular, pouco delimitada, acintenzada e resistente
Quais são as lesões pancreáticas com maior potencial de malignização?
Neoplasia Cística Mucinosa (MCN) e Neoplasia Mucinosa Papilar Intraductal (IPMN). São as lesões pré-malignas
Quais as mutações associadas ao adenocarcinoma pancreático?
K-ras, HER2/neu, BRCA2, DPC4 e p53
Quais as manifestações clínicas do carcinoma pancreático?
Emagrecimento (92%), Icterícia (82%), dor (72%), prurido (24%), fraqueza (35%), náuseas e vômitos (37%)
Quais os fatores sugestivos de carcinoma pancreático irressecável?
Emagrecimento e massa abdominal palpável
Quais as principais metástases do carcinoma pancreático?
Fígado, Pulmão e Peritôneo
Quais as manifestações do carcinoma pancreático são semelhantes ao câncer gástrico?
Metástase umbilical (Nódulo da irmã Maria José), pélvica (Prateleira de Blumer) e linfonodo supraclavicular esquerdo (nódulo de Virchow)
Quais os marcadores associados ao carcinoma pancreático?
CA-19-9, CEA e Alfafetoproteína
Qual a principal utilização do marcador CA-19-9 no carcinoma pancreático?
Avaliação pré e pós-tratamento. Quanto maior o valor, pior o prognóstico
O que pode aumentar o marcador CA-19-9?
Colangiocarcinoma, cânceres de vesícula biliar, mama, cólon, estômago e ovário, colangite aguda, colelitíase e pancreatites aguda e crônica
Qual o melhor exame para diagnóstico e estadiamento do câncer de pâncreas?
TC helicoidal trifásica (sem contraste - fase pancreática - fase portal)
Qual exame pode auxiliar no diagnóstico diferencial entre câncer pancreático e pancreatite crônica?
PET
Quando utilizar a laparoscopia para estadiamento no câncer pancreático?
Avaliar ressecabilidade de lesão em doente com alto risco para irressecabilidade: tumores grandes (> 4 cm), CA-19-9 muito elevado (> 1.000), achados incertos na TC ou tumores de corpo e cauda
Qual a conduta cirúrgica no câncer pancreático irressecável?
Biópsia da lesão para confirmar diagnóstico e definir QTx paliativa
Quais os exames básicos do estadiamento de câncer pancreático?
TC trifásica de abdome e pelve e Rx de tórax
Qual o tratamento cirúrgico do câncer pancreático ressecável?
Cirurgia de Whipple (Gastroduodenopancreatectomia)
Quais as principais complicações da cirurgia de Whipple?
Esvaziamento gástrico lentificado, fístula pancreática, infecção de ferida operatória e abscesso intra-abdominal
Qual a única possibilidade de cura para o câncer pancreático?
Ressecção cirúrgica com margens livres e linfadenectomia
Qual o câncer periampolar de melhor prognóstico?
Carcinoma da Ampola de Vater
Qual o tipo histológico mais comum do Carcinoma de Ampola de Vater?
Adenocarcinoma proveniente do epitélio da papila ou Ampola de Vater
Quais as manifestações clínicas do Carcinoma de Ampola de Vater?
Síndrome colestática clássica, podendo apresentar icterícia flutuante, melena e anemia ferropriva
Como se justifica a Icterícia Flutuante do Carcinoma de Ampola de Vater
O tumor cresce e obstrui o fluxo de bile causando icterícia. Em seguida, sofre necrose hemorrágica, sangrando através do duodeno, o que libera o fluxo e interrompe a icterícia até ele voltar a crescer
Qual o principal sinal semiológico do carcinoma de Ampola de Vater?
Vesícula de Courvoisier-Terrier
Quais exames são realizados para diagnóstico e tratamento do carcinoma de Ampola de Vater?
CPRE, TC e USG endoscópica
Qual o tratamento do carcinoma de Ampola de Vater?
Cirurgia de Whipple
O que é a colecistite aguda alitiásica?
Inflamação aguda da vesícula na ausência de cálculos
Quais os principais fatores de risco para colecistite aguda alitiásica?
Idosos e pacientes de UTI, NPT, politrauma, grande queimado, instabilidade hemodinâmica prolongada, ventilação mecânica, diabetes, AIDS, doença coronariana, neoplasias, uso de opiáceos, múltiplas transfusões sanguíneas
Quando suspeitar de colecistite aguda alitiásica em paciente de UTI?
Todo paciente que evolui com febre e leucocitose inexplicada
Quais as manifestações clínicas da colecistite aguda alitíasica?
As mesmas da colelitíase calculosa
Qual o principal exame complementar para diagnóstico da Colecistite Aguda Alitiásica?
USG Abdominal
Qual o tratamento da colecistite aguda alitiásica?
Colecistectomia aberta com drenagem de possíveis abscessos. Se paciente muito grave = drenagem percutânea
Qual a etiologia da Colangite Esclerosante Primária?
Autoimune idiopática
O que a Colangite Esclerosante Primária ataca?
Os ductos biliares intra e extra-hepáticos, sobretudo a bifurcação do hepático comum
Qual o resultado final da Colangite Esclerosante Primária?
Cirrose Biliar Secundária
Qual doença está associada à Colangite Esclerosante Primária?
Retocolite Ulcerativa (RCU) em 70% dos casos. Geralmente a RCU precede a CEP.
Qual o principal grupo acometido pela Colangite Esclerosante Primária?
Homens (3:1) entre 35-50 anos
Quais as manifestações clínicas da Colangite Esclerosante Primária?
Prurido e fadiga, episódios de icterícia obstrutiva, além de dor biliar e febre baixa por episódios recorrentes e autolimitados de colangite bacteriana (surto e remissão)
Qual a principal forma de diagnóstico da Colangite Esclerosante Primária?
Alteração de FA em pacientes que fazem acompanhamento por RCU
Qual o marcador sorológico da Colangite Esclerosante Primária?
p-ANCA (30 - 80%)
Qual o principal exame para diagnóstico da Colangite Esclerosante Primária?
CPRE
Qual o padrão típico visualizado pela CPRE da Colangite Esclerosante Primária?
Contas em Rosário
Qual o tratamento definitivo da Colangite Esclerosante Primária?
Transplante ortotópico de fígado
Quais as principais complicações da Colangite Esclerosante Primária?
Cirrose biliar secundária, colangiocarcinoma, síndrome disabsortiva pela colestase, colelitíase e episódios repetidos de colangite, estenose de grandes ductos biliares, pancreatite, câncer de cólon e vesícula biliar, além de hepatocarcinoma