Sinais e Sintomas Flashcards
Sinal de Allen
Sinal de Allen: é a elevação simultânea da frequencia cardiaca e do ritmo respiratório que surge na trombose venosa da perna (TVP)
TESTE:
Comprime-se as artérias Radial e Ulnar e pede-se que o doente comprima o punho. Quando o relaxar, a mão vai estar pálida por má perfusão. Descomprime-se uma artéria e a mão deve voltar à cor original. Repete-se para a outra artéria.
Devido à vascularização circular, a descompressão de qualquer uma das artérias deve ser suficiente para reestabelecer a perfusão de toda a mão.
Sinal de Allen positivo: quando a descompressão de uma das artérias não permite que toda a mão retome à cor corada inicial.
Pode indicar doença arterial periférica.
Pupilas de Argyll Robertson
Pupilas sem reflexo fotomotor (miose em resposta à luz diretamente no olho), mas contraem para a acomodação a um objeto próximo.
Sinaliza alteração neurológica, principalmente Sífilis Neurológica.
A lesão está entre o quiasma ótico e a área pre-tecal. Na acomodação, a informação vai ao córtex antes de chegar à área pre-tecal, pelo que esta lesão não afeta a miose.
Reflexo de Arnold
Ativação do reflexo de tosse ao mexer no ouvido externo. É um caso de hipersensibilidade que leva à estimulação do nervo de Arnold, que é o ramo auricular do nervo vago, que tem origem no gânglio superior do vago com contribuição do gânglio inferior do glossofaringeo, que ascende no canalículo mastoideu.
Fisiológico, principalmente em crianças.
Por exemplo, durante intervenções de ORL
Sopro de Austin Flint
Sopro associado a Regurgitação Aórtica significativa.
Acontece porque o sangue regurgitante incide sobre o folheto anterior da válvula mitral, fazendo a mover, o que faz com que este sopro se oiça bem no apex do coração.
Sopro diastólico.
(semelhante ao sopro da estenose mitral - mas é iniciado por um S3 e o S1 está normal ou diminuido)
Reflexo de Brainbridge
(ou reflexo arterial)
Aumento da FC em resposta ao aumento do retorno venoso.
Aumento do retorno venoso > maior estiramento das fibras do átrio direito > estiramento é detetado pelo nervo Vago > ativação do centro cardíaco do tronco > aumento da FC
Impede que haja congestão no território venoso e átrio direito.
Oposto ao reflexo barorrecetor. Quando há um aumento venoso que aumente o débito cardiaco de forma significativa, ha um aumento da pressão arterial. Para controlar a pressão arterial, é ativado o reflexo barorrecetor que diminui a FC.
O reflexo Brainbridge é mais rápido, por isso provavelmente pesa mais no curto termo.
Quisto de Baker
Acumulação de fluído rico em líquido sinovial localizado na fossa poplitea (entre o gastrocnemio medial e o semimembranoso).
Associado a lesões traumáticas, inflamatórias ou degenerativas (AR, osteoartrite, lesões do menisco ou cartilagem,..)
Pode ser assintomaticos, ou pode estar associado a edema e dor, mais evidente com o movimento da articulação. Pode ainda comprimir vasos próximos, dando origem a sinais semelhantes a Trombose Venosa Profunda, sendo que rotura do quisto, por exemplo em jovens ou atletas leva a edema do MI e faz mesmo diagnóstico diferencial com TVP.
Tratamento quando há sintomas: tratar a patologia de base > injeção intra-articular de glucocorticoides > remoção cirúrgica
Síndrome de Banti
Esplenomegalia fibrocongestiva crónica e Hiperesplenismo
Resulta em pancitopenia (com Anemia hemolitica, Leucopenia, Trombocitopenia), Icterícia e Ascite.
Associa-se a Hipertensão portal, sendo que esta e a trombocitopenia aumentam o risco de hemorragia digestiva.
Sem causa definida. Parece vir associada a obstruções venosas esplénicas, portais e hepáticas.
Pode estar também associado a hepatomegalia que pode evoluir para cirrose.
Doença de Barlow
Causa primaria de prolapso mitral por alterações degenerativas que afetam o colagénio dos tecidos que resultam em acometimento mixomatoso da válvula mitral provocando abaulamento sistólico das cúspides para o interior do átrio esquerdo.
Pode progredir para insuficiência mitral com regurgitação mitral.
Semiologia:
- click mesossistolico (prolapso)
- sopro meso e tele sistólico. Sopro mais audível no foco mitral (5.ºEIC na linha MC) e pode irradiar para axila esq.
- levantar/manobra valsalva > menos retorno venoso > clique precoce e sopro maior
- squat > maior retorno venoso > clique mais tardio e sopro mais curto.
Linhas de Beau
Linhas horizontais deprimidas de um lado ao outro da unha que marca a zona em que não houve regeneração das células ungueais.
Ocorre por trauma, infeção, hipocalcemia, quimioterapia ou outras.
Tríade de Beck
Apresentação de tamponamento cardiaco:
- Sons cardíacos hipofoneticos,
- Ingurgitamento jugular
- Hipotensão arterial
Sons cardíacos hipofoneticos: acumulação de liquidos no pericárdio vai criar uma barreira entre as válvulas e a pele, diminuindo os sons.
Ingurgitamento jugular: o tamponamento cardíaco aumenta a pressão no coração, nomeadamente no átrio direito, diminuindo o retorno venoso e causando congestão. O ingurgitamento jugular é sinal dessa congestão.
Hipotensão arterial: diminuição do retorno venoso > diminuição do volume sistólico > diminuição do débito cardíaco > hipotensão arterial
Paralisia de Bell e fenómeno de Bell
A paralisia de Bell é a paralisia de uma hemiface por inflamação de um Nervo Facial.
Na maioria dos casos, a Paralisia de Bell é temporária, limitada no tempo e melhora ao fim de algumas semanas. Mas também pode ser persistente.
Nota-se uma paralisia dos músculos faciais com um sorriso unilateral, assimétrico, com dificuldade em encerrar o olho e realizar expressões faciais.
Distingue-se de uma lesão central por afetar o andar superior e inferior da hemiface, enquanto que a lesão central afeta apenas a parte inferior.
O sinal ou fenómeno de Bell é quando se pede ao doente que feche um olho e vemos um desvio do olho para cima e para fora. O normal seria apenas para cima.
Respiração de Biot
Respiração anormal caracterizada por respirações rápidas e profundas seguidas por períodos de apneia, que podem ser regulares ou irregulares.
É consequência de uma lesão neurológica central, particularmente infeções como meningites.
É importante notar que é semelhante à respiração de Cheyne-Stokes por ter os períodos de apneia, mas não tem o padrão crescente-decrescente. Distingue-se ainda da respiração de Kussmaul por ter os períodos de apneia.
Sinal de Blumberg
É positivo quando há dor à descompressão no ponto de MacBurney e sinaliza uma irritação peritoneal.
É um sina, por exemplo, de uma apendicite aguda.
O ponto MacBurney encontra-se na junção dos 2/3 mediais e o 1/3 externo da linha que vai desde a espinha ilíaca antero-superior direita ao umbigo.
Doença de Bornholm
Doença infeciosa causada por enterovírus como Coxsackie A, B e Echovírus.
O principal sinal é a pleurodinia (dor pleural), que tem origem nos espasmos dolorosos dos músculos da caixa torácica e do abdomen superior, pelo que a doença também pode ser chamada de Pleurodinia Epidérmica. Esta dor é intensa e perfurante, localiza-se principalmente na parte inferior do tórax, surge em episódios de 15 a 30 minutos e piora com qualquer movimento da caixa torácica.
A dor também pode ser abdominal epigástrica. Podemos encontrar também sintomas de virose associados como febre, cefaleias, dor de garganta e musculares e diarreias.
É uma doença mais relevante em crianças. Faz diagnóstico diferencial com as outras causas mais prováveis de dor torácica e abdominal.
Nódulos de Bouchard
Nódulos rígidos localizados nas articulações interfalangicas proximais.
Podem ser um sinal de osteoartrose, são causados pela calcificação da cartilagem articular (osteófitos).
Em casos raros, são consequência da acumulação de Ig na sinovial por Artrite Reumatóide.
Sinal de Branham
Ao fazer pressão que provoque a oclusão súbita de uma artéria proximal a uma fístula arteriovenosa induz-se bradicardia e hipertensão. O mecanismo não está bem descrito, mas parece estar presente de forma relativamente frequente quando os doentes têm uma fístula arteriovenosa em que a artéria consegue ser comprimida externamente.
Afasia de Broca
Transtorno neurológico caracterizado por dificuldade em se expressar verbalmente, mas com a compreensão preservada.
Pacientes compreendem, tentam responder e discurso é compreensível mas não fluente.
Resulta de lesão na área de broca, que é a área motora da fala no cortéx frontal geralmente no hemisfério esquerdo- ativa áreas da boca e língua no córtex motor primário.
(artéria cerebral média)
Sinal de Brudzinski
Sinal meníngeo
Doente em decúbito dorsal, pede-se que faça anteflexão da cabeça. O sinal é positivo se houver flexão involuntária da perna sob a coxa e da coxa sob a bacia.
Quando há irritação das meninges, a pressão vai fletir os joelhos, para aliviar a dor da irritação.
Síndrome de Budd Chiari
Obstrução do fluxo hepático por trombose nas veias supra-hepaticas, por compressão externa, como no caso de tumores ou traumas, ou outras.
Pode ser causada por estados pro-tromboticos, disturbio mieloproliferativo cronico, hemoglobinuria paroxistica noturna, gravidez, contracetivos orais, policitémia, anemia falciforme, tumores hepaticos..
É uma causa importante de Hipertensão Portal Pós-Hepática, dado que vai congestionar a circulação através do fígado e, em consequência, através da Veia Porta e da circulação Portal. A outra causa importante deste tipo de Hipertensão Portal é a IC Direita.
Sintomas Clássicos:
- Hepatomegália dolorosa (contrasta com o fígado diminuído da cirrose),
- Hipertensão Portal e sintomas consequentes (ascite, varizes, esplenomegália..)
- Insuficiência hepática (caso se prolonge)
- Dor Abdominal
- Fadiga, ictericia, vómitos e nauseas, …
Sinal de Buerger
É mais um teste do que um sinal: aferir a existência de de doença arterial periférica;
Com o doente em decúbito dorsal vamos elevar membro inferior a vários ângulos para perceber como é que a vascularização aguenta com a gravidade.
Elevamos ate 30-45 graus durante 1-2 min e se houver palidez do pé e dor ou parestesia, há uma isquemia grave e doença presente.
Seguidamente, senta-se e se o pé ficar vermelho em vez de rosado (hiperémia reativa/eritrocianose) - isquemia: doença arterial periférica e estamos perante um indicativo de doença mais grave.
Numa pessoa normal, a 90º a perfusão está mantida e mesmo que empalide um pouco neste ângulo, rapidamente se restabelece e não costuma dar hiperémia reativa relevante.
-> doença arterial periferica (?), Doença de Buerger,
Linha/Sinal de Burton
Vê-se uma linha escura com um tom azulado escuro na gengiva que pode estar a envolver a base dos dentes ou um pouco mais afastada destes.
É um sintoma para o envenenamento crónico por
chumbo (saturnismo) ou bismuto.
Sinal de Campbell
Movimento para inferior da traqueia durante a inspiração em doentes com DPOC ou dificuldade respiratória de diferentes causas.
Acontece provavelmente por depressão do diafragma durante a inspiração.
É mais facilmente detetado colocando um dedo na cartilagem tiroideia.
Sopro de Carey Coombs
Sopro diastólico tipico da valculite mitral, normalmente por febre reumática aguda. Ocorre pela passagem do sangue pela válvula espessada devido à inflamação.
O sopro é semelhante ao da estenose mitral, mas sem o click de abertura. É mais audível no ápex e pode irradiar para a axila.
sopro mesodiastólico no ponto mitral que se ouve com paciente em decúbito lateral esquerdo no fim da expiração
Respiração de Cheyne Stokes
Caracteriza-se por uma respiração rápida e profunda em crescente e decrescente. É cíclica, com momentos de hiperpneia intercalados com períodos de apneia (causa hipercapnia-hiperventilação).
Durante a apneia, vai-se acumulando um excesso de dióxido de carbono, que é detetado pelos quimiorrecetores centrais, levando ao aumento da frequência respiratória.
Depois, os níveis de CO2 no sangue voltam a baixar, o que leva a uma estimulação dos quimiorrecetores e do centro respiratório que envia eferências no sentido de diminuir a frequência respiratória, até que passamos ao próximo período de apneia. Isto ocorre ciclicamente, produzindo este padrão.
Acompanha-se de fadiga, dificuldade respiratória, tosse, e ressonar.
Acontece quando há um atraso na deteção das alterações da ventilação e na pressão arterial de CO2 devido a:
- Aterosclerose cerebral ou lesões cerebrais
- Insuficiencia cardiaca, com prolongamento do tempo circulatório do pulmão ao cérebro
- Desequilibrios ácido-base
- Hipertensão
- Altitude
- Sedação e é aumentada por opiodes
Sindrome de Chilaiditi
Interposição temporária ou permanente de uma zona do cólon entre o fígado e o diafragma.
No RaioX dá aparência de ar livre, sendo um pseudopneumoperitoneu que muitas vezes faz diagnostico diferencial com pneumoperitoneu, derrame pleural e abcesso subfrénico.
Normalmente é assintomático e é encontrado por acaso, sendo denominado de sinal de chilaiditi.
Quando dá sintomas chamamos de síndroma de chilaiditi, que se associa a dor abdominal recorrente; náusea, obstipação, indigestão; por vezes problemas respiratórios.
Causa é desconhecida; acontece mais em doentes com doença pulmonar, cirrose, ascite, ligamentos demasiado laxos, fígado demasiado pequeno, ou parelesia do frénico.
Sinal de Chvostek
Consiste na presença de espasmos dos músculos faciais em resposta à percussão do nervo facial na região zigomática.
Encontramos na Hipocalcemia (por exemplo no hipoparatiroidismo e tiroidectomia)
Mas também na alcalose metabólica, hipomagnesemia e no tétano latente mas pode ser positivo nas pessoas sem problemas.
Pulso de Corrigan
(ou pulso colapsante ou pulso em martelo d’água)
É um pulso amplo e hipercinético caracterizado por um súbito aumento na sistole e rápido colapso durante a diástole.
Isto deve-se a uma insuficiência aortica grave.
Nesta patologia, a valvula aortica nao fecha corretamente, condicionando um refluxo do sangue da aorta para o VE durante a diástole, o que leva ao rápido colapso do pulso.
O sangue que reflui para o VE vai aumentar o volume telediastólico, aumentando o volume sistólico e condicionando o rápido e súbito aumento do pulso.
No traçado esfigmográfico, há um pico alto devido ao elevado volume de ejeção.
Sente-se melhor quando colocamos 4 dedos na artéria radial e elevamos o braço acima do coração, mas só chamamos pulso de Corrigan se verificarmos este pulso nas carótidas.
Para além da regurgitação aórtica, pode acontecer na hipertensão arterial, circulação hiperdinâmica em sepsis ou anemia, ducto arteriosum patente e defeitos do septo interventricular.
Sinal de Cullen
Equimoses na região periumbilical devido a hemorragias retroperitoneais associados a pancreatites agudas. É uma manifestação clínica rara e indica um pior prognóstico.
Também pode aparecer numa rotura de gravidez ectópica.
Contratura de Dupuytren
Distúrbio fibroproliferativo que causa espessamento e encurtamento da fáscia palmar, que é o tecido entre a pele e as estruturas tendinosas e vásculo-nervosas da palma da mão e dedos. Pode limitar os movimentos de um ou mais dedos ao nível das articulações metacarpofalangicas e/ou interfalângicas, principalmente no 4º e 5º dedos.
Surgem nódulos na palma da mão, curvatura e mão em garra.
Relacionada com doença genéticas, tabagismo, alcool, trabalho manual pesado, diabetes, HIV, DPOC e polineuropatia.
Sinal de Duroziez
Sopro sistólico audível sobre a artéria femoral quando comprimida proximalmente e sopro diastólico quando comprimida distalmente.
Associada também a uma grande amplitude de pulso
Encontramos na regurgitação aórtica severa.
Sindrome de Eisenmenger
Defeito congénito do coração → shunt esquerdo-direito prolongado → constrição e remodeling dos capilares pulmonares → hipertensão pulmonar irreversível
Em resposta: hipertrofia do ventrículo direito → pressão no ventrículo direito aumenta → P. ventrículo drt > P.ventrículo esquerdo → inversão do sentido do fluxo de sangue → shunt direito-esquerdo:
- cianose, hipocratismo digital e policitemia
- dispneia para esforços
- dor torácica e palpitações
- ingurgitamento jugular, hepatomegalia, edema periferico
Encontramos em: defeitos congénitos no septo, ducto arteriosum patente
Fetor hepaticus
Também é chamado de respiração dos mortos.
É um mau hálito com um cheiro doce e pungente característico, causado por uma acumulação de sulfureto de dimetilo em pacientes com shunt
porto-sistémico grave associado normalmente a hipertensão portal.
Ocorre na Insuficiência hepática severa (hepatite crónica ou cirrose), em que o fígado não filtra substâncias tóxicas sulfúricas, que passam para a circulação sistémica e são exaladas.
Pode ser sinal de encefalopatia hepática associada a insuficiência hepática.
Doença de Gaucher
Doença autossómica recessiva associada a um défice no gene GBA que codifica a beta-glicocerebrosidase que degrada glucocerebrósidos.
Assim, há uma acumulação destes esfingolípido das memebranas celulares que se acumulam no lisossoma dos macrófagos (células de Gaucher), no cérebro, fígado, baço e medula óssea, causando lesões nos orgãos.
Manifestações clínicas:
- Osteoporose, necrose avascular do fémur,
- Hepatomegália e esplenomegália
- Pancitopenia (anemia, trombocitopenia e leucopenia)
- Fadiga, hematomas e epistaxis
- Varizes esofágicas e dor abdominal
- Cirrose
- Atrasos no crescimento e Neurodegeneração
3 tipos:
tipo 1- não neuropática
tipo 2 - neuropática aguda
tipo 3 - neuropática crónica
Fáscia de Gerota
Lâmina anterior da fáscia perirrenal.
A fáscia perirrenal é uma bainha de tecido conjuntivo elástica e densa que envolve cada rim, glândula adrenal e gordura perirrenal circundante e divide-se no folheto anterior (fáscia de Gerota) e folheto posterior (fáscia de Zuclerkandl).
A fáscia de Gerota separa o espaço perirrenal do espaço pararrenal anterior e passa anteriormente ao rim, unindo-se de forma variável com a fáscia anterior oposta. Continua-se inferiormente acompanhando e envolvendo o ureter.
Pode ajudar na localização de massas, hematomas e abcessos determinado se são intrarrenais ou apenas próximas.
Cápsula de Glisson
O fígado é rodeado pela cápsula hepática que tem 2 camadas:
- a camada serosa externa derivada do peritoneu, que cobre o fígado exceto na bare area
- camada fibrosa interna que é a Capsula de Glisson:
Cápsula de tecido conjuntivo denso que envolve todo o fígado, enviando trabéculas para o interior do parênquima hepático formando os lóbulos hepáticos. Cobre também a artéria hepática, a veia porta e os ductos biliares.
A distensão desta cáspsula, por hematomas ou massas provoca dor no hipocondrio direito.
Sopro de Graham Steel
Sopro de regurgitação pulmonar. É um sopro diastólico precoce em decrescendo que se ouve melhor no foco pulmonar (2º EIC, BEE) com o doente sentado e inclinado para a frente em inspiração, com pouca irradiação.
Associada a Hipertensão pulmonar (que pode ser causada por estenose mitral) que condiciona uma regurgitação pulmonar
Doença de Graves
Doença autoimune caracterizada pela existência de auto-anticorpo para o recetor TSH, ativando-os e levando a uma hiperestimulação da glândula com excesso de produção de hormonas tiroideias. É a causa mais comum de hipertiroidismo endogeno e afeta mais mulheres.
As manifestações clássicas são:
- bócio difuso
- oftalmopatia: exoftalmia e disturbios da motilidade ocular
- mixedema pré-tibial
Outros sintomas de hipertiroidismo:
- intolerância ao calor e sudorese
- perda de peso com aumento de apetite
- taquicardia, palpitações e hipertensão
- tremores nas extremidades e fraqueza muscular proximal
- diarreia e hiperdefecação
- osteoporose
- rubor facial
- irritabilidade, insónia, défice de concentração, labilidade emocional
Diagnóstico: +T3/T4, -TSH, deteção de TRAb e cintigrafia da tiroide
Etiologia: predisposição genética, autoimunidade, triggers
Tratamento: beta-bloqueantes para aliviar sintomas, farmacos anti-tiroideus para normalizar niveis de hormonas tiroideias, ablação com radioiodoterapia
Sinal de Grey Turner
Equimoses nos flancos
Relacionam-se com pancreatite necrosante aguda grave, muitas vezes associado ao sinal de Cullen - equimoses periumbilicais
Há exsudação de enzimas pancreáticas com necrose do peritoneu e gordura e hemorragias retroperitoneais.
Pode também estar associado a trauma, rotura do um aneurisma da aorta e gravidez ectópica hemorrágica.
Doença de Hansen
lepra
Doença infecciosa crónica causada pelas bacterias Mycobacterium leprae ou Mycobacterium lepromatosis. É endémica nas regiões tropicais e o bacilo tem um tempo de incubação de 5 a 20 anos.
Manifestações clínicas cardinais:
- lesões cutâneas hipopigmentadas
- espessamento dos nervos
- paralisia de nervos periféricos.
Apresentam um facies patognomónica: facies leonina devido aos nódulos que se formam na face. E o diagnóstico é geralmente confirmado com biosia cutânea.
Temos dois tipos de lepra:
Lepra lepromatosa :
- + resposta Th2, com alta carga bacteriana
- Múltiplas máculas simétricas, placas e/ou nódulos (fácies leonina); Perda de sobrancelhas e pestanas; Hipostesia das lesões numa fase avançada
-Ambas têm espessamento dos nervos e paralisia dos nervos perifericos
- Congestão nasal, epistaxis, hepatomegália, linfadenopatia
Lepra tuberculoide:
- + resposta Th1, com baixa carga bacteriana
- Poucas máculas, placas e/ou pápulas localizadas e são hipopigmentadas, secas, escamosas. Alopécia; Hiperestesia das lesões
-Ambas têm espessamento dos nervos e paralisia dos nervos perifericos
- Não tem manifestações sistemicas
Tiroidite de Hashimoto
Doença autoimune caracterizada pela existência de auto-anticorpos anti-peroxodase que reconhecem a própria tiroglobulina, levando a uma inflamação crónica com infiltrado de plasmócitos e linfócitos e consequente destruição das células tiroideias e atrofia nos folículos tiroideus, hitologicamente.
Isto condiciona um Hipotiroidismo, com diminuição das hormonas tiroideias. É mais comum em mulheres de 60 a 70 anos.
Inicialmente, com a destruição dos folículos tiroideus, vai acontecer uma grande libertação de hormonas tiroideias que já tinham sido produzidas, pelo que podemos encontrar um hipertiroidismo inicial e apenas temporário. Depois, como a glândula se encontra destruida, não vai ter capacidade de produção de T3 e T4, mesmo com o aumento compensatório de TSH.
Para diagnostico, procura-se AC especificos, testes de função e eco de tiroide.
(AC tiroglobulina; AC peroxidase tiroidal, AC bloqueador do recetor TSH)
Fase inicial:
- assintomático,
- bócio moderado, simétrico e indolor
- sintomas de hipertiroidismo (irritabilidade, diarreia, calor..)
Fase tardia:
- tiroide de tamanho normal ou atrofiada
- sinais de hipotiroidismo:
Intolerância ao frio,
Ganho de peso mas anorexia, hipoglicemia
Bradicardia, Bradipneia,
Obstipação
Fadiga, anemia NN, macrocitose
Miopatia, Neuropatia, Parestesias das extremidades
Depressivo, Esquecido, Sonolência, Alt. personalidade
Roquidão e edema da face
…
Nódulos de Heberden
Nódulos rígidos e dolorosos localizados nas articulações interfalângicas distais.
Causados pela calcificação de cartilagem articular, com formação de osteófitos como resposta à reação inflamatória. A dor persiste no descanso pós-esforço.
Mais comum nas mulheres.
Encontramos na osteoartrite. Podem estar associados aos nódulos de Bouchard, mas são mais frequentes.
PCR pode estar aumentada.
Em Rx encontramos LOSS:
- perda de espaço articular
- osteófitos
- esclerose subarticular
- quistos subcondrais
Manobra de Heimlich
Manobra de SBV usada quando uma pessoa tem uma asfixia por obstrução das vias aéreas por corpos estranhos.
Colocar-se atrás da pessoa de pé com o joelho semi-fletido→ colocar a mão não dominante fechada abaixo do processo xifóide → agarrar com a mão do dominate a mão fechada → fazer um movimento rápido com direção dorsal e superior.
É aplicada rapidamente pressão sobre o abdómen superior. Esta força é transmitida para o compartimento intratorácico verificando-se um aumento da pressão intrapulmonar, com o objetivo ideal de desalojar o corpo estranho presente nas vias aéreas.
Repete-se 5 vezes, intercalando com 5 pancadas interescapulares, ou até o corpo estranho seja expulso.
Só depois da tosse nao funcionar.
Contraindicadas em crianças com -1ano
Contraindicação relativa em crianças pequenas Manobra a nivel toracico em obesos, grávidas no final de gravidez
complicações: lesões ou fraturas do arco costal, lesão de orgão interno
Fáceis Hipocrática
Fáceis descrito por Hipocrates, sendo considerado um aspeto facial que prognóstico de morte, sendo típica no estadio final de várias doenças.
Caracterizada por:
- Olhos com enoftalmia, parados, inexpressivos e sem brilho;
- Nariz afilado, com presença de “batimento” das asas do nariz;
- Lábios delgados
- orelhas frias, descaídas e com distorção dos lobos
- Pele tensa, seca e pálida
Causas:
- caquexia
- doença prolongada
- defecação excessiva
- fome excessiva
Feixe de His
O feixe de His ou fascículo átrio-ventricular faz parte do sistema cardionetor cardíaco e corresponde a um feixe de fibras localizado no septo interventricular, que conduz o impulso nervoso desde o nó átrio-ventricular até aos ventrículos.
O feixe de His divide-se num ramo direito, que conduz o impulso nervoso para o ventrículo direito, e num ramo esquerdo, que conduz o impulso nervoso para o ventrículo esquerdo e que tem dois fascículos: um anterior e outro posterior.
Ambos os ramos do feixe de His vão ainda dividir-se em fibras de Purkinje.
Lesões de Janeway
Máculas hemorrágicas ou eritematosas pequenas, geralmente na palma das mãos e na planta dos pés.
Normalmente resolvem com o tratamento da causa subjacente, tais como a endocardite infeciosa.
O seu mecanismo não é muito claro, mas pensa-se resultarem de micro-êmbolos sépticos com origem em vegetações valvulares, que se depositam em locais periféricos.
Reação de Jarish-Herxheimer
Reação aguda, transitória, auto-limitada (12-24h) e sistémica em resposta a endotoxinas bacterianas e pirogénicas que são libertadas após o início da terapêutica antibiótica. Pode ser encontrado em doentes infetados com sífilis, borrelia e leptospira
Manifestações clínicas:
- Febre e calafrios,
- Dor de cabeça e mialgias
- Taquipneia, Taquicardia e hipotensão
- Lesões cutaneas
- Leucocitose
Tratamento: AINE’s para controlo sintomático
Sindrome de Kasabach-Merrit
Síndrome raro caraterizado por:
- Tumor vascular de rápido crescimento,
- Coagulopatia de consumo,
- Trombocitopénia,
- Anemia hemolítica angiopática
-petéquias, equimoses e hematomas espontâneos
- o tumor torna-se maior, mais tenso, purpúrico, equimótico e doloroso
Está associado a dois tumores vasculares raros:
- Hemangioendotelioma kaposiforme
- Tufted angioma
Etiologia desconhecida.
Surge tipicamente em crianças com menos de 3 meses e é fatal em 30% dos casos.
Tratamento passa por corticoesteroides, Ticlopidina ou interferão.
Anel de Kaiser Fleischer
Doença de Wilson → falta de ceruloplasmina → aumento do cobre livre em circulação e menor excreção → deposição do cobre em redor da córnea → anéis dourados ou esverdeados
Sinal de Kehr
Dor referida no ombro esquerdo, aguda, intensa e repentina, desencadeada principalmente quando o doente está deitado e com os membros inferiores levantados, que piora com a inspiração.
Ocorre devido a irritação diafragmática pela presença de sangue ou outros agentes irritantes na cavidade peritoneal adjacente ao hemidiafragma esquerdo.
É sinalizada pelo nervo frénico como dor na área acima da clavícula, porque os nervos supraclaviculares e frénico têm a mesma origem a nível cervical (C3 e C4).
A causa mais comum é a rotura esplénica, mas também pode ser causada por lesões diafragmáticas ou peri-diafragmáticas, rutura de gravidez ectópica e calculos renais.
Sinal de Kernig
Sinal sugestivo de meningite.
Pode ser testado:
- Doente em decubito dorsal e o membro inferior é estendida e elevada passivamente na articulação da anca. Se houver dor, há flexão reflexa do joelho.
- Doente em decubido dorsal, com flexão do quadril e do joelho num angulo reto. Realiza-se extensão passiva do joelho e se existir dor, há resistência e proteção a este movimento.
A dor é sinal de meningite porque o teste provoca estiramento das raizes nervosas e meninges.
Pode ter outras causas - tumores na medula espinhal, trauma, entre outras.
Plexo de Kiesselbach
Plexo localizado no quadrante antero-inferior no septo nasal formado pela anastomose de:
- artéria esfenopalatina
- artéria palatina maior
- artéria labial superior
- ramos septais das artérias etmoidais anterior e posterior
90% das epistaxis ocorrem neste plexo.
Tumor de Klatskin
Colangiocarcinoma peri-hilar localizado na junção dos ductos hepáticos direito e esquerdo, fazendo com que a via biliar fique colapsada.
Cursa com sinais de colestase:
- ictericia
- acolia e colúria
- prurido
E outros:
- dor abdominal
- perda ponderal
(Diagnóstico: eco, CPRM, TAC, biópsia ou CPRE
Marcadores tumorais: CEA, CA 19-9 e CA-125 aumentados)
Manchas de Koplik
Enantema da mucosa bucal patognomónico de sarampo.
É caracterizado por manchas cor vermelho-vivo com centros brancos ou azulados que podem se parecer com grãos de areia.
Respiração de Kussmaul
É uma forma de hiperventilação em resposta involuntária à acidose metabolica, de forma a equilibrar o pH, aumentando a excreção de CO2 e reduzindo a acidose temporariamente.
- Inspiração rápida e profunda - seguida de uma pausa
- Expiração súbita - seguida de uma nova pausa
Acontece na:
- cetoacidose diabética
- acidose lática
- LRA
- alcoolismo
Sinal de Kussmaul
Aumento paradoxal na pressão venosa jugular na inspiração, ao exame objetivo.
Na inspiração, há expansão da caixa torácica, com diminuição da pressão torácica e aumento do retorno venoso, com enchimento do atrio direito e diminuição da pressão jugular.
Se o ventriculo direito tiver uma baixa compliance, o seu enchimento estará dificultado, há aumento da pressão a montande, com aumento da pressão do atrio direito e consequentemente, da veia jugular.
Está associado a uma IC direita.
Encontramos na:
- pericardite constritiva,
- cardiomiopatia constritiva,
- enfarte ventricular direito
- …
Sinal de Lasègue
Corresponde a um sinal positivo do stright leg raising test que pesquisa radiculopatias baixas.
O teste realiza-se com o doente em decubito dorsal, levanta-se passivamente o membro inferior, com o joelho em extensão e é positivo se existir dor na face posterior do membro inferior que irradia para abaixo do joelho entre os 30-70º.
Pode ser causado por:
- hérnia discal lombar - dor ciática
- pseudociática
- meningites
Sindrome de Marfan
Doença autossómica dominante do tecido conjuntivo, que afeta as microfibrilhas e elastinas do corpo.
Associada a:
- distúrbios cardiovasculares (dissecação e aneurismas da aorta e prolapso da válvulva mitral)
- distúrbios musculo-esqueléticos (estrutura alta, magros, extremidades longas, escoliose e fenótipo longilineo, hipermobilidade das articulações)
- distúrbios oculares (deslocação do cristalino).
- pele hiperextensiva
(Não confundir com Ehlers-Danlos, que é um defeito na síntese de colagénio).
Linhas de Mees
Linhas brancas transversais ao longo das unhas das mãos e pés.
Sinal característico de envenenamento crónico por arsénio ou tálio. Insuficiência renal, cardíaca ou quimioterapia.
Também designado por leuconícia estriada.
Sindrome de Meigs
Também conhecido como Sindrome Demons-Meigs, é um sindrome raro definido pela presença de ascite e/ou derrame pleural associado a um tumor benigno do ovário (fibroma, por ex.).
Remoção cirúrgica do tumor leva à resolução deste sindrome, pelo que tem um bom prognóstico. Os mecanismos fisiopatologicos ainda são pouco definidos.
Sindrome de Mirizzi
Complicação rara de litíase biliar, causada por compressão extrínseca do ducto hepático comum ou ducto colédoco por cálculos biliares, levando a inflamação e obstrução.
- dor abdominal no hipocondrio direito, sobretudo pós-prandial que pode irradiar para o epigastro, ombro direito e costas
- icterícia obstrutiva com acolia e colúria
- náuseas, vómitos e anorexia
Mittelschmerz
Dor fisiológica pélvica e abdominal baixa geralmente unilateral sentida por 40% das mulheres durante a ovulação. Também referida como dor ovulatória ou dor de metade do ciclo.
A causa é pouco conhecida, mas pode passar pela rutura da parede do ovário pelo óvulo; ou irritação da cavidade abdominal pelos fluidos e sangue que acompanham a libertação do óvulo.
Tratamento sintomático com AINE’s, se necessário.
Sindrome de Munchausen
Distúrbio psiquiátrico em que os pacientes, intencionalmente, fingem ou produzem em si mesmos sinais e sintomas para assumir o papel de doente e obterem atenção e simpatia das pessoas.
Estas pessoas podem fingir ou provocar até mesmo sangramentos, movimentos oculares anómalos, agressões sexuais, asma falsa, etc
A razão pela qual as pessoas sofrem deste sindrome é difícil de estebelecer, mas está associado a fatores como:
- trauma emocional ou doença em criança
- transtornos de personalidade
A motivação pode ser inconsciente, é mais frequente em homens e está associado à disposição de se submeter a tratamentos invasivos ou arriscados.
É necessário psicoterapia e monitorização da farmacoterapia.
Pode existir ainda uma Síndrome de Munchausen por procuração, em que pessoas produzem de forma intencional sintomas noutra pessoa de quem são cuidadores. É considerado um tipo de abuso.
Sinal de Nikolsky
É um sinal clínico dermatológico que está presente quando uma leve fricção da camada superficial da pele (em bolhas) resulta em esfoliação da camada mais externa. Significa que há um plano de clivagem epiderme-derme.
Pode estar presente em:
- Sindrome da pele escaldada - infeção por estafilococcos aureus
- Sindrome de Stevens-Johnson
- Necrólise epidérmica tóxica
- Pênfigo
Nódulos de Osler
Lesões nodulares dolorosas e vermelhas-púrpura e com centro pálido que aparecem nas palmas e dedos das mãos e dedos dos pés e são causado por deposição de imunocomplexos
Muito associado a endocardite infecciosa, juntamente com lesões de Janeway. Juntas, são lesões patognomónicas de endocardito infeciosa. Distinguem-se porque os nodulos de osler são ligeiramente salientes e as lesões de Janeway são máculas, logo, não têm relevo.
Também pode ser indicativo de Lupus sistémico eritematoso
Doença de Rendu-Osler-Weber
(ou Telangiectasia Hemorrágica Hereditária)
Vasculopatia sistémica herditária autossómica dominante caracterizada por telangiectasias (dilatação de pequenos vasos superficiais) em vários locais da pele e mucosas particularmente na área da face (nariz, lábios, língua), mas também no tubo digestivo, pulmão, rins, fígado e cérebro.
As mutações em questão levam a defeitos estruturais na parede do vaso, levando a que o sangue se acumule nos pós capilares venosos levando à formação de shunts arteriovenosos (pequenos ou grandes).
Clínica: epistaxis espontaneas e hemorragia digestiva com hematoquézias.
Complicações:
- Êmbolo paradoxal (AVC),
- anemia por perdas GI
Tumor de Pancoast
Carcinoma apical do pulmão, tipicamente carcinoma não de pequenas células. Localizado no sulco superior, que é um sulco anatómico formado pela artéria subclávia quando esta curva à frente da pleura e vai inferolateral ao ápice.
Pode levar ao desenvolvimento do síndrome de Pancoast, devido ao efeito de massa do tumor, que comprime estruturas relevantes próximas do ápice pulmonar e dá origem a sintomas.
- Plexo braquial
dor e fraqueza muscular do braço homolateral, com défices motores e sensitivos do membro superior. - Veia cava superior ou veia bráquiocefálica
Sindrome da veia cava superior (cefaleias, edema e rubor da face, dispneia,..) - Nervo laríngeo recorrente
disfonia com rouquidão - Nervo frénico
paralisia do hemidiafragma ipsilateral - Cadeia simpática cervical
Síndrome de Horner (miose ipsilateral, ptose, anidrose facial)
Sempre que há compressão de um nervo ou estrutura nervosa mista (motora e sensitiva) perde-se primeiro a sensação e só depois a motricidade (posição das fibras, sensitivas mais na periferia, motoras no centro)
Sindrome de Horner
Doença neurológica caracterizada por tríade sintomática de:
- miose ipsilateral (contração da pupila com anisocoria),
- ptose parcial (queda parcial da palpebra superior)
- anidrose facial (transpiração ipsilateral diminuida)
Ocorre por interrupção do suprimento simpático da face, por lesões no neurónio de 1ª, 2ª ou 3ª ordem, ou seja, central, pré-ganglionar ou pós ganglionar, que pode ser:
tumor de pancoast, AVC do tronco cerebral, quisto na medula espinhal, desmialinização, traumas, infeção… ou idiopático
Sinal de Pemberton
Congestão sanguínea facial perante a elevação bilateral dos braços durante 1 minuto, que também pode condicionar cianose ou dispneia.
Acontece por obstrução venosa associado a uma tiroide com bócio ou um tumor mediastino. Com a elevação dos braços, há a descida da tiroide ou tumor, que condiciona uma compressão do opérculo torácico superior e do feixe vascular que o atravessa. Isto leva a uma estase no território da veia cava superior com estase jugular, congestão e cianose facial.
Sindrome de Peutz-Jeghers
Ou Sindrome da Polipose Hereditária Intestinal é uma doença genética rara autossómica dominante.
Está associada a uma mutação de um gene supressor de tumor STK11 que causa:
- pólipos gastrointestinais de natureza benigna (hamartromas) que podem causar uma obstrução parcial do lumen, intussusceção e hematoquézias
- manchas escuras melanicas benignas nos lábios e mucosa oral e palmas das mãos e pés
Risco de muito mais elevado de desenvolver principalmente neoplasias gastrointestinais, mas também da mama e outros. Por isso é necessário uma vigilância especial.
Os polipos são hamartomas = excessive focal overgrowths of normal cells in an organ composed of the same cell type.
Sindrome de Pickwick
Ou sindrome obesidade-hipoventilação, é caracterizada por:
- obesidade extrema,
- hipoventilação diurnia com hipercapnia e hipoxémia
- distúrbios respiratórios do sono
Relaciona-se com polifagia, sonolência, fadiga, apneia do sono, policitémia secundária, cianose e insuficiencia ventricular direita
Fisiopatologia:
→ Obesidade → maior espessura da caixa torácica e aumento do trabalho ventilatório
→ + Gordura abdominal → prejuízo da função muscular do diafragma → aumento do trabalho ventilatório → aumento do trabalho dos musculos acessorios → incapacidade de ser mantido durante o sono REM → hipoventilação (↓ PaO2 ↑PaCO2) durante o sono → hipercapnia diurna
→ 90% dos doentes têm SAOS (síndrome da apneia obstrutiva do sono) → obstrução das vias aéreas → apneia → hipoxémia e hipercápnia
→ Estado de resistência à leptina, o que se associa a uma hipercápnia diurna e redução da resposta ventilatória ao CO2
Angina de Prinzmetal
também chamada de Angina Variante,
É uma dor no peito associado a isquémia do miocárdio que ocorre durante o repouso e é causada pelo espasmo de uma artéria coronária, ou seja, pela sua contrição temporária.
Os espasmos ocorrem tipicamente em locais com aterosclerose, mas acontece mesmo em coronárias saudáveis. A dor pode ocorrer sem esforço físico e ocorre tipicamente durante a manhã.
Está associada a:
- tabaco, cocaína/estimulantes,
- hiperventilação e stress,
- exposição ao frio (induz vasoconstrição),
- doenças vasoespásticas (ex. fenómeno de Raynaud, enxaquecas)
Normalmente, responde imediatamente a vasodilatadores como a nitroglicerina.
Bloqueadores de canais de Ca2+ e nitratos de longa duração como profilaxia.
Pode levar a arritmias ventriculares ou morte súbita.
Sinal de Quincke
Visualização da pulsação no leito ungueal ao realizar uma leve pressão na ponta do dedo e é devido à transmissão do pulso arterial nos pequenos vasos capilares.
Ocorre em situações em que a pressão do pulso está aumentada, ou seja, em que a diferença entre a pressão sistólica e diastólica é maior (regurgitação aortica).
Também pode acontecer em situações em que há dilatação dos capilares (calor, febre, anemia, gestação, hipertiroidismo)
Fenómeno de Raynaud
Resulta de vasoespasmos das artérias e arteríolas das extremidades.
Tem 3 fases:
Fase isquémica, hipóxica e hiperémica.
Exposição a um trigger (ex. frio ou stress emociconal) → vasoconstrição acentuada de artérias → isquémia e palidez (fase isquémica) → os capilares e vénulas
dilatam devido à isquémia, sendo preenchidos por sangue desoxigenado → cianose (fase hipóxica) → remoção do stress que leva a reperfusão → eritema (fase hiperémica)
- Primário (= doença): idiopático. Resposta exagerada vasomotora central e local ao frio ou a emoções. É mais frequente em mulheres jovens e tem uma evolução benigna, mas a longo prazo pode levar a espessamento da íntima e atrofia dos tecidos musculares, subcutâneos e cutâneos.
- Secundário (= síndrome): insuficiencia vascular devido a uma doença arterial associada a LES, aterosclerose, ou outras. Uma isquémia irreversível com dano dos tecidos indica Raynaud secundário
Sinal de Rumpel-Leede
(prova do laço)
Indica doenças da hemostase primária e aumento de fragilidade capilar.
Coloca-se um torniquete ou uma braçadeira no membro superior de modo a manter uma pressão entre a pressão sistólica e diastolica durante 5min. Depois de 5 min, o torniquete é removido e contam-se o número de petéquias que surgem num quadrado de 2,5x2,5 cm no antebraço. Teste é positivo se existirem > 10.
Ocorre na:
- Dengue hemorrágica,
- Doenças da hemostase primárias (ex. trombocitopénia),
- Aumento de fragilidade capilar (ex. uso prolongado de corticoesteroides),
- Doenças vasculares hemorrágicas
- outras
Tríade de Saint
Litíase Biliar + Diverticulose + Hérnia do hiato esofágico
A causa é desconhecida, mas recentemente parece ter surgido uma explicação fisiopatológica associada a uma doença sistémica do tecido conjuntivo - Herniose
Sindrome de Selye
Síndrome de Adaptação Geral
Caracterizado pelo conjunto de reações inespecíficas a qualquer tipo de agressão que provoque stress fisiológico ou psicológico. São independentes da natureza do estímulo de stress e variam apenas na gravidade e duração.
Ocorrem 3 fases:
- Fase inicial / alarme: relacionado com o impacto inical ao agente de stress que ativa a resposta simpática do sistema nervoso autónomo. Há libertação de adrenalina e noradrenalina e consequentes manifestações. Maioria dos sintomas desaparecem ou são revertidos na próxima fase, podendo voltar na terceira.
Midríase - dilatação das pupilas
Taquicardia, Taquipneia e respiração ofegante
Tremores → ↓ temperatura corporal
Pele pode estar pálida ou rosada
Erosões do trato GI
2ª fase/fase de resistência: O organismo tenta voltar à homeostasia. Se a situação causadora de stress já não está presente, isto pode acontecer. Se o trigger não for removido, as suprarrenais continuam a secretar hormonas, que condicionam:
Hipertensão!!!!
Mal-estar generalizado
Fadiga, cefaleias, insonias
Alterações do apetite
Problemas GI e dermatologicos
Irritabilidade, sensibilidade emocional, diminuição de libido, alt de memorias, diminuição da concentração
3ª fase/fase de exaustão: o prolongamento da tentativa de alcançar a homeostasia, com stress nao resolvido, leva a um stress crónico. Pode levar a:
Depressão do sistema imune,
Aumento de risco CV,
Diabetes,
Dadiga, burnout, intolerância ao stress
Sintomas anteriores
Sindrome de Sneddon
Doença rara caracterizada pela associação de:
- Doenças cerebrovasculares isquémicas (AVC ou AIT)
- Livedo Reticularis (resposta vasoespástica com diminuição do fluxo capilar que resulta num aumento do sangue desoxigenado no local, que causa um padrão de manchas azuladas e rosadas de aspeto rendilhado)
Resulta de progressivas oclusões das artérias de pequeno e médio calibre provocadas por hiperproliferação endotelial.
Não se sabe a causa, mas aparenta estar associado a fenómenos de autoimunidade como Sindrome Anticorpo Anti-Fosfolipidos ou a Lupos Eritematoso Sistemico
Podem também incluir manifestações neurológicas, HTA, doença coronária, ou outros.
Sopro de Still
ou Sopro Sistólico Inocente é um sopro mesossistólico fisiológico, benigno, mais comum nas crianças entre os 3-8 anos que desparece por volta da puberdade.
- sopro em crescendo-decrescendo,
- melhor audível entre a porção inferior da margem esternal esquerda e o ápex do coração
- aumenta com a pessoa deitada
- diminui com a pessoa em pé e com manobras que diminuam o retorno venoso (valsalva)
- Não há fremito! 1-3 grau
Sindrome de Tietze
Patologia rara que cursa com a inflamação auto-limitada das cartilagens costais, principalmente da 2ª costela. Distingue-se da costocondrite pela presença de edema!
Associada a:
- Dor torácica aguda com irradiação para as costas, ombros, braços ou abdomen. Agrava com a respiração, tosse, palpação e movimento.
- Edema e outros sinais inflamatórios no tórax
Afeta principalmente os jovens. O uso de corticoides e anti-inflamatorios pode minizar a sintomatologia.
Sinal de Tinel
Sensação de formigueiro ou dor quando se percute o pulso no local anatómico de um nervo comprometido por uma irritação ou lesão.
Pode indicar síndrome do canal cárpico mas é um sinal bastante inespecífico.
No sindrome do canal cárpico há compressão do nervo mediano, desencadeando dor ou parestesias na:
- Face palmar do 1º, 2º e 3º dedo e porção lateral do 4º
- Face dorsal das falanges médias e distais destes dedos
Sinal de Trousseau
É positivo quando há flexão do punho, adução do polegar, flexão das articulações metacarpofalângicas e extensão das articulações interfalângicas depois de 5 min de insuflação de uma braçadeira no braço a uma pressão entre a sistólica e a disastólica.
Indica hipocalcémia mas é menos sensível que o sinal de Chvostek.
Podemos encontrar na tetania latente, hipoparatiroidismo, tiroidectomia total, hipomagnesémia, hipercaliémia, alcalose.
(Síndrome de Trousseau refere-se ao síndrome paraneoplásico caracterizado por tromboflebite migratória do carcinoma pancreático.)
Manobra de valsalva
Expiração forçada com uma glote fechada.
↑Pressão intratorácica →↓ retorno venoso → ↓pre-carga → ↓DC e ↓PA
Utilizado para:
- Evidenciar hernias abdominais (aumento da pressão abdominal e protusão da hernia)
- Evidencia sopros e permite distinguir patologias cardiacas (ex: estenose aortica e miocardiopatia hipertrófica constritiva) (aumento o som do prolapso mitral - diminui pressão do atrio direito)
- Evidencia incontinência urinária
- Normalizar pressão no ouvido médio.
Contraindicado na doença coronária e enfarte do miocárdio por diminuir o suprimento coronário
É oposta à manobra de squatting, que aumenta o retorno venoso
Nódulo de Virchow
Corresponde ao primeiro gânglio supraclavicular esquerdo a receber a linfa proveniente do abdómen, depois de atravessar o ducto torácico e encontra-se no triangulo de Pirogoff.
Está aumentado e endurecido no sinal de Troisier, funcionando como gânglio sentinela para cancro do trato GI, sobretudo do estômago e outros tumores abdominais e pélvicos.
Quando está associado a dor, sugere infeções como tuberculose, sarcoidose ou toxoplasmose.
Tríade de Virchow
Constituida por 3 componentes associados a uma aumento da probabilidade de trombose
Esta tríade é formada por:
- Lesão endotelial (ex: HTA, inflamação, toxinas e
deposição de complexos imunes)
- Fluxo sanguíneo anormal (estase venosa/turbulencia)
Estase venosa - favorece trombos venosos - aumenta a probabilidade das plaquetas contactarem com o colagénio endotelial e se ativarem (cirurgia, trauma, imobilização prolongada)
Turbulência - que favorece trombos arteriais (aneurisma, aterosclerose, estenoses, bifurcações de vasos) - Hipercoagulabilidade - aumento de adesão plaquetar e trombofilia (adquirida ou hereditária. Ex: mutações do fator V de Leiden, défice de proteína C ou S, síndrome de anticorpos anti-fosfolípidos, neoplasias, aumento da síntese de protrombina, gravidez e anticoncecionais orais, anemia falciforme)
Encefalopatia de Wernicke
Doença aguda e reversível que resulta da deficiência de tiamina (vitamina B1). Que é uma molécula cofatora essencial na formação de proteínas, ADN, e síntese de neurotransmissores. As células do sistema nervoso e cardiovascular são as mais sensíveis à deficiência.
Tríade caracteristica de:
- Confusão
- Ataxia (perda de equilibrio)
- Oftalmoplegia (com nistagmo, paralisia do m reto lateral e perturbação do olhar conjugado).
- Lesão cerebral focal
- Hipotensão ortostática
- Hipotermia
- Taquicardia
- Dispneia com exercício
Pode ser causada por:
- Défice de ingestão
- Défice de absorção pelo trato GI
- Má utilização
Associada a:
- Alcoolismo crónico (3 mecanismos)
- Distúrbio alimentar, má nutrição,
- Emese prolongada (ex. quimioterapia)
- Neoplasia do trato GI
Tratamento passa pela suplementação urgente com tiamina para impedir evolução para S. Korsakoff que já é crónico e irreversível e cursa com amnésia anterógada e retrógada, alterações de personalidade, confabulação, hiperfamiliaridade, etc
Prognóstico se não for tratado é de mortalidade de 20% e evolução para psicose/síndrome de Korsakoff em 85%.
Sinal de Westermark
Corresponde a hipertransparência focal periférica secundária a diminuição do volume de sangue em determinada região do pulmão.
Oclusão proximal → colapso do vaso distal ao embolo → deixa de haver tecido mole → hipertransparência
Baixa sensibilidade (só aparece em 11%) e elevada especificidade (92% são positivos para TEP) para diagnóstico de embolismo pulmonar. O RX é normal na maioria dos casos de TEP!
Dilatação da artéria pulmonar proximal ao embolo + colapso de vaso distal = sugestivo de TEP.
Causas:
Obstrução da artéria pulmonar de grande calibre (mais frequente)
Obstrução de diversos vasos com menor calibre