sangramentos na gravidez parte 1 Flashcards

1
Q

Sangramentos da primeira metade (25 semanas)

A

Abortamento, gestação ectópica, doença trofoblástica.

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Q

Abortamento

A

Interrupção da gestação com feto com menos de 20-22 semanas ou 500 gramas.

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3
Q

Abortamentos - etiologia

A
  • Anormalidade cromossômicas: trissomias, monossomia do X (S. Turner). Mais frequente é a trissomia/ aneoploidia do 16.
    Causas mais esporádicas, não necessita de investigação.
    Maior de 35 anos é FR para trissomias, logo mais abortamento.
  • Desordens anatômicas: IIC, malformações uterinas, sinéquias.
  • Doenças endócrinas: insuficiência lútea (não produz suporte hormonal suficiente), doença da tireoide, DM.
  • Infecções: rubéola, CMV, paravirose, HIV, sífilis.
  • Trombofilias hereditárias: questionável, maioria não recomenda rastrear.
  • Distúrbios imunológicos: síndrome antifosfolipídeo.
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4
Q

Abortamentos - síndrome antifosfolipídeo

A

Trombofilia autoimune.

Associada com:
- Abortamento de repetição
- Óbito fetal, pré-eclâmpsia
- Trombose arterial e venosa
- Associação com lúpus

Diagnóstico: necessário 1 clínico e 1 laboratorial.
- Critérios clínicos: trombose arterial/venosa OU óbito fetal após 10 semanas/ parto prematura por PE < 34 semanas/ 3 ou mais abortamentos < 10 semanas.

  • Critérios laboratoriais: lúpus anticoagulante, anticardiolipina IgG ou IgM, anti-beta2glicoproteína I IgG ou IgM.
    *Se todos presentes, possui alto potencial de abortamento.

*Se positivo repetir 12 semanas depois para confirmação.

Tratamento:
- SAF apenas com critério obstétricos: AAS + heparina profilática (enoxaparina); 40mg/dia.

  • SAF com história de trombose: AAS + heparina terapêutica (1mg/kg de 12/12 horas).
    *Se em uso de varfarina trocar para enoxaparina.
    *Desfecho favorável em 85% dos casos.
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5
Q

Abortamento - classificação

A

Precoce: até 12 semanas.
*Mais comum.
*Principalmente aneoploidia.

Tardio: entre 12 a 20 semanas.
*Necessário tratamento mais específico.
*Não costuma ser aneoploidia.

Habitual: 3 ou mais episódios consecutivos.
*Em alguns casos 2 ou mais se faz investigação.

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6
Q

Abortamento - diagnóstico

A

Dois parâmetros principais:
- Colo uterino (verificar se aberto ou fechado).
- USG (nem sempre obrigatório).

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7
Q

Abortamento - ameaça de abortamento/ gestação incipiente

A

Sangramento e dor discretos
- Beta-hCG: positivo
- Útero: compatível com IG.
- Colo uterino: fechado.
- USG: BCE presente.

Tratamento: sintomáticos. Não possui tratamento específico.

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8
Q

Abortamento - abortamento inevitável

A

Sangramento intenso, cólicas
- Beta-hCG: positivo
- Útero: compatível com IG.
- Colo uterino: aberto.
- USG: BCE presente/ ausente.

Tratamento: aguardar até 8 semanas de gestação, esperar por 1/2 semanas (casos raros) OU esvaziamento uterino (mais comum), imunoglobulina anti-Rh (se Rh -).

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9
Q

Abortamento - abortamento completo

A

Sangramento discreto, dor ausente
- Beta-hCG: negativo ou em queda.
- Útero: menor que IG.
- Colo uterino: fechado.
- USG: útero vazio.

Tratamento: Imunoglobulina anti-Rh.

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10
Q

Abortamento - abortamento incompleto

A

Sangramento variável, cólicas
- Beta-hCG: negativo ou em queda.
- Útero: menor que IG.
- Colo uterino: aberto ou fechado.
- USG: restos ovulares. Espessamento maior que 15mm.

Tratamento: esvaziamento uterino, imunoglobulina anti-Rh.

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11
Q

Abortamento - abortamento infectado

A

Sangramento fétido, dor abdominal
- Beta-hCG: negativo.
- Útero: amolecido, doloroso.
- Colo uterino: aberto.
- USG: restos ovulares/ heterogêneo + febre.

Tratamento: clindamicina + gentamicina seguido de esvaziamento uterino, imunoglobulina anti-Rh.

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12
Q

Abortamento - abortamento retido

A

Sangramento e dor ausentes
- Beta-hCG: negativo ou em queda.
- Útero: menor que IG.
- Colo uterino: fechado.
- USG: embrião > ou igual 7mm sem BCE.
*Se menor que 7mm deve-se repetir USG. Se mais que 7mm não fazer novamente.

Tratamento: Repetir USG (confirmatório), esvaziamento uterino, imunoglobulina anti-Rh.

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13
Q

Abortamento - ovo anembrionado

A

Subtipo de aborto retido.
Ausência de embrião em SG íntegro.
USG: SG > ou igual 25 mm de DM sem embrião.

Tratamento: esvaziamento uterino, imunoglobulina anti-Rh.

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14
Q

Abortamento - esvaziamento cirúrgico

A

AMIU: para útero pequeno.
- Método de escolha até 12 semanas.
- Menor risco de perfuração (forma vácuo).
*Preferencial.

Curetagem cirúrgica:
- Método de escolha após 12 semanas.
- Maior risco de perfuração (sem vácuo).

Outros: vácuoaspiração (mola), microcesariana.

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15
Q

Abortamento - esvaziamento clínico

A

Ocitocina: expulsão do feto, paralelamente ao tratamento cirúrgico.
*Após 12 semanas não possui boa indicação.

Misoprostol: método de escolha para expulsão do feto. Complementar ao tratamento cirúrgico.
*Principalmente após 12 semanas.

  • Após 12 semanas seu uso é obrigatório.

Conduta expectante: 6 a 8 semanas, estáveis, sangramento discreto.

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16
Q

Incompetência istmocervical - causa

A

Causa no segunda trimestre (18 a 20 semanas).

Falha do orifício interno em manter a gestação.

Causa:
- Abortamento tardio
- Perdas gestacionais indolores
- Amniorrexe precoce
- Feto morfologicamente anormal

17
Q

Incompetência istmocervical - fatores predisponentes

A

Fatores predisponentes:
- Amputações do colo
- Dilatação do colo
- Fatores congênitos
- Partos laboriosos

18
Q

Incompetência istmocervical - diagnóstico

A

Diagnóstico fora da gestação:
- Histerossalpingografia (volta do contraste)
- Histeroscopia (facilidade de entrada)
- Passagem da vela de Hegar 8

Diagnóstico na gravidez:
- Dilatação do colo indolor
- USG: encurtamento do colo (preditor de parto prematuro), dilatação cervical

19
Q

Incompetência istmocervical - tratamento

A

Circlagem uterina entre 12 e 16 semanas (antes do colo uterino começar a abrir).
*Antes do achado ultrassonográfico.
*Cirurgia de McDonald.

20
Q

Abortamento - interrupção voluntária

A

Risco de vida para a gestante:
- Abortamento terapêutico
- Atestado por dois médicos
- Notificação da comissão de ética do hospital

Decorrente de violência sexual:
- Permitida após informar Unidade de Saúde
- Não precisa de B.O ou autorização judicial
- Objeção de consciência
- Até 20-22 semanas

Anencefalia:
- Discriminalização pelo STF em 2012
- Interrupção em qualquer IG (se desejar)
- Diagnóstico USG com 2 fotografias (sagital e transversal)
- Laudo assinado por dois médicos

21
Q

Gestação ectópica - o que é

A

Implantação do blastocisto fora da cavidade endometrial.
Mais comum é na tuba uterina (tubária), outras são ovarianas, cavidade abdominal…

22
Q

Gestação ectópica - fatores de risco

A

Principais:
- Cirurgia tubária prévia
- DIU
- Gestação ectópica prévia
- DIP (clamídia, gonococo, IST)
- Endometriose

23
Q

Gestação ectópica - gestação tubária

A

95-98% das gestações ectópicas.
*Ocorre principalmente na ampola, pois é onde ocorre a fecundação.
*O segundo mais comum é o istmo.
*Descobre principalmente na 6-8 semana pelos sintomas característicos.

24
Q

Gestação ectópica - gestação tubária/ manifestações clínicas

A

Manifestações clínicas:
- Sintomas clássicos: dor abdominal, amenorreia, sangramento vaginal.

  • Subaguda: dor abdominal, amenorreia, sangramento vaginal, 70% dos casos, região ampular, sem instabilidade hemodinâmica.
  • Aguda: 30% dos casos, região ístmica, sangue na cavidade. Presença de sinal de Laffon (irritação do nervo frênico - dor escapular), sinal de Cullen, sinal de Blumberg, Sinal de Proust (grito de douglas), instabilidade hemodinâmica.
25
Q

Gestação ectópica - gestação tubária/ diagnóstico

A

Diagnóstico:
- B-hCG: limite discriminatório <1500 -> repetir. Se > ou igual 1500 achar SG no USG.

  • USG: saco gestacional em anexo, anel tubário, pseudossaco gestacional, dopplerfluxometria.
  • Outros: culdocentese, progesterona < 10 ng/ml, curetagem uterina, laparoscopia.
26
Q

Gestação ectópica - gestação tubária/ tratamento

A

Tratamento:
Variáveis:
- Instabilidade hemodinâmica - rompe a trompa (laparotomia com salpingectomia)
- Estab
- Integridade da trompa
- Desejo de nova gravidez
- Características do SG
- Acesso a diferentes terapias

  • Estabilidade hemodinâmica:

Cirúrgico: laparoscopia/ laparotomia.
*Salpingectomia: sangramento incontrolável, ectópica recorrente, trompa uterina muito lesada.
*Salpingostomia: trompa contralateral doente, manutenção do desejo reprodutivo, tubária de pequenas dimensões.

Medicamentoso:
*Metotrexate: antagonista do ácido fólico.
Condições associadas a melhores resultados:
- Saco gestacional < 3,5cm/4cm
- Embrião sem atividade cardíaca
- b-hCG <5000 mUI/ml
Se tiver os três fazer medicamentoso.
Como é feito: injeção direta sobre o ovo (invasivo) OU IM em dose única (dosagem do b-hCG no 4 e 7 dia), repetir se não cair 15%, podendo ser usada até 3 vezes OU IM em dias alternados (mais efeitos colaterais).

Expectante: Exceção
Em níveis baixos e descrecentes de b-hCG (<1000mUI/ml), estáveis hemodinamicante.

27
Q

Doença trofoblástica - etiologia e classificação

A

Proliferação anormal do trofoblasto.

Benigna: Mola hidatiforma - mola completa e mola incompleta.

Maligna: neoplasia trofoblástica gestacional - mola invasora, coriocarcinoma, tumor trofoblástico do sítio placentário.

28
Q

Doença trofoblástica - fatores de risco

A
  • Idade > 40 anos
  • Mola hidatiforme anterior
  • Inseminação artificial
  • Tabagismo
  • Abortamentos prévios
29
Q

Doença trofoblástica - manifestação clínicas

A
  • Sangramento vaginal
  • Náuseas e vômitos
  • Útero amolecido, maior que a IG (diminui e cresce)
  • Emissão de vesículas
  • Pré-eclâmpsia precoce
  • Cistos tecaliteínicos
  • Hipertireoidismo
30
Q

Doença trofoblástica - mola hidatiforme

A
31
Q

Doença trofoblástica - mola hidatiforme - diagnóstico

A

USG: tempestade de neve
Laboratorial: b-hCG superior a 200.000
Histopatológico

32
Q

Doença trofoblástica - mola hidatiforme - condutas

A
  • Vacuoaspiração: procedimento de escolha, menor risco de mais.
  • AMIU e curetagem: alternativas.
  • Histerectomia total profilática: prole completa, > 40 anos, hemorragia intensa.
    *Manter os ovários!
33
Q

Doença trofoblástica - mola hidatiforme - controle pós-molar

A

b-hCG: semanal até zerar (3 negativas), mensalmente até 6 meses do 1 resultado negativo.

Após fazer acompanhamento clínico, acompanhamento USG, raio-X de tórax (metástase pulmonar), anticoncepção.

34
Q

Doença trofoblástica - mola hidatiforme - malignidade

A

B-hCG:
- Elevação por duas semanas
- Estabilização dos níveis por 3 semanas (mais ou menos 10%).
- Ausência de negativação em 6 meses.

Outros:
- Surgimento de metástases (vagina, pulmão)
- USG com imagem intramiometrial (olho de curuja)
- RI e PI das aa. uterinas baixo

35
Q

Neoplasia trofoblástica - classificação

A

Mola invasora: 70-90% dos casos, sequela da mola hidatiforme.

Coriocarcinoma: 10-30% dos casos. Pós mola,a borto, gestação a termo ou ectópica.

Tumor trofoblástico do sítio placentáio: trofoblasto intermediário, raro, eleva hPL (lactogenio placentário).

36
Q

Neoplasia trofoblástica - tratamento

A

Limitada ao útero: monoquimioterapia (metotrexato).

Atingiu anexos, vagina, e/ou ligamento longo: se baixo risco (escore < ou igual 6) fazer monoquimioterapia (metotrexato). Se alto risco (escore > ou igual 7) fazer poliquimioterapia (EMA-CO).

Metástases a distância (pp pulmões, cérebro e fígado): poliquimioterapia (EMA-CO).