Relações Internacionais 1 Flashcards
O conhecimento dos eventos, atores, fenômenos e processos que ocorrem além das fronteiras dos Estados nacionais é essencial para o estudo da política internacional.
Nas palavras de Braillard o que é Relações Internacionais?
Relações Internacionais (…) constituem um objeto cujo estudo é hoje um local privilegiado de encontro de diversas Ciências Sociais (…) O que caracteriza propriamente as Relações Internacionais
é o fato delas constituírem fluxos que atravessam as fronteiras (…) Podemos pôr em evidência a especificidade das Relações Internacionais definindo-as como as relações sociais que atravessam as fronteiras e que se estabelecem entre as diversas sociedades.
(BRAILLARD, 1990, pp. 82-83 e p. 86)
O que é relações internacionais?
Relações internacionais é uma área de estudo que se dedica a compreender as interações entre Estados, organizações internacionais, empresas transnacionais, grupos não governamentais e outros atores que participam da política global.
Essa área analisa questões como comércio internacional, conflitos internacionais, segurança global, direitos humanos, meio ambiente, cooperação internacional e desenvolvimento sustentável, entre outros temas relevantes para as relações entre países e atores internacionais. Além disso, as Relações Internacionais buscam compreender as dinâmicas e processos que moldam as relações internacionais e a ordem global em constante mudança.
Quais as principais características do Sistema Internacional?
Anarquia: o sistema internacional é um ambiente anárquico, no sentido de que não há um governo mundial que possa impor leis e regras para todos os atores globais. Como resultado, os Estados nacionais devem confiar em si mesmos para garantir sua segurança e interesses.
Interdependência: os atores globais estão cada vez mais interdependentes, em termos de economia, meio ambiente, segurança, entre outros aspectos. Isso significa que as ações de um ator podem ter impacto em outros atores, e que é necessário haver cooperação e coordenação para lidar com desafios globais.
Diversidade: o sistema internacional é caracterizado pela diversidade de atores, interesses, culturas, ideologias e valores. Isso significa que não há uma única maneira de entender e lidar com questões globais, e que a negociação e o diálogo são fundamentais para encontrar soluções.
Multipolaridade: O sistema internacional é composto por vários atores de poder, incluindo os Estados Unidos, a China, a Rússia e a União Europeia, além de outras potências regionais e emergentes. Isso significa que não há um único centro de poder dominante, mas sim uma distribuição de poder mais equilibrada.
Globalização: A globalização refere-se ao processo de crescente integração econômica, cultural e social em todo o mundo. Isso significa que os Estados e atores internacionais estão cada vez mais conectados, o que pode levar a benefícios, como a disseminação do conhecimento e da tecnologia, mas também pode causar desafios, como a desigualdade e a perda de identidade cultural.
Competição: Os Estados competem entre si por recursos, poder e influência no sistema internacional. Isso pode levar a conflitos e tensões entre os diferentes atores.
O que foi a paz de whestphalia 1648
Guerra dos 30 Anos 1618 - 1648
A Paz de Westphalia foi um conjunto de tratados assinados em 1648 na cidade de Münster, na Alemanha, que encerrou a Guerra dos Trinta Anos, conflito que devastou grande parte da Europa entre 1618 e 1648. Esses tratados foram negociados entre representantes de vários países europeus, incluindo a França, a Suécia, a Espanha e o Sacro Império Romano-Germânico.
A Paz de Westphalia é considerada um marco histórico na história europeia e internacional, pois estabeleceu novas normas para a diplomacia e a resolução de conflitos. Entre as principais mudanças trazidas pelos tratados, destacam-se:
- Reconhecimento da independência da Suíça e dos Países Baixos;
- Estabelecimento do princípio de que os governantes de um país têm o direito de escolher a religião oficial do Estado (o que ficou conhecido como “Cuius regio, eius religio”);
- Reconhecimento do direito dos estados de conduzir sua própria política externa e de estabelecer alianças com outros países;
- Estabelecimento do equilíbrio de poder como um princípio fundamental das relações internacionais, o que significa que nenhum país deve ser tão poderoso a ponto de ameaçar a segurança dos outros.
Essas mudanças tiveram um impacto duradouro na história europeia e internacional, e muitos dos princípios estabelecidos pela Paz de Westphalia continuam a ser aplicados na política mundial até hoje.
O que foi o Tratado de Utrecht 1713?
O Tratado de Utrecht foi um conjunto de acordos assinados em 1713 na cidade de Utrecht, nos Países Baixos, que puseram fim à Guerra da Sucessão Espanhola, conflito que envolveu diversas potências europeias entre 1701 e 1714.
Os tratados foram negociados entre a França, a Grã-Bretanha, a Espanha, Portugal, o Sacro Império Romano-Germânico e a República Holandesa, entre outros. O principal objetivo do tratado era acabar com a disputa pela sucessão ao trono espanhol, que havia se iniciado após a morte do rei Carlos II da Espanha em 1700.
Entre as principais mudanças trazidas pelo Tratado de Utrecht, destacam-se:
- O reconhecimento de Filipe V como rei da Espanha, desde que ele renunciasse a seus direitos ao trono francês;
- O cedimento de territórios espanhóis para a Grã-Bretanha, incluindo Gibraltar e Menorca;
- O cedimento de territórios espanhóis para a Áustria, incluindo os Países Baixos espanhóis;
- O cedimento de territórios espanhóis para a Saboia, incluindo a Sicília.
O Tratado de Utrecht teve um grande impacto na história da Europa, uma vez que redefiniu as relações políticas e territoriais no continente, fortaleceu a posição da Grã-Bretanha como potência mundial e enfraqueceu a posição da França e do Sacro Império Romano-Germânico.
O que é Anarquia?
Anarquia é um sistema político e social que se caracteriza pela ausência de um governo ou autoridade central, onde as pessoas buscam viver em uma sociedade sem hierarquia ou opressão. Na concepção anarquista, todas as formas de autoridade são vistas como opressivas e desnecessárias, incluindo o Estado, a polícia, o exército, as instituições religiosas, dentre outras.
Os anarquistas defendem a ideia de que as pessoas devem se organizar livremente em comunidades autônomas e autogeridas, sem a necessidade de um governo centralizado. Eles buscam abolir todas as formas de exploração e dominação, incluindo a exploração econômica, racial, de gênero e sexual. Na visão anarquista, as pessoas são capazes de se auto-organizar e resolver seus próprios conflitos sem a necessidade de intervenção externa.
Vale lembrar que existem diferentes correntes dentro do anarquismo, com visões e estratégias distintas para alcançar uma sociedade sem Estado. Algumas dessas correntes incluem o anarquismo coletivista, o anarquismo individualista, o anarquismo comunista, o anarco-sindicalismo, entre outros.
É importante notar que o anarquismo é uma tradição política e filosófica que engloba uma grande variedade de correntes e tendências, cada uma com sua própria visão e estratégia para alcançar uma sociedade sem Estado e sem opressão.
O que é Anarquismo Coletivista?
Esta corrente anarquista foi desenvolvida pelo pensador francês Pierre-Joseph Proudhon. O coletivismo anarquista defende a posse coletiva dos meios de produção e a gestão autônoma dos mesmos pelas comunidades, sem a necessidade de um Estado. Cada trabalhador seria recompensado de acordo com o tempo e o esforço que dedicasse ao trabalho.
O que é Anarquismo individualista?
Esta corrente foi desenvolvida por pensadores como Max Stirner e William Godwin. O individualismo anarquista enfatiza a liberdade individual e a autonomia, oposto à autoridade e a coerção. Eles veem o Estado e outras instituições como limitantes da liberdade individual e defendem a ideia de que as pessoas devem se organizar em comunidades voluntárias e autônomas.
O que é Anarquismo comunista?
Esta corrente foi desenvolvida por pensadores como Piotr Kropotkin e Emma Goldman. O comunismo anarquista defende a posse coletiva dos meios de produção e a distribuição igualitária dos bens produzidos. Eles acreditam que a propriedade privada e a exploração econômica são fontes de opressão e desigualdade social.
O que é Anarco-sindicalismo?
Esta corrente anarquista é uma forma de sindicalismo revolucionário, que defende a abolição do Estado e a gestão autônoma das empresas pelos trabalhadores. Eles veem os sindicatos como instrumentos para a luta pela libertação dos trabalhadores, através da organização em greves, boicotes e outras formas de ação direta.
O que Anarquismo verde?
Enfatiza a importância da ecologia e da preservação do meio ambiente
O que é Anarquismo pacifista?
que busca a transformação social através de meios não violentos.
O que é Equilíbrio de poder?
Equilíbrio de poder é um conceito que se refere a um arranjo de poder entre diferentes atores políticos, como Estados ou organizações internacionais, que busca evitar a dominação de uma ou mais partes sobre as outras. O equilíbrio de poder é estabelecido através de uma distribuição de forças que impede a ascensão de uma potência dominante e, consequentemente, a instabilidade e o conflito internacional.
O equilíbrio de poder é alcançado através de uma combinação de forças militares, econômicas, políticas e diplomáticas. Por exemplo, os Estados podem aumentar sua força militar, formar alianças com outros Estados, buscar a mediação de conflitos através de organizações internacionais, e utilizar sua influência econômica para alcançar seus objetivos. O objetivo final é garantir que nenhum ator político tenha poder excessivo e que haja um equilíbrio entre eles.
O equilíbrio de poder tem sido um conceito importante na história das relações internacionais, especialmente após a Guerra Fria, quando o equilíbrio de poder bipolar entre os Estados Unidos e a União Soviética foi substituído por um mundo multipolar. Alguns críticos argumentam que o equilíbrio de poder pode ser instável e pode levar a uma corrida armamentista e a conflitos internacionais, enquanto outros defendem que é um mecanismo importante para manter a paz e a estabilidade entre as nações.
O que é Estado?
Estados são unidades políticas centralizadas surgidas a partir da Paz de Westphalia em 1648, contrapondo-se às instâncias fragmentadas e não seculares da Idade Média.
Os princípios básicos do Estado Moderno são a territorialidade com base em fronteiras definidas, a soberania política sobre este território, constituindo um governo organizado, e a existência de uma população que habita este espaço geográfico. Juridicamente, os Estados reconhecem-se mutuamente, respeitando seus limites territoriais (respeito aos princípios de não intervenção e não ingerência), e estabelecem relações diplomáticas entre si.
Em síntese, três componentes materiais compõem estas unidades políticas, o território, a população e o governo. Todos os Estados são, portanto, soberanos dentro de seu determinado território.
Qual a diferença entre os Estados?
Ainda que os Estados sejam iguais de direito, não o são de fato. As diferenças referem-se a suas histórias (processo de construção e idade como Estados Westphalianos), constituições domésticas (regimes, formas de governo e dinâmica dos atores da sociedade civil) e a seus recursos de poder. Na medida em que o poder é um elemento essencial da política (seja ela doméstica ou internacional), a posse destes recursos por um determinado Estado delimita sua capacidade de atuação e projeção no sistema e sua medida de vulnerabilidade. Estes elementos correspondem ao nível de autonomia.