Regulação da Preocupação e da Ansiedade Flashcards
Medo, Emoção e Sentimento.
Emoção
É uma reação imediata á um estimulo. Pode ser definida como o final de um processamento bem orquestrado de todo o nosso organismo, que ocorre sem que tenhamos consciência disso. Trata-se de um fenômeno que pode ser explicado por dezenas de milhares de anos de evolução.
Ex: Medo.
A EMOÇÃO é resultado de processos bioquímicos que acontecem no interior de nosso organismo – e também no de outras espécies – e que permitem analisar uma situação como uma ameaça à sobrevivência ou como uma oportunidade. Assim, as emoções acontecem independentemente de nossa percepção racional e clara das coisas.
MEDO E CORAGEM.
Foi assim, aliás, que o medo se tornou um elemento protetor da espécie: avaliar perigos e evitar riscos desnecessários aumenta nossa segurança e, por extensão, nossa chance de sobrevivência.
Sentimento
Envolve um alto grau de processo cognitivo, percepção e avaliação de algo.
Uma vez que tomamos consciência de nossas emoções também passamos a chamá-las, sob rigor técnico, de SENTIMENTOS. Assim, retomando a situação que apresentamos no item anterior, se nosso ancestral compreende que está sentindo medo, a emoção se torna sentimento.
A estratégia de associar “uma história” à emoção faz com que:
O sentimento seja armazenado na forma de memória, o que nos permite antever e planejar eventos futuros.
A emoção medo é fundamental para praticamente todas as espécies, pois:
Representa o final de um processamento de julgamentos, que indica a percepção de existir mais riscos do que oportunidades no ambiente.
A expressão “a mente mente” significa que:
As histórias que estruturam as emoções podem não corresponder à realidade.
Como incorporar isso no dia a dia:
- Preste atenção nas suas emoções:
Ex: Reconheça se está sentindo medo, preste atenção nas reações do seu corpo. - Fundamentalmente perceba as histórias que você está contando para você, que estruturam e reforçam esses medos:
Ex: Estão todos me olhando… É perigoso etc. - Começe a verficar se as histórias estão coerentes com a realidade. Se estiverem você está diante do medo produtivo, se não estiverem começe a reformular. Essa sera uma base importante para que consiga manejar a sua preocupação e ansiedade.
Histórias
Quando nomeamos o que estamos sentindo, contamos histórias sobre o porquê de as coisas estarem acontecendo e nos tornamos capazes de criar memória. A ciência hoje nos mostra que o cérebro, ao longo da evolução humana, adquiriu a capacidade de transformar a emoção, algo mais primitivo, em histórias que podem ser armazenadas.
Com a memória, nós nos tornamos capazes de planejar, de projetar, de esboçar, de delinear, de esquematizar, diferenciando aquilo que é perigoso daquilo que é seguro. Essa capacidade deu aos seres humanos uma fantástica vantagem evolutiva: a possibilidade de planejamento e de execução de nossos atos.
Ressignificar memórias.
Percepção distorcida da realidade:
- A preocupação não é, necessariamente, algo ruim. Muitas vezes, ela pode ser boa, sobretudo se nos ajuda a antever situações que podem causar problemas.
- Mas a preocupação também pode nos atrapalhar, tornando-nos improdutivos. Isso ocorre quando não podemos fazer nada para eliminar o que está nos preocupando.
O problema é que nem sempre é fácil regular essas preocupações.
Se nos tornamos capaz de identificar as histórias que estamos nos contando, podemos verificar se elas são compatíveis ou não com a realidade. Esse pode ser um caminho bastante interessante para redefinir não só nossos sentimentos, mas também nosso comportamento.
Os Estados do Medo
Receio, medo, preocupação, desespero, pânico.
São 5 estados em ordem crescente do medo.
As palavras “receio”, “preocupação”, “ansiedade”, “desespero” e “pânico” podem, em geral, ser substituídas por “medo”, sem que haja mudanças significativas de sentido. Isso se deve ao fato de essas palavras:
Representarem diferentes estados de intensidade do medo.
Conhecer diferentes estados do medo (receio, preocupação, ansiedade, desespero e pânico) é importante, já que:
Diminui a chance de confundir situações de medo de baixa intensidade com estados mais intensos de medo.
5 níveis de medo:
Identificar o que estou sentido:
* Receio;
* Preocupação;
* Ansiedade;
* Desespero;
* Pânico.
“Por um segundo achei que ela não iria gostar da comida que preparei para ela, o sorriso após a primeira mordida aliviou meu sentimento.” O estado de medo predominante nesse caso é:
Receio.
Erro: Preocupação.
Nem sempre é possível determinar com acerto.
Identificar as histórias que estão estruturando e reforçando o medo é importante, pois:
Permite reavaliar as interpretações da realidade a partir de evidências que as confirmem ou as contestem.
Como identificar os diferentes estados do medo:
- Perceber as situações que está vivendo e de nomes a elas:
EX: Neste momento estou preocupada. Naquele dia eu estava em pânico (tive até refluxo).
Não se preocupe em acertar sempre.
- Usar essas palavras no dia a dia para identificar o que está sentido, conforme for usando significa que o seu cerébro entendeu o que ocorre. Mas até ele entender envolve um processo de vigilância.
Você tem medo do que?
- Você já ficou tão ansioso com alguma coisa a ponto de isso prejudicar você?
- Já deixou de fazer algo que poderia ser muito bom porque, simplesmente, não soube superar os seus medos?
- Já ficou muito tempo sofrendo por causa de algo que você achou que pudesse acontecer?
Essas sensações são absolutamente naturais.
A notícia boa é que, se você puder entender seus medos e a forma como eles influenciam seu comportamento, você terá muito mais segurança para enfrentar certas situações. E isso pode ser aprendido.
Receio:
Estado de medo provocado pela incerteza a respeito de se um determinado evento futuro dará certo. Ele é pouco intenso e é pontual, não fica “martelando” na cabeça.
Espisona (1632-1677)
A esperança é uma alegria instável, surgida da ideia de uma coisa futura ou passada, de cuja realização temos alguma dúvida.
O medo é uma tristeza instável, surgida da ideia de uma coisa futura ou passada, de cuja realização temos alguma dúvida.
Segue-se, dessas definições, que não há esperança sem medo, nem medo sem esperança. Com efeito, supõe-se que quem está apegado à esperança, e tem dúvida sobre a realização de uma coisa, imagina algo que exclui a existência da coisa futura, e, portanto, dessa maneira, entristece-se. Como consequência, enquanto está apegado à esperança, tem medo de que a coisa não se realize. Quem, contrariamente, tem medo, isto é, quem tem dúvida sobre a realização de uma coisa que odeia, também imagina algo que exclui a existência dessa coisa, e portanto, alegra-se. E, como consequência, dessa maneira, tem esperança de que a coisa não se realize.
Note que Espinosa defende a ideia de que o medo e a esperança estão interligados. Para ele, toda esperança envolve um medo de algo bom não se realizar, assim como todo medo envolve uma esperança de algo ruim não se realizar. Nesse sentido, podemos usar o medo para não nos iludir com esperanças que não se realizarão (quem nunca se sentiu decepcionado depois de ter esperanças demais?), mas também podemos usar a esperança para não sermos dominados pelo medo.
Preocupação:
Estado de medo de intensidade baixa, caracterizado por períodos de pensamentos persistentes de que algo ruim pode acontecer.
Ansiedade:
Estado de medo de intensidade moderada provocado pela incerteza da capacidade de enfrentar alguma situação que já esteja ocorrendo ou que está perto de ocorrer.
Desespero:
Estado de medo de grande intensidade produzido pela sensação de incapacidade de evitar que algo ruim aconteça.
Pânico:
Estado de medo de grande intensidade produzido pela sensação de incapacidade de evitar que algo ruim aconteça.
Respostas fisiológicas:
- Transpirações;
- Tremores;
- Calafrios;
- Inquietações;
- Ficar olhando ao redor;
- Sentir o estomâgo revirando;
- Falta de ar;
- Diarreia;
- Vômitos;
- Tensão muscular;
Gatilhos Universais.
- Sensação de asfixia, queda ou impacto eminentes;
- Hesitação (paralisação e indecisão momentânea);
- Fugir fisicamente de situações de risco;
- Gritar, chorar ou até mesmo ficarem paralisados sem conseguir agir ou falar;
- Entrar num processo de ruminação mental e fica pensando obsessivamente nas situações que geraram a emoção desagradável.