Realismo Flashcards

Teoria das Relações Internacionais - João Nogueira, 2005

1
Q

Qual é o medo que leva os Estados a iniciarem e se engajarem em guerras, segundo Tucídides?

A

O medo de não sobreviver e de deixar de existir

Este conceito é central no realismo, que também destaca a anarquia internacional.

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2
Q

Por que um príncipe sem um Estado perde sua relevância, segundo Maquiavel?

A

Porque o poder do príncipe está intimamente ligado à capacidade de governar e manter o controle sobre um território e uma população

O Estado é a base do poder político do príncipe.

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3
Q

Quais são os recursos materiais que um príncipe não consegue acessar sem um Estado?

A
  • Armas
  • Finanças
  • Alianças

Esses recursos são essenciais para manter ou aumentar o poder do príncipe.

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4
Q

Como Maquiavel influenciou o realismo em Relações Internacionais?

A
  • Os seres humanos são motivados por interesses egoístas
  • Moralidade tradicional não é uma guia eficaz
  • Manutenção e ampliação do poder são essenciais
  • Importância de entender o mundo como ele realmente é
  • Governantes devem estar preparados para defender seu poder

Essas influências refletem a busca de poder e segurança no sistema internacional.

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5
Q

Qual é a visão de Hobbes sobre o estado da natureza?

A

Sem um governo forte e centralizado, os seres humanos estariam em uma condição de ‘guerra de todos contra todos’

Para escapar desse estado, indivíduos cedem seus direitos a um soberano em troca de segurança.

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6
Q

Quais são as premissas do realismo?

A
  • Centralidade do Estado (objetivo de sobreviver)
  • Função do poder para garantir a sobrevivência
  • Anarquia internacional

Essas premissas são fundamentais para entender a dinâmica das relações internacionais segundo o realismo.

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7
Q

Qual é a principal diferença entre realistas e liberais?

A

Os realistas enfatizam os ganhos do Estado em relação aos demais, enquanto os liberais destacam os ganhos absolutos

Essa diferença reflete as abordagens distintas sobre a política internacional e a cooperação entre Estados.

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8
Q

Qual é a função do Estado segundo a perspectiva realista?

A

Manter a paz dentro das fronteiras e a segurança dos cidadãos em relação a agressões externas

Isso implica em estabilidade doméstica e segurança.

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9
Q

O que significa o monopólio do uso legítimo da força, segundo Weber?

A

Refere-se à capacidade do Estado de manter a estabilidade doméstica

Essa força não existe fora da fronteira do Estado.

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10
Q

Como os realistas veem a interação entre os Estados no sistema internacional?

A

A partir do modelo da bola de bilhar, onde os Estados se movem de forma independente, mas suas ações são determinadas pela força e posição de outras bolas

Isso indica que normas e ideologias não afetam as interações, mas sim a dinâmica de poder.

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11
Q

Quais são as características do modelo da bola de bilhar?

A
  • Anarquia internacional
  • Busca pelo poder
  • Interdependência de ações

Este modelo ajuda a ilustrar a complexidade das relações internacionais sob a perspectiva realista.

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12
Q
A
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13
Q

Como Maquiavel acreditava que os seres humanos são motivados?

A

Por interesses egoístas

Maquiavel sugeriu que a moralidade tradicional não é uma guia eficaz para a política.

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14
Q

Qual é a visão compartilhada entre Maquiavel e o realismo nas Relações Internacionais?

A

Os Estados agem de acordo com seus próprios interesses

A busca de poder, segurança e sobrevivência é central para essa visão.

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15
Q

O que Maquiavel enfatizava sobre a manutenção do poder?

A

Era essencial para o sucesso de qualquer príncipe

O príncipe deve ser astuto e flexível nas circunstâncias políticas.

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16
Q

Como os realistas veem a competição entre os Estados?

A

Os Estados competem entre si por poder e influência

A segurança é uma das principais preocupações no realismo.

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17
Q

Qual é a importância de entender o mundo como ele realmente é, segundo Maquiavel?

A

Rejeição das idealizações e das utopias

Essa perspectiva é fundamental para a análise política realista.

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18
Q

O que os governantes devem estar sempre preparados para fazer, segundo Maquiavel?

A

Defender seu poder

Essa ideia reflete a percepção de um mundo inseguro e imprevisível.

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19
Q

Como o realismo vê o sistema internacional?

A

Como um ambiente anárquico

Essa característica central do realismo afeta as relações entre os Estados.

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20
Q

Qual é a figura central para a política, segundo Maquiavel?

A

O príncipe (ou governante)

A estabilidade do Estado depende da habilidade do governante em navegar nas relações de poder.

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21
Q

O que os realistas consideram como as prioridades do Estado no sistema internacional?

A

Soberania e busca por segurança

Essas prioridades são fundamentais nas análises realistas das relações internacionais.

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22
Q

O que é considerado o interesse nacional supremo para os realistas?

A

A sobrevivência do Estado e sua permanência como ator nas relações internacionais.

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23
Q

Segundo a teoria realista, como a segurança dos indivíduos é mantida nas relações internacionais?

A

A segurança dos indivíduos é mantida quando a segurança do Estado ao qual pertencem é garantida.

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24
Q

Quais são as duas funções fundamentais do Estado para os realistas?

A

A paz doméstica e a segurança no plano internacional.

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25
Q

O que pensadores como Maquiavel e Weber influenciaram no pensamento realista?

A

A ideia de que a luta pela sobrevivência do Estado é a obrigação principal de seus líderes.

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26
Q

O que a ética de convicção defende?

A

A ética de convicção defende agir de acordo com princípios morais e valores, sem se preocupar com as consequências das ações.

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27
Q

Quais são as características da ética de convicção?

A

Idealismo moral, compromisso intransigente com os princípios e foco em fazer o que é certo, sem considerar as consequências negativas.

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28
Q

O que a ética de responsabilidade enfatiza?

A

A ética de responsabilidade enfatiza a responsabilidade pelas consequências das ações, considerando os impactos práticos das escolhas.

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29
Q

Quais são as características da ética de responsabilidade?

A

Pragmatismo, consideração das consequências e equilíbrio entre ideais e realidade.

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30
Q

Qual é a relação entre a ética de convicção e a ética de responsabilidade, segundo Weber?

A

Weber afirma que ambos os tipos de ética são necessários em contextos diferentes, mas que é preciso equilibrá-las para tomar decisões políticas eficazes.

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31
Q

Qual é o perigo de adotar apenas a ética de convicção ou a ética de responsabilidade, segundo Weber?

A

A ética de convicção pode ser excessivamente radical e idealista, enquanto a ética de responsabilidade pode ser excessivamente pragmática e calculista.

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32
Q

Dê um exemplo de um político que segue a ética de convicção.

A

Um político que age de acordo com suas crenças e valores pessoais, sem se preocupar com os efeitos negativos para sua carreira ou sociedade.

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33
Q

Dê um exemplo de um político que segue a ética de responsabilidade.

A

Um político que toma uma decisão difícil considerando as consequências para a população, mesmo que vá contra seus princípios pessoais, para o bem-estar geral.

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34
Q

O que os realistas consideram como o elemento central da análise das relações internacionais?

A

O poder.

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35
Q

Qual é a denominação da visão realista que foca no poder nas relações internacionais?

A

Realismo de poder.

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36
Q

Quais são as duas formas de definir poder nas Relações Internacionais, de acordo com o texto?

A

O poder pode ser definido como a soma das capacidades do Estado em termos políticos, militares, econômicos e tecnológicos, ou como uma comparação com os outros Estados.

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37
Q

O que Waltz afirma sobre o poder nas relações internacionais?

A

Waltz afirma que o poder é a capacidade de influenciar o sistema internacional mais do que ser influenciado por ele.

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38
Q

Como Morgenthau define a busca pelo poder por parte dos Estados?

A

Morgenthau afirma que os Estados procuram o poder para manter o status quo ou alcançar prestígio.

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39
Q

De acordo com Waltz, qual é a principal função do poder para os Estados?

A

A principal função do poder é a sobrevivência e a segurança do Estado.

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40
Q

O que o conceito de “balança de poder” implica nas relações internacionais para os realistas?

A

A balança de poder implica que os Estados se juntam ao poder ou contra o poder, dependendo de como percebem seu interesse nacional.

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41
Q

Como os Estados podem reagir ao poderio de uma grande potência, segundo os realistas?

A

Alguns Estados se juntam a uma grande potência, enquanto outros se unem a Estados menos poderosos ou ao principal Estado rival para tentar equilibrar o poder.

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42
Q

O que determina a atitude de um Estado em relação ao poder nas relações internacionais?

A

A atitude de um Estado depende de seu interesse nacional, que é predeterminado para os realistas.

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43
Q

O que significa “distribuição de poder” e como se relaciona com o conceito de balança de poder?

A

A distribuição de poder se refere à maneira como o poder está distribuído entre os Estados e, em algumas definições, é mais adequada do que “balança de poder”, especialmente quando a balança não é equilibrada e busca-se estabelecer um equilíbrio.

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44
Q

Como Morgenthau define a balança de poder?

A

Morgenthau define a balança de poder como o fruto de uma política adotada por estadistas, sendo necessária para garantir a estabilidade do sistema internacional.

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45
Q

O que Morgenthau considera como a função da balança de poder nas relações internacionais?

A

A balança de poder reflete a visão dos estadistas que criam e se envolvem em alianças internacionais para defender o interesse nacional.

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46
Q

O que Morgenthau quer dizer quando afirma “só o poder limita o poder”?

A

Ele sugere que o poder de um Estado é limitado pelo poder de outros Estados, mantendo o equilíbrio no sistema internacional.

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47
Q

Como Waltz vê a balança de poder, de maneira diferente de Morgenthau?

A

Waltz vê a balança de poder como algo inerente a qualquer sistema internacional e mais como uma distribuição de poder do que um equilíbrio construído pela ação de estadistas.

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48
Q

O que Waltz afirma sobre a teoria das relações internacionais?

A

Waltz afirma que a teoria das relações internacionais é, na verdade, a teoria da balança de poder.

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49
Q

Quais são as duas distribuições de poder possíveis, segundo Waltz?

A

A distribuição bipolar, com duas grandes potências dominando o sistema internacional, e a distribuição multipolar, com mais de duas grandes potências dominando o sistema.

50
Q

Waltz afirma que não existe um sistema unipolar nas relações internacionais. Por quê?

A

Porque qualquer distribuição de poder acima de dois Estados segue as mesmas regras e dinâmicas.

51
Q

Quais são as vantagens da distribuição bipolar de poder, segundo alguns realistas?

A

A distribuição bipolar é considerada mais estável, pois o poder é “congelado”, com os polos controlando seus aliados e as potências menores buscando proteção, o que resulta em maior estabilidade.

52
Q

O que outros realistas afirmam sobre a distribuição multipolar de poder?

A

A distribuição multipolar é mais estável porque oferece maior flexibilidade, levando os Estados a se comportarem com mais cautela e a buscar consenso devido à distribuição mais equilibrada do poder.

53
Q

Como a dinâmica entre os Estados se altera em uma distribuição bipolar, conforme descrito no texto?

A

Em uma distribuição bipolar, cada polo tende a controlar seus aliados, e as potências menores passam a ter grande influência e capacidade de controle, contribuindo para a estabilidade do sistema.

54
Q

O que os Estados têm a obrigação de fazer como resultado da anarquia internacional?

A

Os Estados têm a obrigação de lutar por sua sobrevivência e utilizar todos os mecanismos de poder disponíveis.

55
Q

O que a anarquia internacional significa para a segurança dos Estados?

A

Na anarquia internacional, nenhum Estado pode contar total ou parcialmente com outros Estados para defendê-lo.

56
Q

Qual é a responsabilidade de cada Estado em relação à sua segurança, segundo o realismo?

A

Cada Estado é responsável por sua própria segurança e deve contar com suas próprias capacidades para garantir sua sobrevivência.

57
Q

O que significa o princípio da auto-ajuda no contexto das relações internacionais?

A

O princípio da auto-ajuda significa que nenhum Estado pode contar com outro para defender seus interesses e sua sobrevivência; cada Estado deve contar consigo mesmo.

58
Q

A possibilidade de cooperação e apoio entre Estados existe no sistema internacional realista?

A

Sim, a cooperação e o apoio são possíveis, mas sempre com vigilância constante, pois qualquer acordo pode ser rompido se for contrário ao interesse nacional.

59
Q

Qual é o lugar das alianças em um sistema dominado pela auto-ajuda?

A

Embora as alianças pareçam reduzidas, elas ainda são estabelecidas por meio do mecanismo da balança de poder, sempre visando o interesse nacional.

60
Q

O que pode levar ao rompimento de uma aliança, segundo o realismo?

A

Se a sobrevivência de um Estado for ameaçada, o interesse nacional pode levar ao rompimento das alianças.

61
Q

O que implica a necessidade de vigilância permanente no sistema internacional realista?

A

Implica que, embora as alianças sejam possíveis, a principal garantia da sobrevivência do Estado é a confiança nas suas próprias capacidades, com vigilância constante sobre suas ações e alianças.

62
Q

Morgenthau foi o responsável por organizar e dar consistência ao realismo nas relações internacionais. Quais são os seis princípios básicos que Morgenthau estabeleceu para analisar as relações internacionais?

A

1) A política é governada por leis objetivas que refletem a natureza humana.
2) Os interesses são definidos em termos de poder.
3) O poder é um conceito universalmente definido, mas sua expressão varia no tempo e no espaço.
4) Os princípios morais são importantes, mas devem ser subordinados aos interesses da ação política.
5) Os princípios morais não são universais, mas particulares.
6) A esfera política é autônoma em relação às demais esferas, como a jurídica ou a religiosa.

63
Q

O que significa que a política é governada por leis objetivas, de acordo com Morgenthau?

A

Significa que a política é regida por leis consistentes, refletindo a natureza humana, sendo as leis imutáveis e os fenômenos da política imutáveis.

64
Q

O que Morgenthau afirmou sobre os interesses dos Estados no segundo princípio?

A

Morgenthau afirmou que os interesses dos Estados são definidos em termos de poder e que todos os Estados têm o mesmo objetivo: o poder.

65
Q

O que significa o terceiro princípio de Morgenthau sobre o poder?

A

Significa que o poder é um conceito universalmente definido, mas sua expressão varia de acordo com o contexto e o local em que é exercido.

66
Q

O que o quarto princípio de Morgenthau estabelece sobre os princípios morais e a ação política?

A

O quarto princípio estabelece que os princípios morais são guias da ação política, mas devem ser subordinados aos interesses da ação política, com a prudência como limite.

67
Q

O que Morgenthau disse sobre a universalidade dos princípios morais no quinto princípio?

A

Morgenthau afirmou que os princípios morais não são universais, mas sim particulares a cada nação, e que não devem ser considerados aplicáveis ao resto do mundo.

68
Q

Qual a ideia central do sexto princípio de Morgenthau sobre a autonomia da esfera política?

A

Morgenthau reafirma a autonomia da esfera política, afirmando que ela é independente das esferas jurídica, religiosa ou outras, sendo legítima para estudar fenômenos sociais específicos.

69
Q

O que define o interesse nacional de um Estado, segundo Morgenthau?

A

O interesse nacional é definido pelo Estado e pode ser traduzido em termos de poder.

70
Q

O que a existência da anarquia internacional impõe ao estadista, segundo Morgenthau?

A

A anarquia internacional impõe ao estadista a adoção da ética de responsabilidade, onde o único interesse nacional relevante é a sobrevivência do Estado.

71
Q

Quais são os três objetivos da política segundo Morgenthau?

A

Manter o poder, aumentar o poder e demonstrar o poder.

72
Q

Como o objetivo de manter o poder se traduz em termos de política?

A

A manutenção do poder se traduz pela manutenção do status quo, ou seja, manter o equilíbrio de poder existente e tolerar mudanças que não o perturbem.

73
Q

O que significa o objetivo de aumentar o poder, segundo Morgenthau?

A

Aumentar o poder pode significar uma expansão local, regional ou global, resultante de vitórias militares ou da fraqueza dos demais Estados. A expansão pode ser militar, econômica ou cultural.

74
Q

O que é a política de prestígio, de acordo com Morgenthau?

A

A política de prestígio busca impressionar os outros Estados com o poder e as capacidades de um Estado por meio da diplomacia e do uso da força.

75
Q

Quando o prestígio de um Estado atinge seu ápice, segundo Morgenthau?

A

O prestígio atinge seu ápice quando o uso da força se torna desnecessário e basta a ameaça para alcançar os objetivos.

76
Q

Quem foi John Herz e qual foi sua contribuição para o campo das Relações Internacionais?

A

John Herz foi um contemporâneo e conterrâneo de Hans Morgenthau, e um dos principais pensadores do realismo. Ele organizou o pensamento realista e propôs que as relações internacionais, como todas as relações entre grupos, obedecem a leis gerais, influenciadas pela supremacia, poder e sobrevivência.

77
Q

O que Herz argumenta sobre a relação de poder, supremacia e sobrevivência nas relações entre Estados?

A

Herz argumenta que questões como poder, supremacia e sobrevivência não são exclusivas das relações entre Estados, mas também se aplicam a outros grupos, como gangues urbanas ou até animais, como mostrado em seu exemplo de um galinheiro, onde a hierarquia de poder estabelece quem se alimenta primeiro.

78
Q

Como Herz vê a relação entre realismo e idealismo nas Relações Internacionais?

A

Herz considerava que o realismo e o idealismo não são mutuamente exclusivos, mas sim complementares. Embora privilegiasse o realismo, ele acreditava que qualquer forma de realismo puro, sem um ideal transformador, não seria sustentável no longo prazo.

79
Q

O que é o Dilema de Segurança, segundo Herz?

A

O Dilema de Segurança ocorre quando um Estado tenta garantir sua segurança adquirindo armamentos, mas acaba sendo visto como uma ameaça por outros Estados. Como resultado, esses outros Estados também se armam, gerando uma corrida armamentista que aumenta a insegurança de todos, mesmo que todos busquem garantir sua própria segurança.

80
Q

Como Herz descreve o funcionamento do Dilema de Segurança?

A

O Dilema de Segurança funciona assim: o Estado A se arma para garantir sua segurança, o que faz com que outros Estados se sintam ameaçados e se armem também. Isso leva o Estado A a confirmar a necessidade de mais armas para sua proteção, iniciando uma corrida armamentista que resulta em maior insegurança para todos.

81
Q

Quais são as implicações do Dilema de Segurança no sistema internacional, segundo Herz?

A

O Dilema de Segurança é uma característica inevitável do sistema internacional, uma vez que não há autoridade superior aos Estados que possa garantir sua segurança. As incertezas do sistema internacional tornam esse dilema uma dimensão incontornável nas relações internacionais.

82
Q

O que são os “níveis de análise” nas Relações Internacionais, segundo Kenneth Waltz?

A

Waltz propôs três níveis de análise para explicar as causas da guerra: a primeira imagem (indivíduo), a segunda imagem (Estado) e a terceira imagem (sistema internacional). Esses níveis permitem classificar as causas da guerra de acordo com diferentes fontes de influência.

83
Q

Como Singer modificou a teoria dos níveis de análise de Waltz?

A

Singer reduziu os três níveis de análise de Waltz para dois: o nível do sistema internacional e o subnível do Estado, fundindo as duas primeiras imagens de Waltz. Isso caracteriza a análise das relações internacionais dentro do debate das ciências sociais proposto por Parsons.

84
Q

Quais são as vantagens e desvantagens de analisar as relações internacionais no nível do sistema ou do Estado?

A

Analisar no nível do sistema oferece uma visão geral e de maior previsão, mas perde o detalhamento. Analisar no nível do Estado permite um conhecimento mais detalhado, mas a previsão fica mais restrita.

85
Q

Como Raymond Aron define a diferença entre as sociedades nacionais e a sociedade internacional?

A

Aron argumenta que, enquanto nas sociedades nacionais os valores, as leis e o poder são centralizados, na sociedade internacional esses aspectos são descentralizados. Isso significa que, na sociedade internacional, os Estados não seguem normas e leis comuns, mas seus próprios interesses.

86
Q

Quais são os dois principais agentes que representam os Estados nas relações internacionais, de acordo com Raymond Aron?

A

Os dois principais agentes que representam os Estados nas relações internacionais, segundo Aron, são os diplomatas e os militares. Diplomacia e guerra são vistos como dois lados da mesma moeda, ambos visando defender o interesse nacional.

87
Q

O que Aron afirma sobre as guerras travadas por ideias e glória?

A

Aron afirma que as guerras travadas por ideias e glória não têm um fim objetivo, e a única saída aceitável é o triunfo. Isso torna virtualmente impossível atingir uma paz negociada, pois o objetivo é sempre a vitória completa, sem concessões.

88
Q

O que Wight sugere sobre o pensamento teórico nas relações internacionais e suas tradições?

A

Wight sugere que todo o pensamento teórico nas Relações Internacionais deriva de três tradições fundadas por Maquiavel, Grotius e Kant, que ele denominou respectivamente de realismo, racionalismo e revolucionarismo.

89
Q

O que caracteriza o pensamento realista nas relações internacionais, segundo Wight?

A

O realismo, segundo Wight, vê as relações internacionais como uma luta permanente de todos contra todos. Ele é caracterizado pela desconfiança generalizada e pela luta constante pela sobrevivência, onde os Estados só podem contar com suas próprias capacidades.

90
Q

O que os revolucionários (herdeiros de Kant) acreditam sobre a segurança nas relações internacionais?

A

Os revolucionários acreditam que a segurança de todos deve ser garantida de forma conjunta, e não pode ser assegurada à custa da segurança de alguns. Eles vislumbram um objetivo ético, buscando estabelecer a paz entre os Estados, em oposição à desconfiança e à luta pela sobrevivência.

91
Q

Como Grotius e seus herdeiros, segundo Wight, se posicionam nas relações internacionais?

A

Grotius e seus herdeiros, chamados de racionalistas, acreditam na existência de regras e normas que organizam as relações internacionais, permitindo a convivência entre Estados com diferentes objetivos e interesses. Eles acreditam que, mesmo sem paz plena, a ordem pode ser mantida sem a desconfiança constante.

92
Q

O que são os três níveis de análise de Kenneth Waltz?

A

São três “imagens” usadas para entender as relações internacionais: a Primeira Imagem foca nos indivíduos e suas características, a Segunda Imagem analisa os Estados, suas estruturas internas e regimes, e a Terceira Imagem se concentra no sistema internacional, abordando a distribuição de poder e a anarquia.

93
Q

O que é analisado na Segunda Imagem de Waltz?

A

A Segunda Imagem foca nas características internas dos Estados, como suas estruturas políticas, sociais e econômicas, além de analisar o tipo de regime político e as ideologias dominantes dentro do Estado.

94
Q

O que é analisado na Primeira Imagem de Waltz?

A

A Primeira Imagem analisa o comportamento dos indivíduos, como líderes e suas características psicológicas e ideológicas, que influenciam as decisões e políticas externas dos Estados.

95
Q

O que é analisado na Terceira Imagem de Waltz?

A

A Terceira Imagem se concentra na estrutura do sistema internacional, incluindo a distribuição de poder entre os Estados, o equilíbrio de poder e a anarquia do sistema, onde não há autoridade superior regulando as relações entre os Estados.

96
Q

Como os três níveis de análise de Waltz se relacionam entre si?

A

Os três níveis de análise de Waltz são complementares e ajudam a explicar diferentes aspectos dos conflitos e comportamentos dos Estados. A Primeira Imagem foca no comportamento dos indivíduos (líderes), a Segunda Imagem explora as características internas dos Estados, e a Terceira Imagem considera o contexto global e a estrutura do sistema internacional.

97
Q

O que é considerado o principal fator determinante para o comportamento dos Estados no realismo clássico?

A

No realismo clássico, o comportamento dos Estados é principalmente determinado pela natureza humana dos líderes e dos indivíduos, que são movidos pela busca de poder, egoísmo e ambição.

98
Q

O que o neorealismo enfatiza como o principal fator que molda as relações internacionais?

A

O neorealismo enfatiza a estrutura do sistema internacional e a anarquia como os principais fatores que moldam as relações internacionais, mais do que as características individuais dos líderes.

99
Q

Como o realismo clássico vê a natureza humana em relação à busca por poder?

A

O realismo clássico vê a natureza humana como a fonte da busca incessante por poder e segurança, uma vez que os líderes são movidos por suas próprias ambições e egoísmo.

100
Q

Qual é o foco central do neorealismo em relação à anarquia internacional?

A

O neorealismo coloca a anarquia no centro da teoria, afirmando que a ausência de uma autoridade superior obriga os Estados a buscarem sua própria segurança, o que resulta em um sistema de equilíbrio de poder.

101
Q

No realismo clássico, como o poder é visto em relação ao comportamento dos Estados?

A

No realismo clássico, o poder é visto como uma busca impulsionada pela natureza humana e pela ambição dos líderes, que buscam o poder para garantir a segurança e o prestígio de seus Estados.

102
Q

Qual é a visão do neorealismo sobre as instituições internacionais?

A

O neorealismo é cético sobre a eficácia das instituições internacionais, mas acredita que elas podem ajudar a regular as relações entre os Estados, embora dentro dos limites impostos pela distribuição de poder no sistema internacional.

103
Q

Quais são os principais objetivos dos Estados segundo o realismo clássico?

A

No realismo clássico, os objetivos dos Estados podem variar conforme os interesses individuais de seus líderes, que podem ser motivados por poder, prestígio ou interesses pessoais.

104
Q

Como os objetivos dos Estados são definidos no neorealismo?

A

No neorealismo, os objetivos dos Estados são definidos pela necessidade de sobrevivência dentro do sistema internacional anárquico, e a distribuição de poder afeta diretamente os comportamentos dos Estados.

105
Q

Como o neorealismo e o realismo clássico diferem em relação ao papel da natureza humana no comportamento dos Estados?

A

No realismo clássico, a natureza humana é central, com a busca por poder sendo impulsionada pelos desejos e ambições pessoais dos líderes. No neorealismo, a natureza humana tem um papel menor, sendo a estrutura do sistema internacional (anarquia e distribuição de poder) a principal força que molda o comportamento dos Estados.

106
Q

O que diferencia a visão do poder entre o realismo clássico e o neorealismo?

A

O realismo clássico vê o poder como um reflexo das características humanas, enquanto o neorealismo vê o poder como algo moldado pela estrutura do sistema internacional, focando mais na distribuição de poder e no comportamento dos Estados dentro de um sistema anárquico.

107
Q

Quais são os problemas do realismo relacionado ao determinismo da natureza humana?

A

O realismo clássico atribui o comportamento dos Estados à natureza humana, caracterizada pela busca constante por poder e segurança, o que pode ser considerado determinista e sugere que as relações internacionais são irreversíveis, com pouca abertura para mudanças sociais ou culturais.

108
Q

O que o realismo ignora ao reduzir as relações internacionais à luta de poder?

A

O realismo tende a reduzir as relações internacionais a uma competição de poder, ignorando aspectos como cooperação, diplomacia multilateral e questões globais como direitos humanos ou meio ambiente, que não se encaixam facilmente nessa visão de confronto constante.

108
Q

Qual é a crítica sobre a visão pessimista do realismo?

A

O realismo é criticado por sua visão pessimista e cínica, que assume que os Estados sempre priorizam seus próprios interesses, ignorando as possibilidades de cooperação, confiança mútua e colaboração.

109
Q

Quais mudanças o realismo não consegue explicar adequadamente?

A

O realismo tem dificuldades em explicar mudanças significativas no sistema internacional, como o fim da Guerra Fria, a formação de novas alianças ou a criação de organizações internacionais, que promovem paz e cooperação.

110
Q

Qual é o principal problema do neorealismo relacionado à sua abordagem estrutural?

A

O neorealismo foca fortemente na estrutura do sistema internacional (anarquia e distribuição de poder) e pode ser considerado rígido e mecanicista, ignorando fatores como ideologias, cultura e aspectos internos dos Estados.

111
Q

O que é o determinismo estrutural no neorealismo?

A

O neorealismo pode ser acusado de determinismo estrutural, sugerindo que o comportamento dos Estados é fortemente moldado pela estrutura internacional, como a anarquia e a distribuição de poder, e ignorando fatores internos como mudanças políticas e movimentos sociais.

112
Q

Como o neorealismo lida com aspectos não materiais nas relações internacionais?

A

O neorealismo foca em aspectos materiais, como poder militar e econômico, e tende a desconsiderar fatores não materiais como identidade, prestígio e interesses ideológicos, além de minimizar a influência de atores não estatais.

113
Q

O que o neorealismo falha ao tentar explicar sobre a cooperação internacional?

A

O neorealismo é criticado por não conseguir explicar adequadamente a cooperação duradoura entre Estados, especialmente em áreas como comércio, direitos humanos e questões ambientais, onde a cooperação vai além da simples competição de poder.

114
Q

Quais as consequências do foco excessivo no equilíbrio de poder no neorealismo?

A

O neorealismo exagera o foco na estabilidade e equilíbrio de poder, ignorando situações de interdependência global ou cooperação, onde os Estados não buscam balancear o poder de maneira direta, e destacando apenas a competição militar e econômica.

115
Q

Quais são os principais problemas do realismo e do neorealismo apontados por teorias críticas?

A

Teorias críticas argumentam que o realismo e o neorealismo falham ao ignorar fatores como a moral, as normas internacionais e as possibilidades de cooperação. Elas destacam que esses enfoques têm uma visão determinista, que não leva em consideração as mudanças nas relações de poder e as novas dinâmicas globais.

116
Q

O que a Teoria Feminista critica no realismo e no neorealismo?

A

A Teoria Feminista critica o realismo e o neorealismo por sua abordagem centrada no poder e nas relações entre Estados, ignorando a dimensão de gênero. Ela argumenta que essas teorias negligenciam a forma como as desigualdades de gênero influenciam as relações internacionais e o poder.

Exemplo de crítico: Cynthia Enloe (teórica feminista)
Visão: Enloe critica a forma como a política de segurança global e as políticas externas dos Estados são construídas em torno de narrativas de poder e dominação masculinas, e propõe uma abordagem mais inclusiva, que considere as vozes e experiências das mulheres.

117
Q

O que o Liberalismo critica no realismo e no neorealismo?

A

O Liberalismo critica a visão do realismo e do neorealismo sobre a natureza dos Estados, argumentando que eles subestimam o potencial para cooperação entre Estados, a importância das instituições internacionais e as normas que podem moderar os comportamentos dos Estados no sistema internacional.

Exemplo de crítico: Robert Keohane (teórico liberal)
Visão: Keohane propôs o conceito de “institucionalismo”, argumentando que as instituições podem promover a cooperação e que os interesses dos Estados não são apenas de segurança, mas também econômicos e políticos.

118
Q

Como o Construtivismo vê a anarquia no sistema internacional, em comparação com o realismo e o neorealismo?

A

O Construtivismo critica o realismo e o neorealismo ao afirmar que a anarquia não é uma condição fixa e inevitável, mas sim uma construção social que pode ser alterada por interações entre os Estados. Ele destaca que as identidades e interesses dos Estados são moldados socialmente e podem evoluir com o tempo.

Exemplo de crítico: Alexander Wendt (teórico construtivista)
Visão: Wendt argumenta que as identidades e interesses dos Estados são construídos por meio de interações sociais e que as relações internacionais podem ser transformadas se as normas e valores globais mudarem.

119
Q

Quais são as principais críticas da Teoria Crítica ao realismo e ao neorealismo?

A

A Teoria Crítica critica o realismo e o neorealismo por sua abordagem determinista e orientada para o status quo, enfatizando que essas teorias ignoram as possibilidades de transformação social e política. Ela propõe uma análise mais profunda das estruturas de poder, que inclui a crítica ao capitalismo global e a busca por uma ordem internacional mais justa.

Exemplo de crítico: Immanuel Wallerstein (teoria mundial-sistema, marxista)
Visão: A crítica marxista vê o sistema internacional como um reflexo do capitalismo global, onde a dinâmica de poder é moldada pela exploração econômica e pela hierarquia entre os países centrais e periféricos.

120
Q

O que a Teoria Pós-Colonial diz sobre o realismo e o neorealismo?

A

A Teoria Pós-Colonial critica o realismo e o neorealismo por sua tendência a universalizar experiências e perspectivas ocidentais, ignorando as dinâmicas de poder colonial e a marginalização dos Estados não ocidentais. Ela enfatiza como as relações internacionais são moldadas por legados coloniais e como esses sistemas de poder continuam a perpetuar desigualdades globais.

Exemplo de crítico: Edward Said (teórico pós-colonial)
Visão: Said, em sua obra “Orientalismo”, sugere que as relações internacionais são influenciadas por uma visão eurocêntrica e imperialista, onde as culturas não-ocidentais são subordinadas à narrativa ocidental de poder.

121
Q

Quais são as principais críticas da Teoria Econômica ao realismo e ao neorealismo?

A

Os teóricos econômicos criticam o realismo por negligenciar o papel das relações econômicas e da interdependência na política internacional. Eles sugerem que a economia globalizada e a interdependência comercial diminuem a probabilidade de conflito, desafiando a ideia de que os Estados estão constantemente em busca de poder e segurança à custa dos outros.

Exemplo de crítico: Joseph Nye (teórico de poder suave)
Visão: Nye propôs o conceito de “poder suave” (soft power), argumentando que os Estados não se concentram apenas no uso da força, mas também nas estratégias de persuasão e cooperação por meio da cultura, diplomacia e valores.