RCP Flashcards

1
Q

Qual o principal fator envolvido em um melhor prognóstico de um paciente em PCR?

A

Rapidez no início das manobras de RCP.

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2
Q

Quais as três fases da PCR, quanto tempo elas duram geralmente e quais as medidas críticas em cada uma delas?

A

Fase elétrica: Primeiros 4-5 mins. Geralmente o paciente está em FV. Desfibrilação imediata e RCP de alta qualidade se fazem necessárias para otimizar a sobrevivência.
Fase hemodinâmica: Entre 4-10 mins. Representa a depleção dos substratos. Desfibrilação e RCP de alta qualidade ainda são medidas críticas nos pacientes dessa fase.
Fase metabólica: Após 10 mins de PCR. Representada por acidose e disfunção celular graves. Se não houver RCE, as chances de sobreviver caem drasticamente. O tto é primariamente baseado em cuidados pós-parada cardíaca, incluindo hipotermia terapêutica.

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3
Q

Explique as teorias que tentam explicar o porque das compressões torácicas causarem circulação do sangue.

A

Teoria da “bomba cardíaca”: afirma que a compressão simultânea dos ventrículos direito e esquerdo entre o esterno e a coluna vertebral cria um gradiente de pressão entre o ventrículo e a aorta.

Teoria da “bomba torácica”: propõe que mais importante que o momento da compressão torácica, é o momento da descompressão, por induzir o fluxo de sangue para o coração, aumentando a pré-carga e levando à perfusão das artérias coronárias. O importante é que essa descompressão ocorra de maneira completa. Ela ainda sugere que a perfusão cerebral ocorre tanto na sístole (compressão) quanto na diástole quando o retorno da caixa torácica à sua posição original é total (descompressão).

OBS.: A teoria da bomba cardíaca afirma que: como consequência da manobra de compressão, a pressão lateral pleural e as pressões arterial e venosa
intratorácica devem ser diferentes; a pressão
arterial intratorácica deve ser igual à pressão extra
torácica e a pressão venosa intratorácica deve ser
maior que a extratorácica (devido às válvulas e
provável colapso venoso). Dessa maneira, seria criado
um gradiente arterial-venoso periférico, resultando
em fluxo sanguíneo adiante, com o ventrículo
se enchendo durante a descompressão.

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4
Q

Complete os espaços a seguir: Compressões acima de ______ aumentam a chance de inadequada profundidade torácica, e profundidade acima de _____ está associada ao aumento de lesões intratorácicas; portanto, a AHA preconiza ______ compressões por minuto com profundidade de _____. Contudo, por mais perfeita que seja a compressão, ela vai gerar no máximo ____ do débito cardíaco fisiológico, que é o necessário para perfundir adequadamente coração, rins e cérebro.

A
  • 120/min
  • 6 cm
  • 100 a 120
  • 5 a 6 cm
  • 1/3
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5
Q

Como deve ser a ventilação de um paciente tanto quando este estiver com via aérea avançada ou na ausência dela?

A
  • Via aérea avançada: uma ventilação a cada 6 segundos assíncronas às compressões.
  • Sem via aérea avançada: A cada 30 compressões, deve ser feito 2 ventilações.
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6
Q

Indique qual a energia (Joules) que deve ser aplicada nos pacientes em PCR nas seguintes situações:

  • Aparelho monofásico
  • Aparelho bifásico
  • Aparelho desconhecido.
A
  • Monofásico: 360J
  • Bifásico: 120-200J (Dependendo do fabricante)
  • Carga máxima
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7
Q

Indique onde estão localizadas as pás nas seguintes posições: anteroapical, anteroposterior e posteroapical.

A
  • Posição anteroapical: uma pá é colocada em ápice cardíaco e a outra pá é colocada em região infraclavicular direita. É a posição adequada para pacientes em posição supina.
  • Posição anteroposterior: uma pá adesiva é colocada
    em região paraesternal esquerda e a outra pá é
    colocada em região infraescapular esquerda.
  • Posição posteroapical: uma pá adesiva é colocada
    em região precordial e a outra pá é colocada em região infraescapular esquerda.
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8
Q

Indique verdadeiro ou falso quanto as precauções necessárias no momento de desfibrilar um paciente:
( ) Secar o paciente, caso ele esteja molhado, bem como retirá-lo de uma superfície condutora de eletricidade.
( ) Interromper a ventilação e o fornecimento de oxigênio e retirar todos os objetos metálicos e ‘‘patches’’ de medicações do paciente para prevenir possíveis queimaduras e incêndio.
( ) Em pacientes com grande quantidade de pêlos se faz necessário realizar uma rápida tricotomia para garantir adequado contato entre as pás e a pele.
( ) Garantir que o gel condutor de uma pá se mantenha a mais de 5 cm de distância da outra pá. Em pacientes com marca-passo, é preciso manter pelo menos 12,5 cm de distância entre as pás e o dispositivo.
( ) Executar duas ventilações de resgate de modo a garantir reserva de oxigênio para o tempo que receberá a desfibrilação.

A
V
V
V
V
F - A desfibrilação em pacientes com ritmo chocável é prioridade total.
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9
Q

Ao acessar a via aérea de um paciente em parada
respiratória com pulso presente ou de pacientes
com necessidade de ventilação, é necessário realizar
primeiramente manobras que possam abrir _________ de maneira adequada. Se houver história de trauma associado é recomendado que se realize a manobra _________, pois permite a abertura da via aérea mantendo a cervical estável em posição neutra.
Se não houver história de trauma, pode ser realizada a manobra _________ que consiste na _____________________.

A
  • A via aérea
  • “jaw thrust” (elevação da mandíbula)
  • “head tilt-chin”
  • Elevação do queixo e extensão da cabeça
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10
Q

Obstrução de via aérea é causa frequente de parada respiratória. Nesses casos, qual medida se torna imperativa no manejo dos pacientes?

A

Aspiração ou retirada do fator obstrutivo.

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11
Q

Descreva a o passo-a-passo da ventilação boca-a-boca/boca-máscara.

A

Para realizar a manobra:
- Coloque -se lateralmente à vítima.
- Abra a via aérea com a manobra de “head tilt-chin lift”.
- Gentilmente oclua a cavidade nasal com o polegar
e o indicador em um movimento de pinça. Isso previne escape de ar.
- Após inspiração profunda, coloque os lábios sobre os lábios da vítima, selando qualquer escape de ar, e expire vigorosamente.
- Retire os lábios da vitima e permita a expiração
passiva do paciente.

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12
Q

Descreva a o passo-a-passo da ventilação bolsa-valva-máscara.

A
  • Coloque-se atrás da vítima.
  • Com o indicador e o polegar, forma-se um C
    sob a máscara, e com o restante dos dedos abaixo
    da mandíbula, forma-se um E, acoplando a máscara ao rosto.
  • Pressione a bolsa vagarosamente e permita o retorno passivo à posição neutra inicial. Tanto a BVM quanto uma via aérea avançada podem ser utilizadas na oxigenação e ventilação de pacientes em PCR intra e extra-hospitalar (classe 11B; nível C). Um estudo randomizado comparando BVM com intubação orotra
    qual (IOT) durante a RCP de pacientes em PCR-ExH não conseguiu mostrar inferioridade ou superioridade do uso da BVM em relação à IOT, mas sugere tendência à equivalência.
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13
Q

A via aérea avançada não deve ser prioridade no atendimento de uma PCR. Além disso, a literatura é conflitante quanto ao uso dessa ferramenta, alguns estudos até sugerem pior desfecho neurológico e menor chance de sobrevida nos pacientes submetidos à colocação de uma via aérea avançada no APH. Contudo, existe uma indicação absoluta para IOT na PCR, qual é?

A
  • Ventilação ineficiente com BVM.
    OBS.: Havendo a decisão da equipe pela intubação orotraqueal, esta deve ser realizada sem a interrupção das compressões torácicas.
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14
Q

Adrenalina: Mecanismo de ação, Possíveis efeitos colaterais, indicação e dose.

A

Mecanismo: Nos receptores alfa ela atua causando vasoconstrição da musculatura lisa vascular periférica, o que aumenta tanto a perfusão coronariana quanto a cerebral.
Efeitos colaterais: Alguns dos efeitos colaterais estão relacionados a sua ação nos receptores beta, que
podem causar aumento do trabalho cardíaco e consequentemente da demanda por oxigênio.
Indicação: Em ritmos não chocáveis (atividade elétrica sem pulso e assistolia), independentemente do ambiente intra ou extra-hospitalar, a administração precoce está associada ao aumento da chance de RCE, da sobrevivência a alta hospitalar e do melhor desfecho neurológico. Entretanto, em ritmos chocáveis (FV e TV sp ), o nível de evidência é menor, e os estudos apresentaram resultados conflitantes. Cada minuto de PCR sem a administração de vasopressores diminui em 4% a chance de RCE.
Dose: 1 mg, endovenoso, a cada 3 a 5 minutos.

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15
Q

Vasopressina: Mecanismo de ação e evidências quanto ao seu uso.

A

Mecanismo de ação: Age nos receptores V 1 das células da musculatura lisa, causando vasoconstrição periférica, coronariana e renal. Aumenta a perfusão orgânica sem os efeitos beta-adrenérgicos deletérios da adrenalina.
Evidências quanto ao uso: Viu-se que ela não apresentou benefício, comparada à adrenalina, em relação à RCE e à sobrevivência a alta hospitalar, além de ser uma droga com um custo maior. A combinação de adrenalina com vasopressina também não se mostrou benéfica comparada à adrenalina isolada; assim, essa droga foi removida do algoritmo do suporte avançado de vida.

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16
Q

Quanto aos corticosteróides na PCR, quais as evidências em relação ao seu uso?

A

Dois estudos mostraram benefício na associação de adrenalina-corticoide-vasopressina (ACV) quando comparada a placebo ou a uso de adrenalina somente. A dose utilizada nesses estudos foi de 20 U de
vasopressina e 1 mg de adrenalina a cada ciclo por 5
ciclos, sendo administrada apenas adrenalina nos
demais ciclos. Além disso, foram administra dos 40
mg de metilprednisolona no primeiro ciclo. Quatro
horas após a RCE, em pacientes que se mantinham
em choque, uma dose de 300 mg de hidrocortisona/
dia foi administrada por 7 dias, sendo que em pacientes com suspeita de infarto agudo do miocárdio essa duração foi reduzida para 3 dias ou menos. A evidência do uso de corticoterapia sem a associação
com vasopressina-adrenalina é conflitante. Por outro lado, o uso de ECV seguido de hidrocortisona pode ser considerado, apesar de ainda não haver evidência para a sua recomendação de rotina.

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17
Q

Antiarrítmicos: Recomendações quanto ao uso e evidências de benefício.

A

Atualmente, não há recomendações ou indicações
para o uso de antiarrítmicos na assistolia ou AESP,
sendo reservado o seu uso para os ritmos de para
da FV e TVsp. A evidência hoje é de que os antiarrítmicos são benéficos no aumento da chance de RCE e da sobrevivência à admissão hospitalar.

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18
Q

Amiodarona: Qual o mecanismo de ação, em qual momento da RCP está indicada e qual a dose?

A

Age nos canais de potássio, sódio e cálcio, mas também possui propriedades de bloqueio alfa e beta. A amiodarona promove vaso dilatação arterial periférica e coronariana. Está indicada em pacientes que apresentam FV ou TVsp após a desfibrilação inicial ter falhado. Deve ser usada na dose de 300 mg endovenosa, em bolus, seguida por 150 mg, se necessário.

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19
Q

Lidocaína: Quando está indicado o seu uso?

A

Em um estudo randomizado, a lidocaína se mostrou menos eficaz que a amiodarona em pacientes
em PCR-ExH, quando o desfeceho considerado
foi a sobrevivência à admissão hospitalar. Dessa maneira, é considerada pela AHA uma droga de segunda linha e deve ser usada na indisponibilidade da amiodarona.

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20
Q

Sulfato de magnésio: Quando está indicado, em qual momento do manejo e em qual dose?

A

O sulfato de magnésio se provou eficaz na resolução
da TV polimórfica. A maioria dos casos é autolimitada,
mas nos casos infrequentes de TV polimórfica
sustentada, é indicada a desfibrilação, seguida de um
bolus de 1 a 2 g IV de sulfato de magnésio em 10 mL de soro glicosado 5% (SG 5%) administrado em 1 minuto.

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21
Q

Bicarbonato de sódio: Quais são os cenários em que seu uso está indicado?

A

PCR por hipercalemia, acidose metabólica ou intoxicação por antidepressivos tricíclicos.

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22
Q

O ultrassom point-ofcare (POCUS) tem se tornado uma ferramenta cada vez mais utilizada em pacientes em PCR facilidade e rapidez na identificação de causas reversíveis de parada como TEP, tamponamento cardíaco e pneumotórax hipertensivo. Contudo, foi criado o protocolo CASA (Cardiac Arrest Sonographic
Assessment) para avaliar, com alto rendimento, as causas de parada cardiorrespiratória reversíveis
na AESP. Explique em que consiste o exame CASA.

A

Consiste em 3 avaliações que devem obrigatoriamente ser realizadas em menos de 10 segundos:
- A primeira avaliação visa à identificação de tamponamento cardíaco (p. ex., derrame pericárdico
com colapso diastólico do ventrículo direito).
- A segunda avaliação visa identificar tromboembolismo pulmonar, verificando principalmente a dilatação do ventrículo direito em comparação com o ventrículo esquerdo menor.
- A terceira avaliação visa identificar a presença
ou ausência de atividade mecânica cardíaca. A ausência de atividade se correlaciona a pior desfecho
e a uma taxa de sobrevivência à alta hospitalar de
0% a 0,6%. Entretanto, se houver atividade mecânica
cardíaca, recomenda -se nova checagem de pulso, aferição de pressão arterial e início de vasopressores.

Medidas adjuvantes que podem ser realizados concomitantes à RCP na região anterior do tórax: a presença de pneumotórax hipertensivo, e, se houver suspeita, aneurisma de aorta abdominal roto pelo FAST.

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23
Q

Qual a melhor maneira de monitorizar as compressões torácicas de alta qualidade? Quais parâmetro utilizados?

A

O dióxido de carbono ao final da expiração é um
parâmetro que indica de maneira confiável o débito
cardíaco durante a PCR, o que o torna a melhor maneira de monitorizar as compressões torácicas
de alta qualidade. Valores de capnografia acima de 10
mmHg são almejados durante a compressão torácica. O retorno da circulação espontânea é esperado após elevação brusca para valores acima de 35-40 mmHg de ETCO2.

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24
Q

Em qual situação podemos ter ausência de pulso palpável com aumento do ETCO2 mesmo na ausência de das compressões?

A

Pacientes com atividade elétrica sem pulso mas com atividade mecânica cardíaca (“pseudo-AESP”) podem
ter um fluxo pulsátil que, no entanto, pode não ser detectado à palpação. Nesses casos, o ETCO2 pode estar aumentado mesmo na ausência das compressões.

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25
Q

No departamento de emergência, a monitorização da pressão de perfusão coronariana é raramente factível durante uma RCP. Quando possível, qual a mínima pressão para se atingir a RCE.

A

A literatura indica que uma adequada PPC deve ter no mínimo 15 mmHg para se atingir a RCE.

26
Q

Qual a principal etiologia da PCR?

A

IAM

27
Q

Sobre a epidemiologia da PCR, indique V ou F.

1) Cada minuto de um rítmo chocável sem desfibrílação diminui em a chance de sobrevivência em 10%.
2) A sobrevida média de pacientes adultos com PCR-ExH é aproximadamente 30%.

A

1) V

2) F. É de 7%.

28
Q

A FV ocorre por excitação desorganizada de alta frequência. O objetivo da desfibrilação interromper a fibrilação e restaurar o ritmo sincronizado a partir do foco sinusal. Existem 3 teorias que tentam explicar esse fenômeno. Explique-as.

A

1) Teoria clássica: o campo elétrico produzido estimularia todo o miocárdio, incluindo vários estados de repolarização e refratariedade. Foi expandida ao considerar que se uma região do miocárdio apenas fosse despolarizada e retomasse a sincronização, esta poderia se espalhar, retomando o ritmo normal do coração.
2) O choque estenderia uniformemente o período refratário do tecido capturado, aumentando a duração do potencial de ação, removendo a “memórià’ das ondas fibrilatórias e resultando em recuperação do ritmo normal.
3) O choque deve ser capaz de impedir a progressão das frentes de ativação e alcançar um gradiente de potencial suficiente em todo o miocárdio, de modo a não permitir os fenômenos de reentrada que causam a arritmia.

29
Q

Dispositivos de compressão mecânica (DCM) não se mostraram superiores ou inferiores em relação às compressões manuais, e seu uso de rotina não é recomendado. Quais são as indicações ao uso desses dispositivos?

A

Indicações formais:
- Pouca disponibilidade de profissionais
- RCP associada a hipotermia
- RCP prolongada
- RCP durante transporte (nesses casos, os DCM se mostraram mais seguros e capazes de manter melhor qualidade de compressão torácica).
- RCP na sala de angiografia
- RCP durante preparo para ECPR
- Pacientes de alto risco com choque cardiogênico
Outras:
- Ambientes estreitos e de difícil acesso

30
Q

Os Dispositivos de feedback mostram informações em tempo real, através de sinais visuais e/ou sonoros. Quais as recomendações para seu uso?

A

Como um adjunto para o treinamento de RCP, pois não existem ainda evidências confiáveis de benefício no atendimento a pacientes em PCR.

31
Q

O dispositivo de limiar de impedância (DLI) é uma
válvula com sensor de pressão que é acoplada ao
tubo endotraqueal, ao dispositivo supraglótico ou
à máscara facial, a qual limita a entrada de
ar nos pulmões durante a descompressão, aumentando a pressão intratorácica negativa gerada pelo retorno da parede torácica e, assim, melhorando
o retomo venoso e o débito cardíaco durante a RCP. Quais suas indicações de uso?

A

Não há recomendação para o seu uso de rotina, visto que não foi encontrado benefício em relação à RCP convencional.
Apesar disso, seu uso combinado com dispositivos de compressão - descompressão ativa parece ter algum benefício em relação a RCP convencional no que diz respeito ao aumento da chance de RCE e à sobrevivência em 24 h. Assim, o DLI é uma alternativa razoável à RCP convencional se houver o equipamento e a equipe treinada disponível.

32
Q

Indique em qual situação as seguintes drogas estão indicadas (de quebra, se lembrar, diz a dose tbm).

  • KCl 19%
  • Gluconato de cálcio 10%
  • Alteplase
  • Emulsão lipídica
  • Glicose + Insulina
A
  • Hipocalemia:
    Dose inicial: 2mEq/min durante 10 min
    Manutenção: 0,5-1mEq por mais 10 minutos se PCR mantida
  • Hipercalemia
    20-30 mL IV a cada 2-5 minutos
  • TEP suspeito (IIB) e TEP confirmado (IIA)
    50 mg IV em bolus, podendo ser repetida após 15 minutos
  • Intoxicação por anestésico local
    1,5 mL/kg IV em 1 min seguida de infusão de 0,25 mL/Kg/min por 30-60 minutos
  • Hipercalemia
    Solução de 25g de glicose + 10U de insulina regular em bolus
33
Q

A AESP pode ser dividida em 2 grupos: “pseudo-AESP” ou “pseudodissociação eletromecânica” (há contração cardíaca; não há pulso) e dissociação eletromecânica ou AESP verdadeira (não há contração mecânica; não há pulso). Como o ECG pode auxiliar na diferenciação entre elas?

A

A “pseudo-AESP” normalmente produz taquicardia com ondas P e QRS estreito. Já a dissociação eletromecânica produz bradicardia com QRS largo e ausência de ondas P. Na maioria dos casos, a progressão natural da “pseudo-AESP” é a AESP verdadeira ou dissociação eletromecânica.

34
Q

Ao nos depararmos com uma pseudo-AESP, como devemos manejá-la? Ela é considerada um ritmo de parada?

A

Ela deve ser considerada como um retorno da circulação espontânea, devendo o manejo priorizar a expansão volêmica ou uso de vasopressores e inotrópicos.

35
Q

Na AESP verdadeira, as condutas podem mudar de
pendendo do complexo QRS visualizado no monitor. Indique quais causas são sugeridas por uma AESP com QRS largo e QRS estreito e como devemos iniciar o tto empírico nesses pacientes.

A

AESP com complexo QRS largo sugere causas metabólicas (p. ex., hipercalemia; intoxicação por bloqueador de canal de sódio; IAM de parede anterior), e existe alguma evidência de que a administração empírica de cloreto
de cálcio e de bicarbonato de sódio poderia ser benéfica.
Já a AESP com complexo QRS estreito sugere causas mecânicas; estudos sugerem inicialmente uma expansão volêmica seguida de uma avaliação ultrassonográfica da possibilidade de TEP, tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo
e hipovolemia. Além desses, hiperinsuflação mecânica e IAM (ruptura miocárdica) - parede inferior.

36
Q

Quais as 3 principais causas de AESP?

A

Hipovolemia corresponde a 25%; Tamponamento cardíaco, a 4-15%; e TEP, a 4-7,6%.
OBS.: O pneumotórax hipertensivo é uma causa rara.

37
Q

Pacientes com AESP, após implementação de medidas empíricas no intuito de reverter suas causas, podem ser submetidos à avaliação ecocardiográfica com o fito de identificar possíveis causas dessa condição. Indique o que sugere cada um dos seguintes achados ao ECO, bem como os seus respectivos manejos.

  • Hipocontratilidade de VE
  • VD e VE pequenos
  • VD largo/VE pequeno
  • Derrame pericárdico
  • Coração sem atividade mecânica apenas
A
  • Falha da bomba: vasopressores/suporte mecânico
  • Hipovolemia: fluidos/transfusão OU Choque distributivo: fluidos/vasopressores
  • TEP: Trombólise OU Pneumotórax: Punção de alívio OU Hiperinsuflação: Desconecte o ventilador
  • Tamponamento pericárdico: pericardiocentese
  • Devemos apenas continuar a RCP
38
Q

Quando, por quanto tempo e em quais localizações deve ser feita a checagem de pulso no paciente em PCR?

A
  • A checagem de pulso (carotídeo ou femoral) deve ser realizada em até 10 segundos tanto no atendimento inicial dessas vítimas para diagnóstico como também após 2 minutos ou 5 ciclos, se houver ritmo no monitor capaz de gerar pulso.
39
Q

Como o soco precordial deve ser aplicado? Em quais situações ele apresentou algum benefício?

A
  • Deve ser proferido um golpe com uma das mãos em região esquerda da metade inferior do esterno.
  • Existe alguma evidência de que o soco precordial pode funcionar na assistolia, por gerar 4-8J de energia
    pelo estiramento muscular e ativação dos canais iônicos. Além disso, estudos observaram que há algum benefício no uso dessa técnica para a reversão de taquiarritmias ventriculares; nesse contexto, a AHA orienta considerar essa manobra para pacientes monitorizados com TV instável ou TVsp presenciados, enquanto um desfibrilador não se encontra imediatamente disponível para uso (classe IIB, nível C). O soco precordial não deve atrasar de maneira nenhuma a RCP e a entrega do choque.
40
Q

Complete: O __________________ se refere ao retorno tardio da circulação espontânea. Não há mecanismo claro para sua ocorrência, mas as explicações incluem: __________________, ação lentificada de medicações, ____________ e stunning miocárdico. Se houver suspeita de _________________, aguardar
um período de apneia antes de declarar o óbito. A ocorrência dessa entidade é rara, com incidência
aproximadamente de 0,6%, e é esperado que essa condição ocorra em até _________ após a finalização dos esforços de ressuscitação.

A
  • Fenômeno de Lázaro
  • Hiperinsuflação pulmonar
  • Hipercalemia
  • Hiperinsuflação pulmonar
  • 10 minutos
41
Q

Cite 3 variáveis que predizem mortalidade em até 30 dias após o evento na PCR-ExH.

A
  • Não houve retorno da RCE no ExH
  • Ritmo inicial não chocável
  • PCR não testemunhada
42
Q

A partir de quantas semanas de gestação o útero gravídico pode reduzir o débito cardíaco em uma gestante que está em PCR? Quais manobras devemos fazer para reverter essa condição?

A
  • A partir de 20 semanas
  • Posicionamento da gestante em decúbito lateral esquerdo ou o deslocamento lateral para a esquerda do útero (preferível), aumentando o débito cardíaco e a chance de RCE.
43
Q

Após __ minutos de RCP sem RCE em gestantes com ___ ou mais semanas de gestação, preconiza-se
a cesárea perimortem, pois essa medida viabiliza
melhores chances de ___ à mãe (aumento do re
torno venoso) e melhores chances de sobrevivência
ao feto. A cesárea perimortem é indicada _______________ da viabilidade do feto e deve ser realizada enquanto a RCP acontece. Normalmente, após a cesárea perimortem, a RCE ocorre imediatamente.

A
  • 4
  • 23
  • RCE
  • Independentemente
44
Q

Em um estágio do SAMU, sua equipe é acionada para atender uma PCR em uma gestante de 26 semanas. Ao chegar no local, o DEA indica a presença de ritmo chocável. Ele deve ser aplicado nessa paciente?

A

De acordo com a AHA, a desfibrilação é indicada, mesmo em gestantes.

45
Q

A intoxicação por opioides está associada à depressão respiratória e do sistema nervoso central, que pode progredir para PCR. Caso haja suspeita ou confirmação de intoxicação por opioides como deve ser o manejo de um paciente com parada respiratória e cardiorespiratória.

A
  • Parada respiratória: É recomendada a administração
    intranasal (IN), intravenosa (IV) ou intramuscular (IM) de
    naloxano em pacientes em parada respiratória com suspeita ou diagnóstico definido de intoxicação por opioides (classe IIA; nível C). A dose recomendada de naloxano não é conhecida, no entanto, desde 2010 a AHA preconiza uma dose inicial empírica de 0,04 a 0,4 mg IV ou IM. Repetir a dose ou escalonar a dose para 2 mg IV ou IM é o preconizado caso a dose empírica inicial não obtenha sucesso.
  • Parada Cardiorespiratória: A AHA não recomenda a administração do Naloxano em pacientes que evoluíram para parada cardiorrespiratória sabidamente pela intoxicação por opioides, mas deve ser manejada
    conforme ACLS.
46
Q

Complete: A causa metabólica mais comum de PCR é a _, frequentemente observada em pacientes
com insuficiência renal. Sua progressão pode resultar principalmente em __ (ritmo de parada).

A
  • Hipercalemia

- AESP

47
Q

Sobre os ritmos de parada (FV, TVsp, AESP, Assistolia) indique:

1) Quais podem estar presentem inicialmente;
2) Quais podem ser a evolução de quais;
3) Quais tem melhor prognóstico;

A

1) Todos
2) AESP e Assistolia podem evoluir de FV e TVsp.
3) Os chocáveis (FV e TVsp)

48
Q

Inúmeras causas podem levar à PCR. Ganham destaque aqueles que podem ser reversíveis, os famosos 6Hs e 6Ts. Indique quais são os 6Hs e a conduta frente a eles.

A

Hipo/hipercalemia:
- Hipocalemia: KCL 19, 1
- Hipercalemia: gluconato de calcio 1 0%; bicarbonato de sódio 8,4%; glicose + insulina
Hipóxia
- Suporte ventilatório com O2 100%
Hipovolemia
- Reposição volêmica; transfusao de hemocomponentes
Hipotermia
- Cobertores/mantas térmicas; SF 0,9% aquecido; considerar ECPR como primeira escolha
H+ (acidose)
- RCP de alta qualidade; bicarbonato de sódio se acidose grave
Hipoglicemia
- Reposição de Glicose

49
Q

Inúmeras causas podem levar à PCR. Ganham destaque aqueles que podem ser reversíveis, os famosos 6Hs e 6Ts. Indique quais são os 6Ts e a conduta frente a eles.

A
Tóxicos
- Antagonista específico
Tamponamento cardíaco:
- Pericardiocentese
Trombose coronariana
- Angioplastia coronária
TEP
- Trombólise
Tensão pulmonar (Pneumotórax)
- Punção de alívio e posterior drenagem de tórax
Trauma
50
Q

A assistolia é a completa cessação da atividade
elétrica miocárdica, refletindo o estágio final de uma PCR não tratada ou refratária. Para confirmar esse rítmo é preciso seguir o “Protocolo da linha reta”, que consiste em 3 passos. Quais são eles?

A
  • Checar cabos e conexões.
  • Aumentar o ganho.
  • Mudar a derivação.
51
Q

Ao avistar uma pessoa desacordada, antes de iniciar de fato as manobras de reanimação, a AHA indica seguir alguns passos (segundo o BLS). Ordene-os.
( ) Chamar ajuda
( ) Verificar se a vítima está arresponsiva
( ) Verificar a segurança da cena
( ) Ligar 192/193
( ) Verificar respiração e pulso

A

3,2,1,4,5.

52
Q

Ao verificar a respiração e o pulso de uma vítima desacordada, podem ser encontradas 3 principais situações:
1) Respiração normal e tem pulso;
2) Respiração anormal e tem pulso;
3) Respiração ausente/gasping e sem pulso;
Qual conduta ideal para cada situação?

A

1) Aguarde equipe de atendimento pré-hospitalar
2) Realize 1 respiração a cada 6 segundos;
- Cheque pulso a cada 2 minutos; se não houver, inicie RCP;
- Administre naloxona se suspeita de intoxicação por opioide
3) ACP (30 compr,essões para 2 ventilações) e use o DEA assim que possível
- Ritmo chocável: Entregue 1 choque, retome RCP imediatamente por 2 minutos; Checar ritmo.
- Ritmo chocável: Retome RCP imediatamente por 2 minutos; Checar ritmo.
- Obs.: Continue até equipe de atendimento pré-hospitalar chegar ou vítima se mexer.

53
Q

Reconhecimento inicial e resposta rápida ao infarto agudo do miocárdio e ao acidente vascular cerebral também são considerados parte do BLS. Verdadeiro ou Falso?

A

Verdadeiro.

54
Q

Descreva como devem ser feitas as compressões torácicas quando à: local, posicionamento, velocidade, profundidade e cuidados.

A

Local: 1/2 inferior do esterno;
Posicionamento: palma da mão não dominante
sobre dorso da mão dominante, dedos entrelaçados, braços completamente estendidos, perpendiculares ao tórax do paciente. Comprimir com região hipotênar da mão dominante.
Velocidade: 100 a 120 por minuto.
Profundidade: deprimir o tórax entre 5-6 cm.
Cuidados:
- Não se apoiar no tórax do paciente.
- Minimizar as interrupções entre as compressões.

55
Q

Cite uma importante modificação de novos guidelines frente à recomendações para socorristas leigos e as principais motivações desta.

A

Os socorristas leigos não precisam mais realizar ventilações de resgate. Esse método possui certa ineficiência, visto que o ar entregue ao paciente apresenta uma FiO2 menor que 21 %, enquanto a ventilação passiva decorrente da compressão torácica oferece aproximadamente uma FiO2 de 21 % e oxigena mais o paciente que a ventilação ofertada por boca. Além disso, é sugerida redução do retorno venoso e do débito cardíaco pela ventilação com pressão positiva.

56
Q

Qual a duração e o volume corretos de cada ventilação durante o BLS? O que é modificado quando comparado ao ATLS?

A

No BLS são feitas 2 ventilações (por 1 segundo cada uma) a cada 30 compressões. Volume necessário para ventilar: 500-600 mL (6-7 mL/kg).
No ATLS é feita uma ventilação a cada 6 segundos assincronicamente com as compressões torácicas.

57
Q

A evidência do real benefício do ACLS é escassa. Verdadeiro ou falso?

A

Verdadeiro, já que preponderantemente o desfecho do paciente é determinado pelo tempo de PCR não assistida, RCP de alta qualidade, desfibrilação precoce e cuidados pós -parada cardíaca.

58
Q

Qual a diferença entre retorno da circulação espontânea (RCE) e Ressuscitação bem-sucedida?

A

RCE: é a restauração de uma adequada função cardíaca.

Ressuscitação bem-sucedida: é a manunção da função neurológica nos níveis anteriores ao evento.

59
Q

No ATLS, após começar RCP, oferecer oxigênio e colocar um monítor/desfíbrilador, deve-se verificar se o ritmo é chocável ou não. Indique a conduta para FV ou TVsp.

A

1) Choque
2) RCP por 2min + acesso IV/IO
3) Checar ritmo
- Ritmo não chocável: Se RCE ir para cuidados pós PCR; se AESP ou Assistolia conduzir como tal.
- Ritmo chocável: choque; RCP por 2min; Adenalina a cada 3-5min; considerar via aérea avançada/ capnografia.
4) Checar novamente o ritmo, caso o anterior tenha sido chocável.
- Ritmo não chocável: Se RCE ir para cuidados pós PCR; se AESP ou Assistolia conduzir como tal.
- Ritmo chocável: choque; RCP por 2min; Amiodarona; Tratar causas reversíveis.
6) Checar novamente o ritmo, caso o anterior tenha sido chocável. Voltar ao passo 3.

60
Q

Indique V ou F:
( ) Embora menos de 5% dos pacientes com TEP evoluam para PCR, essa é uma causa reversível.
( ) Se TEP confirmado ou suspeito há indicação de trombólise, embolectomia cirúrgica ou embolectomia mecânica.
( ) No afogamento, a mais importante consequência da submersão é a hipóxia.
( ) No afogamento, é necessário o uso tradicional
do A-B-C no lugar do C-A-B.
( ) A conduta correta frente à afogamento é abrir a via aérea, checar se há respiração espontânea e, se não houver, realizar 4 ventilações de resgate. Após as ventilações, se o pulso for ausente, deverá ser iniciado o BLS/ ACLS.

A

V
F: Não existe evidência suficiente para recomendar embolectomia mecânica ou cirúrgica para casos suspeitos.
V: a oxigenação, a ventilação e a perfusão devem ser restabelecidas o mais rapidamente possível.
V
F: São apenas 2 as ventilações de resgate.

61
Q

Nos casos de intoxicação por Bupivacaína, qual a orientação da AHA?

A

A administração intravenosa de emulsão lipídica aumentou a chance de RCE nesses casos. Logo, a AHA coloca como razoável o uso de emulsão lipídica em PCR por bupivacaína ou por outras drogas refratárias às medidas de RCP padrão.