Queimaduras Flashcards

1
Q

Conceito de queimadura + tipos

A

As queimaduras são lesões tridimensionais que envolvem lesões da pele e dos tecidos subjacentes, sendo resultantes da exposição a agentes térmicos, químicos, elétricos ou radioativos.
Queimaduras térmicas (calor húmido, seco); elétrica; por frio; por radiação; química

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2
Q

Avaliação da queimadura - Localização

A

Localização: face, mãos, pés, tórax, grandes articulações, genitais e/ou períneo são consideradas zonas especiais, às quais se atribui maior gravidade pelo elevado risco de sequelas estéticas e/ou funcionais

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3
Q

Avaliação da queimadura - Profundidade

A

Epidérmicas - envolve epiderme; Superficiais parciais - epiderme e camada superior da derme;
Profundas parciais - epiderme e camada profunda da derme;
Profundas completas - todas as camadas da pele e tecido subcutâneo;
Profundas completas+ - todas as camadas da pele e tecido subcutâneo com osso, músculo ou tendões

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4
Q

Avaliação da queimadura - Extensão

A

Traduz-se em percentagem, na superfície corporal queimada (SCQ) e pode ser estimada através da Regra dos Nove ou da Regra Palmar. (Apenas queimaduras parciais ou completas são contabilizadas no cálculo da SCQ) - Cabeça 9%; Frontal - 18%; Dorso - 18%; Membro Inf. - cada 18%; Membro sup. - cada 9%; zona genital - 1%; mão - 1%

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5
Q

Fisiopatologia - resposta local

A

Zona de coagulação - Zona central, onde há maior tempo de contacto com o agente causal, caracterizada por necrose tecidular irreversível
Zona de estase - Zona circundante com baixa perfusão tecidular, podendo
igualmente evoluir para necrose nas
24-72 horas seguintes, se não forem
adotadas medidas adequadas
Zona de hiperemia - Zona periférica, caracterizada por aumento da perfusão tecidular e vasodilatação, com potencial de
recuperação

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6
Q

Fisiopatologia -resposta sistémica (compromisso da VA e da ventilação)

A

-Edema generalizado;
-Lesão por inalação;
-Broncoconstrição;
-Queimaduras circunferenciais ou semi-circunferenciais do tórax e pescoço.

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7
Q

Fisiopatologia -resposta sistémica (alterações cardiovasculares)

A
  • Libertação de mediadores inflamatórios:
    > Aumento Permeabilidade capilar;
    >Diminuição Fluídos no espaço intravascular;
    > Hipoperfusão/Choque;
  • Alterações iónicas:
    > Alterações na atividade elétrica cardíaca;
  • Queimaduras circunferenciais ou quase circunferenciais:
    > Síndrome de compartimento.
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8
Q

Fisiopatologia -resposta sistémica (alterações imunológicas e metabólicas)

A

Alterações imunológicas
-Desregulação imunitária/imunossupressão:
> Aumento do risco de infeção e sépsis.
Alterações metabólicas
-Instalação de quadro de hipercatabolismo.

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9
Q

Critérios de referenciação para unidades de queimados (14)

A
  • Idade superior a 65 anos;
  • Queimaduras em mais de 10% da superfície corporal;
  • Queimaduras profundas de espessura parcial em mais de 2% de superfície corporal;
  • Queimaduras da face, pescoço, tórax, períneo, mãos e pés;
  • Queimaduras circulares do tórax e/ou membros;
  • Queimaduras profundas completas em qualquer grupo etário;
  • Queimaduras elétricas;
  • Queimaduras químicas;
  • Carboxihemoglobina > 10%;
  • Queimaduras com lesões associadas: inalação de fumo e/ou substâncias tóxicas; traumatismo crânioencefálico; traumatismo músculo-esquelético;
  • Queimaduras com doenças associadas: Diabetes mellitus, doença hepática, renal, cardíaca,psiquiátrica e/ou neurológica, neoplasias e situações de imunodepressão;
  • Suspeita de lesão por maus-tratos;
  • Necrose epidermólise tóxica (síndrome de Lyell);
  • Queimaduras em pessoas que requeiram intervenção social, emocional ou de reabilitação.
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10
Q

Intervenção do enfermeiro no serviço de urgência - medidas de segurança e controlo de infeção

A

Colocar equipamento de proteção individual:
- Bata descartável;
- Luvas;
- Proteção ocular;
- Proteção respiratória;
- Touca

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11
Q

Intervenção do enfermeiro no serviço de urgência - Exame primário (A)

A

Manutenção da VA com controlo da coluna cervical:
- Imobilizar a coluna cervical;
- Avaliar a via aérea e manter a sua permeabilidade;
- Elevar a cabeceira a 30-45º;
- Identificar precocemente sinais e sintomas de lesão por inalação: edema na via aérea, queimaduras na boca, pelos faciais queimados, rouquidão, estridor, tosse, broncorreia, expetoração
carbonácea, dispneia, agitação e/ou confusão;
- Antecipar intubação endotraqueal nas seguintes situações:
- Pessoa inconsciente;
- Queimaduras envolvendo mais de 35% de superfície corporal;
- Índice de Clark > 2; (Espaço fechado, dispneia, alteração de consciência, rouquidão, queimadura facial, expetoração carbonácea, fervores/alt. auscultação)
- Inalação ou intoxicação por monóxido de carbono;
- Queimaduras circunferenciais do pescoço e do tórax.

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12
Q

Intervenção do enfermeiro no serviço de urgência - Exame primário (B)

A

Ventilação:
- Avaliar padrão respiratório;
- Identificar e tratar lesões concomitantes de trauma;
- Administrar oxigénio em alta concentração, por máscara (15 L/min);
- Antecipar intubação endotraqueal nas seguintes situações:
- Persistência de hipoxemia e/ou saturação periférica de oxigénio inferior a 90%, apesar da oxigenoterapia suplementar;
- Insuficiência respiratória.

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13
Q

Intervenção do enfermeiro no serviço de urgência - Exame primário (C)

A

Status cardíaco, status circulatório e controlo de hemorragia:
- Identificar e controlar fontes de hemorragia decorrentes de trauma;
- Avaliar status cardíaco e circulatório;
- Avaliar sinais de compromisso neuro-circulatório em membros com queimaduras circunferenciais ou quase-circunferenciais;
- Assegurar dois acessos venosos periféricos de grande calibre (16G ou 18G), preferencialmente em área não queimada;
- Colher sangue para estudo de hemograma, bioquímica e coagulação;
- Em grandes queimados com sinais de hipotensão e hipoperfusão, iniciar fluidoterapia com Lactato de Ringer (500mL/h, se superfície corporal queimada ainda não estimada);
- Elevar membros com queimaduras circunferenciais ou quase-circunferenciais.

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14
Q

Intervenção do enfermeiro no serviço de urgência - Exame primário (D)

A

Avaliação do défice neurológico:
- Avaliar o nível de consciência através da Escala de Coma de Glasgow;- Avaliar as pupilas;
- Avaliar resposta motora e sensitiva nos 4 membros;
- Avaliar glicémia capilar, se alteração do estado de consciência.

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15
Q

Intervenção do enfermeiro no serviço de urgência - Exame primário (E)

A

Exposição e controlo da temperatura:
- Expor a vítima;
- Em queimaduras químicas causadas por compostos secos (ex: cal-viva, cimento),
remover primeiramente os compostos a seco (com escova ou compressas);
- Arrefecer as queimaduras através de irrigação com água à temperatura ambiente, por 5-10 minutos;
- Após irrigação, manter a vítima seca e envolvida em lençol esterilizado;
- Manter temperatura corporal > 35ºC, através do recurso a manta térmica, aquecimento externo ou administração de soros aquecidos.

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16
Q

Intervenção do enfermeiro no serviço de urgência - Exame Secundário (A)

A

Monitorização hemodinâmica:
- Débito urinário e características da urina;
- Frequência cardíaca;
- Estado de consciência;
- Saturação de oxigénio;
- Tensão arterial.

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17
Q

Intervenção do enfermeiro no serviço de urgência - Exame Secundário (B)

A

Gestão da dor:
- Avaliar a dor;
- Gerir a dor através da administração de analgésicos (via endovenosa preferencial) e/ou estratégias não farmacológicas.

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18
Q

Intervenção do enfermeiro no serviço de urgência - Exame Secundário (C)

A

História clínica e circunstâncias do evento:
- A (allergies) - alergias;
- M (medication) - medicação habitual;
- P (past medical history) - antecedentes de saúde;
- L (last meal) - última refeição;
- E (events) - circunstâncias da queimadura.

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19
Q

Intervenção do enfermeiro no serviço de urgência - Exame Secundário (D)

A

Exame físico e avaliação da queimadura:
-Localização
-Profundidade
-Extensão

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20
Q

Intervenção do enfermeiro no serviço de urgência - Exame Secundário (E)

A

Gestão de fluídos à superfície corporal queimada:
- Se SCQ > 20% aplicar fórmula de Parkland:
Volume 24h (mL) = 4 x peso (kg) x SCQ (%)
- 50% - primeiras 8 horas
- 50% - 16 horas subsequentes.
- Débito urinário alvo: 0,5 mL/kg/h

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21
Q

Intervenção do enfermeiro no serviço de urgência - Exame Secundário (F)

A

Exames complementares de diagnóstico:
-Análises
-Gasimetria
-ECG
-Exames imagiológicos

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22
Q

Intervenção do enfermeiro no serviço de urgência - Exame Secundário (G)

A

Apoio emocional:
-Comunicação
-Presença de familiares

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23
Q

Intervenção do enfermeiro no serviço de urgência - Exame Secundário (H)

A

Cuidados/tratamento às feridas:
- Se transferência previsível: lavar brevemente e cobrir de forma estéril;
- Se transferência não prevista ou atrasada:
- Lavar com soro/água e gluconato de clorhexidina;
- Desbridamento e drenagem de flictenas em assépsia;
- Tratamento: trolamina (biafine), sulfadiazina de prata, gases parafinadas, penso secundário

24
Q

Intervenção do enfermeiro no serviço de urgência - Referenciação e transferência

A
  • Se reunidos critérios de referenciação, o médico referencia a vítima para unidade de queimados;
  • Preparar a transferência:
    - Acesso venoso, sempre que possível;
    - Sonda gástrica, se intubação endotraqueal;
    - Realizar restrição da via oral;
    - Registos;
    - Reunir informação do processo clínico, que acompanha a vítima;
  • Transmitir informação relevante à equipa de transporte (ISBAR).
25
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados

A
  1. O enfermeiro recebe o doente
  2. Avalia o funcionamento dos cateteres
  3. Avalia os sinais vitais e inicia vigilância contínua
  4. Promove a realização de exames
    * Gasometria
    * Hematócrito/ hemoglobina
    * Proteinograma
    * Formula leucocitária
    * Ionograma
    * Ureia e creatinina
    * Ph urinário
  5. Tratamento das lesões
  6. Registos
26
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados - Limpeza e Desbridamento da Ferida

A

O tratamento da queimadura inclui:
-Limpeza com desbridamento
-Hidroterapia
-Troca de pensos
As queimaduras devem ser limpas diariamente com um bactericida leve e solução salina ou água.
Pode ser feito na:
-Banheira de hidroterapia
-Chuveiro
-Cama
Produtos mais utilizados:
-Cloreto de sódio isotónico
-Água
-Iodopovidona (solução, dérmico e pomada)
-Nitrato de prata
O tecido inviável removido por desbridamento:
-Natural
-Enzimático
-Mecânico/cirúrgico

27
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados - cobertura para queimados
A - pensos biológicos

A

Utilizam-se para tapar grandes superfícies do corpo
Geralmente são enxertos de espessura parcial retirados de cadáveres humanos ou de outros mamíferos doadores (porco).
OBJECTIVOS
-Diminuir as perdas de calor, de líquidos e de proteínas
-Diminuir a proliferação bacteriana
-Fechar a ferida temporariamente
-Proteger o tecido neurovascular, muscular e tendões
-Reduzir a dor e aumentar o conforto
-Atuar como um enxerto teste para determinar quando as feridas em granulação aceitarão bem o autoenxerto

27
Q

Hidroterapia - vantagens e desvantagens

A

Consiste no banho do queimado numa banheira cheia de água ou com um chuveiro para facilitar a limpeza e o desbridamento da queimadura
Vantagens:
-Mais fácil para remover os medicamentos tópicos, os pensos muito aderentes e a escara
-Oportuno para que o utente faça movimentos de amplitude dos membros
-A avaliação total da área queimada é facilitada; pode ser feita a limpeza de todo o corpo
Desvantagens:
-Perda de calor do corpo; também se verifica perda de sódio na água do banho
-Pode ser desconfortável para o utente e por vezes doloroso
-Pode ser difícil manter os acessos venosos e o ventilador durante o banho
-O nível de ansiedade do utente geralmente aumenta e há, com frequência, medo de afogamento, bem como o desconforto da experiência

27
Q

Hidroterapia - procedimentos

A

-Descrever o procedimento ao utente
-Programar o horário do banho com o utente; administrar analgésicos antes do tratamento, para obter o benefício máximo
-A temperatura da água deve ser tépida e a temperatura ambiente adequada
-Obedecer rigorosamente à técnica asséptica, durante a preparação do utente para hidroterapia, no decorrer desta e na realização de pensos
-Durante a hidroterapia limpar as feridas e depois desbridá-las, lavar os cabelos e lavar suavemente a pele normal
-Limitar o tempo de hidroterapia ao menor tempo possível para reduzir a perda da temperatura corporal e o subsequente tremor
-Ter em atenção e respeitar os sentimentos do utente e as suas manifestações de stress, dor, frio, fadiga, …
-Depois do tratamento o utente deve ser pesado antes de se vestir e ser levado de volta para a cama
-Registar todos os dados relevantes, nomeadamente o estado da ferida e a reação do utente

28
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados - Antimicrobianos tópicos

A

Utilizam-se os antimicrobianos tópicos para cobrir as zonas queimadas reduzindo o número demicrorganismos
1. Aplicados directamente na queimadura sob a forma de pomada, creme ou solução ou podem serincorporados no penso
2. Os pensos podem ser feitos com material absorvente comercializado ou com compressas de gaze
3. O antimicrobiano utilizado deve ter:
-Largo espectro contra bactérias
-Capacidade de se difundir pela queimadura e penetrar na escara
-Atóxico e não lesivo para os tecidos
4. Todos os cremes tópicos aplicados anteriormente devem ser retirados e a queimadura limpa antes de se aplicar novo creme

29
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados - escarotomia

A

Incisões ao longo da extensão da queimadura

30
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados - tratamento cirurgico

A

O objectivo básico é a ressecção e o enxerto precoce
1. Excisão tangencial - Com uma lâmina retira-se camadas finas da pele lesionada até ser visível o tecido viável
2. Excisão fascial - A pele, linfáticos e tecido subcutâneo são removidos até à aponevrose.
A intervenção cirúrgica diminui o risco de infeção e acelera o tratamento

31
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados - cobertura para queimados
A - pensos biológicos (procedimento)

A

Remove-se cirurgicamente o tecido desvitalizado
* O aloenxerto aplica-se diretamente sobre a área a tapar. Antes deve ser mergulhado numa soluçãofisiológica e aparado para se adaptar à ferida
* De uma maneira geral são fixos com steri-strip. Também podem ser usados grampos ou suturas* O penso não deve ser feito nos primeiros 3 a 5 dias, sendo apenas humedecido em cada 4 a 6 horas com uma solução
* Depois do penso inicial os próximos serão feitos diariamente

32
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados - cobertura para queimados
B - pensos biossintéticos

A

São temporários e previnem a contaminação
São usados quando não se dispõe de um autoenxerto permanente ou este é desnecessário (se as feridas de espessura parcial cicatrizarem espontaneamente com o tempo)

33
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados - cobertura para queimados
C - Derme artificial

A

Tela porosa de colagéneo coberta por uma fina camada de silastic
Utilizado como enxerto epidérmico de forma a proporcionar uma cobertura permanente

34
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados - cobertura para queimados
D - encerramento da ferida

A

O enxerto da própria pele é necessário ou preferido nas queimaduras de espessura total, com mais de 3 a 5 cm de diâmetro
Podem ser utilizados auto-enxertos de células epiteliais cultivadas nos doentes com queimaduras extensas e com pouca disponibilidade de pele:
-Biópsias da pele não queimada são cultivadas em laboratório, tornando-se adequadas em cerca de 3 semanas
-Pele de locais doadores disponíveis para a cobertura das superfícies mais funcionais

35
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados - Prevenção e Tratamento de Complicações

A

As principais causas de morbilidade e mortalidade nos queimados têm relação com a infeção e problemas pulmonares.
* Higiene pulmonar cuidadosa já que a pneumonia é comum
* A lesão por inalação pode incluir SARA, pode contribuir de maneira considerável para a mortalidade
* Utilização de técnica asséptica em todos os procedimentos
* Proibir a entrada de pessoal que apresente sinais de infeção
* Observar sinais de infeção da queimadura
* Manter um ambiente limpo:
-Através do controle por placas de Petri
-Sistema de ar condicionado por pressão positiva e com eficaz renovação e filtração do ar
-Não utilizar vassouras nem panos, utilizar aspirador
-Redução das visitas (devem utilizar bata esterilizada e não devem tocar no doente)
* Pode ser necessário utilizar antibióticos de largo espectro no tratamento ou na prevenção de infeções
* Higiene cuidada:
-Limpar as áreas não queimadas com sabão antibacteriano
-Tricotomia da zona adjacente à queimadura
-Higiene oral cuidada
* Administrar soro antitetânico
* Atento a infeções anaeróbias que se podem desenvolver sob a escara

36
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados - Prevenção e Tratamento de Complicações (continuação)
Proporcionar uma oxigenação adequada e uma boa função respiratória

A
  • Administração de oxigénio
  • Verificar sinais de hipoxémia (ansiedade, polipneia, taquicardia)
  • Suspeitar de lesão respiratória se ocorreu em recinto fechado
  • Observar se há hiperemia ou vesículas na mucosa bucal, queimadura dos lábios, rosto oupescoço, rouquidão
  • Monitorizar frequência respiratória e observar tosse
  • Manter material para entubação endotraqueal e ventilação mecânica
  • Incentivar a inspiração profunda
  • Colocar o doente em semi-fowler (se não estiver contraindicado)
  • Verificar se os pensos ou as queimaduras não estão constritivos
  • Preparar o doente para escarotomia e ajudar nos procedimentos
37
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados - Prevenção e Tratamento de Complicações (continuação)
Efetuar balanço hídrico

A
  • Administração de líquidos conforme prescrição
  • Pesar o doente diariamente
  • Balanço hídrico rigoroso
  • Alerta para a sobrecarga hídrica (atenção à mobilização de líquidos)
  • Administração de diuréticos prescritos
38
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados - Prevenção e Tratamento de Complicações (continuação)
Proteger e restabelecer a integridade cutânea

A
  • Limpar e desinfectar as feridas
  • Efectuar desbridamento aquando da realização dos pensos
  • Aquando da retirada do penso ter especial atenção às áreas enxertadas
39
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados - Prevenção e Tratamento de Complicações (continuação)
Evitar infeção urinária

A
  • Manter um sistema de drenagem vesical fechado e funcionante
  • Observar as características e o volume da urina
  • Logo que possível retirar o cateter vesical
40
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados - Prevenção e Tratamento de Complicações (continuação)
Manter a temperatura corporal

A
  • Manter uma temperatura ambiente aquecida
  • Usar aquecedores, cobertores de aquecimento ou cama aquecida
  • Se surgir hipertermia providenciar exames culturais
  • Nos pensos húmidos deve-se colocar uma camada seca externa, para evitar a perda de calor por evaporação
41
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados - Prevenção e Tratamento de Complicações (continuação)
Evitar a infeção

A
  • Lavar as mãos antes e depois de qualquer contacto com o doente
  • Utilizar roupas de protecção no contacto com o doente (bata)
  • Utilizar luvas esterilizadas na realização de pensos e outros tratamentos
  • Verificação diária das feridas
  • Vigiar cateteres colocados
  • Higiene rigorosa do doente, incluindo a limpeza diária das zonas não queimadas, cuidadosaos dentes e à boca, cabelos,…
  • Prevenir atelectasias e a pneumonia, com fisioterapia respiratória e drenagem postural
42
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados - Prevenção e Tratamento de Complicações (continuação)
Promover a amplitude de movimentos e a capacidade de realizar as atividades de vida diárias

A
  • Solicitar apoio de fisioterapia
  • Incentivar o doente a manter-se tão activo quanto possível e a realizar movimentos deamplitude
  • Posicionar o doente de maneira a reduzir o edema e a evitar a flexão das articulaçõesqueimadas
  • Administrar analgésicos, se necessário, antes de iniciar os exercícios
  • Iniciar os exercícios de reabilitação no período pós queimadura, o mais precoce possível* Proporcionar períodos de repouso e de atividade
43
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados - Prevenção e Tratamento de Complicações (continuação)
Assegurar uma alimentação adequada

A
  • Pesar diariamente o doente
  • Solicitar a colaboração do dietista / nutricionista na elaboração da dieta
  • Administrar suplementos vitamínicos conforme prescrição
  • Em geral é necessário uma dieta equilibrada e rica em proteínas
  • Iniciar a dieta pela administração de líquidos, progredindo gradualmente para sólidos
  • Incentivar o doente a alimentar-se sozinho
44
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados - Prevenção e Tratamento de Complicações (continuação)
Reduzir a dor

A
  • Observar a existência de dores
  • Determinar a experiência prévia com a dor e a resposta do doente à mesma* Administrar analgésicos antes de tratamentos dolorosos
  • Mudar o doente de posição sempre que necessário
  • Ensinar técnicas de relaxamento
45
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados - Prevenção e Tratamento de Complicações (continuação)
Potencializar estratégias para lidar com a situação

A
  • Verificar os mecanismos de superação do doente através da história progressiva e do comportamento atual
  • Dar oportunidade para o doente expressar os seus sentimentos, pensamentos, medos e ansiedades em relação à situação
  • Explorar com o doente mecanismos alternativos de como lidar com a queimadura e as suas consequências
  • Interpretar o comportamento do doente para com os familiares
  • Respeitar os mecanismos de superação actuais e só os desencorajar quando tivermos umaalternativa adequada
  • Incentivar as visitas, se for benéfico
  • Observar a necessidade de apoio psiquiátrico
  • Administrar medicação ansiolítica se prescrito
46
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados - Prevenção e Tratamento de Complicações (continuação)
Melhorar a autoimagem

A
  • Colher dados sobre a imagem e o estilo de vida do doente antes da queimadura
  • Incentivar o doente a manifestar as suas preocupações em relação às mudanças na autoimagem e no estilo de vida que podem resultar da queimadura
  • Reforçar os mecanismos de superação adequados e eficazes
47
Q

Intervenção do enfermeiro na unidade de queimados - Ensino para a alta

A

Ajudar o doente na transição da dependência da equipa de saúde para a independência
Demonstrar e explicar os procedimentos com a ferida, a serem continuados após a alta hospitalar:
* Lavar as mãos
* Limpar com sabão neutro as pequenas feridas abertas
* Lavar bem com água corrente
* Enxugar por contacto com uma toalha limpa
* Aplicar as pomadas e cremes prescritos
Ensinar o doente a verificar sinais locais de infecção
* Hiperemia da pele à volta da ferida
* Aparecimento de pus amarelado ou secreção turva
* Aumento da dor
* Odor fétido da ferida
* Elevação da temperatura corporal
Aconselhar o doente a realizar exercícios, conforme indicação do fisioterapeuta
Outros cuidados que se revelem necessários

48
Q

Cirurgia reparadora

A

A cirurgia reparadora engloba a cirurgia plástica e reconstrutiva.
Finalidade - reparação de defeitos físicos ou mal formações, quer congénitas ou adquiridas

49
Q

Enxertos

A

Para a realização deste procedimento cirúrgico é necessário
* Zona dadora
* Zona receptora

50
Q

Tipo de enxerto quando ao modo como são retirados

A

Enxerto livre – tecido, seja ele qual for, transplantado de uma zona para outra
Retalhos – formado por pele e tecido adjacente que se mantêm aderentes ao corpo, enquanto sãotransplantados.
Ficam presos por um pedículo através do qual são irrigados até que se desenvolva nova rede capilar

51
Q

Tipo de enxerto quanto á fonte

A

Auto Enxertos – consiste em pele retirada do corpo do próprio doente, para cobrir uma zona em granulação e submetida a excisão cirúrgica
Homoenxertos – enxerto provisório. Utiliza-se a pele de outrem como dador. Geralmente não é feitotratamento imunossupressor, sendo posteriormente efetuado um auto enxerto
Heteroenxertos – são enxertos em que o dador é um animal, como o porco (pele liofilizada). É geralmente utilizado como penso

52
Q

Tipo de enxerto quanto á forma

A

Lâmina
Malha
Selos

53
Q

Pós operatório

A

ZONA DADORA
* Penso
* Limpar e desinfectar a ferida
ZONA RECEPTORA
* Limitação de movimentos durante 3 dias, segundo indicação médica
* Manter o alinhamento do corpo
* Elevar a zona enxertada
* Evitar a compressão sobre a zona enxertada
* Observar o penso
* Fazer o penso diariamente após 48 ou 72 horas
* Irrigar o penso
* Colheita de exsudado para culturas bacteriológicas
Almofadar a zona com penso de queimados e envolver com ligadura ou malha elástica
Destacar a gaze parafinada ao 5º / 7º dia
Aplicar nova gaze parafinada sobre zonas cruentas
Levar o doente à balneoterapia ao 7º / 10º dia
Aplicar creme gordo nas zonas epitelizadas, ficando em método aberto
Proporcionar exercícios ativos e passivos das zonas afetadas
Fazer preparação para a alta durante todo este período, dando realce aos cuidados a ter em casa. Os cuidados a ter em casa são muito importantes e deles dependem em parte o êxito do enxerto
Efetuar registos que incluam:
* Cheiro
* Alterações da coloração
* Supuração excessiva
* Aderência ou não
* Sinais de hemorragia
* Tolerância às mobilizações / posicionamentos
* Ensino sobre os cuidados a ter em casa