PSICOPATO PROVA I Flashcards

1
Q

Qual a diferença entre impulsão e compulsão? Ambos são alterações de que componente do exame psíquico?

A

IMPULSÃO: quando o indivíduo passa da inclinação direto para fase da execução. É egossintônico, pois o paciente sente prazer durante o ato, sentindo arrependimento apenas após o ato impulsivo. EX: BULIMIA

COMPULSÃO: quando o indivíduo sabe que o que está fazendo é errado, mas realiza a ação mesmo assim, pois sente uma NECESSIDADE muito grande. É egodistônico, e o paciente tende a sentir alívio no fim, e arrependimento durante. É mais grave que a compulsão. EX: TOC

Ambos são alterações da VONTADE. Podem estar associados à mesma patologia, como por exemplo: alcoolismo e uso de outras drogas. Começa com impulsão para depois evoluir para compulsão.

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2
Q

O que é negativismo e obediência automática? Como podemos testar se o paciente tem negativismo?

A

NEGATIVISMO: na sua forma ativa o paciente faz o oposto do que foi solicitado, e na sua forma passiva, o paciente não faz nada. Uma forma de testar o negativismo é levantar os braços do paciente: se ele promover resistência = negativismo ativo. Se ele aceitar o movimento = negativismo passivo.

OBEDIÊNCIA AUTOMÁTICA: há perda da autonomia do indivíduo. Ocorre muito nos casos de esquizo catatônico e no retardo mental.

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3
Q

As alterações psicomotoras podem ser classificadas de que forma?

A

Quantitativas: aceleração ou lentificação da atividade psicomotora. Pode ser que aumente o número de repetições ou a velocidade. Ex: mania, ansiedade

Qualitativas: características daquela aceleração ou lentificação. Temos o estupor (quando o paciente fica parado), flexibilidade cerácica (penso em esquizo catatônico), maneirismo (movimento voluntário estranho + um objeto).

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4
Q

O que é flexibilidade cerácica?

A

Flexibilidade cerácea - o indivíduo ou uma parte de seu corpo (braço, perna, cabeça), é colocada em uma posição que mesmo sendo desconfortável, o faz permanecer nessa posição como se fosse um homem de cera.

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5
Q

O que é catatonia?

A

CATATONIA: associação de estupor + pelo menos 2 sintomas psicomotores:

  • catalepsia – indivíduo preserva posição que foi colocada por terceiros
  • flexibilidade cerácea
  • postura espontânea e ativa contrária à gravidade;
  • mutismo
  • negativismo
  • maneirismo
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6
Q

Como consciência pode ser definida?

A

Definição neuropsicológica: estar vigilante + clareza do sensório. (É a que usamos como médicos - obnubilado/torpor/sorpor/coma).

Definição psicológica: dimensão subjetiva da atividade psíquica. É a soma total de experiências conscientes de um indivíduo.

Definição ético-filosófica: capacidade de tomar ciência dos deveres éticos e assumir as responsabilidades. Consciência moral (é a definição que mais usamos popularmente – “estou com peso na consciência”).

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7
Q

Quais são os estágios do sono?

A

Estágio 1: mais leve e superficial, com atividade regular do EEG de baixa voltagem, de 4 a 6 ciclos por segundo.

Estágio 2: um pouco menos superficial, com traçado do EEG revelando aspecto fusiforme de 13 a 15 ciclos por segundo (fusos do sono) e algumas espículas de alta voltagem, denominadas complexos K (45-55% do tempo total de sono - maior parte do sono).

Estágio 3: sono mais profundo, com traçado do EEG mais lentificado, com ondas delta, atividade de 0,5 a 2,5 ciclos por segundo, ondas de alta voltagem.

Estágio 4: estágio de sono mais profundo, com predomínio de ondas delta e traçado bem lentificado. É mais difícil de despertar alguém nos estágios 3 e 4, podendo o indivíduo apresentar-se confuso ao ser despertado.

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8
Q

Como podemos classificar as alterações da consciência de um paciente?

A

1) Obnubilado: sonolento mas responde aos estímulos
2) Torporoso: sonolento mas responde aos estímulos vigorosos
3) Sorporoso: sonolento, só responde aos estímulos dolorosos
4) Coma: não responde aos estímulos

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9
Q

O que é dissociação? E conversão?

A

Dissociação: estreitamento da consciência – algumas condições psíquicas vão estar mantidas e outras abolidas, sem uma causa clínica. Ex: ideia não conectada com humor. Ex2: onde você está? Não sei. Qual o seu nome? Talita. Atitude aérea/perplexa). Enquanto está disassociada, não lembra do que aconteceu antes. Depois da disassociação, passa a não lembrar do que ocorreu durante a disassociação, mas lembra do que aconteceu antes.

Conversão: Semelhante a dissociação, mas nesse caso, se perde algo relacionada aos sentidos ou algo motor. Ex: cego, surdo, por conta de algum trauma mental.

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10
Q

Quais são as formas de perdas abruptas da consciência?

A

Lipotímia (perda parcial + rápida da consciência) e síncope.

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11
Q

Quais são as síndromes psicopatológicas associadas ao

rebaixamento prolongado do nível de consciência?

A
  • Delirium
  • Estado onírico ou oniroide: alteração da consciência na qual, paralelamente à turvação da consciência, o
    indivíduo entra em um estado semelhante a um sonho muito vívido. Em geral, predomina a atividade alucinatória visual intensa com caráter cênico e fantástico. Tal estado ocorre com mais frequência devido a psicoses tóxicas, esquizo, síndromes de abstinência de substâncias (com maior frequência no delirium tremens) e quadros febris tóxico-infecciosos.
  • Amência: quadros mais ou menos intensos de confusão mental por rebaixamento do nível de consciência, com excitação psicomotora, marcada incoerência do pensamento, perplexidade e sintomas alucinatórios com aspecto de sonho.
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12
Q

Cite alterações qualitativas da consciência.

A
  • Estados crepusculares: estado patológico transitório onde há uma obnubilação leve da consciência (mais ou menos perceptível) acompanhada de relativa
    conservação da atividade motora coordenada. Associada à fatores orgânicos (ex: intoxicações)
  • Estado segundo: estado patológico transitório semelhante ao estado crepuscular, caracterizado por uma atividade psicomotora coordenada, a qual, entretanto, permanece estranha à personalidade do sujeito acometido e não se integra a ela. Associada à fatores emocionais.
  • Dissociação da consciência: fragmentação ou a
    divisão do campo da consciência, ocorrendo perda da unidade psíquica comum do ser humano.
  • Transe: se assemelha a
    sonhar acordado, diferindo disso, porém, pela presença em geral de atividade motora automática e estereotipada acompanhada de suspensão parcial dos movimentos voluntários.
  • Estado hipnótico: É um estado de consciência reduzida e estreitada e de atenção concentrada, que pode ser induzido por outra pessoa (hipnotizador). Trata-se de um estado de consciência semelhante ao transe, no qual a
    sugestionabilidade do indivíduo está aumentada, e sua atenção, concentrada no hipnotizador. Nesse estado, podem ser lembradas cenas e fatos esquecidos
    e podem ser induzidos fenômenos como anestesia, paralisias, rigidez muscular, alterações vasomotoras. Não há nada de místico ou paranormal na hipnose. É apenas uma técnica refinada de concentração da atenção e de alteração induzida do estado da consciência.
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13
Q

Defina atenção e diga seus componentes.

A

Atenção é o ato de tomar posse pela mente, focalizando mais concentração da consciência.

COMPONENTES:

1) Início da atividade consciente + focalização
2) atenção sustentada e nível de alerta
3) atenção seletiva (inibição da resposta a estímulos irrelevantes)
4) capacidade de mudar o foco (set-shifting)

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14
Q

Como a atenção pode ser classificada?

A
  • Voluntária x involuntária
  • Externa (5 sentidos) x interna (reflexão)
  • Focal x dispersaa
  • TENACIDADE x VIGILÂNCIA
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15
Q

Como está a atenção de um maníaco?

A

Hipotenaz e hipervigilante

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16
Q

Defina atenção alternada, dividida e sustentada

A
  • Alternada: ver série e parar para responder telefone
  • Dividida: ouvir música e dirigir
  • Sustentada: manter atenção no professor durante a aula
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17
Q

Qual a diferente entre distração e distraibilidade?

A

DISTRAÇÃO: distração não é um sinal de déficit
propriamente (não é anormalidade), mas de superconcentração ativa da atenção
sobre determinados conteúdos ou objetos, com a inibição de tudo o mais. Há certa hipertenacidade e hipovigilância.

DISTRAIBILIDADE: diferentemente da distração, é um estado patológico que se exprime por instabilidade marcante e mobilidade acentuada da atenção
voluntária, com dificuldade ou incapacidade para fixar se ou deter-se em qualquer coisa que implique esforço produtivo. Ou seja, a atenção do indivíduo é muito facilmente desviada de um objeto para outro.

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18
Q

Qual o termo para redução global da atenção?

A

Hipoprosexia. Aprosexia seria abolição da atenção.

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19
Q

Cite transtornos neuropsiquiátricos e mentais que apresentam alteração da atenção.

A

NEUROPSIQUIÁTRICOS:

  • Delirium
  • Transtorno cognitivo leve
  • Demências (de Alzheimer e vascular)
  • Demência de Huntington

MENTAIS:

  • TDAH
  • Mania/esquizo: hipovigilante e hipertenaz
  • Depressão: hipoprosexia ou hipertenacidade com hipovigilância. OBS: Hipertenaz interno + hipovigilante – depressao, toc
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20
Q

Verdadeiro ou falso: paciente com depressão está com a atenção hipo hipo.

A

Falso. Se um paciente está hipervigilante, ele necessariamente está hipotenaz e vise versa. Não existe hipertenaz e hipervigilante, nem hipo hipo.

Exceções: Delirium, drogados, bêbados (pacientes com alteração do estado de consciência) – hipo hipo.

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21
Q

Quais são os tipos de desorientação?

A
  • Desorientação por redução do nível de consciência (desorientação torporosa ou confusa): Alteração da atenção, da concentração, da memória recente e de trabalho, da capacidade de percepção e retenção dos estímulos ambientais. Isso impede que o indivíduo apreenda a cronologia dos fatos. Essa é a forma mais comum de desorientação.
  • Desorientação por déficit de memória imediata e recente (desorientação amnéstica): Indivíduo não consegue reter as informações ambientais básicas em sua memória recente, perde a noção do fluir do tempo, do deslocamento no espaço, passando a ficar desorientado temporoespacialmente. Típica da síndrome de Korsakoff.
  • Desorientação apática ou abúlica: ocorre por apatia marcante e/ou desinteresse profundos. Aqui, o indivíduo torna-se desorientado devido a uma marcante alteração do humor e da volição, comumente em quadro depressivo grave.
  • Desorientação delirante
    • Ocorre em indivíduos que se encontram imersos em profundo estado delirante, vivenciando ideias delirantes muito intensas, crendo com convicção plena que estão “habitando” o lugar (e/ou o tempo) de seus delírios.
    o Ex: indivíduo dizer que está na cadeia e que as enfermeiras são carcereiros, e afirmar, logo em seguida, que são enfermeiras do hospital (alternando sequencialmente os dois tipos de orientação).
  • Desorientação por déficit intelectual: Ocorre em pessoas com deficiência intelectual (DI) grave ou moderada (eventualmente em DI leve): ocorre pela incapacidade ou dificuldade em compreender aspectos complexos do ambiente e de reconhecer e interpretar as convenções sociais (horários, calendário, etc.) que padronizam a orientação do indivíduo no mundo.
  • Desorientação por dissociação, ou desorientação histérica: normalmente acompanhada de alterações da identidade pessoal (fenômeno do desdobramento da personalidade) e de alterações da consciência secundárias à dissociação associada ou não com personalidade histriônica.
  • Desorientação por desagregação: Pacientes com psicose, geralmente com esquizofrenia, em estado crônico e avançado da doença, quando o indivíduo, por desagregação profunda do pensamento, apresenta toda a sua atividade mental gravemente desorganizada, o que o impede de se orientar de forma adequada quanto ao ambiente e quanto a si mesmo.
  • Desorientação quanto à própria idade: É definida como uma discrepância de cinco anos ou mais entre a idade real e aquela que o indivíduo diz ter. Tem sido descrita em alguns pacientes com esquizofrenia crônica e parece ser um fiel indicativo clínico de déficit cognitivo na esquizofrenia.
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22
Q

Quais são os tipos de orientação?

A

Local, temporal, geográgica, espacial, etc.

A temporal é mais sofisticada que a espacial.

Paciente pode estar orientado alopsiquicamente e autopsiquicamente.

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23
Q

Quais são os 5 tipos básicos de vivências afetivas?

A

1) Humor ou estado de ânimo:
- É o tônus afetivo do indivíduo, o estado emocional basal.
- É a disposição afetiva de fundo que penetra toda a experiência psíquica, a lente afetiva que dá às vivências do sujeito, a cada momento, uma cor particular, ampliando ou reduzindo o impacto das experiências reais.

2) Emoções
- Reações afetivas momentâneas, agudas, desencadeadas por estímulos significativos.
- É um estado afetivo intenso, de curta duração, originado geralmente como reação do indivíduo a certas excitações internas ou externas
- Frequentemente acompanhadas de reações somáticas, corporais (neurovegetativas, motoras, hormonais, viscerais e vasomotoras), mais ou menos específicas.

3) Sentimentos
- Estados e configurações afetivas estáveis (quando comparados às emoções), são mais atenuados em sua intensidade e menos reativos a estímulos passageiros.
- Fenômeno muito mais mental do que somático. Ex: você ama sua mãe quando você está triste? Sim. E quanto está feliz? Sim. É ESTÁVEL.
- Dependem da existência, na língua e na cultura de cada povo, de palavras que possam codificar este ou aquele estado afetivo. Ex: para o sentimento expresso em português como saudade, no espanhol utilizam-se termos como estrañar (no sentido de sentir a falta de algo ou alguém) ou nostalgia, que, apesar de próximos, não expressam exatamente o mesmo sentimento de saudade em português.

4) Afetos
- Capacidade que um indivíduo tem de demonstrar externamente o que ele está sentindo. Ex: sorrir quando está feliz.
- Tonus afetivo que acompanha uma ideia. Ideia = estou feliz. Tonus = ela demonstra a felicidade? Então o afeto está sintônico, compatível com o humor.

5) Paixão: estado afetivo extremamente intenso, dirigindo a atenção e o interesse do indivíduo em uma só direção, inibindo os demais interesses.

24
Q

Quais são os componentes da reação afetiva?

A

1) Sintonização afetiva: capacidade de a pessoa ser influenciada afetivamente por estímulos externos
o O sujeito entristece-se com ocorrências dolorosas, alegra-se com eventos positivos, ri com uma boa piada
o Entra em sintonia com o ambiente (EMPATIA)

2) Irradiação afetiva: capacidade que o indivíduo tem de transmitir, irradiar ou contaminar os outros com seu estado afetivo momentâneo; por meio da irradiação afetiva, faz outros entrarem em sintonia com ele.

25
Q

Quais são as alterações do humor?

A
  • Distimia: alteração básica do humor. DISTIMIA = DOENÇA (como se fosse uma depressão menor, ranzinza).
  • Disforia: tonalidade afetiva desagradável - sentimento de agressividade, irritação, desgosto, amargura. Pode haver mania/depressão disfórica.
  • HIPOTÍMICO é a base de todo transtorno depressivo = humor rebaixado, humor triste.
  • HIPERTÍMICO é a base de todo transtorno maniaco. Mas nem todo hipertímico está doente. No exame psíquico, você fala humor eufórico, humor elevado, e não hipertímico. Para saber o humor, você pergunta, como você tem andado/se sentido de 2 meses pra cá?
  • Euforia: alegria patológica
  • Elação: além da alegria patológica há a expansão do Eu, uma sensação subjetiva de grandeza e de poder. O Eu vai além dos seus limites, ganhando o mundo
  • Puerilidade: alteração do humor que se caracteriza pelo aspecto infantil, simplório, regredido
  • Moria: forma de alegria muito pueril, ingênua, boba. Ex: Síndrome de Down. Moria meio que está dentro de puerilidade.
  • Êxtase: experiência de beatitude, uma sensação de dissolução do Eu no todo, de compartilhamento íntimo do estado afetivo interior com o mundo exterior, muitas vezes com colorido hipertímico e expansivo. Ex: religioso, drogas, pessoas com labilidade de humor, situação de extrema felicidade/única na vida.
  • Irritabilidade patológica: estímulos sutis deixam o indivíduo irritado. Pode ser decorrente de transtornos mentais, ou de patologias orgânicas.
  • Irritabilidade primária: decorrente de transtornos mentais
  • Irritabilidade secundária: decorrente de lesões cerebrais ou transtornos neurocognitivos
  • Catatimia: importante influência que a vida afetiva, sobretudo o estado de humor (mas também as emoções, os sentimentos e as paixões), exerce constantemente sobre as demais funções psíquicas. Por exemplo: aulas boas tendem a passar rápido – afeto alterando a orientação. Importante.
26
Q

O que é catatimia?

A

Catatimia: importante influência que a vida afetiva, sobretudo o estado de humor (mas também as emoções, os sentimentos e as paixões), exerce constantemente sobre as demais funções psíquicas. Por exemplo: aulas boas tendem a passar rápido – afeto alterando a orientação. Importante.

27
Q

Qual a diferença entre medo, fobia, ansiedade e pânico? Defina também agorafobia e claustrofobia.

A
  • Medo: é diferente de angústia (pq medo tem um objeto definido e angustia não)
  • Fobia: medo desproporcional, de algum que não causaria dano. Ex: fobia de borboleta.
  • Agorafobia: medo de estar em um local difícil de escapar. Ex: barco no meio do mar.
  • Claustrofobia: medo de lugar fechado
  • Pânico: crise aguda de ansiedade (dura 5-10 min) + angústia = tomado por sensações somáticas. Agorafobia é uma consequência do pânico. “Tenho medo de sair de casa e ter pânico”
28
Q

Defina:

1) Apatia
2) Sentimento da falta de sentimento
3) Anedonia
4) La Belle Diference:
5) Incongruencia afetiva
6) Incontinência afetiva

A

Apatia: indiferença afetiva. Pior que tristeza, pode ser vista em casos de depressões graves. Ausência de vontade, sem humor.

Sentimento da falta de sentimento: é tipo apatia, mas a pessoa enxerga como tortura a falta de sentimento, há muito sofrimento.

Anedonia: alguma coisa que te dava prazer, agora não da mais. É mais específico, direcionado para algo.

La Belle Diference: a pessoa não fica desesperada diante de algo preocupante. Frieza afetiva incompreensível diante dos sintomas que o paciente apresenta. Ocorre em pacientes histéricos.

Incongruencia afetiva: rir de coisas tristes

Incontinência afetiva: o indivíduo não consegue conter de forma alguma sua reação afetiva. A resposta afetiva ocorre geralmente em consequência a estímulos apropriados, mas é sempre muito desproporcional.

29
Q

Qual a diferença entre erro simples e delírio?

A

Erro simples é um juízo falso não patológico. Envolve ignorância, julgamento apressado, mas são socialmente compreensíveis. Exs: a terra é plana pq o horizonte é uma linha; preconceitos; crenças.

Delírio: é incompreensível, é uma produção associal. É um juízo falso patológico.

30
Q

Qual a diferença entre ideais obsessivas e ideias delirantes?

A

As ideias obsessivas tem insight, ou seja, o paciente sabe que tem a obsessão. Geralmente é compreensível a partir de experiências passadas, traumas passadas.

Os pacientes com ideias delirantes não tem insight, não tem autopatognose. O paciente tem certeza do delírio, e quase sempre o conteúdo é impossível.

Geralmente a ideia obsessiva evolui e se torna uma ideia sobrevalorada (superestimada), para depois se tornar um delírio.

31
Q

Cite quais são as dimensões de um delírio.

A

1) Grau de convicção
2) Extensão (o quanto envolve diferentes áreas da vida do paciente)
3) Bizarrice ou implausibilidade
4) Desorganização (pacientes dementes são + desorganizados)
5) Pressão ou preocupação (o quanto se sente pressionado pelo delírio).
6) Resposta afetiva (o quanto fica feliz/triste com o delírio)
7) Comportamento em função do delírio (se se torna agressivo, etc).

32
Q

Qual a diferença de um delírio primário para um delírio secundário?

A

O primário: psicologicamente incompreensível e impenetrável. Entrevistados não consegue estabelecer contato empático. Ex: esquizofrenia.

O secundário: não se origina de alteração primária do pensamento. Temos alterações de outras atividades mentais, como afetividade! É rastreável e compreensível. Ex: paciente com delirium.

33
Q

Como os delírios podem ser classificados (em relação à quantidade de temas e à organização?)

A
  • Monotemáticos X pluritemáticos

- Sistematizado (organizados, com histórias ricas) X não sistematizado (baixo nível intelectual, varia muito)

34
Q

Quais são as fases do delírio?

A

1) TREMA: Precede o surgimento da ideia delirante
2) APOFANIA: Vivência de verdadeira revelação. Se sente o centro do mundo observado por todos.
3) APOCALÍPTICA: Desorganização do sujeito
4) CONSOLIDAÇÃO: O delírio faz todo o sentido, cristaliza-se.
5) FASE DE RESÍDUO: perda da afetividade com os outros, busca isolamento.

35
Q

Explique o delírio interpretativo, intuitivo, imaginativo e catatímico.

A

TODOS SÃO BASEADOS EM MECANISMOS CONSTITUITIVOS:

Delírio interpretativo: distorção radical na interpretação de fatos e vivências, a partir de múltiplas interpretações dos fatos da vida. Geralmente respeita determinada lógica, produzindo histórias que embora delirantes, possuem verossimilhança. INTERPRETA E BUSCA PROVAS.

Delírio intuitivo: o indivíduo intui o delírio de repente, pois capta de forma imediata novo sentido nas coisas, percebe a realidade totalmente convincente e irredutível. Ele NÃO INTERPRETA e conclui, NÃO BUSCAM PROVAS que certifiquem a verdade, ele simplesmente intui a verdade delirante.

Delírio imaginativo: o indivíduo imagina determinado episódio ou acontecimento e a partir disso, pela interpretação vai construindo o delírio.

Delírio catatímico: ocorre em estados afetivos graves como na depressão grave e nos quadros de mania. Na depressão o indivíduo possui um estado de delírio de conteúdo depressivo, já na mania, um delírio de grandeza.

36
Q

Qual o tipo mais comum de delírio?

A

Delírios de perseguição!
No delírio persecutório ou de perseguição o indivíduo acredita que é vítima de um complô e está sendo perseguido por pessoas conhecidas ou desconhecidas, com o intuito de prejudicá-lo.

37
Q

Qual a diferença de sensação e percepção?

A

SENSAÇÃO: o fenômeno elementar gerado por estímulos físicos, químicos ou biológicos variados, originados fora ou dentro do organismo, que produzem alterações nos órgãos receptores, estimulando-os. É periférico e é um fenômeno passivo.

PERCEPÇÃO: tomada de consciência, pelo indivíduo, do
estímulo sensorial. É cortical e é um fenômeno ativo.

38
Q

A imagem sensoperceptiva apresenta quais qualidades?

A
  • Nitidez
  • Corporeidade (a imagem é viva, corpórea, tem luz, brilho e cores vivas)
  • Estabilidade (a imagem percebida é estável; enquanto estiver presente o objeto estimulador, a imagem não muda de um momento para outro);
  • Extrojeção (a imagem, provinda do espaço exterior, também é percebida nesse espaço) toda imagem real tem que ter essa propriedade se a sensopercepção estiver preservada! É tipo, se eu estou vendo uma cadeira na sala, ela precisa estar na sala, no ambiente que estou observando.
  • Ininfluenciabilidade voluntária: (o indivíduo não consegue alterar voluntariamente a imagem percebida)
  • Completude (a imagem apresenta desenho completo e determinado, com todos os detalhes diante do observador).
39
Q

O que é “representação” dentro do tema sensopercepção?

A

Representação é quanto imaginamos a imagem mentalmente. Logo, apresenta:

  • Pouca corporeidade (a representação não tem a vida de uma imagem real)
  • Instabilidade (a representação aparece e desaparece facilmente do campo de consciência)
  • Introjeção (a representação é percebida no espaço interno)
  • Incompletude (a representação demonstra um desenho indeterminado, apresentando-se geralmente incompleta e apenas com alguns detalhes).
40
Q

Quais são os subtipos da representação?

A

1) Imagem eidética: memória fotográfica
2) Pareidolia: ex - ver figuras nas nuvens. São imagens visualizadas voluntariamente a partir de estímulos imprecisos do ambiente.
3) Imaginação

41
Q

Cite as alterações da sensopercepção.

A
  • Hiperestesia: aumento das sensações (cores mais fortes, sons mais altos). Ex: quando se usa drogas. Pode ocorrer associada à mania e esquizo
  • Hiperpatia: sensação desagradável (geralmente de queimação dolorosa) é produzida por um leve estímulo da pele.
  • Hipoestesia: é observada em alguns
    pacientes com depressão grave, nos quais o mundo circundante é percebido como mais escuro; as cores tornam-se mais pálidas e sem brilho; os alimentos não têm mais sabor; e os odores perdem sua intensidade.
  • Parestesia: Parestesias são sensações táteis desagradáveis (embora não sentidas propriamente como dor), em geral espontâneas, descritas pelos
    pacientes como “formigamentos, adormecimentos, picadas, agulhadas ou queimação” mais ou menos intensas
  • Analgesia: perda da sensação dolorosa
  • Anestesia: perda da sensação tátil
  • Disestesia tátil: sensações anômalas, em geral dolorosas
42
Q

Quais são as alterações qualitativas da sensopercepção?

A

1) Ilusão: percepção deformada. Pode ocorrer no cansaço extremo, no rebaixamento de consciência, e estados afetivos (ilusões catatimicas). Exemplo: to esperando muito um telefonema. Qualquer barulho, eu interpreto como um telefonema. Isso é uma ilusão catatimia. Outro exemplo é a miragem. Quero muito água (catatimia), e to muito cansada (fadiga extrema) = enxergo água no lugar de uma névoa.
- - Posso ter ilusão: Delirium, ansiedade, depressão, mania, esquizo.

2) Alucinações: percepção clara e definida de um objeto que não existe.
- Auditivas: depressão grave, esquizo. Mais comuns em transtornos psiquiátricos primários. Alucinações schneiderianas: tem voz narrativa, pode ter tom imperativo, pode comentar o que o paciente está fazendo (“agora ele vai lavar a mão”) – mais comuns em esquizofrenia. Pode ser duas pessoas conversando entre si. Não tem insight, se tivesse seria alucinose. Existem também alucinações musicais. Devemos perguntar que tipo de voz é, o que fala. É mais grave se parecer com a voz de alguem conhecido
- - Soliloquio: fala sozinho
- - Mucitação: fala baixo e sozinha (murmurando)
- - Atitude alucinatória: fala como se tivesse alguem do lado

  • Visual: esquizo não tem alucinação visual
  • Táteis: esquizo, delirium tremens, psicoses tóxicas
  • Olfativa: pode estar associada a enxaqueca, a crises epilepticas, etc.
43
Q

Qual a diferença entre alucinações CENESTÉSICAS e CINESTESICAS? Qual a diferença entre alucinação e alucinose?

A
  • Alucinações cenestésicas, ou somáticas, ocorrem como sensações incomuns e claramente anormais em diferentes partes ou órgãos do corpo, como sentir o
    cérebro encolhendo, o fígado despedaçando, ou as mãos se esfarelando. Esse tipo de alucinação é característico da síndrome de Cotard, que ocorre nas
    depressões graves, geralmente associadas a marcante ansiedade. Cenestesia é por dentro. Muito comum em esquizo.
  • Alucinações cinestésicas são vivenciadas pelo paciente como sensações alteradas de movimentos do corpo, como sentir o corpo afundando, as pernas encolhendo ou um braço se elevando. É por fora.

Alucinação é sempre acompanhada de um delírio. Alucinose não. Ex de causas de alucinose: tumor, uso de drogas, LCD.

44
Q

Verdadeiro ou falso: toda alucinação deve ser externa.

A

Verdadeiro.
Devemos perguntar para o paciente: a voz vem de fora ou de dentro da sua cabeça? Se a voz vem de dentro, é menos provável que seja alucinação, é uma alteração do pensamento. TODA ALUCINAÇÃO TEM QUE SER EXTERNA. A pessoa tem que sentir que vem de fora. Depois, a voz é feminina ou masculina? Na pseudoalucinação geralmente não consegue diferenciar o sexo.

45
Q

O que é pseudologia fantástica?

A

Pseudologia fantástica: quando você não lembra o que você fez, ai você inventa qualquer coisa, mente pra preencher aquele gap.

46
Q

Quais são os dois componentes necessários para construir um conceito?

A

Pensamento é um elemento puramente intelectivo, cognitivo. Para a formação de conceitos, são necessários dois elementos:

  1. Eliminação dos caracteres de sensorialidade: ex: quando se representa uma cadeira, ainda é visualizada mentalmente, como uma cadeira preta, de madeira, bonita ou feia. Tais representações tem caráter sensorial; quando se conceitua suprime-se a dimensão sensorial.
  2. Generalização: quando se pensa em uma cadeira como conceito é valido para qualquer tipo de cadeira, seja a usada em casa ou no trabalho.
47
Q

O que é a desintegração e consolidação de conceitos?

A

Desintegração de conceitos:
Os conceitos sofrem um processo de perda do seu significado original. A ideia de determinado objeto e a palavra que normalmente a designa passam a não mais coincidir. Ex: a palavra “ateu” passa a representar quem acredita em Deus. Ocorre na esquizofrenia e nas síndromes demenciais.

Condensação dos conceitos:
Ocorre quando dois ou mais conceitos são fundidos. Condensa duas ou mais ideias em um único conceito, que se expressa por uma palavra. No plano da linguagem a desintegração e a condensação são chamadas de neologismos.

48
Q

Defina juízo e raciocínio.

A

JUÍZO: É o processo que conduz ao estabelecimento de relações significativas entre os conceitos básicos. EX: ao tomar o conceito de “cadeira” e “utilidade”, pode se formular o seguinte juízo: a cadeira é útil. Na dimensão linguística, os conceitos se expressam por palavras e os juízos por frases ou proposições.

RACIOCÍNIO: Representa um modo especial de ligação entre conceitos, de sequência de juízos, de encadeamento de conhecimentos, derivando sempre uns dos outros.

49
Q

Quais são os princípios básicos do pensamento lógico formal?

A

Os princípios básicos do pensamento logico formal, na visão aristotélica são:

  1. Princípio da identidade ou da não contradição: afirma que se A é A, e B é B, logo A não pode ser B.
  2. Princípio da causalidade: afirma que se A é causa de B, A não pode ser ao mesmo tempo efeito de B. Sendo as condições mantidas, as mesmas causas devem produzir os mesmos efeitos.
  3. Lei da parte e do todo: se o Brasil é uma parte da América do Sul, então a América do Sul não pode ser uma parte do Brasil.
50
Q

Diferencie pensamento indutivo X dedutivo X intuitivo X crítico.

A
  • Pensamento indutivo: parte da experimentação, observação e da comparação entre fenômenos para chegar a conclusões.
  • Pensamento dedutivo: parte de esquemas, definições e teorias já bem arquitetadas para, por meio de demonstrações lógicas, deduzir a sua verdade (matemática e cálculos).
  • Pensamento intuitivo: é uma apreensão da realidade de forma direta e imediata. Capta a interioridade das coisas, inclusive aquilo que é difícil de ser expresso pelas palavras.
  • Pensamento crítico se dá quando o indivíduo está atento a possíveis falhas no seu raciocínio, como vieses e conclusões prematuras.
51
Q

Como o pensamento pode ser classificado?

A

Em relação à:

1) curso: modo como o pensamento flui, a sua velocidade e seu ritmo ao longo do tempo.
2) forma: é a sua estrutura básica, sua “arquitetura”.
3) conteúdo: seus temas predominantes, o assunto em si

52
Q

O que é o pensamento mágico e quais são suas leis?

A

Segue os desígnios dos desejos, das fantasias e dos temores, conscientes ou inconscientes. Possui algumas leis:
1. Lei da contiguidade: se o ato magico agir sobre um objeto que pertenceu a uma pessoa, há a crença que estará agindo sobre a própria pessoa. Ex: queimar a camisa da pessoa, estará “queimando” a própria pessoa.
2. Lei da similaridade: o pensamento mágico pensa produzir efeito desejado por imitação real. Ex: ao queimar um boneco com alguma semelhança com algum inimigo, estará queimando o próprio inimigo.
Ocorre entre as crianças, nos transtornos de personalidade, nos quadros obsessivos compulsivos, na esquizofrenia e histeria.

53
Q

Defina:

1) pensamento dereístico
2) pensamento inibido
3) pensamento vago
4) pensamento prolixo

A

Pensamento dereístico
Semelhante ao pensamento mágico, se opõe ao pensamento realista. O pensamento só obedece a lógica e à realidade naquilo que interessa ao desejo do indivíduo, distorcendo a realidade para que se adapte aos seus anseios.

Pensamento inibido
Ocorre a inibição do raciocínio, com diminuição da velocidade e do número de conceitos, juízos e representações utilizadas no processo de pensar, tornando o pensamento lento. Ocorre nos casos demenciais e depressivos graves.

Pensamento vago
Não há o empobrecimento do pensamento, mas, falta de clareza e precisão do raciocínio. Anomia. Ocorre na esquizo, quadros demenciais iniciais e nos transtornos de personalidade.

Pensamento prolixo
Não se consegue chegar a qualquer conclusão, sobre o tema que está se tratando, senão após muito tempo e esforço (longas voltas ao redor do tema, e mescla o essencial com o supérfluo). Existem dois tipos de pensamento prolixo:
1. A tangencialidade: responde às perguntas de forma obliqua e irrelevante, não sabendo discriminar o supérfluo do essencial. Tangencia o que foi perguntado, sem chegar ao ponto central.
2. A circunstancialidade: “rodando em volta do tema” sem entrar nas questões essenciais e decisivas, mas o paciente alcança o objetivo do seu raciocínio.

54
Q

Defina:

1) Pensamento concreto ou concretismo
2) Pensamento deficitário ou Oligofrênico
3) Pensamento demencial
4) Pensamento confusional
5) Pensamento desagregado
6) Pensamento obsessivo
7) Pensamento ruminativo perseverativo

A

Pensamento concreto ou concretismo
Não ocorre a distinção entre a dimensão abstrata e dimensão concreta. O indivíduo não consegue entender ou utilizar metáforas, ironia, o subtendido, o duplo sentido.

Pensamento deficitário ou Oligofrênico
É um pensamento de estrutura pobre e rudimentar. Tende ao raciocínio concreto, os conceitos são escassos e usados em sentido mais literal que abstrato ou metafórico
o A abstração ocorre com dificuldade
o Não há falta da memoria, porém a memorização de alguns temas pode ser extensa, mecânica e rigida
o Há pouca flexibilidade na aplicação de regras e conceitos aprendidos
o Não há distinção entre supérfluo e essencial; necessário ou acidental; causa e efeito
o Ocorre em deficientes mentais e autistas

Pensamento demencial
Trata-se do pensamento pobre, porém o empobrecimento é desigual diferente do deficitário que é homogêneo. O pensamento pode revelar elaborações sofisticadas, mas de forma geral, são imperfeitas, irregulares, sem congruência. Ao se deparar com as dificuldades em encontrar palavras, procura termos mais genéricos, evita os adjetivos e substantivos essenciais. Ex: não consigo encontrar aquela coisa, o meu… (batom), aquilo para pintar a boca…”

Pensamento confusional
o Devido a turvação da consciência, um pensamento incoerente, de curso tortuoso, que impede que o indivíduo apresente de forma clara e precisa os estímulos ambientais e possa, assim, processar seu raciocínio adequadamente. Ex: síndromes confusionais agudas (delirium).

Pensamento desagregado
Os conceitos e juízos não se articulam de maneira lógica.
Salada de palavras ou esquizofrasia.

Pensamento obsessivo
Pensamento repetido fora da cadeia de ideias do indivíduo, que não pode ser evitado. Predominam ideias ou representações que apesar de terem conteúdo repulsivo ou absurdo para o indivíduo se impõem a consciência de modo persistente. Aspectos do pensamento magico também estão presentes. Ex: se eu repetir a palavra cinquenta vezes vou impedir que meu pai morra.

Pensamento ruminativo perseverativo
Pensamentos ruins e recorrentes sobre o futuro e, eventualmente, passado, vivenciados de forma passiva, que faz parte da cadeia de ideias do indivíduo. Ocorre em depressivos.

55
Q

Quais são as alterações no curso do pensar?

A
  • Aceleração do pensamento: o pensamento flui de forma acelerada, uma ideia sucedendo a outra rapidamente. Ocorre nos quadros de mania, esquizo, ansiedade intensa, psicose toxica e depressão ansiosa
  • Lentificação do pensamento: o pensamento progride de forma lenta, dificultória. Há latência entre as perguntas formuladas e as respostas. Ocorre nas depressões graves, em rebaixamento do nível de consciência, certas intoxicações e determinados quadros psico-orgânicos
  • Bloqueio ou interceptação do pensamento: bloqueio do pensamento, quando no meio de uma conversa, interrompe seu pensamento sem qualquer motivo aparente; refere que “o pensamento para”. Ocorre na esquizo
  • Roubo do pensamento: o indivíduo tem a sensação que seu pensamento foi roubado, por uma força ou ente estranho, por uma máquina ou antena. Ocorre na esquizo.
  • Fuga de ideias: curso acelerado.
56
Q

Quais são as alterações na forma do pensar?

A

1) Fuga de ideias:
· É uma alteração da estrutura do pensamento secundária à acentuada aceleração do pensamento. Uma ideia se segue a outra de forma rápida, sem associação logica entre os juízos e os conceitos, ocorrendo assonância. EX: amor, flor, cor. As ideias se associam mais pela presença de estímulos externos (os moveis, os quadros da sala da entrevista). É praticamente patognomônico da mania.

2) Dissociação do pensamento:
· Os pensamentos passam a não seguir uma sequencia logica e bem organizada e os juízos não se articulam de forma coerente uns com os outros. Ocorre nas fases iniciais de esquizo

3) Afrouxamento das associações:
· Embora haja logica entre as ideias, nota-se um afrouxamento dos enlaces associativos. As associações parecem livres, não tão bem articuladas. Ocorre nas fases iniciais de esquizo e em transtornos de personalidade.

4) Descarrilhamento do pensamento:
· O pensamento toma atalhos colaterais, desvios, pensamentos supérfluos, retornando aqui e acolá o seu curso original. Geralmente está associado a distraibilidade. Se for muito frequente pode não captar mais a sequencia logica do pensamento. É observado na esquizo em transtornos maníacos

5) Desagregação do pensamento
· Há profunda e radical perda dos processos associativos, total perda da coerência do pensamento. Ocorre na esquizo. Geralmente ocorre primeiro o afrouxamento, depois o descarrilhamento e por fim a desagregação.

57
Q

Qual a ordem do exame psíquico que Lucas gosta?

A

1) consciência + aparência e estado geral
2) cooperação
3) atenção
4) orientação
5) pensamento (curso, forma, conteúdo)
6) linguagem
7) humor
8) afeto
9) vontade
10) psicomotricidade
11) memória
12) inteligencia
13) sensopercepção
14) juízo de realidade
15) autopatognose (insight)