PROVA DO SATANÁS Flashcards

1
Q

O que compõe a camada externa do olho?

A

A Esclera e a Córnea

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2
Q

Quais outros nomes a camada média recebe e o que a compõe?

A

Também chamada de túnica vascular ou úvea, a camada média é formada pela íris, pela coróide e pelo corpo ciliar

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3
Q

Quais outros nomes a camada interna recebe e o que a compõe?

A

Também chamada de nervosa ou fotossensitiva, a camada interna é formada pela retina

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4
Q

Qual estrutura comunica a retina ao cérebro?

A

Nervo óptico

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5
Q

Explique como são os componentes da camada externa do olho e a função deles?

A

A esclera é a camada externa, espessa e opaca que contém as estruturas do globo ocular, sendo essa sua função e então servindo como espécie de caixa. Ainda, a esclera possui dois orifícios, um anterior, onde se encaixa na córnea, o outro componente da camada externa. A córnea então auxilia na visão, sendo uma camada transparente que permite que os raios de luz atravessem o globo ocular e cheguem à retina. Por fim, a esclera possui outro orifício, esse posterior, onde passam as fibras nervosas provenientes da retina e que formam o nervo óptico

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6
Q

Como se chama a área de transição entre a córnea e a esclera e qual a sua função?

A

Essa região se chama Limbo Esclerocorneano e é um importante referencial clínico-cirúrgico na localização de alterações vasculares e tumores, além de servir como local de entrada para a região anterior do olho passando rente à íris

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7
Q

Qual a localização da Íris na camada média do olho? Quais as suas funções e como ela funciona?

A

A Íris é a região mais anterior da camada média do olho, sendo responsável por dar a cor dos olhos. Além disso, a Íris controla a entrada de luz no globo ocular, sendo para isso composta por dois tipos de fibras musculares, as radiadas e as circulares. As fibras radiadas são estimuladas pelo sistema nervoso simpático e contraem ao receber esse estímulo, gerando assim a dilatação da pupila, o que é chamado de midríase. Já as fibras circulares compõem o esfíncter ocular e são estimuladas pelo sistema parassimpático, também contraindo com o estímulo. Entretanto, a contração das fibras circulares gera o fechamento da pupila, o que é chamado de miose

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8
Q

Sob quais estimulos luminosos ocorrem a midríase e a miose?

A

O estímulo simpático das fibras radiadas que gera a midríase ocorre com a redução da luminosidade, enquanto que o estímulo parassimpático das fibras circulares que gera a miose ocorre com o aumento da luminosidade

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9
Q

Quais as funções do corpo ciliar?

A

As principais funções do corpo ciliar estão relacionadas ao músculo ciliar, que é parte dele, e principalmente a uma parte desse músculo chamada de processos ciliares. Essas funções são a de auxiliar o cristalino no processo de acomodação visual e a da produção do humor aquoso.

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10
Q

Como o corpo ciliar auxilia o cristalino na acomodação?

A

Os processos ciliares do músculo ciliar são onde se prende um ligamento chamado Zônula. Esse ligamento também fica preso ao cristalino e o sustenta. Quando a Zônula contrai, ela traciona o cristalino e o deixa afinado, reduzindo seu poder de convergência e permitindo a visão de longe, já quando ela relaxa, ela permite que o cristalino esteja abaulado, o que aumenta seu poder de convergência e permite a visão de objetos próximos. A partir da contração do músculo ciliar, ele se anterioriza, deixando a Zônula frouxa e assim promovendo o abaulamento do cristalino

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11
Q

Como é a divisão em câmaras e segmentos do olho?

A

O cristalino divide o olho em segmentos anterior e posterior. A câmara anterior do olho é delimitada pela face posterior da córnea e a face anterior da íris, enquanto que a câmara posterior do olho é delimitada pela face posterior da íris e a face anterior do cristalino

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12
Q

Como ocorre a produção e a drenagem do humor aquoso?

A

O humor aquoso é produzido pelos processos ciliares e por isso cai inicialmente na câmara posterior do olho, passando pelo orifício pupilar para ganhar a câmara anterior. Na câmara anterior há um ângulo formado entre a íris e a córnea chamado de ângulo Iridocorneano, onde está o Canal de Schlemm. O humor aquoso é então drenado por esse canal

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13
Q

Qual a primeira consequência em caso de não drenagem do humor aquoso?

A

Caso o humor aquoso não seja drenado, logo ocorrerá aumento da pressão intraocular

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14
Q

O que é a coróide e qual é a sua função?

A

A coróide é uma camada tecidual que tem como função fornecer os vasos sanguíneos que nutrem os dois terços posteriores da retina

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15
Q

Qual a região mais vascularizada do olho?

A

O Plexo Coróide

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16
Q

Quais são as camadas da retina?

A

A retina é formada inicialmente por uma membrana limitante interna, seguida por camada de fibras ópticas, camada de células ganglionares, camada plexiforme interna, camada nuclear interna, camada plexiforme externa, camada nuclear externa, membrana limitante externa, camada de cones e bastonetes, epitélio pigmentar e coróide

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17
Q

Como as fibras nervosas da retina se movimentam para formar o nervo óptico?

A

Inicialmente, as fibras nervosas se dirigem à periferia da região macular tomando uma forma arqueada, chegando então ao setor temporal, onde ficam mais retilíneas e uma rafe separa fibras superiores de inferiores. Por fim, ao chegarem próximas à região nasal, tomam forma mais radiada

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18
Q

Quais são os elementos principais da retina?

A

As células fotorreceptoras, chamadas de cones e bastonetes

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19
Q

O que é a região macular?

A

A região macular é uma região avascular no centro da retina, que possui uma depressão chamada de fóvea central, ponto mais posterior do olho

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20
Q

O que é a papila e qual sua relação com os cones e bastonetes?

A

A papila é a região por onde os axônios do nervo óptico atravessam o orifício posterior da esclera, sendo uma região sem células fotorreceptoras e por isso o ponto cego do olho

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21
Q

O que é possível ver e deve ser avaliado no exame de fundo de olho?

A

Nesse exame podemos ver um ponto mais amarelo, que corresponde à papila e à cabeça do nervo óptico, além de devermos avaliar o calibre dos vasos mais finos e mais grossos, os ligamentos artério venosos, a região macular e a fóvea central

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22
Q

Como funcionam e se localizam os cones e bastonetes na retina?

A

Os bastonetes se localizam mais nas periferias da retina, enquanto os cones são mais localizados na região posterior, sendo assim a fóvea central uma região 100% composta por cones. Sendo mais sensíveis, os bastonetes ficam responsáveis pela visão noturna e por enxergar os tons de cinza, o que é chamado de visão escotópica. Já os cones são responsáveis pela visão diurna e por enxergar as cores (visão fotópica)

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23
Q

Como os cones ficam posicionados?

A

Em geral, os cones se posicionam de forma perpendicular, entretanto, na região da fóvea central, essas células ficam deitadas, para não atrapalhar o trajeto da luz

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24
Q

Como é preenchido o segmento posterior do olho?

A

O segmento posterior do olho é preenchido pelo corpo ou humor vítreo. Enquanto o humor aquoso é drenado numa taxa de 2 mcl/min, o humor vítreo se forma na fase embrionária e não se renova. Assim, se alguma doença acometer o olho e gerar a diminuição do humor vítreo, ele é substituído por outro líquido similar a ele, mas que é absorvido com o tempo

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25
Q

Quais ossos formam a órbita ocular? Qual osso próximo e conhecido não forma a órbita ocular?

A

A órbita ocular é formada por 7 ossos, sendo eles o etmóide, o esfenóide, o lacrimal, o frontal, o palatino, o zigomático e o maxilar. O osso nasal NÃO faz parte da órbita ocular

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26
Q

Quais ossos formam cada parede da órbita ocular?

A

O teto da órbita ocular é formado pelo osso frontal e pelo asa menor do osso esfenóide; a parede lateral é formada pelo osso frontal, pela asa maior do esfenóide e pelo osso zigomático; o assoalho é formado pelos ossos, zigomático, maxilar e palatino; enquanto a parede medial é formada pelos ossos maxilar, lacrimal, frontal, esfenóide e pela lâmina papirácea do osso etmóide

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27
Q

Quais são os acidentes ósseos mais importantes da órbita?

A

Na parede lateral superior há uma depressão que acomoda a glândula lacrimal; enquanto na parede medial existem os pontos lacrimais, que são as saídas dos canalículos lacrimais superior e inferior, por onde a lágrima é drenada. Além disso, os ossos maxilar e lacrimal formam a fossa ou goteira lacrima, onde fica o saco lacrimal, que recebe a lágrima drenada pelos canalículos. Por fim, existem forâmes ou canais como o canal óptico, na asa menor do esfenóide, por onde passam o nervo óptico e a artéria oftálmica, podendo esses ficarem estrangulados se houverem irregularidades no canal. Ainda, no osso frontal há a chanfradura supraorbitária, por onde passam a artéria, a veia e o nervo supraorbitários

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28
Q

Quais as regiões mais frágeis da órbita? Como podem ocorrer lesões dessas regiões e como isso pode se manifestar clinicamente?

A

As regiões mais frágeis da órbita são o assoalho e a parede medial. Na parede medial, a lesão mais comum é a partir de um soco ou ‘‘prendendo um espirro’’, o que pode fraturar o etmóide e assim romper a parede. Dessa forma, ocorreria entrada de ar na órbita, o que se manifesta no RX como um nível hidroaéreo e na clínica como uma possível exoftalmia. Já no assoalho, a lesão mais comum pode ocorrer a partir de uma bolada, que pode levar à fratura do maxilar. Como o assoalho sustenta estruturas como gordura e músculos, com sua ruptura pode ocorrer a herniação do globo ocular, o que se manifesta no RX como o sinal da gota pendente e na clínica como uma enoftalmia

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29
Q

Qual o tratamento indicado no caso de fratura do etmóide e ruptura da parede medial da órbita?

A

Antibiótico, sintomáticos e repouso

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30
Q

Quais são os músculos da motilidade ocular?

A

Reto superior, reto inferior, reto lateral, reto medial, oblíquo inferior e oblíquo superior

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31
Q

Quais são as inserções dos músculos da motilidade ocular?

A

Os músculos da motilidade ocular tem inserções fixas e móveis, sendo que a inserção fixa de todos eles, exceto do oblíquo inferior, é no arco da órbita. Já o músculo oblíquo inferior tem inserção fixa entre o assoalho e a parede medial. Dos que se inserem fixamente no arco da órbita, os quatro músculos retos se inserem no tendão de Zinn. Já a inserção móvel desses músculos é no globo ocular, com os músculos retor se inserindo um pouco a frente da linha do Equador do globo

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32
Q

Que nervos cranianos inervam os músculos da motilidade ocular? E o músculo orbicular?

A

Os músculos reto superior, reto medial, reto inferior e oblíquo inferior são inervados pelo nervo oculomotor (terceiro par), que também inerva o músculo elevador da pálpebra. Já o músculo reto lateral é inervado pelo nervo abducente (sexto par), enquanto o oblíquo superior é inervado pelo nervo troclear (quarto par). O músculo orbicular é inervado pelo nervo facial (sétimo par)

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33
Q

Como ocorre a motilidade ocular a partir dos músculos envolvidos?

A

Os músculos do olho trabalham em conjunto na mobilidade. Os retos lateral e medial apenas realizam abdução e adução, respectivamente. Dessa forma, ao mover o olhar ao lado esquerdo, atuam os músculos reto lateral do olho esquerdo e reto medial do olho direito. Já os retos superior e inferior podem trabalhar em conjunto com os músculos oblíquos. Enquanto o reto superior leva o olhar para cima, o reto inferior leva o olhar para baixo. Por fim, o músculo oblíquo inferior leva o olhar para cima e para lateral, o que faz com auxílio do reto superior. Já o músculo oblíquo superior leva o olhar para baixo e para lateral, tendo auxílio do reto inferior

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34
Q

Que estrutura recobre todo o globo ocular? Explique essa relação anatômica

A

Junto do globo ocular, existem outras estruturas como vasos linfáticos, feixes vasculonervosos e gordura. Recobrindo todas essas estruturas, fica o septo orbitário, que separa elas dos componentes de fora. O septo orbitário possui uma bolsa superior e uma inferior, se sustentando nos ligamentos palpebrais interno e externo

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35
Q

Como pode ocorrer a lesão do músculo elevador da pálpebra?

A

O músculo elevador da pálpebra é um músculo muito sensível, que retém o anestésico e pode ser lesado em cirurgias, gerando dificuldade em abrir o olho (na elevação da pálpebra)

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36
Q

O que é a pálpebra e quais estruturas a formam?

A

A pálpebra é a estrutura que protege o globo ocular. Ela possui um esqueleto chamado de tarso, havendo tarsos inferior e superior assim como as pálpebras. Dentro desse esqueleto, estão as glândulas de Melbomius, que são glândulas sebáceas que produzem lipídios e proteínas para as margens das pálpebras. Na face interna do tarso existe a conjuntiva tarsal, uma camada mucosa que faz o revestimento da região e fica congesta em processos inflamatórios. Essa conjuntiva se rebate para formar o fundo de saco. Externamente a esse esqueleto, está o músculo orbicular da pálpebra, que possui duas porções, uma palpebral e uma orbital. Ainda, a pálpebra possui folículos pilosos que dão origem aos cílios. Junto aos folículos pilosos, estão outras glândulas sebáceas chamadas de glândulas de Zeiss e de Moll

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37
Q

Que membrana recobre o bulbo ocular? Em que condições essa membrana pode ficar congesta?

A

A conjuntiva bulbar, que fica mais congesta em processos corneanos

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38
Q

Quais são as camadas do filme lacrimal?

A

A camada externa é uma camada lipídica, produzida pelas glândulas de Melbomius e que se segue da camada intermediária, que é aquosa e a mais espessa. A camada intermediária é produzida pelas glândulas lacrimais principal e acessórias. Já a camada profunda é mucóide e formada por glicoproteínas, que são produzidas pelas células caliciformes

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39
Q

Quais são as glândulas lacrimais acessórias e onde estão localizadas as glândulas lacrimais?

A

As glândulas lacrimais acessórias se localizam na conjuntiva. Enquanto a glândula de Wolfring fica em contato com o tarso e com a conjuntiva bulbar, a glândula de Krause se localiza no fundo de saco. Já a glândula lacrimal principal fica na fossa lacrima, no ângulo súpero-lateral da órbita ocular

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40
Q

Como a lágrima é produzida? Qual a sua função?

A

A lágrima é produzida naturalmente pela glândula lacrimal principal, entretanto essa produção aumenta sob estímulos físicos, químicos e/ou emocionais. Em condições naturais, a produção basal da lágrima é feita principalmente pelas glândulas lacrimais acessórias. A lágrima molha a superfície corneana e assim a protege

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41
Q

Quais mecanismos existem para a manutenção da atuação do filme lacrimal?

A

Primeiramente, o filme lacrimal possui uma camada externa lipídica, que serve para retardar sua evaporação. Entretanto, após um período, essa lágrima seca, precisando então ser renovada. Para isso, elas são recolhidas no ponto lacrimal, local de saída dos canalículos lacrimais superior e inferior. Contudo, esses canalículos lacrimais ficam normalmente fechados por uma válvula e a lágrima precisa passar para então ir ao saco lacrimal. Além disso, quando o olho está aberto o músculo de Horner abraça o saco lacrimal e o contrai. Dessa forma, é necessário que pisquemos o olho, já que quando esse se fecha, os canalículos se abrem, o músculo de Horner distende e o saco lacrimal se abre, sendo a lágrima varrida para esse saco. Já quando o olho abre novamente, o músculo de Horner novamente contrai e espreme o saco lacrimal, promovendo a passagem da lágrima para o ducto lacrimonasal, por onde esse líquido passa para chegar ao meato nasal inferior, se misturando então ao muco nasal

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42
Q

Como explicar uma criança com lacrimejamento e conjuntivites de repetição? Como podemos tratar isso e como não devemos tratar?

A

Crianças com lacrimejamento e conjuntivite de repetição podem ter alguma válvula não se abrindo nos canalículos lacrimais, o que faria a lágrima não ser renovada. Nesse caso, caso seja massageado o canto interno, deve haver saída de secreção. Com isso, podemos realizar massagem da região e lubrificar o globo com soro, já que assim iremos desobstruir os canalículos e a lágrima será renovada. Podem também ser usados antibióticos nesse caso, mas nunca se deve usar colírios com corticóide, já que isso pode causar glaucoma pseudo-congênito irreversível

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43
Q

Como explicar uma criança com lacrimejamento e fotofobia? Qual diagnóstico é possível nesse caso?

A

Nesse caso, pode haver obstrução do ducto lacrimonasal, fazendo com que o humor aquoso não se renove e a pressão intraocular aumente. Dessa forma, é possível o diagnóstico de glaucoma congênito

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44
Q

O que é o Ectrópio? De quais formas pode ocorrer e qual a mais comum? Em qual pálpebra é mais comum?

A

Ectrópio é a eversão da pálpebra, que fica então virada para fora, sendo mais comum na pálpebra inferior, mas podendo ocorrer em ambas. Pode ser congênito ou adquirido, sendo a forma adquirida a mais comum

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45
Q

De que formas pode ocorrer o ectrópio adquirido? Como é a ocorrência comum em idosos e como eles podem prevenir isso?

A

O ectrópio adquirido pode ocorrer por cicatrização de alguma lesão; por causa mecânica como uma massa ou algum fator favorecendo o ectrópio; na forma de ectrópio paralítico, quando há lesão do nervo facial e o músculo orbicular perde seu tônus; ou na forma involucionária, sendo essa a mais comum nos idosos. Nesses idosos, ocorre a involução da pálpebra e alguns deles não realizam o procedimento para correção, deixando a pálpebra exposta sem a proteção do filme lacrimal e com o tempo a pálpebra queratiniza. Uma forma de prevenção dessa ocorrência em idosos é o uso de lubrificante

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46
Q

Qual o tratamento para o ectrópio e como é feito?

A

O tratamento para o ectrópio é feito através da atasia, um procedimento cirúrgico onde se faz um pique na pálpebra e após isso se aproxima as bordas, gerando maior tensão nos ligamentos palpebrais e encurtando a pálpebra

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47
Q

O que é o Entrópio? De que formas pode ocorrer e quais são as mais comuns?

A

O entrópio é o inverso do ectrópio, ou seja, há inversão da pálpebra, que fica virada para dentro. Pode ocorrer de forma congênita, apesar de ser muito incomum (mais incomum que ectrópio congênito); por fator cicatricial; por processo senil, sendo essa uma causa comum; ou por espasmo agudo da musculatura do globo ocular, sendo essa uma causa também comum

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48
Q

Quais os tratamentos possíveis para o Entrópio? Como são feitos e como devem ser feitos?

A

O entrópio pode ser tratado com procedimento cirúrgico, que deve ser feito de forma a relaxar a musculatura ocular; ou através do uso de toxina botulínica (botox), que reduz a movimentação da musculatura. Em geral, deve-se sempre retirar os cílios do paciente nesse tratamento

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49
Q

Por que devemos retirar os cílios no tratamento do entrópio? Quais as complicações possíveis do entrópio?

A

Os cílios devem ser retirados no entrópio pois ao ficarem virados para dentro, podem ficar em contato com o globo ocular e acabar gerando lesão da córnea, o que pode vir a formar úlceras. Essas lesões podem ainda complicar com processos infecciosos. Além disso, pode haver complicação do entrópio com blefaroespasmo essencial

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50
Q

O que é o blefaroespasmo essencial? Que causas pode ter e como pode deixar o paciente? Qual tratamento pode ser feito nesse caso

A

O blefaroespasmo essencial são contrações involuntárias, espasmódicas e bilaterais dos músculos orbiculares, apesar de vários músculos poderem estar envolvidos nessa condição. Pode ocorrer como complicação do entrópio e pode também ter fator psiquiátrico envolvido, impedindo o paciente de abrir os olhos. O tratamento também pode ser feito com toxina botulínica

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51
Q

O que é a Triquíase? Como ocorre? Qual sua diferença em relação ao entrópio?

A

Na Triquíase, assim como no entrópio, os cílios também ficam em contato com a córnea e podem lesionar ela. Entretanto, nesse caso o que ocorre é que por algum processo inflamatório, infeccioso ou traumático nas pálpebras, a borda delas retrai e os cílios ficam mal posicionados, crescendo na parte interna do olho, onde está a córnea. É diferente do entrópio porque nesse caso a pálpebra está na posição normal e os cílios é que estão voltados para dentro, enquanto no entrópio toda a pálpebra se volta para dentro.

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52
Q

Como a Triquíase pode ser tratada?

A

Na triquíase, podemos remover os cílios um por um, ou ainda cauterizar ou usar laser de base de argônio para queimar os folículos pilosos um a um e causar atrofia deles. Pode também ser usado radiofrequência nos folículos pilosos

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53
Q

O que é a Distriquíase? De que formas pode ocorrer e o que pode causar? Como é feito o tratamento?

A

A distriquíase ocorre quando há uma carreira normal de cílios, mas também uma carreira extranumerária atrás dela, crescendo para a parte interna. Em geral, a carreira extranumerária é formada por cílios finos, brancos e quase indistinguíveis, mas que por ficarem roçando na córnea também podem comprometê-la. Pode ocorrer também de forma congênita ou adquirida e o tratamento é feito com a ressecção da parte interna da pálpebra para remover a carreira extranumerária, o que é chamado de ressecção da borda posterior

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54
Q

O que é a Blefarite? De que formas pode ocorrer e quais podem ser as causas? Em que pessoas isso pode ocorrer mais?

A

A blefarite é um processo inflamatório das pálpebras que pode ocorrer nas formas infecciosa ou escamosa. A forma escamosa pode ocorrer a partir de um processo alérgico a toxinas liberadas pelo Staphylococcus. Já o processo infeccioso pode ocorrer por ação de carrapatos e piolhos. É algo comum de ocorrer em pessoas com pele sebáceo-oleosa

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55
Q

Como a blefarite escamosa pode se apresentar clinicamente?

A

Na blefarite escamosa é possível ver escamas nos cílios e pálpebras do paciente

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56
Q

Como podemos manejar a blefarite?

A

Para evitar surgimento de Melbomite, processo infeccioso ou Triquíase, deve ser feita massagem da glândula de Melbomius com shampoo neutro e água morna, podendo o shampoo neutro ser diluído em 5 partes de água, sendo passado depois um cotonete. Sempre deve se higienizar o local, principalmente no caso de haver drenagem de secreção. No caso da blefarite infecciosa pode ser usada pomada de antibiótico com corticóide (Ciprofloxacino e Dexametasona)

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57
Q

O que é o Hordéolo? De quais formas pode ocorrer e como essas formas se apresentam? Como é feito o tratamento?

A

O hordéolo é um processo infeccioso das glândulas sebáceas da pálpebra, podendo ser na forma de hordéolo interno ou hordéolo externo. O hordéolo interno ocorre por infecção da glândula de Melbomius, enquanto o externo por infecção da glândula de Zeiss. Enquanto o hordéolo interno se assemelha à transfixação da pálpebra, acumulando secreção pela obstrução da glândula, o externo expele a secreção ao ser espremido. O tratamento é feito com água morna e pomada de antibiótico e corticóide

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58
Q

Qual patógeno causa o hordéolo e qual é a forma mais comum dessa doença?

A

Staphylococcus aureus. A forma mais comum é o hordéolo externo, causado pela infecção da glândula de Zeiss

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59
Q

O que é o calázio? Como ele ocorre e qual outra doença pode levar a ele? Qual a sua apresentação clínica?

A

O calázio é a formação de um cisto na glândula de Melbomius, ocorrendo quando sua secreção não é expelida e se acumula. Pode ocorrer a partir de um hordéolo interno, mas não havendo mais nesse caso sinais flogísticos ou ponto de drenagem, sendo o calázio inflamatório e granulomatoso

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60
Q

Como é feito o tratamento do calázio? O que pode ocorrer caso o tratamento não seja feito corretamente?

A

O calázio é tratado com injeção intralesional de corticóide sem conservante. Entretanto, se o calázio for muito grande, pode ser utilizada uma cureta para drenar e destruir as paredes do cisto. Caso as paredes do cisto não sejam destruídas, ele retorna a se formar

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61
Q

O que é o Colaboma de pálpebra? De que formas pode ocorrer? O que pode ser necessário para o tratamento?

A

O Colaboma é um processo inflamatório que leva a perda da estrutura palpebral, da parte externa do tarso. Pode ocorrer de forma congênita ou adquirida, sendo essa forma muito comum e podendo ocorrer após um trauma, quando a sutura não é feita nivelando a parte externa da pálpebra com a interna, tarso com tarso. Nesse caso, pode ser necessária cirurgia plástica futura para nivelar a pálpebra

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62
Q

Em que grupos é comum a infecção ocular por vírus Herpes e em que grupo é mais comum? Que formas de Herpes são mais comuns em cada grupo?

A

O vírus da Herpes pode causar infecção comumente em idosos ou crianças, sendo mais comum em idosos. Em geral, idosos são infectados pelo vírus Herpes Zoster e crianças pelo vírus Herpes simplex

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63
Q

Qual particularidade do vírus herpes zoster deve ser valorizada em uma infecção ocular?

A

É um vírus neurotrófico

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64
Q

Qual a relação do vírus Herpes Zoster de outras topografias com a infecção ocular?

A

A infecção por Herpes Zoster na face interna do nariz que gera formação de vesículas praticamente garante que haja infecção na córnea, já que essa transmissão ocorre através dos filetes nasociliares

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65
Q

Qual infecção ocular por vírus Herpes é mais fácil de tratar? O que ocorre na apresentação clínica do Herpes simplex?

A

A infecção por Herpes simplex é em geral mais simples de tratar, entretanto também se apresenta na clínica com formação de vesículas

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66
Q

Quais os principais sinais de alterações no aparelho lacrimal?

A

O lacrimejamento e o olho seco

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67
Q

Quais podem ser as causas do lacrimejamento? O que é indicado quando o lacrimejamento é o único sintoma?

A

O lacrimejamento pode ocorrer por corpo estranho, ceratite, irite ou conjuntivite. Quando o lacrimejamento é o único sintoma, é indicado que há problema na drenagem do filme lacrimal ou, raramente, hipersecreção

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68
Q

O que pode causar o olho seco? Como isso é avaliado?

A

Em geral o olho seco é causado por hipossecreção, sendo isso avaliado pelo Teste de Schirmer

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69
Q

O que é a Dacriocistite? De que formas pode existir e de que forma normalmente se apresenta? Qual a origem em geral desse quadro?

A

A dacriocistite é a inflamação do saco lacrimal, podendo ser aguda ou crônica e em geral sendo acompanhada de obstrução do ducto lacrimonasal, unilateral, que forma um cisto que precisa ser removido. Em geral, é um quadro de origem bacteriana

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70
Q

Qual a apresentação clínica da dacriocistite?

A

A dacriocistite normalmente se apresenta como um edema agudo, muito doloroso e com hiperemia, na borda palpebral nasal inferior

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71
Q

Que grupos são mais acometidos pela dacriocistite? Que grupo é o mais acometido pela sua forma crônica?

A

A dacriocistite acomete principalmente crianças e adultos de origem portuguesa após os 40 anos. A forma crônica dessa doença acomete 90% das vezes mulheres na menopausa

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72
Q

Qual o tratamento para a dacriocistite?

A

Inicialmente, na forma aguda, se usa compressas com água morna e antibióticos locais e sistêmicos, enquanto na forma crônica é feita uma cirurgia, a Dacriocistorrinostomia. Em crianças, pode ser feita em geral a Dacriocistorrinostomia sob anestesia, sendo a sondagem uma opção difícil. Em crianças até 1 ano de idade, pode ser tentada massagem e, em crianças entre 1 ano e 1 ano e meio, pode ser tentada a sondagem. Entretanto, quando essas estratégias não dão certo ou quando a criança tem mais de 1 ano e meio, a cirurgia deve ser feita

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73
Q

Qual repercussão óptica pode ocorrer em doenças reumatológicas? O que pode vir a ser necessário nesse caso?

A

Doenças reumatológicas podem causar olho seco, o que pode gerar lesão da córnea e perda da visão por opacidade total da córnea. Nesse caso pode ser necessário transplante de córnea

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74
Q

Como é formada a retina?

A

A retina é formada por duas estruturas laminares, o epitélio pigmentado externo e a retina neural interna. Elas são formadas pela invaginação da vesícula óptica embrionária, formando uma taça, com aposição da membrana ectodérmica externa

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75
Q

O que é a visão? Toda luz é visível ao ser humano?

A

A visão é um processo que se inicia pela conversão da luz, formada por ondas eletromagnéticas, em impulsos neurais elétricos pelos fotorreceptores da retina. A partir disso, esses impulsos vão ao cérebro, onde são processados e elaborados para formar imagens do mundo externo úteis ao observador, o que é interpretado como visão. Nem toda luz que chega à retina é visível ao ser humano, já que algumas ondas são barradas no processo, sendo apenas as de comprimento entre 400 e 700nm visíveis ao ser humano

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76
Q

De onde vem as fibras que formam o nervo óptico?

A

Da Retina

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77
Q

Quais são as outras células que formam a retina, além das células fotorreceptores?

A

Além dos fotorreceptores, existem células de comunicação, como as células bipolares e os interneurônios; células ganglionares; pericitos; endotélio vascular e células da glia, como astróglias, micróglias, células de Schwann e Oligodendrócitos

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78
Q

Qual a importância das células ganglionares?

A

São os axônios das células ganglionares que formam o nervo óptico, que é o encarregado de levar os impulsos neurais elétricos da retina do olho para o cérebro

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79
Q

Qual a particularidade do olho dos albinos?

A

O olho dos albinos não contém pigmento na camada pigmentar externa da retina

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80
Q

Quantas camadas de células neurais, com núcleo, e de camadas epiteliais existem na retina? Que camadas são essas?

A

Existem 3 camadas de células neurais com núcleo na retina e 1 camada epitelial. Enquanto as 3 camadas são a camada de células fotorreceptoras, com cones e bastonetes; a camada de células bipolares e interneurônios, sendo eles as células horizontais e amácrinas; e a camada de células ganglionares; a camada epitelial é o epitélio pigmentar externo

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81
Q

Quantos tipos de cones existem?

A

Existem 3 tipos de cones

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82
Q

Qual o caminho feito para luz até chegar aos receptores?

A

A luz inicialmente incide sobre o olho atravessando o filme lacrimal, passando então pela córnea, pelo humor aquoso, pelo cristalino, pelo humor vítreo e então chega à retina, onde estão os fotorreceptores

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83
Q

Por que os receptores conseguem gerar a visão?

A

Porque as células fotorreceptores, cones e bastonetes, possuem proteínas que são estimuladas pela chegada da luz e assim fazem a conversão das ondas eletromagnéticas da luz em impulsos neurais elétricos

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84
Q

Qual caminho o impulso neural elétrico percorre entre as células da retina e o que ocorre com ele?

A

O impulso neural elétrico gerado pelas proteínas das células fotorreceptores passa então às células bipolares, para então ser passada às células ganglionares que formam o nervo óptico. Nesse caminho, os impulsos são filtrados para que apenas a faixa de luz visível seja captado pelo cérebro

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85
Q

Quantos cones, quantos bastonetes e quantas fibras do nervo óptico existem? O que essa relação causa?

A

Existem aproximadamente 100 a 120 milhões de bastonetes, 6 milhões de cones e 1,2 milhões de fibras do nervo óptico. Dessa forma, cada fibra do nervo óptico recebe proporcionalmente informações de muitos bastonetes e de poucos cones

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86
Q

Qual o fotorreceptor mais importante e por que? Qual a função prática de cada fotorreceptor e que doenças podem atrapalhar essas funções? Nessas doenças, o que ocorre com a visão?

A

Os bastonetes são mais importantes para a visão que os cones. Isso ocorre porque os bastonetes são responsáveis pela visão de conjunto, o que é muito mais importante para a sobrevivência, enquanto os cones são responsáveis por captar as cores e os detalhes. Na degeneração macular, ocorre a perda dos cones, sendo que nesse caso a pessoa ainda consegue caminhar e encontrar pessoas, só não conseguindo reconhecê-las. Já no glaucoma avançado, onde ocorre perda das células ganglionares, por gerar envolvimento dos bastonetes a pessoa não consegue caminhar sem esbarrar em objetos, apesar de ainda ser capaz de ler em cores

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87
Q

Como a visão é captada em cada olho? Como ocorre o processo final para formação da imagem, como é chamado esse processo e o que necessita para ocorrer?

A

A visão é captada separadamente por cada olho como uma imagem bidimensional. Ocorre então a união das imagens bidimensionais dos dois olhos, sendo formada a imagem tridimensional. Esse processo se chama estereopsia e para ocorrer o ganho de profundidade é necessário que as imagens captadas por cada olho sejam ligeiramente diferentes uma da outra

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88
Q

Como é o segmento exterior dos fotorreceptores?

A

Os segmentos exteriores dos cones e bastonetes são dendritos especializados que contém discos onde estão as proteínas que captam a luz

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89
Q

Como é a divisão dos bastonetes entre segmento interior e segmento exterior? Onde se localiza, qual é e de onde vem o pigmento desse fotorreceptor?

A

Os bastonetes possuem segmentos exteriores com lamelas membranosas que formam os discos, cujas membranas contém o pigmento Rodopsina. A rodopsina é formada pela proteína escotopsina e pelo aldeído da Vitamina A, o cis retinal. Já o segmento interior dos bastonetes é separado do exterior por uma haste de conexão

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90
Q

Quais são as repercussões da vitamina A para a visão? Por que?

A

A carência de vitamina A gera perda de visão porque é justamente o aldeído da vitamina A, o cis retinal, que forma o pigmento dos bastonetes. Em contrapartida, a hipervitaminose A cursa com edema de papila

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91
Q

Em que sentido os bastonetes necessitam do epitélio?

A

Os bastonetes necessitam do epitélio pigmentar externo para a renovação de seus pigmentos

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92
Q

Como é chamado o pigmento dos cones? Quantos tipos existem e qual a diferença entre eles? Como a partir desses conseguimos ver todas as cores?

A

Os pigmentos dos cones se chamam Iodopsinas ou Fotopsinas, havendo 3 tipos de Iodopsinas e por isso 3 tipos de cones. Cada tipo de iodopsina tem sensibilidade máxima para uma cor primária do espectro (Vermelho, Verde e Azul) e é a partir da combinação entre essas cores que vemos todas as outras

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93
Q

Qual o nome da conversão de ondas eletromagnéticas em impulsos neurais?

A

Fotoransdução

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94
Q

A partir de qual método ocorre a fototransdução e como ele ocorre?

A

A fototransdução ocorre, assim como os impulsos nervosos em geral, a partir do método do ‘‘Tudo ou Nada’’. Nesse método, a despolarização ocorre ou não, a partir do momento que há o estímulo necessário. Quando há menos claridade portanto, os cátions estão em maioria fora da célula e então, quando vamos a um ambiente mais claro, a rodopsina ativada leva a uma reação que começa a entrada de sódio e a saída de potássio da célula. Nesse momento, ocorre a liberação do neurotransmissor Glutamato pelo fotorreceptor na fenda sináptica, iniciando o impulso neural. Com isso, os canais de sódio se fecham, parando a entrada deste na célula, levando à hiperpolarização, que por sua vez leva à parada da liberação do Glutamato na fenda

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95
Q

Como é caracterizada a visão escotópica dos bastonetes? Por que isso ocorre?

A

A visão escotópica dos bastonetes é caracterizada pela capacidade de visão periférica, adaptação ao escuro e percepção de movimentos. Isso ocorre porque a rodopsina não é sensível a cores, mas sim às variações de luminosidade e de movimentos

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96
Q

Como ocorre a adaptação ao escuro dos bastonetes?

A

Através do acúmulo de rodopsinas

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97
Q

Qual fotorreceptor é mais sensível e o que isso significa?

A

Os bastonetes são cerca de 30 a 300 vezes mais sensíveis que os cones, significando que os cones necessitam de muito mais luminosidade para serem estimulados

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98
Q

Qual a opacidade da retina?

A

A retina é transparente

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99
Q

Como é o sistema óptico do olho? Como ocorre a focalização das imagens?

A

O sistema óptico do olho é formado por um abertura variável, que é a pupila; duas lentes, que são a córnea e o cristalino; e uma superfície de focalização, que é a retina. A focalização das imagens ocorre a partir da ação de duas lentes, a córnea e o cristalino, sobre a retina

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100
Q

Na confecção de lentes, o que significa as dioptrias?

A

A dioptria é o inverso da distância focal em metros

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101
Q

Quais as superfícies refratárias do olho e quais são seus índices de refração? Qual a superfície mais importante e qual é essa parcela de importância?

A

Para chegar à retina, a luz passa primeiramente pelo ar, com índice de refração igual a 1; para então passar pela córnea, com índice de refração de 1,38; pelo humor aquoso, com índice de refração de 1,33; pelo cristalino, de índice de 1,4; e pelo humor vítreo, de índice igual a 1,34. Dessa forma, devido à maior diferença de índices de refração ser entre o ar e a córnea, a córnea é o principal elemento de focalização do olho, sendo responsável por 2/3 da capacidade de refração, enquanto o cristalino é responsável por 1/3, tendo capacidade de 20D

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102
Q

Apesar de a córnea ser o principal elemento de focalização do olho, qual a grande capacidade e importância do Cristalino? O que pode ocorrer com ele com a idade e o que é feito nesse caso?

A

Apesar de ser o principal elemento de focalização no olho, a córnea tem formato fixo; enquanto o cristalino possui formato convexo, mas é capaz de mudar seu formato para aumentar seu poder refrativo, o que é chamado de acomodação visual. É dessa forma que enxergamos objetos de longe e de perto, com o cristalino precisando realizar a convergência de raios divergentes sobre a retina. Com a idade, o cristalino vai perdendo a sua transparência, impedindo a visão, sendo nesse caso colocado uma lente no lugar do cristalino opaco

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103
Q

Em geral, onde e como são realizados os procedimentos para correção da focalização de imagens?

A

Na Córnea, modificando a sua curvatura

104
Q

Qual o motivo para a pupila variar sua abertura e como isso ocorre, sob quais fatores?

A

A pupila varia sua abertura em condições normais de acordo com a luminosidade e com a acomodação. Isso ocorre de forma reflexa para controlar a quantidade de luz que chega ao interior do olho

105
Q

Qual a área do olho com maior concentração de pigmentos?

A

O epitélio pigmentado externo da retina

106
Q

Como a luz afeta a acuidade visual?

A

Quanto maior é a luminosidade, maior é a acuidade visual

107
Q

O que o teste de visão com letras avalia?

A

O teste de visão com letras avalia a visão central, podendo a periférica estar mantida mesmo com perda da central

108
Q

Como é a histologia da região da fóvea central? Como isso afeta a visão? Qual nível de detalhamento o olho humano é capaz de enxergar?

A

A fóvea central, depressão no meio da região macular, é uma região onde não existem as camadas nucleares interiores, havendo apenas a membrana limitante interior e cones (também não há bastonetes). Dessa forma, existem menos superfícies pelas quais a luz atravessa até chegar aos cones e então menor potencial de distorção. Dessa forma, o olho alcança um grande nível de detalhamento, enxergando objetos separados pelo menos 2 picômetros um do outro

109
Q

Qual o nome de fato do que conhecemos como daltonismo? O que é então de fato o daltonismo? Quais as outras formas dessa doença e o que gera a diferença entre elas?

A

O nome de fato da condição é Discromatopsia, sendo a dificuldade de distinguir cores. O daltonismo de fato é uma herança recessiva ligada ao X que causa dificuldade em distinguir as cores verde, amarelo, vermelho e laranja. Existem outras formas de Discromatopsia, que variam de acordo com qual tipo de cone está reduzido, como a Deuteranopia, que é a redução de cones sensíveis ao verde e então dificuldade em enxergar essa cor; sendo chamada de Deuteranimalia caso seja uma carência total. Já a Protanopia é a redução dos cones sensíveis ao vermelho, enquanto a Protanimalia é a carência total. Por fim, a Tritanopia é a redução de cones sensíveis ao azul, mas é extremamente rara

110
Q

O que pode causar dificuldade na percepção das cores? Qual porcentagem dos homens tem essa dificuldade e como em geral são esses casos?

A

Diversos medicamentos e doenças podem causar dificuldade na percepção de cores, havendo 8 a 9% dos homens com alguma dificuldade, mas sendo em geral casos mais leves

111
Q

Como são as células do epitélio pigmentar? Como ficam organizadas e onde ficam?

A

As células do epitélio pigmentar são cubóides/colunares, que ficam dispostas em uma monocamada hexagonal, como uma colméia de abelha, entre a cório capilar altamente vascularizada e o segmento exterior dos fotorreceptores. Possuem núcleos basais e ficam presas à membrana de Bruch. Seus ápices formam microvilosidades, que envolvem os fotorreceptores um a um, e com suas zônulas de adesão e de oclusão formam a barreira hematorretiniana

112
Q

Quais as funções do epitélio pigmentar para a retina?

A

Apesar de não possuir função visual, o epitélio pigmentar atua na manutenção da retina, controlando o metabolismo e a renovação dos segmentos exteriores dos fotorreceptores e tendo funções de fagocitose, absorção de luz e esterificação de derivados da Vitamina A

113
Q

Qual o percurso das fibras do nervo óptico até chegar ao cérebro e como estão essas fibras ao chegar a esse ponto?

A

As fibras da parte externa ou temporal da retina seguem seu caminho no mesmo lado até o cérebro. Já as fibras do lado interno ou nasal cruzam de lado ao chegar no quiasma óptico. Essas fibras fazem sinapse no corpo geniculado lateral e, portanto, ao chegar ao cérebro, de cada lado estão as fibras temporais desse mesmo lado e as fibras nasais do lado contrário

114
Q

Qual repercussão pode ter uma alteração na hipófise sobre a visão e por que?

A

A hipófise fica próxima ao quiasma óptico e, por isso, um tumor de hipófise pode gerar compressão das fibras do nervo óptico que ali passam, gerando a hemianopsia bitemporal

115
Q

O que é a cegueira cortical? Como essa doença se apresenta, o que pode simular e como fechar o diagnóstico?

A

A cegueira cortical ocorre quando é afetada a região central da visão, o que pode ocorrer em um AVC isquêmico. Essa doença pode se apresentar com perda da visão, mas com reflexo pupilar mantido. Dessa forma, pode parecer histeria e por isso deve ser realizada AngioRM para confirmação diagnóstica

116
Q

Que músculos permitem o movimento do olho no eixo ântero posterior?

A

Os Oblíquos Superior e Inferior

117
Q

Como a inserção dos músculos do olho afeta o movimento do olho no eixo ântero-posterior?

A

A inserção dos músculos em relação ao limbo esclerocorneano não é uniforme, mas vai se afastando do centro e assim facilita o movimento no eixo ântero posterior

118
Q

Qual artéria nutre os músculos do olho?

A

Artéria oftálmica

119
Q

Como ocorre a coordenação dos movimentos do olho?

A

Os movimentos do olho precisam ser coordenados para não gerar visão dupla. Dessa forma, cada movimento ocorre a partir de um músculo e possui um antagonista, que deve relaxar quando o outro contrai

120
Q

Qual o nome do movimento principal dos músculos oblíquos? E dos secundários? Quais os movimentos secundários dos músculos retos superior e inferior?

A

Os oblíquos têm como movimento principal sua ação no eixo ântero posterior. Assim, o principal movimento do músculo oblíquo superior é a inciclodução, enquanto do oblíquo inferior é a exciclodução. Os movimentos secundários dos músculos oblíquos são a abdução e os movimentos verticais. Já os retos superior e inferior têm como movimentos secundários a adução e, respectivamente, inciclodução e exciclodução

121
Q

O que são as Leis de Hering e de Sherington?

A

Enquanto a Lei de Hering diz que todo estímulo neural a um músculo deve ser acompanhado de estímulo neural de mesma intensidade ao músculo conjugado, a Lei de Sherington diz que o estímulo neural deve ser acompanhado de estímulo neural inibitório ao músculo antagonista

122
Q

O que é o Horóptero? O que é a Área de Pannum e qual a utilidade desse conceito?

A

O horóptero é uma linha imaginária no espaço, onde todos os pontos estimulam pontos correspondentes nas retinas dos dois olhos. Já a Área de Pannum é a área formada entre dois semicírculos ao redor do horóptero. Para a imagem ser formada como uma visão em 3D é necessário que esteja dentro da Área de Pannum

123
Q

O que ocorre com imagens que não se encontram na área de Pannum?

A

Como essas imagens irão estimular pontos não correspondentes na retina, haverá uma profusão de estímulos e ocorreria visão dupla. Assim, não é formada imagem com profundidade. Nesse caso, o cérebro apaga a visão de um dos olhos e então a imagem é formada apenas com a visão do outro olho, ocorrendo a ambliopia

124
Q

O que é ambliopia?

A

É a perda de acuidade visual sem lesão ocular que justifique isso

125
Q

De que formas a ambliopia pode ocorrer? O que ocorre nesses casos?

A

A ambliopia pode ser anisometrópica, quando há diferentes focos em uma imagem (como uma pessoa com 0 grau em um olho e 5 no outro utilizando um óculos de 5 graus) e somente uma fica nítida; por privação, quando algo obstrui a visão de um dos olhos e por isso também só um deles tem visão nítida (como se a pálpebra estiver caída sobre o olho); ou estrabísmica, quando cada olho está olhando para lugares diferentes e assim o cérebro não irá juntar duas imagens totalmente diferentes. Em todos esses casos, o cérebro apaga a visão de um dos olhos e a visão então é formada apenas com o outro

126
Q

Como se chama a visão de imagens dentro da área de Pannum, utilizando os dois olhos?

A

Visão binocular

127
Q

O que é o Estrabismo? Como ele ocorre e como pode se manifestar no paciente?

A

O estrabismo é o não alinhamento ocular, ou seja, há estrabismo se os olhos não estão voltados ao mesmo ponto. O estrabismo ocorre a partir da perda da visão binocular, não havendo estereopsia e com o cérebro suprimindo a imagem de um dos olhos para que elas não fiquem sobrepostas. Dessa forma, ocorre a ambliopia típica da doença. Além disso, podem ocorrer ainda disfunção estética, alterações psicológicas, exclusão social e torcicolo, pois os pacientes tendem a inclinar a cabeça para poder compensar o problema na visão

128
Q

Em que contexto o estrabismo pode auxiliar em outras doenças?

A

O estrabismo pode ajudar no diagnóstico de doenças como Diabetes, aneurisma e AVC que afetem o sexto par de nervos cranianos (abducente)

129
Q

Como é feito o diagnóstico do estrabismo?

A

O estrabismo é diagnosticado através do fluxo anamnese, inspeção, exame oftalmológico, semiologia motora e semiologia sensitiva

130
Q

Quais testes podem ser feitos para o diagnóstico de estrabismo e como eles são feitos? Quais tem maior precisão, o que eles são capazes de avaliar e qual o melhor teste?

A

O teste de Hirschberg é feito colocando um foco de luz em uma sala escura com o paciente, que irá olhar para o foco de luz. Nesse caso, o reflexo da luz na pupila precisa estar centralizado nas duas pupilas, sendo que quando não está no centro de uma delas, há estrabismo. Já o Teste de Krimsky permite avaliar com maior precisão o estrabismo, sendo feito a partir da colocação de um prisma sobre o olho não desviado. Assim, o olho desviado tende a procurar o maior foco de luz e então se move em direção ao prisma, no olho não desviado. Como o movimento ocular é conjugado, o olho não desviado também irá se mover e a partir dessa movimentação se diagnostica o estrabismo, sendo possível avaliar o tamanho do desvio. Entretanto, o melhor teste é o teste de cobertura, onde é obstruída a visão do olho não desviado e, assim, o olho desviado tende a ir para sua posição normal. Esse movimento do olho desviado indica que não há paralisia muscular associada à doença. Novamente, como o olho tem movimento conjugado, o olho não desviado também irá se movimentar e assim se diagnostica a doença (pelo movimento do olho não desviado), sendo possível diagnosticar até estrabismos de pequeno ângulo

131
Q

Qual o tratamento utilizado para o estrabismo? Qual o fluxograma para a realização desse tratamento e quando ele deve ser feito? O que é capaz de tratar e o que não é?

A

O estrabismo é tratado com a oclusão do olho não desviado. Dessa forma, o cérebro é forçado a usar o olho desviado e esse olho tende a ir para a posição normal. Assim, o tratamento objetiva melhorar a ambliopia, ou seja, a capacidade de discriminação visual. A oclusão é feita durante 4-6 horas por dia, deixando o olho livre no resto do dia. Entretanto, ao tirar a oclusão, o cérebro tende a voltar a usar o olho normal e o estrabismo no sentido de não alinhamento e supressão retorna. Por isso, o objetivo do tratamento é a melhora da ambliopia, devendo ser feito de preferência em crianças até 4-5 anos, mas normalmente sendo feito até 6-8 anos, que é quando ainda se tem plasticidade cerebral. O tratamento deve iniciar até os 2-3 anos, uma vez que após o teste do olhinho um novo teste for feito e detectar a ambliopia

132
Q

Qual outra condição oftalmológica pode levar ao estrabismo e qual tratamento é feito nesse caso?

A

O estrabismo pode também ocorrer devido a Hipermetropia, sendo que nesse caso em geral o uso de óculos já corrige o alinhamento dos olhos. Entretanto, se ainda com óculos houver ambliopia, deve ser feita a oclusão associadamente

133
Q

O que pode ser feito quando, após a oclusão do olho não desviado, ainda há estrabismo e supressão? Qual a capacidade e quais as limitações desse tratamento?

A

Nesse caso, é feita cirurgia, calculando o desvio que deve ser corrigido. Dessa forma, apesar de em geral ser uma cirurgia mais estética, se corrige o estrabismo (não alinhamento) e a supressão deixa de ocorrer. Entretanto, o paciente ainda não é capaz de formar imagens com profundidade, ou seja, não é capaz de ter estereopsia

134
Q

De que forma outras doenças podem causar o estrabismo ao longo da vida?

A

Até os 5 anos, outras doenças sistêmicas que causam baixa visual ou doenças oculares podem causar esotropia, com o olho indo para dentro e surgindo o estrabismo. Já a partir dos 5 anos pode ocorrer exotropia após outras doenças, com o olho indo para fora e ocorrendo assim o estrabismo

135
Q

Qual particularidade há na retinopatia diabética quanto à sua incidência? Que repercussão isso tem no exame de fundo de olho? Qual a relação entre DM1 e retinopatia diabética? Qual a parcela de formas graves e o que esses casos graves causam?

A

A retinopatia diabética tem a particularidade de estar relacionada à Diabetes Mellitus, uma doença cuja incidência vem crescendo. Dessa forma, se estima hoje que 35-45% dos pacientes com DM terão retinopatia diabética, sendo então mais comum encontrar exames de fundo de olho normais nos pacientes com DM (55-65%). Em relação à DM1, caso não seja tratada, 50% dos pacientes desenvolvem retinopatia diabética após 7 anos. Em geral, se calcula que 5% das retinopatias diabéticas sejam na forma grave, que causa perda quase total da visão

136
Q

Qual a utilidade do exame de fundo de olho no contexto das doenças hipertensivas?

A

Em geral não se usa mais exame de fundo de olho para diagnóstico de doenças hipertensivas, exceto no caso da pré eclâmpsia ou eclâmpsia, onde ainda é usado para diagnostica encefalopatia hipertensiva

137
Q

Quais os achados do exame de fundo de olho em pacientes com retinopatia diabética?

A

Pacientes com retinopatia diabética em geral apresentam microaneurismas como a primeira e mais característica alteração. Além disso, é possível ver formações vasculares anormais, devido à proliferação fibrovascular; aumento da permeabilidade vascular, que permite a entrada de líquidos na retina; hemorragias, que podem ser em borrão, em mancha de vela…; manchas brancas ou algodonosas, que eram chamadas de nuvens; e depósitos lipídicos amarelados, que por antes estarem dissolvidos no plasma sempre haverá edema ao redor desse exsudato

138
Q

Por que ocorre a retinopatia diabética?

A

A retinopatia diabética ocorre pela hiperglicemia crônica, que leva ao acúmulo excessivo de Sorbital na membrana basal, gerando alterações nos capilares

139
Q

Como a retinopatia diabética é dividida?

A

A retinopatia diabética é dividida em não proliferativa, quando as alterações se limitam à retina, e proliferativa, quando as alterações passam pela membrana limitante interna e invadem o vítreo

140
Q

Quais achados existem no exame de fundo de olho das retinopatias não proliferativas e nas pré proliferativas?

A

Nas retinopatias não proliferativas é possível ver hemorragias, microaneurismas, alterações venosas, depósitos e manchas algodonosas; já nas retinopatias pré proliferativas é possível ver sinais de hipóxia progressiva, muitas hemorragias, muitos depósitos esbranquiçados (manchas algodonosas ou depósitos moles), veias tortuosas e dilatadas (veias em rosário), alças venosas e IRMANs

141
Q

O que é a retinopatia pré proliferativa? Como se define o diagnóstico desse estágio?

A

A retinopatia pré proliferativa é uma fase de transição entre a não proliferativa e a proliferativa. É uma fase onde a retinopatia não proliferativa está tão avançada que a chance de se tornar proliferativa em 1 ano é de 50%. O diagnóstico se dá pelo exame de fundo de olho com hemorragia nos quatro quadrantes, alterações venosas em dois quadrantes e uma IRMAN

142
Q

Como é definida a retinopatia proliferativa?

A

A retinopatia proliferativa é definida pela presença de neovascularização ou hemorragias pré retinianas ou vítreas

143
Q

O que são as IRMANs e por que não podem ser consideradas neovasos?

A

As IRMANs são anormalidades microvasculares intrarretinianas. Por definição, neovaso é quando um novo vaso se forma a partir de um endotélio que cresce para fora do seu tecido de origem. No caso das IRMANs, o novo vaso está no seu tecido de origem, sendo então como uma neovascularização mas não podendo ser chamada assim

144
Q

Por que e como ocorre a retinopatia diabética proliferativa?

A

A retinopatia proliferativa é uma tentativa de resposta do organismo a áreas de isquemia. Essas áreas de isquemia estimulam a produção de proteínas chamadas Fatores Vasculares de Crescimento Endotelial (VEGF), que estimulam as células endoteliais a formarem novos vasos e aumentam a sua permeabilidade

145
Q

Qual a consequência do aumento da permeabilidade vascular pelos VEGF na retinopatia proliferativa?

A

Os novos vasos de permeabilidade aumentada permitem o extravasamento de líquidos, ao contrário dos vasos normais. Além disso, o tecido glial ao redor desses novos vasos passa por uma proliferação fibrosa, formando uma parede fibrosa por onde ocorre a hemorragia. Além disso, essa proliferação fibrosa pode se soltar e crescer na íris, gerando o glaucoma neovascular, que é incurável

146
Q

O que as hemorragias no exame de fundo de olho indicam no paciente diabético?

A

Em geral, como os vasos normais não sangram, as hemorragias indicam que há presença de novos vasos de permeabilidade aumentada, indicando retinopatia diabética

147
Q

Como a gravidade da retinopatia diabética se apresenta na clínica?

A

O paciente com retinopatia diabética tem grande baixa visual, não conseguindo ver pessoas que passam na frente de si e conseguindo apenas ver se está claro ou escuro

148
Q

Qual o tratamento inicialmente indicado para a retinopatia diabética?

A

O tratamento inicialmente usado é o controle metabólico. Dessa forma, se inicia controlando a Diabetes e outras possíveis doenças, como Hipertensão ou doença renal

149
Q

Por que o tratamento da retinopatia se inicia com o controle metabólico? Qual o efeito do metabolismo no desenvolvimento da retinopatia e em que casos práticos vemos isso na clínica?

A

O controle metabólico é muito capaz de controlar a retinopatia. Isso ocorre porque outros hormônios tem efeito na produção do VEGF. O GH aumentado estimula a produção de insulina e o aumento de insulina estimula o VEGF. Dessa forma, mulheres grávidas, que possuem aumento do GH para favorecer o crescimento fetal tem também aumento da insulina e do VEGF, necessitando então de acompanhamento. Já crianças com Diabetes tipo 1 não desenvolvem retinopatia até a puberdade, apesar de muitos pacientes com Diabetes desenvolverem essa condição em 5 anos, porque essas crianças não terão a cascata do GH aumentado levando ao aumento da Insulina e do VEGF

150
Q

Em que situações o controle metabólico não é o suficiente no tratamento da retinopatia diabética? O que pode ser feito nesse caso?

A

Em casos onde a retinopatia já está muito avançada, o simples controle metabólico não é capaz de solucionar a condição. Nesses casos, pode ser usado corticoides, antiangiogênicos, tratamento com laser, crioterapia ou ainda cirurgia de Vitrectomia

151
Q

Como funcionam os antiangiogênicos e do que esse tratamento é capaz? E os corticóides, quais os prós e contras?

A

Os antiangiogênicos atuam bloqueando ou os VEGF ou seus receptores, inibindo a formação de neovasos e fazendo com que o edema regrida. São em geral mais usados que os corticóides, já que atuam mais sobre neovasos, tem menos colaterais e pacientes com catarata ou glaucoma não podem usar corticóides. Os corticóides por outro lado tem o benefício de atuar mais sobre o edema, entretanto não há efeito sistêmico e o edema normalmente volta depois, sobretudo quando há doença descontrolada

152
Q

Que modalidades existem para o tratamento com laser, como são e em que situações são indicados? O que pode ser feito quando o laser não é possível ou eficiente?

A

A fotocoagulação com laser pode ser difusa, realizada em casos de retinopatia proliferativa através da destruição de toda retina periférica isquêmica, o que inibe a produção de VEGF e formação de neovasos. Em geral, são deixadas algumas áreas sem destruição nesse caso para que o paciente não perca toda sua visão periférica. Já o tratamento com laser focal é realizado quando há edema de mácula. Quando o uso do laser não é possível, pode ser utilizada crioterapia, mas isso não é muito feito atualmente. Já quando nada disso funciona, é feita cirurgia de Vitrectomia

153
Q

Como e em que sitações é realizada a vitrectomia?

A

A vitrectomia é realizada em casos onde os outros tratamentos não funcionam ou quando há descolamento de retina ou hemorragia pré retiniana ou vítrea. É realizada através de infusão e uso de uma sonda de 5000 cortes por segundo que aspira toda a região. Dessa forma, são retiradas as membranas que estejam no local, exceto as que estejam muito aderidas

154
Q

Quando deve ser realizado o exame de fundo de olho em crianças, em gestantes, em Diabetes tipo 2 e em Diabetes tipo 1?

A

Em crianças, como não há a cascata hormonal para aumento do VEGF, o exame só é feito após a puberdade. Nas grávidas, o exame deve ser feito no primeiro trimestre ou quando for diagnosticada a diabetes na gestação, sendo repetido a cada trimestre. Em pacientes com Diabetes tipo 1, em geral não se faz o exame antes de 4 anos, porque esse é o período mínimo para as alterações ocorrerem no exame de fundo de olho. Já no Diabetes tipo 2, como não se sabe quando o paciente adquiriu a doença, o exame é feito assim que se tem o diagnóstico

155
Q

O que causa a baixa visual na retinopatia diabética?

A

Em geral, a baixa visual na retinopatia diabética é causada pelo edema e não pelo neovaso

156
Q

O que é uveíte e de que formas ela pode se apresentar?

A

A uveíte é a inflamação da camada média do olho, podendo se apresentar na forma de uveíte anterior, intermediária, posterior ou panuveíte, quando acomete toda a úvea

157
Q

Qual das formas de uveíte é a mais rara?

A

A uveíte intermediária

158
Q

Que região da íris é responsável pela sua coloração?

A

A região posterior da íris é responsável por sua coloração

159
Q

Como também é chamada a uveíte anterior e que estruturas ela afeta?

A

Irites, afeta a Íris e os processos ciliares do corpo ciliar

160
Q

Qual a apresentação clínica da uveíte anterior?

A

A uveíte anterior pode se apresentar assintomática ou pode ter sintomas como dor, que é caracterizada como desconforto ocular, fotofobia e visão turva. Alguns dos sinais da uveíte anterior são hiperemia pericorneana, depósitos no endotélio, Fenômenos de Tyndall e Flare, miose, sinéquias e dilatação irregular da pupila

161
Q

Qual doença se diferencia no diagnóstico da uveíte anterior a partir da hiperemia?

A

A conjuntivite se diferencia da uveíte anterior a partir da hiperemia característica de cada doença. Enquanto na conjuntivite a hiperemia é difusa e acomete toda a córnea, na uveíte anterior a hiperemia é mais delimitada e classificada como pericorneana

162
Q

O que forma os depósitos vistos no endotélio na uveíte anterior? Que exame permite essa visualização?

A

Na uveíte anterior, o exame de fundo de olho permite visualizar depósitos no endotélio que correspondem a células inflamatórias e agregados de proteínas

163
Q

O que representam os fenômenos de Tyndall e Flare e que exame permite visualizá-los?

A

Os fenômenos de Tyndall e Flare são visíveis na biomicroscopia com lâmpada de fenda. O fenômeno de Tyndall ocorre pela presença de células em suspensão no humor aquoso, sobretudo leucócitos, indicando inflamação intraocular. Já o fenômeno de Flare ocorre devido à presença de proteínas em suspensão no humor aquoso, transformando o aspecto normalmente transparente desse fluido em algo leitoso ou turvo. O fenômeno de Flare ocorre devido ao aumento da permeabilidade vascular que ocorre na inflamação e permite o extravasamento de proteínas, sendo também um marcador da inflamação intraocular

164
Q

O que são as sinéquias que ocorrem na uveíte anterior?

A

As sinéquias são aderências da íris que ocorrem na uveíte devido ao exsudato inflamatório que gera o contato entre as superfícies

165
Q

Por que ocorre a dilatação irregular da pupila na uveíte anterior?

A

Na uveíte anterior, há a formação de sinéquias, que são aderências da íris. A partir dessas aderências, as porções da íris que deveriam realizar os movimentos da pupila não os realizam de forma uniforme, gerando a dilatação irregular

166
Q

Como podem ser classificadas as uveítes anteriores?

A

As uveítes anteriores podem ser agudas, quando duram menos de 1 mês, ou crônicas, quando duram período maior que 1 mês; granulomatosas, quando formam depósitos grandes no lado interno da córnea, ou não granulomatosas; idiopáticas ou secundárias a outras doenças; e unilaterais ou bilaterais

167
Q

Como a lateralidade da uveíte anterior influencia a conduta da doença?

A

As uveítes anteriores idiopáticas são 90% das vezes unilaterais, não sendo normalmente necessário um screening mais profundo nesses casos. Já nas uveítes bilaterais, normalmente há relação com alguma doença sistêmica e se trata de um caso secundário, sendo indicado nesse caso um screening sistêmico mais profundo

168
Q

A que fatores a uveíte anterior pode ser secundária?

A

A uveíte anterior pode ser, quando não é idiopática, secundária a fatores como infecções, traumas ou doenças reumáticas

169
Q

Que doenças reumáticas e infecciosas estão relacionadas à uveíte anterior bilateral?

A

Dentre as doenças reumáticas associadas à uveíte anterior bilateral estão a artrite reumatóide, a artrite reumatóide juvenil, a artrite psoriática, colite ulcerativa, lúpus, espondilite anquilosante, doença de Behçet, doença de Crohn e Síndrome de Reiter. Já as causas infecciosas de uveíte anterior bilateral são sífilis e tuberculose

170
Q

Como ocorre a uveíte anterior por ceratopatia em faixa?

A

Na uveíte anterior por ceratopatia em faixa, há o depósito de cálcio na íris devido à outras doenças como artrite reumatóide juvenil e infecção por Herpes Zoster, gerando assim a uveíte

171
Q

Como é feito o tratamento da uveíte anterior?

A

O tratamento da uveíte anterior é feito com a dilatação da pupila, ou seja, a midríase, para que se evite as aderências. Isso é feito pelo uso de Atropina, que pode ser diluído em colírios para uso tópico. Além disso, são comumente usados os corticóides, que podem ser substituídos por AINEs tópicos ou orais, mas com estes tendo menor eficácia. Ainda, podem ser usados medicamentos imunossupressores e dependendo do caso é indicado também que se trate a causa base da doença

172
Q

Que estruturas a uveíte intermediária acomete?

A

A uveíte intermediária acomete a pars plana, que é uma parte do corpo ciliar que fica entre a íris e a esclera, e a periferia da retina

173
Q

Que grupo etário é mais acometido pela uveíte intermediária?

A

A uveíte intermediária está mais comumente relacionada a crianças e jovens

174
Q

Como é normalmente a lateralidade da uveíte intermediária?

A

A uveíte intermediária é normalmente bilateral

175
Q

Que doenças estão relacionadas à uveíte intermediária?

A

Sífilis, tuberculose, sarcoidose, esclerose múltipla e doença de Lyme

176
Q

Como é feito o tratamento da uveíte intermediária?

A

Na uveíte intermediária, o tratamento é focado na causa base da doença, quando se trata de um processo secundário, ou feito com corticóides e imunossupressores quando é idiopático

177
Q

Que condição pode ser causada pela uveíte intermediária?

A

Catarata

178
Q

Como é a apresentação clínica da uveíte intermediária?

A

A uveíte intermediária em geral não gera alterações na biomicroscopia. Entretanto, é comum o paciente se queixar de visão turva

179
Q

Que estruturas a uveíte posterior acomete e como também é chamada essa doença?

A

A uveíte posterior acomete a coróide e a retina, sendo também chamada de coroidite ou coriorretinite

180
Q

Qual das formas de uveíte é a mais comum?

A

Uveíte posterior

181
Q

De que formas a uveíte posterior normalmente ocorre e quais causas menos comuns existem?

A

A uveíte posterior é 50% das vezes idiopática, sendo nas outras 50% das vezes quase sempre relacionada a uma infecção antiga de Toxoplasmose. Dentre outras causas possíveis, existem infecções por helmintos como Toxocara; fungos como Cândida e Histoplasma; bacterianas como leptospirose, tuberculose, Treponema pallidum e Borrelia burgdorferi; virais como Citomegalovírus, Herpes e Rubéola. Ainda é possível que a uveíte posterior seja secundária a doenças granulomatosas como sarcoidose, oftalmia simpática e síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada

182
Q

Que tipo de doença é a síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada e que grupos estão mais suscetíveis?

A

A síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada é uma uveomeningoencefalite, mais comum em asiáticos, árabes, latinos, índios americanos e mestiços, sendo menos comum em brancos e negros

183
Q

Como costuma ocorrer a uveíte posterior secundária à Toxoplasmose?

A

A uveíte posterior secundária à Toxoplasmose normalmente ocorre por reativação de uma infecção antiga, já com presença de IgG. Isso ocorre porque por vezes o paciente pode ter uma uveíte primária por Toxoplasmose e não perceber, sendo formada uma cicatriz por a doença ser autolimitada. Entretanto, após algum estímulo como estresse ou gravidez, pode ocorrer a reativação da infecção, que leva à liberação de vários ovos de Toxoplasma e à necrose na área ao redor da cicatriz. Nesses casos, quando a cicatriz está próxima à mácula ou ao nervo óptico, é gerada uma lesão mais exsudativa que ameaça a visão

184
Q

Como a uveíte posterior secundária à toxoplasmose pode se apresentar clinicamente e por que?

A

A uveíte posterior secundária à toxoplasmose, quando ocorre em locais próximos ao nervo óptico ou à mácula, costuma formar uma lesão muito exsudativa, deixando o humor vítreo com aspecto de água turva, levando à visão turva e sendo uma condição ameaçadora à visão. Além disso, quando a toxoplasmose ocular é bilateral, o paciente pode apresentar visão em roda de carroça, já que há perda da visão central com preservação da visão periférica

185
Q

Como é feito o tratamento da uveíte posterior secundária à Toxoplasmose?

A

A uveíte posterior secundária à Toxoplasmose se trata de uma doença essencialmente autolimitada. Entretanto, nos casos onde a lesão é próxima da mácula ou do nervo óptico e por isso há ameaça à visão, é feito tratamento com pirimetamina (ácido folínico), sulfadiazina e corticoesteróide sistêmico até a infecção acabar. Podem também ser usados colírios caso haja inflamação da úvea anterior

186
Q

Como costuma ser a toxoplasmose ocular congênita?

A

A toxoplasmose ocular congênita é uma doença muito típica e que normalmente afeta a visão central, mas que normalmente já está cicatrizada no momento do nascimento

187
Q

Em que pacientes costuma ocorrer a retinite por Citomegalovírus e como ela está relacionada à uveíte?

A

A retinite por citomegalovírus costuma ocorrer em pacientes HIV+ em estado de AIDS com contagem de TCD4 abaixo de 100 e carga viral elevada. Essa doença pode levar à uveíte posterior

188
Q

Como ocorre a retinite por citomegalovírus e que avanço da ciência teve efeito na contenção dessa doença?

A

A retinite por citomegalovírus é uma doença associada à AIDS com carga viral elevada e mínima contagem linfocitária. Ocorre com placas de necrose ao longo do trajeto vascular, que são acompanhadas de hemorragia, sendo por isso associada à uveíte posterior. O advento das terapias antirretrovirais diminuiu muito a prevalência dessa doença

189
Q

Como é feito o tratamento da retinite por citomegalovírus e qual é a indicação que permite encerrar o tratamento?

A

A retinite por citomegalovírus deve ser conduzida a partir de uma verificação inicial do curso da terapia antirretroviral do paciente. Deve então ser retomado ou continuado o TARV, sendo associado Ganciclovir 10mg/kg/dia. O paciente deve então ser reavaliado após 3-4 semanas, sendo continuado o tratamento caso a contagem de TCD4 não seja superior a 200. O tratamento só deve ser interrompido, com manutenção do TARV, quando a contagem de TCD4 for maior que 200 e o exame de fundo de olho mostrar a lesão cicatrizada

190
Q

Quais são as principais causas de perda visual súbita na criança e no adolescente? E no adulto?

A

Na criança e no adolescente, as principais causas de perda visual súbita são uveítes posteriores, papilite bilateral e histeria. Já no adulto, as principais causas são oclusões vasculares, degeneração macular exsudativa, descolamento de retina, amaurose fugax, hemorragias intraoculares, enxaqueca, neurite óptica, NOIA e uveítes posteriores

191
Q

Como costuma ser a lateralidade da uveíte posterior?

A

A uveíte posterior é normalmente unilateral

192
Q

Como é o fundo de olho do paciente com uveíte posterior?

A

O paciente com uveíte posterior costuma ter fundo de olho típico com focos de necrose retiniana em focos de infecção antiga, turvação do humor vítreo e às vezes com vasculite

193
Q

O que é a papilite? Em que pacientes costuma ocorrer?

A

A papilite é a inflamação da cabeça do disco óptico, normalmente acometendo pacientes que tiveram um processo virótico recente

194
Q

Como a papilite se apresenta clinicamente? O que o exame físico pode mostrar?

A

A papilite é uma doença normalmente bilateral na qual o paciente vai se queixar de não conseguir enxergar nada, ou seja, causa uma baixa súbita e bilateral da acuidade visual. O exame físico da papilite evidencia uma lentificação do reflexo fotomotor, sem haver dor na movimentação ocular

195
Q

Como a papilite se diferencia da neurite retrobulbar?

A

A papilite não costuma cursar com dor na movimentação ocular, ao contrário da neurite retrobulbar

196
Q

O que os exames complementares podem mostrar nas papilites?

A

O exame de fundo de olho do paciente com papilite mostra área de hiperemia ao redor do disco óptico, enquanto o exame do campo visual mostra a área de visão restante do paciente

197
Q

Como é feito o tratamento das papilites?

A

A papilite é uma doença autolimitada, não demandando por natureza qualquer tratamento. Entretanto, é comum que sejam utilizados corticóides durante o período sintomático da doença

198
Q

O que é a histeria e como ela se apresenta?

A

A histeria se apresenta como um relato do paciente de perda visual súbita bilateral, mas que é acompanhado de exame oftalmológico normal

199
Q

Por que a histeria pode ocorrer e como ela pode ser detectada?

A

A histeria pode ocorrer por fatores emocionais ou psicológicos, como um surto psicótico. O paciente com histeria normalmente é acompanhado de dois ou mais familiares no exame e uma boa anamnese costuma ser capaz de coletar algum fator da história pessoal do paciente que leva à doença

200
Q

Que doença faz diagnóstico diferencial com histeria e por que isso ocorre?

A

A cegueira cortical faz diagnóstico diferencial com a histeria já que em ambos os casos há perda visual com exame oftalmológico normal

201
Q

Em que grupo a cegueira cortical é mais comum?

A

Idosos

202
Q

Como é feito o diagnóstico diferencial entre histeria e cegueira cortical?

A

O diagnóstico diferencial de cegueira cortical e histeria é feito a partir de um exame chamado potencial visual evocado, que avalia a presença de resposta visual. Caso haja resposta, é comprovado que o paciente é capaz de enxergar, sendo diagnosticada a histeria caso o relato contrário persista

203
Q

Em que pacientes costumam ocorrer as oclusões venosas?

A

Em pacientes com fatores de risco prévio como Hipertensão e Hiperlipidemia

204
Q

Qual a consequência comum das oclusões venosas?

A

A partir das oclusões venosas, normalmente ocorre a formação de neovasos e a hemorragia vítrea

205
Q

Como as oclusões venosas podem se apresentar na clínica?

A

O paciente com oclusões venosas pode ser assintomático ou apresentar perda de visão altitudinal. Além disso, caso haja oclusão da veia central, pode haver glaucoma, perda da acuidade visual, hipertensão e glaucoma neovascular

206
Q

Como é feito o tratamento das oclusões venosas?

A

O tratamento das oclusões venosas deve controlar os fatores de risco,que em geral são os mesmos de um AVC. Além disso, pode ser adotada conduta expectante, havendo recanalização do trombo após 1 a 5 anos; fotocoagulação com laser ou agentes antiangiogênicos

207
Q

Quais são os tipos de hemianopsia?

A

A hemianopsia bitemporal se refere à perda visual nos dois campos temporais, enquanto a hemianopsia binasal equivale à perda visual nos hemicampos nasais de ambos os olhos. Por outro lado, a hemianopsia altitudinal corresponde à perda visual acima ou abaixo do meridiano horizontal do campo visual. A quadrantopsia se refere à perda visual em apenas um quarto do campo visual de um dos olhos e a hemianopsia homônima à perda visual que afeta de forma igual ambos os olhos causando perda visual à esquerda ou à direita da linha média da visão

208
Q

Quais formas de oclusão vascular podem causar perda visual súbita? Qual forma é mais rara?

A

Oclusões venosas e oclusões arteriolares, sendo as arteriolares mais raras

209
Q

De que forma podem ocorrer as oclusões arteriolares?

A

As oclusões arteriolares podem ocorrer por trombos, espasmos, êmbolos ou infiltrações das arteríolas

210
Q

Qual a apresentação clínica das oclusões arteriolares?

A

As oclusões arteriolares podem cursar com perda visual altitudinal ou total, além da diminuição ou ausência do reflexo fotomotor

211
Q

Por que o reflexo fotomotor se mostra diminuído com as oclusões arteriolares?

A

Porque nesses casos a retina está isquemiada e não consegue desempenhar sua função

212
Q

Como o exame de fundo de olho pode ser observado no paciente com oclusões arteriolares?

A

O exame de fundo de olho do paciente com oclusões arteriolares pode mostrar a retina esbranquiçada ou com manchas vermelho cereja, devido ao depósito de lipídios na retina, que pode ser secundário a alguma doença metabólica

213
Q

O que deve ser suspeitado quando o paciente com oclusões arteriolares apresentar PCR e VHS aumentados?

A

Arterite temporal

214
Q

Qual a conduta inicial da arterite temporal?

A

No caso das arterites temporais, o tratamento deve ser iniciado de imediato, sem que se espere pela biópsia, sobretudo se o paciente for idoso

215
Q

Que grupos costumam ser mais acometidos pela Degeneração Macular relacionada a Idade?

A

É esperado que 30% dos pacientes tenham DMRI aos 70 anos, sendo essa doença mais comum em pacientes acima dos 60 anos, brancos ou caucasianos, com 50% deles tendo história familiar para a doença, que tem dessa forma relação com o gene BCA4

216
Q

Quais são as formas de DMRI e como elas se diferenciam?

A

A DRMI em sua forma exsudativa ocorre com o paciente em bom estado e evoluindo subitamente para hemorragias. Apresenta também neovasos na área central da retina, que vem da coróide para a retina e sangram, gerando hemorragia. Já na forma seca ou gradual, a evolução é mais lenta como o nome diz, não apresentando neovasos ou sangramento. Entretanto, ocorre atrofia da coróide e morte das células da retina por falta de nutrição

217
Q

Qual pode ser a evolução clínica em um desfecho ruim do paciente com DMRI?

A

Os pacientes com DMRI podem apresentar uma mancha visual central, que pode levar a perda visual central, normalmente sem causar cegueira total e sendo mantida a visão periferica

218
Q

Qual deve ser o objetivo do tratamento da DMRI?

A

A DMRI deve ser tratada de forma a evitar a progressão da perda visual do paciente, não sendo em geral revertida a perda já instalada

219
Q

Quais exames complementares podem ser solicitados na investigação da DMRI?

A

Exame de fundo de olho, OCT (tomografia computadorizada de coerência óptica) e angiografia

220
Q

O que a angiografia pode evidenciar na investigação da DMRI?

A

A angiografia na investigação da DMRI pode identificar os neovasos

221
Q

Como é feito o tratamento da DMRI?

A

O tratamento da DMRI é feito com medicamentos como antiangiogenicos, Bevacizumabe, Ranibizumabe e Aflibercept. Além disso, há um tratamento de injeção que permite resolver os neovasos sem deixar cicatrizes, ao contrário dos lasers que as deixam

222
Q

O que pode ser observado no exame de fundo de olho do paciente com DMRI?

A

O exame de fundo de olho do paciente com DMRI pode mostrar os neovasos com hemorragias na região central da visão, que é a mácula. Além disso, podem haver outras alterações retinianas como drusas, ou seja, depósitos de lipofuscina abaixo da retina, associadas a alterações pigmentares na mácula

223
Q

Como a acuidade visual é avaliada na DMRI e em que nível o paciente é considerado com baixa acuidade?

A

Na DMRI, a acuidade visual é avaliada a partir da tabela de Snellen, sendo considerada baixa acuidade visual quando abaixo de 20/25

224
Q

Qual a sequência de camadas entre coróide, retina e esclera?

A

A esclera é a camada mais externa dessas três, enquanto a coróide fica entre a esclera e a retina e a retina é a mais interna ao olho (flashcard feito para entendimento das camadas macro do olho, não foi tirado exatamente do resumo)

225
Q

Qual a incidência do descolamento da retina?

A

1 a cada 10000 pacientes na população em geral

226
Q

Que fatores aumentam o risco de descolamento de retina e qual a incidência nesses casos?

A

O descolamento de retina é mais comum no pós operatório de cirurgias como para tratamento de catarata ou de miopia de alto grau (10-12º) com retirada do cristalino. No pós operatório da remoção do cristalino para miopia, a incidência aumenta para 1 a cada 1000 pacientes, enquanto que na cirurgia de catarata a incidência sobe para 1 a cada 100

227
Q

Qual complicação pós operatória relacionada à retina é de grande preocupação no tratamento cirúrgico da miopia?

A

Descolamento de retina

228
Q

Além dos pacientes em pós operatório de cirurgias oculares, que outros fatores podem estar associados ao descolamento de retina?

A

O descolamento de retina pode estar associado à história familiar ou a traumas diretos sobre o olho, que normalmente demanda algum condicionamento pessoal para levar ao caso

229
Q

Como costuma ser a apresentação clínica do paciente com descolamento de retina?

A

O paciente com descolamento de retina costuma relatar ter visto flashes ou raios, o que corresponde ao período antes do descolamento. Após o descolamento ocorrer, é comum que o paciente passe a ter uma mancha escura na visão ou uma distorção visual com piora progressiva

230
Q

O que de fato faz o descolamento da retina ir ocorrendo?

A

O descolamento da retina vai ocorrendo pela ação do humor vítreo sobre a retina

231
Q

Quais são os tratamentos possíveis para o descolamento de retina?

A

O tratamento do descolamento de retina é sempre cirúrgico, com vitrectomia, retinopexia ou introflexão da esclera

232
Q

Em que casos é indicada a retinopexia e no que essa cirurgia consiste?

A

A retinopexia é indicada nos casos onde o descolamento da retina é regmatogênico, ou seja, ocorre por buracos ou rupturas na retina. O tratamento consiste em injetar gases no meio intraocular, que então tapam o buraco na retina e impedem que o fluxo de líquidos aumente o descolamento

233
Q

No que consiste a vitrectomia?

A

A vitrectomia consiste na drenagem do humor vítreo

234
Q

No que consiste a introflexão da esclera?

A

Na introflexão da esclera, é usada uma faixa de silicone que é colocada ao redor da conjuntiva da esclera e da retina, apertando a esclera contra a retina e resolvendo o descolamento retiniano

235
Q

Qual o prognóstico do descolamento de retina quando tratado?

A

O tratamento cirúrgico para descolamento de retina, quando bem realizado, atinge até 90% de cura

236
Q

O que são fotopsias e escotomas cintilantes?

A

Fotopsias são flashes que podem ser visualizados quando o humor vítreo fricciona e pressiona a retina, ativando os fotorreceptores. Já os escotomas cintilantes são pontos brilhantes que podem ser vistos quando há alguma alteração neurológica

237
Q

O que é a Amaurose Fugaz?

A

A amaurose fugaz é o Ataque Isquêmico Transitório do córtex visual ou dos olhos

238
Q

Em que grupo etário a amaurose fugaz é mais comum e a que fatores prévios está associada?

A

A amaurose fugaz é mais comum em pacientes após os 50 anos, com queixas prévias de insuficiência vascular como quedas, vertigens e hemiparesia

239
Q

Qual a apresentação clínica da amaurose fugaz?

A

A amaurose fugaz pode causar perda visual súbita unilateral, quando se trata de um AIT do olho, ou bilateral, quando se trata de um AIT do córtex visual. Além disso, o paciente pode apresentar borramento ou escurecimento da visão, que pode durar segundos ou minutos, e relatar escotomas cintilantes ou fotopsias

240
Q

O que deve ser investigado nos pacientes com amaurose fugaz?

A

Os pacientes com amaurose fugaz devem passar por investigação para risco de cardiopatias, com checagem da pressão arterial, glicemia e lipidograma; além de avaliação dos sistemas vértebro-basilar e carotídeo

241
Q

Como é feito o tratamento da amaurose fugaz?

A

O tratamento da amaurose fugaz é feito com controle dos fatores de risco e com o uso de AAS

242
Q

Em que grupo de pacientes as enxaquecas são mais comuns?

A

As enxaquecas são mais comuns em mulheres abaixo dos 45 anos

243
Q

O que o paciente pode apresentar na clínica da enxaqueca?

A

O paciente com enxaqueca pode apresentar auras, que são escotomas que se expandem, de bordas irregulares prateadas ou coloridas, bilaterais e que duram de 20 a 45 minutos. Além disso, as enxaquecas podem estar associadas a episódios repetitivos de cefaléia unilateral

244
Q

Quais os fatores de risco para as enxaquecas?

A

As enxaquecas são muito relacionadas à história familiar, além de outros fatores como ingestão de chocolates, bebidas e queijos; sono e estresse

245
Q

Como é feito o tratamento das enxaquecas?

A

As enxaquecas são tratadas através do controle dos fatores de risco e do uso de analgésicos

246
Q

Em que grupo a neurite óptica é mais comum?

A

A neurite óptica é mais comum em mulheres entre 20 e 50 anos

247
Q

Como é a apresentação clínica da neurite óptica?

A

A neurite óptica normalmente se apresenta com escotoma central unilateral, podendo haver dor na movimentação ocular, perda da acuidade visual e alteração do reflexo pupilar, com esses episódios podendo se repetir

248
Q

Como normalmente é o exame de fundo de olho do paciente com neurite óptica?

A

Normal

249
Q

Que doença pode estar relacionada à neurite óptica? Qual a influência disso na conduta?

A

Esclerose múltipla. Devido a essa associação ser frequente, ela deve ser investigada com realização de ressonância magnética e pesquisa do anticorpo Aquaporina 4. Caso se confirme a relação com esclerose múltipla, a neurite óptica é tratada com pulsoterapia, ao contrário da conduta expectante realizada quando não há relação

250
Q

O que é a NOIA?

A

A NOIA é a palidez altitudinal do nervo óptico, ou seja, da metade para cima ou da metade para baixo

251
Q

Em que grupo etário a NOIA é mais comum?

A

Nos pacientes mais velhos

252
Q

Como é a apresentação clínica da NOIA? Que alterações podem ser vistas no exame de fundo de olho?

A

A NOIA se apresenta com escotomas altitudinais, podendo ser observado no exame de fundo de olho uma hemorragia nas margens do disco óptico. Essa hemorragia pode ser bilateral, mas normalmente não costuma ocorrer simultaneamente nos dois olhos

253
Q

Qual o tratamento da NOIA

A

O tratamento da NOIA em geral é ineficaz

254
Q

Quais fatores de risco podem estar associados à NOIA?

A

Hipertensão arterial, Hipercolesterolemia e Arterite temporal

255
Q

Qual a principal causa de hemorragias intraoculares?

A

Retinopatia diabética por Diabetes mellitus tipo 2

256
Q
A