PROVA DO SATANÁS Flashcards
O que compõe a camada externa do olho?
A Esclera e a Córnea
Quais outros nomes a camada média recebe e o que a compõe?
Também chamada de túnica vascular ou úvea, a camada média é formada pela íris, pela coróide e pelo corpo ciliar
Quais outros nomes a camada interna recebe e o que a compõe?
Também chamada de nervosa ou fotossensitiva, a camada interna é formada pela retina
Qual estrutura comunica a retina ao cérebro?
Nervo óptico
Explique como são os componentes da camada externa do olho e a função deles?
A esclera é a camada externa, espessa e opaca que contém as estruturas do globo ocular, sendo essa sua função e então servindo como espécie de caixa. Ainda, a esclera possui dois orifícios, um anterior, onde se encaixa na córnea, o outro componente da camada externa. A córnea então auxilia na visão, sendo uma camada transparente que permite que os raios de luz atravessem o globo ocular e cheguem à retina. Por fim, a esclera possui outro orifício, esse posterior, onde passam as fibras nervosas provenientes da retina e que formam o nervo óptico
Como se chama a área de transição entre a córnea e a esclera e qual a sua função?
Essa região se chama Limbo Esclerocorneano e é um importante referencial clínico-cirúrgico na localização de alterações vasculares e tumores, além de servir como local de entrada para a região anterior do olho passando rente à íris
Qual a localização da Íris na camada média do olho? Quais as suas funções e como ela funciona?
A Íris é a região mais anterior da camada média do olho, sendo responsável por dar a cor dos olhos. Além disso, a Íris controla a entrada de luz no globo ocular, sendo para isso composta por dois tipos de fibras musculares, as radiadas e as circulares. As fibras radiadas são estimuladas pelo sistema nervoso simpático e contraem ao receber esse estímulo, gerando assim a dilatação da pupila, o que é chamado de midríase. Já as fibras circulares compõem o esfíncter ocular e são estimuladas pelo sistema parassimpático, também contraindo com o estímulo. Entretanto, a contração das fibras circulares gera o fechamento da pupila, o que é chamado de miose
Sob quais estimulos luminosos ocorrem a midríase e a miose?
O estímulo simpático das fibras radiadas que gera a midríase ocorre com a redução da luminosidade, enquanto que o estímulo parassimpático das fibras circulares que gera a miose ocorre com o aumento da luminosidade
Quais as funções do corpo ciliar?
As principais funções do corpo ciliar estão relacionadas ao músculo ciliar, que é parte dele, e principalmente a uma parte desse músculo chamada de processos ciliares. Essas funções são a de auxiliar o cristalino no processo de acomodação visual e a da produção do humor aquoso.
Como o corpo ciliar auxilia o cristalino na acomodação?
Os processos ciliares do músculo ciliar são onde se prende um ligamento chamado Zônula. Esse ligamento também fica preso ao cristalino e o sustenta. Quando a Zônula contrai, ela traciona o cristalino e o deixa afinado, reduzindo seu poder de convergência e permitindo a visão de longe, já quando ela relaxa, ela permite que o cristalino esteja abaulado, o que aumenta seu poder de convergência e permite a visão de objetos próximos. A partir da contração do músculo ciliar, ele se anterioriza, deixando a Zônula frouxa e assim promovendo o abaulamento do cristalino
Como é a divisão em câmaras e segmentos do olho?
O cristalino divide o olho em segmentos anterior e posterior. A câmara anterior do olho é delimitada pela face posterior da córnea e a face anterior da íris, enquanto que a câmara posterior do olho é delimitada pela face posterior da íris e a face anterior do cristalino
Como ocorre a produção e a drenagem do humor aquoso?
O humor aquoso é produzido pelos processos ciliares e por isso cai inicialmente na câmara posterior do olho, passando pelo orifício pupilar para ganhar a câmara anterior. Na câmara anterior há um ângulo formado entre a íris e a córnea chamado de ângulo Iridocorneano, onde está o Canal de Schlemm. O humor aquoso é então drenado por esse canal
Qual a primeira consequência em caso de não drenagem do humor aquoso?
Caso o humor aquoso não seja drenado, logo ocorrerá aumento da pressão intraocular
O que é a coróide e qual é a sua função?
A coróide é uma camada tecidual que tem como função fornecer os vasos sanguíneos que nutrem os dois terços posteriores da retina
Qual a região mais vascularizada do olho?
O Plexo Coróide
Quais são as camadas da retina?
A retina é formada inicialmente por uma membrana limitante interna, seguida por camada de fibras ópticas, camada de células ganglionares, camada plexiforme interna, camada nuclear interna, camada plexiforme externa, camada nuclear externa, membrana limitante externa, camada de cones e bastonetes, epitélio pigmentar e coróide
Como as fibras nervosas da retina se movimentam para formar o nervo óptico?
Inicialmente, as fibras nervosas se dirigem à periferia da região macular tomando uma forma arqueada, chegando então ao setor temporal, onde ficam mais retilíneas e uma rafe separa fibras superiores de inferiores. Por fim, ao chegarem próximas à região nasal, tomam forma mais radiada
Quais são os elementos principais da retina?
As células fotorreceptoras, chamadas de cones e bastonetes
O que é a região macular?
A região macular é uma região avascular no centro da retina, que possui uma depressão chamada de fóvea central, ponto mais posterior do olho
O que é a papila e qual sua relação com os cones e bastonetes?
A papila é a região por onde os axônios do nervo óptico atravessam o orifício posterior da esclera, sendo uma região sem células fotorreceptoras e por isso o ponto cego do olho
O que é possível ver e deve ser avaliado no exame de fundo de olho?
Nesse exame podemos ver um ponto mais amarelo, que corresponde à papila e à cabeça do nervo óptico, além de devermos avaliar o calibre dos vasos mais finos e mais grossos, os ligamentos artério venosos, a região macular e a fóvea central
Como funcionam e se localizam os cones e bastonetes na retina?
Os bastonetes se localizam mais nas periferias da retina, enquanto os cones são mais localizados na região posterior, sendo assim a fóvea central uma região 100% composta por cones. Sendo mais sensíveis, os bastonetes ficam responsáveis pela visão noturna e por enxergar os tons de cinza, o que é chamado de visão escotópica. Já os cones são responsáveis pela visão diurna e por enxergar as cores (visão fotópica)
Como os cones ficam posicionados?
Em geral, os cones se posicionam de forma perpendicular, entretanto, na região da fóvea central, essas células ficam deitadas, para não atrapalhar o trajeto da luz
Como é preenchido o segmento posterior do olho?
O segmento posterior do olho é preenchido pelo corpo ou humor vítreo. Enquanto o humor aquoso é drenado numa taxa de 2 mcl/min, o humor vítreo se forma na fase embrionária e não se renova. Assim, se alguma doença acometer o olho e gerar a diminuição do humor vítreo, ele é substituído por outro líquido similar a ele, mas que é absorvido com o tempo
Quais ossos formam a órbita ocular? Qual osso próximo e conhecido não forma a órbita ocular?
A órbita ocular é formada por 7 ossos, sendo eles o etmóide, o esfenóide, o lacrimal, o frontal, o palatino, o zigomático e o maxilar. O osso nasal NÃO faz parte da órbita ocular
Quais ossos formam cada parede da órbita ocular?
O teto da órbita ocular é formado pelo osso frontal e pelo asa menor do osso esfenóide; a parede lateral é formada pelo osso frontal, pela asa maior do esfenóide e pelo osso zigomático; o assoalho é formado pelos ossos, zigomático, maxilar e palatino; enquanto a parede medial é formada pelos ossos maxilar, lacrimal, frontal, esfenóide e pela lâmina papirácea do osso etmóide
Quais são os acidentes ósseos mais importantes da órbita?
Na parede lateral superior há uma depressão que acomoda a glândula lacrimal; enquanto na parede medial existem os pontos lacrimais, que são as saídas dos canalículos lacrimais superior e inferior, por onde a lágrima é drenada. Além disso, os ossos maxilar e lacrimal formam a fossa ou goteira lacrima, onde fica o saco lacrimal, que recebe a lágrima drenada pelos canalículos. Por fim, existem forâmes ou canais como o canal óptico, na asa menor do esfenóide, por onde passam o nervo óptico e a artéria oftálmica, podendo esses ficarem estrangulados se houverem irregularidades no canal. Ainda, no osso frontal há a chanfradura supraorbitária, por onde passam a artéria, a veia e o nervo supraorbitários
Quais as regiões mais frágeis da órbita? Como podem ocorrer lesões dessas regiões e como isso pode se manifestar clinicamente?
As regiões mais frágeis da órbita são o assoalho e a parede medial. Na parede medial, a lesão mais comum é a partir de um soco ou ‘‘prendendo um espirro’’, o que pode fraturar o etmóide e assim romper a parede. Dessa forma, ocorreria entrada de ar na órbita, o que se manifesta no RX como um nível hidroaéreo e na clínica como uma possível exoftalmia. Já no assoalho, a lesão mais comum pode ocorrer a partir de uma bolada, que pode levar à fratura do maxilar. Como o assoalho sustenta estruturas como gordura e músculos, com sua ruptura pode ocorrer a herniação do globo ocular, o que se manifesta no RX como o sinal da gota pendente e na clínica como uma enoftalmia
Qual o tratamento indicado no caso de fratura do etmóide e ruptura da parede medial da órbita?
Antibiótico, sintomáticos e repouso
Quais são os músculos da motilidade ocular?
Reto superior, reto inferior, reto lateral, reto medial, oblíquo inferior e oblíquo superior
Quais são as inserções dos músculos da motilidade ocular?
Os músculos da motilidade ocular tem inserções fixas e móveis, sendo que a inserção fixa de todos eles, exceto do oblíquo inferior, é no arco da órbita. Já o músculo oblíquo inferior tem inserção fixa entre o assoalho e a parede medial. Dos que se inserem fixamente no arco da órbita, os quatro músculos retos se inserem no tendão de Zinn. Já a inserção móvel desses músculos é no globo ocular, com os músculos retor se inserindo um pouco a frente da linha do Equador do globo
Que nervos cranianos inervam os músculos da motilidade ocular? E o músculo orbicular?
Os músculos reto superior, reto medial, reto inferior e oblíquo inferior são inervados pelo nervo oculomotor (terceiro par), que também inerva o músculo elevador da pálpebra. Já o músculo reto lateral é inervado pelo nervo abducente (sexto par), enquanto o oblíquo superior é inervado pelo nervo troclear (quarto par). O músculo orbicular é inervado pelo nervo facial (sétimo par)
Como ocorre a motilidade ocular a partir dos músculos envolvidos?
Os músculos do olho trabalham em conjunto na mobilidade. Os retos lateral e medial apenas realizam abdução e adução, respectivamente. Dessa forma, ao mover o olhar ao lado esquerdo, atuam os músculos reto lateral do olho esquerdo e reto medial do olho direito. Já os retos superior e inferior podem trabalhar em conjunto com os músculos oblíquos. Enquanto o reto superior leva o olhar para cima, o reto inferior leva o olhar para baixo. Por fim, o músculo oblíquo inferior leva o olhar para cima e para lateral, o que faz com auxílio do reto superior. Já o músculo oblíquo superior leva o olhar para baixo e para lateral, tendo auxílio do reto inferior
Que estrutura recobre todo o globo ocular? Explique essa relação anatômica
Junto do globo ocular, existem outras estruturas como vasos linfáticos, feixes vasculonervosos e gordura. Recobrindo todas essas estruturas, fica o septo orbitário, que separa elas dos componentes de fora. O septo orbitário possui uma bolsa superior e uma inferior, se sustentando nos ligamentos palpebrais interno e externo
Como pode ocorrer a lesão do músculo elevador da pálpebra?
O músculo elevador da pálpebra é um músculo muito sensível, que retém o anestésico e pode ser lesado em cirurgias, gerando dificuldade em abrir o olho (na elevação da pálpebra)
O que é a pálpebra e quais estruturas a formam?
A pálpebra é a estrutura que protege o globo ocular. Ela possui um esqueleto chamado de tarso, havendo tarsos inferior e superior assim como as pálpebras. Dentro desse esqueleto, estão as glândulas de Melbomius, que são glândulas sebáceas que produzem lipídios e proteínas para as margens das pálpebras. Na face interna do tarso existe a conjuntiva tarsal, uma camada mucosa que faz o revestimento da região e fica congesta em processos inflamatórios. Essa conjuntiva se rebate para formar o fundo de saco. Externamente a esse esqueleto, está o músculo orbicular da pálpebra, que possui duas porções, uma palpebral e uma orbital. Ainda, a pálpebra possui folículos pilosos que dão origem aos cílios. Junto aos folículos pilosos, estão outras glândulas sebáceas chamadas de glândulas de Zeiss e de Moll
Que membrana recobre o bulbo ocular? Em que condições essa membrana pode ficar congesta?
A conjuntiva bulbar, que fica mais congesta em processos corneanos
Quais são as camadas do filme lacrimal?
A camada externa é uma camada lipídica, produzida pelas glândulas de Melbomius e que se segue da camada intermediária, que é aquosa e a mais espessa. A camada intermediária é produzida pelas glândulas lacrimais principal e acessórias. Já a camada profunda é mucóide e formada por glicoproteínas, que são produzidas pelas células caliciformes
Quais são as glândulas lacrimais acessórias e onde estão localizadas as glândulas lacrimais?
As glândulas lacrimais acessórias se localizam na conjuntiva. Enquanto a glândula de Wolfring fica em contato com o tarso e com a conjuntiva bulbar, a glândula de Krause se localiza no fundo de saco. Já a glândula lacrimal principal fica na fossa lacrima, no ângulo súpero-lateral da órbita ocular
Como a lágrima é produzida? Qual a sua função?
A lágrima é produzida naturalmente pela glândula lacrimal principal, entretanto essa produção aumenta sob estímulos físicos, químicos e/ou emocionais. Em condições naturais, a produção basal da lágrima é feita principalmente pelas glândulas lacrimais acessórias. A lágrima molha a superfície corneana e assim a protege
Quais mecanismos existem para a manutenção da atuação do filme lacrimal?
Primeiramente, o filme lacrimal possui uma camada externa lipídica, que serve para retardar sua evaporação. Entretanto, após um período, essa lágrima seca, precisando então ser renovada. Para isso, elas são recolhidas no ponto lacrimal, local de saída dos canalículos lacrimais superior e inferior. Contudo, esses canalículos lacrimais ficam normalmente fechados por uma válvula e a lágrima precisa passar para então ir ao saco lacrimal. Além disso, quando o olho está aberto o músculo de Horner abraça o saco lacrimal e o contrai. Dessa forma, é necessário que pisquemos o olho, já que quando esse se fecha, os canalículos se abrem, o músculo de Horner distende e o saco lacrimal se abre, sendo a lágrima varrida para esse saco. Já quando o olho abre novamente, o músculo de Horner novamente contrai e espreme o saco lacrimal, promovendo a passagem da lágrima para o ducto lacrimonasal, por onde esse líquido passa para chegar ao meato nasal inferior, se misturando então ao muco nasal
Como explicar uma criança com lacrimejamento e conjuntivites de repetição? Como podemos tratar isso e como não devemos tratar?
Crianças com lacrimejamento e conjuntivite de repetição podem ter alguma válvula não se abrindo nos canalículos lacrimais, o que faria a lágrima não ser renovada. Nesse caso, caso seja massageado o canto interno, deve haver saída de secreção. Com isso, podemos realizar massagem da região e lubrificar o globo com soro, já que assim iremos desobstruir os canalículos e a lágrima será renovada. Podem também ser usados antibióticos nesse caso, mas nunca se deve usar colírios com corticóide, já que isso pode causar glaucoma pseudo-congênito irreversível
Como explicar uma criança com lacrimejamento e fotofobia? Qual diagnóstico é possível nesse caso?
Nesse caso, pode haver obstrução do ducto lacrimonasal, fazendo com que o humor aquoso não se renove e a pressão intraocular aumente. Dessa forma, é possível o diagnóstico de glaucoma congênito
O que é o Ectrópio? De quais formas pode ocorrer e qual a mais comum? Em qual pálpebra é mais comum?
Ectrópio é a eversão da pálpebra, que fica então virada para fora, sendo mais comum na pálpebra inferior, mas podendo ocorrer em ambas. Pode ser congênito ou adquirido, sendo a forma adquirida a mais comum
De que formas pode ocorrer o ectrópio adquirido? Como é a ocorrência comum em idosos e como eles podem prevenir isso?
O ectrópio adquirido pode ocorrer por cicatrização de alguma lesão; por causa mecânica como uma massa ou algum fator favorecendo o ectrópio; na forma de ectrópio paralítico, quando há lesão do nervo facial e o músculo orbicular perde seu tônus; ou na forma involucionária, sendo essa a mais comum nos idosos. Nesses idosos, ocorre a involução da pálpebra e alguns deles não realizam o procedimento para correção, deixando a pálpebra exposta sem a proteção do filme lacrimal e com o tempo a pálpebra queratiniza. Uma forma de prevenção dessa ocorrência em idosos é o uso de lubrificante
Qual o tratamento para o ectrópio e como é feito?
O tratamento para o ectrópio é feito através da atasia, um procedimento cirúrgico onde se faz um pique na pálpebra e após isso se aproxima as bordas, gerando maior tensão nos ligamentos palpebrais e encurtando a pálpebra
O que é o Entrópio? De que formas pode ocorrer e quais são as mais comuns?
O entrópio é o inverso do ectrópio, ou seja, há inversão da pálpebra, que fica virada para dentro. Pode ocorrer de forma congênita, apesar de ser muito incomum (mais incomum que ectrópio congênito); por fator cicatricial; por processo senil, sendo essa uma causa comum; ou por espasmo agudo da musculatura do globo ocular, sendo essa uma causa também comum
Quais os tratamentos possíveis para o Entrópio? Como são feitos e como devem ser feitos?
O entrópio pode ser tratado com procedimento cirúrgico, que deve ser feito de forma a relaxar a musculatura ocular; ou através do uso de toxina botulínica (botox), que reduz a movimentação da musculatura. Em geral, deve-se sempre retirar os cílios do paciente nesse tratamento
Por que devemos retirar os cílios no tratamento do entrópio? Quais as complicações possíveis do entrópio?
Os cílios devem ser retirados no entrópio pois ao ficarem virados para dentro, podem ficar em contato com o globo ocular e acabar gerando lesão da córnea, o que pode vir a formar úlceras. Essas lesões podem ainda complicar com processos infecciosos. Além disso, pode haver complicação do entrópio com blefaroespasmo essencial
O que é o blefaroespasmo essencial? Que causas pode ter e como pode deixar o paciente? Qual tratamento pode ser feito nesse caso
O blefaroespasmo essencial são contrações involuntárias, espasmódicas e bilaterais dos músculos orbiculares, apesar de vários músculos poderem estar envolvidos nessa condição. Pode ocorrer como complicação do entrópio e pode também ter fator psiquiátrico envolvido, impedindo o paciente de abrir os olhos. O tratamento também pode ser feito com toxina botulínica
O que é a Triquíase? Como ocorre? Qual sua diferença em relação ao entrópio?
Na Triquíase, assim como no entrópio, os cílios também ficam em contato com a córnea e podem lesionar ela. Entretanto, nesse caso o que ocorre é que por algum processo inflamatório, infeccioso ou traumático nas pálpebras, a borda delas retrai e os cílios ficam mal posicionados, crescendo na parte interna do olho, onde está a córnea. É diferente do entrópio porque nesse caso a pálpebra está na posição normal e os cílios é que estão voltados para dentro, enquanto no entrópio toda a pálpebra se volta para dentro.
Como a Triquíase pode ser tratada?
Na triquíase, podemos remover os cílios um por um, ou ainda cauterizar ou usar laser de base de argônio para queimar os folículos pilosos um a um e causar atrofia deles. Pode também ser usado radiofrequência nos folículos pilosos
O que é a Distriquíase? De que formas pode ocorrer e o que pode causar? Como é feito o tratamento?
A distriquíase ocorre quando há uma carreira normal de cílios, mas também uma carreira extranumerária atrás dela, crescendo para a parte interna. Em geral, a carreira extranumerária é formada por cílios finos, brancos e quase indistinguíveis, mas que por ficarem roçando na córnea também podem comprometê-la. Pode ocorrer também de forma congênita ou adquirida e o tratamento é feito com a ressecção da parte interna da pálpebra para remover a carreira extranumerária, o que é chamado de ressecção da borda posterior
O que é a Blefarite? De que formas pode ocorrer e quais podem ser as causas? Em que pessoas isso pode ocorrer mais?
A blefarite é um processo inflamatório das pálpebras que pode ocorrer nas formas infecciosa ou escamosa. A forma escamosa pode ocorrer a partir de um processo alérgico a toxinas liberadas pelo Staphylococcus. Já o processo infeccioso pode ocorrer por ação de carrapatos e piolhos. É algo comum de ocorrer em pessoas com pele sebáceo-oleosa
Como a blefarite escamosa pode se apresentar clinicamente?
Na blefarite escamosa é possível ver escamas nos cílios e pálpebras do paciente
Como podemos manejar a blefarite?
Para evitar surgimento de Melbomite, processo infeccioso ou Triquíase, deve ser feita massagem da glândula de Melbomius com shampoo neutro e água morna, podendo o shampoo neutro ser diluído em 5 partes de água, sendo passado depois um cotonete. Sempre deve se higienizar o local, principalmente no caso de haver drenagem de secreção. No caso da blefarite infecciosa pode ser usada pomada de antibiótico com corticóide (Ciprofloxacino e Dexametasona)
O que é o Hordéolo? De quais formas pode ocorrer e como essas formas se apresentam? Como é feito o tratamento?
O hordéolo é um processo infeccioso das glândulas sebáceas da pálpebra, podendo ser na forma de hordéolo interno ou hordéolo externo. O hordéolo interno ocorre por infecção da glândula de Melbomius, enquanto o externo por infecção da glândula de Zeiss. Enquanto o hordéolo interno se assemelha à transfixação da pálpebra, acumulando secreção pela obstrução da glândula, o externo expele a secreção ao ser espremido. O tratamento é feito com água morna e pomada de antibiótico e corticóide
Qual patógeno causa o hordéolo e qual é a forma mais comum dessa doença?
Staphylococcus aureus. A forma mais comum é o hordéolo externo, causado pela infecção da glândula de Zeiss
O que é o calázio? Como ele ocorre e qual outra doença pode levar a ele? Qual a sua apresentação clínica?
O calázio é a formação de um cisto na glândula de Melbomius, ocorrendo quando sua secreção não é expelida e se acumula. Pode ocorrer a partir de um hordéolo interno, mas não havendo mais nesse caso sinais flogísticos ou ponto de drenagem, sendo o calázio inflamatório e granulomatoso
Como é feito o tratamento do calázio? O que pode ocorrer caso o tratamento não seja feito corretamente?
O calázio é tratado com injeção intralesional de corticóide sem conservante. Entretanto, se o calázio for muito grande, pode ser utilizada uma cureta para drenar e destruir as paredes do cisto. Caso as paredes do cisto não sejam destruídas, ele retorna a se formar
O que é o Colaboma de pálpebra? De que formas pode ocorrer? O que pode ser necessário para o tratamento?
O Colaboma é um processo inflamatório que leva a perda da estrutura palpebral, da parte externa do tarso. Pode ocorrer de forma congênita ou adquirida, sendo essa forma muito comum e podendo ocorrer após um trauma, quando a sutura não é feita nivelando a parte externa da pálpebra com a interna, tarso com tarso. Nesse caso, pode ser necessária cirurgia plástica futura para nivelar a pálpebra
Em que grupos é comum a infecção ocular por vírus Herpes e em que grupo é mais comum? Que formas de Herpes são mais comuns em cada grupo?
O vírus da Herpes pode causar infecção comumente em idosos ou crianças, sendo mais comum em idosos. Em geral, idosos são infectados pelo vírus Herpes Zoster e crianças pelo vírus Herpes simplex
Qual particularidade do vírus herpes zoster deve ser valorizada em uma infecção ocular?
É um vírus neurotrófico
Qual a relação do vírus Herpes Zoster de outras topografias com a infecção ocular?
A infecção por Herpes Zoster na face interna do nariz que gera formação de vesículas praticamente garante que haja infecção na córnea, já que essa transmissão ocorre através dos filetes nasociliares
Qual infecção ocular por vírus Herpes é mais fácil de tratar? O que ocorre na apresentação clínica do Herpes simplex?
A infecção por Herpes simplex é em geral mais simples de tratar, entretanto também se apresenta na clínica com formação de vesículas
Quais os principais sinais de alterações no aparelho lacrimal?
O lacrimejamento e o olho seco
Quais podem ser as causas do lacrimejamento? O que é indicado quando o lacrimejamento é o único sintoma?
O lacrimejamento pode ocorrer por corpo estranho, ceratite, irite ou conjuntivite. Quando o lacrimejamento é o único sintoma, é indicado que há problema na drenagem do filme lacrimal ou, raramente, hipersecreção
O que pode causar o olho seco? Como isso é avaliado?
Em geral o olho seco é causado por hipossecreção, sendo isso avaliado pelo Teste de Schirmer
O que é a Dacriocistite? De que formas pode existir e de que forma normalmente se apresenta? Qual a origem em geral desse quadro?
A dacriocistite é a inflamação do saco lacrimal, podendo ser aguda ou crônica e em geral sendo acompanhada de obstrução do ducto lacrimonasal, unilateral, que forma um cisto que precisa ser removido. Em geral, é um quadro de origem bacteriana
Qual a apresentação clínica da dacriocistite?
A dacriocistite normalmente se apresenta como um edema agudo, muito doloroso e com hiperemia, na borda palpebral nasal inferior
Que grupos são mais acometidos pela dacriocistite? Que grupo é o mais acometido pela sua forma crônica?
A dacriocistite acomete principalmente crianças e adultos de origem portuguesa após os 40 anos. A forma crônica dessa doença acomete 90% das vezes mulheres na menopausa
Qual o tratamento para a dacriocistite?
Inicialmente, na forma aguda, se usa compressas com água morna e antibióticos locais e sistêmicos, enquanto na forma crônica é feita uma cirurgia, a Dacriocistorrinostomia. Em crianças, pode ser feita em geral a Dacriocistorrinostomia sob anestesia, sendo a sondagem uma opção difícil. Em crianças até 1 ano de idade, pode ser tentada massagem e, em crianças entre 1 ano e 1 ano e meio, pode ser tentada a sondagem. Entretanto, quando essas estratégias não dão certo ou quando a criança tem mais de 1 ano e meio, a cirurgia deve ser feita
Qual repercussão óptica pode ocorrer em doenças reumatológicas? O que pode vir a ser necessário nesse caso?
Doenças reumatológicas podem causar olho seco, o que pode gerar lesão da córnea e perda da visão por opacidade total da córnea. Nesse caso pode ser necessário transplante de córnea
Como é formada a retina?
A retina é formada por duas estruturas laminares, o epitélio pigmentado externo e a retina neural interna. Elas são formadas pela invaginação da vesícula óptica embrionária, formando uma taça, com aposição da membrana ectodérmica externa
O que é a visão? Toda luz é visível ao ser humano?
A visão é um processo que se inicia pela conversão da luz, formada por ondas eletromagnéticas, em impulsos neurais elétricos pelos fotorreceptores da retina. A partir disso, esses impulsos vão ao cérebro, onde são processados e elaborados para formar imagens do mundo externo úteis ao observador, o que é interpretado como visão. Nem toda luz que chega à retina é visível ao ser humano, já que algumas ondas são barradas no processo, sendo apenas as de comprimento entre 400 e 700nm visíveis ao ser humano
De onde vem as fibras que formam o nervo óptico?
Da Retina
Quais são as outras células que formam a retina, além das células fotorreceptores?
Além dos fotorreceptores, existem células de comunicação, como as células bipolares e os interneurônios; células ganglionares; pericitos; endotélio vascular e células da glia, como astróglias, micróglias, células de Schwann e Oligodendrócitos
Qual a importância das células ganglionares?
São os axônios das células ganglionares que formam o nervo óptico, que é o encarregado de levar os impulsos neurais elétricos da retina do olho para o cérebro
Qual a particularidade do olho dos albinos?
O olho dos albinos não contém pigmento na camada pigmentar externa da retina
Quantas camadas de células neurais, com núcleo, e de camadas epiteliais existem na retina? Que camadas são essas?
Existem 3 camadas de células neurais com núcleo na retina e 1 camada epitelial. Enquanto as 3 camadas são a camada de células fotorreceptoras, com cones e bastonetes; a camada de células bipolares e interneurônios, sendo eles as células horizontais e amácrinas; e a camada de células ganglionares; a camada epitelial é o epitélio pigmentar externo
Quantos tipos de cones existem?
Existem 3 tipos de cones
Qual o caminho feito para luz até chegar aos receptores?
A luz inicialmente incide sobre o olho atravessando o filme lacrimal, passando então pela córnea, pelo humor aquoso, pelo cristalino, pelo humor vítreo e então chega à retina, onde estão os fotorreceptores
Por que os receptores conseguem gerar a visão?
Porque as células fotorreceptores, cones e bastonetes, possuem proteínas que são estimuladas pela chegada da luz e assim fazem a conversão das ondas eletromagnéticas da luz em impulsos neurais elétricos
Qual caminho o impulso neural elétrico percorre entre as células da retina e o que ocorre com ele?
O impulso neural elétrico gerado pelas proteínas das células fotorreceptores passa então às células bipolares, para então ser passada às células ganglionares que formam o nervo óptico. Nesse caminho, os impulsos são filtrados para que apenas a faixa de luz visível seja captado pelo cérebro
Quantos cones, quantos bastonetes e quantas fibras do nervo óptico existem? O que essa relação causa?
Existem aproximadamente 100 a 120 milhões de bastonetes, 6 milhões de cones e 1,2 milhões de fibras do nervo óptico. Dessa forma, cada fibra do nervo óptico recebe proporcionalmente informações de muitos bastonetes e de poucos cones
Qual o fotorreceptor mais importante e por que? Qual a função prática de cada fotorreceptor e que doenças podem atrapalhar essas funções? Nessas doenças, o que ocorre com a visão?
Os bastonetes são mais importantes para a visão que os cones. Isso ocorre porque os bastonetes são responsáveis pela visão de conjunto, o que é muito mais importante para a sobrevivência, enquanto os cones são responsáveis por captar as cores e os detalhes. Na degeneração macular, ocorre a perda dos cones, sendo que nesse caso a pessoa ainda consegue caminhar e encontrar pessoas, só não conseguindo reconhecê-las. Já no glaucoma avançado, onde ocorre perda das células ganglionares, por gerar envolvimento dos bastonetes a pessoa não consegue caminhar sem esbarrar em objetos, apesar de ainda ser capaz de ler em cores
Como a visão é captada em cada olho? Como ocorre o processo final para formação da imagem, como é chamado esse processo e o que necessita para ocorrer?
A visão é captada separadamente por cada olho como uma imagem bidimensional. Ocorre então a união das imagens bidimensionais dos dois olhos, sendo formada a imagem tridimensional. Esse processo se chama estereopsia e para ocorrer o ganho de profundidade é necessário que as imagens captadas por cada olho sejam ligeiramente diferentes uma da outra
Como é o segmento exterior dos fotorreceptores?
Os segmentos exteriores dos cones e bastonetes são dendritos especializados que contém discos onde estão as proteínas que captam a luz
Como é a divisão dos bastonetes entre segmento interior e segmento exterior? Onde se localiza, qual é e de onde vem o pigmento desse fotorreceptor?
Os bastonetes possuem segmentos exteriores com lamelas membranosas que formam os discos, cujas membranas contém o pigmento Rodopsina. A rodopsina é formada pela proteína escotopsina e pelo aldeído da Vitamina A, o cis retinal. Já o segmento interior dos bastonetes é separado do exterior por uma haste de conexão
Quais são as repercussões da vitamina A para a visão? Por que?
A carência de vitamina A gera perda de visão porque é justamente o aldeído da vitamina A, o cis retinal, que forma o pigmento dos bastonetes. Em contrapartida, a hipervitaminose A cursa com edema de papila
Em que sentido os bastonetes necessitam do epitélio?
Os bastonetes necessitam do epitélio pigmentar externo para a renovação de seus pigmentos
Como é chamado o pigmento dos cones? Quantos tipos existem e qual a diferença entre eles? Como a partir desses conseguimos ver todas as cores?
Os pigmentos dos cones se chamam Iodopsinas ou Fotopsinas, havendo 3 tipos de Iodopsinas e por isso 3 tipos de cones. Cada tipo de iodopsina tem sensibilidade máxima para uma cor primária do espectro (Vermelho, Verde e Azul) e é a partir da combinação entre essas cores que vemos todas as outras
Qual o nome da conversão de ondas eletromagnéticas em impulsos neurais?
Fotoransdução
A partir de qual método ocorre a fototransdução e como ele ocorre?
A fototransdução ocorre, assim como os impulsos nervosos em geral, a partir do método do ‘‘Tudo ou Nada’’. Nesse método, a despolarização ocorre ou não, a partir do momento que há o estímulo necessário. Quando há menos claridade portanto, os cátions estão em maioria fora da célula e então, quando vamos a um ambiente mais claro, a rodopsina ativada leva a uma reação que começa a entrada de sódio e a saída de potássio da célula. Nesse momento, ocorre a liberação do neurotransmissor Glutamato pelo fotorreceptor na fenda sináptica, iniciando o impulso neural. Com isso, os canais de sódio se fecham, parando a entrada deste na célula, levando à hiperpolarização, que por sua vez leva à parada da liberação do Glutamato na fenda
Como é caracterizada a visão escotópica dos bastonetes? Por que isso ocorre?
A visão escotópica dos bastonetes é caracterizada pela capacidade de visão periférica, adaptação ao escuro e percepção de movimentos. Isso ocorre porque a rodopsina não é sensível a cores, mas sim às variações de luminosidade e de movimentos
Como ocorre a adaptação ao escuro dos bastonetes?
Através do acúmulo de rodopsinas
Qual fotorreceptor é mais sensível e o que isso significa?
Os bastonetes são cerca de 30 a 300 vezes mais sensíveis que os cones, significando que os cones necessitam de muito mais luminosidade para serem estimulados
Qual a opacidade da retina?
A retina é transparente
Como é o sistema óptico do olho? Como ocorre a focalização das imagens?
O sistema óptico do olho é formado por um abertura variável, que é a pupila; duas lentes, que são a córnea e o cristalino; e uma superfície de focalização, que é a retina. A focalização das imagens ocorre a partir da ação de duas lentes, a córnea e o cristalino, sobre a retina
Na confecção de lentes, o que significa as dioptrias?
A dioptria é o inverso da distância focal em metros
Quais as superfícies refratárias do olho e quais são seus índices de refração? Qual a superfície mais importante e qual é essa parcela de importância?
Para chegar à retina, a luz passa primeiramente pelo ar, com índice de refração igual a 1; para então passar pela córnea, com índice de refração de 1,38; pelo humor aquoso, com índice de refração de 1,33; pelo cristalino, de índice de 1,4; e pelo humor vítreo, de índice igual a 1,34. Dessa forma, devido à maior diferença de índices de refração ser entre o ar e a córnea, a córnea é o principal elemento de focalização do olho, sendo responsável por 2/3 da capacidade de refração, enquanto o cristalino é responsável por 1/3, tendo capacidade de 20D
Apesar de a córnea ser o principal elemento de focalização do olho, qual a grande capacidade e importância do Cristalino? O que pode ocorrer com ele com a idade e o que é feito nesse caso?
Apesar de ser o principal elemento de focalização no olho, a córnea tem formato fixo; enquanto o cristalino possui formato convexo, mas é capaz de mudar seu formato para aumentar seu poder refrativo, o que é chamado de acomodação visual. É dessa forma que enxergamos objetos de longe e de perto, com o cristalino precisando realizar a convergência de raios divergentes sobre a retina. Com a idade, o cristalino vai perdendo a sua transparência, impedindo a visão, sendo nesse caso colocado uma lente no lugar do cristalino opaco