PROVA Flashcards
(40 cards)
Em que grupos de pacientes os tumores renais são mais comuns?
É 2x mais comum em homens. É ainda mais comuns em pacientes com doença renal policística, transplantados e pacientes em hemodiálise. É mais comum na faixa etária de 50 a 70 anos
Como também é chamado o Câncer Renal?
Adenocarcinoma renal ou hipernefroma
Quais os subtipos histológicos de tumor renal mais diagnosticados no adulto?
Carcinoma Renal de células claras (85%), seguido do Carcinoma Papilífero e do Carcinoma Cromófobo
Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento de tumores renais?
Obesidade, Hipertensão, Tabagismo, História familiar, diálise/DRC, Doença de von Hippel Lindau, exposição ocupacional a benzeno, esclerose tuberosa
Qual é a apresentação clínica dos tumores renais?
Em geral, esses tumores se apresentam assintomáticos por longo período de tempo, mas aproximadamente 10-40% dos pacientes apresentam a tríade clássica de Hematúria, dor nos flancos e massa palpável. É possível ainda que haja varicocele (dilatação anormal das veias testiculares), sendo que a varicocele direita gera mais suspeitas de câncer já que a esquerda é mais comum
Como é feito o diagnóstico dos tumores renais?
Muitas vezes, esses tumores são diagnosticados acidentalmente em exames como USG de abdome e TC, indicados por outros motivos. Entretanto, são esses mesmos exames que devem ser usados para o diagnóstico, identificando nódulos ou massas sólidas. Enquanto o USG tem 98% de acurácia na diferenciação de cistos e lesões sólidas, a TC é o melhor exame para o diagnóstico e estadiamento dessas massas (padrão ouro). A RNM não é muito utilizada, mas é a melhor para identificação de trombos murais e tem a vantagem de não utilizar contraste iodado ou radiação. É possível ainda observar a hematúria, aumento do VHS e anemia nos exames laboratoriais. O RX de tórax é solicitado em alguns casos para avaliar acometimento pulmonar, enquanto a biópsia é feita raramente para definir malignidade do tumor e definir a abordagem.
Quais são os critérios avaliados no estadiamento de tumores renais?
O estadiamento dos tumores renais (TNM) é feito através de TC, utilizando 3 critérios: presença de metástases a distância (critério M), envolvimento de linfonodos regionais (critério N) e tamanho do tumor (critério T).
Critério M-> É considerado M0 o tumor sem metástase distante e M1 o tumor que apresenta tal metástase.
Critério N-> É considerado NX o tumor onde não pode ser avaliado linfonodo regional, N0 quando não envolve linfonodo regional e N1 quando envolve.
Critério T-> É considerado TX o tumor de tamanho não avaliado; T0 a ausência de tumor primário; T1 o tumor limitado ao rim menor que 7cm em sua maior dimensão (sendo T1a o tumor menor que 4cm e T1b o tumor entre 4 e 7cm na maior dimensão); T2 o tumor limitado ao rim maior que 7cm (sendo T2a o tumor entre 7 e 10cm e T2b o tumor maior que 10cm); T3 o tumor que acomete os principais tecidos e veias perinéfricos, mas sem se estender além da fáscia de gerota ou à glândula adrenal ipsilateral (T3a o tumor que acomete a veia renal e suas ramificações, a gordura perirrenal e/ou do seio renal e/ou o sistema pélvico-ciliar, T3b o tumor que se estende à veia cava abaixo do diafragma e T3c o tumor que chega à veia cava acima do diafragma ou à parede da veia cava); e T4 o tumor que vai além da fáscia de Gerota, incluindo os tumores que chegam à adrenal ipsilateral.
Como é feito o estadiamento dos tumores renais?
A partir da definição dos critérios, se define o estágio da seguinte forma: qualquer tumor M1 ou T4 é considerado de estágio 4; qualquer tumor M0, que seja T3 ou N1 é considerado de estágio 3; qualquer tumor M0, N0 e T2 é considerado de estágio 2; e os tumores M0, N0 e T1 são considerados de estágio 1
Quais os sítios mais comuns de metástase para os tumores renais? Por quais vias essas metástases podem ocorrer?
Pulmões, Ossos, Fígado e Cérebro. Os tumores renais podem fazer metástase por via hematogênica, linfática ou por contiguidade
Qual a particularidade envolvendo a clínica e o tratamento das metástases ósseas?
As metástases ósseas costumam ser muito dolorosas, podendo ser iniciada radioterapia paliativa
Qual o tratamento indicado para os tumores renais? O que devemos avaliar na escolha?
A escolha do tratamento sempre irá passar pela avaliação clínica do paciente, observando principalmente Performance Status (estado geral do paciente), mas também o estágio da doença e as condições clínicas (obesidade, idade, comorbidades…). Em geral, é realizada a Nefrectomia Total ou Radical, havendo bom prognóstico nos casos em que há margens livres e podendo ser feita imunoterapia com Interferon Alfa para complementação. Em casos de tumores menores que 4cm, tumores bilaterais ou tumores em rim único, pode ser realizada Nefrectomia Parcial ou ablação com crio ou radioterapia (menos indicado). Por sua vez, pacientes idosos, com alto risco cirúrgico ou com tumores pequenos podem ficar sob vigilância clínica. Já no caso de tumores metastáticos, pode ser feito tratamento sistêmico com inibidores do checkpoint imunológico ou inibidores da tirosina quinase. Em geral os tumores renais são resistentes a quimio e radioterapia
Quais Síndromes Paraneoplásicas costumam ocorrer no câncer renal?
Anemia, Febre, HAS, disfunção hepática, policitemia (aumento de EPO), hipercalcemia e metástases
O que são os cistos renais? Qual a localização mais típica deles nos rins?
São saculações anormais do parênquima renal, com conteúdo líquido. Em geral, ficam localizados nas áreas mais periféricas (corticais) dos rins
Em que grupos os cistos renais são mais comuns? Os cistos podem ser secundários a que condições?
Os cistos são muito frequentes em idosos, sendo idiopáticos nesses casos. Podem ainda ser congênitos, genéticos (como na Doença Renal Policística) e secundários a DRC ou a Neoplasias Malignas
Qual a apresentação clínica dos cistos renais? Devido a isso, como são normalmente diagnosticados?
Os cistos renais são na maioria das vezes assintomáticos, sendo por isso normalmente diagnosticados em exames de imagem como achado incidental. Entretanto, mais raramente podem causar obstrução urinária, quando ocorrem próximo aos cálices renais, hematúria, dor lombar e infecções urinárias de repetição
Como são classificados os cistos renais pela classificação de bosniak?
Bosniak 1 (Cistos benignos simples, não complicados)
- Cistos renais de parede fina (até 1mm), sem septos, calcificações ou elementos sólidos. Possuem conteúdo aquoso homogêneo (<20 HU), alinhamento regular com o parênquima e não tem realce ao contraste
Bosniak 2 (Cistos minimamente complexos)
- Cistos de parede fina, com septos e/ou calcificações finas, até 3cm de diâmetro, não possuem realce ao contraste
Bosniak 2F (Lesões císticas com aumento de achados anormais)
- Cisto de paredes um pouco grossas e irregulares, de mais de 3cm de diâmetro, com múltiplos septos finos e presença de lesões densas ou calcificações. Sem realce ao contraste
Bosniak 3 (cisto mais complicado)
- Cisto com espessamento da parede e nodularidade uniformes. Presença de septos grossos e calcificações grossas ou irregulares. Tem imagem realçada ao contraste
Bosniak 4 (cisto maligno)
- Cisto de margens irregulares com grandes componentes císticos, elementos sólidos aprimorados (>10HU), nódulos proeminentes. Classificação independente de septos. Tem realce ao contraste
Qual o risco de malignidade de cada cisto de acordo com a classificação de Bosniak?
Bosniak 1-> menos de 1% de risco
Bosniak 2-> menos de 3% de risco
Bosniak 2F-> 5-10% de risco
Bosniak 3-> 50% de risco
Bosniak 4-> 80-100% de risco
Qual a abordagem terapêutica para cada cisto renal de acordo com a classificação de Bosniak?
Cistos Bosniak 1 e 2, caso assintomáticos, não precisam de acompanhamento, sendo feito tratamento conservador. Cistos Bosniak 2F devem ter acompanhamento de 6 em 6 meses com USG e/ou TC. Cistos Bosniak 3 e 4 demandam excisão cirúrgica
Qual o nome do câncer de próstata típico? O que há de importante quanto a sua epidemiologia? Em que países é mais diagnosticado? Em que fase costuma ser diagnosticado é porque?
Adenocarcinoma de próstata. Ele é o câncer mais comum em homens após os tumores de pele não melanoma, além de ser a segunda maior causa de morte oncológica em homens (após cancer de pulmão). É mais diagnosticado em países desenvolvidos devido ao maior screening, feito com rastreamento do PSA, sendo por isso diagnosticado normalmente ainda como massa impalpável ao toque retal, se limitando à glândula
Quais os fatores de risco para o câncer de próstata?
Idade: 3/4 dos pacientes são homens acima dos 65 anos
Etnia: É 2x mais comum em negros que em brancos, sendo menos comum em asiáticos (esse impacto diminui quando os asiáticos se mudam ao ocidente, o que mostra efeito do estilo de vida, mas ainda há carga étnica)
História familiar: 85% dos casos são esporádicos (carga familiar negativa), sendo que nós 15% hereditários, o risco de ocorrência depende do número de parentes afetados, do grau de parentesco e da idade no diagnóstico. Pacientes com familiar de primeiro grau diagnosticados antes dos 55 anos e com mais de 3 gerações acometidas tem grandes chances de ter esse câncer pois há mais risco de se tratar da forma hereditária
BRCA1 e BRCA2: Esses genes relacionados ao câncer de mama são também relacionados ao desenvolvimento de câncer de próstata, motivando a ocorrência de coagregação familiar entre esses tipos de câncer
HPC-1: Esse gene é relacionado a uma enzima envolvida na imunidade inata. Devido a isso, a mutação desse gene predispõe a infecções virais, tornando os pacientes extremamente suscetíveis ao câncer de próstata e tendo maior risco de agressividade. Nos casos de HPC-1 mutado, uma infecção viral assintomática na próstata por vírus como XMRV pode desencadear o câncer de próstata. Por isso, se acredita que a vacinação contra esse vírus pode prevenir o câncer de próstata assim como a vacinação do HPV previne o câncer do colo útero
IGF-1: Este é um hormônio essencial no crescimento somático humano, sendo que maiores níveis séricos estão relacionados a maior risco de câncer de próstata
Dieta rica em lipídios: A dieta rica nestes nutrientes, principalmente os ácidos graxos saturados, está relacionada a maior risco dessa doença
Obesidade: O aumento do IMC também aumenta risco desse câncer
A hiperplasia prostática benigna e a prostatite são fatores de risco para o câncer de próstata?
Não
Como é classificado o câncer de próstata modernamente quanto às suas fases? O que isso mostra sobre a evolução da doença? Qual o efeito da carga étnica sobre as fases?
Lesão histológica clinicamente oculta (latente) e doença clinicamente manifesta. Dessa forma, percebe-se que esse câncer apresenta uma iniciação e então uma progressão. Enquanto não há efeito algum da etnia sobre a iniciação da doença, ocorrendo mais conforme a idade avança, é totalmente dependente da etnia a progressão da doença
Como o câncer de próstata surge? Especifique a respeito
A partir de diferentes mutações genéticas e epigenéticas. A fusão dos genes ERG e TMPRSS2 gera a ativação de múltiplos oncogenes e aumenta o efeito dos androgênios sobre o tumor, aumentando a iniciação e a progressão da doença. Os polimorfismos do gene para receptor de androgênio, como a ativação intrínseca do receptor (fica ativado independentemente da presença de androgenios) são muito relacionados à progressão da doença. E por fim, 100% dos casos de câncer de próstata apresentam mutação epigenética com hipermetilacao do gene GSTP1, que em condições normais protege a célula do estresse oxidativo. A partir dessa mutação, o núcleo fica mais exposto aos radicais livres e há aumento de mutações cumulativas que geram a iniciação da doença
Qual o subtipo histológico mais comum do câncer de próstata? Em que localização costuma ocorrer e como isso influencia o exame físico?
Adenocarcinoma acinar, sendo na maioria das vezes multifocal e periférico (área posterior da próstata). Devido a isso, na maioria das vezes o câncer é potencialmente alcançável pelo toque retal