Protocolo de tratamento - ILAS Flashcards
De forma geral, partindo dos conceito de cada um, como diferenciar Infecção sem disfunção, sepse e choque séptico?
- Infecção sem disfunção: Infecção (bacterina, viral, fúngica etc) suspeita ou confirmada, sem disfunção orgânica, de forma independente da presença de sinais de SRIS.
- Sepse: Infecção suspeita ou confirmada associada a disfunção orgânica, de forma independente da presença de sinais de SRIS. Essa disfunção é ameaçadora à vida em decorrência da presença de resposta desregulada à infecção. A presença de disfunção orgânica na ausência dos critérios de SRIS pode representar diagnóstico de sepse. Assim, na presença de uma dessas disfunções, sem outra explicação plausível e com foco infeccioso presumível, o diagnóstico de sepse deve ser feito.
- Choque séptico: Sepse que evoluiu com hipotensão não corrigida com reposição volêmica (PAM ≤65 mmHg), de forma independente de alterações de lactato.
Sobre o Critério qSOFA, indique:
1) Para que serve/indicações de uso;
2) 3 componentes que são avaliados nele
1) identificaria com boa acurácia entre pacientes fora da UTI aqueles com maior risco de óbito. Como possui baixa sensibilidade, não deve ser utilizado para triagem de pacientes com suspeita de sepse, mas sim para, após a triagem adequada desses pacientes com base em critérios mais sensíveis.
2) Rebaixamento de nível de consciência; FR ≥ 22 ipm e PAS abaixo de 100 mmHg.
Quais os critérios para o diagnóstico da Síndrome de Resposta Inflamatória Sistêmica?
A síndrome da resposta inflamatória sistêmica é definida pela presença de no mínimo dois dos sinais abaixo:
- Temperatura central > 38,3º C ou < 36ºC OU equivalente em termos de temperatura axilar;
- Frequência cardíaca > 90 bpm;
- Frequência respiratória > 20 rpm, ou PaCO2 < 32 mmHg
- Leucócitos totais > 12.000/mm³; ou < 4.000/mm³ ou presença de > 10% de formas jovens (desvio à esquerda).
Quais as principais disfunções orgânicas na sepse (critérios)?
As principais disfunções orgânicas são:
- Hipotensão (PAS < 90 mmHg ou PAM < 65 mmHg ou
queda de PA > 40 mmHg)
- Oligúria (=0,5mL/Kg/h) ou elevação da creatinina (>2mg/dL);
- Relação PaO2/FiO2 < 300 ou necessidade de O2 para manter SpO2 > 90%;
- Contagem de plaquetas < 100.000/mm³ ou redução de 50% no número de plaquetas em relação ao maior valor registrado nos últimos 3 dias;
- Lactato acima do valor de referência;
- Rebaixamento do nível de consciência, agitação, delirium;
- Aumento significativo de bilirrubinas (>2X o valor de referência).
Na presença de uma dessas disfunções, sem outra explicação plausível e com foco infeccioso presumível, o diagnóstico de sepse deve ser feito, e o pacote de tratamento iniciado, imediatamente após a identificação.
Acerca da SRIS, indique Verdadeiro ou Falso:
( ) A SRIS não faz parte dos critérios para definição da presença de sepse
( ) A SIRS possui valor como instrumento de triagem para a identificação de pacientes com infecção e, potencialmente, sob risco de apresentar sepse ou choque séptico
V
V
Após identificar o paciente com suspeita de sepse, a equipe médica decide se deve ou não haver o seguimento do protocolo, com base na probabilidade de se tratar de sepse. Qual conduta deve ser tomada de acordo com cada situação a seguir?
1) Em pacientes com qualquer das disfunções clínicas utilizadas na triagem (hipotensão, rebaixamento de consciência, dispneia ou desaturação e, eventualmente, oligúria);
2) Em pacientes com disfunção clínica aparente, mas com quadro clínico sugestivo de outros processos infecciosos atípicos, como dengue, malária
e leptospirose;
3) Em pacientes sem disfunção clínica aparente;
4) Pacientes em cuidados de fim de vida.
1) Deve-se dar seguimento imediato ao protocolo, com as medidas do pacote de 1 hora, e proceder a reavaliação do paciente ao longo das 6 primeiras horas.
2) A equIpe médica poderá optar por seguir fluxo específico de atendimento
3) Pode ser decidido por outro fluxo de tartamento se o paciente for de baixo risco, como os jovens e sem comorbidades ou pacientes com patologias com baixa probabilidade de se tratar se sepse (ex.: quadros típicos de infecções de via aérea alta ou amigdalites). Nesses casos, pode-se optar pela investigação diagnóstica simplificada e observação clínica antes da administração de antimicrobianos da primeira hora.
4) Nesse caso, o protocolo de sepse deve ser descontinuado.
Quais os grandes eixos que devemos lembrar no tratamento da sepse na primeira hora?
1) Coleta de exames laboratoriais;
2) Prescrição e administração de antimicrobianos;
3) Avaliar necessidade de ressuscitarão volêmica;
4) Avaliar necessidade de drogas vasopressoras;
Obs.: como um complemento ao pacote de 1 hora, dentro de 2 a 4 horas após o início da ressuscitação volêmica, novas dosagens de lactato devem ser solicitadas para avaliar o clareamento do mesmo.
Na primeira hora do tratamento da sepse, deve haver prescrição e administração de antimicrobianos por via _____, sendo eles de _____ espectro para a situação clínica, visando o foco suspeito. Deve-se utilizar dose _____ para o foco suspeito ou confirmado, com dose de ataque nos casos pertinentes, ____ ajustes para a função renal ou hepática.
- Endovenosa
- Amplo
- Máxima
- Sem (Lembrar que pode-se manter doses sem ajuste para função renal pelas primeiras 24 horas).
Na 1° hora do tratamento da sepse, a administração de antibióticos possue peculiaridades importantes. Responda quando devem ser tomadas cada uma das seguintes medidas.
1) Atentar para a dilução adequada de forma a evitar incompatibilidade e concentração excessiva;
2) Utilizar a infusão estendida de antibióticos;
3) Utilizar terapia combinada, com duas ou três drogas
4) Considerar o uso de diferentes classes de antibióticos, para um mesmo agente;
5) Restringir o espectro antimicrobiano.
1) Sempre;
2) Se betalactâmicos como piperacilina-tazobactam e meropenem, com exceção da primeira dose, que deve ser administrada, em bolus, o mais rápido possível;
3) Quando existir suspeita de infecção por agentes multidrogas resistentes;
4) Em pacientes com choque séptico;
5) Sempre que o patógeno for identificado e a sensibilidade conhecida.
Quando está indicado o uso de vasopressores no tratamento de primeira hora da sepse? Por que via ele pode ser feito?
- Para pacientes que permaneçam com pressão arterial média (PAM) abaixo de 65 após a infusão de volume inicial). Não se deve tolerar pressões abaixo de 65 mmHg por períodos superiores a 30-40 minutos. Em casos de hipotensão ameaçadora a vida, pode-se iniciar o vasopressor mesmo antes ou durante a reposição volêmica.
- Pode ser iniciado em veia periférica, enquanto se providencia o acesso venoso central.
Qual a droga de primeira escolha como vasopressora em situações de sepse? Quais são outras opções e quando podem ser usadas?
- Noradrenalina.
- Vasopressina: uso com intuito de desmame de noradrenalina ou como estratégia poupadora de catecolaminas
- Adrenalina: preferível em pacientes que se apresentem com débito cardíaco reduzido.
- Dobutamina: pode ser utilizada quando exista evidência de baixo cardíaco ou sinais clínicos de hipoperfusão tecidual
Quando o protocolo de sepse deve ser iniciado?
Para pacientes com SUSPEITA de sepse e choque séptico.
Quando uma instituição pode abrir protocolo de sepse para pacientes com SIRS e suspeita de infecção (elevada sensibilidade, permitindo tratamento precoce e prevenindo disfunção orgânica)?
Quando ela possua recursos humanos e capacidade de triagem suficiente para tal.
Pacientes com escore qSOFA positivo (V ou F):
( ) São aqueles com 3 ou mais componentes presentes
( ) Devem receber atenção especial, da mesma forma
que pacientes com múltiplas disfunções orgânicas.
F - São 2 ou mais componentes
V
Indique V ou F acerca dos passos a serem cumpridos após identificação de paciente com suspeita de SEPSE:
( ) Pacientes com disfunção orgânica grave e ou choque devem ser alocados em leitos de terapia intensiva assim que possível.
V