Propedêutica Pediátrica Cabeça e Pescoço Flashcards
Criança de 6 anos é trazida ao Pediatra devido orientação da escola por referir que a menor tem tido dificuldade de se manter atenta nas aulas. Mãe refere que a mesma vem apresentando diariamente
obstrução e prurido nasal associado a coriza hialina há
mais de 6 meses, desde que se mudaram para uma
casa que fica próximo a um terreno vazio que fazem
queimadas semanal. Relata que vem observando
roncos a noite e que durante o dia percebe que sua
filha passa maior parte do tempo com a boca
entreaberta.
Qual o diagnóstico do caso?
Síndrome do respirador oral secundária a obstrucao nasal
Elementos para diagnosticar a síndrome do respirador oral
Possui padrão respiratório pela boca por mais ou igual a 6 meses, podendo ser total ou parcial.
Associado de roncos,boca entreaberta durante o dia e falta de atencao.
Definicao da obstrucao nasal e seu principal diagnóstico
Qualquer redução na passagem de ar desde as narinas até a orofaringe. Seu principal diagnóstico é de rinite alérgica , porém pode ser por gripe,rinossinusite e adenoidite também.
Tópicos para cobrir na anamnese de obstrucao nasal
Idade; tempo de aparecimento dos sintomas; sintomas esporádicos ou constantes, unilateral ou bilateral; fatores de melhora e piora; sintomas associados, como prurido, espirros,rinorreia ( cor clara mucoide, clara tipo água de rocha, purulenta), epistaxe,roncos e apneia do sono.
Pontos principais do diagnóstico de obstrucao nasal
1- Prurido e nariz obstruído
2-Coriza hialina
3-Histórico de queimadas ( fumaca)
Tópicos da anamnese do paciente com síndrome do respirador oral
Amigdalite frequente, halitose, ronco,babar no travesseiro,parar de respirar durante o sono,sonolência durante o dia,dificuldade de atencao, mau rendimento escolar e irritabilidade
Causa principal da respiracao oral e suas alteracoes relacionadas
A principal causa é a obstrução nasal crônica. E suas alterações associadas são:
1-Inflamatórias: rinite
2-Obstrutivas: Hipertrofia adenoide e amígdalas
3- Funcionais: Mamadeira, chupeta, dedo (dificultam o selamento labial) e ausência de AM
Fatores sistêmicos e locais que determinam o desenvolvimento do maciço facial
1- Sistêmicos: genéticos, endócrinos,metabólicos e comportamentais
2- Locais: Denticao,hábitos inadequados (chupeta),succao do dedo,hábitos relacionados a alteracoes musculares e de respiracao)
Consequências da mudança do padrão respiratório
As consequências são adaptação funcional associada com desvio do padrão dentocraniofacial (dental,crânio e face) e alterações sistêmicas como maior frequência de infecção respiratória das vias aéreas superiores e distúrbios do sono. Além disso, temos distúrbios do crescimento craniofacial,alterações dentárias, de fala e de deglutição (hipotonia muscular) e alterações posturais ( para melhorar a passagem do ar, há uma projeção da cabeça pra frente , esticando o pescoço e alterando a postura da coluna).
Sinais visíveis do respirador oral
Lábios entreabertos, mandíbula em posição inferior, língua pra baixo e pra frente, sem contato com o palato, hipotonia perioral,interposição lingual e deglutição atípica.
Consequências da apneia obstrutiva do sono
Déficit de crescimento, enurese secundária, mal rendimento escolar, distúrbios de comportamento, distúrbios neurocognitivos, distúrbios cardiovasculares, infecções respiratórias obstrutivas (ronco, obstrução nasal e respiração oral)
Características do perfil facial de respirador bucal
O perfil facial possui fáceis adenoidiana formado por boca entreaberta; lábio superior curto; lábio inferior volumoso,evertido e ressecado; estreitamento da face; base nasal alargada; nariz pequeno, curto e voltado pra cima, olheiras, palato ogival, alterações ortodônticas.
Características do perfil postural do respirador bucal
Ombos propulsados e caídos,hiperlordose, hipercifose, abdomen proeminente, escápulas salientes
Alterações/Sinais mais frequentes do respirador bucal
Saudação do alérgico(aumento do sulco nasal), hipertrofia de cornetes, pregas de dennie morgan
Criança de 3 anos é trazida à consulta por rinorreia
purulenta da narina esquerda há 15 dias.
Nega febre
Nega tosse, dor de garganta ou de ouvido.
Relata Obstrução nasal aguda, Unilateral em Criança pequena e
Característica da secreção
Qual o diagnóstico? E quais outros sinais poderiam ter aparecido na história clínica?
Corpo estranho nasal
Outros detalhes da história clínica poderiam ser:
Idade pré-escolar
Sem outros sintomas
Obstrução unilateral
Rinorreia purulenta e fétida
- Menino, 5 anos
- QD: tosse há 10 dias
- HMA: mãe refere que o menor iniciou tosse, coriza hialina, alguns espirros e obstrução nasal há 6 dias, associado a febre baixa no início do quadro. Evoluiu com piora da secreção (esverdeada) e da tosse (principalmente à noite),
associada a febre (38,5°C) há 2 dias. - AP: 4o episódio de resfriado nos últimos 6 meses, desde que entrou na escola.
- Exame físico: REG, febril, eupneico, hidratado. congestão nasal, orofaringe
hiperemiada na parede posterior , sem aumento de amígdalas, secreção
espessa e amarelada retronasal; Exame do tórax: roncos
Qual o possível diagnóstico?
Rinossinusite
Características da rinossinusite, sinusite crônica e aguda
- Até 2 anos: 6 a 9 IVAS/ano
- Sinusite Aguda:
– Complicação de IVAS (viral) > 10 dias
– Obstrução nasal
– Rinorréia purulenta
– Febre
– Tosse (noturna)
– Halitose
– Dor de cabeça - Crônica: > 90 dias
Diagnóstico clínico de rinossinusite
- IVAS persistente: com descarga nasal de qualquer tipo
e/ou tosse diurna, por mais de 10 dias
OU - Piora clínica: piora ou aparecimento de secreção nasal, tosse diurna ou febre após melhora inicial
OU
- No caso de Doença grave: secreção nasal purulenta e febre ≥
39oC por pelo menos 3 dias consecutivos.
Fatores predisponentes a rinossinusite
- Alergia
- Creche
- Convívio com fumantes
- Ar condicionado
- Ambiente físico
- imunodeficiências
Lactente de 15 meses é levado ao PS por febre há 2
dias.
Há 1 semana tosse, congestão nasal e rinorréia
aquosa. Teve 37,5°C duas vezes.
Hoje irritado, choroso, não quer mamar
Ao exame físico: única alteração observada- MT
direita hiperemiada e abaulada.
Qual o diagnóstico provável?
Otite Média Aguda
Sinais e sintomas da otite média aguda e Fisiopatologia
- Otalgia de início súbito
- Choro excessivo, irritabilidade, manipulação excessiva da orelha
- Alteração do sono
- Febre alta (39°C)
- Vômito ou diarreia (< 2a)
- ↓apetite
- Otorréia
Fisiopatologia:IVAS causa inflamação/disfunção da TA, gerando uma pressão negativa da orelha média,
com movimentação de secreções (com vírus e bactérias) da rinofaringe para a orelha média
Característica da otoscopia bacteriana ou viral
OMA bacteriana:
− MT opaca, perda do brilho
− Hiperemia intensa
− Abaulamento (sensibilidade = 67% e especificidade = 97%)
− Otorreia
− Diminuição da mobilidade
− Uni ou bilateral
OMA viral:
MT discretamente opaca, hiperemia discreta, sem abaulamento
Visualizacao da otoscopia em caso de otite média aguda
Membrana timpânica hiperemiada, sem brilho, opaca, abaulada
Perfuração (pus no conduto externo)
Menina de 8 anos, passou o fim de semana na chácara da
família, o dia todo na piscina
Dor no ouvido esquerdo
Sem febre
Nega coriza, tosse, obstrução nasal
Qual o diagnóstico?
Otite externa
Significado, sintomas e fatores predisponentes da otite externa
- Inflamação aguda do CAE, podendo envolver o pavilhão auricular e/ou MT.
- Doença de rápida instalação (< 48 horas).
- Sintomas:
dor de ouvido intensa (70% dos casos) que piora com a manipulação do pavilhão, com
a abertura e fechamento da boca ou com a colocação do espéculo auricular. Pode ser
acompanhada de prurido (60%). - É mais frequente no verão e em regiões de clima quente
- Fatores predisponentes:
Prática de natação
Dermatite seborreica
Dermatite atópica
Presença de corpo estranho
Limpeza frequente do CAE com retirada de cerúmen e
trauma no CAE
Criança de 8 anos é levado ao médico por dor de
garganta e febre alta (39°C) há 1 dia
Nega tosse, coriza, otalgia
Refere halitose
Dificuldade para engolir
Qual o diagnóstico?
Faringoamigdalite Bacteriana
Criança de 4 anos é levada ao médico por dor de
garganta e febre (38,5°C) há 2 dias
Refere tosse e coriza aquosa precedendo o quadro
Dificuldade para engolir
Refere dor abdominal e vômitos (2x)
Faringoamigdalite viral
Diferenca entre faringoamigdalite bacteriana e viral
Viral
-Idade: Lactentes e pré-
escolar
-Sinais e sintomas: Coriza
Tosse
Rouquidão
Estomatite
Conjuntivite
Diarreia
+/- Rash
inespecífico
-Início gradual
- Duração dos
sintomas: >4-5 dias
Bacteriana:
-Idade:5-15 anos
-Sinais e sintomas: Dor abdominal
Náuseas, vômitos
Petéquias no
palato
Rash
escarlatiniforme
-Início súbito
-Duracao dos sintomas: 3-5 dias
Criança de 1 ano e meio é trazida ao PS por
febre alta e inchaço no pescoço há 2 dias.
Linfonodomegalia
Achados normais dos linfonodos
- < 1 cm de diâmetro
- Todas regiões (exceto supraclavicular)
- Predomínio: cervical, submandibular, occipital
- Fibroelásticos
- Móveis
- Não aderidos aos planos profundos
- Associação com hepato ou esplenomegalia
- Supraclaviculares e epitrocleares > 0,5 cm tendem
a ser patológicos
Regiões, causas e indicacao de investigacão da adenomegalia
- Em duas ou mais regiões não contíguas
- Causas:
– Infecções virais, bacterianas, fúngicas, parasitárias
– Leucemias e linfomas; neuroblastoma
– Colagenoses
– Anemias hemolíticas
– Reação a drogas
– Indicação de investigação: > 2 cm, Aderidos ou coalescentes, Crescimento rápido, Consistência aumentada,Associação com febre persistente, perda de peso,
anemia, sangramento e hepatoesplenomegalia