Princípios da Ritidoplastia Flashcards
O que é o lifting subcutâneo?
Baseia-se na tração do excedente cutâneo e na tensão da pele para reposicionar o tecido subcutâneo adjacente.
Quais são as vantagens do lifting subcutâneo?
- Simplicidade da técnica
- Recuperação rápida
- Segurança
- É uma técnica eficaz para paciente magros, porém inadequada para pacientes mais obesos, com ptose significativa de tecidos mais profundos.
Quais são as desvantagens do lifting subcutâneo?
Retalho cutâneo colocado sob tensão em um subcutâneo pesado cederá em pouco tempo, resultando em perda precoce do resultado.
Quando está indicado o lifting subcutâneo?
Paciente magro com excesso de pele e ptose mínima dos tecidos profuntos.
O que as incisões da ritidoplastia permitem?
Deve permitir acesso a estruturas profundas.
Deve permitir que o retalho cutâneo seja reposicionado com o excesso de pele sendo removido na linha de incisão.
Onde a incisão da ritidoplastia costuma ficar?
Escondida pelos cabelos (intra ou pré pilosa) e contorno das orelhas.
Quais são as modalidades da incisão na região temporal?
Intrapilosa e pré pilosa.
Qual vantagem e desvantagem da incisão intrapilosa?
Mantém a cicatriz escondida porém com possível deslocamento da linha capilar posteriormente.
Indicado quando há pouca flacidez cutânea.
Quando não indicar a incisão intrapilosa?
Caso a distância entre a linha pilosa e a margem lateral da órbita for > 5 cm.
Pouca flacidez cutânea.
Qual a vantagem e desvantagem da incisão pré pilosa?
Mantém a linha capilar em seu lugar, porém com cicatriz potencialmente aparente.
Indicada quando há muita flacidez cutânea.
Resumindo, o que considerar na decisão da localização da incisão na região temporal (intra ou pré pilosa)?
A distância entre a rima orbital lateral e a linha de implantação capilar temporal deve ser avaliada. Na juventude essa distância é geralmente < 4-5
cm, enquanto em paciente mais idosos a distância aumenta. Se a distância já for excessiva ou se o movimento esperado da linha de implantação
capilar temporal criar uma distância superior a 5 cm, então uma incisão no cabelo deve ser evitada.
Quais as modalidades da incisão na região tragal?
Pré tragal e na margem tragal.
Quando indicar a incisão pré tragal?
Quando a pele do retalho é espessa (se mesmo assim optar, desengordura-lá) e/ou na presença de barba (para não levar folículos pilosos no tragus).
Quando indicar a incisão na margem tragal?
Na ausência de pelos no retalho e caso a pele seja fina. Vantagem de esconder a cicatriz.
Como é a incisão em torno do lóbulo da orelha?
Deve-se deixar 1-2 mm de pele distal a ela.
Como é a incisão na região retroauricular?
Diretamente no sulco conchal com altura variada.
Quando extender a incisão para região occipital?
Quando há necessidade de ressecar > 2 cm de pele.
Usar um padrão em “S” para dentro do cabelo.
Como pode ser feita a dissecção do retalho na região temporal?
Em um ou dois planos.
Em quais planos pode ser feita a dissecção do retalho na região temporal?
- Entre a fáscia temporal profunda e temporoparietal.
- Acima da fáscia temporoparietal (subcutâneo).
Qual a vantagem e desvantagem de descolar o retalho acima da fáscia temporoparietal (SC)?
Mais segura para os nervos e vasos, porém mais arriscado para os folículos devido o retalho ser mais fino.
Qual a vantagem e desvantagem de descolar o retalho abaixo da fáscia temporoparietal - entre ela e fascia temporal profunda?
Maior risco de lesão nervosa porém com retalho mais espesso e seguro para o folículo.
Qual a área com maior risco de necrose do retalho?
- Na área pós-auricular, o retalho é preso firmemente à fáscia cervical profunda do ECM e à mastoide, sendo o LOCAL MAIS COMUM DE NECROSE DO RETALHO CUTÂNEO, por isso deve ser descolado sob visão direta, por sobre a fáscia profunda subjacente.
Qual cuidado devo ter na região abaixo da orelha?
Lesão do nervo auricular magno, o qual está localizado no ponto de McKinney (6,5 cm abaixo do meato acústico externo). É onde o nervo cruza a borda posterior do ECM.
Qual é o nervo sensitivo mais lesado nas ritidoplastias?
Nervo auricular magno.
Quais técnicas podem ser utilizada no tratamento dos planos profundos?
- Plicatura do SMAS
- Suturas em alça (MACS lifting ou mini-lifting)
- SMASectomia
- Descolamento sub-SMAS com pele fixada
- Descolamento sub-SMAS com pele descolada
- Lifting subperiosteal
Quais são as vantagens da masectomia lateral?
- Melhor fixação do retalho do SMAS
- Mobilização em vetores diferentes entre o retalho cutâneo e o SMAS
- Procedimento é mais rápido
- Potencial de lesão do nervo facial é menor por não haver dissecção de planos profundos
Imagem com demonstração dos tipos de reposicionamento do retalho cutâneo após tratamento dos planos profundos.
.
Quais cuidados devem ser tomados no reposicionamento do retalho cutâneo?
- Não realizar tração excessiva tecidual.
- Remover somente a redundância de pele.
Como é o vetor do tracionamento do retalho?
Oblíquo –> perpendicular ao sulco nasolabial.
Segundo Pitanguy, deve ser do tragus ao tubérculo de Darwin na orelha.
Como é a inserção do lóbulo da orelha?
A inserção deve tomar um ângulo de 15º em relação ao longo eixo da orelha, evitando que ele fique grudado.
Quais as diferenças da pele do pescoço com a da face?
A pele do pescoço é mais delgada e possui menos elasticidade.
Como deve ser tratado a região cervical?
Apesar de poder ser corrigida a flacidez apeas com a tração oblíqua do retalho cutâneo, a maioria dos autores acreditam que o platisma deva ser reposicionado obliquamente.
Como as fibras do platisma se inserem no mento?
- Em até 75% dos casos as fibras do platisma fazem uma interdigitação por 1 a 2 cm no submento.
- Nos 25% restantes os músculos se sobrepõem extensivamente ou simplesmente não se sobrepõem.
Qual o tipo I da a classificação do Dr Cardoso de Castro em relação aos tipos de distribuição das fibras do platisma?
- Tipo I: mais comum, na qual as fibras mediais se entrecruzam com as do lado oposto 1 a 2 cm abaixo do queixo, e separam-se na região supra-hioidea.
Qual o tipo II da a classificação do Dr Cardoso de Castro em relação aos tipos de distribuição das fibras do platisma?
- Tipo II: as fibras se interdigitam ao nível da cartilagem tireoidea e cobram a região submentoniana como um músculo único.
Qual o tipo III da a classificação do Dr Cardoso de Castro em relação aos tipos de distribuição das fibras do platisma?
- Tipo III: as fibras estão separadas na região submentoniana, como no tipo I, mas não se entrecruzam com as do lado oposto.
O que acontece com a idade em relação ao platisma?
Com a idade, parece haver uma perda de fixação do platisma à fáscia cervical profunda, criando um ângulo cervico-mandibular obtuso. As bandas visíveis, que se desenvolvem com a idade, normalmente se situam nos limites dos músculos platismas de ambos os lados, mas a experiência clínica
tem demonstrado que também podem representar pregas no músculo redundante imediatamente posterior a seus limites. São consideradas estáticas (presentes em repouso) ou ativas (somente presentes na animação), e podem ser abordadas de duas formas: mobilização dos bordos posteriores, tracionando-os em uma direção superior oblíqua e fixando-os à fáscia firme (fáscia auricular do platisma ou componente da fáscia de Lore); ou aproximação na linha mediana cervical, após tração medial, por meio de um acesso submentual.
Como pode-se tratar as bandas/bordas do platisma?
- Tração lateralmente e posteriormente.
- Tração lateralmente/posteriormente + incisão do submento com plicatura na linha média.
Quais as vantagens da incisão no submento?
Permite abordar gordura subplatismal, digástrico, e glândulas submandibulares.
Quais outros procedimentos costumam a ser associados à ritidoplastia?
- Blefaroplastia e inferior.
- Remoção de volume: lipoaspiração, excisão direta de gordura, bichectomia.
- Aumento de volume: lipoenxertia.
- Procedimentos nos lábios (lip lifting, laser, peeling).
- Tratamento cutâneo (CO2, Peeling, Bodytite…)
Quais são as áreas e o plano da face que costumam ser lipoenxertadas?
Existe uma alta taxa de pega do enxerto de gordura após sua injeção no terço médio e superior da face. É menos confiável ao redor dos lábios, por
estes serem móveis e muito vascularizados. Áreas específicas que são comumente enxertadas com gordura em conjunto com a ritidoplastia são a
periórbita (rima orbital, sulco da pálpebra superior e goteira lacrimal), o sulco facial mediano (nasogeniano) e a proeminência malar. O plano da injeção pode ser na camada de gordura superficial ou profunda. Geralmente a injeção de gordura é realizada antes que o retalho para o lifting da face tenha sido descolado.
Como costuma ser abordado a região dos lábios?
O envelhecimento da região periorbital envolve o alongamento do lábio superior (podendo inclusive eliminar a exposição normal da arcada superior
ao sorriso) e o desenvolvimento de rugosidades labiais (“código de barras”).
Estima-se que a distância ideal desde o arco do cupido até a base da columela seja de 15 mm. Pode-se realizar uma excisão cutânea ao longo dos contornos da base do nariz (“chifre de boi”), porém a cicatriz é potencialmente visível e pode haver certo grau de recidiva, ou a ressecção de uma tira de pele ao longo do vermelhão do lábio superior, que elimina o white roll e deixa uma cicatriz permanente ao longo do bordo do vermelhão. O aumento de volume do lábio pode ser alcançado com enchimentos injetáveis, gordura injetada, enxertos de derme acelular e SMAS.
Qual a complicação mais comum da ritidoplastia?
Hematoma podendo incorrer em necrose do retalho.
2-3 % mulheres e 8% homens.
Qual é o nervo sensitivo mais lesado?
Nervo auricular magno.
Qual é o ramo motor mais lesado?
Ramo bucal –> ptose lábio superior.
Quais ramos possuem pior prognóstico?
Frontal e marginal da mandíbula.
Quais outras complicações além de hematoma e lesões nervosas podem ocorrer?
- Alopécia em retalhos muito finos.
- Necrose do retalho.
- Cicatriz inestética (normalmente quando há tração excessiva).
- Infecção.