Princípios da Radioterapia 1 Flashcards
Introdução à radioterapia
Em que consiste a radioterapia?
Consiste em administrar uma dose de radiação a um volume definido.
O que é o volume-alvo?
É o volume definido de radiação tentando poupar ao máximo os tecidos normais ao seu redor.
Por que a precisão é importante?
É essencial para garantir um tratamento de qualidade.
Como é empregada a radioterapia?
Tanto em doenças benignas como malignas, de forma exclusiva ou associada à cirurgia e/ou à quimioterapia.
Considerações Físicas
A radiação é constituída basicamente de energia.
Medida da dose de radiação é expressa em Gray.
1 Gray ou Gy equivale a 1 Joule por Kg.
A radiação pode provocar excitação dos elétrons
ou arrancá-los da orbital.
Dois tipos de radiação
Eletromagnética e Corpuscular
Eletromagnética
Raios-X ou gama, constituída basicamente de energia.
Corpuscular
Elétrons, partículas alfa e beta, prótons e nêutrons, possuem massa de repouso
Raios-X ou gama são idênticos na sua constituição (fótons), mas diferem…
.
Os raios-X são produzidos artificialmente.
Os raios gama são produzidos por isótopos naturais
O uso da radiação eletromagnética depende da sua energia.
KeV - quiloeletronvolt, tem poder limitado e são usadas no
tratamento de tecidos superficiais, como pele e mucosa.
MeV - megaeletronvolt, são utilizadas no tratamento de lesões mais profundas,
possibilitam poupar a pele dos seus efeitos.
Radiação corpuscular mais utilizada na prática clínica.
Elétrons, utilizados principalmente no tratamento de lesões superficiais.
Há três métodos distintos para a aplicação clínica da radiação:
Braquiterapia, Teleterapia (ou radioterapia externa),Isotopoterapia.
Braquiterapia
Fontes radioativas na forma de aplicadores especiais; agulhas,sementes ou fios são colocados em contato direto com o volume alvo.
A administração da dose pode ser realizada durante dias (baixa taxa de dose - BTD)ou em poucos minutos (alta taxa de dose - ATD).
Teleterapia (ou Radioterapia externa)
Certa distância física interpõe o paciente e a fonte emissora.
É a modalidade mais difundida na prática clínica.
A fonte fica aproximadamente a 100cm do volume a ser tratado.
Isotopoterapia
Consiste na administração via venosa ou oral de
isótopos radioativos que tenham tropismo pelo tecido
que se localiza o tumor.
A interação da radiação com a célula ocorre de duas formas.
Direta e Indireta
Interação direta da radiação
Atinge diretamente os componentes celulares, provocando alterações estruturais.
Interação indireta da radiação
Produz radicais livres, a partir da água intracelular.
Principal radical livre é a hidroxila (OH).
Pode se recombinar com outros radicais livres.
Responsável por 70% dos danos, devido à quantidade de água.
Um dos alvos mais importantes para o efeito
citotóxico da radiação
DNA
Danos celulares (DNA) podem ser divididos em:
Letais, Subletais e Potencialmente Letais.
Danos celulares letais:
são irreparáveis, conduzem à morte celular.
Danos celulares subletais:
sob circunstâncias normais, podem ser reparados até algumas horas após uma dose de radiação, exceto se novos danos forem adicionados.
Danos celulares potencialmente letais:
consistem do componente que pode ser modificado quando certas condições de crescimento são alteradas, por exemplo, aumento da oxigenação, logo após uma única exposição à radiação.
Morte celular clonogênica
ocorre por falência reprodutiva (se caracteriza pela manutenção das funções celulares, porém com perda da capacidade de divisão.
Morte celular (apoptose)
Caminho inverso da mitose, ocorre quando são produzidas enzimas que hidrolisam o DNA.
Fase radiossensível da divisão celular
Mitose
Fase radioresistente da divisão celular
G1
A presença de oxigênio aumenta a…
sensibilidade da célula aos efeitos da radiação, na medida que ele fixa os danos causados pelos radicais livres ao DNA, impedindo o seu reparo.
Os 4 “R” da radiologia são:
Reparo, Redistribuição, Repopulação, Reoxigenação.
REPARO
do dano subletal, que diminui os efeitos da radiação
nos tecidos normais.
REDISTRIBUIÇÃO
no ciclo celular das células tumorais, sincronizando
as células, principalmente nas fases de maior sensibilidade G2 e M.
REPOPULAÇÃO
tecidual, em determinado período de tempo.
REOXIGENAÇÃO
das células em hipóxia (efeitos dependente de O2)
Finalidade da radioterapia:
curativa ou paliativa.
Curativa:
se o paciente tem possibilidade de sobrevida em longo prazo após o tratamento adequado, mesmo que essa chance seja diminuta.
Paliativa:
se não há expectativa de sobrevida por períodos
maiores, considerando que lesões que produzem desconforto e diminuição da qualidade de vida do paciente requerem tratamento.
O tratamento multidisciplinar consiste em:
radioterapia, quimioterapia e cirurgia.
Radioterapia pré-operatória
Baseia-se na erradicação de doença sublínica ou microscópica além das margens
Três condições clínicas regem o uso da cominação RT-QT:
1 - em doenças quimiossensíveis, quando barreiras
naturais impedem a biodisponibilidade adequada
de drogas, promovendo falhas locais.
2- casos em que a radioterapia falha em conseguir
o controle local efetivo da doença, tendo sua
ação potencializada pela QT.
3 - pacientes com doenças aparentemente localizada
ao diagnóstico, mas que já podem ter micrometástases
disseminadas, levando a falhas posteriormente por
metástases à distância.
A diminuição da massa tumoral pela QT pode:
melhorar a oxigenação celular e facilitar a ação da RT.