Primeiro semestre, quarto ano Flashcards
Mucocelo: definição
Cavidade formada por tecido conjuntivo, recoberta por tecido de granulação, que contem saliva no seu interior. Quisto de retenção mucosa: obstrução. Quisto de extravasamento: trauma (mais comum).
Mucocelo: tratamento
Cirurgia (convencional ou a laser )
Mucocelo: diagnóstico diferencial
Fibroma
Estomatite protética: definição
Patologia inflamatória de etiologia multifatorial, associada principalmente a próteses mal ajustadas e hábitos inadequados.
Estomatite protética: classificação
Tipo I → nodular (manchas múltiplas).
Tipo II → eritmatoso (avermelhado geral da mucosa; manchas difusas)
Tipo III → hiperplasia papilar
Estomatite aftosa recorrente
Lesões agudas, ulcerosas, recidivantes. Existem 3 tipos: minor, major, herpetiforme
Estomatite aftosa recorrente: etiologia
É muito difícil definir a sua causa, pelo que o tratamento deve ser direcionado aos sinais e não à causa.
Aftas minor
3 a 10 mm
1 a 14 dias
Únicas
Curam sem cicatriz
Aftas major
Mais profundas, 10 a 30 mm
2 a 6 semanas
Múltiplas
Herpetiforme
Relacionada com herpes vírus
Várias lesões
Pequenas dimensões
+10 dias
Estomatite aftosa recorrente: tratamento
Tratamento de suporte (remover cáries, fazer destartarização,…)
Não complicado: analgésico, ácido hialurónico, anestésicos locais.
Moderadas/leves: corticoesteróides tópicos [clobetasol (betametasona) - 1 a 3 x por dia, 7 dias). Clorohexidina
Graves: doxiciclina
Síndrome da boca ardente: características clínicas
Principais: 1. Xerostomia 2. Ardor 3. Dor Outros 4. Disgeusia 5. Saliva espessa 6. Queimadura (aumenta ao longo do dia)
Síndrome de Sjögren: classificação
Primária: xeroftalmia e xerostomia
Secundária: xeroftalmia, xerostomia e doenças autoimunes.
Síndrome de Sjögren: diagnóstico
SS1: - Sialometria - Anticorpos anti SSA e anti SSB Caso um dos anteriores dê negativo - Biópsia das glândulas salivares
Lesão pré-maligna
Alteração morfológica da mucosa oral onde é mais provável que ocorra cancro do que em tecido aparentemente normal
Leucoplasia: conceito
Mancha (não tem relevo) ou placa branca (com relevo) que não se desprende ao raspar/lavar e que, clinica ou histopatologicamente, não podem ser classificadas como outra condição patológica.
Leucoplasia: classificação segundo aspeto clínico
- Homogénea
- Não homogénia:
a) Erosiva
b) Nodular
c) Verrucosa
Aspeto não homogénio é indicador de transformação neoplásica
Leucoplasia: classificação segundo perfil histológico
- Não displásica
- Displásica
a) Leve (1/3 de epitélio)
b) Moderada (2/3 do epitélio)
c) Severa (+2/3 do epitélio)
Se 3/3 do epitélio forem afetados, é uma lesão maligna.
Alterações histológicas reversíveis da mucosa oral
Hiperplasia → crescimento desordenado do epitélio, mantendo forma e arquitetura.
Metaplasia → alteração de uma célula epitelial adulta por outra adulta semelhante. P. ex., o epitélio cilíndrico ciliado tranforma-se em epitélio estratificado por ação do fumo do tabaco.
Displasia: crescimento desordenado do epitélio, com alteração da arquitetura e atipia celular.
Leucoplasia: dx diferencial
- Candidiase oral
- Líquen plano e lúpus eritmatoso
- Lesões traumáticas (como mordisqueio e prótese mal adaptada).
- Lesões brancas hereditárias (nevo branco esponjoso).
- Queimaduras químicas e assim.
- Leucoedema
Tratamento da leucoplasia e do líquen plano (4 pilares)
- Tratamento de suporte ou manutenção (remoção de cáries, limpezas, extrações,…)
- Tratamento medicamentoso tópico ou sistémico (eleição do líquen plano)
- Tratamento cirúrgico (eleição da leucoplasia)
- Controlo e seguimento.
Eritroplasia: definição
Mancha ou placa vermelha que não é removida à raspagem/raspagem e que não pode ser classificada como qualquer outra condição patológica, nem clínica nem histopatologicamente.
Eritroplasia: característica segundo perfil histológico
Apresentam maior risco de desenvolver um tumor, apresentando alta probabilidade de malignização. É mais comum aparecer já como carcinoma in situ, mas pode surgir logo associada a displasias.
Eritroplasia: dx diferencial
- Líquen plano eritematoso (bilateral)
- Penfigóide (este é muito mais doloroso e é bilateral)
- Lupus eritematoso discóide (bilateral)
- Histoplasmose (infeciosa)
- Hemangioma (vitropressão).
Carcinoma epidermóide da cabeça e do pescoço: fatores de risco
- Tabaco (fator principal)
- Álcool (potencia juntamente com o tabaco)
- Má higiene
Carcinoma in situ
carcinoma confinado ao epitélio, ainda não rompeu a membrana basal.
Presente na forma macroscópica plana.
Forma exofítica/vegetante
Melhor prognóstico que a endofítica/infiltrativa porque o crescimento é para fora.
Forma quística
Vê-se no carcinoma adenoideio quístico nas glândulas salivares major (parótida). Raro fora das glândulas salivares.
Classificação de Broders
0 → carcinoma in situ 1 → carcinoma bem diferenciado 2 → carcinoma moderadamente diferenciado 3 → carcinoma pobremente diferenciado 4 → carcinoma indiferenciado
Carcinoma epidermoide: disseminação
A principal via de disseminação é a linfática (regional)
Carcinoma epidermoide: biópsia
PAAF → punção com aspiração com agulha fina
Biópsia incisional → apenas uma parte da lesão é removida
Biópsia excisional → remove-se a totalidade da lesão
Biópsia: considerações a ter em conta
- Evitar locais de necrose ou sepse em lesões ulceradas
- Evitar o bordo da lesão na punção, tirar sempre do centro
- Evitar o uso do bisturi elétrico nas biópsias.
- Se a 1ª amostra for duvidosa (flutua), colher outras amostras.
- Colher tecido são e lesão (apanhar parte da eritro, da leuco; no caso de uma lesão exofítica com uma úlcera no meio, evitar zona ulcerada e zona do meio - necrosada)
- Colocar o espécime imediatamente no líquido fixador (solução formol 10%, com pelo menos 10x o volume de tecido colhido).
Sistema de estadiamento TNM: T
Tx - informação insuficiente para classificar a lesão
T0: sem evidência de tumor primário
Tis: carcinoma in situ
T1: <= 2 cm
T2: ]2,4] cm
T3: > 4 cm
T4a = moderadamente avançado, tumor invade apenas estruturas adjacentes ou tumor extenso com envolvimento bilateral da língua e/ou profundidade de invasão > 2 cm
T4b = doença local muito avançada; o tumor invade o espaço mastigatório, lâminas pterigóides ou base do crânio, ou envolve artéria carótida interna.
Sistema de estadiamento TNM: N
Nx: sem informação suficiente para definir afetação ganglionar
N0: sem adenopatias regionais
N1: <= 3 cm
N2a: homolateral, único, até 6 cm
N2b. homolateral, múltiplo, até 6 cm
N2c: bilaterial, contralateral, até 6 cm
N3: <6 cm → grau de extensão dos gânglios linfáticos regionais
Sistema de estadiamento TNM: M
Mx: informação insuficiente
M0: sem metástases à distância
M1: presença de metástases à distância
Ameloblastoma
O ameloblastoma tem duas formas principais:
Uniquistica e multiquistica
Ameloblastoma: localização
A localização mais frequente é na mandíbula (principalmente a nível dos molares). É raro surgir na mandíbula.
Ameloblastoma: desenvolvimento
O crescimento é lento e silencioso,levando a diagnóstico tardio. Poderá haver mobilidade e migração dentária e expansão das corticais, assim como sinal de Vincent (parestesia do lábio provocada por cancro, infeção,…)
Ameloblastoma multiquístico
++ molares mandíbula
Bolas de sabão, rede de ténis e favos de mel
Diagnóstico com biópsia
Pode ocorrer em todas as idades, mas é raro em jovens
Ameloblastoma uniquistico
++ molares mandíbula
Diagnóstico com biópsia incisional sem curetagem
Raro, jovens
Semelhante a quisto dentígero (que é uma lesão muito mais comum) e queratoquisto.
Ameloblastoma: tratamento
Exérese em bloco com 1 ou 2 cm de osso são Controlo anual devido à elevada taxa de recidiva.
Ameloblastoma: dx diferencial
- Espaço folicular dentário
- Quisto dentígero
- Ameloblastoma uniquístico
- Queratoquisto
Quisto
Cavidade revestida por epitélio com conteúdo líquido.
Diga cinco lesões radiolúcidas
- Abcesso dentoalveolar
- Granuloma
- Quisto
- Cicatriz periapical/defeito cirurgico
- Displasia cemento-óssea periapical
- Quisto ósseo traumático
Examen queratoquisto
Mais frequente na região posterior da mandíbula.
Mais comum entre os 10 e os 40 anos.
Assintomáticos, mas os maiores podem provocar dor, edema, drenagem (não provocam expansão óssea como os dentígeros e os radiculares).
ALTO ÍNDICE DE RECIDIVA
TRATAMENTO CIRURGICO
RADIOGRAFICAMENTE NÃO SE DISTINGUE DE UM QUISTO DENTÍGERO, EMBORA ESTEJAM MENOS ASSOCIADOS À REABSORÇÃO DE RAIZES DOS DENTES E ERUPCIONADOS.
Lesões específicas da mandíbula
- Quisto ósseo traumático
- Queratoquisto
- Quisto médio mandibular
- Displasia cemento-óssea periapical
Maxila
- Quisto globulomaxilar (remover e endodonciar dentes adjacentes)
- Quisto do conduto nasopalatino
Nevralgia: classificação
Tipo I: clássica (mais comum) → compressão microvascular na área da entrada da raiz do nervo trigémio no terço encefálico
Tipo II: causada por uma lesão estrutural que não seja uma compressão vascular.
Nevralgia: quadro clínico
Principal:
1. Dor crescente inconstante (paroxística)
2. Espasmos de duração variada
3. Presença de contrações faciais
Outros
4. Fragilidade facial
5. Ataxia (falta de coordenação de movimentos musculares)
Nevralgia: pontos gatilho
Pontos com dor:
- Bordo vermelho dos lábios
- Asa do nariz
- Bochechas
- Redor dos olhos
- Dentes
- Gengivas
Podem ser desencadeados ao tocar (fazer a barba, escovar, mastigar, sorrir)
Nevralgia: dx
Tem de haver pelo menos 3 episódios tipo choque elétrico, unilateral
Nevralgia: tratamento
Primeira linha: carbamazepina
Depois encaminhar para neurologista