Preparo pré-operatório, complicações em cirurgia, princípios de anestesia, hernias da parede abdominal Flashcards

1
Q

O que é Síndrome de Compartimento abdominal (SCA)?

A

Disfunção e falencia de orgaos como consequencia de aumento da pressao intra-abdominal (PIA)

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2
Q

Como medir hipertensao intra-abdominal e SCA?

A

Medida da estimativa da pressao intravesical (forma indireta para saber a PIA)

PIA>12mmHg = hipertensao intra-abdominal
PIA>=20mmHg = SCA
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3
Q

Sintomas oriundos da SCA:

A
  • aumento da pressao de pico (inspiratoria) durante a ventilação mecanica
  • hipoxemia
  • hipercarbia (elevação da pressão do CO2 no sangue circulante)
  • instabilidade hemodinamica
  • oligúria
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4
Q

Como evitar no pré-operatorio a complicação de aumento da PIA ?

A

Administrar progressivamente ar em quantidade cada vez maiores durante 1 a 3 semanas antes da cirurgia (pneumoperitonio progressivo pré-operatorio)

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5
Q

O que é uma hernia incisional?

A

A hérnia incisional é um tipo de hérnia que acontece no local da cicatriz de uma cirurgia no abdome. Isso acontece por causa de uma tensão excessiva e uma cicatrização inadequada na parede abdominal. Devido ao corte dos músculos, a parede do abdome fica enfraquecida, e faz com que o intestino, ou qualquer outro órgão que esteja por baixo do local da incisão, tenha maior facilidade para se deslocar e pressionar o local da cicatriz, levando à formação de um pequeno inchaço nessa região.

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6
Q

Consequencias de uma hernia com perda de domicilio das visceras abdominais:

A
  • Redução da PIA
  • hipotonia do diafragma
  • restrição respiratória
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7
Q

Presença de fezes em flanco e fossa iliaca. Cirurgia contaminada ou infectada?

A

Se tiver fezes + peritonite fecal = infectada (precisa estar associada a processos infecciosos-> mas nao é consenso nos livros)
Só fezes = contaminada

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8
Q

Antibioticoterapia em uma cirurgia contaminada:

A

Cefalosporina de 3ª geração + metronidazol profiláticos (nao terapeutico), com duração máxima de 24-48h pós-operatorio

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9
Q

Saída súbita de grande quantidade de secreção cor salmao (sero-hematica, “agua de carne”) pela ferida operatoria. O que é e possivel complicação?

A

Mistura de sangue do plano musculo-aponeurotico (está se rasgando aos poucos) + líquido ascitico (oriundo de inflamação peritoneal. ex:diverticulite aguda)

Evisceração (consequencia da deiscencia de ferida operatoria ou deiscencia aponeurotica= abertura de uma sutura ou de um tecido em cicatrização.)

OBS: fatores de risco para deiscencia: cirurgia de emergencia, obesidade, diabetes

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10
Q

Caracteristicas de infecção de sitio cirurgico:

A

Eritema e edema da ferida operatoria, com saida de secreção purulenta através da ferida (geralmente no 5-6 dias após a cirurgia, muito provável até 30 dias ou entao 1 ano se tiver implante de material sintetico)

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11
Q

Caracteristicas fistula intestinal:

A

Secreçao enterica ou fecal

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12
Q

Caracteristicas hematoma na parede abdominal:

A

Sangue se acumula no subcutaneo e coagula, nao extravasando em forma liquida. Ocorre edema da ferida, que apresenta cor azulada

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13
Q

Fatores de risco para infecção do sitio cirurgico (ISC):

A
  • Grau de contaminação da cirurgia (contaminada e infectada infectam mais)
  • classificação ASA>=3 (de alteração sistemica grave com limite funcional pra cima)
  • tempo de cirurgia superior ao percentil 75 para a duração media do procedimento

OBS IMPORTANTE: antissepsia inadequada NÃO é o principal

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14
Q

Tipos de ISC e sintomas:

A
  • ISC incisional superficial: pele e subcutaneo (febre, eritema e induração- endurecimento anormal de um tecido). Pode ser confirmada sem a presença de drenagem pela ferida!!
  • ISC incisional profunda: músculos ou fascias (febre, eritema, induração, drenagem de secreção e crepitação)
  • ISC de órgãos e cavidades: órgãos ou cavidades-principalmente a abdominal- (sepse, íleo-sindrome de oclusao intestinal- e imagens demonstrando coleções)

OBS: diagnóstico é clinico, nao precisa de cultura microbiana
OBS2: ISC nao é causa frequente de obitos em UTI (pneumonia associada a ventilação mecanica sim)

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15
Q

Síndrome extrapiramidal, sintomas e medicações que desencadeiam:

A
  • Discinesia, distonia, hipertonia, acinesia e acatisia (inquietação) ex: visao desviada para cima, rigidez muscular, pescoço fixo
  • Antieméticos (ondansetrona, bromoprida e metoclopramida), antiparkinsonianos e neurolépticos
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16
Q

Efeitos colaterais do rocurônio:

A

Fraqueza da musculatura da via aerea superior, obstrução da via aerea, fraqueza muscular incomoda

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17
Q

Efeitos colaterais do propofol:

A

Hipotensao, depressao respiratoria e dor no local da injeção

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18
Q

Efeitos colaterais do fentanil:

A

Hipotensao, depressao respiratoria ou apneia e gerar nauseas e vomitos pós-operatorio, alem de retenção urinaria e prurido

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19
Q

Efeitos colaterais do tramadol:

A

Nausea, vomito, vertigem e cefaleia

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20
Q

Efeitos colaterais do midazolam:

A

Vasodilatação, redução do DC e possivel depressao respiratoria

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21
Q

Warfarin (antagonista da vitamina K, inibindo fatores como protrombina e a coagulação) e perioperatório:

A

Suspender warfarin 5 dias antes da cirurgia e iniciar anticoagulação com drogas de meia vida mais curta (heparina nao fracionada-suspender 6h antes da cirurgia- ou heparina de baixo peso molecular-suspender 24h antes da cirurgia)

OBS: é aconselhavel medir INR (relação entre o tempo de protrombina do doente e um valor padrão do tempo de protrombina) no dia da cirurgia para garantir que o efeito do warfarin já foi embora

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22
Q

Sintomas de intoxicação por anestesicos locais (ex:lidocaina):

A

SINTOMAS PRECOCES: Gosto metalico na boca, visao dupla (borramento visual), zumbido, ansiedade, dormencia perioral, parestesia da lingua, tontura.

SINTOMAS MÉDIOS: excitação (agitação, nervosismo e paranoia) seguida de depressao do SNC (fala arrastada, sonolencia, desorientação e perda da consciencia). Depois crises convulsivas tonico-clonicas.

SINTOMAS TARDIOS: alterações cardiovasculares- pode excitar e depois inibir ou entao ja inibir direto (bradicardia, hipotensao, taquicardia ventricular, fibrilação ventricular ou BAV-> progridem para arritmias ventriculares e assistolia)

OBS: NAUSEAS E VOMITOS NAO

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23
Q

Idoso com hernia inguinal assintomatica ou minimamente sintomatica. Conduta:

A

Apenas acompanhamento (watchful waiting ou espera vigilante) até aparecer sintomas (muito bom principalmente em idosos)

OBS: NAO se aplica a mulheres e pacientes portadores de hernia femoral (risco maior de encarceramento-o intestino apresenta uma dobra que fica presa na hérnia e por conta disso, a hérnia bloqueia a passagem do intestino- e estrangulamento-conteúdo herniário fica estrangulado, comprometendo o fluxo sanguíneo e podendo levar a isquemia e gangrena)

OBS2: ficar atento a sinais que possam gerar aumento da PIA (ex: prostatismo e constipação)

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24
Q

Avaliação pre-operatoria em pacientes com menos de 45 anos, sem comorbidades e que irao fazer herniorrafia inguinal (baixo risco cardiovascular):

A

Nao solicitar nenhum exame

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25
Q

Idosa, 70 anos, sem comorbidades e com capacidade funcional normal, quer operar para catarata. Risco cardiovascular:

A

Pode ser operada, pois nao apresenta nenhuma variavel do Indice de Risco Cardiaco Revisado (IRCR). Além disso, a cirurgia é de baixo risco cardiovascular. Portanto, nao precisa fazer teste provocativo de isquemia miocardica. Devemos solicitar hemograma, plaquetas, glicemia, eletrolitos, nitrogenio ureico e creatinina. Além de rx de torax em maiores de 70 anos

OBS: sem fatores IRCR já poderia liberar para a cirurgia. A capacidade funcional normal indica >=4 METS->equivalente metabolico

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26
Q

Variáveis no Indice de Risco Cardiaco Revisado (IRCR) = Indice de Lee:

A

São consideradas variáveis no IRCR, cada uma valendo um ponto:

-Cirurgias de alto risco (vascular, intraperitoneal ou torácica).

-Doença coronariana isquemica (IAM prévio- clinico ou onda Q patologica no ECG; angina ou uso frequente de nitrato sublingual; revascularização miocardica previa, MAS COM PRESENÇA ATUAL DE ANGINA; teste provocativo de isquemia positivo- só é solicitado qnd METS<4 - ergometrico ou ecocardiografia com estresse farmacologico).
OBS: somente pacientes com 2 ou mais pontos IRCR necessitam de avaliação da capacidade funcional (METS).
OBS2: idade pode ser fator de risco coronariano

  • Insuficiência cardíaca (dispneia cardiogenica, historia de edema agudo de pulmao, presença de B3 ou estertores pulmonares, radiografia de tórax com edema de pulmão)
  • Doença cerebrovascular (história de AVE ou AIT).
  • Diabetes mellitus em uso de insulina.
  • Doença renal crônica, com creatinina >2mg/dl
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27
Q

Classificação ASA:

A

ASA I é utilizado para pessoas saudáveis, sem doenças crônicas ou graves e que não adotam comportamentos de risco, como fumar e consumir álcool em excesso

ASA II classifica indivíduos com patologias sistêmicas leves a moderadas. Inclui tabagistas, etilistas sociais , IMC 30-40 (obesidade), HAS bem controlada, diabetes sem complicação vascular, anemia, gestação.

ASA III revela uma doença sistêmica grave, que envolve limitações, porém não incapacita o paciente.
ex: angina estavel, hipertensao arterial nao controlada, revascularização com uso de stent há mais de 3 meses, IAM ha mais de 3 meses, redução moderada da FE e marcapasso implantado; consumo excessivo/dependencia alcoolica, obesidade mórbida (IMC>40); diabetes nao controlada ou com complicação vascular, DPOC, DRC em dialise

ASA IV assinala patologia incapacitante que é uma ameaça constante a vida
ex: angina instavel, DPOC agudizado, IAM<3 meses, lesao renal aguda

ASA V é usado para identificar um paciente terminal, que provavelmente não sobreviverá por mais de 24 horas com ou sem a cirurgia
ex: rotura de aneurisma aortico, hemorragia intracerebral com efeito de massa, politrauma, isquemia intestinal na vigencia de patologia cardiaca significativa ou de disfunção sistemica de multiplos orgaos

ASA VI indica a operação para uma pessoa que teve morte encefálica, e terá os órgãos retirados para doação

OBS: Já os procedimentos cirúrgicos de emergência devem ser marcados com a letra E. Por exemplo: ASA IIIE.

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28
Q

Paciente em uso de AAS e betabloqueador que vai ser submetido a cirurgia de endarterectomia carotidea:

A

Manter AAS e betabloqueador

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29
Q

Uso de corticoesteroide no perioperatorio (lembrar da supressao cronica do eixo hipotalamo-hipofise-adrenal e do ACTH e da importancia do cortisol para o estresse metabolico operatorio):

A

Doses de prednisona entre 5-20mg por um periodo >= 3 semanas:

ESTRESSE CIRURGICO MAIOR: Administração de 100 mg de hidrocortisona antes da indução anestesica, com doses de reposição regulares (50 mg de 8h/8h por 48-72h). Após isso, volta a terapia oral.

ESTRESSE CIRURGICO MODERADO: 25-75 mg de hidrocortisona antes da indução anestesica, com doses de reposição regulares (25 mg de 8h/8h por 24-48h). Após isso, volta a terapia oral.

ESTRESSE CIRURGICO MENORES: nao necessita de reposição

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30
Q

Como identificar disturbios de hemostasia antes de uma cirurgia:

A

Anamnese, com relato de sangramentos anormais e prolongados no passado após minimas intervenções cirurgicas (ex: doença de Von Willebrand)

OBS: individuo sem historico de sangramento anormal, assintomatico e com testes alterados, devemos suspeitar de erro laboratorial/falso-positivo

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31
Q

Espirometria pode ser utilizada para estimar risco de complicações pulmonares em quais situações?

A

Asmáticos, DPOC, tabagistas, cirurgia toracica e cirurgia de andar superior do abdomen.

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32
Q

Exames pre-operatorios pacientes ASA I valem por quanto tempo?

A

4 meses, caso estejam normais

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33
Q

Devemos dosar eletrolitos em pacientes hipertensos. V OU F?

A

V

34
Q

Quais medicamentos cronicos devem ser mantidos no pre-operatorio por reduzirem a morbimortalidade?

A

Betabloqueadores

Reduzem incidencia de IAM, arritmias, parada cardiaca e morte cardiaca em individuos com teste provocativo de isquemia positivo ou isquemia miocardica sintomatica

35
Q

Diureticos, amiodarona, digitalicos, bloqueadores dos canais de calcio, hormonios tireoideanos no pre-operatorio:

A

Diureticos ex: tiazidicos: suspender dose matinal no dia da cirurgia, por risco de hipovolemia e hipotensao (monitorar sodio e potassio)

Digitalico (digoxina): poucos estudos, mas geralmente mantém. Nao reduz morbimortalidade perioperatoria

Amiodarona: usualmente mantida, mas pode causar bradicardias e BAV. Nao reduz morbimortalidade perioperatoria

Bloqueadores de canais de calcio: mantém no perioperatorio, pois diminui arritmia atrial e infarto

Hormonio tireoideano: mantém até o dia da cirurgia e depois reintroduz junto com a dieta (se for demorar muito para o paciente sair do jejum, faz via parenteral)

36
Q

O que sao hernias diretas e indiretas?

A

DIRETA: decorrente de uma fraqueza da parede abdominal e ocorre mais comumente em pacientes mais idosos. Estas hérnias raramente causam complicações.

INDIRETA: é o tipo mais comum e ocorre no local da fraqueza causada pela passagem do testículo para a bolsa escrotal. Podem crescer e chegar até a bolsa escrotal. Estas hérnias têm maior risco de complicações.

37
Q

O que sao hernias por deslizamento e qual o tipo de hernia apresenta o maior tipo de casos?

A

Parte da parede do saco herniario é composta por uma viscera (geralmente colon ou bexiga)

INDIRETA

38
Q

Relação entre hernia inguinal indireta e vasos epigastricos:

A

Hernia INDIRETA se anuncia no canal inguinal LATERALMENTE aos vasos epigastricos inferiores, através do anel inguinal interno

39
Q

Hernia de Spiegel (linha semilunar) não tem risco de estrangulamento. V OU F?

A

F.

Se localiza entre a borda lateral do musculo reto abdominal e a linha semilunar, sendo necessario exame complementar para o diagnostico (TC de abdomen ou ultrassonografia).

Pode sofrer encarceramento e estrangulamento.

40
Q

Hernias inguinais indiretas e sua relação com o conduto peritoneovaginal:

A

HÉRNIA INGUINAL INDIRETA (mais frequentes): são formadas quando o conduto peritôneo vaginal não se torna uma estrutura obliterada completamente (persistencia do conduto peritoneovaginal) , por isso, quando é feito algum esforço abdominal, estruturas intra-abdominais se passam pelo anel inguinal interno e descem o canal inguinal.

41
Q

Classificação de Nyhus das hernias (hernias da virilha):

A

Tipo I - hernia indireta com anel inguinal profundo normal (ate 2 cm)

Tipo II- hernia indireta com anel inguinal interno alargado, porem com parede posterior preservada

Tipo III- defeito na parede posterior:
A- hernia direta (tabagismo fator de risco-> maior prevalencia em idosos)
B- hernia indireta com alargamento do anel interno e destruição da parede posterior (mista)
C- hernia femoral (mais frequente em mulheres do que em homens e PROPORCIONALMENTE as que mais encarceram-> ocorrem mais tardiamente na vida do que as hérnias inguinais)

Tipo IV- hernias recidivadas (lembrar que HPB em homens é fator de agravamento e recidiva de hernias, principalmente qnd acompanhada de esforço miccional)
A- direta
B- indireta
C- femoral
D- mistas ou combinadas

OBS: hernias mais comum em mulheres sao as inguinais indiretas
OBS2: hernias em crianças sao sempre INDIRETAS

42
Q

Limite anatomico da hernia inguinal direta:

A

Triangulo de Hasselbach (parede posterior do canal inguinal):

  • borda lateral do musculo reto abdominal
  • ligamento inguinal
  • vasos epigastricos inferiores

OBS: se tiver imagem na figura, ele costuma estar medial aos vasos epigastricos inferiores (nao explicitado na apostila, tirei da cabeça como macete)

43
Q

Fatores que tornam a intubação dificil:

A
  • Obesidade (nao sobrepeso)
  • Indice de Mallampati (relação entre abertura da boca e tamanho da lingua)- quanto mais baixo, mais facil intubar: I e II facil, III dificil e IV extremamente dificil
    OBS: uso de bloqueador neuromuscular diminui o Mallampati e facilita a intubação
  • Abertura de boca (distancia interincisivos) inferior a 3 polpas digitais
  • Distancia tireoideomentoniana < 6 cm (retrognatismo reduz essa distancia e torna dificil)
  • intubação previa dificil
  • distancia esternomentoniana < 12 cm
  • Mobilidade cervical limitada
  • Protrusao mandibular limitada
  • circunferencia do pescoço >40 cm
44
Q

Qual fio usar para sutura na face?

A

Poliamida (nylon), pois apresentam boa força tensil e provocam pouca inflamação.

Baixo calibre, para facilitar a cicatrização estetica: 4-0; 5-0; 6-0 (quantidade de zeros antes do 1)

OBS: fios multifilamentares devem ser evitados pois causam mais inflamação e aumentam o risco de contaminação local.

45
Q

Quando utiliza fios de polipropileno, poliester, poliglactina (vicryl) e algodao?

A

polipropileno = anastomoses vasculares, fixação de telas nas herniorrafias inguinais, suturas gastrointestinais e fechamento de folhetos aponeuroticos (abdominais-> calibre elevado 0, 1 ou 2)->aponeuroses (membrana que ajuda a fixar musculos no osso)

poliester = fechamento de aponeuroses e sutura de tendoes

poliglactina (vicryl) = cirurgias urologicas, ginecologicas, gastrointestinais , oftalmologicas e na aproximação do tecido celular subcutaneo

algodao = hemostasia de vasos, através de ligaduras. Intensa reação inflamatoria, por ser multifilamentar

OBS: há ainda adesivo de cianoacrilato para feridas cutaneas pequenas e de bordas regulares (risco de deiscencia se for utilizada para outras coisas)

46
Q

Quais sao os anestesicos locais ( anestesia infiltrativa-> bloqueios de feridas a serem suturadas, nervos perifericos, plexos nervosos, neuroeixo-peridural e raquianestesia) , tempo de inicio de ação, duração da ação e dose maxima permitida?

A
  • Aminoamidas (lidocaina, mepivacaina e bupivacaina)
    OBS: associam com epinefrina pra gerar absorção lenta e efeito prolongado
  • Aminoester (procaina- nao pode administrar junto com epinefrina)

ATENÇÃO: PROCURAR NA INTERNET QUADRO COM OS OUTROS DADOS, LEMBRANDO DE ACHAR AÇÕES COM EPINEFRINA ASSOCIADA E SEM EPINEFRINA

47
Q

Intubação de sequencia rapida. o que é?

A

Intubação assistida por drogas:

  • anestesicos de ação rapida (etomidato)
  • bloqueadores neuromusculares (succinilcolina e rocurônio- DIAZEPAM NAO)

Utilizada em pacientes com risco de aspiração com a indução de anestesia (Indução em sequência rápida
reduz o risco de aspiração pelo fato de minimizar o tempo em que a via aérea fica desprotegida)

Ex: pacientes com estomago cheio, portadores de doenças gastrointestinais, situações de aumento da PIA ou gravidas após 20 semanas)

48
Q

7 Ps da intubação:

A

1) Preparação
2) Pré-oxigenação com 100% de O2 inspirado
3) Pré-tratamento->muitas vezes ñ feito (fentanil para reduzir a resposta adrenergica a laringoscopia)
4) Paralisia após indução (SEDATIVO PRIMEIRO e DEPOIS BLOQUEADOR NEUROMUSCULAR)
5) Posicionamento correto da cabeça do paciente-> extensao atlanto-occipital com elevação da cabeça em 3-7 cm ou posição em “rampa” para obesos
6) Placement-> colocação do tubo com confirmação
7) Pós-intubação

OBS: introduz o laringoscopio pelo lado direito da boca, com deslocamento da lingua para a esquerda

49
Q

Contraindicações ao uso do bloqueador neuromuscular succinilcolina nas intubações:

A
  • lesoes extensas por esmagamento
  • 48-72h após queimaduras extensas, politrauma ou evento agudo de denervação (“destruir” o nervo)
  • historia de hipertermia maligna (elevação da temperatura do corpo potencialmente fatal que normalmente resulta da resposta hipermetabólica ao uso concomitante de relaxante muscular despolarizante e anestésico geral inalante e volátil)
  • presença de hipercalemia
  • miopatias cronicas
50
Q

Complicação mais frequente 48-72h após uma cirurgia abdominal ou toracoabdominal, que causa febre, dispneia, taquipneia e dessaturação. Além disso, diagnosticos diferenciais:

A

Atelectasia pulmonar.
Causada pela dor em ferida operatoria e paciente em decubito dorsal muito tempo sob anestesia, o que diminui a função respiratória.

Pneumonia nosocomial- ocorre após a alta hospitalar causada por um microrganismo adquirido no hospital ou em mais de 48 horas após a admissão hospitalar (surgimento mais tardio do quadro respiratorio, presença de infiltrado na rx de torax e o aspecto da secreção- purulenta) e tromboembolismo pulmonar- TEP (surge tardiamente, ausculta proxima do normal e nao há secreção abundante)

51
Q

Tratamento da atelectasia pulmonar pós cirurgia abdominal ou toracoabdominal:

A

Fisioterapia respiratoria (individuos com muita secreção) ou ventilação nao invasiva com pressao positiva (pacientes com pouca secreção)

52
Q

Consequencias de uma deiscencia de anastomose (ex:colectomia direita) e conduta:

A
  • Febre
  • Sinais peritoneais (peritonite)
  • fístula
  • leucocitose
  • sepse

Conduta inicial conservadora, com repouso intestinal e repouso digestivo, com inicio de nutrição parenteral total. Além disso, iniciar antibioticoterapia - 15-20 dias(msm se nao tiver evidencias de sepse)

53
Q

Quando usar laparotomia exploradora com lavagem da cavidade:

A

Pacientes criticos e instaveis com peritonite fecal

OBS: um outro caso que pode existir é a laparatomia para drenagem de abscesso intracavitario (punção guiada por ultrassom ou cirurgia)

54
Q

Idoso, 75 anos, HAS controlada e com capacidade funcional normal, quer operar colectomia. Exames solicitados:

A

ECG, hemograma, ureia e creatinina, eletrolitos e glicose

55
Q

Paciente IRCR com uma variavel, devido somente ao aumento da creatinina. Conduta:

A

Além de hemograma e exames laboratorias padrao, solicitar dosagem de eletrolitos, tempo de tromboplastina parcial e tempo de protrombina, sem necessidade de teste provocativo de isquemia.

56
Q

Conduta em hernias estranguladas na regiao da virilha com peritonite:

A

Cirurgia imediata, sem solicitar exames complementares para diagnostico.

Hernia estrangulada = Inguinotomia, com avaliação das alças presentes no saco herniario, seguida de enterectomia segmentar

Com peritonite = laparotomia exploradora, com lavagem exaustiva da cavidade e enterectomia segmentar.

57
Q

Diagnostico de hernia encarcerada e estrangulada (sofrimento isquemico das estruturas contidas no saco herniario):

A

Encarcerada = dor inguinal constante e abaulamento IRREDUTIVEL

Estrangulada = distensão abdominal; peritonite (sangue não circula porque existe uma obstrução à sua passagem e ocorre necrose do tecido, gerando uma inflamação / infeção da cavidade abdominal e peritonite) e dor há mais de 6h. Além de náuseas, vómitos, febre, pulso rápido, dor intensa na hérnia, que se torna muito dura, vermelha escura ou roxa.

58
Q

Paciente com toxicidade grave por anestesicos locais. Conduta:

A
  • Administração de oxigenio 100% por tubo orotraqueal, ventilação sob mascara facial ou canula de Guedel (facilitar a ventilação dos tecidos)
  • Uso de benzodiazepinicos (midazolam 1-2 mg EV) para suprimir as convulsoes (redução do consumo de oxigenio e prevenção de hipoxia e hipercarbia)
  • Uso de bloqueadores neuromusculares (succinilcolina) para diminuir a atividade tonico-clonica muscular e reduzir acidose metabolica gerada -> NAO TEM EFEITO NO SNC E NAS CONVULSOES

OBS: lembrar que sintomas acontecem antes no SNC do que no cardiovascular

59
Q

Tecnicas cirurgicas utilizadas para hernia femoral:

A

Reparo de McVay ou laparoscopia

60
Q

Tecnica cirurgica mais utilizada para correção de hernias inguinais em adultos:

A

Tecnica de Lichtenstein

61
Q

Cefaleia pós-punção da dura-mater (pós-raqui). Conduta:

OBS: principal complicação dessas anestesias é a cefaleia (hipotensao liquorica e venodilatação compensatoria)

A

TRATAMENTO INICIAL PÓS-OPERATÓRIO: Analgesia (para alivio dos sintomas- dipirona ou opioide) e repouso no leito (0º), pois geralmente se resolve espontaneamente.
OBS: alguns autores sugerem cafeina e hidratação venosa para alivio sintomatico

TRATAMENTO SE CEFALEIA PERSISTIR POR MAIS DE 24H: tampao sanguineo epidural = blood patch (injeção de sangue do próprio paciente no espaço epidural, de forma a estimular a formação de um coágulo em frente ao orifício por onde o líquor está extravasando)

62
Q

Intubação com lamina reta (lamina de Miller) e Intubação com lamina curva (lamina de Macintosh):

A

Reta- extremidade abaixa a epiglote para expor as cordas vocais. Utilizada emPACIENTES PEDIATRICOS (<3 anos principalmente, pois laringe mais anterior e cefalica)
ABSURDO ENTRE A BASE DA LINGUA E A EPIGLOTE

Curva- extremidade posicionada antes da epiglote (na valecula) para expor a epiglote e as cordas vocais atraves de tração
ABSURDO ENTRE EPIGLOTE E CORDAS VOCAIS

OBS: Manobra de Sellick é pressao sobre a cartilagem cricoide no pescoço, com o objetivo de ocluir o esofago e evitar a broncoaspiração durante a intubação orotraqueal (pode usar para AMBAS AS LÂMINAS)

63
Q

Tempo de jejum pre-operatorio (evitar broncoaspiração durante a anestesia):

A

2h- liquidos claros (agua, bebidas isotonicas, chá claro, suco de fruta sem polpa)

4h- leite materno

6h- fórmulas infantis e leite nao materno

6h- alimentos leves (cereais e torradas)

8h- gorduras e frituras

64
Q

Idoso com doença hepatica que irá operar. Solicitar:

A

ECG, hemograma e plaquetas, eletrolitos, creatinina, provas de função hepatica, tempo de protrombina e PTT (tempo de tromboplastina parcial)

65
Q

Herniorrafia/hernioplastia em crianças:

A

Inguinotomia, avaliação das estruturas contidas no saco herniario, redução das visceras em volta da cavidade peritoneal atraves do anel inguinal profundo (interno) e ligadura alta do saco. As vezes é necessario reforço do anel inguinal profundo.

OBS: NAO SAO USADAS TELAS/proteses, pois nao é necessario reforçar a parede posterior do canal inguinal

66
Q

Aproximadamente 75% das hernias ocorrem em regiao inguinal, sendo a maioria hernia inguinal indireta. Homens possuem mais chance de ter hernia inguinal. V OU F?

A

V

Estima-se que 5% da população vai desenvolver hernia abdominal

67
Q

Tanto as hernias femorais como as inguinais ocorrem mais do lado esquerdo. V OU F?

A

F

Ambas ocorrem mais do lado direito.

68
Q

Qual medicamento NÃO utilizar como sedativo em um paciente com TCE/hipertensao intracraniana?

A

Cetamina, pois aumenta o fluxo sanguineo cerebral e gera aumento da PIC

69
Q

AAS e clopidogrel pré-operatorio?

A

Suspender 7-10 dias antes da cirurgia, pois podem interferir na ativação e agregação plaquetarias.

OBS: em casos especificos mantem somente o AAS, como endarterectomia de carotida e cirurgia vascular infrainguinal

70
Q

Hernias inguinais em crianças:

A
  • Indiretas e congenitas
  • mais comum em meninos
  • 1º ano de vida risco maior de encarceramento
  • prematuro apresentam risco de encarceramento muito grande, entao devemos operar antes de dar alta hospitalar (pode gerar isquemia e necrose do testicuo)
  • divergencias dos autores sobre quando operar hernia inguinal eletiva-> RN a termo (entre 14 dias pós diagnostico e 4 meses de vida)
71
Q

Qual tecnica escolher para tratar uma hernia inguinal recidivada?

A

“Fugir” do trajeto da cirurgia inicial.

Ex:

cirurgia inicial -> tecnica de Shouldice (atua na parede posterior do canal inguinal)

cirurgia recidiva -> Stoppa- hernias bilaterais recidivadas- ou laparoscopica transabdominal ou extraperitoneal - hernias unilaterais recidivadas (atua mais profundamente, entre parede posterior do canal inguinal e o peritônio= espaço pré-peritoneal)

72
Q

Paciente com febre no 4º dia pós-operatorio, com ferida operatoria hiperemiada, abaulamento e saida de secreção purulenta. Diagnostico e conduta:

A

ISC incisional superficial, pois nao há descrição de comprometimento de musculos e fascia (se o paciente tiver ruidos hidroaereos e flatus, nao deve ter comprometimento de orgaos ou cavidades tbm)

  • Manter esquema antibiotico (pois há febre) para tratar principais bacterias daquela cirurgia especifica
  • retirada dos pontos para drenagem da secreção
  • irrigação diaria da ferida com soro fisiologico e realização de curativos diarios
  • desbridamento
  • exploração manual da ferida para descartamos comprometimento de fascias e musculos
73
Q

Paciente pós-cirurgia em sala de anestesia, que apresenta saturação de oxigenio de 90% (mesmo com mascara), FR aumentada e PaCO2 aumentada. Diagnostico e tratamento:

A

BLOQUEIO NEUROMUSCULAR RESIDUAL (BNMR).

Achados do BNMR:

  • hipoventilação alveolar (hipoxemia com hipercapnia), caso da questao
  • retorno lento da consciencia
  • taquicardia
  • midriase

Drogas inibidoras da acetilcolinesterase (neostigmina ou piridostigmina)

74
Q

Como calcular volume maximo de anestesico X% de concentração, tendo o maximo em mg/kg?

A

A porcentagem do anestesico indica X GRAMAS em 100 ML !!!!. Precisamos agr achar quantos ml temos para a dose maxima por regra de 3.

OBS: CONFERIR SEMPRE UNIDADES DE MEDIDA

75
Q

O que é hernia de Littre?

A

Diverticulo de Merkel (protuberância semelhante a uma pequena bolsa que sai da parede do intestino delgado e que está presente em algumas crianças desde o nascimento) faz parte do saco herniario

76
Q

O que é hernia de Amyand?

A

Apendice inflamado no saco herniario de uma hernia inguinal indireta

77
Q

O que é hernia de Spiegel?

A

Hernia da linha semilunar

78
Q

O que é hernia de Grynfelt?

A

Triangulo lombar superior. É a hernia lombar mais comum.

79
Q

Hernias diafragmaticas congenitas infantis: Morgagni e Bochdalek:

A

Morgagni -> defeito na parede ANTEROMEDIAL do diafragma, gerando hernia a direita

Bochdalek-> defeito na parede POSTEROLATERAL do diafragma, gerando hernia a esquerda por influencia do figado

80
Q

Massa irredutivel abaixo do ligamento inguinal, com distensao abdominal e dor a palpação:

A

Hernia femoral encarcerada [ex: hernia de Richter (+comum em hernias femorais)- >qualquer hernia com pinçamento de parte da circunferencia de uma alça de delgado para o interior do saco herniario, com sofrimento isquemico sem atrapalhar o fluxo intestinal]

81
Q

Anel inguinal superficial/anel inguinal externo é uma abertura na seguinte estrutura:

A

Aponeurose do musculo obliquo externo, marcando o final do canal inguinal

OBS: o funiculo espermatico atravessa essa abertura e se dirige a bolsa escrotal

82
Q

Pontos de referencia da inguinotomia:

A

Espinha iliaca anterossuperior e o tuberculo pubico