Pré-OP Flashcards
capacidade funcional
Ela pode ser estimada através dos equivalentes metabólicos (MET)
- 1 MET = Cuidados próprios, como comer, vestir-se ou ir ao banheiro.
- 4 METs = subir um lance de escadas ou uma ladeira.
- 4-10 METs = Trabalho pesado de casa, como esfregar o chão ou arrastar móveis pesados.
- > 10 METs = Participar de esportes extenuantes, como natação, tênis, futebol, etc.
Se uma pessoa não alcança 4 METs em suas atividades diárias, provavelmente não suportará o estresse cirúrgico.
Exames complementares
os principais fatores que norteiam essa escolha são:
- idade,
- comorbidades e
- tipo de cirurgia.
Quanto a idade:
- < 45 anos: Não solicitar nenhum exame!
- 45-54 anos: Eletrocardiograma apenas para os homens!
- 55-70 anos: ECG + Hemograma.
- > 70 anos: ECG + hemograma + U/Cr + eletrólitos + glicose.
- Mulher em idade reprodutiva: beta-hCG urinário na manhã da cirurgia.
Outros exames devem ser pedidos dependendo da patologia/cirurgia:
coagulograma =
- estimativa de perda >2L,
- neurocirurgia,
- cardíaca e torácica
Rx tórax = cirurgia cardíaca e torácica
Antibioticoprofilaxia cirúrgica
As cirurgias, conforme o potencial de contaminação, podem ser divididas em quatro classes:
- Limpa;
- Potencialmente contaminada (ou limpa-contaminada);
- Contaminada;
- Infectada.
A antibioticoprofilaxia é indicada para a maioria das cirurgias limpas‑contaminadas e contaminadas. Em cirurgia limpa, é controversa e indicada em alguns casos, como secção de osso e inserção de prótese. O objetivo é previnir a infecçãoda ferida cirúrgica no pós-operatório.
Uma cefalosporina de primeira geração é preferida em quase todas as circunstâncias para a profilaxia cirúrgica (Exemplos: cefazolina, cefalotina), com a clindamicina usada para pacientes alérgicos à penicilina.
Em cirurgias colorretais, devem-se usar antibióticos cobrindo bacilos gram-negativos, anaeróbios +E. colí eBacteroides fragílis.
O antibiótico deve ser administrado somentequando indicado e no momentoadequado para atingir níveis séricos eteciduais adequados durante a incisão emanipulação do sítio cirúrgico.
Não se usa dois betalactâmicos juntos!! (ex: cefazolina + ampicilina-sulbactam)
Administrar cefazolina + metronidazol na indução anestésica e repetir após aproximadamente 3 - 4 horas em cirurgia colorretal
Medicações de uso crônico
- aas 7 dias antes
- clopidogrel 5 dias
- anti-has mantidos até o dia da cirurgia
- antidiabéticos orais metformina 24-48h antes. As demais suspender no dia exceto os inibidores da dpp4 que podem ser mantidos em jejum
Esquema profilaxia atb para apendicectomia
Atb por 24h, cefoxitina é uma boa pq cobre gram + e - além de anaeróbio
Quando não fazer antibiótico profilático
Tireidectomia
…
Qual deve ser o esquema de insulinoterapia pré-operatória em pct c/ DM insulinodependente?
suspender a regular
2/3 da NPH na noite anterior e 1/2 NPH na manhã da cirurgia
A antibioticoprofilaxia deve ser realizada em todas as cirurgias uma hora antes do procedimento?
a antibioticoprofilaxia deve ser realizada somente nas cirurgias potencialmente contaminadas.
Qual a ASA de um pct tabagista sem outras comorbidades
ASA II
Tipos de feridas
- limpa
- contaminada:
- infectada: Segundo o ministério da saúde, feridas infectadas são aquelas em que houve a proliferação de microrganismos, levando a um processo infeccioso
“potencialmente contaminada” -> o manual não descreve essa categoria para ferimentos.
No ambulatório de um hospital secundário, o médico de plantão recebe uma paciente de 43 anos de idade que se encontra no 10º dia de pós-operatório de uma histerectomia total abdominal por doença benigna. A paciente queixa-se de mal-estar, hiporexia e febre (37,3 °C) há cerca de 2 dias. Ao exame físico, a incisão operatória encontra-se um pouco hiperemiada e quente. A semiologia pulmonar é normal; não há queixa de disúria nem sinais de flebite.
Considerando esse caso, assinale a opção que apresenta, respectivamente, a classificação da cirurgia quanto ao grau de contaminação e qual deveria ter sido a melhor conduta pré-operatória para evitar a infecção pós-operatória.
A histerectomia é considerada limpa-contaminada (ou potencialmente contaminada), pois há envolvimento do trato genital, seja o procedimento por via vaginal ou por via abdominal.
A pergunta é sobre a classificação cirúrgica no momento da cirurgia, e não no décimo dia após o procedimento.
Sobre a profilaxia: para histerectomia, é recomendado o uso de cefazolina 2g por via intravenosa 30 a 60 minutos antes do início do procedimento.
Um paciente de 68 anos de idade, em pré-operatório para uma colecistectomia eletiva por vídeo e portador de diversas morbidades, faz uso de várias medicações: atenolol; bromoprida; pantoprazol; levotiroxina; AAS infantil; clopidogrel; clonazepam; e semaglutida. Nesse caso hipotético, considerando-se a cirurgia eletiva e que ele esteja compensado das doenças mencionadas no pré-operatório, é correto afirmar que
duas medicações deverão ser suspensas.
- Atenolol (manter): a explicação para o uso dos betabloqueadores no perioperatório é bem plausível: diminuição do consumo miocárdico de oxigênio e da vulnerabilidade cardíaca às oscilações hemodinâmicas. Portanto, pacientes que já faziam seu uso crônico devem manter o uso durante todo o perioperatório (não suspender a medicação antes da cirurgia).
- AAS (manter): o uso do AAS no perioperatório não é isento de riscos. Por esse motivo, sempre devemos considerar o benefício de sua manutenção versus o risco de sangramento. Nos pacientes em uso de AAS para prevenção secundária (antecedente de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral), é recomendada sua manutenção na dose máxima de 100 mg ao dia, exceto em ressecções transuretrais de próstata pela técnica convencional e neurocirurgias, quando deve ser suspenso com antecedência de sete dias.
- Clopidogrel (suspender): como o paciente faz uso dessa medicação, podemos deduzir que ele sofreu um evento coronariano recentemente. Nessa situação, o ideal é realizar a cirurgia após algum tempo do procedimento: (1) Implante de stent convencional (metálico): aguardar 6 semanas. (2) Implante de stent farmacológico (depende da indicação do stent): No contexto de doença coronariana estável (eletivo): aguardar 6 meses. No contexto de síndrome coronariana aguda (urgência): aguardar 1 ano. Há casos em que a cirurgia eletiva não pode ser adiada por muito tempo, como as cirurgias oncológicas. Nessa situação, recomenda-se manter apenas o AAS e retirar o clopidogrel, que deve ser suspenso cinco dias antes e reiniciado o mais brevemente possível (não ultrapassar 10 dias sem dupla antiagregação).
- Semaglutida (suspender): é um antidiabético agonista do GLP-1. Com relação à essa classe de medicamento, é orientado sua suspensão no dia da cirurgia.
- Bromoprida (manter): a bromoprida apresenta ação normalizadora da motricidade do estômago, duodeno e jejuno, reconduzindo o tônus e a peristalse aos padrões fisiológicos em todos os casos em que estejam alterados. Normaliza também o esvaziamento incompleto ou tardio das vias biliares e possui ação antiemética completa, atuando a nível central e periférico. Não há necessidade de sua suspensão antes da cirurgia.
- Pantoprazol (manter): é um inibidor da bomba de prótons que age reduzindo a produção de ácido no estômago. Em pacientes que serão intubados, é utilizado como protetor gástrico. Não há necessidade de sua suspensão antes da cirurgia.
- Levotiroxina (manter): as evidências atuais mostram que, se existe o diagnóstico prévio de hipotireoidismo e tempo hábil para o tratamento, o paciente deve estar eutireoideano no pré-operatório. Portanto, essa medicação deve ser mantida.
- Clonazepam (manter): é um composto que pertence à classe dos benzodiazepínicos, responsáveis por causar uma leve inibição do sistema nervoso central, o que conduz a uma ação anticonvulsivante, levemente sedativa, relaxante muscular e tranquilizante. Apesar de poder dificultar a sedação durante a cirurgia, com necessidade de doses maiores de agentes anestésicos, pacientes que fazem uso crônico não precisam suspendê-lo antes da cirurgia.
Quando fazer radiografia
a radiografia de tórax está indicada nas intervenções de médio e grande porte, principalmente nas cirurgias intratorácicas e intra-abdominais. Além disso, esse exame pode ser considerado nos pacientes com mais de 40 anos, conforme orientações da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Quando fazer a dosagem de creatinina sérica
(1) Portadores de nefropatia, diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, insuficiência hepática ou cardíaca, caso não haja resultado desses exames nos últimos 12 meses,
(2) Intervenções de médio e grande porte ou
(3) Idade > 40 anos.
Quando dosar os eletrólitos.
paciente q faz uso de medicações que interferem diretamente nos eletrólitos: a hidroclorotiazida pode resultar em hiponatremia, hipomagnesemia e hipocalemia.