Pensamento Flashcards

1
Q

Pensamento lentificado (bradipsiquismo)

A

Curso do pensamento. Apesar de ter um objetivo, o pensamento é muito lento e pode perder-se, já que demora muito tempo a surgir. Nº de associações que a pessoa faz está diminuído. Causas: depressão. É observável objetivamente por um observador externo.

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2
Q

Pensamento inibido

A

Curso do pensamento. Semelhante ao pensamento lentificado, mas sentido apenas subjetivamente, pelo próprio doente.

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3
Q

Pensamento acelerado (taquipsiquismo)

A

Curso do pensamento. Pensamento mais rápido. Aumento do nº de associações e ideias durante um determinado período de tempo. Descrição de pensamentos quase instantâneos. Causas: mania. Associações são formadas normalmente.

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4
Q

Pensamento digressivo

A

Curso do pensamento. Pensamento muda constantemente de objetivo, em função da exacerbação das associações, mas é possível seguir o curso das ideias e o objetivo é atingido.

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5
Q

Fuga de ideias

A

Curso do pensamento. Caso extremo de pensamento digressivo, em que, apesar de ser possível seguir o curso das ideias, o objetivo não é atingido. Associações por som ou conteúdo.

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6
Q

Pensamento circunstanciado

A

Curso do pensamento. Fluxo do pensamento mais lento, mas influenciado pela incapacidade de distinguir o essencial do acessório. Para explicar algo, a pessoa usa pormenores considerados desnecessários.

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7
Q

Fusão

A

Forma. Interrupção do fluxo do pensamento. Há alguma preservação da cadeia normal das associações, mas existem elementos que são ligados de maneira anómala, estão juntos elementos heterogéneos, mas que não fazem sentido estarem associados dentro de uma frase.

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8
Q

Descarrilamento

A

Forma. Interrupção do fluxo do pensamento. Quebra das associações, de forma a que parece haver uma interpretação de outros pensamentos, sem conexão compreensível com o anterior. O doente não é capaz de descrever as relações entre as ideias e descreve uma alteração da direção do pensamento. Ver exemplo nos apontamentos. Se perguntarmos ao doente como associa as duas ideias, muitas vezes não conseguem explicar porquê.

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9
Q

Mistura

A

Forma. Interrupção do fluxo do pensamento. Mistura extremamente intensa de fusões e descarrilamentos => pensamento quase totalmente incompreensível. Sintoma que vai surgindo e evoluindo ao longo do tempo, ninguém nasce assim, resulta de um agravamento dos sintomas.

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10
Q

Bloqueio

A

Forma. Interrupção do fluxo do pensamento. Interrupção súbita e inexplicável para o próprio doente do processo do pensamento. O paciente descreve a sensação subjetiva de ter parado de pensar: “eu tinha uma ideia e ela passou”. Pessoa pode ter de recomeçar ou pode conseguir pegar no ponto em que estava.

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11
Q

Perseveração

A

Forma. Retém uma constelação de ideias, mesmo depois de já não ser apropriado. No início a resposta podia adequar-se, mas depois deixa de fazer sentido. É algo involuntário. Exemplo: “Onde vives?” “Lisboa”. “Qual é a capital de França?” “Lisboa”.

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12
Q

Pensamento concreto

A

Forma. As expressões assumem um significado literal, sem simbolismo, ficando livres de qualquer abstração. Causas: organicidade e esquizofrenia. Útil na distinção entre convicções religiosas profundas e delírio, já que as experiências religiosas dos doentes com esquizofrenia são vividas concretamente, desprovidas de simbolismo. Exemplo: ‘I always like to keep my feet on the ground when I’m talking’ => paciente que tirou os sapatos quando entrou para a consulta.

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13
Q

Pensamento sobre-inclusivo

A

Forma. Incapacidade dos doentes em manterem limites concetuais. Ideias que só muito remotamente estão ligadas ao conceito em questão são incorporadas no pensamento. Exemplo da cadeira e do quarto.

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14
Q

Metonímias

A

Forma. Expressões pouco precisas, pessoa não consegue encontrar o conceito adequado, usa um conceito generalizado para substituir algo mais preciso. Por exemplo: “Vou comer a ementa”.

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15
Q

Tangencialidade

A

Forma. Respostas às questões de forma oblíqua ou irrelevante, não se consegue perceber se a pergunta foi entendida ou não. Por exemplo: “O que almoçou hoje?” “Não gosto de favas”.

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16
Q

Falta de lógica

A

Forma. Tirar conclusões de forma absurda, a partir de premissas válidas. Por exemplo: “A minha mãe lava os dentes muitas vezes por dia, a pasta de dentes em excesso faz mal, logo a pasta de dentes é da colgate”.

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17
Q

Uso idiossincrático de palavras e frases

A

Forma. Stock words ou stock sentences. Utilizados significados diferentes da mesma palavra. Exemplo da palavra “ferramenta”

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18
Q

Associação por sons

A

Forma. Associação de conceitos que não têm ligação, mas cuja sonância é semelhante. Pode observar-se em doentes com mania. Por exemplo: “A minha mãe era vidente e clarividente”.

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19
Q

Alogia

A

Forma. Pobreza do pensamento expressa em palavras. Conteúdo do pensamento vazio, sem detalhes, vago, etc.

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20
Q

Paralogia

A

Forma. Introdução de pensamentos bizarros ou irrelevantes em relação um ao outro.

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21
Q

Agramatismo

A

Forma. Destruição da gramática. Perda de partes do discurso.

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22
Q

Telegramese

A

Forma. Destruição da gramática. Perda de advérbios, pensamento parece vago e simplista. Ver exemplo nos apontamentos.

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23
Q

Paragramatismo

A

Forma. Destruição da gramática. Massa de frases complicada, que não faz sentido para atingir o objetivo do pensamento apesar das frases serem compreensíveis. Ver exemplo nos apontamentos.

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24
Q

Parafasia

A

Forma. Substituição de palavras com interpolação de sons ou significados incompreensíveis.

25
Q

Parafasia literal

A

Forma. Alteração da atribuição de significado a palavras, de forma a que uma frase pode perder o sentido. Por exemplo: “Eu estava nas escadas e senti-me Matryoshka, tonta e com vontade de cantar”.

26
Q

Parafasia verbal

A

Forma. Alteração da utilização apropriada de uma palavra, mas a frase ainda mantém o seu sentido. Por exemplo: descrever uma cadeira como ca”t”eira ou “sentina de quatro pernas”.

27
Q

Neologismo

A

Forma. Invenção de uma palavra, à qual se atribui um significado novo. Por exemplo: “Eu vi a luz! Eram aliens, chegaram para controlar o meu xelton”.

28
Q

Palavras aproximadas

A

Forma. Não há afastamento tão grande entre os conceitos. Por exemplo: “sapato da cabeça” para chapéu.

29
Q

Salada de palavras

A

Forma. Discurso composto de palavras incompreensíveis, que não consegue transmitir nenhuma informação de forma lógica. Exemplo: chuva, areia, hoje.

30
Q

Verbigeração

A

Forma. Repetição sem sentido de um conjunto diminuto de palavras ou frases. Por exemplo: “Está um dia muito bonito, muito bonito, muito bonito”.

31
Q

Palilália

A

Forma. Repetição de palavra com frequência crescente. Aumento do volume: “bonito, Bonito, BONITO”.

32
Q

Logoclonia

A

Forma. Repetição espástica de sílabas. Exemplo: chuuuuuva.

33
Q

Pensamento automático

A

Forma. Pensamentos sucessivos que são vivenciados como impostos e incoercíveis.

34
Q

Delírio

A

Conteúdo.
1. Falsa crença, profundidade enraizada.
2. Irredutíveis pela argumentação lógica.
3. Não expectáveis face ao contexto sociocultural da pessoa.
4. Originado de forma patológica.
Forma de “conhecimento”, “saber”, sustentado com convicção absoluta sem que, na realidade, estejam reunidos os pressupostos para que o seja.

35
Q

Delírio primário

A

Conteúdo. É realmente incompreensível para o observador externo (em última instância é incompreensível).

36
Q

Delírio secundário

A

Conteúdo. Compreensível mediante o quadro clínico que o doente apresenta. Exemplo: alguém com quadro depressivo e delírios de culpa.

37
Q

Humor delirante

A

Conteúdo. Delírio primário. Sentimento pré-reflexivo (“atmosfera”) de que algo mudou no mundo e de que alguma coisa de errado vai acontecer.

38
Q

Perceção delirante

A

Conteúdo. Delírio primário. Atribuição súbita de um significado delirante a uma perceção normal (a perceção está correta, mas a atribuição de significado está errada).

39
Q

Intuição delirante

A

Conteúdo. Delírio primário. Delírio que ocorre subitamente, sem suporte de qualquer espécie (de repente, tem uma determinada convicção absoluta que surgiu do nada).

40
Q

Memória delirante

A

Conteúdo. Delírio primário. Falsa memória imbuída/condicionada por interpretação delirante. Reconstrói uma memória que já existia antes da patologia e de forma delirante.

41
Q

Delírio persecutório

A

Conteúdo. Tipo de delírio. De perseguição.

42
Q

Delírio erotomaníaco

A

Conteúdo. Tipo de delírio. Tem a convicção delirante de que alguém está amorosamente interessado em si.

43
Q

Capgras

A

Conteúdo. Tipo de delírio. Convicção delirante de que alguém familiar foi substituído por um impostor.

44
Q

Fregoli

A

Conteúdo. Tipo de delírio. Convicção delirante de que um estranho é familiar.

45
Q

Duplos subjetivos

A

Conteúdo. Tipo de delírio. Crença delirante de que existe um grupo seu algures no mundo.

46
Q

Delírio niilista

A

Conteúdo. Tipo de delírio. Negação, pessoa nega partes do corpo ou a própria existência. Exemplo: “Falo consigo, mas tenho a certeza de que estou morto”.

47
Q

Folie à deux/Delírio induzido

A

Conteúdo. Tipo de delírio. Delírio transmitido, uma pessoa é mais suscetível e, por isso, com uma vivência de proximidade, o delírio de uma pessoa é transmitido à outra. Exemplo: “mãe tem um delírio e a filha sustenta as mesmas convicções”.

48
Q

Crenças erróneas

A

Conteúdo. Ideias sobrevalorizadas. Ideias aceitáveis, compreensíveis, que são perseguidas pelo doente para além de limites razoáveis. Provocam sofrimento e prejuízo funcional ao doente e a terceiros. São ideias em que o próprio se sente prejudicado, faz julgamentos parciais ou interpreta as atitudes dos outros de forma pessoal.

49
Q

Ideias paranóides não delirantes

A

De prejuízo ou de perseguição, autoreferentes. São ideias em que o próprio se sente prejudicado, faz julgamentos parciais ou interpreta as atitudes dos outros de forma pessoal. Também podem ser rebatidas pela lógica.

50
Q

Inserção do pensamento

A

Posse. Delírio do controlo do pensamento. Implica que o pensamento seja forçado, não através da persuasão, é posto na cabeça, como se fosse injetado.

51
Q

Roubo do pensamento

A

Posse. Delírio do controlo do pensamento. Corresponde à sensação de que as nossas ideias nos são retiradas à força através da leitura do pensamento.

52
Q

Difusão do pensamento

A

Posse. Delírio do controlo do pensamento. Outros sabem o que estou a pensar de forma automática quando penso.

53
Q

Sintomas da 1ª ordem de Schneider

A

Ocorrem com frequência razoável na esquizofrenia.
Em geral, não ocorrem noutras doenças.
Não deve ser muito difícil decidir se o sintoma está presente ou não.
Vozes que discutem entre si => melhor indicador de esquizofrenia.

54
Q

Fobias

A

Posse.
1. Medo, reconhecido como irracional.
2. Ansiedade antecipatória.
3. Evitamento.
Quanto mais evitamento, maior ansiedade da situação/comportamento.

55
Q

Obsessões

A

Posse.
1. Ideias que se impõem na mente.
2. Incoercíveis.
3. Repetitivas.
4. Dimensão de luta interior (egodistónicas).
Não tem de ser sempre um pensamento, pode ser uma imagem mental.
Conteúdo: contaminação, simetria, agressivas, religiosas, etc.

56
Q

Compulsões

A

Posse.
1. Atos (mentais ou comportamentais) que o doente não é capaz de não realizar.
2. Incoercíveis.
3. Repetitivas.
4. Dimensão de luta interior (egodistónicas).
Conteúdo: contaminação, simetria, limpeza, ordem, etc.

57
Q

Experiências religiosas

A
  1. Têm um sentido metafísico, enquanto que nos doentes com esquizofrenia adquirem um caráter concreto, muitas vezes físico. “Senti Deus dentro de mim”.
  2. Dão um novo sentido à vida.
    3.Ocorrem a par da integridade das outras funções psíquicas, enquanto que os doentes com esquizofrenia experimentam, habitualmente, perda dos limites do eu, entre outras alterações.
    4.Coexistem, muitas vezes, com dúvidas, enquanto que os delírios não. Os delírios são impermeáveis à argumentação lógica.
    Pessoa religiosa => em última instância, mesmo que não o admita, sabe que existe sempre uma dúvida. É um salto de fé, que é diferente de delírio.
58
Q

Sentimentos religiosos psicóticos

A
  1. Fenomenologicamente compatível com doença psiquiátrica.
  2. Existem outros sintomas de doença psiquiátrica.
  3. Estilo de vida, comportamento e direção dos objetivos é compatível com história de doença e não com uma vida inovadora e enriquecida.
  4. Comportamento compatível com doença, de acordo com a personalidade da pessoa.