Patologia Gastroenterologia Flashcards
Como se forma o adenocarcinoma em esôfago de Barrett?
A maior parte dos pacientes que apresentam adenocarcinoma de esôfago apresentam também esôfago de Barrett. No entanto, apenas a minoria dos pacientes com esôfago de Barrett (ou metaplasia intestinal da mucosa do esôfago) apresentará adenocarcinoma. Assim, antes do adenocarcinoma, existe uma displasia deste tecido que, com o acúmulo de mutações, resulta do adenocaricnoma. É importante mencionar que isto está associado às altas taxas mitóticas que este local cronicamente inflamado enfrenta.
Qual o estadiamento de um câncer de esôfago com infiltração até a camada muscular própria, sem comprometimento linfonodal?
Tis: não invade além da mucosa T1: tumor já ultrapassou a lâmina própria, chegando na submucosa. T2: tumor já acomete a muscular própria. T3: tumor já acomete até a adventícia. T4: tumor invade estruturas adjacentes. Assim, temos um T2N0.
O que é o esôfago de Barrett e cite duas complicações.
Esôfago de Barrett é a metaplasia intestinal da mucosa do esôfago. Ocorre como uma complicação da DRGe crônica e é caracterizada pela presença de células caliciformes no epitélio da mucosa esofagiana. As duas pricipais complicações são as ulcerações e o adenocarcinoma.
Biópsia de esôfago mostra intensa reação inflamatória com predomínio de neutrófilos e linfócitos, tendo no epitélio células de núcleos irregulares, vesiculosos e de cromatina frouxa, de aspecto vidro fosco, por vezes multinucleadas. Qual o diagnóstico mais provável?
A presença de inclusões multinucleares nas células epiteliais sugere fortemente a infecção pelo vírus da herpes simples.
Quais alterações da macroscopia do megaesôfago?
No megaesôfago temos um espessamento inicial no segmento proximal ao EEI hipertrofiado. Com a evolução da doença ocorre um adelgaçamento e dilatação luminal.
Cite três agentes causadores de esofagite.
Existem causas infecciosas, químicas e de refluxo. Dentre as infecciosas, podemos citar cândida, herpes simples e CMV. Dentre as químicas a soda cáustica.
Qual o critério histopatológico para Barrett? Qual a neoplasia mais associada?
O critério histopatológico é a presença de células calificormes (epitélio colunar) com vacúlos de muco distintos que coram em azul pálido em HE e assumem a forma de um cálice de vinho. Macroscopicamente essa lesão é reconhecida com seu aspecto aveludado eritematoso.
Explique a classificação histológica das gastrites crônicas.
Quanto à profundidade:
Superficial
Atrófica: causa destruição glandular
Quanto à atividade:
Ativa: presença de neutrófilos e eosinófilos
Inativa: presença de linfócitos e plasmócitos.
O que é adenocarcinoma in situ e o que é carcinoma precoce?
Adenocarcinoma in situ: acomete apenas a mucosa, não rompendo lâmina própria.
Adenocarcinoma precoce: acomete até a submucosa (até PT1b), ou seja, não chega na muscular própria.
Quais diferenças macroscópicas existem entre a úlcera gástrica aguda e a úlcera péptica crônica?
Úlcera gástrica aguda: múltiplas lesões pequenas (menores do que 1cm). Caracterizadas pela presença de pontos marrons ou pretos na sua base devido a eritrócitos digeridos.
Úlcera péptica crônica: tipicamente uma lesão única, maior e em saca-bocado. As bordas da lesão são planas e na mesma profundidade em ambos os lados (semelhantes a borda de uma piscina). A base é limpa e lisa. A cicatrização pode levar a confluência das pregas longitudinais.
Como se classifica uma gastrite do paciente com anemia perniciosa?
É uma gastrite atrófica, sendo a principal etiologia autoimune.
Quais as diferenças macro e microscópicas entre a úlcera péptica e o adenocarcinoma ulcerado de estômago.
Macroscopia: a borda da lesão é reta (como uma piscina), com as margens no mesmo nível no caso da úlcera péptica. Ao contrário, no adecarcinoma ulcerado temos bordas irregulares e maiores.
Microscopia: na úlcera péptica temos crosta de fibrina com neutrófilos, tecido de granulação e fibrose. No caso do câncer ulcerado temos células displásicas e até presença de células em anel de sinete, a depender do tipo histológico.
Paciente feminina de 24 anos com queixa de dor abdominal vaga do tipo cólica, localizada em quadrante inferior direito, com piora após ingesta alimentar, associada a distensão abdominal, diarreia e vômitos há aproximadamente 10 anos. Evoluiu com piora dos sintomas, perda de peso e aparecimento de lesão aftosa em língua e fístula anal. Qual o provável diagnóstico? Realizada a biópsia, quais as alterações histológicas que devem ser encontradas?
Diagnóstico mais provável: doença de Crohn.
Biópsia: classicamente, a doença de Crohn pode acometer da boca ao ânus, sendo o segmento mais afetado o íleo. Histologicamente, as regiões afetadas (que podem devem ser reconhecidas entre regiões de mucosa não acometida) causa um acometimento que pode ser transmural, podendo inclusive evoluir com fístulas. Ocorre a formação de úlceras, abscessos de criptas e, classicamente, a formação de granulomas não caseosos. A parede fica espessada com edema, fibrose e hipertrofia da musculatura, podendo causas estenose.
Como se classificam os pólipos intestinais?
Neoplásicos: são os adenomas. Tubulares Tubulo-vilosos Vilosos Não neoplásicos Hamartomatosos Inflamatórios Hiperplásicos
Quais as diferenças micro e macroscópicas entre RCUI e doença de Crohn?
Microscopia
RCUI: acometimento apenas de mucosa e submucosa, nunca acometendo muscular própria. Existe um acúmulo de células inflamatórias e, assim como no Crohn, ocorre criptite. Não ocorre a formação de granulomas.
Crohn: acometimento transmural que pode inclusive formar úlceras é típico. Ocorre critptite e também ocorre a formação de granulomas não caseosos.
Macroscopia:
RCUI: a doença sempre acomete o reto e pode, ou não, ascedender pelo cólon de forma contínua, mas sem nunca chegar além disso. Além disso, como o acometimento sempre se limita à submucosa, não existe edema ou estenose nessa doença. Um achado interessante não os pseudopólipos que se foram pela regeneração parcial da mucosa acometida.
Crohn: o acometimento salteado é o halllmark da doença. Ou seja, a DC pode acometer da boca ao ânus em lesões separadas por segmentos íntegros de intestino. O local mais acometido é o íleo. Outro achado macroscópico importante é que se forma um aspecto de calçadão pela mucosa íntegra intercalada.
Qual a neoplasia mais comum do canal anal e quais são seus fatores de risco?
A neoplasia mais comum no canal anal é a carcinoma espinocelular (CEC), e o principal fator de risco é a infecção pelo vírus do HPV, particularmente a formação do tumor de Buschke-Lowenstein.