P2 antiga Flashcards

1
Q

As doenças autoimunes diferem das autoinflamatórias por exacerbar primordialmente respostas adaptativas. V ou F?

A

CORRETA. Doenças autoimunes são caracterizadas pela perda da tolerância imunológica a antígenos próprios, com ativação exacerbada de linfócitos T e B autorreativos. Isso contrasta com as doenças autoinflamatórias, nas quais a imunidade inata é o principal mecanismo fisiopatológico, com ativação desregulada de macrófagos, neutrófilos e inflamossomos, independentemente de antígenos específicos ou autoanticorpos.

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2
Q

As doenças autoimunes são mais frequentes, como um todo, em países desenvolvidos; as mais prevalentes são as tireoideanas. V ou F?

A

CORRETA. Existe uma maior prevalência de doenças autoimunes em países desenvolvidos, possivelmente relacionada a fatores ambientais como infecções, dieta e exposição a substâncias químicas. Dentro do espectro das doenças autoimunes, as tireoidianas, como a Tireoidite de Hashimoto e a Doença de Graves, são de fato as mais prevalentes na população geral.

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3
Q

As doenças autoimunes órgão-específicas, como a miastenia gravis e a púrpura trombocitopênica, são causadas por autoanticorpos patogênicos (hipersensibilidade do tipo 2). V ou F?

A

CORRETA. Miastenia gravis e púrpura trombocitopênica imunológica são exemplos clássicos de doenças autoimunes órgão-específicas mediadas por autoanticorpos. Na miastenia gravis, autoanticorpos contra receptores de acetilcolina na junção neuromuscular bloqueiam a transmissão sináptica, causando fraqueza muscular. Na púrpura trombocitopênica, autoanticorpos contra plaquetas levam à sua destruição, resultando em trombocitopenia e risco aumentado de sangramento. Ambas se enquadram na classificação de hipersensibilidade do tipo II, caracterizada pela ação de anticorpos contra antígenos presentes na superfície de células ou tecidos.

Tipo I: Hipersensibilidade Imediata (ou Anafilática):

Mecanismo: Mediada por IgE. Após a exposição inicial ao alérgeno, o sistema imunológico produz IgE específica. A IgE se liga a receptores em mastócitos e basófilos. Na segunda exposição ao mesmo alérgeno, este se liga à IgE nos mastócitos e basófilos, causando a degranulação dessas células e a liberação de mediadores inflamatórios, como histamina, leucotrienos e prostaglandinas.
Tempo de reação: Minutos a horas após a exposição ao alérgeno.
Exemplos: Anafilaxia, asma alérgica, rinite alérgica, urticária, alergia alimentar.
Tipo II: Hipersensibilidade Citotóxica:

Mecanismo: Mediada por anticorpos IgG ou IgM que se ligam a antígenos na superfície de células. Essa ligação pode ativar o sistema complemento, levando à lise celular, ou recrutar células fagocíticas que destroem as células-alvo. Também pode causar disfunção celular sem causar dano direto.
Tempo de reação: Horas a dias.
Exemplos: Reações transfusionais, doença hemolítica do recém-nascido, anemia hemolítica autoimune, púrpura trombocitopênica idiopática.
Tipo III: Hipersensibilidade por Imunocomplexos:

Mecanismo: Mediada pela formação de imunocomplexos (complexos antígeno-anticorpo) que se depositam em tecidos, ativando o sistema complemento e causando inflamação local.
Tempo de reação: Horas a dias.
Exemplos: Doença do soro, lúpus eritematoso sistêmico, glomerulonefrite pós-estreptocócica, artrite reumatoide.
Tipo IV: Hipersensibilidade Tardia (ou Mediada por Células):

Mecanismo: Mediada por linfócitos T sensibilizados. Após a exposição inicial ao antígeno, linfócitos T específicos são ativados. Na segunda exposição, esses linfócitos T liberam citocinas que recrutam e ativam macrófagos e outras células inflamatórias, causando dano tecidual.
Tempo de reação: 48 a 72 horas após a exposição ao antígeno.
Exemplos: Dermatite de contato, teste de Mantoux (tuberculose), rejeição de transplantes, diabetes mellitus tipo 1.

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4
Q

Todas as assertivas abaixo compõem os postulados de Witebsky (1957 modificados em 1994) para definição de doença
autoimune, EXCETO:

a. Transferência de doença para animais através de autoanticorpos ou linfócitos T.

b. Reprodução da doença em modelos animais espontâneos ou induzidos.

c. Resolução do quadro clínico com autotransplante de células-tronco mesenquimais.

d. Resposta clínica à imunossupressores.

A

c. Resolução do quadro clínico com autotransplante de células-tronco mesenquimais.

Os Postulados de Witebsky, modificados em 1994, são critérios utilizados para estabelecer a etiologia autoimune de uma doença. Eles incluem:

  • Evidência direta de autoimunidade: Demonstração da presença de autoanticorpos ou linfócitos T autorreativos.
  • Evidência indireta de autoimunidade: Reprodução da doença em modelos animais.
  • Evidência circunstancial de autoimunidade: Benefício clínico com tratamentos imunossupressores.

A resolução do quadro clínico com autotransplante de células-tronco mesenquimais, embora possa ser um tratamento promissor para algumas doenças autoimunes, não faz parte dos Postulados de Witebsky. Esses postulados focam na demonstração da etiologia autoimune, e não na resposta a um tratamento específico. As células-tronco mesenquimais têm propriedades imunomoduladoras e podem ser benéficas em doenças autoimunes, mas sua eficácia não confirma ou define a natureza autoimune da doença.

Portanto, a alternativa “c” é a única que não compõe os postulados de Witebsky. As demais alternativas (a, b e d) refletem os critérios de demonstração direta, indireta e circunstancial de autoimunidade, respectivamente.

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5
Q

Acerca da patogenia das doenças autoimunes, a expressão tecidual aberrante de HLA de classe II é vista globalmente em modelos animais induzidos. V ou F?

A

INCORRETA. Embora a expressão aberrante de MHC classe II (o equivalente humano de HLA) em células que normalmente não o expressam possa contribuir para a autoimunidade, isso não é observado globalmente em todos os modelos animais induzidos. A expressão ectópica de MHC classe II é um fator em alguns modelos, mas não é uma característica universal. A patogênese das doenças autoimunes é complexa e multifatorial, variando entre as diferentes doenças e modelos.

MHC (Complexo Principal de Histocompatibilidade):
É um conjunto de genes que codificam proteínas de superfície celular envolvidas na apresentação de antígenos.
Presente em todos os vertebrados com mandíbula.
Desempenha um papel crucial na resposta imune adaptativa, na rejeição de transplantes e na suscetibilidade a doenças autoimunes.
Dividido em classes:
MHC Classe I: Presente em quase todas as células nucleadas do corpo. Apresenta antígenos intracelulares (ex: proteínas virais) aos linfócitos T citotóxicos (CD8+).
MHC Classe II: Presente em células apresentadoras de antígenos (APCs), como macrófagos, células dendríticas e linfócitos B. Apresenta antígenos extracelulares (ex: bactérias) aos linfócitos T auxiliares (CD4+).
MHC Classe III: Codifica proteínas do sistema complemento e outras moléculas envolvidas na resposta imune, mas não está diretamente envolvido na apresentação de antígenos.

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6
Q

Acerca da patogenia das doenças autoimunes, a vitamina D é imunossupressor natural, e sua deficiência pode predispor a fenômenos autoimunes. V ou F?

A

CORRETA. A vitamina D possui propriedades imunomoduladoras, incluindo a supressão de respostas inflamatórias e a promoção da tolerância imunológica. Deficiência de vitamina D tem sido associada a um risco aumentado de diversas doenças autoimunes.

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7
Q

Acerca da patogenia das doenças autoimunes, a falha na apoptose de linfócitos B é fator predisponente, uma vez que aumenta a meia-vida destas células. V ou F?

A

CORRETA. A apoptose (morte celular programada) é essencial para eliminar linfócitos autorreativos. Falhas nesse mecanismo podem levar à sobrevivência de linfócitos B que produzem autoanticorpos, contribuindo para o desenvolvimento de autoimunidade.

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8
Q

Acerca da patogenia das doenças autoimunes, mutações da FoxP3 predispõem à autoimunidade por impedirem respostas Treg. V ou F?

A

CORRETA. O gene FoxP3 é crucial para o desenvolvimento e a função das células T reguladoras (Tregs), que desempenham um papel fundamental na supressão da autoimunidade. Mutações nesse gene comprometem a função das Tregs, aumentando a suscetibilidade a doenças autoimunes.

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9
Q

Os dois principais fatores genéticos que predispõem a doenças autoimunes são:

A

o sistema HLA e o sistema CTLA-4.

HLA (Antígeno Leucocitário Humano): Certos alelos HLA estão fortemente associados a um risco aumentado de desenvolver doenças autoimunes específicas. Por exemplo, HLA-B27 está associado à espondilite anquilosante, e HLA-DR3 e HLA-DR4 estão associados ao diabetes tipo 1. A ligação entre HLA e autoimunidade provavelmente se deve à sua função na apresentação de autoantígenos aos linfócitos T.

CTLA-4 (Antígeno 4 Citotóxico de Linfócitos T): CTLA-4 é uma molécula expressa na superfície de linfócitos T que atua como um freio na ativação dessas células. Polimorfismos no gene CTLA-4 podem levar a uma função reduzida dessa molécula, resultando em uma ativação excessiva de linfócitos T e aumento da suscetibilidade à autoimunidade.

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10
Q

Uma paciente de 30 anos, lúpica com histórico recente de nefropatia e psicose, pede sua orientação para anticoncepção. Com base na etiopatogênese da doença, a opção de escolha seria, para este caso, de

a. progesterona intramuscular mensal.

b. dispositivo intrauterino.

c. anticoncepcional combinado (estrogênio-progesterona) oral.

d. anticoncepcional combinado transdérmico.

A

Considerando a etiopatogenia do lúpus, o histórico da paciente (nefropatia e psicose) e os riscos associados aos diferentes métodos anticoncepcionais, a melhor opção, neste caso, seria a letra b. dispositivo intrauterino (DIU).

Vamos analisar as opções e por que as outras são menos adequadas para esta paciente:

a. progesterona intramuscular mensal: Embora geralmente segura, a progesterona injetável pode ter efeitos colaterais como ganho de peso, alterações de humor e irregularidades menstruais, que podem ser problemáticos para pacientes com lúpus, especialmente com histórico de psicose.

c. anticoncepcional combinado (estrogênio-progesterona) oral: Contraindicado para esta paciente. O estrogênio presente nos anticoncepcionais combinados aumenta o risco de eventos tromboembólicos, que já é elevado em pacientes com lúpus, especialmente aquelas com nefropatia. Além disso, o estrogênio pode exacerbar os sintomas do lúpus e aumentar o risco de psicose.

d. anticoncepcional combinado transdérmico: Assim como o anticoncepcional oral combinado, o transdérmico também contém estrogênio e, portanto, apresenta os mesmos riscos de tromboembolismo e exacerbação do lúpus.

b. dispositivo intrauterino (DIU): É a melhor opção para esta paciente. O DIU, especialmente o de cobre, não contém hormônios, eliminando os riscos associados ao estrogênio. O DIU de levonorgestrel (progesterona) também pode ser considerado, mas com cautela, devido ao histórico de psicose da paciente. De qualquer forma, o DIU oferece um método contraceptivo eficaz e seguro, minimizando os riscos para pacientes com lúpus e histórico de nefropatia e psicose.

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11
Q

Em relação a fatores ambientais e inflamação/autoimunidade, os adjuvantes mais suspeitos de deflagar autoimunidade são os patógenos, as vacinas e os materiais siliconados. V ou F?

A

VERDADEIRO

  1. Patógenos
    Os patógenos (como vírus, bactérias, fungos e parasitas) são considerados adjuvantes suspeitos de desencadear autoimunidade por várias razões:

Mimetismo molecular: Alguns patógenos podem ter estruturas moleculares semelhantes às do hospedeiro. Quando o sistema imunológico ataca o patógeno, pode acabar “confundindo” as estruturas do próprio corpo com as do invasor, levando a uma resposta autoimune.

Ativação policlonal: Certos patógenos podem estimular uma grande quantidade de linfócitos B de maneira não específica, aumentando a chance de ativar células autorreativas.

Inflamação crônica: Infecções persistentes podem manter o sistema imunológico em estado de alerta constante, potencialmente levando à quebra da tolerância imunológica.

  1. Vacinas
    As vacinas, embora sejam cruciais para a saúde pública, também são mencionadas como possíveis adjuvantes na autoimunidade:

Adjuvantes artificiais: Muitas vacinas contêm adjuvantes para potencializar a resposta imune. Em raros casos, esses adjuvantes podem estimular excessivamente o sistema imunológico.

Resposta cruzada: Similarmente ao mimetismo molecular dos patógenos, componentes das vacinas podem, em teoria, desencadear respostas imunes contra antígenos próprios semelhantes.

Predisposição genética: Em indivíduos com predisposição genética para doenças autoimunes, a estimulação do sistema imune por vacinas poderia, teoricamente, acelerar o processo autoimune.

  1. Materiais siliconados
    Os materiais siliconados, especialmente implantes, são considerados potenciais desencadeadores de autoimunidade:

Reação de corpo estranho: O silicone pode induzir uma resposta inflamatória crônica, potencialmente levando à ativação de células autorreativas.

Vazamento de silicone: Em caso de ruptura de implantes, o silicone pode se espalhar pelo corpo, possivelmente desencadeando respostas imunes aberrantes.

Síndrome ASIA: A “Síndrome Autoimune/Inflamatória Induzida por Adjuvantes” (ASIA) é uma condição proposta que sugere que adjuvantes, incluindo silicone, podem desencadear respostas autoimunes em indivíduos suscetíveis.

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12
Q

Em relação a fatores ambientais e inflamação/autoimunidade, a disbiose promove apresentação de antígenos translacionais que aumentam respostas Th17 e inibem respostas Treg. V ou F?

A

CORRETO. A disbiose, ou desequilíbrio da microbiota intestinal, pode contribuir para a autoimunidade. Alterações na composição da microbiota podem levar a um aumento da permeabilidade intestinal, permitindo a passagem de antígenos bacterianos para a circulação. Esses antígenos, ou produtos do metabolismo bacteriano, podem ativar respostas inflamatórias, incluindo o aumento de células Th17 (produtoras de citocinas pró-inflamatórias) e a inibição de células Treg (reguladoras da resposta imune), favorecendo a autoimunidade.

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13
Q

Em relação a fatores ambientais e inflamação/autoimunidade, no paciente obeso, a produção exagerada de leptina pelos adipócitos aumenta respostas Th1 e inibe respostas Treg. V ou F?

A

CORRETO. A leptina, um hormônio produzido pelo tecido adiposo, tem efeitos imunomoduladores. Em pacientes obesos, os níveis elevados de leptina podem promover inflamação, com aumento de respostas Th1 (envolvidas na imunidade celular) e inibição de Tregs, contribuindo para um ambiente pró-inflamatório e potencialmente favorecendo o desenvolvimento ou agravamento de doenças autoimunes.

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14
Q

A respeito do uso de corticóides na prática clínica, a betametasona é o de maior ação mineralocorticóide, sendo a droga de eleição na insuficiência adrenal aguda. V ou F?

A

INCORRETA. A betametasona tem alta potência glicocorticoide e baixa atividade mineralocorticóide. Na insuficiência adrenal aguda, a droga de escolha é a hidrocortisona, por ter uma atividade mineralocorticóide mais balanceada, essencial para regular o equilíbrio hidroeletrolítico.

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15
Q

A respeito do uso de corticóides na prática clínica, a hidrocortisona é de meia-vida rápida e é útil em estados agudos, como crise asmática e sepse. V ou F?

A

CORRETA. A hidrocortisona tem uma meia-vida relativamente curta e um perfil de efeitos glicocorticoides e mineralocorticóides mais equilibrado, tornando-a adequada para o manejo de situações agudas.

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16
Q

A respeito do uso de corticóides na prática clínica, a dexametasona é de meia-vida longa, e dotada de potente ação anti-edema em traumas cranianos.

A

CORRETA. A dexametasona é um glicocorticoide potente e de longa duração, com mínima atividade mineralocorticóide. É frequentemente utilizada em traumas cranianos para reduzir o edema cerebral.

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17
Q

A respeito do uso de corticóides na prática clínica, a prednisona é de meia-vida intermediária, sendo o corticóide-padrão em doenças inflamatórias crônicas. V ou F?

A

CORRETA. A prednisona é um glicocorticoide de meia-vida intermediária, com boa potência anti-inflamatória e imunossupressora. É frequentemente utilizada no tratamento de doenças inflamatórias crônicas.

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18
Q

Entre os fármacos imunossupressores como um todo, os que tendem a causar linfopenias mais profundas são aqueles que inibem a produção de células…

A

CÉLULAS T.

Os linfócitos T constituem a maior parte da população de linfócitos no sangue. Fármacos que inibem a produção ou a função das células T, como ciclosporina, tacrolimo, micofenolato mofetil e sirolimo, podem causar linfopenias significativas. Esses fármacos são frequentemente utilizados em transplantes de órgãos para prevenir a rejeição.

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19
Q

IMUNOSSUPRESSORES

Monoclonal anti-linfócito B

A

Rituximabe

O Rituximabe é um anticorpo monoclonal que se liga a um antígeno específico na superfície dos linfócitos B, levando à sua depleção.

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20
Q

IMUNOSSUPRESSORES

Bloqueador do receptor Fc da IgG

A

Imunoglobulina endovenosa

A imunoglobulina endovenosa (IgEV) atua por diversos mecanismos, incluindo o bloqueio do receptor Fc da IgG, que está envolvido na ativação de células imunes.

21
Q

IMUNOSSUPRESSORES

Inibidor da via das calcineurinas

A

Ciclosporina

A Ciclosporina inibe a calcineurina, uma enzima crucial para a ativação dos linfócitos T.

22
Q

IMUNOSSUPRESSORES

Monoclonal anti-TNF

A

Adalimumabe

O Adalimumabe é um anticorpo monoclonal que se liga ao TNF-alfa (fator de necrose tumoral alfa), bloqueando sua ação inflamatória.

23
Q

IMUNOSSUPRESSORES

Inibidor de síntese de purinas

A

Azatioprina

A Azatioprina interfere na síntese de purinas, que são essenciais para a proliferação celular, incluindo a dos linfócitos.

24
Q

São indicações oficiais do FDA para uso da imunoglobulina endovenosa:

A

Deficiência de IgG, doença de Kawasaki e púrpura trombocitopênica idiopática.

25
Q

A respeito do transplante de células-tronco hematopoéticas (CD34+) em doenças autoimunes, concordâncias HLA no transplante alogênico diminuem o risco de doença enxerto x hospedeiro. V ou F?

A

CORRETO. A concordância HLA diminui o risco de doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH). Quanto maior a compatibilidade HLA entre doador e receptor, menor a chance de DECH. A DECH ocorre quando as células T do doador reconhecem os antígenos HLA do receptor como estranhos e os atacam.

26
Q

A respeito do transplante de células-tronco hematopoéticas (CD34+) em doenças autoimunes, o autólogo, de mortalidade inferior à do alogênico, inclui obrigatoriamente uma etapa de quimioterapia antes da reinfusão das células-tronco. V ou F?

A

CORRETA. O TCTH autólogo utiliza as próprias células-tronco do paciente, o que elimina o risco de DECH e, portanto, apresenta menor mortalidade. A quimioterapia prévia é necessária para erradicar as células imunes disfuncionais do paciente, permitindo que o sistema imunológico seja “reiniciado” após a reinfusão das células-tronco.

27
Q

A respeito do transplante de células-tronco hematopoéticas (CD34+) em doenças autoimunes, em reumatologia, a indicação mais frequente de transplante autólogo tem sido a esclerose sistêmica (esclerodermia). V ou F?

A

CORRETA. O TCTH autólogo tem sido utilizado com sucesso no tratamento de diversas doenças autoimunes, sendo a esclerose sistêmica uma das principais indicações em reumatologia. Outras doenças reumatológicas que podem se beneficiar do TCTH autólogo incluem lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide refratária e algumas vasculites.

28
Q

O centro-referência para transplante autólogo de células CD34+ no Brasil está localizado em Ribeirão Preto-SP.
Respectivamente, a doença neurológica e a doença gastroenterológica com maior frequência de indicações do autoenxerto
são

A

a esclerose múltipla e a doença de Crohn.

29
Q

Aproximadamente 50% dos pacientes com doença autoimune submetidos ao transplante autólogo de células CD34+ estão em remissão ao final de 5 anos. Isto se deve, provavelmente,

A

á reinfusão das células-tronco, gerando ativação dos sistemas Treg e PD1.

A reinfusão de células-tronco hematopoéticas promove a regeneração do sistema imunológico, incluindo a expansão de células T reguladoras (Tregs). As Tregs desempenham um papel crucial no controle da autoimunidade, suprimindo a ativação de células auto-reativas. O PD-1, receptor inibitório expresso em linfócitos T, também contribui para a regulação da resposta imune. A ativação desses sistemas contribui para a remissão da doença autoimune.

30
Q

Acerca da resposta imune em tumores, a resposta inata se dá através de citocinas como o fator de necrose tumoral (TNF) e de células NK (“natural killer”). V ou F?

A

CORRETA. A resposta imune inata é a primeira linha de defesa contra tumores. Células NK reconhecem e destroem células tumorais, enquanto citocinas como o TNF medeiam a inflamação e a morte celular.

31
Q

Acerca da resposta imune em tumores, a resposta adaptativa é dependente de perfil Th1 e consequente ativação de linfócitos T citotóxicos CD8+. V ou F?

A

CORRETA. A resposta imune adaptativa é essencial para o controle do crescimento tumoral. Linfócitos T auxiliares com perfil Th1 produzem citocinas que ativam linfócitos T citotóxicos CD8+, que reconhecem e destroem células tumorais.

32
Q

Acerca da resposta imune em tumores, em fase de controle do crescimento tumoral, há hiper-expressão local de gama-interferon e IL2. V ou F?

A

CORRETA. O gama-interferon (IFN-γ) e a interleucina-2 (IL-2) são citocinas importantes na resposta antitumoral. A hiper-expressão local dessas citocinas indica uma resposta imune eficaz contra o tumor.

33
Q

Acerca da resposta imune em tumores, em fase de proliferação tumoral, as respostas Treg estão diminuídas. V ou F?

A

INCORRETA. Na verdade, em fase de proliferação tumoral, frequentemente há um aumento da atividade de células T reguladoras (Tregs) no microambiente tumoral. As Tregs suprimem a resposta imune antitumoral, contribuindo para o escape imune e a progressão do tumor. Tumores podem “sequestrar” Tregs para criar um microambiente imunossupressor que favorece seu crescimento.

34
Q

Masculino, 76 anos, branco, apresenta histórico de psoríase difusa há 10 anos. Recentemente, teve diagnóstico de carcinoma renal metastático. Entre as imunoterapias anti-tumorais, a que está mais indicada é…

E, do ponto de vista prático, a droga que você optou aumenta o risco, no referido paciente, de…

A

um anticorpo monoclonal contra PD-1 (“programmed cell death protein 1”).

E, do ponto de vista prático, a droga que você optou aumenta o risco, no referido paciente, de REATIVAÇÃO AUTOIMUNE CUTÂNEA.

Anticorpos monoclonais anti-PD-1 são indicados para diversos tipos de câncer, incluindo carcinoma renal metastático. Bloquear o PD-1, um receptor inibitório em linfócitos T, remove um “freio” na resposta imune antitumoral, permitindo que as células T ataquem o tumor com mais eficácia. Embora o paciente tenha psoríase, o benefício potencial do anti-PD-1 no tratamento do câncer metastático provavelmente supera o risco de exacerbação da psoríase, que pode ser manejada com outros tratamentos.

35
Q

Um paciente de 60 anos, após investigação de linfadenopatia generalizada, foi diagnosticado com linfoma do tipo B. O
referido linfoma se caracteriza por grande expressão de CD19 na superfície linfocitária. Não houve resposta ao tratamento convencional, sendo o paciente então submetido a seguinte estratégia terapêutica: coleta de células T; re-engenharia genética de receptores de células T com especificidade para o antígeno tumoral; ex-vivo expansão de células T; reinfusão das células T. Esta moderna imunoterapia é conhecida como

A

CAR-T cell therapy (terapia com receptores antigênicos quiméricos de células T).

36
Q

Considerando-se os antígenos HLA herdados do pai, o feto é potencialmente um aloenxerto. Para fins de imunotolerância, o contexto hormonal e imunológico materno se fundamenta no binômio…

A

progesterona-perfil Th2.

A progesterona, hormônio dominante na gravidez, desempenha um papel fundamental na imunotolerância fetal. Ela promove um desvio para um perfil Th2, que se caracteriza pela produção de citocinas anti-inflamatórias, como IL-4, IL-5 e IL-10. Esse perfil Th2 suprime a resposta imune celular (Th1), que poderia ser prejudicial ao feto.

37
Q

Em geral pioram na gestação doenças como…

A

o lúpus e a asma.

O lúpus eritematoso sistêmico, uma doença autoimune complexa, pode piorar durante a gravidez, especialmente em pacientes com nefrite lúpica. A asma, uma doença inflamatória das vias aéreas, também pode piorar devido ao perfil Th2 predominante na gravidez.

a gravidez favorece um ambiente imunológico Th2, com supressão da resposta Th1. Doenças autoimunes mediadas por Th1 tendem a melhorar durante a gravidez, enquanto doenças mediadas por Th2 podem piorar.

38
Q

Ainda a respeito da imunologia da gestação, o sinciciotrofoblasto, estrutura de contato direto com o sangue materno, não expressa moléculas HLA. V ou F?

A

CORRETA. A ausência de moléculas HLA clássicas (HLA-A, HLA-B, HLA-C) no sinciciotrofoblasto impede o reconhecimento e a rejeição do feto pelo sistema imunológico materno. Esta é uma estratégia fundamental para a imunotolerância fetal.

39
Q

Ainda a respeito da imunologia da gestação, o citotrofoblasto expressa moléculas HLA do tipo G que suprimem respostas NK na superfície materno-fetal. V ou F?

A

CORRETA. O HLA-G, uma molécula HLA não clássica, é expresso pelo citotrofoblasto e interage com receptores inibitórios em células NK (Natural Killer) uterinas, suprimindo sua atividade citotóxica e contribuindo para a tolerância imunológica materna.

40
Q

Ainda a respeito da imunologia da gestação, a progesterona é um inibidor da atividade NK decidual. V ou F?

A

CORRETA. A progesterona, hormônio fundamental na gestação, inibe a atividade de células NK uterinas, reduzindo sua capacidade de destruir células fetais. Isso contribui para a manutenção da gravidez.

41
Q

Acerca da doença ateromatosa, tabagismo, diabetes mellitus e hipertensão arterial são estressores endoteliais clássicos. V ou F?

A

CORRETA. Esses fatores de risco contribuem para a disfunção endotelial, que é um evento inicial crucial no desenvolvimento da aterosclerose. O dano endotelial facilita a adesão de moléculas inflamatórias, monócitos e lipídios à parede arterial, iniciando o processo de formação da placa ateromatosa.

42
Q

Acerca da doença ateromatosa, a placa ateromatosa vulnerável contém farto núcleo lipídico e alto conteúdo de macrófagos. V ou F?

A

CORRETA. Placas vulneráveis, propensas à ruptura e à formação de trombos, são caracterizadas por um grande núcleo lipídico (rico em colesterol) e uma infiltração significativa de macrófagos. Esses macrófagos liberam enzimas que degradam a matriz extracelular, enfraquecendo a placa.

43
Q

Acerca da doença ateromatosa, a placa ateromatosa vulnerável contém cápsula fibrosa fina. V ou F?

A

CORRETA. A cápsula fibrosa, composta por colágeno e células musculares lisas, confere estabilidade à placa. Placas vulneráveis têm uma cápsula fibrosa fina e frágil, tornando-as mais suscetíveis à ruptura.

44
Q

Na prática clínica, o mais utilizado dos biomarcadores na avaliação de risco de doença cardiovascular isquêmica é…

A

a proteína-C reativa ultrassensível.

A proteína C reativa ultrassensível (PCR-us) é um marcador de inflamação sistêmica. Níveis elevados de PCR-us estão associados a um risco aumentado de doença cardiovascular isquêmica, mesmo em indivíduos aparentemente saudáveis. A PCR-us é amplamente utilizada na prática clínica devido à sua disponibilidade, baixo custo e valor preditivo.

45
Q

Respectivamente, imunomodulador e anticorpo monoclonal anti-IL1 que parecem úteis na redução do risco cardiovascular em pacientes com histórico de cardiopatia isquêmica:

A

olchicina e canakinumabe.

A colchicina, um anti-inflamatório, demonstrou em estudos clínicos reduzir o risco de eventos cardiovasculares em pacientes com doença coronariana. O canakinumabe, um anticorpo monoclonal anti-IL-1β, também mostrou reduzir eventos cardiovasculares em pacientes com histórico de infarto do miocárdio e níveis elevados de PCR-us, mesmo na ausência de doença inflamatória.

46
Q

Sobre a asma, atualmente é mais comum em países industrializados, sendo associada ao uso precoce de antibióticos na infância. V ou F?

A

CORRETA. A “hipótese da higiene” sugere que a exposição reduzida a microrganismos na infância, em parte devido ao uso precoce de antibióticos, pode levar a um desenvolvimento inadequado do sistema imunológico, aumentando o risco de doenças alérgicas como a asma. Países industrializados, com maior ênfase na higiene e no uso de antibióticos, apresentam maior prevalência de asma.

47
Q

Sobre a asma, é, por conceito, uma doença T-dependente com notória influência da IL-4 na ativação de linfócitos B. V ou F?

A

CORRETA. A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas com forte componente imunológico. Linfócitos T auxiliares (Th2) desempenham um papel central na patogênese da asma. A IL-4, produzida por células Th2, promove a produção de IgE por linfócitos B, contribuindo para a resposta alérgica característica da asma.

48
Q

Sobre a asma, o eosinófilo desempenha importante ação broncotóxica na asma tardia refratária. V ou F?

A

CORRETA. Eosinófilos são células inflamatórias que migram para as vias aéreas na asma. Eles liberam mediadores inflamatórios e proteínas tóxicas que causam dano tecidual e broncoconstrição, especialmente na asma tardia e refratária aos tratamentos convencionais.

49
Q

Masculino, 14 anos, apresenta episódios de “chiado no peito” há 8 meses. A espirometria evidenciou padrão obstrutivo com resposta a broncodilatador, compatível com asma. Nos últimos dois meses, as crises estão refratárias a broncodilatadores tradicionais e corticoides, e um último episódio demandou internação em UTI. Os níveis de IgE estão apenas levemente aumentados, e o hemograma mostra intensa eosinofilia (5100 eosinófilos, normal < 500). Na hipótese de terapia monoclonal, o alvo mais lógico neste paciente seria um anticorpo contra…

A

a IL-5.

A IL-5 é uma citocina essencial para a produção, diferenciação, ativação, maturação e sobrevivência dos eosinófilos. A eosinofilia intensa (5100 eosinófilos) sugere um papel importante da IL-5 na patogênese da asma nesse paciente. Anticorpos monoclonais anti-IL-5 (mepolizumabe, reslizumabe e benralizumabe) são indicados para o tratamento da asma eosinofílica grave, refratária aos tratamentos convencionais.