P1 Flashcards
INTRODUÇÃO AO SISTEMA IMUNE
5 características
Órgãos linfoides primarios e secundários
TECIDOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS
geral
TECIDOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS
1- MEDULA ÓSSEA- HEMATOPOIESE:
• Renovação do sangue ocorre diariamente de maneira dinâmica.
• Diferenciação celular: Células-tronco (que se autorrenovam) e progenitoras dão origem a glóbulos vermelhos e brancos. • Células-tronco hematopoiéticas (CTH) da medula óssea são multipotentes e autorrenováveis. • Ao nascimento, essas células ocorrem em todos os ossos, mas na puberdade a hematopoiese passa a ocorrer em ossos como pelve, vértebras, costelas e esterno. • Com o envelhecimento, a medula óssea perde tecido hematopoiético, substituído por gordura, o que diminui a hematopoiese.
• A proliferação e maturação de células precursoras na medula óssea são estimuladas por citocinas produzidas por células estromais e macrófagos.
• Circulação circadiana e hormônios (noradrenalina e melatonina) e citocinas (como TNF) influenciam a retenção e liberação de células do sistema imune. • Melhor horário para vacinação é de manhã, quando há pico de células de defesa. • Questões infecciosas influenciam a produção de neutrófilos, gerando desvio à esquerda no hemograma. • Aplicações clínicas das células-tronco hematopoiéticas (CD34+): transplantes de medula óssea e terapia celular.
TECIDOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS
2- TIMO- HEMATOPOIESE E PRODUÇÃO E MATURAÇÃO DE LINFÓCITOS T
1- involução
2- atrofia
3- processo físico
4- maturação dos linfócitos T
Transcrição:
1. Involução tímica: O timo, após a puberdade, começa a diminuir tanto em tamanho quanto em função. 2. Atrofia tímica: Inicia-se na puberdade. 3. Processo físico: Há uma redução do timo de cerca de 3% ao ano até a meia-idade, e após isso, segue com uma taxa de 1% ao ano. 4. Maturação dos linfócitos T: • Do córtex para a medula, os linfócitos T vão se maturando. Somente as células T naive maduras saem do timo e entram na circulação e nos órgãos linfóides secundários. • Proporção normal: A relação normal é de 2 CD4+ para cada 1 CD8+. Se houver aumento de CD8 e diminuição de CD4, isso pode indicar doença.
Explicação mais detalhada e didática:
1. Involução tímica: • O timo é um órgão essencial para o sistema imunológico, responsável pela maturação dos linfócitos T. Durante a infância, o timo é grande e altamente ativo, pois o corpo está desenvolvendo suas defesas imunológicas. • Após a puberdade, o timo começa a encolher, tanto em tamanho quanto em função, um processo conhecido como involução tímica. Esse encolhimento é normal e esperado, já que o sistema imunológico do adulto depende mais das células T já maduras que circulam no sangue e órgãos linfáticos secundários. 2. Atrofia tímica: • Atrofia significa a perda de função ou diminuição de tamanho de um órgão. No caso do timo, isso acontece a partir da puberdade. Com o passar do tempo, o tecido ativo do timo é gradualmente substituído por tecido adiposo (gordura), o que reduz sua capacidade de gerar novos linfócitos T. 3. Processo físico: • O encolhimento do timo não ocorre de forma abrupta, mas segue um ritmo. Entre a puberdade e a meia-idade, a diminuição é de cerca de 3% ao ano. Após a meia-idade, essa taxa de redução desacelera para cerca de 1% ao ano. Esse processo é um dos fatores que contribuem para a menor capacidade de resposta imunológica em idosos. 4. Maturação dos linfócitos T: • Os linfócitos T se formam na medula óssea, mas para se tornarem funcionais, precisam passar pelo timo. Dentro do timo, esses linfócitos vão do córtex (região externa) para a medula (região interna), onde sofrem uma série de mudanças que os tornam “prontos para a ação.” • Apenas as células T que passam por todos os testes de maturação (chamadas de células T naive maduras) saem do timo e entram no sangue e nos órgãos linfáticos secundários (como os linfonodos), onde poderão atuar no reconhecimento de patógenos. 5. Proporção CD4+/CD8+: • No corpo, existe uma relação normal entre dois tipos de linfócitos T: os linfócitos T auxiliares (CD4+) e os linfócitos T citotóxicos (CD8+). A proporção normal é de cerca de 2 CD4+ para cada 1 CD8+. • Quando essa proporção muda, com aumento de CD8 e redução de CD4, pode ser um sinal de doença, como infecções graves (ex.: HIV), que atacam as células CD4+ e desregulam essa proporção.
TECIDOS LINFÓIDES SECUNDÁRIOS
1. Retenção de células de defesa: 2. Ativação de células T ou B:
Transcrição:
1. Retém as células de defesa. 2. Células T ou B são ativadas e formam as ínguas em 2 ou 3 dias, com grande quantidade de células amplificadas agindo contra o mesmo agente infeccioso.
Explicação mais didática:
1. Retenção de células de defesa: • Quando o corpo detecta um agente infeccioso (como uma bactéria ou vírus), as células de defesa (como linfócitos e macrófagos) são recrutadas para combater essa infecção. Essas células se agrupam em certas áreas, especialmente nos linfonodos, que atuam como centros de filtragem e ativação de células imunológicas. 2. Ativação de células T ou B: • As células T e B são dois tipos principais de células do sistema imunológico. As células T são responsáveis por destruir diretamente as células infectadas ou ativar outras células imunológicas. As células B produzem anticorpos que neutralizam os patógenos. • Quando uma infecção é detectada, as células T ou B específicas para esse patógeno são ativadas nos linfonodos. Esse processo leva alguns dias (geralmente 2 ou 3 dias), durante os quais essas células proliferam (se multiplicam) para aumentar seu número. • Esse aumento rápido na quantidade de células T ou B ativadas é o que causa o inchaço nos linfonodos, comumente chamado de “ínguas.” As ínguas são um sinal de que o sistema imunológico está trabalhando duro para combater uma infecção. • Após essa amplificação, essas células especializadas são liberadas no corpo para agir contra o agente infeccioso, atacando-o de maneira mais eficiente.
TECIDOS LINFÓIDES SECUNDÁRIOS
1- LINFONODOS- FILTRO PARA SUBSTÂNCIAS NOCIVAS
1. Linfócitos B naive e folículos primários: 2. Estímulo antigênico e formação dos folículos secundários: 3. Células B ativadas nos folículos secundários: 4. Córtex, cordões paracorticais e linfócitos T/DCs: 5. Zona rica em células T e fibroblastos: 6. Ínguas e infecções: 7. Remoção de linfonodos (linfadenectomia):
Transcrição:
1. No linfonodo sem antígenos, os linfócitos B naive maduros (produzem anticorpos) organizam-se em folículos primários no córtex. 2. Após estímulo antigênico, esses folículos crescem e formam os folículos secundários, que contêm áreas de grande proliferação celular chamadas centros germinativos. 3. Nos folículos com centros germinativos, folículos secundários, temos células B ativadas. 4. No córtex, ao redor dos folículos, nos cordões paracorticais, temos povoamento por linfócitos T e DCs (células dendríticas). 5. Essa zona rica em células T contém uma rede de fibroblastos especializados chamados de células reticulares fibroblásticas. 6. Os linfonodos, quando estão inchados, são chamados de ínguas e identificam o local da infecção. Por exemplo, linfonodos peringuinais inchados podem indicar uma infecção no aparelho geniturinário. 7. A remoção dos linfonodos pode ser indicada em alguns procedimentos (ex.: mastectomia) e não prejudica a saúde.
Explicação mais didática e detalhada:
1. Linfócitos B naive e folículos primários: • Quando não há nenhum antígeno presente, os linfócitos B, que ainda não foram ativados, são chamados de “naive” (ou virgens). Esses linfócitos se organizam em estruturas chamadas folículos primários, que se localizam no córtex dos linfonodos. Embora ainda não tenham encontrado um antígeno, eles estão prontos para entrar em ação assim que isso ocorrer. 2. Estímulo antigênico e formação dos folículos secundários: • Quando o linfonodo detecta um antígeno (uma substância estranha, como um vírus ou bactéria), os folículos primários começam a crescer, transformando-se em folículos secundários. No centro desses folículos, ocorrem intensas divisões celulares, formando o que é chamado de centro germinativo, onde as células B são ativadas e se multiplicam para combater o antígeno. 3. Células B ativadas nos folículos secundários: • Após serem ativadas no centro germinativo, as células B começam a se diferenciar e proliferar. Essas células B ativadas são as responsáveis por produzir anticorpos, que são proteínas especializadas para neutralizar e destruir patógenos específicos. 4. Córtex, cordões paracorticais e linfócitos T/DCs: • Além dos folículos ricos em células B, o córtex dos linfonodos também possui áreas chamadas cordões paracorticais, que são povoados principalmente por linfócitos T e células dendríticas (DCs). As células dendríticas são essenciais para a ativação dos linfócitos T, já que elas capturam antígenos e os apresentam para essas células, iniciando a resposta imunológica. 5. Zona rica em células T e fibroblastos: • A região dos linfonodos rica em células T contém uma estrutura de suporte formada por células reticulares fibroblásticas. Essas células criam uma rede que dá suporte físico e organizacional para os linfócitos, permitindo que eles se movimentem e interajam eficientemente com outras células do sistema imune. 6. Ínguas e infecções: • Quando os linfonodos estão ativos, combatendo uma infecção, eles podem inchar devido ao acúmulo de células imunológicas, resultando nas famosas “ínguas.” As ínguas são um sinal comum de infecção, e sua localização pode fornecer pistas sobre o local da infecção. Por exemplo, ínguas na região peringuinal (virilha) podem indicar uma infecção no sistema geniturinário. 7. Remoção de linfonodos (linfadenectomia): • Em algumas cirurgias, como a mastectomia (remoção da mama), pode ser necessário remover alguns linfonodos (geralmente aqueles que drenam a região onde o tumor estava). Embora a remoção de linfonodos possa impactar a drenagem linfática local, ela geralmente não causa prejuízos significativos à saúde, e o sistema imunológico continua funcionando adequadamente.
TECIDOS LINFÓIDES SECUNDÁRIOS
2- VASOS LINFÁTICOS E LINfa
TECIDOS LINFÓIDES SECUNDÁRIOS
3- BAÇO
1. Drenagem de antígenos e proteção contra septicemia: 2. Polpa branca e resposta imune adaptativa: 3. Polpa vermelha e renovação de células vermelhas: 4. Estrutura da polpa branca:
Transcrição:
1. Drenagem de antígenos da circulação e proteção contra septicemia; Com o aumento da idade, o fígado cumpre essa função. 2. A polpa branca contém as células mediadoras das respostas imunes adaptativas a antígenos transportados pelo sangue. 3. Na polpa vermelha, encontramos renovação de células vermelhas do sangue. Na polpa branca, encontramos: • (1) Corona de células B. • (2) Tecido linfóide periarteriolar de células T. • (3) Centros germinativos, onde ocorre intensa proliferação, seleção e maturação de linfócitos B.
Explicação mais detalhada e didática:
1. Drenagem de antígenos e proteção contra septicemia: • A septicemia é uma infecção grave que ocorre quando bactérias ou outros patógenos entram na corrente sanguínea, podendo causar inflamação em todo o corpo. Órgãos como o baço desempenham um papel fundamental na remoção de antígenos (substâncias estranhas) do sangue, evitando que eles causem infecções disseminadas. • Com o envelhecimento, essa função pode ser parcialmente transferida para o fígado, que ajuda a filtrar substâncias prejudiciais da corrente sanguínea. 2. Polpa branca e resposta imune adaptativa: • A polpa branca do baço é uma região altamente especializada onde ocorrem importantes interações entre os linfócitos (células do sistema imune) e os antígenos presentes no sangue. • Os linfócitos na polpa branca mediam a resposta imune adaptativa, que é o mecanismo pelo qual o corpo reconhece, reage e “aprende” a combater antígenos específicos, como vírus ou bactérias. 3. Polpa vermelha e renovação de células vermelhas: • A polpa vermelha é a área do baço onde ocorrem processos relacionados à destruição de células sanguíneas velhas e renovação de células vermelhas (hemácias). Esse processo é crucial para manter o equilíbrio das células no sangue e evitar o acúmulo de hemácias defeituosas ou envelhecidas. 4. Estrutura da polpa branca: • Corona de células B: Dentro da polpa branca, essa “coroa” ou zona contém linfócitos B, que são responsáveis por produzir anticorpos para atacar antígenos específicos. • Tecido linfóide periarteriolar de células T: Ao redor das artérias, existem aglomerados de linfócitos T, que são cruciais para destruir diretamente células infectadas ou coordenar a resposta imune adaptativa. • Centros germinativos: Estas são áreas onde ocorre intensa proliferação e maturação de linfócitos B após serem ativados por um antígeno. Nesses centros, as células B que reconhecem o antígeno se multiplicam rapidamente, selecionando as mais eficazes para formar uma resposta imunológica eficiente.
TECIDOS LINFÓIDES ASSOCIADOS ÀS MUCOSAS:
1- TONSILAS
1. Aglomerados de tecido linfóide: 2. Amígdalas palatinas e linguais: 3. Amígdalas faríngeas (adenoides):
Transcrição:
1. Aglomerados de tecido linfóide. 2. Amígdalas palatinas e linguais: • A seção transversal mostra o tecido linfóide e as criptas, que são áreas onde o tecido imunológico entra em contato com patógenos e inicia a resposta imune. 3. Amígdalas faríngeas (adenoides): • Normalmente aumenta durante a infância em resposta à primeira infecção viral ou bacteriana, alimentos, alérgenos e irritantes ambientais.
Explicação mais didática e detalhada:
1. Aglomerados de tecido linfóide: • As amígdalas são um exemplo de aglomerados de tecido linfóide. Esses tecidos fazem parte do sistema linfático, que é essencial na defesa do corpo contra infecções. O tecido linfóide é composto de células do sistema imunológico, como linfócitos, que são responsáveis pela detecção e combate de patógenos (vírus, bactérias, etc.). 2. Amígdalas palatinas e linguais: • As amígdalas palatinas (na garganta) e as amígdalas linguais (na base da língua) são localizações estratégicas onde o tecido linfóide pode interceptar agentes patogênicos que entram pela boca e nariz. As criptas das amígdalas são invaginações profundas que aumentam a superfície de contato, permitindo que as células imunológicas detectem patógenos de maneira mais eficiente. • Essas amígdalas têm um papel importante na primeira linha de defesa do corpo, sendo responsáveis por capturar e destruir patógenos que tentam entrar no corpo através da respiração ou da alimentação. 3. Amígdalas faríngeas (adenoides): • As adenoides estão localizadas na parte superior da garganta, na região da nasofaringe. Elas também fazem parte da defesa imunológica, especialmente durante a infância, quando o sistema imunológico está aprendendo a lidar com novos patógenos. • Durante a infância, as adenoides tendem a crescer em resposta às primeiras infecções, como gripes, resfriados ou infecções de garganta. Além disso, podem aumentar em resposta a estímulos como alérgenos e irritantes ambientais, que podem desencadear uma resposta imune exagerada. • À medida que a criança envelhece e o sistema imunológico amadurece, as adenoides tendem a diminuir de tamanho e se tornam menos ativas.
TECIDOS LINFÓIDES ASSOCIADOS ÀS MUCOSAS:
2- PLACAS DE PEYER:
TIPOS DE IMUNIDADE
inata
1. Imunidade natural ou nativa: 2. Primeira linha de defesa: 3. Inflamação aguda e crônica: 4. Células do sistema inato: 5. Mecanismos de ação: 6. Especificidade: 7. Memória: 8. Microrganismos combatidos:
Transcrição:
1. Também chamada de imunidade natural ou nativa. 2. Primeira linha de defesa contra a maioria dos microrganismos. 3. Atua tanto na inflamação aguda quanto crônica. 4. Células: Neutrófilos, macrófagos, eosinófilos, mastócitos e células NK (natural killer). 5. Mecanismos: Fagocitose, proteínas de fase aguda (PCR), complemento via alternativa (opsonização), citotoxicidade mediada por células NK. 6. Especificidade: + 7. Memória: Não. 8. Atua contra bactérias, fungos e vermes.
Explicação mais didática e detalhada:
1. Imunidade natural ou nativa: • Também conhecida como imunidade inata, essa é a parte do sistema imunológico que já nasce “pronta para agir”. Ela responde de forma rápida e inespecífica a patógenos que tentam invadir o corpo, sendo a primeira linha de defesa. 2. Primeira linha de defesa: • O sistema imunológico inato é o primeiro a responder quando microrganismos como bactérias, fungos e vírus tentam penetrar no corpo. Ele age antes mesmo que o sistema imunológico adaptativo (mais específico e lento) entre em ação. 3. Inflamação aguda e crônica: • A imunidade inata é responsável por iniciar a inflamação, que é uma resposta protetora do corpo. Na inflamação aguda, o objetivo é eliminar rapidamente o agente invasor e começar a reparação tecidual. Em casos crônicos, essa inflamação pode durar mais tempo e ser mais difícil de resolver. 4. Células do sistema inato: • Neutrófilos: São as primeiras células a chegar no local da infecção, especializadas em fagocitar (engolir) e destruir patógenos. • Macrófagos: Também fagocitam patógenos, mas são mais versáteis, atuando tanto na inflamação aguda quanto na crônica. • Eosinófilos: São importantes principalmente no combate a parasitas e em reações alérgicas. • Mastócitos: Liberação de histamina e outras substâncias que contribuem para a inflamação. • Células NK (natural killer): São especializadas em destruir células infectadas por vírus e células cancerígenas, atuando de forma rápida. 5. Mecanismos de ação: • Fagocitose: Processo pelo qual células como neutrófilos e macrófagos “engolem” e digerem microrganismos. • Proteínas de fase aguda: Como a proteína C reativa (PCR), que ajuda a ativar o sistema imune durante uma infecção. • Complemento: Um conjunto de proteínas que ajudam a destruir patógenos, principalmente por opsonização, que “marca” os patógenos para serem destruídos. • Citotoxicidade das células NK: As células NK destroem diretamente células infectadas ou anormais. 6. Especificidade: • O sistema imunológico inato não é tão específico quanto o sistema adaptativo. Ele reconhece padrões genéricos de patógenos, como moléculas que são comuns em bactérias, mas não tem a capacidade de diferenciar um tipo específico de bactéria ou vírus como o sistema adaptativo. 7. Memória: • Diferente do sistema imunológico adaptativo, a imunidade inata não tem memória. Isso significa que ela responde da mesma maneira a um patógeno, independentemente de quantas vezes o corpo tenha sido exposto a ele no passado. 8. Microrganismos combatidos: • A imunidade inata é eficaz contra uma variedade de patógenos, incluindo bactérias, fungos e vermes (parasitas), fornecendo uma defesa rápida enquanto o sistema adaptativo se prepara para uma resposta mais específica.
TIPOS DE IMUNIDADE
2- ADAPTATIVA:
1. Imunidade adaptativa: 2. Células da imunidade adaptativa: 3. Mecanismos de ação: 4. Especificidade: 5. Memória: 6. Imunidade contra patógenos intracelulares:
Transcrição:
1. Quando a imunidade inata não consegue eliminar o antígeno, a imunidade adaptativa entra em ação. 2. Células: Linfócitos B e T. 3. Mecanismos: Anticorpos, complemento (via clássica), citotoxicidade (células T). 4. Especificidade: +++++ (alta especificidade). 5. Memória: Sim. 6. Atua contra bactérias intracelulares, vírus e protozoários.
Conclusão:
• Inata: Menos especificidade, sem memória. • Adaptativa: Mais específica, com memória.
Explicação mais didática e detalhada:
1. Imunidade adaptativa: • A imunidade adaptativa entra em ação quando a imunidade inata não é capaz de eliminar um patógeno. Embora seja mais lenta para responder inicialmente, a imunidade adaptativa é extremamente eficaz e altamente específica, focando em patógenos particulares. 2. Células da imunidade adaptativa: • Linfócitos B: São responsáveis pela produção de anticorpos, que neutralizam e marcam patógenos para destruição. • Linfócitos T: Existem dois tipos principais: • Linfócitos T citotóxicos (CD8+): Eles destroem diretamente células infectadas por vírus ou células cancerosas. • Linfócitos T auxiliares (CD4+): Eles ajudam a coordenar a resposta imune, estimulando tanto os linfócitos B quanto os T citotóxicos. 3. Mecanismos de ação: • Anticorpos: Produzidos pelos linfócitos B, os anticorpos são proteínas que se ligam a antígenos específicos (bactérias, vírus) para neutralizá-los ou marcá-los para destruição. • Complemento via clássica: Uma série de proteínas que ajudam a “opsonizar” (marcar) patógenos para serem destruídos por células fagocíticas ou formar poros nas células infectadas, destruindo-as. • Citotoxicidade das células T: As células T citotóxicas (CD8+) reconhecem células infectadas por vírus e as destroem diretamente. 4. Especificidade: • Ao contrário da imunidade inata, que é mais geral e responde a qualquer patógeno, a imunidade adaptativa é extremamente específica, sendo capaz de reconhecer patógenos específicos através de antígenos únicos. 5. Memória: • Um dos traços mais importantes da imunidade adaptativa é que ela lembra dos patógenos que encontrou anteriormente. Isso significa que, quando o corpo é exposto ao mesmo patógeno novamente, a resposta imune é muito mais rápida e eficaz. 6. Imunidade contra patógenos intracelulares: • A imunidade adaptativa é especialmente eficaz contra patógenos que conseguem invadir células, como vírus, bactérias intracelulares (ex.: Mycobacterium tuberculosis), e protozoários (ex.: Plasmodium, causador da malária).
inata vs adaptativa
SISTEMA HLA
1. Sistema de histocompatibilidade (HLA): 2. Herança co-dominante: 3. Loci de classe I e classe II: 4. Identidade imunológica: 5. Codificação no cromossomo 6:
Transcrição:
1. Sistema de histocompatibilidade (HLA): • Sistema de histocompatibilidade, também conhecido como Human Leukocyte Antigens (HLA). • Herança mendeliana co-dominante. • Seis loci (3 de classe I e 3 de classe II) – 2 alelos em cada loci, com altíssimo polimorfismo dentro da espécie. • Seis pares de glicoproteínas de superfície celular – nossa “identidade imunológica”. 2. Temos pelo menos 12 proteínas de superfície nesse sistema. 3. É um sistema de marcadores celulares fixos. 4. É uma herança co-dominante: 50% vem do pai e 50% da mãe, de forma bem exata. 5. É codificado no braço curto do cromossomo 6.
Explicação mais didática e detalhada:
1. Sistema de histocompatibilidade (HLA): • O Sistema HLA (Antígenos Leucocitários Humanos) é um conjunto de genes que codificam proteínas encontradas na superfície das células, especialmente nas células do sistema imune. Essas proteínas têm um papel fundamental em diferenciar o “próprio” (as células do corpo) do “não próprio” (substâncias estranhas, como patógenos ou células transplantadas). • O HLA desempenha um papel crucial nos transplantes de órgãos, pois a compatibilidade entre os HLA do doador e do receptor é importante para evitar a rejeição do transplante. Quanto mais similares os antígenos HLA entre doador e receptor, menor a chance de rejeição. 2. Herança co-dominante: • A herança do HLA é co-dominante, o que significa que você herda um conjunto de genes HLA do pai e outro da mãe, e ambos os conjuntos são expressos igualmente. Isso resulta em uma combinação única de antígenos HLA em cada indivíduo. • Em termos de compatibilidade genética para transplantes, por exemplo, isso significa que as probabilidades de encontrar um doador 100% compatível são bastante pequenas, dado o altíssimo polimorfismo (variação) do sistema HLA entre os indivíduos. 3. Loci de classe I e classe II: • O sistema HLA inclui genes de classe I e classe II. Os HLA de classe I estão presentes em praticamente todas as células nucleadas e ajudam na apresentação de antígenos a células T citotóxicas (CD8+). Já os HLA de classe II estão em células especializadas do sistema imunológico (como macrófagos e células dendríticas) e apresentam antígenos para células T auxiliares (CD4+). • Há três loci principais para a classe I (HLA-A, HLA-B, HLA-C) e três loci para a classe II (HLA-DP, HLA-DQ, HLA-DR), cada um com dois alelos, o que aumenta ainda mais a variabilidade entre indivíduos. 4. Identidade imunológica: • As glicoproteínas de superfície celular codificadas pelo HLA são responsáveis por nossa “identidade imunológica”. Isso significa que o sistema imune de cada pessoa é único e capaz de reconhecer antígenos estranhos, como vírus, bactérias ou células de um transplante. 5. Codificação no cromossomo 6: • Os genes HLA estão localizados no braço curto do cromossomo 6. Essa região específica é chamada de complexo HLA e é uma das mais polimórficas do genoma humano, com milhares de variantes diferentes em toda a população.
FUNÇÕES HLA
1. Modulação da apresentação de antígenos: 2. Identidade imunológica: 3. Histocompatibilidade em transplantes: 4. Marcadores genéticos: 5. Classe I e Classe II: 6. Polimorfismo: 7. Haplótipos do MHC:
Transcrição:
1. In vivo: modular apresentação de antígenos. 2. Identidade imunológica (já que são fixas). 3. Histocompatibilidade em transplantes (se temos um doador HLA próximo do HLA do receptor, menor chance de rejeição). 4. Marcadores genéticos de doenças autoimunes/infecciosas.
Classes das moléculas MHC:
• Classe I: glicoproteínas expressas na superfície de todas as células nucleadas, apresentação de peptídeos antigênicos ao linfócito T citotóxico (CD8+). • Classe II: glicoproteínas expressas nas APCs (células apresentadoras de antígenos), apresentação de antígenos aos linfócitos T helper (CD4+).
Função das classes:
1. A Classe I é importante para apresentar antígenos endógenos, como os de vírus, já que o vírus utiliza o DNA ou RNA do hospedeiro para se replicar. As células expressam a classe I em todas as células nucleadas, o que ajuda a apresentar um antígeno viral. Isso ocorre porque os linfócitos T citotóxicos (CD8+) matam as células infectadas por microrganismos intracelulares (vírus) e células tumorais. 2. A Classe II ajuda a apresentar antígenos exógenos, como bactérias. Menos tipos celulares expressam a classe II, sendo estas principalmente as APCs (células apresentadoras de antígenos). 3. As respostas dos linfócitos T CD4+ são restritas a moléculas do MHC classe II, enquanto os linfócitos T CD8+ reconhecem apenas MHC classe I. 4. As moléculas não polimórficas codificadas no MHC não apresentam peptídeos para reconhecimento pela célula T.
Outros pontos:
• Moléculas altamente polimórficas. • O conjunto de alelos do MHC presentes em cada cromossomo é chamado de haplótipo do MHC. Todos os indivíduos heterozigotos possuem 2 haplótipos HLA. • Os genes do MHC estão firmemente ligados, de modo que os haplótipos são herdados em bloco, e os indivíduos, em geral, expressam todos os alelos de MHC nos dois haplótipos herdados de seus pais. • Como as moléculas de MHC são necessárias para a apresentação dos antígenos aos linfócitos T, a expressão dessas proteínas em uma célula determina se antígenos estranhos (ex.: microbianos) presentes na célula serão reconhecidos pelas células T.
Explicação mais didática e detalhada:
1. Modulação da apresentação de antígenos: • O principal papel do sistema HLA (MHC) é apresentar fragmentos de proteínas (antígenos) que foram processados dentro da célula, seja de patógenos que infectam células (no caso da classe I) ou de patógenos que foram fagocitados (no caso da classe II). 2. Identidade imunológica: • Como as moléculas de HLA são geneticamente determinadas e únicas para cada indivíduo (exceto gêmeos idênticos), elas fornecem uma identidade imunológica. O sistema imunológico de uma pessoa reconhece as células do próprio corpo como “próprias” devido à presença dessas moléculas HLA. 3. Histocompatibilidade em transplantes: • O HLA é crucial para o sucesso de transplantes. Quanto mais similar for o HLA do doador ao do receptor, menores são as chances de rejeição do órgão transplantado, pois o sistema imunológico do receptor reconhecerá o órgão como menos “estranho”. 4. Marcadores genéticos: • Certos alelos de HLA estão associados a um risco aumentado de desenvolver doenças autoimunes (como artrite reumatoide ou diabetes tipo 1) ou doenças infecciosas (como HIV). Portanto, o HLA também atua como um marcador genético importante na medicina. 5. Classe I e Classe II: • MHC Classe I: Apresenta antígenos de dentro da célula (endógenos), como aqueles derivados de vírus. Todas as células nucleadas do corpo têm moléculas de MHC classe I, que sinalizam infecções virais para os linfócitos T CD8+, que então matam as células infectadas. • MHC Classe II: Apresenta antígenos que foram capturados e processados fora da célula (exógenos), como bactérias. Estas são expressas principalmente por APCs, como macrófagos e células dendríticas, que ativam linfócitos T CD4+, importantes na coordenação da resposta imune. 6. Polimorfismo: • O MHC é altamente polimórfico, o que significa que existem muitas variantes diferentes de HLA na população, tornando cada pessoa única em termos de resposta imunológica. 7. Haplótipos do MHC: • Um haplótipo é o conjunto de alelos de MHC que uma pessoa herda de cada um de seus pais. Cada indivíduo possui dois haplótipos (um do pai e outro da mãe), e esses alelos são herdados juntos, formando um bloco.
BASE MOLECULAR DO MHC TIPOS E VARIANTES
1. Poligenismo: 2. Polimorfismo: 3. Variabilidade e estabilidade do MHC: 4. HLA idêntico apenas em gêmeos univitelinos: 5. Região B do MHC classe I:
Transcrição:
1. Poligenismo: • Vários genes de MHC classe I e classe II codificam diferentes tipos de moléculas de MHC com uma variedade de especificidades de ligação a peptídeos. 2. Polimorfismo: • Variação maior que 1% em um único locus genético em uma população de indivíduos. • Os genes do MHC são os mais polimórficos conhecidos. 3. O tipo e a variante das moléculas MHC não variam ao longo da vida do indivíduo. • A diversidade nas moléculas de MHC existe ao nível populacional, em contraste com a diversidade dos receptores de antígenos das células T e B, que estão em constante mudança dentro do indivíduo. 4. HLA idêntico só em gêmeos univitelinos. 5. A região mais polimórfica de classe I é a região B.
Explicação mais didática e detalhada:
1. Poligenismo: • O poligenismo refere-se ao fato de que múltiplos genes contribuem para a codificação das moléculas de MHC. Cada uma das classes de MHC (classe I e classe II) é composta por várias proteínas diferentes, e cada uma dessas proteínas pode se ligar a diferentes tipos de peptídeos (fragmentos de proteínas). • Isso dá ao sistema imunológico uma ampla capacidade de detectar e apresentar uma variedade de antígenos (substâncias estranhas), o que é crucial para uma resposta imunológica eficaz. 2. Polimorfismo: • O polimorfismo é a variação genética dentro de uma população. No caso do MHC, isso significa que há muitas versões diferentes (alelos) dos genes que codificam essas moléculas. • Esse polimorfismo é importante porque aumenta a capacidade de diferentes indivíduos na população de responder a uma ampla gama de patógenos. Indivíduos com diferentes variantes de MHC terão diferentes sensibilidades a doenças, o que é um fator evolutivo importante para a sobrevivência da espécie. 3. Variabilidade e estabilidade do MHC: • Embora os genes do MHC sejam altamente polimórficos e existam muitas variantes na população, o tipo específico de MHC que você herda não muda ao longo da sua vida. Isso contrasta com os receptores das células B e T, que sofrem recombinações genéticas contínuas para adaptar-se a novos patógenos. 4. HLA idêntico apenas em gêmeos univitelinos: • Apenas gêmeos univitelinos (gêmeos idênticos) terão HLA idênticos, já que eles compartilham o mesmo material genético. Em outros indivíduos, mesmo irmãos, há diferenças nos alelos de HLA herdados dos pais. 5. Região B do MHC classe I: • A região B é a mais polimórfica entre os loci do MHC de classe I. Isso significa que existem mais variações genéticas nessa região do que em outras, tornando-a extremamente importante para a diversidade imunológica da população.
SIGNIFICADO MÉDICO DO POLIMORFISMO DO MHC
1. Polimorfismo e impacto na resposta imune: HLA-B27; HLA-A3/B14; HLA-DR2 2. Expressão do MHC aumentada por citocinas: destaque pra uma 3. Função das classes I e II do MHC: 4. Diferenças nas vias de processamento: Via citosolica Via lisossomal 5. Detalhes estruturais do MHC:
Transcrição:
1. O polimorfismo afeta a capacidade de montar uma resposta imune. • Afeta a resistência ou suscetibilidade a doenças infecciosas. • Afeta a suscetibilidade a doenças autoimunes e alergias: • Indivíduos com HLA-B27 têm 90 vezes mais chance de desenvolver espondilite anquilosante. • Indivíduos com HLA-DR2 têm 130 vezes mais chance de desenvolver narcolepsia. • HLA-A3/B14 aumentam a chance de desenvolver hemocromatose hereditária. 2. A expressão de moléculas do MHC é aumentada pelas citocinas produzidas durante as respostas imunes inata e adaptativa (interferon 1, IFN-alfa e IFN-beta). O IFN-gama é a principal citocina envolvida na estimulação da expressão de moléculas de classe II em APCs.
Classes de moléculas MHC:
• Classe I: Glicoproteínas expressas na superfície de todas as células nucleadas, apresentando peptídeos antigênicos ao linfócito T citotóxico (CD8+). Geralmente antígenos virais ou tumorais. • Via citosólica (antígenos intracelulares). • Classe II: Glicoproteínas expressas nas APCs (macrófagos, células dendríticas e linfócitos B), apresentando antígenos aos linfócitos T helper (CD4+). • Via lisossomal (antígenos extracelulares). • A evolução de doenças como tuberculose pode ser influenciada pelo HLA, já que um mau acoplamento de antígeno pode prejudicar a defesa.
Diferenças nas duas vias de processamento e apresentação de antígenos:
• MHC-II: Fonte de antígeno exógena, processamento por lisossomas, apresentado por APCs profissionais, com peptídeos ligados em fagolisossomas, para linfócitos CD4+. • MHC-I: Fonte de antígeno endógena, processamento por proteossomas, presente em todas as células nucleadas, com peptídeos ligados no retículo endoplasmático, apresentados para linfócitos CD8+.
Detalhes estruturais das moléculas MHC:
• Moléculas de MHC classe I são compostas por uma cadeia α (pesada) e um complexo não covalente contendo a β2-microglobulina. • Moléculas de MHC classe II contêm duas cadeias polimórficas (α e β), codificadas pelo MHC. • Ambas as classes de MHC têm uma fenda extracelular para ligação de peptídeos, uma região transmembrana e uma citoplasmática.
Explicação mais didática e detalhada:
1. Polimorfismo e impacto na resposta imune: • O polimorfismo genético no MHC significa que diferentes indivíduos possuem diferentes versões dos genes HLA, o que afeta como seus sistemas imunológicos respondem a infecções e doenças. Indivíduos com certas variantes de HLA podem ser mais ou menos suscetíveis a doenças como espondilite anquilosante ou narcolepsia. 2. Expressão do MHC aumentada por citocinas: • Durante a resposta imune, citocinas como interferons (IFN-alfa, IFN-beta e IFN-gama) podem aumentar a expressão de moléculas de MHC, o que melhora a capacidade das células de apresentar antígenos e ativar o sistema imunológico. Isso é especialmente importante em infecções ou situações de inflamação. 3. Função das classes I e II do MHC: • Classe I: Apresenta antígenos que vêm de dentro da célula (endógenos), como proteínas virais. Essas moléculas ativam células T CD8+, que então matam as células infectadas. • Classe II: Apresenta antígenos que vêm de fora da célula (exógenos), como bactérias fagocitadas por macrófagos. Essas moléculas ativam células T CD4+, que coordenam a resposta imune. 4. Diferenças nas vias de processamento: • A via do MHC-I processa proteínas endógenas, como aquelas produzidas por vírus dentro das células, e as apresenta para linfócitos T CD8+. • A via do MHC-II processa proteínas exógenas, como bactérias que foram fagocitadas, e as apresenta para linfócitos T CD4+. 5. Detalhes estruturais do MHC: • As moléculas de classe I têm uma cadeia pesada α e uma proteína associada chamada β2-microglobulina. • As moléculas de classe II são compostas por duas cadeias (α e β), ambas polimórficas. Ambas as classes têm uma fenda para ligação de antígenos e regiões que as fixam na membrana celular.
TIPAGEM HLA E UTILIDADES
1. Identidade imunológica e transplantes: 2. Estudos de paternidade: 3. HLA como marcadores de doença: 4. Tipagem HLA em transplantes: 5. Rejeição de transplante:
Transcrição:
1. Identidade imunológica para transplantes. 2. Estudos de paternidade. 3. HLA como marcadores de doença (podem ser importantes indicadores para doenças autoimunes). • Transplantes: Tipagem HLA do doador e do receptor → identificar o melhor “matching” para o transplante, mas não é 100% preciso, sendo indispensável o uso de imunossupressores. • Geralmente, a tipagem é feita na região B do MHC-I e na região DR do MHC-II — regiões com maior variabilidade. • Rejeição: Células do doador apresentam antígenos (do próprio sistema HLA do doador) para os linfócitos do receptor → ativação de linfócitos → rejeição.
Explicação mais didática e detalhada:
1. Identidade imunológica e transplantes: • A tipagem HLA é um processo crítico para determinar a compatibilidade entre doador e receptor de órgãos. Quanto mais parecidos forem os antígenos HLA entre eles, menor será o risco de rejeição. No entanto, mesmo que haja uma correspondência quase perfeita, o corpo do receptor ainda pode identificar as células do órgão doado como estranhas, sendo necessário o uso de medicamentos imunossupressores para evitar uma resposta imune exagerada. 2. Estudos de paternidade: • O HLA também pode ser utilizado em testes de paternidade, pois, como o sistema HLA é herdado de forma co-dominante (50% do pai e 50% da mãe), a análise dos antígenos HLA pode ajudar a confirmar a paternidade em casos de dúvida. 3. HLA como marcadores de doença: • Certas variantes de HLA estão associadas a um risco maior de desenvolver doenças autoimunes (como espondilite anquilosante e artrite reumatoide). A tipagem HLA pode ser utilizada para identificar essas predisposições em pacientes e ajudar no diagnóstico ou prevenção. 4. Tipagem HLA em transplantes: • A tipagem HLA envolve a análise das variantes de HLA presentes nas regiões mais polimórficas, como a região B do MHC-I e a região DR do MHC-II. Essas regiões possuem grande variabilidade entre os indivíduos, o que as torna áreas cruciais para a compatibilidade no transplante. 5. Rejeição de transplante: • Mesmo com uma correspondência próxima de HLA, o corpo do receptor pode identificar as células do órgão transplantado como estranhas devido aos antígenos HLA do doador. Isso ativa os linfócitos do receptor, levando a uma resposta imune que ataca o órgão doado, um fenômeno conhecido como rejeição. Para evitar isso, os pacientes geralmente tomam imunossupressores após o transplante, suprimindo a resposta imunológica para evitar danos ao órgão transplantado.
IMUNOLOGIA DE TRANSPLANTES
1. Transplantes e rejeição: 2. Rejeição imunologicamente específica: 3. Doação de órgãos em vida: 4. Doação após a morte:
Transcrição:
1. Transplantes são uma opção terapêutica para pacientes com insuficiência em algum órgão. 2. O transplante de células ou tecidos para um indivíduo não geneticamente idêntico leva invariavelmente à rejeição do transplante por uma resposta imune adaptativa.
Detalhes sobre rejeição e doação de órgãos:
• O processo de rejeição é imunologicamente específico. Indivíduos que rejeitaram um enxerto de um doador apresentam rejeição acelerada a outro enxerto proveniente do mesmo doador, mas não de um doador diferente. • Em vida, as pessoas podem doar órgãos, desde que: sejam competentes (capazes de decidir), sem coerção, e plenamente informadas dos riscos e benefícios. Essa decisão deve ser aceitável do ponto de vista psicológico e médico. • Segundo a legislação, para doar órgão em vida, o doador deve ser cônjuge ou parente consanguíneo até o 4º grau. Caso contrário, precisa de autorização judicial. No caso de transplante de medula óssea, não há essas restrições. • Órgãos que podem ser doados em vida: rins, fígado, pulmão e medula óssea. • Doação após a morte: Devemos manifestar em vida para nossos familiares, pois são eles que decidem. Apenas em caso de morte encefálica é possível a doação, o que não deve ser confundido com coma.
Explicação mais didática e detalhada:
1. Transplantes e rejeição: • Transplantes de órgãos, como rim, fígado e pulmão, são opções terapêuticas para pacientes com insuficiência ou falha de órgãos. No entanto, um dos maiores desafios é a rejeição imunológica do órgão doado, especialmente quando o doador não é geneticamente idêntico ao receptor. • A rejeição ocorre porque o sistema imunológico do receptor identifica o novo órgão como “estranho” devido às diferenças nos antígenos HLA, desencadeando uma resposta imune adaptativa que ataca o órgão transplantado. 2. Rejeição imunologicamente específica: • A rejeição é específica, o que significa que, se uma pessoa rejeita um órgão de um determinado doador, ela terá uma resposta imune ainda mais rápida e severa se receber outro órgão do mesmo doador. Isso acontece porque o sistema imunológico “lembra” dos antígenos HLA do primeiro órgão e está preparado para atacá-los novamente. 3. Doação de órgãos em vida: • Algumas pessoas podem doar órgãos enquanto estão vivas, como um rim, parte do fígado ou medula óssea. No entanto, o doador precisa ser capaz de tomar decisões, estar livre de coerção e ser informado sobre todos os riscos e benefícios da doação. • A doação de órgãos em vida é permitida para parentes até o 4º grau (pais, irmãos, tios, primos), mas em alguns casos pode ser necessário autorização judicial. 4. Doação após a morte: • Para que a doação de órgãos ocorra após a morte, é necessário que a pessoa tenha sofrido morte encefálica (morte cerebral irreversível). Esse diagnóstico deve ser confirmado por exames médicos específicos, e os familiares devem ser consultados, pois, em muitas regiões, eles têm a palavra final sobre a doação, a menos que o doador tenha expressado claramente sua vontade em vida.
DIAGNÓSTICO DE MORTE ENCEFÁLICA
1. Lesão cerebral: 2. Avaliações clínicas: 3. Diferenciação entre morte encefálica e coma profundo: 4. Exames complementares: 5. Decisão sobre doação:
Transcrição:
Diagnóstico de morte encefálica:
1. Lesão cerebral: É necessário que exista uma lesão. Causas: TCE (traumatismo cranioencefálico), AVC (acidente vascular cerebral), encefalopatia anóxica, tumores cerebrais primários. 2. Realização das avaliações clínicas de morte encefálica: São necessários 2 exames clínicos realizados por médicos independentes, além de 1 exame complementar de imagem. 3. Preenchimento do termo de declaração de morte encefálica: • Deve ser diferenciado do coma profundo. • Avaliação de reflexos do tronco cerebral: reflexos pupilar, corneano, oculocefálico, oculovestibular e faríngeo. • Teste de apneia. • Exames complementares: angiografia de 4 vasos, cintilografia cerebral, ecodoppler transcraniano, EEG (eletroencefalograma). • Observação: Hoje, quem decide a doação pós-morte são os familiares até o quarto grau.
Explicação mais didática e detalhada:
1. Lesão cerebral: • Para o diagnóstico de morte encefálica, é obrigatório que o paciente apresente uma lesão cerebral grave e irreversível. Entre as causas mais comuns estão o traumatismo cranioencefálico (TCE), que pode ocorrer após acidentes, quedas ou agressões; o AVC, que é a interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro; a encefalopatia anóxica, que resulta da falta de oxigênio no cérebro; e tumores cerebrais primários, que afetam diretamente o tecido cerebral. 2. Avaliações clínicas: • O diagnóstico de morte encefálica exige dois exames clínicos, feitos por médicos diferentes e independentes entre si. Esses exames avaliam as funções neurológicas do paciente, em especial os reflexos do tronco cerebral, que controlam as funções mais básicas do corpo. • Além disso, é necessário um exame complementar de imagem, que pode incluir angiografia ou cintilografia cerebral, entre outros, para confirmar a ausência de fluxo sanguíneo ou atividade cerebral. 3. Diferenciação entre morte encefálica e coma profundo: • O diagnóstico de morte encefálica deve ser claramente diferenciado do coma profundo. Na morte encefálica, todas as funções cerebrais, incluindo as do tronco cerebral, estão completamente ausentes e irreversíveis. No coma profundo, algumas funções cerebrais ainda podem estar presentes. • Os reflexos do tronco cerebral são avaliados através de testes clínicos, como: • Reflexo pupilar: Resposta da pupila à luz. • Reflexo corneano: Piscar ao toque da córnea. • Reflexo oculocefálico e oculovestibular: Movimentos oculares ao virar a cabeça ou após estímulos com água fria no ouvido. • Reflexo faríngeo: Resposta à estimulação da garganta. • O teste de apneia é realizado para verificar se o paciente é capaz de respirar espontaneamente na ausência de suporte ventilatório. A ausência de respiração confirma a falência do tronco cerebral. 4. Exames complementares: • Exames como a angiografia de 4 vasos e a cintilografia cerebral são utilizados para visualizar o fluxo sanguíneo cerebral, enquanto o EEG verifica a ausência de atividade elétrica no cérebro. Esses exames fornecem evidências objetivas para confirmar o diagnóstico de morte encefálica. 5. Decisão sobre doação: • Após a confirmação da morte encefálica, cabe aos familiares até o quarto grau decidir sobre a doação de órgãos. Isso inclui pais, filhos, irmãos, tios, avós, entre outros. Se o paciente tiver expressado o desejo de ser doador em vida, essa informação pode ser levada em consideração, mas a decisão final costuma ser da família.
HLA E COMPATIBILIDADE
1. Tipos de enxertos/transplantes: 2. Função do MHC e rejeição: 3. Compatibilidade HLA e MHC:
Transcrição:
1. Autólogo: No mesmo indivíduo (autoenxerto). 2. Isólogo: Entre indivíduos geneticamente idênticos (isoenxertos). 3. Homólogo: Entre indivíduos da mesma espécie (aloenxerto). 4. Heterólogo: Entre indivíduos de espécies diferentes (xenoenxertos). • As moléculas do MHC ligam peptídeos e os apresentam às células T, sendo responsáveis por reações de rejeição fortes e rápidas. Os genes do MHC são tão polimórficos que dois indivíduos nunca herdam as mesmas moléculas.
O que é compatibilidade HLA:
Classe I:
• Codificadas nos locos A, B e C. • Encontradas em praticamente todas as superfícies celulares. • Reconhecem antígenos proteicos externos – tecidos transplantados. • Expressam linfócitos T citotóxicos (CD8+). • Resposta imune mediada pelas células NK (natural killer).
Classe II:
• Codificadas nos locos DR, DP, DQ. • Encontradas apenas em células que apresentam antígenos (linfócitos B, macrófagos e células dendríticas). • Papel predominante na resposta imunitária inicial a antígenos de tecidos transplantados. • Ativam linfócitos T helper (CD4+).
Explicação mais didática e detalhada:
1. Tipos de enxertos/transplantes: • Autólogo: O transplante/autoenxerto é feito no próprio indivíduo, ou seja, tecidos ou células retirados de uma parte do corpo são transplantados para outra parte. Exemplo: transplante de pele. • Isólogo: Ocorre entre gêmeos idênticos (geneticamente idênticos). Como os antígenos HLA são iguais, o risco de rejeição é extremamente baixo. • Homólogo (aloenxerto): Feito entre dois indivíduos da mesma espécie, mas geneticamente diferentes. Esse é o tipo mais comum de transplante de órgãos. Por causa das diferenças nos antígenos HLA, os aloenxertos apresentam um maior risco de rejeição. • Heterólogo (xenoenxerto): Feito entre indivíduos de espécies diferentes, como no caso de válvulas cardíacas suínas transplantadas em seres humanos. Esses enxertos têm um risco muito alto de rejeição. 2. Função do MHC e rejeição: • As moléculas do MHC (complexo principal de histocompatibilidade) ligam peptídeos derivados de antígenos e os apresentam às células T, ativando a resposta imune. Se o transplante é feito entre indivíduos com moléculas de MHC muito diferentes, as células T do receptor reconhecem os antígenos do doador como estranhos, o que provoca uma rejeição forte e rápida do enxerto. 3. Compatibilidade HLA e MHC: • A classe I do MHC é expressa em praticamente todas as células nucleadas do corpo e é responsável por apresentar antígenos que vêm de dentro das células (exógenos ou virais) para as células T citotóxicas (CD8+), desencadeando uma resposta imune que destrói células infectadas ou células transplantadas. • A classe II do MHC é expressa apenas em células especializadas do sistema imune, como linfócitos B, macrófagos e células dendríticas. Estas moléculas apresentam antígenos extracelulares, que foram fagocitados, aos linfócitos T helper (CD4+), ativando uma resposta imune mais ampla.
COMPATIBILIDADE NO TRANSPLANTE
1. Compatibilidade ABO e HLA nos transplantes: 2. Sistema Rh: 3. Polimorfismo do HLA e chances de compatibilidade: 4. Prova Cruzada (Crossmatch): 5. PRA (Painel de Reatividade):
Transcrição:
1. Sistema ABO; 2. HLA; • Coração, pulmão e fígado (órgãos vitais) sempre recebem o órgão quem é o paciente mais grave. • Para rim e outros órgãos: o primeiro da lista é o que tiver o HLA mais semelhante que o doador. • Sistema ABO: apenas ele é considerado, temos 4 listas de transplantes divididas pelos grupos sanguíneos.
O sistema Rh NÃO interfere para transplantes:
Tabela de compatibilidade ABO:
• A+: Pode doar para A+, AB+; recebe de A+, A-, O+, O-. • A-: Pode doar para A+, A-, AB+, AB-; recebe de A-, O-. • B+: Pode doar para B+, AB+; recebe de B+, B-, O+, O-. • B-: Pode doar para B+, B-, AB+, AB-; recebe de B-, O-. • AB+: Pode doar para AB+; recebe de todos os tipos. • AB-: Pode doar para AB+, AB-; recebe de AB-, A-, B-, O-. • O+: Pode doar para O+, A+, B+, AB+; recebe de O+, O-. • O-: Pode doar para todos os tipos; recebe de O-.
Informações adicionais:
• Sistema HLA: Os genes HLA são os mais polimórficos do genoma humano. • 25% de chance de ter um irmão com HLA idêntico. • 50% de chance de ter metade do HLA idêntico entre irmãos. • 25% de chance de ser completamente diferente entre irmãos. • Quanto mais diferente for o HLA → maior a imunossupressão necessária após o transplante. • Analisar regiões A e B do MHC-I e a região DR do MHC-II. • Prova cruzada/Crossmatch: Avalia se o receptor tem anticorpos pré-formados contra o doador. • Um crossmatch negativo autoriza o transplante. • Um crossmatch positivo significa que o transplante não pode ser realizado. • Mismatch: Compara os alelos de HLA entre doador e receptor. Quanto mais diferenças houver, maior o número de mismatches e pior a compatibilidade. • PRA (Painel de Reatividade): • O resultado é a porcentagem do painel de alelos do MHC com o qual o soro do paciente reage. • No teste de PRA, pacientes à espera de transplante são testados quanto à presença de anticorpos pré-formados contra moléculas de HLA alogênicas prevalentes na população. • Verifica a intensidade da reação de anticorpos, usando citometria de fluxo para simular o transplante antes de o paciente ir para a cirurgia. • Pessoas expostas a muitas transfusões sanguíneas ou gestações anteriores têm maior probabilidade de possuir anticorpos contra o HLA do doador.
Explicação mais didática e detalhada:
1. Compatibilidade ABO e HLA nos transplantes: • Para transplantes, dois sistemas são fundamentais para a compatibilidade: o sistema ABO, que se refere ao grupo sanguíneo, e o sistema HLA, que são os antígenos que diferenciam nossas células. • Nos transplantes de órgãos vitais como coração, pulmão e fígado, a prioridade é para o paciente em situação mais crítica. Já para rim e outros órgãos, a compatibilidade HLA desempenha um papel crucial. 2. Sistema Rh: • O sistema Rh (positivo ou negativo) não interfere nos transplantes, diferentemente do sistema ABO, que divide os pacientes em listas de acordo com os grupos sanguíneos. 3. Polimorfismo do HLA e chances de compatibilidade: • O sistema HLA é altamente polimórfico, o que significa que há muitas variações genéticas entre os indivíduos, dificultando encontrar um doador compatível. Entre irmãos, há apenas 25% de chance de serem HLA idênticos, o que complica a busca por compatibilidade. 4. Prova Cruzada (Crossmatch): • Esse teste é feito para verificar se o receptor já tem anticorpos contra o HLA do doador. Se o teste for negativo, o transplante pode ser realizado. Se for positivo, há risco de rejeição imediata. 5. PRA (Painel de Reatividade): • O PRA mede a sensibilização imunológica de um paciente. Pacientes que foram submetidos a múltiplas transfusões de sangue, transplantes anteriores ou mulheres que tiveram várias gestações tendem a desenvolver mais anticorpos contra HLA alogênico, aumentando o risco de rejeição. • Esse teste é importante para prever a intensidade da resposta imune que o receptor pode ter contra o órgão transplantado.
rejeição hiperaguda
1. Rejeição hiperaguda: 2. Causas da rejeição hiperaguda: 3. Prevenção com Crossmatch:
Transcrição:
1. Hiperaguda: • Se inicia em minutos a horas; • O receptor já possui anticorpos IgG anti MHC classe I do doador ou contra aloantígenos menos definidos expressos nas células endoteliais vasculares, presentes na circulação do hospedeiro que se ligam aos antígenos endoteliais do doador, o que forma o complemento. Isso provoca lesão das células endoteliais e exposição das proteínas da membrana basal subendotelial, que ativam plaquetas. Tudo isso gera trombose e oclusão vascular, e o órgão enxertado sofre necrose isquêmica irreversível.
Explicação mais detalhada:
• Deposição de anticorpos no tecido transplantado → ativação do complemento → destruição vascular; • Obs: A presença desses anticorpos geralmente surge como resultado de exposição prévia a aloantígenos por transfusão sanguínea, transplante anterior ou múltiplas gestações. Hoje esses pacientes são monitorados antes para verificar a presença desses anticorpos. • Não ocorre mais devido ao cross-match e à tipagem HLA e ABO (se tem anticorpos IgM específicos do ABO).
Explicação mais didática e detalhada:
1. Rejeição hiperaguda: • A rejeição hiperaguda é a forma mais rápida e severa de rejeição, ocorrendo dentro de minutos ou horas após o transplante. Ocorre quando o receptor já possui anticorpos pré-formados contra os antígenos do doador, geralmente anticorpos do tipo IgG que reagem contra moléculas do MHC classe I ou outros aloantígenos, como proteínas presentes no endotélio vascular (as células que revestem os vasos sanguíneos). • Esses anticorpos se ligam ao tecido transplantado, ativando o sistema complemento, uma parte do sistema imune que desencadeia uma série de reações para destruir células invasoras. Isso causa lesão nas células endoteliais do órgão transplantado e expõe a membrana subendotelial, que atrai e ativa plaquetas, levando à formação de trombos (coágulos sanguíneos). • O resultado é a oclusão dos vasos sanguíneos que irrigam o órgão transplantado, o que impede o fluxo de sangue e resulta em necrose isquêmica (morte do tecido por falta de oxigênio), causando a perda irreversível do enxerto. 2. Causas da rejeição hiperaguda: • A presença de anticorpos pré-formados ocorre em pacientes que já foram expostos aos aloantígenos do doador anteriormente, seja por: • Transfusões de sangue, • Transplantes anteriores, • Múltiplas gestações, nas quais a mãe pode desenvolver anticorpos contra o HLA do pai presente no feto. 3. Prevenção com Crossmatch: • A rejeição hiperaguda é evitada atualmente pelo teste de crossmatch, que detecta se o receptor já tem anticorpos contra o HLA do doador antes do transplante. Se o teste for positivo, indicando a presença de anticorpos, o transplante não é autorizado, pois o risco de rejeição hiperaguda seria alto. • Além disso, a tipagem ABO e HLA é realizada para garantir a compatibilidade sanguínea e imunológica, reduzindo ao máximo o risco de rejeição.
rejeição Aguda:
1. Rejeição Aguda Celular: 2. Rejeição Aguda Humoral: 3. Diferença entre Celular e Humoral:
Transcrição:
1. Rejeição Aguda: • Processo de lesão do parênquima e dos vasos sanguíneos do enxerto mediada por células T alorreativas e anticorpos. • Os padrões de rejeição aguda são divididos em celular (por células T) e humoral (mediado por anticorpos). • A rejeição celular aguda é pela morte de células do parênquima e das células endoteliais do enxerto, mediada por CTL (linfócitos T citotóxicos), e pela inflamação causada pelas citocinas produzidas por linfócitos T helpers. • A rejeição celular aguda pode ser evitada com imunossupressão, que bloqueia os linfócitos T citotóxicos, impedindo-os de atacar as células do doador. • Célula apresentadora de antígeno identifica o enxerto e apresenta o antígeno para o linfócito, ativando-o. O linfócito, então, gera sinais de ativação que resultam na proliferação celular, levando à rejeição. • A rejeição aguda humoral é mediada por anticorpos. Se o paciente deixa de tomar a medicação imunossupressora, pode gerar rejeição específica. Os aloanticorpos causam rejeição aguda ao se ligarem aos aloantígenos, principalmente às moléculas de HLA, nas células endoteliais. Isso causa lesão endotelial e trombose intravascular, resultando em destruição do enxerto.
Explicação mais detalhada:
1. Rejeição Aguda Celular: • A rejeição aguda celular ocorre quando as células do sistema imunológico do receptor, especialmente os linfócitos T citotóxicos (CTLs), reconhecem as células do órgão transplantado como “estranhas”. Isso acontece porque os CTLs são ativados pelas células apresentadoras de antígenos, que expõem os antígenos do enxerto para os linfócitos T. Uma vez ativados, os CTLs atacam as células do parênquima e do endotélio dos vasos sanguíneos do enxerto, causando danos significativos. • A inflamação, mediada pelas citocinas liberadas pelos linfócitos T helper, também contribui para esse processo, recrutando mais células imunológicas para atacar o enxerto. • A rejeição celular pode ser prevenida com o uso de medicamentos imunossupressores, que diminuem a ativação dos linfócitos T, impedindo que ataquem o órgão transplantado. 2. Rejeição Aguda Humoral: • A rejeição aguda humoral é mediada pelos anticorpos. Se o paciente interrompe o uso de medicamentos imunossupressores, pode começar a produzir aloanticorpos contra os antígenos do doador, especialmente as moléculas de HLA presentes nas células do enxerto. • Esses anticorpos se ligam às células endoteliais do órgão transplantado, desencadeando uma resposta imune que causa lesão endotelial e promove a formação de trombos nos vasos sanguíneos do enxerto. Isso resulta na interrupção do fluxo sanguíneo para o órgão, causando a destruição do enxerto por necrose. 3. Diferença entre Celular e Humoral: • A rejeição celular é mediada diretamente por células T que atacam o enxerto, enquanto a rejeição humoral é mediada por anticorpos que se ligam ao enxerto e causam danos através da ativação do complemento e trombose. • Ambas podem ser evitadas ou reduzidas com o uso contínuo de imunossupressores, que impedem a ativação das células T e a produção de anticorpos.
rejeição crônica
IMUNOSSUPRESSÃO
INFLAMAÇÃO
1. Imunidade Inata: 2. Inflamação Aguda e Crônica: 3. Barreiras Naturais às Infecções:
Transcrição:
1. Imunidade Inata: • É a primeira linha de defesa contra a maioria dos microrganismos. • A inflamação é um mecanismo de imunidade inata do hospedeiro para eliminar um evento inicial de infecção ou dano celular e tecidual em tecidos vascularizados. 2. Inflamação: • A inflamação aguda sempre terá uma fase de resolução, com “cura” natural dos sinais e sintomas. • Neutrófilos, macrófagos e células Natural Killer fazem parte da imunidade inata e também da inflamação. • Não somos capazes de curar inflamações crônicas. • Na inflamação crônica, ocorre um desgaste dos sistemas, levando ao aparecimento de doenças metabólicas, cardiovasculares, entre outras.
Barreiras Naturais às Infecções:
• Mecânica: • Pele (células epiteliais), • Fluxo de ar e fluido pelo epitélio, • Movimento de muco pelos cílios. • Química: • Ácidos graxos (pele), • Enzimas (lisozima na saliva, suor, lágrimas; pepsina no estômago), • pH baixo (estômago), • Peptídeos antibacterianos. • Microbiológica: • Microbiota que compete por nutrientes e adesão ao epitélio e secreta produtos antibacterianos.
Explicação mais didática e detalhada:
1. Imunidade Inata: • A imunidade inata é a primeira resposta do corpo contra patógenos. Ela atua rapidamente para tentar conter e eliminar os agentes invasores antes que possam se espalhar. Ao contrário da imunidade adaptativa, a imunidade inata não tem memória, ou seja, responde da mesma forma a cada nova infecção. • Um dos principais mecanismos da imunidade inata é a inflamação, que ocorre em tecidos vascularizados para atrair células imunes, como neutrófilos e macrófagos, ao local da infecção ou lesão. 2. Inflamação Aguda e Crônica: • A inflamação aguda é a resposta rápida a infecções ou lesões e, em condições normais, leva à cura. Os sinais clássicos de inflamação (vermelhidão, inchaço, calor e dor) são causados pelo aumento do fluxo sanguíneo e pelo recrutamento de células imunes para eliminar o patógeno. • Em casos de inflamação crônica, o processo inflamatório persiste por longos períodos, levando a danos teciduais permanentes e predispondo o organismo a doenças, como diabetes, doenças cardiovasculares e outras condições degenerativas. A inflamação crônica não tem um “fim natural” e requer intervenção terapêutica para ser controlada. 3. Barreiras Naturais às Infecções: • O corpo possui várias barreiras físicas, químicas e microbiológicas que ajudam a prevenir a entrada de patógenos. Essas barreiras são parte da imunidade inata e incluem: • Barreiras mecânicas, como a pele, que atua como uma barreira física, e o movimento de muco no trato respiratório, que captura e expulsa microrganismos. • Barreiras químicas, como a produção de enzimas, por exemplo, a lisozima na saliva e nas lágrimas, que destroem as paredes celulares de bactérias, e o pH ácido do estômago, que mata muitos patógenos ingeridos. • Barreiras microbiológicas, como a microbiota, que compete com patógenos por espaço e nutrientes e também pode produzir substâncias que inibem o crescimento de bactérias nocivas.