P1 Flashcards

1
Q

INTRODUÇÃO AO SISTEMA IMUNE

5 características
Órgãos linfoides primarios e secundários

A
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Q

TECIDOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS

geral

A
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3
Q

TECIDOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS

1- MEDULA ÓSSEA- HEMATOPOIESE:

A

• Renovação do sangue ocorre diariamente de maneira dinâmica.

•	Diferenciação celular: Células-tronco (que se autorrenovam) e progenitoras dão origem a glóbulos vermelhos e brancos.


•	Células-tronco hematopoiéticas (CTH) da medula óssea são multipotentes e autorrenováveis.

•	Ao nascimento, essas células ocorrem em todos os ossos, mas na puberdade a hematopoiese passa a ocorrer em ossos como pelve, vértebras, costelas e esterno.

•	Com o envelhecimento, a medula óssea perde tecido hematopoiético, substituído por gordura, o que diminui a hematopoiese.

• A proliferação e maturação de células precursoras na medula óssea são estimuladas por citocinas produzidas por células estromais e macrófagos.

•	Circulação circadiana e hormônios (noradrenalina e melatonina) e citocinas (como TNF) influenciam a retenção e liberação de células do sistema imune.

•	Melhor horário para vacinação é de manhã, quando há pico de células de defesa.

•	Questões infecciosas influenciam a produção de neutrófilos, gerando desvio à esquerda no hemograma.

•	Aplicações clínicas das células-tronco hematopoiéticas (CD34+): transplantes de medula óssea e terapia celular.
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4
Q

TECIDOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS

2- TIMO- HEMATOPOIESE E PRODUÇÃO E MATURAÇÃO DE LINFÓCITOS T

1- involução
2- atrofia
3- processo físico
4- maturação dos linfócitos T

A

Transcrição:

1.	Involução tímica: O timo, após a puberdade, começa a diminuir tanto em tamanho quanto em função.
2.	Atrofia tímica: Inicia-se na puberdade.
3.	Processo físico: Há uma redução do timo de cerca de 3% ao ano até a meia-idade, e após isso, segue com uma taxa de 1% ao ano.
4.	Maturação dos linfócitos T:
•	Do córtex para a medula, os linfócitos T vão se maturando. Somente as células T naive maduras saem do timo e entram na circulação e nos órgãos linfóides secundários.
•	Proporção normal: A relação normal é de 2 CD4+ para cada 1 CD8+. Se houver aumento de CD8 e diminuição de CD4, isso pode indicar doença.

Explicação mais detalhada e didática:

1.	Involução tímica:
•	O timo é um órgão essencial para o sistema imunológico, responsável pela maturação dos linfócitos T. Durante a infância, o timo é grande e altamente ativo, pois o corpo está desenvolvendo suas defesas imunológicas.
•	Após a puberdade, o timo começa a encolher, tanto em tamanho quanto em função, um processo conhecido como involução tímica. Esse encolhimento é normal e esperado, já que o sistema imunológico do adulto depende mais das células T já maduras que circulam no sangue e órgãos linfáticos secundários.
2.	Atrofia tímica:
•	Atrofia significa a perda de função ou diminuição de tamanho de um órgão. No caso do timo, isso acontece a partir da puberdade. Com o passar do tempo, o tecido ativo do timo é gradualmente substituído por tecido adiposo (gordura), o que reduz sua capacidade de gerar novos linfócitos T.
3.	Processo físico:
•	O encolhimento do timo não ocorre de forma abrupta, mas segue um ritmo. Entre a puberdade e a meia-idade, a diminuição é de cerca de 3% ao ano. Após a meia-idade, essa taxa de redução desacelera para cerca de 1% ao ano. Esse processo é um dos fatores que contribuem para a menor capacidade de resposta imunológica em idosos.
4.	Maturação dos linfócitos T:
•	Os linfócitos T se formam na medula óssea, mas para se tornarem funcionais, precisam passar pelo timo. Dentro do timo, esses linfócitos vão do córtex (região externa) para a medula (região interna), onde sofrem uma série de mudanças que os tornam “prontos para a ação.”
•	Apenas as células T que passam por todos os testes de maturação (chamadas de células T naive maduras) saem do timo e entram no sangue e nos órgãos linfáticos secundários (como os linfonodos), onde poderão atuar no reconhecimento de patógenos.
5.	Proporção CD4+/CD8+:
•	No corpo, existe uma relação normal entre dois tipos de linfócitos T: os linfócitos T auxiliares (CD4+) e os linfócitos T citotóxicos (CD8+). A proporção normal é de cerca de 2 CD4+ para cada 1 CD8+.
•	Quando essa proporção muda, com aumento de CD8 e redução de CD4, pode ser um sinal de doença, como infecções graves (ex.: HIV), que atacam as células CD4+ e desregulam essa proporção.
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5
Q

TECIDOS LINFÓIDES SECUNDÁRIOS

1.	Retenção de células de defesa:
2.	Ativação de células T ou B:
A

Transcrição:

1.	Retém as células de defesa.
2.	Células T ou B são ativadas e formam as ínguas em 2 ou 3 dias, com grande quantidade de células amplificadas agindo contra o mesmo agente infeccioso.

Explicação mais didática:

1.	Retenção de células de defesa:
•	Quando o corpo detecta um agente infeccioso (como uma bactéria ou vírus), as células de defesa (como linfócitos e macrófagos) são recrutadas para combater essa infecção. Essas células se agrupam em certas áreas, especialmente nos linfonodos, que atuam como centros de filtragem e ativação de células imunológicas.
2.	Ativação de células T ou B:
•	As células T e B são dois tipos principais de células do sistema imunológico. As células T são responsáveis por destruir diretamente as células infectadas ou ativar outras células imunológicas. As células B produzem anticorpos que neutralizam os patógenos.
•	Quando uma infecção é detectada, as células T ou B específicas para esse patógeno são ativadas nos linfonodos. Esse processo leva alguns dias (geralmente 2 ou 3 dias), durante os quais essas células proliferam (se multiplicam) para aumentar seu número.
•	Esse aumento rápido na quantidade de células T ou B ativadas é o que causa o inchaço nos linfonodos, comumente chamado de “ínguas.” As ínguas são um sinal de que o sistema imunológico está trabalhando duro para combater uma infecção.
•	Após essa amplificação, essas células especializadas são liberadas no corpo para agir contra o agente infeccioso, atacando-o de maneira mais eficiente.
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6
Q

TECIDOS LINFÓIDES SECUNDÁRIOS

1- LINFONODOS- FILTRO PARA SUBSTÂNCIAS NOCIVAS

1.	Linfócitos B naive e folículos primários:
2.	Estímulo antigênico e formação dos folículos secundários:
3.	Células B ativadas nos folículos secundários:
4.	Córtex, cordões paracorticais e linfócitos T/DCs:
5.	Zona rica em células T e fibroblastos:
6.	Ínguas e infecções:
7.	Remoção de linfonodos (linfadenectomia):
A

Transcrição:

1.	No linfonodo sem antígenos, os linfócitos B naive maduros (produzem anticorpos) organizam-se em folículos primários no córtex.
2.	Após estímulo antigênico, esses folículos crescem e formam os folículos secundários, que contêm áreas de grande proliferação celular chamadas centros germinativos.
3.	Nos folículos com centros germinativos, folículos secundários, temos células B ativadas.
4.	No córtex, ao redor dos folículos, nos cordões paracorticais, temos povoamento por linfócitos T e DCs (células dendríticas).
5.	Essa zona rica em células T contém uma rede de fibroblastos especializados chamados de células reticulares fibroblásticas.
6.	Os linfonodos, quando estão inchados, são chamados de ínguas e identificam o local da infecção. Por exemplo, linfonodos peringuinais inchados podem indicar uma infecção no aparelho geniturinário.
7.	A remoção dos linfonodos pode ser indicada em alguns procedimentos (ex.: mastectomia) e não prejudica a saúde.

Explicação mais didática e detalhada:

1.	Linfócitos B naive e folículos primários:
•	Quando não há nenhum antígeno presente, os linfócitos B, que ainda não foram ativados, são chamados de “naive” (ou virgens). Esses linfócitos se organizam em estruturas chamadas folículos primários, que se localizam no córtex dos linfonodos. Embora ainda não tenham encontrado um antígeno, eles estão prontos para entrar em ação assim que isso ocorrer.
2.	Estímulo antigênico e formação dos folículos secundários:
•	Quando o linfonodo detecta um antígeno (uma substância estranha, como um vírus ou bactéria), os folículos primários começam a crescer, transformando-se em folículos secundários. No centro desses folículos, ocorrem intensas divisões celulares, formando o que é chamado de centro germinativo, onde as células B são ativadas e se multiplicam para combater o antígeno.
3.	Células B ativadas nos folículos secundários:
•	Após serem ativadas no centro germinativo, as células B começam a se diferenciar e proliferar. Essas células B ativadas são as responsáveis por produzir anticorpos, que são proteínas especializadas para neutralizar e destruir patógenos específicos.
4.	Córtex, cordões paracorticais e linfócitos T/DCs:
•	Além dos folículos ricos em células B, o córtex dos linfonodos também possui áreas chamadas cordões paracorticais, que são povoados principalmente por linfócitos T e células dendríticas (DCs). As células dendríticas são essenciais para a ativação dos linfócitos T, já que elas capturam antígenos e os apresentam para essas células, iniciando a resposta imunológica.
5.	Zona rica em células T e fibroblastos:
•	A região dos linfonodos rica em células T contém uma estrutura de suporte formada por células reticulares fibroblásticas. Essas células criam uma rede que dá suporte físico e organizacional para os linfócitos, permitindo que eles se movimentem e interajam eficientemente com outras células do sistema imune.
6.	Ínguas e infecções:
•	Quando os linfonodos estão ativos, combatendo uma infecção, eles podem inchar devido ao acúmulo de células imunológicas, resultando nas famosas “ínguas.” As ínguas são um sinal comum de infecção, e sua localização pode fornecer pistas sobre o local da infecção. Por exemplo, ínguas na região peringuinal (virilha) podem indicar uma infecção no sistema geniturinário.
7.	Remoção de linfonodos (linfadenectomia):
•	Em algumas cirurgias, como a mastectomia (remoção da mama), pode ser necessário remover alguns linfonodos (geralmente aqueles que drenam a região onde o tumor estava). Embora a remoção de linfonodos possa impactar a drenagem linfática local, ela geralmente não causa prejuízos significativos à saúde, e o sistema imunológico continua funcionando adequadamente.
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7
Q

TECIDOS LINFÓIDES SECUNDÁRIOS

2- VASOS LINFÁTICOS E LINfa

A
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8
Q

TECIDOS LINFÓIDES SECUNDÁRIOS

3- BAÇO

1.	Drenagem de antígenos e proteção contra septicemia:
2.	Polpa branca e resposta imune adaptativa:
3.	Polpa vermelha e renovação de células vermelhas:
4.	Estrutura da polpa branca:
A

Transcrição:

1.	Drenagem de antígenos da circulação e proteção contra septicemia; Com o aumento da idade, o fígado cumpre essa função.
2.	A polpa branca contém as células mediadoras das respostas imunes adaptativas a antígenos transportados pelo sangue.
3.	Na polpa vermelha, encontramos renovação de células vermelhas do sangue. Na polpa branca, encontramos:
•	(1) Corona de células B.
•	(2) Tecido linfóide periarteriolar de células T.
•	(3) Centros germinativos, onde ocorre intensa proliferação, seleção e maturação de linfócitos B.

Explicação mais detalhada e didática:

1.	Drenagem de antígenos e proteção contra septicemia:
•	A septicemia é uma infecção grave que ocorre quando bactérias ou outros patógenos entram na corrente sanguínea, podendo causar inflamação em todo o corpo. Órgãos como o baço desempenham um papel fundamental na remoção de antígenos (substâncias estranhas) do sangue, evitando que eles causem infecções disseminadas.
•	Com o envelhecimento, essa função pode ser parcialmente transferida para o fígado, que ajuda a filtrar substâncias prejudiciais da corrente sanguínea.
2.	Polpa branca e resposta imune adaptativa:
•	A polpa branca do baço é uma região altamente especializada onde ocorrem importantes interações entre os linfócitos (células do sistema imune) e os antígenos presentes no sangue.
•	Os linfócitos na polpa branca mediam a resposta imune adaptativa, que é o mecanismo pelo qual o corpo reconhece, reage e “aprende” a combater antígenos específicos, como vírus ou bactérias.
3.	Polpa vermelha e renovação de células vermelhas:
•	A polpa vermelha é a área do baço onde ocorrem processos relacionados à destruição de células sanguíneas velhas e renovação de células vermelhas (hemácias). Esse processo é crucial para manter o equilíbrio das células no sangue e evitar o acúmulo de hemácias defeituosas ou envelhecidas.
4.	Estrutura da polpa branca:
•	Corona de células B: Dentro da polpa branca, essa “coroa” ou zona contém linfócitos B, que são responsáveis por produzir anticorpos para atacar antígenos específicos.
•	Tecido linfóide periarteriolar de células T: Ao redor das artérias, existem aglomerados de linfócitos T, que são cruciais para destruir diretamente células infectadas ou coordenar a resposta imune adaptativa.
•	Centros germinativos: Estas são áreas onde ocorre intensa proliferação e maturação de linfócitos B após serem ativados por um antígeno. Nesses centros, as células B que reconhecem o antígeno se multiplicam rapidamente, selecionando as mais eficazes para formar uma resposta imunológica eficiente.
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9
Q

TECIDOS LINFÓIDES ASSOCIADOS ÀS MUCOSAS:
1- TONSILAS

1.	Aglomerados de tecido linfóide:
2.	Amígdalas palatinas e linguais:
3.	Amígdalas faríngeas (adenoides):
A

Transcrição:

1.	Aglomerados de tecido linfóide.
2.	Amígdalas palatinas e linguais:
•	A seção transversal mostra o tecido linfóide e as criptas, que são áreas onde o tecido imunológico entra em contato com patógenos e inicia a resposta imune.
3.	Amígdalas faríngeas (adenoides):
•	Normalmente aumenta durante a infância em resposta à primeira infecção viral ou bacteriana, alimentos, alérgenos e irritantes ambientais.

Explicação mais didática e detalhada:

1.	Aglomerados de tecido linfóide:
•	As amígdalas são um exemplo de aglomerados de tecido linfóide. Esses tecidos fazem parte do sistema linfático, que é essencial na defesa do corpo contra infecções. O tecido linfóide é composto de células do sistema imunológico, como linfócitos, que são responsáveis pela detecção e combate de patógenos (vírus, bactérias, etc.).
2.	Amígdalas palatinas e linguais:
•	As amígdalas palatinas (na garganta) e as amígdalas linguais (na base da língua) são localizações estratégicas onde o tecido linfóide pode interceptar agentes patogênicos que entram pela boca e nariz. As criptas das amígdalas são invaginações profundas que aumentam a superfície de contato, permitindo que as células imunológicas detectem patógenos de maneira mais eficiente.
•	Essas amígdalas têm um papel importante na primeira linha de defesa do corpo, sendo responsáveis por capturar e destruir patógenos que tentam entrar no corpo através da respiração ou da alimentação.
3.	Amígdalas faríngeas (adenoides):
•	As adenoides estão localizadas na parte superior da garganta, na região da nasofaringe. Elas também fazem parte da defesa imunológica, especialmente durante a infância, quando o sistema imunológico está aprendendo a lidar com novos patógenos.
•	Durante a infância, as adenoides tendem a crescer em resposta às primeiras infecções, como gripes, resfriados ou infecções de garganta. Além disso, podem aumentar em resposta a estímulos como alérgenos e irritantes ambientais, que podem desencadear uma resposta imune exagerada.
•	À medida que a criança envelhece e o sistema imunológico amadurece, as adenoides tendem a diminuir de tamanho e se tornam menos ativas.
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10
Q

TECIDOS LINFÓIDES ASSOCIADOS ÀS MUCOSAS:
2- PLACAS DE PEYER:

A
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11
Q

TIPOS DE IMUNIDADE

inata

1.	Imunidade natural ou nativa:
2.	Primeira linha de defesa:
3.	Inflamação aguda e crônica:
4.	Células do sistema inato:
5.	Mecanismos de ação:
6.	Especificidade:
7.	Memória:
8.	Microrganismos combatidos:
A

Transcrição:

1.	Também chamada de imunidade natural ou nativa.
2.	Primeira linha de defesa contra a maioria dos microrganismos.
3.	Atua tanto na inflamação aguda quanto crônica.
4.	Células: Neutrófilos, macrófagos, eosinófilos, mastócitos e células NK (natural killer).
5.	Mecanismos: Fagocitose, proteínas de fase aguda (PCR), complemento via alternativa (opsonização), citotoxicidade mediada por células NK.
6.	Especificidade: +
7.	Memória: Não.
8.	Atua contra bactérias, fungos e vermes.

Explicação mais didática e detalhada:

1.	Imunidade natural ou nativa:
•	Também conhecida como imunidade inata, essa é a parte do sistema imunológico que já nasce “pronta para agir”. Ela responde de forma rápida e inespecífica a patógenos que tentam invadir o corpo, sendo a primeira linha de defesa.
2.	Primeira linha de defesa:
•	O sistema imunológico inato é o primeiro a responder quando microrganismos como bactérias, fungos e vírus tentam penetrar no corpo. Ele age antes mesmo que o sistema imunológico adaptativo (mais específico e lento) entre em ação.
3.	Inflamação aguda e crônica:
•	A imunidade inata é responsável por iniciar a inflamação, que é uma resposta protetora do corpo. Na inflamação aguda, o objetivo é eliminar rapidamente o agente invasor e começar a reparação tecidual. Em casos crônicos, essa inflamação pode durar mais tempo e ser mais difícil de resolver.
4.	Células do sistema inato:
•	Neutrófilos: São as primeiras células a chegar no local da infecção, especializadas em fagocitar (engolir) e destruir patógenos.
•	Macrófagos: Também fagocitam patógenos, mas são mais versáteis, atuando tanto na inflamação aguda quanto na crônica.
•	Eosinófilos: São importantes principalmente no combate a parasitas e em reações alérgicas.
•	Mastócitos: Liberação de histamina e outras substâncias que contribuem para a inflamação.
•	Células NK (natural killer): São especializadas em destruir células infectadas por vírus e células cancerígenas, atuando de forma rápida.
5.	Mecanismos de ação:
•	Fagocitose: Processo pelo qual células como neutrófilos e macrófagos “engolem” e digerem microrganismos.
•	Proteínas de fase aguda: Como a proteína C reativa (PCR), que ajuda a ativar o sistema imune durante uma infecção.
•	Complemento: Um conjunto de proteínas que ajudam a destruir patógenos, principalmente por opsonização, que “marca” os patógenos para serem destruídos.
•	Citotoxicidade das células NK: As células NK destroem diretamente células infectadas ou anormais.
6.	Especificidade:
•	O sistema imunológico inato não é tão específico quanto o sistema adaptativo. Ele reconhece padrões genéricos de patógenos, como moléculas que são comuns em bactérias, mas não tem a capacidade de diferenciar um tipo específico de bactéria ou vírus como o sistema adaptativo.
7.	Memória:
•	Diferente do sistema imunológico adaptativo, a imunidade inata não tem memória. Isso significa que ela responde da mesma maneira a um patógeno, independentemente de quantas vezes o corpo tenha sido exposto a ele no passado.
8.	Microrganismos combatidos:
•	A imunidade inata é eficaz contra uma variedade de patógenos, incluindo bactérias, fungos e vermes (parasitas), fornecendo uma defesa rápida enquanto o sistema adaptativo se prepara para uma resposta mais específica.
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12
Q

TIPOS DE IMUNIDADE

2- ADAPTATIVA:

1.	Imunidade adaptativa:
2.	Células da imunidade adaptativa:
3.	Mecanismos de ação:
4.	Especificidade:
5.	Memória:
6.	Imunidade contra patógenos intracelulares:
A

Transcrição:

1.	Quando a imunidade inata não consegue eliminar o antígeno, a imunidade adaptativa entra em ação.
2.	Células: Linfócitos B e T.
3.	Mecanismos: Anticorpos, complemento (via clássica), citotoxicidade (células T).
4.	Especificidade: +++++ (alta especificidade).
5.	Memória: Sim.
6.	Atua contra bactérias intracelulares, vírus e protozoários.

Conclusão:

•	Inata: Menos especificidade, sem memória.
•	Adaptativa: Mais específica, com memória.

Explicação mais didática e detalhada:

1.	Imunidade adaptativa:
•	A imunidade adaptativa entra em ação quando a imunidade inata não é capaz de eliminar um patógeno. Embora seja mais lenta para responder inicialmente, a imunidade adaptativa é extremamente eficaz e altamente específica, focando em patógenos particulares.
2.	Células da imunidade adaptativa:
•	Linfócitos B: São responsáveis pela produção de anticorpos, que neutralizam e marcam patógenos para destruição.
•	Linfócitos T: Existem dois tipos principais:
•	Linfócitos T citotóxicos (CD8+): Eles destroem diretamente células infectadas por vírus ou células cancerosas.
•	Linfócitos T auxiliares (CD4+): Eles ajudam a coordenar a resposta imune, estimulando tanto os linfócitos B quanto os T citotóxicos.
3.	Mecanismos de ação:
•	Anticorpos: Produzidos pelos linfócitos B, os anticorpos são proteínas que se ligam a antígenos específicos (bactérias, vírus) para neutralizá-los ou marcá-los para destruição.
•	Complemento via clássica: Uma série de proteínas que ajudam a “opsonizar” (marcar) patógenos para serem destruídos por células fagocíticas ou formar poros nas células infectadas, destruindo-as.
•	Citotoxicidade das células T: As células T citotóxicas (CD8+) reconhecem células infectadas por vírus e as destroem diretamente.
4.	Especificidade:
•	Ao contrário da imunidade inata, que é mais geral e responde a qualquer patógeno, a imunidade adaptativa é extremamente específica, sendo capaz de reconhecer patógenos específicos através de antígenos únicos.
5.	Memória:
•	Um dos traços mais importantes da imunidade adaptativa é que ela lembra dos patógenos que encontrou anteriormente. Isso significa que, quando o corpo é exposto ao mesmo patógeno novamente, a resposta imune é muito mais rápida e eficaz.
6.	Imunidade contra patógenos intracelulares:
•	A imunidade adaptativa é especialmente eficaz contra patógenos que conseguem invadir células, como vírus, bactérias intracelulares (ex.: Mycobacterium tuberculosis), e protozoários (ex.: Plasmodium, causador da malária).
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13
Q

inata vs adaptativa

A
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14
Q

SISTEMA HLA

1.	Sistema de histocompatibilidade (HLA):
2.	Herança co-dominante:
3.	Loci de classe I e classe II:
4.	Identidade imunológica:
5.	Codificação no cromossomo 6:
A

Transcrição:

1.	Sistema de histocompatibilidade (HLA):
•	Sistema de histocompatibilidade, também conhecido como Human Leukocyte Antigens (HLA).
•	Herança mendeliana co-dominante.
•	Seis loci (3 de classe I e 3 de classe II) – 2 alelos em cada loci, com altíssimo polimorfismo dentro da espécie.
•	Seis pares de glicoproteínas de superfície celular – nossa “identidade imunológica”.
2.	Temos pelo menos 12 proteínas de superfície nesse sistema.
3.	É um sistema de marcadores celulares fixos.
4.	É uma herança co-dominante: 50% vem do pai e 50% da mãe, de forma bem exata.
5.	É codificado no braço curto do cromossomo 6.

Explicação mais didática e detalhada:

1.	Sistema de histocompatibilidade (HLA):
•	O Sistema HLA (Antígenos Leucocitários Humanos) é um conjunto de genes que codificam proteínas encontradas na superfície das células, especialmente nas células do sistema imune. Essas proteínas têm um papel fundamental em diferenciar o “próprio” (as células do corpo) do “não próprio” (substâncias estranhas, como patógenos ou células transplantadas).
•	O HLA desempenha um papel crucial nos transplantes de órgãos, pois a compatibilidade entre os HLA do doador e do receptor é importante para evitar a rejeição do transplante. Quanto mais similares os antígenos HLA entre doador e receptor, menor a chance de rejeição.
2.	Herança co-dominante:
•	A herança do HLA é co-dominante, o que significa que você herda um conjunto de genes HLA do pai e outro da mãe, e ambos os conjuntos são expressos igualmente. Isso resulta em uma combinação única de antígenos HLA em cada indivíduo.
•	Em termos de compatibilidade genética para transplantes, por exemplo, isso significa que as probabilidades de encontrar um doador 100% compatível são bastante pequenas, dado o altíssimo polimorfismo (variação) do sistema HLA entre os indivíduos.
3.	Loci de classe I e classe II:
•	O sistema HLA inclui genes de classe I e classe II. Os HLA de classe I estão presentes em praticamente todas as células nucleadas e ajudam na apresentação de antígenos a células T citotóxicas (CD8+). Já os HLA de classe II estão em células especializadas do sistema imunológico (como macrófagos e células dendríticas) e apresentam antígenos para células T auxiliares (CD4+).
•	Há três loci principais para a classe I (HLA-A, HLA-B, HLA-C) e três loci para a classe II (HLA-DP, HLA-DQ, HLA-DR), cada um com dois alelos, o que aumenta ainda mais a variabilidade entre indivíduos.
4.	Identidade imunológica:
•	As glicoproteínas de superfície celular codificadas pelo HLA são responsáveis por nossa “identidade imunológica”. Isso significa que o sistema imune de cada pessoa é único e capaz de reconhecer antígenos estranhos, como vírus, bactérias ou células de um transplante.
5.	Codificação no cromossomo 6:
•	Os genes HLA estão localizados no braço curto do cromossomo 6. Essa região específica é chamada de complexo HLA e é uma das mais polimórficas do genoma humano, com milhares de variantes diferentes em toda a população.
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15
Q

FUNÇÕES HLA

1.	Modulação da apresentação de antígenos:

2.	Identidade imunológica:

3.	Histocompatibilidade em transplantes:

4.	Marcadores genéticos:

5.	Classe I e Classe II:

6.	Polimorfismo:

7.	Haplótipos do MHC:
A

Transcrição:

1.	In vivo: modular apresentação de antígenos.
2.	Identidade imunológica (já que são fixas).
3.	Histocompatibilidade em transplantes (se temos um doador HLA próximo do HLA do receptor, menor chance de rejeição).
4.	Marcadores genéticos de doenças autoimunes/infecciosas.

Classes das moléculas MHC:

•	Classe I: glicoproteínas expressas na superfície de todas as células nucleadas, apresentação de peptídeos antigênicos ao linfócito T citotóxico (CD8+).
•	Classe II: glicoproteínas expressas nas APCs (células apresentadoras de antígenos), apresentação de antígenos aos linfócitos T helper (CD4+).

Função das classes:

1.	A Classe I é importante para apresentar antígenos endógenos, como os de vírus, já que o vírus utiliza o DNA ou RNA do hospedeiro para se replicar. As células expressam a classe I em todas as células nucleadas, o que ajuda a apresentar um antígeno viral. Isso ocorre porque os linfócitos T citotóxicos (CD8+) matam as células infectadas por microrganismos intracelulares (vírus) e células tumorais.
2.	A Classe II ajuda a apresentar antígenos exógenos, como bactérias. Menos tipos celulares expressam a classe II, sendo estas principalmente as APCs (células apresentadoras de antígenos).
3.	As respostas dos linfócitos T CD4+ são restritas a moléculas do MHC classe II, enquanto os linfócitos T CD8+ reconhecem apenas MHC classe I.
4.	As moléculas não polimórficas codificadas no MHC não apresentam peptídeos para reconhecimento pela célula T.

Outros pontos:

•	Moléculas altamente polimórficas.
•	O conjunto de alelos do MHC presentes em cada cromossomo é chamado de haplótipo do MHC. Todos os indivíduos heterozigotos possuem 2 haplótipos HLA.
•	Os genes do MHC estão firmemente ligados, de modo que os haplótipos são herdados em bloco, e os indivíduos, em geral, expressam todos os alelos de MHC nos dois haplótipos herdados de seus pais.
•	Como as moléculas de MHC são necessárias para a apresentação dos antígenos aos linfócitos T, a expressão dessas proteínas em uma célula determina se antígenos estranhos (ex.: microbianos) presentes na célula serão reconhecidos pelas células T.

Explicação mais didática e detalhada:

1.	Modulação da apresentação de antígenos:
•	O principal papel do sistema HLA (MHC) é apresentar fragmentos de proteínas (antígenos) que foram processados dentro da célula, seja de patógenos que infectam células (no caso da classe I) ou de patógenos que foram fagocitados (no caso da classe II).
2.	Identidade imunológica:
•	Como as moléculas de HLA são geneticamente determinadas e únicas para cada indivíduo (exceto gêmeos idênticos), elas fornecem uma identidade imunológica. O sistema imunológico de uma pessoa reconhece as células do próprio corpo como “próprias” devido à presença dessas moléculas HLA.
3.	Histocompatibilidade em transplantes:
•	O HLA é crucial para o sucesso de transplantes. Quanto mais similar for o HLA do doador ao do receptor, menores são as chances de rejeição do órgão transplantado, pois o sistema imunológico do receptor reconhecerá o órgão como menos “estranho”.
4.	Marcadores genéticos:
•	Certos alelos de HLA estão associados a um risco aumentado de desenvolver doenças autoimunes (como artrite reumatoide ou diabetes tipo 1) ou doenças infecciosas (como HIV). Portanto, o HLA também atua como um marcador genético importante na medicina.
5.	Classe I e Classe II:
•	MHC Classe I: Apresenta antígenos de dentro da célula (endógenos), como aqueles derivados de vírus. Todas as células nucleadas do corpo têm moléculas de MHC classe I, que sinalizam infecções virais para os linfócitos T CD8+, que então matam as células infectadas.
•	MHC Classe II: Apresenta antígenos que foram capturados e processados fora da célula (exógenos), como bactérias. Estas são expressas principalmente por APCs, como macrófagos e células dendríticas, que ativam linfócitos T CD4+, importantes na coordenação da resposta imune.
6.	Polimorfismo:
•	O MHC é altamente polimórfico, o que significa que existem muitas variantes diferentes de HLA na população, tornando cada pessoa única em termos de resposta imunológica.
7.	Haplótipos do MHC:
•	Um haplótipo é o conjunto de alelos de MHC que uma pessoa herda de cada um de seus pais. Cada indivíduo possui dois haplótipos (um do pai e outro da mãe), e esses alelos são herdados juntos, formando um bloco.
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16
Q

BASE MOLECULAR DO MHC TIPOS E VARIANTES

1.	Poligenismo:

2.	Polimorfismo:

3.	Variabilidade e estabilidade do MHC:

4.	HLA idêntico apenas em gêmeos univitelinos:

5.	Região B do MHC classe I:
A

Transcrição:

1.	Poligenismo:
•	Vários genes de MHC classe I e classe II codificam diferentes tipos de moléculas de MHC com uma variedade de especificidades de ligação a peptídeos.
2.	Polimorfismo:
•	Variação maior que 1% em um único locus genético em uma população de indivíduos.
•	Os genes do MHC são os mais polimórficos conhecidos.
3.	O tipo e a variante das moléculas MHC não variam ao longo da vida do indivíduo.
•	A diversidade nas moléculas de MHC existe ao nível populacional, em contraste com a diversidade dos receptores de antígenos das células T e B, que estão em constante mudança dentro do indivíduo.
4.	HLA idêntico só em gêmeos univitelinos.
5.	A região mais polimórfica de classe I é a região B.

Explicação mais didática e detalhada:

1.	Poligenismo:
•	O poligenismo refere-se ao fato de que múltiplos genes contribuem para a codificação das moléculas de MHC. Cada uma das classes de MHC (classe I e classe II) é composta por várias proteínas diferentes, e cada uma dessas proteínas pode se ligar a diferentes tipos de peptídeos (fragmentos de proteínas).
•	Isso dá ao sistema imunológico uma ampla capacidade de detectar e apresentar uma variedade de antígenos (substâncias estranhas), o que é crucial para uma resposta imunológica eficaz.
2.	Polimorfismo:
•	O polimorfismo é a variação genética dentro de uma população. No caso do MHC, isso significa que há muitas versões diferentes (alelos) dos genes que codificam essas moléculas.
•	Esse polimorfismo é importante porque aumenta a capacidade de diferentes indivíduos na população de responder a uma ampla gama de patógenos. Indivíduos com diferentes variantes de MHC terão diferentes sensibilidades a doenças, o que é um fator evolutivo importante para a sobrevivência da espécie.
3.	Variabilidade e estabilidade do MHC:
•	Embora os genes do MHC sejam altamente polimórficos e existam muitas variantes na população, o tipo específico de MHC que você herda não muda ao longo da sua vida. Isso contrasta com os receptores das células B e T, que sofrem recombinações genéticas contínuas para adaptar-se a novos patógenos.
4.	HLA idêntico apenas em gêmeos univitelinos:
•	Apenas gêmeos univitelinos (gêmeos idênticos) terão HLA idênticos, já que eles compartilham o mesmo material genético. Em outros indivíduos, mesmo irmãos, há diferenças nos alelos de HLA herdados dos pais.
5.	Região B do MHC classe I:
•	A região B é a mais polimórfica entre os loci do MHC de classe I. Isso significa que existem mais variações genéticas nessa região do que em outras, tornando-a extremamente importante para a diversidade imunológica da população.
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17
Q

SIGNIFICADO MÉDICO DO POLIMORFISMO DO MHC

1.	Polimorfismo e impacto na resposta imune: HLA-B27; HLA-A3/B14; HLA-DR2

2.	Expressão do MHC aumentada por citocinas: destaque pra uma

3.	Função das classes I e II do MHC:

4.	Diferenças nas vias de processamento: Via citosolica Via lisossomal

5.	Detalhes estruturais do MHC:
A

Transcrição:

1.	O polimorfismo afeta a capacidade de montar uma resposta imune.
•	Afeta a resistência ou suscetibilidade a doenças infecciosas.
•	Afeta a suscetibilidade a doenças autoimunes e alergias:
•	Indivíduos com HLA-B27 têm 90 vezes mais chance de desenvolver espondilite anquilosante.
•	Indivíduos com HLA-DR2 têm 130 vezes mais chance de desenvolver narcolepsia.
•	HLA-A3/B14 aumentam a chance de desenvolver hemocromatose hereditária.
2.	A expressão de moléculas do MHC é aumentada pelas citocinas produzidas durante as respostas imunes inata e adaptativa (interferon 1, IFN-alfa e IFN-beta). O IFN-gama é a principal citocina envolvida na estimulação da expressão de moléculas de classe II em APCs.

Classes de moléculas MHC:

•	Classe I: Glicoproteínas expressas na superfície de todas as células nucleadas, apresentando peptídeos antigênicos ao linfócito T citotóxico (CD8+). Geralmente antígenos virais ou tumorais.
•	Via citosólica (antígenos intracelulares).
•	Classe II: Glicoproteínas expressas nas APCs (macrófagos, células dendríticas e linfócitos B), apresentando antígenos aos linfócitos T helper (CD4+).
•	Via lisossomal (antígenos extracelulares).
•	A evolução de doenças como tuberculose pode ser influenciada pelo HLA, já que um mau acoplamento de antígeno pode prejudicar a defesa.

Diferenças nas duas vias de processamento e apresentação de antígenos:

•	MHC-II: Fonte de antígeno exógena, processamento por lisossomas, apresentado por APCs profissionais, com peptídeos ligados em fagolisossomas, para linfócitos CD4+.
•	MHC-I: Fonte de antígeno endógena, processamento por proteossomas, presente em todas as células nucleadas, com peptídeos ligados no retículo endoplasmático, apresentados para linfócitos CD8+.

Detalhes estruturais das moléculas MHC:

•	Moléculas de MHC classe I são compostas por uma cadeia α (pesada) e um complexo não covalente contendo a β2-microglobulina.
•	Moléculas de MHC classe II contêm duas cadeias polimórficas (α e β), codificadas pelo MHC.
•	Ambas as classes de MHC têm uma fenda extracelular para ligação de peptídeos, uma região transmembrana e uma citoplasmática.

Explicação mais didática e detalhada:

1.	Polimorfismo e impacto na resposta imune:
•	O polimorfismo genético no MHC significa que diferentes indivíduos possuem diferentes versões dos genes HLA, o que afeta como seus sistemas imunológicos respondem a infecções e doenças. Indivíduos com certas variantes de HLA podem ser mais ou menos suscetíveis a doenças como espondilite anquilosante ou narcolepsia.
2.	Expressão do MHC aumentada por citocinas:
•	Durante a resposta imune, citocinas como interferons (IFN-alfa, IFN-beta e IFN-gama) podem aumentar a expressão de moléculas de MHC, o que melhora a capacidade das células de apresentar antígenos e ativar o sistema imunológico. Isso é especialmente importante em infecções ou situações de inflamação.
3.	Função das classes I e II do MHC:
•	Classe I: Apresenta antígenos que vêm de dentro da célula (endógenos), como proteínas virais. Essas moléculas ativam células T CD8+, que então matam as células infectadas.
•	Classe II: Apresenta antígenos que vêm de fora da célula (exógenos), como bactérias fagocitadas por macrófagos. Essas moléculas ativam células T CD4+, que coordenam a resposta imune.
4.	Diferenças nas vias de processamento:
•	A via do MHC-I processa proteínas endógenas, como aquelas produzidas por vírus dentro das células, e as apresenta para linfócitos T CD8+.
•	A via do MHC-II processa proteínas exógenas, como bactérias que foram fagocitadas, e as apresenta para linfócitos T CD4+.
5.	Detalhes estruturais do MHC:
•	As moléculas de classe I têm uma cadeia pesada α e uma proteína associada chamada β2-microglobulina.
•	As moléculas de classe II são compostas por duas cadeias (α e β), ambas polimórficas. Ambas as classes têm uma fenda para ligação de antígenos e regiões que as fixam na membrana celular.
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18
Q

TIPAGEM HLA E UTILIDADES

1.	Identidade imunológica e transplantes:

2.	Estudos de paternidade:

3.	HLA como marcadores de doença:

4.	Tipagem HLA em transplantes:

5.	Rejeição de transplante:
A

Transcrição:

1.	Identidade imunológica para transplantes.
2.	Estudos de paternidade.
3.	HLA como marcadores de doença (podem ser importantes indicadores para doenças autoimunes).
•	Transplantes: Tipagem HLA do doador e do receptor → identificar o melhor “matching” para o transplante, mas não é 100% preciso, sendo indispensável o uso de imunossupressores.
•	Geralmente, a tipagem é feita na região B do MHC-I e na região DR do MHC-II — regiões com maior variabilidade.
•	Rejeição: Células do doador apresentam antígenos (do próprio sistema HLA do doador) para os linfócitos do receptor → ativação de linfócitos → rejeição.

Explicação mais didática e detalhada:

1.	Identidade imunológica e transplantes:
•	A tipagem HLA é um processo crítico para determinar a compatibilidade entre doador e receptor de órgãos. Quanto mais parecidos forem os antígenos HLA entre eles, menor será o risco de rejeição. No entanto, mesmo que haja uma correspondência quase perfeita, o corpo do receptor ainda pode identificar as células do órgão doado como estranhas, sendo necessário o uso de medicamentos imunossupressores para evitar uma resposta imune exagerada.
2.	Estudos de paternidade:
•	O HLA também pode ser utilizado em testes de paternidade, pois, como o sistema HLA é herdado de forma co-dominante (50% do pai e 50% da mãe), a análise dos antígenos HLA pode ajudar a confirmar a paternidade em casos de dúvida.
3.	HLA como marcadores de doença:
•	Certas variantes de HLA estão associadas a um risco maior de desenvolver doenças autoimunes (como espondilite anquilosante e artrite reumatoide). A tipagem HLA pode ser utilizada para identificar essas predisposições em pacientes e ajudar no diagnóstico ou prevenção.
4.	Tipagem HLA em transplantes:
•	A tipagem HLA envolve a análise das variantes de HLA presentes nas regiões mais polimórficas, como a região B do MHC-I e a região DR do MHC-II. Essas regiões possuem grande variabilidade entre os indivíduos, o que as torna áreas cruciais para a compatibilidade no transplante.
5.	Rejeição de transplante:
•	Mesmo com uma correspondência próxima de HLA, o corpo do receptor pode identificar as células do órgão transplantado como estranhas devido aos antígenos HLA do doador. Isso ativa os linfócitos do receptor, levando a uma resposta imune que ataca o órgão doado, um fenômeno conhecido como rejeição. Para evitar isso, os pacientes geralmente tomam imunossupressores após o transplante, suprimindo a resposta imunológica para evitar danos ao órgão transplantado.
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19
Q

IMUNOLOGIA DE TRANSPLANTES

1.	Transplantes e rejeição:

2.	Rejeição imunologicamente específica:

3.	Doação de órgãos em vida:

4.	Doação após a morte:
A

Transcrição:

1.	Transplantes são uma opção terapêutica para pacientes com insuficiência em algum órgão.
2.	O transplante de células ou tecidos para um indivíduo não geneticamente idêntico leva invariavelmente à rejeição do transplante por uma resposta imune adaptativa.

Detalhes sobre rejeição e doação de órgãos:

•	O processo de rejeição é imunologicamente específico. Indivíduos que rejeitaram um enxerto de um doador apresentam rejeição acelerada a outro enxerto proveniente do mesmo doador, mas não de um doador diferente.
•	Em vida, as pessoas podem doar órgãos, desde que: sejam competentes (capazes de decidir), sem coerção, e plenamente informadas dos riscos e benefícios. Essa decisão deve ser aceitável do ponto de vista psicológico e médico.
•	Segundo a legislação, para doar órgão em vida, o doador deve ser cônjuge ou parente consanguíneo até o 4º grau. Caso contrário, precisa de autorização judicial. No caso de transplante de medula óssea, não há essas restrições.
•	Órgãos que podem ser doados em vida: rins, fígado, pulmão e medula óssea.
•	Doação após a morte: Devemos manifestar em vida para nossos familiares, pois são eles que decidem. Apenas em caso de morte encefálica é possível a doação, o que não deve ser confundido com coma.

Explicação mais didática e detalhada:

1.	Transplantes e rejeição:
•	Transplantes de órgãos, como rim, fígado e pulmão, são opções terapêuticas para pacientes com insuficiência ou falha de órgãos. No entanto, um dos maiores desafios é a rejeição imunológica do órgão doado, especialmente quando o doador não é geneticamente idêntico ao receptor.
•	A rejeição ocorre porque o sistema imunológico do receptor identifica o novo órgão como “estranho” devido às diferenças nos antígenos HLA, desencadeando uma resposta imune adaptativa que ataca o órgão transplantado.
2.	Rejeição imunologicamente específica:
•	A rejeição é específica, o que significa que, se uma pessoa rejeita um órgão de um determinado doador, ela terá uma resposta imune ainda mais rápida e severa se receber outro órgão do mesmo doador. Isso acontece porque o sistema imunológico “lembra” dos antígenos HLA do primeiro órgão e está preparado para atacá-los novamente.
3.	Doação de órgãos em vida:
•	Algumas pessoas podem doar órgãos enquanto estão vivas, como um rim, parte do fígado ou medula óssea. No entanto, o doador precisa ser capaz de tomar decisões, estar livre de coerção e ser informado sobre todos os riscos e benefícios da doação.
•	A doação de órgãos em vida é permitida para parentes até o 4º grau (pais, irmãos, tios, primos), mas em alguns casos pode ser necessário autorização judicial.
4.	Doação após a morte:
•	Para que a doação de órgãos ocorra após a morte, é necessário que a pessoa tenha sofrido morte encefálica (morte cerebral irreversível). Esse diagnóstico deve ser confirmado por exames médicos específicos, e os familiares devem ser consultados, pois, em muitas regiões, eles têm a palavra final sobre a doação, a menos que o doador tenha expressado claramente sua vontade em vida.
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20
Q

DIAGNÓSTICO DE MORTE ENCEFÁLICA

1.	Lesão cerebral:

2.	Avaliações clínicas:

3.	Diferenciação entre morte encefálica e coma profundo:

4.	Exames complementares:

5.	Decisão sobre doação:
A

Transcrição:

Diagnóstico de morte encefálica:

1.	Lesão cerebral: É necessário que exista uma lesão. Causas: TCE (traumatismo cranioencefálico), AVC (acidente vascular cerebral), encefalopatia anóxica, tumores cerebrais primários.
2.	Realização das avaliações clínicas de morte encefálica: São necessários 2 exames clínicos realizados por médicos independentes, além de 1 exame complementar de imagem.
3.	Preenchimento do termo de declaração de morte encefálica:
•	Deve ser diferenciado do coma profundo.
•	Avaliação de reflexos do tronco cerebral: reflexos pupilar, corneano, oculocefálico, oculovestibular e faríngeo.
•	Teste de apneia.
•	Exames complementares: angiografia de 4 vasos, cintilografia cerebral, ecodoppler transcraniano, EEG (eletroencefalograma).
•	Observação: Hoje, quem decide a doação pós-morte são os familiares até o quarto grau.

Explicação mais didática e detalhada:

1.	Lesão cerebral:
•	Para o diagnóstico de morte encefálica, é obrigatório que o paciente apresente uma lesão cerebral grave e irreversível. Entre as causas mais comuns estão o traumatismo cranioencefálico (TCE), que pode ocorrer após acidentes, quedas ou agressões; o AVC, que é a interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro; a encefalopatia anóxica, que resulta da falta de oxigênio no cérebro; e tumores cerebrais primários, que afetam diretamente o tecido cerebral.
2.	Avaliações clínicas:
•	O diagnóstico de morte encefálica exige dois exames clínicos, feitos por médicos diferentes e independentes entre si. Esses exames avaliam as funções neurológicas do paciente, em especial os reflexos do tronco cerebral, que controlam as funções mais básicas do corpo.
•	Além disso, é necessário um exame complementar de imagem, que pode incluir angiografia ou cintilografia cerebral, entre outros, para confirmar a ausência de fluxo sanguíneo ou atividade cerebral.
3.	Diferenciação entre morte encefálica e coma profundo:
•	O diagnóstico de morte encefálica deve ser claramente diferenciado do coma profundo. Na morte encefálica, todas as funções cerebrais, incluindo as do tronco cerebral, estão completamente ausentes e irreversíveis. No coma profundo, algumas funções cerebrais ainda podem estar presentes.
•	Os reflexos do tronco cerebral são avaliados através de testes clínicos, como:
•	Reflexo pupilar: Resposta da pupila à luz.
•	Reflexo corneano: Piscar ao toque da córnea.
•	Reflexo oculocefálico e oculovestibular: Movimentos oculares ao virar a cabeça ou após estímulos com água fria no ouvido.
•	Reflexo faríngeo: Resposta à estimulação da garganta.
•	O teste de apneia é realizado para verificar se o paciente é capaz de respirar espontaneamente na ausência de suporte ventilatório. A ausência de respiração confirma a falência do tronco cerebral.
4.	Exames complementares:
•	Exames como a angiografia de 4 vasos e a cintilografia cerebral são utilizados para visualizar o fluxo sanguíneo cerebral, enquanto o EEG verifica a ausência de atividade elétrica no cérebro. Esses exames fornecem evidências objetivas para confirmar o diagnóstico de morte encefálica.
5.	Decisão sobre doação:
•	Após a confirmação da morte encefálica, cabe aos familiares até o quarto grau decidir sobre a doação de órgãos. Isso inclui pais, filhos, irmãos, tios, avós, entre outros. Se o paciente tiver expressado o desejo de ser doador em vida, essa informação pode ser levada em consideração, mas a decisão final costuma ser da família.
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21
Q

HLA E COMPATIBILIDADE

1.	Tipos de enxertos/transplantes:

2.	Função do MHC e rejeição:

3.	Compatibilidade HLA e MHC:
A

Transcrição:

1.	Autólogo: No mesmo indivíduo (autoenxerto).
2.	Isólogo: Entre indivíduos geneticamente idênticos (isoenxertos).
3.	Homólogo: Entre indivíduos da mesma espécie (aloenxerto).
4.	Heterólogo: Entre indivíduos de espécies diferentes (xenoenxertos).

•	As moléculas do MHC ligam peptídeos e os apresentam às células T, sendo responsáveis por reações de rejeição fortes e rápidas. Os genes do MHC são tão polimórficos que dois indivíduos nunca herdam as mesmas moléculas.

O que é compatibilidade HLA:

Classe I:

•	Codificadas nos locos A, B e C.
•	Encontradas em praticamente todas as superfícies celulares.
•	Reconhecem antígenos proteicos externos – tecidos transplantados.
•	Expressam linfócitos T citotóxicos (CD8+).
•	Resposta imune mediada pelas células NK (natural killer).

Classe II:

•	Codificadas nos locos DR, DP, DQ.
•	Encontradas apenas em células que apresentam antígenos (linfócitos B, macrófagos e células dendríticas).
•	Papel predominante na resposta imunitária inicial a antígenos de tecidos transplantados.
•	Ativam linfócitos T helper (CD4+).

Explicação mais didática e detalhada:

1.	Tipos de enxertos/transplantes:
•	Autólogo: O transplante/autoenxerto é feito no próprio indivíduo, ou seja, tecidos ou células retirados de uma parte do corpo são transplantados para outra parte. Exemplo: transplante de pele.
•	Isólogo: Ocorre entre gêmeos idênticos (geneticamente idênticos). Como os antígenos HLA são iguais, o risco de rejeição é extremamente baixo.
•	Homólogo (aloenxerto): Feito entre dois indivíduos da mesma espécie, mas geneticamente diferentes. Esse é o tipo mais comum de transplante de órgãos. Por causa das diferenças nos antígenos HLA, os aloenxertos apresentam um maior risco de rejeição.
•	Heterólogo (xenoenxerto): Feito entre indivíduos de espécies diferentes, como no caso de válvulas cardíacas suínas transplantadas em seres humanos. Esses enxertos têm um risco muito alto de rejeição.
2.	Função do MHC e rejeição:
•	As moléculas do MHC (complexo principal de histocompatibilidade) ligam peptídeos derivados de antígenos e os apresentam às células T, ativando a resposta imune. Se o transplante é feito entre indivíduos com moléculas de MHC muito diferentes, as células T do receptor reconhecem os antígenos do doador como estranhos, o que provoca uma rejeição forte e rápida do enxerto.
3.	Compatibilidade HLA e MHC:
•	A classe I do MHC é expressa em praticamente todas as células nucleadas do corpo e é responsável por apresentar antígenos que vêm de dentro das células (exógenos ou virais) para as células T citotóxicas (CD8+), desencadeando uma resposta imune que destrói células infectadas ou células transplantadas.
•	A classe II do MHC é expressa apenas em células especializadas do sistema imune, como linfócitos B, macrófagos e células dendríticas. Estas moléculas apresentam antígenos extracelulares, que foram fagocitados, aos linfócitos T helper (CD4+), ativando uma resposta imune mais ampla.
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22
Q

COMPATIBILIDADE NO TRANSPLANTE

1.	Compatibilidade ABO e HLA nos transplantes:

2.	Sistema Rh:

3.	Polimorfismo do HLA e chances de compatibilidade:

4.	Prova Cruzada (Crossmatch):

5.	PRA (Painel de Reatividade):
A

Transcrição:

1.	Sistema ABO; 2. HLA;
•	Coração, pulmão e fígado (órgãos vitais) sempre recebem o órgão quem é o paciente mais grave.
•	Para rim e outros órgãos: o primeiro da lista é o que tiver o HLA mais semelhante que o doador.
•	Sistema ABO: apenas ele é considerado, temos 4 listas de transplantes divididas pelos grupos sanguíneos.

O sistema Rh NÃO interfere para transplantes:

Tabela de compatibilidade ABO:

•	A+: Pode doar para A+, AB+; recebe de A+, A-, O+, O-.
•	A-: Pode doar para A+, A-, AB+, AB-; recebe de A-, O-.
•	B+: Pode doar para B+, AB+; recebe de B+, B-, O+, O-.
•	B-: Pode doar para B+, B-, AB+, AB-; recebe de B-, O-.
•	AB+: Pode doar para AB+; recebe de todos os tipos.
•	AB-: Pode doar para AB+, AB-; recebe de AB-, A-, B-, O-.
•	O+: Pode doar para O+, A+, B+, AB+; recebe de O+, O-.
•	O-: Pode doar para todos os tipos; recebe de O-.

Informações adicionais:

•	Sistema HLA: Os genes HLA são os mais polimórficos do genoma humano.
•	25% de chance de ter um irmão com HLA idêntico.
•	50% de chance de ter metade do HLA idêntico entre irmãos.
•	25% de chance de ser completamente diferente entre irmãos.
•	Quanto mais diferente for o HLA → maior a imunossupressão necessária após o transplante.
•	Analisar regiões A e B do MHC-I e a região DR do MHC-II.
•	Prova cruzada/Crossmatch: Avalia se o receptor tem anticorpos pré-formados contra o doador.
•	Um crossmatch negativo autoriza o transplante.
•	Um crossmatch positivo significa que o transplante não pode ser realizado.
•	Mismatch: Compara os alelos de HLA entre doador e receptor. Quanto mais diferenças houver, maior o número de mismatches e pior a compatibilidade.
•	PRA (Painel de Reatividade):
•	O resultado é a porcentagem do painel de alelos do MHC com o qual o soro do paciente reage.
•	No teste de PRA, pacientes à espera de transplante são testados quanto à presença de anticorpos pré-formados contra moléculas de HLA alogênicas prevalentes na população.
•	Verifica a intensidade da reação de anticorpos, usando citometria de fluxo para simular o transplante antes de o paciente ir para a cirurgia.
•	Pessoas expostas a muitas transfusões sanguíneas ou gestações anteriores têm maior probabilidade de possuir anticorpos contra o HLA do doador.

Explicação mais didática e detalhada:

1.	Compatibilidade ABO e HLA nos transplantes:
•	Para transplantes, dois sistemas são fundamentais para a compatibilidade: o sistema ABO, que se refere ao grupo sanguíneo, e o sistema HLA, que são os antígenos que diferenciam nossas células.
•	Nos transplantes de órgãos vitais como coração, pulmão e fígado, a prioridade é para o paciente em situação mais crítica. Já para rim e outros órgãos, a compatibilidade HLA desempenha um papel crucial.
2.	Sistema Rh:
•	O sistema Rh (positivo ou negativo) não interfere nos transplantes, diferentemente do sistema ABO, que divide os pacientes em listas de acordo com os grupos sanguíneos.
3.	Polimorfismo do HLA e chances de compatibilidade:
•	O sistema HLA é altamente polimórfico, o que significa que há muitas variações genéticas entre os indivíduos, dificultando encontrar um doador compatível. Entre irmãos, há apenas 25% de chance de serem HLA idênticos, o que complica a busca por compatibilidade.
4.	Prova Cruzada (Crossmatch):
•	Esse teste é feito para verificar se o receptor já tem anticorpos contra o HLA do doador. Se o teste for negativo, o transplante pode ser realizado. Se for positivo, há risco de rejeição imediata.
5.	PRA (Painel de Reatividade):
•	O PRA mede a sensibilização imunológica de um paciente. Pacientes que foram submetidos a múltiplas transfusões de sangue, transplantes anteriores ou mulheres que tiveram várias gestações tendem a desenvolver mais anticorpos contra HLA alogênico, aumentando o risco de rejeição.
•	Esse teste é importante para prever a intensidade da resposta imune que o receptor pode ter contra o órgão transplantado.
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23
Q

rejeição hiperaguda

1.	Rejeição hiperaguda:

2.	Causas da rejeição hiperaguda:

3.	Prevenção com Crossmatch:
A

Transcrição:

1.	Hiperaguda:
•	Se inicia em minutos a horas;
•	O receptor já possui anticorpos IgG anti MHC classe I do doador ou contra aloantígenos menos definidos expressos nas células endoteliais vasculares, presentes na circulação do hospedeiro que se ligam aos antígenos endoteliais do doador, o que forma o complemento. Isso provoca lesão das células endoteliais e exposição das proteínas da membrana basal subendotelial, que ativam plaquetas. Tudo isso gera trombose e oclusão vascular, e o órgão enxertado sofre necrose isquêmica irreversível.

Explicação mais detalhada:

•	Deposição de anticorpos no tecido transplantado → ativação do complemento → destruição vascular;
•	Obs: A presença desses anticorpos geralmente surge como resultado de exposição prévia a aloantígenos por transfusão sanguínea, transplante anterior ou múltiplas gestações. Hoje esses pacientes são monitorados antes para verificar a presença desses anticorpos.
•	Não ocorre mais devido ao cross-match e à tipagem HLA e ABO (se tem anticorpos IgM específicos do ABO).

Explicação mais didática e detalhada:

1.	Rejeição hiperaguda:
•	A rejeição hiperaguda é a forma mais rápida e severa de rejeição, ocorrendo dentro de minutos ou horas após o transplante. Ocorre quando o receptor já possui anticorpos pré-formados contra os antígenos do doador, geralmente anticorpos do tipo IgG que reagem contra moléculas do MHC classe I ou outros aloantígenos, como proteínas presentes no endotélio vascular (as células que revestem os vasos sanguíneos).
•	Esses anticorpos se ligam ao tecido transplantado, ativando o sistema complemento, uma parte do sistema imune que desencadeia uma série de reações para destruir células invasoras. Isso causa lesão nas células endoteliais do órgão transplantado e expõe a membrana subendotelial, que atrai e ativa plaquetas, levando à formação de trombos (coágulos sanguíneos).
•	O resultado é a oclusão dos vasos sanguíneos que irrigam o órgão transplantado, o que impede o fluxo de sangue e resulta em necrose isquêmica (morte do tecido por falta de oxigênio), causando a perda irreversível do enxerto.
2.	Causas da rejeição hiperaguda:
•	A presença de anticorpos pré-formados ocorre em pacientes que já foram expostos aos aloantígenos do doador anteriormente, seja por:
•	Transfusões de sangue,
•	Transplantes anteriores,
•	Múltiplas gestações, nas quais a mãe pode desenvolver anticorpos contra o HLA do pai presente no feto.
3.	Prevenção com Crossmatch:
•	A rejeição hiperaguda é evitada atualmente pelo teste de crossmatch, que detecta se o receptor já tem anticorpos contra o HLA do doador antes do transplante. Se o teste for positivo, indicando a presença de anticorpos, o transplante não é autorizado, pois o risco de rejeição hiperaguda seria alto.
•	Além disso, a tipagem ABO e HLA é realizada para garantir a compatibilidade sanguínea e imunológica, reduzindo ao máximo o risco de rejeição.
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Q

rejeição Aguda:

1.	Rejeição Aguda Celular:

2.	Rejeição Aguda Humoral:

3.	Diferença entre Celular e Humoral:
A

Transcrição:

1.	Rejeição Aguda:
•	Processo de lesão do parênquima e dos vasos sanguíneos do enxerto mediada por células T alorreativas e anticorpos.
•	Os padrões de rejeição aguda são divididos em celular (por células T) e humoral (mediado por anticorpos).
•	A rejeição celular aguda é pela morte de células do parênquima e das células endoteliais do enxerto, mediada por CTL (linfócitos T citotóxicos), e pela inflamação causada pelas citocinas produzidas por linfócitos T helpers.
•	A rejeição celular aguda pode ser evitada com imunossupressão, que bloqueia os linfócitos T citotóxicos, impedindo-os de atacar as células do doador.
•	Célula apresentadora de antígeno identifica o enxerto e apresenta o antígeno para o linfócito, ativando-o. O linfócito, então, gera sinais de ativação que resultam na proliferação celular, levando à rejeição.
•	A rejeição aguda humoral é mediada por anticorpos. Se o paciente deixa de tomar a medicação imunossupressora, pode gerar rejeição específica. Os aloanticorpos causam rejeição aguda ao se ligarem aos aloantígenos, principalmente às moléculas de HLA, nas células endoteliais. Isso causa lesão endotelial e trombose intravascular, resultando em destruição do enxerto.

Explicação mais detalhada:

1.	Rejeição Aguda Celular:
•	A rejeição aguda celular ocorre quando as células do sistema imunológico do receptor, especialmente os linfócitos T citotóxicos (CTLs), reconhecem as células do órgão transplantado como “estranhas”. Isso acontece porque os CTLs são ativados pelas células apresentadoras de antígenos, que expõem os antígenos do enxerto para os linfócitos T. Uma vez ativados, os CTLs atacam as células do parênquima e do endotélio dos vasos sanguíneos do enxerto, causando danos significativos.
•	A inflamação, mediada pelas citocinas liberadas pelos linfócitos T helper, também contribui para esse processo, recrutando mais células imunológicas para atacar o enxerto.
•	A rejeição celular pode ser prevenida com o uso de medicamentos imunossupressores, que diminuem a ativação dos linfócitos T, impedindo que ataquem o órgão transplantado.
2.	Rejeição Aguda Humoral:
•	A rejeição aguda humoral é mediada pelos anticorpos. Se o paciente interrompe o uso de medicamentos imunossupressores, pode começar a produzir aloanticorpos contra os antígenos do doador, especialmente as moléculas de HLA presentes nas células do enxerto.
•	Esses anticorpos se ligam às células endoteliais do órgão transplantado, desencadeando uma resposta imune que causa lesão endotelial e promove a formação de trombos nos vasos sanguíneos do enxerto. Isso resulta na interrupção do fluxo sanguíneo para o órgão, causando a destruição do enxerto por necrose.
3.	Diferença entre Celular e Humoral:
•	A rejeição celular é mediada diretamente por células T que atacam o enxerto, enquanto a rejeição humoral é mediada por anticorpos que se ligam ao enxerto e causam danos através da ativação do complemento e trombose.
•	Ambas podem ser evitadas ou reduzidas com o uso contínuo de imunossupressores, que impedem a ativação das células T e a produção de anticorpos.
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Q

rejeição crônica

A
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26
Q

IMUNOSSUPRESSÃO

A
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27
Q

INFLAMAÇÃO

1.	Imunidade Inata:

2.	Inflamação Aguda e Crônica:

3.	Barreiras Naturais às Infecções:
A

Transcrição:

1.	Imunidade Inata:
•	É a primeira linha de defesa contra a maioria dos microrganismos.
•	A inflamação é um mecanismo de imunidade inata do hospedeiro para eliminar um evento inicial de infecção ou dano celular e tecidual em tecidos vascularizados.
2.	Inflamação:
•	A inflamação aguda sempre terá uma fase de resolução, com “cura” natural dos sinais e sintomas.
•	Neutrófilos, macrófagos e células Natural Killer fazem parte da imunidade inata e também da inflamação.
•	Não somos capazes de curar inflamações crônicas.
•	Na inflamação crônica, ocorre um desgaste dos sistemas, levando ao aparecimento de doenças metabólicas, cardiovasculares, entre outras.

Barreiras Naturais às Infecções:

•	Mecânica:
•	Pele (células epiteliais),
•	Fluxo de ar e fluido pelo epitélio,
•	Movimento de muco pelos cílios.
•	Química:
•	Ácidos graxos (pele),
•	Enzimas (lisozima na saliva, suor, lágrimas; pepsina no estômago),
•	pH baixo (estômago),
•	Peptídeos antibacterianos.
•	Microbiológica:
•	Microbiota que compete por nutrientes e adesão ao epitélio e secreta produtos antibacterianos.

Explicação mais didática e detalhada:

1.	Imunidade Inata:
•	A imunidade inata é a primeira resposta do corpo contra patógenos. Ela atua rapidamente para tentar conter e eliminar os agentes invasores antes que possam se espalhar. Ao contrário da imunidade adaptativa, a imunidade inata não tem memória, ou seja, responde da mesma forma a cada nova infecção.
•	Um dos principais mecanismos da imunidade inata é a inflamação, que ocorre em tecidos vascularizados para atrair células imunes, como neutrófilos e macrófagos, ao local da infecção ou lesão.
2.	Inflamação Aguda e Crônica:
•	A inflamação aguda é a resposta rápida a infecções ou lesões e, em condições normais, leva à cura. Os sinais clássicos de inflamação (vermelhidão, inchaço, calor e dor) são causados pelo aumento do fluxo sanguíneo e pelo recrutamento de células imunes para eliminar o patógeno.
•	Em casos de inflamação crônica, o processo inflamatório persiste por longos períodos, levando a danos teciduais permanentes e predispondo o organismo a doenças, como diabetes, doenças cardiovasculares e outras condições degenerativas. A inflamação crônica não tem um “fim natural” e requer intervenção terapêutica para ser controlada.
3.	Barreiras Naturais às Infecções:
•	O corpo possui várias barreiras físicas, químicas e microbiológicas que ajudam a prevenir a entrada de patógenos. Essas barreiras são parte da imunidade inata e incluem:
•	Barreiras mecânicas, como a pele, que atua como uma barreira física, e o movimento de muco no trato respiratório, que captura e expulsa microrganismos.
•	Barreiras químicas, como a produção de enzimas, por exemplo, a lisozima na saliva e nas lágrimas, que destroem as paredes celulares de bactérias, e o pH ácido do estômago, que mata muitos patógenos ingeridos.
•	Barreiras microbiológicas, como a microbiota, que compete com patógenos por espaço e nutrientes e também pode produzir substâncias que inibem o crescimento de bactérias nocivas.
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28
Q

COMPONENTES DA RESPOSTA TÍPICA INFLAMATÓRIA:

1.	DAMPs e PAMPs:

2.	Sensores e Mediadores Inflamatórios:

3.	Inflamação Aguda versus Crônica:

4.	Consequências da Inflamação Crônica:
A

Transcrição:

1.	DAMPs (Padrões Moleculares Associados ao Dano):
•	Indutores de dano tecidual, de células necróticas; moléculas endógenas liberadas por células mortas ou danificadas.
2.	PAMPs (Padrões Moleculares Associados a Patógenos):
•	Indutores de infecções/de patógenos.
3.	Sensores:
•	Receptores de membrana e intracelulares que interpretam PAMPs e DAMPs. As células inflamatórias que interpretam esses sinais secretam mediadores inflamatórios, que coordenam e induzem todos os sinais clínicos da inflamação.
•	Se bloquearmos os mediadores, bloqueamos a inflamação.

Mediadores da inflamação crônica e aguda:

•	Os mediadores inflamatórios da inflamação crônica e aguda são praticamente os mesmos, variando somente as quantidades.

Tabela comparativa: Inflamação aguda versus inflamação crônica sistêmica:

•	Inflamação aguda:
•	Gatilho: PAMPs (infecção) ou DAMPs (células mortas, estresse, trauma).
•	Duração: Curto prazo.
•	Magnitude: Alta.
•	Resultado: Cura, remoção do gatilho, reparo tecidual.
•	Idade relacionada: Nenhuma.
•	Biomarcadores: IL-6, TNF-α, IL-1β, PCR.
•	Inflamação crônica:
•	Gatilho: DAMPs (disfunção metabólica, danos teciduais).
•	Duração: Persistente, não resolvida.
•	Magnitude: Baixa.
•	Resultado: Danos colaterais.
•	Idade relacionada: Envelhecimento.
•	Biomarcadores: Silenciosa — sem biomarcadores padrão canônicos.

4.	Inflamação crônica:
•	A inflamação crônica está relacionada com doenças cardiovasculares, neurológicas, complicações do diabetes, distúrbios psiquiátricos, metabólicos, doenças ósseas e musculares.

Explicação mais didática e detalhada:

1.	DAMPs e PAMPs:
•	DAMPs são moléculas que indicam dano tecidual. Elas são liberadas por células que morrem ou sofrem lesões. Essas moléculas “sinalizam” ao sistema imunológico que algo está errado e que uma resposta inflamatória é necessária.
•	PAMPs, por outro lado, são sinais associados à presença de patógenos, como vírus, bactérias ou fungos. Eles são reconhecidos pelo sistema imune inato, desencadeando uma inflamação para combater a infecção.
2.	Sensores e Mediadores Inflamatórios:
•	As células do sistema imunológico possuem sensores (receptores) que reconhecem tanto os PAMPs quanto os DAMPs. Quando esses sensores são ativados, as células imunes liberam mediadores inflamatórios (como citocinas e quimiocinas), que iniciam e coordenam o processo inflamatório.
•	Esses mediadores são cruciais para iniciar a inflamação, mas também podem ser alvo de terapias, já que bloquear esses mediadores pode interromper a inflamação.
3.	Inflamação Aguda versus Crônica:
•	A inflamação aguda é uma resposta de curta duração que ocorre para resolver rapidamente infecções ou lesões. Ela é intensa, mas, em geral, resulta na cura e no reparo tecidual.
•	Já a inflamação crônica é persistente e pode durar meses ou anos. Ela é frequentemente de baixa intensidade, mas pode causar danos colaterais contínuos aos tecidos, levando ao desenvolvimento de várias doenças, especialmente em pessoas mais velhas.
4.	Consequências da Inflamação Crônica:
•	Quando a inflamação se torna crônica, ela pode desencadear ou piorar várias doenças, incluindo:
•	Doenças cardiovasculares (como aterosclerose),
•	Doenças neurológicas (como Alzheimer),
•	Diabetes, complicações metabólicas,
•	Distúrbios psiquiátricos,
•	Problemas ósseos e musculares.
29
Q

SINAIS CARDINAIS DA INFLAMAÇÃO:

A
30
Q

inflamação - FASE DE ALARME:

1.	Receptores Toll-like (TLR):

2.	Receptores NOD-like (NLR):

3.	Receptores RIG-1:

4.	Inflamassomos:
A

Transcrição:

1.	Alterações vasculares e inflamatórias:
•	Durante a inflamação, temos principalmente alterações vasculares ocorrendo, decorrentes da ação das células inflamatórias.
•	As células fagocitárias, como os macrófagos, reconhecem os padrões moleculares de patógenos (PAMPs) e de danos celulares (DAMPs), secretando citocinas que desencadeiam a resposta inflamatória.
2.	Sensores (receptores de reconhecimento padrão):
•	Os fagócitos possuem sensores que reconhecem:
•	PAMPs: padrões moleculares de bactérias, como lipopolissacarídeos;
•	DAMPs: padrões moleculares associados a danos, como proteínas de choque térmico e DNA mitocondrial.
3.	Receptores celulares de reconhecimento padrão (PRRs):
•	TLR (Receptores Toll-like): reconhecem PAMPs extracelulares ou endossomais. Estão localizados na superfície da célula ou dentro de endossomos, detectando microrganismos que entram na célula por endocitose.
•	NLR (Receptores NOD-like): reconhecem lipídios microbianos associados a patógenos no citoplasma.
•	RLR (Receptores helicases semelhantes a RIG-1): reconhecem ácidos nucleicos no citoplasma, como RNA e DNA virais, induzindo a produção de interferon tipo I.
4.	Inflamassomos:
•	Os inflamassomos são complexos multiproteicos formados no citosol em resposta a PAMPs e DAMPs.
•	Sua função é gerar formas ativas das citocinas inflamatórias, como IL-1β e IL-18.
•	Essas citocinas são produzidas como precursores inativos, que são ativados pela clivagem pela caspase-1, gerando uma resposta inflamatória.
5.	Produção de citocinas inflamatórias:
•	Os inflamassomos, ao detectar PAMPs ou DAMPs no citosol, ativam a caspase-1, que cliva os precursores de IL-1β e IL-18, transformando-os em suas formas ativas para desencadear uma resposta inflamatória.
•	Essas citocinas promovem vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, levando ao edema e vermelhidão associados à inflamação.

Explicação mais detalhada:

1.	Receptores Toll-like (TLR):
•	Estes receptores são expressos na superfície de células imunes, como os macrófagos. Eles são cruciais para detectar a presença de patógenos, reconhecendo estruturas específicas dos microrganismos (como o LPS de bactérias Gram-negativas). Essa detecção leva à ativação da célula imune, que libera citocinas inflamatórias para combater a infecção.
2.	Receptores NOD-like (NLR):
•	Estes receptores reconhecem moléculas intracelulares associadas a microrganismos ou sinais de dano celular, como ácidos graxos bacterianos. Eles estão envolvidos na ativação de inflamassomos e na promoção de uma resposta inflamatória potente.
3.	Receptores RIG-1:
•	São responsáveis por detectar a presença de RNA viral no citoplasma de células infectadas. Quando ativados, estimulam a produção de interferons tipo I, que ajudam a controlar a infecção viral ao alertar outras células e induzir respostas antivirais.
4.	Inflamassomos:
•	Complexos multiproteicos que detectam PAMPs e DAMPs no citosol, os inflamassomos ativam as citocinas inflamatórias IL-1β e IL-18. Isso gera uma resposta inflamatória rápida e potente, promovendo o recrutamento de mais células imunes para o local da infecção ou dano.
31
Q

inflamação - FASE DE MOBILIZAÇÃO:

1.	Diapedese:

2.	Desvio à esquerda:

3.	Dor inflamatória:

4.	Fagocitose:
A

Transcrição:

1.	Diapedese:
•	A diapedese não ocorre em artérias, apenas em veias.
•	Os fagócitos locais produzem quimiocinas que atraem neutrófilos e leucócitos para o tecido inflamado.
•	As citocinas produzidas pelos fagócitos criam um ambiente propício para o aumento da permeabilidade vascular, facilitando a diapedese.
2.	Processo de diapedese:
•	Rolamento: Os leucócitos rolam ao longo do endotélio.
•	Ativação: As integrinas nos leucócitos se tornam ativadas por quimiocinas e se ligam firmemente a moléculas de adesão no endotélio.
•	Adesão firme: Os leucócitos param de rolar e aderem ao endotélio.
•	Transmigração: Os leucócitos migram para o tecido infectado.
3.	Recrutamento de leucócitos:
•	As células inflamatórias liberam citocinas que orientam os leucócitos a migrar para o local da inflamação.
•	O TNF-α e a IL-1 são cruciais para aumentar a expressão de moléculas de adesão nas células endoteliais, facilitando a diapedese.
•	Selectinas: Moléculas expressas no endotélio que mediam o rolamento dos leucócitos.
•	Integrinas: Moléculas nos leucócitos que permitem a adesão firme e transmigração.
4.	Desvio à esquerda:
•	A mielopoiese de emergência gera o desvio à esquerda, que se refere ao aumento de neutrófilos imaturos no sangue, um sinal típico de inflamação.
5.	Mecanismos da dor inflamatória:
•	Citocinas inflamatórias se ligam aos nociceptores, resultando em dor durante a inflamação.
•	Os principais mediadores inflamatórios que contribuem para a dor incluem prostaglandinas e bradicinina.
6.	Fagocitose bacteriana:
•	O neutrófilo captura o microrganismo em um fagossomo.
•	Os peptídeos bacterianos ativam o neutrófilo e estimulam a liberação de radicais livres, que destroem a bactéria.
7.	Macrófagos nos tecidos:
•	Os macrófagos desempenham papéis cruciais na resposta imune, porém, quando desregulados, podem contribuir para patologias.
8.	Macrófagos no tecido adiposo:
•	Em indivíduos saudáveis, os macrófagos no tecido adiposo têm um perfil anti-inflamatório, correspondendo a 10-15% das células do tecido adiposo.
•	Em indivíduos obesos, os macrófagos tornam-se pró-inflamatórios, constituindo 50-60% das células no tecido adiposo.
•	A inflamação crônica no tecido adiposo pode gerar complicações sistêmicas, como resistência à insulina e doenças cardiovasculares.

Explicações adicionais:

1.	Diapedese:
•	A diapedese é o processo no qual os leucócitos atravessam a parede do vaso sanguíneo para chegar ao tecido infectado ou inflamado. Isso acontece principalmente em vênulas pós-capilares, onde a permeabilidade é maior. O processo é guiado por sinais químicos, como quimiocinas, que atraem os leucócitos para o local da inflamação.
2.	Desvio à esquerda:
•	O termo “desvio à esquerda” refere-se ao aumento da produção de neutrófilos imaturos, uma resposta típica à inflamação aguda ou infecção. Isso indica que a medula óssea está liberando neutrófilos rapidamente para combater a infecção.
3.	Dor inflamatória:
•	A dor inflamatória ocorre quando citocinas, como TNF-α, sensibilizam os receptores de dor (nociceptores) nas terminações nervosas. Isso resulta em dor localizada no tecido inflamado.
4.	Fagocitose:
•	O processo de fagocitose envolve a captura de partículas, como bactérias, por células imunes como neutrófilos. Após engolfar a bactéria, a célula destrói o patógeno dentro de uma estrutura chamada fagossomo, usando enzimas e radicais livres.
32
Q

inflamação - FASE DE RESOLUÇÃO:

1.	Apoptose dos Neutrófilos:

2.	Sinalização para Cessar o Recrutamento de Neutrófilos:

3.	Recrutamento de Monócitos e Ação dos Macrófagos:

4.	Conclusão da Inflamação:
A

Transcrição e Explicação Detalhada:

Transcrição:

•	Resolução da inflamação:
•	Após a eliminação do microrganismo, o neutrófilo sofre apoptose (morte programada).
•	A morte celular libera sinais que inibem o recrutamento de novos neutrófilos.
•	Monócitos são recrutados em resposta a esses sinais e, ao se diferenciarem em macrófagos, promovem a reparação tecidual.
•	Macrófagos fagocitam neutrófilos apoptóticos, encerrando o processo inflamatório.

Explicação Didática:

A resolução da inflamação é um processo crítico para garantir que o dano causado pela inflamação seja contido e reparado. Vamos detalhar:

1.	Apoptose dos Neutrófilos:
•	Após a eliminação dos patógenos, os neutrófilos, que são os principais combatentes durante a inflamação aguda, sofrem apoptose. A apoptose é uma forma controlada de morte celular, que evita a liberação de conteúdo inflamatório para o ambiente extracelular.
2.	Sinalização para Cessar o Recrutamento de Neutrófilos:
•	Quando os neutrófilos morrem, eles liberam mediadores que bloqueiam a chegada de mais neutrófilos ao local da inflamação. Esse passo é crucial para impedir que a inflamação continue indefinidamente, o que poderia resultar em danos teciduais.
3.	Recrutamento de Monócitos e Ação dos Macrófagos:
•	Os monócitos são então recrutados para o local da inflamação. Uma vez no tecido, eles se diferenciam em macrófagos, que desempenham um papel essencial na limpeza dos detritos celulares, como os neutrófilos apoptóticos.
•	Esse processo de “limpeza” pelos macrófagos é chamado de eferocitose, e ele não apenas remove células mortas, mas também promove a cicatrização do tecido e a restauração da homeostase.
4.	Conclusão da Inflamação:
•	A inflamação é encerrada com a remoção completa dos neutrófilos apoptóticos e a reparação dos danos causados ao tecido. Isso marca o fim do processo inflamatório agudo e a restauração do tecido ao seu estado normal, ou o início de cicatrização caso tenha ocorrido dano permanente.
33
Q

SEPSE

1.	Resposta aos Microrganismos:

2.	Sepse:

3.	SIRS (Síndrome de Resposta Inflamatória Sistêmica):

4.	Critérios Diagnósticos de SIRS:
A

Transcrição e Explicação Detalhada:

Transcrição:

•	Nossa resposta aos microrganismos que fazem a doença:
•	Às vezes, nossos próprios mecanismos de defesa são tão poderosos que causam mais danos do que o próprio agente invasor.
•	Sepse:
•	Se desenvolve como uma resposta desregulada do hospedeiro a uma infecção.
•	Está associada à disfunção orgânica aguda e ao alto risco de morte.
•	SIRS (Síndrome de Resposta Inflamatória Sistêmica):
•	Não necessariamente causada por uma infecção.
•	Causas de SIRS:
•	Trauma, queimaduras, pancreatite, entre outros.
•	Critérios SIRS:
•	Aumento de frequência cardíaca (FC)
•	Aumento de frequência respiratória (FR)
•	Diminuição da pressão arterial (PA)
•	Leucocitose (aumento do número de leucócitos)

Explicação Didática:

A resposta inflamatória sistêmica é um mecanismo poderoso que o corpo humano utiliza para combater infecções e outros tipos de agressões, mas, em certas situações, essa resposta pode ser excessiva ou desregulada, causando danos ao próprio organismo. Vamos explorar os principais pontos:

1.	Resposta aos Microrganismos:
•	O corpo reage de maneira agressiva a agentes invasores (bactérias, vírus, etc.) ativando uma cascata de reações imunológicas. Em alguns casos, essa resposta pode ser tão forte que os efeitos colaterais da inflamação (como febre alta, edema, e destruição tecidual) acabam prejudicando mais do que a própria infecção.
2.	Sepse:
•	A sepse é um exemplo clássico de como a inflamação pode se tornar um problema. É uma resposta inflamatória massiva e desregulada do corpo a uma infecção. Se não for tratada rapidamente, ela pode levar a uma falência múltipla de órgãos e à morte. O paciente com sepse apresenta disfunção orgânica aguda, ou seja, os órgãos começam a falhar devido à inflamação sistêmica.
3.	SIRS (Síndrome de Resposta Inflamatória Sistêmica):
•	O SIRS é uma resposta inflamatória que pode ocorrer mesmo sem a presença de uma infecção. Ele pode ser desencadeado por traumas, queimaduras ou pancreatite, entre outros. É uma resposta generalizada do corpo que envolve a ativação do sistema imune de forma intensa e disseminada.
4.	Critérios Diagnósticos de SIRS:
•	Para diagnosticar SIRS, o paciente geralmente apresenta pelo menos dois dos seguintes sinais:
•	Aumento da frequência cardíaca (mais de 90 batimentos por minuto).
•	Aumento da frequência respiratória (mais de 20 respirações por minuto).
•	Diminuição da pressão arterial, sinal de choque circulatório.
•	Leucocitose, que é o aumento do número de leucócitos no sangue, indicativo de ativação do sistema imune.
34
Q

PATOGÊNESE DA SEPSE:

A
35
Q

MECANISMO da sepse

1.	Sepse e seus Efeitos:

2.	Coagulação e Fibrina:

3.	Respostas Imunes (Th1 vs Th2):

4.	Fator iNOS e NO:
A

Transcrição e Explicação Detalhada:

Transcrição:

•	Sepse:
•	Um paciente que está desenvolvendo um quadro de sepse sofrerá em todos os vasos do corpo, manifestando sintomas variados;
•	O patógeno entra em contato com as células imunes → libera mediadores inflamatórios → causa dano tecidual, edema, vasodilatação, coagulação intravascular e hipovolemia;
•	O patógeno e as citocinas liberadas aumentam a atividade de iNOS (Óxido Nítrico Sintase Induzível), que aumenta a liberação de NO (óxido nítrico), causando toxicidade celular e vasodilatação;
•	As células imunes ativadas liberam fator tecidual que ativa o fator VII e plaquetas, gerando trombina e fibrina;
•	Ativação do sistema de coagulação:
•	O fator VII ativa o fator Xa (via extrínseca da coagulação), levando à formação de trombos;
•	A ativação plaquetária leva à adesão dos leucócitos ao endotélio.
•	Ativação do sistema imune:
•	Respostas do tipo Th1 (celular) e Th2 (humoral) são determinadas pelo tipo de patógeno, tamanho do inóculo, e local da infecção;
•	Th1 envolve as citocinas TNF-α, IFN-γ, IL-2, IL-12 e IL-18;
•	Th2 envolve as citocinas IL-4, IL-5, IL-6 e IL-10.

Explicação Didática:

1.	Sepse e seus Efeitos:
•	Na sepse, o corpo responde de forma massiva a uma infecção grave, ativando muitos dos seus sistemas de defesa. As citocinas são liberadas em grande quantidade, o que gera uma inflamação descontrolada e danos aos tecidos, especialmente nos vasos sanguíneos.
•	Uma das consequências é a ativação do iNOS, uma enzima que promove a produção de óxido nítrico (NO). Embora o NO seja importante para a vasodilatação (aumentando o fluxo sanguíneo), seu excesso pode levar a hipotensão severa e falência dos órgãos.
2.	Coagulação e Fibrina:
•	Outro efeito importante da sepse é a ativação da coagulação intravascular. O fator VII é ativado, o que, por sua vez, ativa o fator Xa, iniciando a cascata de coagulação. Isso resulta na formação de trombos que podem bloquear os vasos sanguíneos e agravar ainda mais o quadro de isquemia (falta de oxigênio para os tecidos).
3.	Respostas Imunes (Th1 vs Th2):
•	O sistema imune pode responder de duas formas principais:
•	Th1: Predomina em infecções intracelulares, ativando macrófagos e células T citotóxicas. É responsável por uma resposta inflamatória agressiva.
•	Th2: Está mais relacionado à resposta humoral, com produção de anticorpos, ativação de células B e combate a patógenos extracelulares.
•	Dependendo do tipo de patógeno e da localização da infecção, o corpo pode escolher uma dessas vias para combater a infecção.
4.	Fator iNOS e NO:
•	O iNOS é uma enzima induzida durante processos inflamatórios que aumenta a produção de óxido nítrico (NO) pelas células endoteliais. O NO tem efeito vasodilatador, mas em excesso pode causar choque séptico ao reduzir drasticamente a pressão arterial.
36
Q

RESPOSTA DE CITOCINAS:

1.	Balanço Imunológico na Sepse:

2.	Estado Hiperinflamatório (SIRS):

3.	Estado Hipo-inflamatório (CARS):
A

Transcrição:

•	Consequências da falta de balanço na liberação de citocinas que ocorre na sepse: não sabemos qual o tipo de resposta ele vai ter (se vai ser estado hiper-inflamatório, que leva a disfunção sistêmica e resposta orgânica, ou hipo-inflamatória).

A imagem a seguir ilustra o impacto de diferentes tipos de resposta imune:

1.	Resposta pró-inflamatória: mediada por citocinas como IL-1, IL-6, e TNF-α, podendo resultar em um estado hiper-inflamatório que leva à síndrome de resposta inflamatória sistêmica (SIRS), disfunção cardiovascular, apoptose e falência de órgãos (MODS/MOF).
2.	Resposta anti-inflamatória: mediada por citocinas como IL-10, IL-6 (em menor grau) e IL-4, que pode gerar um estado hipo-inflamatório e um CARS (Síndrome de Resposta Anti-inflamatória Compensatória), suprimindo o sistema imunológico.

Explicação Didática:

1.	Balanço Imunológico na Sepse:
•	Na sepse, o organismo entra em um estado de desregulação imunológica. Isso ocorre devido à dificuldade de equilibrar as respostas pró-inflamatória e anti-inflamatória. Se a resposta pró-inflamatória for exacerbada, o paciente pode entrar em um quadro de inflamação generalizada, o que agrava a disfunção orgânica (SIRS). Por outro lado, uma resposta anti-inflamatória exagerada pode levar à supressão imune (CARS), deixando o corpo vulnerável a outras infecções.
2.	Estado Hiperinflamatório (SIRS):
•	SIRS ocorre quando o corpo reage de forma exagerada à infecção, levando a um aumento de mediadores inflamatórios que causam dano tecidual. A inflamação incontrolada pode resultar em falência de órgãos, principalmente os mais sensíveis, como o coração, fígado, pulmões e rins.
3.	Estado Hipo-inflamatório (CARS):
•	O CARS é o oposto. Nessa situação, o sistema imunológico é reprimido, incapaz de combater novas infecções ou controlar o processo séptico de maneira eficaz. Isso pode levar a infecções secundárias graves e a uma resposta imunológica ineficaz contra a infecção inicial.
37
Q

POSSÍVEIS MECANISMOS DE SUPRESSÃO IMUNE EM INDIVÍDUOS COM SEPSE:

  1. Alterações na resposta das células T
  2. Diminuição na função das células dendríticas
  3. Modulação da resposta dos macrófagos
  4. Produção alterada de citocinas e mediadores inflamatórios
  5. Morte e disfunção de células imunológicas
  6. Anergia imunológica e tolerância imune
  7. Impacto dos fatores metabólicos
  8. Disfunção da barreira epitelial
  9. Alterações na microbiota intestinal
A
  1. Alterações na resposta das células T• Exaustão das células T: Durante a sepse, as células T, que são cruciais para a defesa imunológica adaptativa, podem sofrer um processo conhecido como “exaustão”. Isso acontece devido à exposição prolongada a antígenos e mediadores inflamatórios, levando à redução da capacidade dessas células de proliferar e secretar citocinas essenciais, como o interferon-gama (IFN-γ). Com isso, a resposta imune celular fica comprometida.
    • Aumento da apoptose das células T: A morte programada (apoptose) de células T é exacerbada em pacientes com sepse. A apoptose de células T CD4+ e CD8+ reduz a capacidade do sistema imune de combater novas infecções, favorecendo infecções secundárias e piorando o prognóstico.
    • Expansão de células T reguladoras (Treg): As células T reguladoras (Treg) são responsáveis por manter o equilíbrio imunológico, suprimindo respostas imunes excessivas. Durante a sepse, há um aumento dessas células, o que contribui para a imunossupressão, pois elas inibem a atividade de células T efetoras.
  2. Diminuição na função das células dendríticas• As células dendríticas são importantes na apresentação de antígenos para células T. Na sepse, há uma redução significativa na quantidade e funcionalidade dessas células, o que prejudica a ativação das células T e a montagem de uma resposta imune eficaz. Além disso, a produção de citocinas pró-inflamatórias pelas células dendríticas também é reduzida.
  3. Modulação da resposta dos macrófagos• Macrófagos com fenótipo imunossupressor (M2): Os macrófagos podem adotar diferentes perfis funcionais. Na sepse, observa-se uma transição dos macrófagos para um fenótipo anti-inflamatório (M2), o que reduz a produção de citocinas inflamatórias e a capacidade de fagocitar patógenos. Isso contribui para a persistência de infecções e o estado imunossuprimido.
    • Redução da fagocitose: A capacidade dos macrófagos de fagocitar e eliminar bactérias é significativamente diminuída em pacientes sépticos. Essa redução da atividade fagocitária compromete a defesa inata contra infecções.
  4. Produção alterada de citocinas e mediadores inflamatórios• Tempestade de citocinas e fase de imunossupressão: Na fase inicial da sepse, ocorre uma intensa liberação de citocinas pró-inflamatórias, como TNF-α, IL-1β e IL-6. No entanto, após essa fase inicial, o organismo entra em uma fase de imunossupressão, caracterizada pela produção aumentada de citocinas anti-inflamatórias, como IL-10 e TGF-β, que suprimem a resposta imunológica.
    • Desregulação do equilíbrio pró e anti-inflamatório: Esse desequilíbrio entre citocinas pró e anti-inflamatórias é um dos principais mecanismos que levam à supressão imunológica prolongada, facilitando o desenvolvimento de infecções oportunistas.
  5. Morte e disfunção de células imunológicas• Apoptose de células imunes: Além das células T, outras células do sistema imune, como neutrófilos, monócitos e células dendríticas, sofrem apoptose em larga escala durante a sepse. A morte dessas células leva à diminuição na capacidade do organismo de montar uma resposta imune eficaz.
    • Neutrófilos disfuncionais: Os neutrófilos, que são a primeira linha de defesa contra infecções bacterianas, apresentam função prejudicada na sepse, com redução da capacidade de migrar para o local da infecção e de realizar fagocitose e destruição de patógenos.
  6. Anergia imunológica e tolerância imune• Anergia das células T: Em alguns casos, as células T, mesmo quando presentes, tornam-se incapazes de responder a estímulos antigênicos, uma condição conhecida como anergia. Isso contribui ainda mais para a imunossupressão nos pacientes sépticos.
    • Tolerância imunológica induzida pela sepse: O sistema imune pode desenvolver uma espécie de “tolerância” aos patógenos e seus produtos, como lipopolissacarídeos (LPS) de bactérias gram-negativas. Essa tolerância reduz a capacidade do organismo de responder de maneira eficiente a novas infecções.
  7. Impacto dos fatores metabólicos• Hiperglicemia e disfunção imunológica: Em pacientes com sepse, a hiperglicemia pode prejudicar a função imunológica, incluindo a atividade dos neutrófilos e a produção de citocinas. Além disso, o estresse metabólico decorrente do estado hipercatabólico da sepse contribui para a disfunção imunológica.
    • Acúmulo de metabólitos imunossupressores: Metabólitos como lactato e produtos da via do ácido araquidônico podem ter efeitos imunossupressores, prejudicando ainda mais a resposta imune.
  8. Disfunção da barreira epitelial• Translocação bacteriana: A disfunção da barreira epitelial, principalmente no intestino, permite a translocação de bactérias e seus produtos (endotoxinas) para a corrente sanguínea. Isso perpetua a ativação do sistema imune e a inflamação crônica, ao mesmo tempo que contribui para a imunossupressão.
  9. Alterações na microbiota intestinal• Dismicrobiose: Na sepse, a microbiota intestinal pode ser alterada, resultando em um aumento de microrganismos patogênicos e uma diminuição das bactérias benéficas. Essa mudança pode influenciar negativamente a resposta imune, favorecendo a persistência da sepse e o desenvolvimento de infecções secundárias.
38
Q

QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO: sepse

Sintomas de alerta da sepse:

Como fazer o diagnóstico:

•	quickSOFA → método simplificado para a avaliação de disfunção orgânica:
A

Transcrição:

•	Sintomas de alerta para sepse:
•	Confusão mental ou desorientação;
•	Febre, tremores ou sensação de frio;
•	Dor extrema ou desconforto;
•	Sudorese (pele úmida ou pegajosa);
•	Dispneia e taquicardia.

Como fazer o diagnóstico:

•	quickSOFA → método simplificado para a avaliação de disfunção orgânica:
•	Hipotensão (PA < 100 mmHg);
•	Alteração do estado mental (Glasgow < 15);
•	Taquipneia (> 22 mpm);
•	Score ≥ 2 pontos → alto risco para sepse;
•	Mesmo que atinja somente 1 ponto → investigação de sepse;
•	Score maior ou igual a 2 pontos → critério de alto risco para sepse.
•	QuickSOFA é o método usado para fazer triagem de sepse em pacientes com suspeita de infecção;
•	Se o paciente tem 2 desses estados alterados, tem alto risco para sepse;
•	Para diagnosticar um paciente com choque séptico, existem vários critérios.

Explicação Didática:

O quickSOFA (Sequential Organ Failure Assessment simplificado) é uma ferramenta rápida utilizada para avaliar o risco de sepse em pacientes com infecção suspeita ou confirmada. Os três parâmetros principais são:

1.	Hipotensão (Pressão Arterial Sistólica < 100 mmHg);
2.	Alteração do estado mental (pelo escore de Glasgow < 15);
3.	Taquipneia (frequência respiratória > 22 respirações por minuto).

Se o paciente apresentar dois ou mais critérios, ele deve ser considerado de alto risco para sepse, e uma investigação mais aprofundada deve ser feita para diagnóstico e manejo rápido. Sepse é uma condição crítica que exige tratamento urgente, pois pode evoluir para choque séptico, levando à falência múltipla de órgãos.

39
Q

SINAIS DE DISFUNÇÃO ORGÂNICA sepse

Sistemas:
Cardio
Hepático
Resp
Hemato
Renal
Neuro

A
40
Q

EXAMES DE CONFIRMAÇÃO- HORA DE OURO DA SEPSE

A

EXAMES DE CONFIRMAÇÃO - HORA DE OURO DA SEPSE

•	Coletar “kit sepse” → hemograma, creatinina, bilirrubina, gasometria arterial, lactato, culturas (fundamental para a escolha do antibiótico);
•	Administrar antibióticos de amplo espectro enquanto ainda não se tem os resultados;
•	Hipotensão ou hiperlactemia → iniciar administração rápida de solução cristalóide 30mL/kg;
•	Administrar vasopressor se PAM < 65 mmHg após ressuscitação volêmica;
•	Monitorar continuamente respostas às intervenções.

Explicações adicionais:

1.	Kit Sepse: O hemograma auxilia a identificar infecções bacterianas com base em alterações como leucocitose ou leucopenia. A creatinina e a bilirrubina são indicadores da função renal e hepática, respectivamente, e o lactato elevado sugere má perfusão tecidual. As culturas são fundamentais para identificar o patógeno responsável pela infecção e, assim, escolher o antibiótico mais adequado.
2.	Antibióticos de amplo espectro: São administrados precocemente para cobrir uma ampla gama de patógenos, antes de identificar o agente específico, pois o tempo é crítico na sepse.
3.	Hipotensão e Hiperlactemia: A ressuscitação com cristaloides (como soro fisiológico) é indicada para aumentar o volume intravascular e melhorar a pressão arterial e a perfusão tecidual.
4.	Vasopressores: Se a pressão arterial média (PAM) permanecer baixa (< 65 mmHg) após a reposição de fluidos, os vasopressores (como noradrenalina) são usados para manter uma pressão adequada e prevenir falência de órgãos.
5.	Monitoramento contínuo: A resposta do paciente deve ser monitorada de perto, observando sinais vitais e outros parâmetros, para ajustar o tratamento conforme necessário.
41
Q

BIOLOGIA E FUNÇÕES DAS CÉLULAS T

•	Timopoiese:

Principais subtipos das células T:

•	Fatores que influenciam a razão CD4/CD8:
A

Transcrição:

•	Timopoiese: O timo produz células T no processo de amadurecimento;
•	Precursores de origem linfóide chegam diariamente até o timo. Com o envelhecimento, a função do timo de produzir novas células vai decaindo, ocorrendo atrofia, no entanto, a quantidade total de células T não decai;
•	Os timócitos passam por um processo avaliativo, e 95% dessas células “falham” e sofrem apoptose;

Principais subtipos das células T:

1.	CD4+: São chamadas assim por terem um receptor único de superfície. Também conhecidas como T Helper por auxiliarem outras células;
2.	Células T CD8+: Têm outro receptor de membrana, chamadas também de células T citotóxicas.

•	Morfologicamente, todos os subtipos são iguais (superfície cheia de vilosidades). O que as diferencia é a expressão das moléculas em sua superfície – utilizamos ferramentas especiais da imunologia para diferenciá-las;
•	Em adultos saudáveis, temos 2x mais células T CD4+ no sangue do que células T CD8+. Em algumas infecções, esses valores podem se inverter, já que temos deleção preferencial das células CD4+;
•	Fatores que influenciam a razão CD4/CD8:
•	Envelhecimento;
•	HIV-AIDS;
•	Desnutrição;
•	Estresse crônico;
•	Depressão maior;
•	Infecções crônicas (CMV);
•	Glicocorticoides.
•	Aproximadamente 5-10% dos idosos têm mais CD8+ do que CD4+.

Explicação Didática:

A Timopoiese é o processo pelo qual o timo gera e amadurece as células T. Estas células são cruciais para o sistema imunológico, especialmente em resposta a patógenos. Durante esse amadurecimento, uma grande quantidade de timócitos passa por seleção rigorosa, sendo eliminados por apoptose se não atingirem os requisitos de maturação.

As células T são divididas em dois grupos principais:

•	Células T CD4+ (Helper): São essenciais na ativação e coordenação da resposta imune, ajudando outras células, como as B, a produzirem anticorpos.
•	Células T CD8+ (Citolíticas): Atacam diretamente células infectadas ou tumorais.

A relação entre CD4+ e CD8+ pode ser afetada por diversas condições, como envelhecimento, infecções como HIV e doenças crônicas. Em idosos, por exemplo, a quantidade de CD8+ pode ultrapassar a de CD4+, uma inversão que normalmente não ocorre em adultos jovens e saudáveis.

42
Q

REPERTÓRIO celulas T

Células T e Receptor TCR:

A

Transcrição:

•	Cada célula T carrega um receptor específico (TCR) para uma única coisa, específico para um único antígeno; Elas têm uma especificidade diferente e não devem reconhecer o próprio antígeno (evitando doenças autoimunes);
•	Obs: Apesar disso, existem alguns tipos de células T autorreativas, porém, em grande parte das pessoas, elas permanecem suprimidas ou controladas;
•	Repertório Variado: Cada célula T tem uma especificidade diferente para encontrar antígenos, mas não deve reconhecer o próprio (educação tímica);
•	Tem um repertório de células T que reconhecem muitas coisas, e esse processo de síntese delas ocorre logo após o nascimento. O repertório diminui com o envelhecimento, principalmente depois dos 65 anos, com a imunossenescência e o impacto na saúde do indivíduo. O timo vai evoluindo e libera menos células T novas;
•	O aumento no número de células T de memória, devido a infecções prévias e à vacina, leva à proliferação homeostática: manutenção dessas células ao longo do tempo através de citocinas (IL-15, IL-7), que mantém a reprodução da população de memória, mesmo com a involução tímica do envelhecimento.

Células T e Receptor TCR:

•	Células T possuem receptor transmembrana, chamado TCR, que tem porção externa, porção transmembrana e porção interna à célula;
•	Possui duas cadeias (alfa e beta) na porção externa;
•	A porção externa faz o reconhecimento do antígeno;
•	TCR é diferente em cada célula que sai do timo, pois a ponta dele sofre recombinações genéticas aleatórias para reconhecer antígenos diferentes, sendo que os genes V, D e J são recombinados, tendo uma grande diversidade no adulto jovem (recombinação VDJ).

Explicação Didática:

O receptor TCR (Receptor de Célula T) é uma estrutura vital para o sistema imunológico, pois permite que as células T reconheçam antígenos estranhos e iniciem uma resposta imunológica apropriada. A especificidade desse receptor é altamente controlada para garantir que a célula T não ataque os próprios tecidos do corpo (autoimunidade).

•	Repertório Variado: Refere-se à capacidade das células T de reconhecer uma vasta gama de antígenos. Esse repertório é formado principalmente no timo e vai diminuindo com o envelhecimento. No entanto, células de memória formadas ao longo da vida (por infecções e vacinas) ajudam a manter uma resposta eficiente mesmo com a redução da produção de novas células T.

O processo de recombinação genética de genes V, D e J na formação dos receptores TCR é o que garante a diversidade dessas células. Esse mecanismo de recombinação VDJ permite que o sistema imunológico reconheça milhões de diferentes patógenos.

43
Q

ativação das células t:

1.	Células T são ativadas em órgãos linfóides secundários:

2.	Restrição da Célula T pelo MHC:

3.	Sinapse Imunológica:

4.	Fases das respostas mediadas por células T:
A

Transcrição:

1.	Células T são ativadas em órgãos linfóides secundários:
•	Os diversos tipos de células T circulam pelos vasos linfáticos e se encontram nos órgãos linfóides secundários.
•	É nos órgãos linfóides secundários onde as células T podem ser ativadas caso entrem em contato com um antígeno, onde podem ser amplificadas e a resposta imune específica também.
•	Essa proliferação de linfócitos T e B reflete clinicamente numa íngua dos linfonodos.
•	Sempre levamos um “pedacinho de antígeno” para dentro das células apresentadoras de antígenos que estão presentes nos órgãos linfóides secundários.
2.	Restrição da Célula T pelo MHC:
•	Para as células T conseguirem reconhecer o antígeno, ele deve ter sido previamente processado pelas células apresentadoras de antígenos, que quebram o patógeno em pequenos pedaços e os apresentam nos órgãos linfóides secundários.
•	Isso ocorre de duas formas: por meio de moléculas de classe 1 (CD8) ou classe 2 (CD4).
•	Apresentação de antígenos de classe 2: envolve fagocitose e endocitose de proteínas de patógeno, que serão processadas e apresentadas com a ajuda de MHC de classe 2.
3.	Sinapse Imunológica:
•	Sinal 1: interação entre o linfócito e a célula apresentadora de antígeno (APC), com apresentação de antígeno ao linfócito T CD4.
•	Sinal 2: ativação do linfócito com encontro do receptor CD28 da célula T e do receptor B7 da APC.
•	Sinal 3: produção de citocinas pela APC, que direciona o tipo de célula CD4 necessário.
4.	Fases das respostas mediadas por células T:
•	Células Naive (não expostas a antígenos) são ativadas e produzem IL-2, o que dá sinal de autotestimulação e expansão clonal.
•	A expansão clonal gera milhões de células idênticas específicas para aquele antígeno.
•	Essas células T ativadas se diferenciam em células T efetoras (de ação imediata) ou T de memória (que garantem memória protetora).

Explicação Didática:

O processo de ativação das células T ocorre principalmente em órgãos linfóides secundários, como linfonodos, onde elas entram em contato com antígenos apresentados por células apresentadoras. Isso leva à expansão clonal, ou seja, à multiplicação de células T específicas para aquele antígeno, que se diferenciam em células efetoras (prontas para combater a infecção) ou em células de memória (que conferem proteção de longo prazo).

A ativação das células T é controlada por MHC (Complexo Principal de Histocompatibilidade), que apresenta os antígenos. As moléculas de MHC de classe 1 ativam células CD8 (células T citotóxicas), enquanto as de classe 2 ativam células CD4 (células T helper).

A sinapse imunológica refere-se à série de sinais entre o linfócito T e a célula apresentadora de antígeno, que culmina na ativação completa da célula T, garantindo uma resposta imunológica eficiente.

44
Q

proliferação das células t/EXPANSÃO CLONAL:

1.	Proliferação das células T:

2.	Fármacos imunossupressores:

3.	Controle da Proliferação - Apoptose:
A

Transcrição:

1.	Proliferação das células T:
•	A proliferação das células T é induzida pela interleucina-2 (IL-2), que é produzida pela própria célula T ativada (regulação autócrina).
•	Quanto mais linfócitos respondendo ao antígeno, melhor a resposta imunológica, o que aumenta a força protetora.
•	A fase de proliferação demora cerca de 2 dias.
•	Somente as células T específicas para aquele antígeno irão se proliferar.
•	Após reconhecer o antígeno de forma específica nos órgãos linfóides secundários, a célula T realiza proliferação celular.
•	O estímulo para essa multiplicação vem da IL-2, que promove a divisão celular (mitose) e leva à formação de células filhas idênticas, gerando uma grande quantidade de células T efetoras.
2.	Fármacos imunossupressores:
•	Fármacos como a ciclosporina bloqueiam a produção de IL-2, impedindo a proliferação de linfócitos e evitando a rejeição (nos casos de transplantes).

3.	Controle da Proliferação - Apoptose:
•	Após o pico de expansão clonal, que acontece durante uma infecção, as células T passam por um processo de contração homeostática, onde cerca de 99% das células são eliminadas por apoptose.
•	Apenas 1% das células T se tornam células de memória, que permanecem no corpo para respostas rápidas em reinfecções.
•	Cada reinfecção aumenta a quantidade de células de memória, o que torna a resposta imune mais rápida e eficiente.
•	O mesmo ocorre em vacinas, onde a memória imunológica é formada e potencializa as futuras respostas.

Explicação Didática:

A proliferação das células T é um dos principais mecanismos que o sistema imunológico usa para combater infecções. Durante uma infecção, as células T específicas para o patógeno se multiplicam rapidamente, um processo mediado pela IL-2. No entanto, após a infecção ser controlada, essas células não podem continuar se multiplicando indefinidamente, pois isso seria energeticamente ineficiente. Portanto, a maioria das células T é eliminada através de apoptose, enquanto uma pequena porcentagem se transforma em células de memória, que garantem uma resposta imune rápida e eficaz em futuras infecções.

Os fármacos imunossupressores agem bloqueando essa proliferação celular, especialmente em contextos de transplantes, para evitar a rejeição dos órgãos transplantados.

45
Q

FUNÇÕES EFETORAS:

A
46
Q

CÉLULAS T CD4:

1.	Principais Subtipos de Células T CD4+

2.	Células T CD4+:
A

Transcrição:

1.	Principais Subtipos de Células T CD4+ As células T CD4+ se dividem em três principais subtipos, cada um com funções e respostas imunológicas específicas:
•	Th1 cell:
•	Citoquinas principais: IFN-γ
•	Reações imunológicas: Ativação de macrófagos, produção de IgG
•	Defesa do hospedeiro: Microrganismos intracelulares
•	Papel nas doenças: Doenças autoimunes e danos teciduais associados a infecções crônicas
•	Th2 cell:
•	Citoquinas principais: IL-4, IL-5, IL-13
•	Reações imunológicas: Ativação de mastócitos, eosinófilos e IgE
•	Defesa do hospedeiro: Parasitas helmintos
•	Papel nas doenças: Doenças alérgicas
•	Th17 cell:
•	Citoquinas principais: IL-17A, IL-17F, IL-22
•	Reações imunológicas: Ativação de neutrófilos e inflamação mononuclear
•	Defesa do hospedeiro: Bactérias extracelulares e fungos
•	Papel nas doenças: Autoimunidade específica de órgãos
2.	Células T CD4+:
•	Participam da regulação de vários processos imunológicos, como doenças infecciosas, autoimunes e reações alérgicas.
•	A diferenciação dos subtipos Th (Th1, Th2, Th17) é influenciada pelos antígenos com os quais as células entram em contato.

Explicação Adicional:

As células T CD4+ são chamadas de T Helper (ou células T auxiliares) porque elas não atacam diretamente os patógenos, mas ajudam a organizar e dirigir outras células do sistema imunológico na resposta contra infecções. Dependendo do tipo de infecção ou estímulo, as células CD4+ podem se diferenciar em diferentes subtipos. Cada subtipo (Th1, Th2, Th17) responde de forma específica para combater patógenos distintos, sejam eles parasitas, bactérias ou fungos, além de desempenharem papéis críticos em doenças autoimunes e alérgicas.

•	Th1 é importante para combater infecções intracelulares, como tuberculose e vírus, ativando macrófagos e IgG.
•	Th2 é fundamental na resposta a parasitas e nas doenças alérgicas, regulando eosinófilos, mastócitos e IgE.
•	Th17 lida principalmente com infecções bacterianas e fúngicas extracelulares, além de estar associada a algumas doenças autoimunes. Ativa neutrófilos.
47
Q

celulas TH1

1.	Funções das Células Th1

2.	Th1 e Granulomas:

3.	Clínica da Tuberculose e Pacientes imunocompetentes:

4.	Granulomas:
A

Transcrição:

1.	Funções das Células Th1
•	As células Th1 liberam IFN-γ, IL-2 e TNF-β;
•	Possuem funções auxiliares importantes na ativação de macrófagos, proliferação de células T, atividade citotóxica, e auxiliam as células B na produção de isótopos de anticorpos;
•	Em indivíduos imunossuprimidos, as células Th1 não conseguem ativar macrófagos, resultando no aumento da infecção.
2.	Th1 e Granulomas:
•	Granulomas são formados quando um patógeno intracelular não pode ser eliminado;
•	O núcleo do granuloma pode conter macrófagos fusionados (células gigantes multinucleadas);
•	O Interferon Gama (IFN-γ) secretado pelas células Th1 faz com que macrófagos infectados eliminem o patógeno.
3.	Clínica da Tuberculose e Pacientes Imunocompetentes:
•	Na tuberculose, o bacilo de Koch, que vive dentro das vesículas dos macrófagos alveolares, só pode ser morto com a ação das células Th1, que produzem IFN-γ;
•	O IFN-γ faz com que o macrófago produza ROS (espécies reativas de oxigênio) e NO (óxido nítrico), permitindo a lise dos micobactérias.
•	Histologicamente, na tuberculose pulmonar são percebidas alterações radiográficas e uma grande quantidade de linfócitos Th1.
4.	Granulomas:
•	São formados quando um patógeno intracelular não pode ser eliminado, sendo circundados por células Th1 e apresentando macrófagos infectados no seu interior.
•	Pacientes imunodeficientes, como aqueles com HIV ou em uso de imunossupressores, possuem maior risco de infecção por tuberculose, já que suas células Th1 não conseguem ser ativadas e não produzem IFN-γ.
•	Pacientes imunocomprometidos possuem maior letalidade em relação à tuberculose, pois não conseguem formar granulomas para conter a infecção, o que permite que o patógeno se espalhe para outros órgãos.

Explicação Adicional:

As células Th1 são cruciais na defesa contra patógenos intracelulares, como as micobactérias da tuberculose. Elas atuam principalmente ativando macrófagos através da secreção de IFN-γ, que induz esses macrófagos a produzir radicais livres (como NO), necessários para eliminar microrganismos. Quando há falha na ativação das células Th1, seja por imunossupressão ou por deficiência imunológica, o corpo perde a capacidade de conter a infecção.

Os granulomas são uma resposta do corpo quando o patógeno não pode ser eliminado rapidamente. Eles funcionam como uma “parede” que isola o agente infeccioso, permitindo ao sistema imune combatê-lo aos poucos. Na tuberculose, se a formação de granulomas for insuficiente, a infecção pode se espalhar para além dos pulmões, tornando-se sistêmica e extremamente perigosa para o paciente.

48
Q

CÉLULAS TH17

1.	IL-17 e Neutrófilos:

2.	Ativação de Macrófagos e Leucócitos:

3.	Produção de Muco e Barreiras:

4.	Inflamação Crônica e Doenças Autoimunes:

5.	Papel na Doença de Crohn e Artrite Reumatoide:
A

Transcrição da Imagem:

Funções das Células Th17:

•	IL-17 (produzido pelas células Th17) faz o recrutamento e a ativação de neutrófilos no tecido inflamado, melhorando a inflamação, deixando a resposta inflamatória mais rápida. Ativa macrófagos, leucócitos e a síntese de muco, garantindo que a resposta inflamatória seja mais eficiente.
•	A hiperativação das células Th17 pode causar processos patológicos de inflamação crônica, como doença de Crohn e artrite reumatoide, que apresentam uma grande quantidade de Th17.

Explicação Detalhada e Didática:

As células T helper 17 (Th17) são um subtipo de células T CD4+ que desempenham papéis importantes na defesa do organismo, especialmente contra patógenos extracelulares, como bactérias e fungos. Elas são particularmente importantes nas barreiras mucosas, como no intestino e nos pulmões, e atuam no recrutamento de células imunes para áreas de infecção ou lesão.

1.	IL-17 e Neutrófilos: A principal citocina produzida pelas células Th17 é a interleucina-17 (IL-17). Essa molécula tem um papel crucial no recrutamento de neutrófilos, um tipo de célula imune responsável por atacar rapidamente agentes infecciosos. Quando o tecido está inflamado, as células Th17 liberam IL-17, que atrai neutrófilos para o local, acelerando a resposta inflamatória. Isso é essencial para combater infecções rapidamente, pois os neutrófilos são os primeiros a chegar e eliminar patógenos.
2.	Ativação de Macrófagos e Leucócitos: Além de recrutar neutrófilos, a IL-17 também ativa macrófagos e outros leucócitos, como monócitos e linfócitos. Esses leucócitos, ao serem ativados, produzem moléculas inflamatórias, como quimiocinas e citocinas, que amplificam a resposta imune. Os macrófagos, em especial, são essenciais para fagocitar (engolir) e eliminar microorganismos, como bactérias e fungos, bem como para “limpar” restos celulares após a resposta imune.
3.	Produção de Muco e Barreiras: A IL-17 também estimula a produção de muco nas superfícies mucosas, como o trato respiratório e o trato gastrointestinal. O muco serve como uma barreira física que aprisiona patógenos e impede sua entrada nos tecidos. Além disso, a IL-17 promove a função de barreira dos tecidos, reforçando sua integridade e impedindo a invasão por microorganismos.
4.	Inflamação Crônica e Doenças Autoimunes: A hiperativação das células Th17 pode ter consequências graves. Em situações normais, elas ajudam a combater infecções, mas, quando produzidas em excesso ou de forma desregulada, podem causar inflamação crônica. Isso acontece em doenças autoimunes como a doença de Crohn e a artrite reumatoide, onde há uma resposta exagerada das células Th17, resultando em danos ao próprio tecido do corpo. Por exemplo, na artrite reumatoide, as células Th17 contribuem para a destruição do tecido articular.
5.	Papel na Doença de Crohn e Artrite Reumatoide: Na doença de Crohn, que afeta o trato gastrointestinal, e na artrite reumatoide, que afeta as articulações, há um aumento na quantidade de células Th17 e na produção de IL-17. Esse excesso de IL-17 leva a uma resposta inflamatória contínua, o que causa danos ao tecido e contribui para os sintomas crônicos dessas doenças.
49
Q

celulas TH2

1.	Resposta Humoral e Produção de Anticorpos:

2.	IL-4 e IL-13:

3.	IL-5 e Eosinófilos:

4.	Processos Alérgicos e Ativação de Mastócitos:

5.	Ativação de Macrófagos Alternativos:
A

Transcrição da Imagem:

Funções das Células Th2:

•	As células Th2 podem coordenar diversas funções, de acordo com as diferentes citocinas secretadas por elas;
•	Favorecem a resposta humoral, a produção de anticorpos, defesa contra parasitas e participação em processos alérgicos (alergia alimentar e respiratória);
•	Secreção de IL-4 faz a ativação de linfócitos B, que produzem anticorpos IgE. IL-4 e IL-13 também aumentam a secreção de muco intestinal e o peristaltismo, gerando vômito e diarreia, expulsando infecções do trato gastrointestinal (TGI);
•	IL-5 ativa eosinófilos, melhorando a contenção de infecções helmínticas (causadas por parasitas como vermes).

Explicação Detalhada e Didática:

As células Th2 (T helper 2) são um subtipo de linfócitos T CD4+ que desempenham papéis centrais na imunidade adaptativa, especialmente em resposta a parasitas e em processos alérgicos. Diferentemente das células Th1, que são mais direcionadas para respostas contra patógenos intracelulares (como bactérias e vírus), as células Th2 estão envolvidas na defesa contra patógenos extracelulares, como helmintos (vermes parasitas), e desempenham papel importante em respostas alérgicas.

1.	Resposta Humoral e Produção de Anticorpos: As células Th2 estimulam a resposta humoral, que é a resposta imune mediada por anticorpos. Elas secretam citocinas, especialmente IL-4, que ativa os linfócitos B para produzirem anticorpos, principalmente o IgE. O IgE é fundamental para a defesa contra parasitas e para a mediação de respostas alérgicas, como asma e alergias alimentares.
2.	IL-4 e IL-13: A IL-4 é uma das citocinas mais importantes produzidas pelas células Th2. Ela não só induz a produção de IgE, mas também, em conjunto com a IL-13, aumenta a secreção de muco e o peristaltismo intestinal. Essas ações têm um papel fundamental na expulsão de parasitas intestinais. Quando há infecção por vermes, por exemplo, o aumento do peristaltismo (movimento do intestino) e a maior secreção de muco ajudam a “limpar” os parasitas, provocando vômito e diarreia. Esses mecanismos são defensivos, pois permitem que o corpo se livre rapidamente do patógeno.
3.	IL-5 e Eosinófilos: A IL-5 é outra citocina crítica secretada pelas células Th2, e seu principal papel é ativar os eosinófilos. Os eosinófilos são células imunológicas que são especialmente eficazes contra infecções helmínticas, ou seja, infecções por vermes. Eles liberam grânulos que contêm enzimas tóxicas para os parasitas, ajudando a eliminá-los. Em infecções parasitárias, há uma proliferação de eosinófilos no sangue e nos tecidos onde o parasita está localizado.
4.	Processos Alérgicos e Ativação de Mastócitos: Além de combater parasitas, as células Th2 também estão envolvidas em respostas alérgicas. O IgE, produzido em resposta à IL-4, se liga aos mastócitos, que, quando ativados, liberam histamina e outras substâncias que causam os sintomas de alergia, como coceira, inchaço e dificuldade respiratória. Isso explica o papel das células Th2 em condições como asma e rinite alérgica.
5.	Ativação de Macrófagos Alternativos: As células Th2 também estão envolvidas na ativação de um subtipo de macrófagos conhecidos como macrófagos alternativos. Esses macrófagos não estão envolvidos diretamente na eliminação de patógenos, mas sim na reparação tecidual e na fibrose (formação de tecido cicatricial). A ativação desses macrófagos é importante para resolver a inflamação e promover a regeneração do tecido após uma infecção.
50
Q

celulas t reguladoras

1.	Produção e Identificação:

2.	Função Inibitória:

3.	Balanço entre Regulação e Ativação:

4.	Consequências da Falta de Regulação:

5.	Funções das Células Tregs:

6.	Mecanismos de Ação:
A

Transcrição da Imagem:

Células T Reguladoras (Treg):

•	São produzidas no timo ou na periferia a partir de células T naive;
•	Possuem marcador intracelular enzimático Foxp3, o que as identifica;
•	Possuem função inibitória sobre as células T efetoras, freando uma resposta imune que está muito ativada, para evitar processos inflamatórios crônicos por células T muito ativadas;
•	Precisamos ter um balanço entre células regulatórias e células ativadas;
•	Células Treg acumuladas estão presentes no câncer, o que é ruim, porque deixam o sistema imune do paciente pouco ativo;
•	Falta de regulação pode provocar doenças autoimunes e alergias;

Funções:

•	Tolerância periférica aos autoantígenos;
•	Prevenção de doenças autoimunes;
•	Supressão da alergia e da asma;
•	Tolerância materna ao feto;
•	Supressão da imunopatologia contra patógenos;
•	Regulação das funções efetoras das células T;
•	Proteção aos comensais intestinais;
•	Promoção do crescimento tumoral;
•	Cognição: células Treg foram encontradas no hipocampo (memória).

As células Treg agem por diversos mecanismos:

•	Produção de citocinas que levam à apoptose;
•	Citólise (morte de outra célula);
•	Mudança metabólica: captam mais glicose, deixando pouca energia para as células vizinhas, levando-as à apoptose.

Explicação Detalhada e Didática:

As células T reguladoras (Tregs) desempenham um papel fundamental na manutenção do equilíbrio imunológico do organismo. Elas são células T especializadas, com a função principal de suprimir respostas imunológicas excessivas e prevenir reações autoimunes. Isso é essencial para evitar danos aos tecidos do próprio corpo durante uma resposta imune.

1.	Produção e Identificação: As células Tregs podem ser originadas tanto no timo (como células Tregs naturais) quanto na periferia (como células Tregs adaptativas), a partir de células T naive (células T ainda não ativadas por um antígeno específico). Elas expressam um marcador enzimático intracelular chamado Foxp3, que é crucial para a sua função reguladora.
2.	Função Inibitória: A função principal das Tregs é a inibição das células T efetoras. Quando a resposta imunológica está excessivamente ativada, as Tregs entram em ação para frear essa resposta, prevenindo inflamações crônicas e evitando que o sistema imunológico cause danos aos tecidos saudáveis do corpo. Esse equilíbrio entre a ativação e a regulação é crucial para manter a saúde.
3.	Balanço entre Regulação e Ativação: Um equilíbrio adequado entre células T reguladoras e células T ativadas é essencial. Muitas células Tregs acumuladas, como no caso de pacientes com câncer, podem impedir que o sistema imunológico combata adequadamente o tumor, pois o sistema imune se torna menos ativo.
4.	Consequências da Falta de Regulação: A falta de Tregs ou o seu mau funcionamento pode levar ao desenvolvimento de doenças autoimunes e alergias, onde o sistema imunológico começa a atacar erroneamente as células do próprio corpo.
5.	Funções das Células Tregs:
•	Tolerância periférica: As Tregs ajudam a tolerar autoantígenos, prevenindo que o sistema imune ataque células saudáveis do próprio corpo.
•	Prevenção de doenças autoimunes: Ao regular a resposta imunológica, as Tregs previnem condições em que o corpo ataca suas próprias células.
•	Supressão de alergias: Elas também desempenham um papel na supressão de alergias e condições como a asma.
•	Tolerância materno-fetal: Durante a gravidez, as Tregs evitam que o sistema imunológico da mãe ataque o feto, que é parcialmente “estranho” ao corpo materno.
•	Proteção de bactérias intestinais benéficas: No trato gastrointestinal, as Tregs evitam que o sistema imunológico ataque os micro-organismos comensais que desempenham funções benéficas.
•	Promoção do crescimento tumoral: Em algumas situações, a presença excessiva de Tregs pode favorecer o crescimento tumoral, ao suprimir a resposta imune contra células cancerosas.
•	Cognição: Curiosamente, estudos mostraram que Tregs são encontradas no hipocampo, a área do cérebro envolvida na memória, sugerindo um papel também na função cognitiva.
6.	Mecanismos de Ação:
•	Produção de citocinas que induzem apoptose: As Tregs podem liberar moléculas que causam a morte celular programada (apoptose) de células imunes ativadas em excesso.
•	Citólise: Elas podem matar diretamente outras células através de mecanismos de destruição celular.
•	Alterações metabólicas: As Tregs podem modificar a forma como as células vizinhas usam glicose, reduzindo sua capacidade de obter energia e, assim, induzindo sua morte por falta de recursos energéticos.
51
Q

CÉLULAS T CD8:

1.	Resposta Citotóxica:

2.	Reconhecimento do Alvo:

3.	Mecanismo Fas/FasL:

4.	Importância na Defesa Imune:

5.	Etapas da Atividade Citotóxica:
A

Transcrição da Imagem:

Resposta Citotóxica:

•	Funções:
•	Anti-viral;
•	Remoção de células senescentes;
•	Rejeição de transplantes;
•	Anti-tumoral.

Há um subtipo de célula T CD8 semelhante à Treg clássica. Essa célula possui marcador CD4, mas há uma com CD8 que também faz a regulação do sistema imune a antígenos chamada de célula T supressora (TS).

•	Com mecanismos e funções semelhantes aos da célula T reguladora clássica (CD4+);
•	Reconhecem os antígenos via receptores TCR;
•	Células T CD8+ são ativas basicamente contra antígenos intracelulares (como vírus), enquanto as bactérias são mais eliminadas por células T CD4, que ativam neutrófilos;

Estágios da Atividade Citotóxica:

1.	Células T CD8 clássicas são as citotóxicas, ou seja, tóxicas para outras células;
2.	Assim como células NK, reconhecem tumores e os atacam, além de células infectadas por vírus;
3.	Importantes na resposta antiviral e na imunovigilância (para prevenir ou eliminar células cancerosas já estabelecidas).

Etapas da atividade citotóxica:

•	As células T CD8 citotóxicas matam outras células em sequência:
1.	Reconhecem o antígeno tumoral ou uma célula infectada por vírus;
2.	Fazem adesão firme, formando uma sinapse imunológica;
3.	Realizam o beijo letal → Liberação de granzimas e perforinas;
4.	Induzem a apoptose da célula alvo (morte celular programada).

Mecanismo de ação:

•	Perforina perfura a membrana da célula alvo, formando poros;
•	Granzyma entra pelos poros, ativando as caspases, que levam à apoptose da célula alvo (célula infectada ou tumoral).

Atividade citotóxica Fas/FasL:

•	FasL é um receptor presente na célula T CD8 citotóxica;
•	Fas é o receptor que está na célula alvo;
•	A interação entre FasL e Fas induz a apoptose (morte programada) da célula alvo.

Célula T CD8+ = Serial Killer:

•	Após a ativação em um órgão linfoide secundário, essas células serial killers são capazes de reconhecer o antígeno e eliminar diretamente as células infectadas ou tumorais.

Explicação Detalhada e Didática:

As células T CD8+ citotóxicas são uma peça chave do sistema imunológico adaptativo, agindo principalmente contra vírus e células tumorais. Elas atuam diretamente eliminando células infectadas ou disfuncionais através de um mecanismo especializado.

1.	Resposta Citotóxica:
•	Estas células são chamadas de “serial killers” por sua habilidade de reconhecer e destruir células que representam uma ameaça, como células tumorais ou infectadas por vírus.
•	Elas realizam essa tarefa através de um processo conhecido como citotoxicidade, em que liberam substâncias tóxicas que induzem a morte da célula-alvo. Essas substâncias incluem perforinas, que perfuram a membrana celular, e granzimas, que entram nos poros criados pelas perforinas e ativam uma cascata de reações que levam à apoptose (morte programada).
2.	Reconhecimento do Alvo:
•	O reconhecimento da célula infectada ou tumoral se dá através de receptores TCR, que detectam antígenos específicos na superfície da célula-alvo.
•	Esse reconhecimento é seguido por uma adesão firme entre a célula T CD8+ e a célula-alvo, criando uma sinapse imunológica, essencial para a liberação das moléculas tóxicas.
3.	Mecanismo Fas/FasL:
•	Um outro mecanismo de ação das células T CD8+ envolve a interação entre os receptores Fas (na célula-alvo) e FasL (na célula T citotóxica). Essa interação também resulta na morte por apoptose da célula-alvo, um mecanismo eficiente para a eliminação de células perigosas, como as tumorais.
4.	Importância na Defesa Imune:
•	As células T CD8+ têm um papel crucial no combate a infecções virais e na imunovigilância de células tumorais. Elas são fundamentais para a resposta antiviral, ajudando a prevenir a disseminação de vírus através da destruição de células infectadas.
•	Além disso, essas células também são importantes para evitar o desenvolvimento de câncer, já que monitoram e eliminam células que apresentam mutações ou alterações malignas.
5.	Etapas da Atividade Citotóxica:
•	O processo começa com o reconhecimento do antígeno pela célula T CD8+, seguido pela adesão firme à célula-alvo.
•	Em seguida, ocorre o “beijo letal”, que envolve a liberação de perforinas e granzimas, culminando na apoptose da célula-alvo, uma morte celular programada e limpa, sem causar inflamação.

Assim, as células T CD8+ são essenciais tanto para o controle de infecções quanto para a eliminação de células tumorais, garantindo uma resposta imune eficaz e precisa.

52
Q

imunidade antiviral

1.	Interferon do Tipo 1:

2.	Células NK (Natural Killer):

3.	Células T CD8+:

4.	COVID-19 e Resposta Imune:
A

Transcrição da Imagem:

Imunidade Antiviral:

•	Interferon do Tipo 1 é secretado por qualquer tecido, o que impede temporariamente a replicação viral.
•	Células NK (Natural Killer) chegam em torno de 3 dias após a infecção, sendo também importantes na atividade citotóxica.
•	É necessário pelo menos 1 semana para observar uma ação ativa das células CD8+.
•	Aumento da produção de anticorpos. Nesse momento, o paciente começa a apresentar sintomas. O vírus é eliminado por anticorpos e células T CD8+.

No contexto da COVID-19:

•	Em casos leves de COVID-19, a célula CD8 apresenta ação normal.
•	Em casos graves de COVID-19, há menos células CD8 ativadas, resultando em linfopenia.
•	As células T se tornam exauridas ou senescentes, o que aumenta o potencial inflamatório e favorece a tempestade de citocinas.
•	Células T exauridas prejudicam a ação das células CD8+.
•	A ação correta das células CD4+ é essencial para a ativação das CD8+ e dos anticorpos. No entanto, há disfunção das CD4+ em quadros graves de COVID-19.

Explicação Detalhada e Didática:

A imunidade antiviral é o processo pelo qual o corpo combate infecções virais. A resposta envolve dois grandes componentes: a imunidade inata, que é a primeira linha de defesa, e a imunidade adaptativa, que se desenvolve ao longo do tempo e é mais específica.

1.	Interferon do Tipo 1:
•	Um dos primeiros sinais de infecção viral no corpo é a produção de interferon tipo 1, uma molécula sinalizadora que inibe a replicação viral nas células infectadas. Isso dá ao corpo tempo para ativar outras partes do sistema imunológico, como as células NK e os linfócitos T citotóxicos (CD8+).
2.	Células NK (Natural Killer):
•	As células NK são uma parte crucial da imunidade inata, chegando cerca de 3 dias após a infecção. Elas têm uma atividade citotóxica, ou seja, são capazes de matar células infectadas sem a necessidade de reconhecimento específico do vírus.
•	As células NK atuam no estágio inicial da resposta antiviral, matando células infectadas de forma direta.
3.	Células T CD8+:
•	Após aproximadamente 1 semana de infecção, o corpo ativa a imunidade adaptativa, com uma ação mais específica das células T CD8+. Estas células são cruciais para a eliminação de vírus, pois são capazes de reconhecer antígenos virais e induzir a apoptose (morte programada) das células infectadas.
•	Essa resposta adaptativa coincide com o início dos sintomas no paciente, à medida que o corpo tenta eliminar a infecção viral.
4.	COVID-19 e Resposta Imune:
•	Em quadros leves de COVID-19, a resposta das células T CD8+ ocorre normalmente. No entanto, em quadros graves, observa-se uma diminuição na ativação dessas células, o que resulta em linfopenia (redução do número de linfócitos no sangue).
•	Além disso, as células T podem se tornar exauridas ou senescentes, perdendo a eficiência no combate à infecção e contribuindo para a tempestade de citocinas, uma resposta inflamatória exagerada que pode causar danos graves ao organismo.
•	A função das células CD4+ é essencial para a ativação das células CD8+ e para a produção eficaz de anticorpos. Em casos graves de COVID-19, a disfunção dessas células CD4 pode prejudicar gravemente a resposta imune, piorando o quadro do paciente.

Portanto, a imunidade antiviral envolve uma combinação de respostas inatas e adaptativas, que trabalham juntas para controlar e eliminar infecções virais. No caso da COVID-19, a disfunção das células T, especialmente em quadros graves, pode levar a uma resposta imune inadequada, resultando em complicações severas.

53
Q

ANTICORPOS E RESPOSTA HUMORAL

1.	Diversidade e Especificidade dos Anticorpos:

2.	Estrutura e Ligação dos Anticorpos:

3.	Produção Laboratorial:

4.	Isótipos de Anticorpos:
A

Transcrição da Imagem:

•	Anticorpos / Imunoglobulinas são proteínas grandes secretadas pelas células B.
•	São produzidos pelos linfócitos B em resposta à exposição aos antígenos. Temos diversas células B especializadas em reconhecer diferentes tipos de antígenos. Essas células só são ativadas quando há contato com o antígeno correspondente (por exemplo, temos células B que reconhecem HIV, mas que não serão ativadas até o contato com o vírus).
•	Os anticorpos são diversificados e específicos, cada um voltado para um antígeno específico.
•	A estrutura espacial dos antígenos, que também são proteínas, deve ser preservada para que ocorra a ligação com o anticorpo.
•	Podem ser produzidos em laboratório para pesquisa, diagnóstico e uso terapêutico.
•	Existem cinco isótipos de anticorpos no soro: IgM, IgG, IgA, IgE e IgD.
•	IgG e IgM são os anticorpos mais prevalentes no sangue humano (no soro); IgA está presente principalmente nas secreções (saliva, por exemplo); IgE está presente nos epitélios, ligando-se a células que participam de respostas alérgicas (mastócitos e basófilos); IgD está presente principalmente em células B imaturas.

Explicação Detalhada e Didática:

Os anticorpos, também conhecidos como imunoglobulinas, são proteínas cruciais no sistema imunológico e desempenham um papel essencial na defesa do corpo contra invasores, como vírus e bactérias. Eles são produzidos pelos linfócitos B, um tipo de célula imune, em resposta à presença de antígenos, que são moléculas presentes na superfície de patógenos.

1.	Diversidade e Especificidade dos Anticorpos:
•	Cada linfócito B é capaz de produzir um anticorpo que reconhece um antígeno específico. Isso significa que nosso corpo contém milhões de linfócitos B, prontos para combater uma ampla variedade de antígenos, como diferentes tipos de vírus, bactérias ou toxinas.
•	No entanto, alguns desses linfócitos B, como os que reconhecem o HIV, permanecem inativos até que haja contato com o antígeno correspondente. Assim, só teremos uma resposta imunológica ao HIV, por exemplo, se tivermos sido expostos ao vírus.
2.	Estrutura e Ligação dos Anticorpos:
•	A função dos anticorpos depende de sua estrutura espacial específica, que se liga ao antígeno como uma chave na fechadura. Se essa estrutura for alterada (por exemplo, por mutações no vírus), o anticorpo pode não ser capaz de se ligar corretamente, o que compromete a resposta imunológica.
3.	Produção Laboratorial:
•	Os anticorpos podem ser produzidos em laboratório para várias finalidades, como pesquisa, diagnóstico de doenças e tratamentos terapêuticos. Isso inclui a produção de anticorpos monoclonais usados em terapias direcionadas, como no tratamento de câncer e doenças autoimunes.
4.	Isótipos de Anticorpos:
•	Existem cinco principais tipos de anticorpos no corpo humano:
•	IgM: É o primeiro anticorpo produzido em resposta a uma infecção e está presente no sangue e nos linfócitos.
•	IgG: O mais abundante no sangue e desempenha um papel crucial na proteção a longo prazo contra patógenos.
•	IgA: Encontrado principalmente em secreções como a saliva, lágrimas e no trato gastrointestinal, ajudando a neutralizar patógenos antes que entrem no corpo.
•	IgE: Está envolvido principalmente em respostas alérgicas e na defesa contra parasitas.
•	IgD: Está presente principalmente em células B imaturas e desempenha um papel no início da resposta imune.

Esses anticorpos trabalham em conjunto para neutralizar patógenos, marcá-los para destruição por outras células do sistema imunológico e prevenir infecções recorrentes.

54
Q

ANTICORPOS E RESPOSTA HUMORAL

ESTRUTURA GERAL:

1.	Porção Fab (Fragmento de Ligação ao Antígeno):

2.	Porção Fc (Fragmento Cristalizável):

3.	Flexibilidade dos Anticorpos:
A

Transcrição da Imagem:

•	Região variável (V) → porção Fab: Sítio de reconhecimento do antígeno, composta pela porção com cadeias leves e pesadas.
•	Região constante (C) → porção Fc: “Rabinho” que se liga aos leucócitos do sistema imune.
•	A região de dobradiça entre a Fc e a Fab apresenta pontes dissulfeto (domínios IG), que permite a flexibilidade dos “braços” do anticorpo, facilitando a moldagem em direção ao antígeno.
•	A capacidade de dobradiça permite que os anticorpos se aglutinem ao antígeno de maneira mais eficaz.
•	Cada célula B produz um único tipo de anticorpo.

Explicação Detalhada e Didática:

Os anticorpos, também conhecidos como imunoglobulinas, são formados por duas partes principais, que desempenham funções distintas, mas complementares:

1.	Porção Fab (Fragmento de Ligação ao Antígeno):
•	A região variável (Fab) é a porção do anticorpo que reconhece e se liga especificamente ao antígeno. Essa área é composta por uma combinação de cadeias leves e pesadas que formam um “bolsão” onde o antígeno se encaixa, como uma chave em sua fechadura.
•	Cada célula B produz um anticorpo com um Fab único, altamente específico para um determinado antígeno. Isso é o que confere ao sistema imunológico sua capacidade de reconhecer uma variedade imensa de patógenos.
2.	Porção Fc (Fragmento Cristalizável):
•	A região constante (Fc) é responsável por conectar o anticorpo ao sistema imunológico, ligando-se aos receptores de leucócitos (como macrófagos ou células NK) e outras células do sistema imune. Esta porção também ajuda a mediar várias funções, como a ativação do complemento.
•	O “rabinho” do anticorpo (Fc) age como um sinal para as células do sistema imunológico, indicando que o antígeno ligado ao Fab deve ser atacado ou neutralizado.
3.	Flexibilidade dos Anticorpos:
•	A região de dobradiça entre as partes Fab e Fc é extremamente importante, pois ela permite que os anticorpos sejam flexíveis. Isso significa que os “braços” dos anticorpos podem se ajustar à distância entre dois antígenos, permitindo que os anticorpos se liguem a antígenos que estão em diferentes posições em uma célula ou patógeno.
•	Essa flexibilidade aumenta a eficácia do anticorpo, pois ele pode se moldar para se adaptar à forma do antígeno, facilitando a neutralização de patógenos.

Essas características tornam os anticorpos instrumentos essenciais no sistema imune, permitindo tanto o reconhecimento específico de invasores quanto a comunicação eficaz com outras células do sistema imunológico para eliminar a ameaça.

55
Q

COMO OS ANTICORPOS SE LIGAM AOS ANTÍGENOS

1.	Complementaridade Molecular:

2.	Epítopo e Parátopo:

3.	Diversidade Clonal:

4.	CDRs (Regiões Determinantes de Complementaridade):

5.	Repertório:

6.	Impacto do Envelhecimento e Fatores de Estresse:
A

Transcrição da Imagem:

•	Devemos ter uma elevada complementaridade molecular entre o antígeno e o anticorpo; Quanto maior for a complementaridade, mais próximos ficam e melhor será a resposta imune, representando estreita adaptação entre antígeno e anticorpo e definindo alto grau de especificidade de anticorpos;
•	EPÍTOPES = Região onde o anticorpo se encaixa no antígeno, podendo ter mais de um em uma mesma proteína; temos vários epítopes no mesmo antígeno, inúmeras proteínas diferentes que podem ser antigênicas (que podem induzir uma resposta imune);
•	PARÁTOPO = Região do anticorpo que se liga ao epítopo do antígeno;
•	Temos uma enorme diversidade de clones de células B, de células B diferentes que são feitas na medula óssea de maneira randômica, para produzir diversos tipos de antígenos que possamos ter contato durante a vida;
•	Os CDRs são as regiões determinantes que entram em contato direto com o antígeno, que determinam a complementaridade;
•	Cada célula T é produzida na medula e com uma única especificidade de anticorpos; O conjunto de especificidades é o repertório;
•	REPERTÓRIO = Conjunto de células B diferentes que a medula produz, podendo reagir a epítopos diferentes;
•	Existe uma redução do repertório ao longo do envelhecimento, estresse, infecções e uso de glicocorticoides.

Explicação Detalhada e Didática:

Os anticorpos desempenham um papel crucial no reconhecimento e neutralização de antígenos, mas para que essa função seja eficiente, a relação entre o anticorpo e o antígeno precisa ser altamente específica e complementar. Vamos entender melhor os principais conceitos destacados:

1.	Complementaridade Molecular:
•	A interação entre o anticorpo e o antígeno é como um quebra-cabeça, onde as duas peças precisam se encaixar perfeitamente. Quanto maior a complementaridade entre as superfícies moleculares do antígeno e do anticorpo, melhor será a afinidade entre eles, resultando em uma resposta imunológica mais eficaz.
2.	Epítopo e Parátopo:
•	O epítopo é a região específica do antígeno que é reconhecida e ligada pelo anticorpo. Um mesmo antígeno pode ter vários epítopos diferentes, cada um capaz de ser reconhecido por anticorpos diferentes.
•	O parátopo é a porção do anticorpo que se liga ao epítopo do antígeno, formando a chave que destrava o ataque imunológico. A ligação entre o epítopo e o parátopo é o ponto central da especificidade imunológica.
3.	Diversidade Clonal:
•	As células B produzem anticorpos e são geradas de forma aleatória na medula óssea. Cada célula B é programada para reconhecer um epítopo específico, o que gera uma grande diversidade clonal. Isso significa que nosso sistema imunológico tem potencial para reconhecer uma imensidão de patógenos, mesmo aqueles que nunca encontramos antes.
4.	CDRs (Regiões Determinantes de Complementaridade):
•	Os CDRs são as regiões do anticorpo responsáveis por se ligarem diretamente ao antígeno. Eles determinam como o anticorpo vai reconhecer e se ligar ao epítopo. A interação entre os CDRs e o epítopo é o que define a afinidade do anticorpo por seu alvo.
5.	Repertório:
•	O repertório de células B (e seus anticorpos) representa o conjunto de especificidades que o sistema imunológico tem disponível para reconhecer diferentes antígenos. Ao longo da vida, esse repertório vai sendo moldado pelas exposições a patógenos, vacinas, infecções, etc.
6.	Impacto do Envelhecimento e Fatores de Estresse:
•	O repertório de células B pode diminuir com o tempo, especialmente devido ao envelhecimento, estresse crônico, infecções repetidas e uso de glicocorticoides. Isso pode afetar a capacidade do sistema imunológico de responder a novos desafios antigênicos, tornando o corpo mais vulnerável a infecções.

Esses conceitos mostram como o sistema imunológico é capaz de lidar com uma vasta gama de antígenos, adaptando-se e respondendo de forma específica a cada nova ameaça.

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Q

COMO A DIVERSIDADE DE ANTICORPOS É PRODUZIDA:

1.	Seleção Clonal:

2.	Diversidade de Anticorpos:

3.	Recombinação Somática e VDJ:

4.	Ativação e Produção de Anticorpos:

5.	Seleção Negativa e Autoimunidade:
A

Transcrição da Imagem:

•	O Antígeno seleciona o clone de célula B para produzir anticorpos;
•	Cada patógeno induz vários tipos diferentes de anticorpos; Os anticorpos gerados reconhecem epítopos diferentes;
•	A diversidade de anticorpos é gerada em consequência da recombinação somática (rearranjos de DNA) de genes que codificam a cadeia variável da imunoglobulina a regiões do genoma dos linfócitos B (genes do tipo V, D e J) que se recombinam ao acaso pelas enzimas recombinase 1 e 2, que embaralham esses diferentes genes e geram uma recombinação VDJ (recombinação na pontinha da região variável, tanto da cadeia leve quanto da pesada) e forma assim o sítio de ligação, onde há os CDRs;
•	Células B saem da medula óssea ou do órgão linfóide com os genes VDJ recombinados, podem ser específicas a um dado antígeno e ficam circulando pela corrente sanguínea com o potencial de produzir anticorpos, mas só secretam as moléculas de imunoglobulinas quando são ativadas, quando entram em contato com o patógeno;
•	Células B que produziram uma recombinação de anticorpo específica a antígenos próprios do nosso corpo vão ser deletadas na medula óssea; Existe um processo de seleção de linfócitos B na medula óssea e no timo, o qual garante que não tenhamos uma auto-reatividade muito forte, para não produzirmos resposta autoimune.

Explicação Detalhada e Didática:

O processo de seleção e geração de anticorpos é um dos mecanismos mais fascinantes do sistema imunológico. Vamos explorar os principais pontos:

1.	Seleção Clonal:
•	Quando um antígeno entra em contato com o sistema imunológico, ele seleciona um clone de célula B que já está pré-programado para reconhecer aquele antígeno específico. Esse processo de “seleção clonal” garante que apenas as células que podem produzir anticorpos específicos para o patógeno sejam ativadas.
2.	Diversidade de Anticorpos:
•	Cada patógeno pode ter vários epítopos (regiões que são reconhecidas pelo sistema imunológico), e o corpo responde gerando diversos anticorpos diferentes que reconhecem esses epítopos.
•	A diversidade de anticorpos é crucial para garantir que o sistema imunológico seja capaz de responder a uma ampla gama de patógenos, mesmo aqueles que nunca encontrou antes.
3.	Recombinação Somática e VDJ:
•	A diversidade dos anticorpos é gerada durante o desenvolvimento dos linfócitos B por um processo chamado recombinação somática. Durante este processo, as regiões dos genes que codificam as partes variáveis dos anticorpos (V, D e J) são rearranjadas de maneira aleatória pelas enzimas recombinase 1 e 2.
•	Isso gera uma grande variabilidade na região onde o anticorpo se liga ao antígeno (a região variável), permitindo que o corpo crie um número quase infinito de diferentes anticorpos, mesmo antes de encontrar um patógeno.
4.	Ativação e Produção de Anticorpos:
•	As células B, uma vez que deixam a medula óssea, carregam essa diversidade genética em seus genes VDJ, o que lhes permite reconhecer diferentes antígenos. No entanto, elas só começam a secretar anticorpos quando são ativadas, ou seja, quando encontram o patógeno que corresponde ao seu anticorpo específico.
•	Até então, elas ficam circulando na corrente sanguínea, prontas para agir se necessário.
5.	Seleção Negativa e Autoimunidade:
•	Células B que, por acaso, geram anticorpos que reconhecem antígenos próprios do corpo (autoantígenos) são eliminadas por um processo de seleção negativa. Isso acontece na medula óssea e no timo, onde as células B são “testadas” para garantir que não ataquem o corpo.
•	Esse processo é fundamental para evitar doenças autoimunes, onde o sistema imunológico ataca os próprios tecidos do corpo.

Esse mecanismo de geração de diversidade e seleção é o que torna o sistema imunológico adaptativo tão eficaz na defesa contra uma vasta gama de patógenos, garantindo que o corpo esteja sempre preparado para responder a novas ameaças.

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Q

PRINCIPAIS FUNÇÕES DOS ANTICORPOS:

A
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PRINCIPAIS FUNÇÕES DOS ANTICORPOS:

neutralização viral

A
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PRINCIPAIS FUNÇÕES DOS ANTICORPOS:

neutralização de toxinas

A
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opsonização por anticorpos

A
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Q

ADCC

A

Aqui está a transcrição da imagem que você enviou, com algumas explicações complementares para facilitar o entendimento:

Citotoxicidade Celular Dependente de Anticorpos (ADCC)

1.	Resposta citotóxica por células NK e eosinófilos: A citotoxicidade pode ser mediada por células NK (Natural Killer) e eosinófilos, que são tipos de leucócitos. Essa resposta ocorre quando essas células reconhecem células-alvo que estão cobertas por anticorpos.
2.	Anticorpo IgG recobre o tumor: No contexto do câncer, o anticorpo IgG se liga a antígenos presentes na superfície das células tumorais. Uma célula NK, ao detectar os anticorpos através dos seus receptores Fc (região constante dos anticorpos), é ativada para agir.
3.	Ação da célula NK: Quando a célula NK se liga ao receptor Fc, ela aproxima-se da célula-alvo (recoberta pelos anticorpos) e libera compostos citotóxicos, como perforinas e granzimas, que induzem a morte celular. As perforinas formam poros na membrana da célula-alvo, e as granzimas entram e iniciam um processo de apoptose (morte celular programada).
4.	Tumores recobertos por anticorpos: A cobertura de anticorpos no tumor facilita o reconhecimento e a resposta das células NK, tornando a ADCC um importante mecanismo de defesa imunológica contra células cancerígenas.
5.	ADCC mediada por eosinófilos: O mesmo mecanismo ocorre com eosinófilos, que desempenham um papel importante na defesa contra parasitas grandes, como os helmintos (vermes). Por exemplo, no caso da esquistossomose, os eosinófilos reconhecem os anticorpos (IgE) ligados ao parasita. A ligação ao receptor Fc dos eosinófilos desencadeia a liberação de enzimas que destroem o parasita.

Claro! Vou detalhar e explicar de forma mais didática, seguindo o estilo que você prefere, ponto a ponto.

Citotoxicidade Celular Dependente de Anticorpos (ADCC)

1.	O que é a ADCC? A Citotoxicidade Celular Dependente de Anticorpos (ADCC) é um mecanismo de defesa do sistema imune que destrói células-alvo (como células tumorais ou infectadas) que estão cobertas por anticorpos. Esse processo envolve a ação de células imunológicas como as células NK (Natural Killer) e eosinófilos, que reconhecem a célula-alvo por meio de anticorpos ligados a ela e a destroem.
2.	Papel dos anticorpos no processo O anticorpo, como a imunoglobulina G (IgG), se liga a um antígeno (por exemplo, uma proteína de superfície) presente na célula-alvo. Isso serve como um “sinal” para as células do sistema imune que irão atuar na destruição dessa célula. A extremidade do anticorpo, chamada de região Fc, fica exposta depois de se ligar ao antígeno, o que permite que células imunes, como as células NK, reconheçam essa célula marcada.
3.	Como as células NK atuam?
•	Células NK possuem receptores que reconhecem a região Fc dos anticorpos. Quando uma célula NK se liga à célula-alvo através dessa região, ela é ativada.
•	Uma vez ativada, a célula NK libera substâncias citotóxicas, como perforinas e granzimas.
•	Perforinas: Essas proteínas criam poros na membrana da célula-alvo, permitindo que outras moléculas entrem.
•	Granzimas: São enzimas que entram na célula através dos poros criados pelas perforinas e ativam processos dentro da célula que levam à sua morte, principalmente por apoptose (um tipo de morte celular programada).
•	Esse mecanismo é essencial para a destruição de células tumorais ou infectadas por vírus, ajudando a evitar que essas células se proliferem.
4.	Como a ADCC facilita a destruição de tumores? Tumores podem ser “marcados” pelo sistema imunológico quando anticorpos se ligam aos antígenos presentes nas células tumorais. Isso atrai células NK, que, ao se ligarem aos anticorpos, atacam e matam a célula tumoral. Portanto, a presença de anticorpos “facilita” a resposta imune, tornando o tumor um alvo mais fácil para as células citotóxicas.
5.	ADCC mediada por eosinófilos: combate a parasitas grandes Além das células NK, os eosinófilos também desempenham um papel importante no processo de ADCC, especialmente no combate a parasitas grandes, como os helmintos (vermes).
•	Os eosinófilos são especializados em lidar com parasitas que são muito grandes para serem fagocitados (engolidos) por outras células imunológicas.
•	Quando esses parasitas estão recobertos por anticorpos, como a imunoglobulina E (IgE), os eosinófilos reconhecem a região Fc desses anticorpos e se ligam a eles.
•	Uma vez conectados, os eosinófilos liberam enzimas digestivas, como proteases, que literalmente “digerem” o parasita de fora para dentro, resultando em sua destruição.
6.	Exemplo prático: Combate à esquistossomose Na esquistossomose, um parasita chamado schistosoma pode se alojar no organismo humano. O sistema imunológico, em resposta, recobre o parasita com anticorpos IgE. Os eosinófilos então reconhecem esses anticorpos e liberam enzimas que degradam o parasita. Isso mostra como a ADCC também é uma estratégia crucial no controle de infecções parasitárias grandes, que de outra forma seriam difíceis de combater por fagocitose direta.

Pontos adicionais para entender melhor:

•	Perforinas e Granzimas no detalhe:
•	As perforinas são proteínas que criam buracos na membrana da célula-alvo, deixando-a vulnerável.
•	As granzimas, ao entrar na célula através desses poros, desencadeiam a apoptose, ou seja, a célula começa a se autodestruir de forma controlada, evitando que continue a causar danos ao corpo.
•	Diferença entre imunidade inata e adaptativa no ADCC:
•	As células NK fazem parte do sistema imunológico inato, ou seja, elas respondem rapidamente a ameaças, sem precisar de uma exposição anterior ao patógeno.
•	Já os anticorpos são produzidos por células do sistema imune adaptativo, que “aprendem” a reconhecer patógenos específicos após a primeira exposição. Assim, o ADCC é uma colaboração entre esses dois sistemas: a imunidade inata (células NK e eosinófilos) e a imunidade adaptativa (anticorpos).
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Q

funções dos isotipos

A
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RESPOSTA HUMORAL

1.	Resposta Primária:

2.	Resposta Secundária:

3.	Função do IgG:
A

Transcrição da Imagem:

1.	Gráfico 1: Representa um dado quantitativo do título / da concentração dos isotipos IgM e IgG ao longo do tempo de imunização (infecção crônica ou repetida).
2.	Gráfico 2: Representa um dado qualitativo da afinidade dos isotipos IgM e IgG pelo antígeno.

•	Resposta Primária:
•	Após o primeiro contato, ocorre, nas duas primeiras semanas, um pico de IgM → resposta humoral primária.
•	O título de IgM vai baixando depois das duas primeiras semanas e ainda está com afinidade baixa pelo antígeno.
•	Resposta Secundária:
•	No segundo encontro com o mesmo agente infeccioso, ocorre uma troca de classes.
•	A concentração de IgG aumenta acentuadamente de forma logarítmica nas próximas duas semanas e a concentração de IgM continua meio baixa.
•	Se altera muito a afinidade do IgG que aumenta muito.
•	Conclusão:
•	IgG também aumenta mais ainda sua concentração e sua afinidade em respostas terciárias, quaternárias, etc. → Exemplo: Terceira dose de vacina para atingir título protetor com boa concentração sérica e afinidade → IgG neutraliza toxinas.

Explicação Detalhada e Didática:

Resposta Primária e Secundária:
A resposta imune do corpo pode ser dividida em dois momentos principais: a resposta primária e a resposta secundária.

1.	Resposta Primária:
•	Quando o corpo encontra um antígeno pela primeira vez, há uma ativação inicial das células B, que se diferenciam em plasmócitos e começam a secretar o anticorpo IgM. Esse é o anticorpo que aparece primeiro e em maior quantidade após o primeiro contato com o patógeno. Isso é chamado de resposta humoral primária.
•	No gráfico, o pico de IgM ocorre nas primeiras semanas após o primeiro contato. Entretanto, a afinidade (capacidade de ligação) do IgM pelo antígeno ainda é relativamente baixa. Essa fase é necessária para que o corpo “aprenda” a combater o invasor.
2.	Resposta Secundária:
•	Quando o corpo encontra o mesmo antígeno pela segunda vez, ou em exposições subsequentes, ocorre o que chamamos de resposta secundária. Nessa fase, o corpo passa a produzir IgG em grande quantidade, um anticorpo com maior afinidade pelo antígeno.
•	Além disso, ocorre a troca de classes: as células B que antes produziam IgM agora começam a produzir IgG, trocando parte da estrutura molecular do anticorpo, mas mantendo a capacidade de reconhecimento (a parte Fab).
•	No gráfico, vemos que a produção de IgG aumenta rapidamente, de forma logarítmica, com um nível muito maior de anticorpos sendo produzidos do que na resposta primária.
3.	Função do IgG:
•	Com o tempo, o IgG ganha cada vez mais afinidade pelo antígeno, ou seja, ele se liga com maior eficiência e neutraliza o patógeno de maneira mais eficaz.
•	Em infecções crônicas ou exposições repetidas (como em vacinas de reforço), o corpo aumenta ainda mais a produção de IgG para garantir uma resposta robusta e duradoura.

Aplicação na Vacinação:

•	Nas vacinas, esse mecanismo de resposta secundária é muito utilizado. Por exemplo, ao tomar doses de reforço, o objetivo é aumentar o nível de IgG no organismo para que o corpo esteja melhor preparado para neutralizar o patógeno rapidamente caso ele seja encontrado no futuro.

Em resumo, o corpo aprende com a exposição inicial (resposta primária), e na exposição seguinte (resposta secundária) ele responde com mais força e precisão, graças ao aumento da quantidade e da afinidade do IgG pelo antígeno.

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Q

BLASTOS X PLASMÓCITOS DE LONGA DURAÇÃO:

Explicação Detalhada e Didática:

1.	Plasmoblastos e Plasmócitos:

2.	Células de Memória:

3.	Covid-19 e Anticorpos:
A

Transcrição da Imagem:

•	Produção rápida de anticorpos feitos por Plasmoblastos: Os plasmoblastos são plasmócitos de vida curta, que representam a primeira onda de anticorpos (IgM e IgG) logo após a ativação das células B. Eles são as primeiras células a secretar anticorpos, mas não têm uma vida longa.
•	Células de memória de longa duração: São as células que sustentam a resposta vacinal, produzindo IgG. Essas células são capazes de reconhecer antígenos que o corpo já encontrou no passado e reagir de forma muito mais rápida, acelerando a resposta imune. Por exemplo, na imunização por vacinas, a memória gerada vai caindo ao longo dos anos, e por isso, às vezes, é necessário reforçar a dose de uma vacina.
•	Ilustração:
•	As células B são ativadas por um antígeno, proliferam e se diferenciam em plasmoblastos.
•	Plasmoblastos: Células que secretam anticorpos rapidamente e fazem divisão celular, mas têm uma vida curta (duram apenas alguns dias).
•	Plasmócitos: Células de vida longa que não se dividem e continuam produzindo anticorpos de forma sustentada. Elas garantem a imunidade de longa duração.
•	Covid-19:
•	Na infecção por Covid-19, a resposta inicial pela expansão de plasmoblastos pode ser exagerada, levando a uma produção acelerada de anticorpos.
•	Quem controla a viremia (presença de vírus no sangue) na Covid-19 é a IgG, especialmente aquela sintetizada pelas células de memória.
•	Os anticorpos da Covid-19 atuam promovendo a opsonização do vírus, facilitando a sua eliminação pelos fagócitos.

Explicação Detalhada e Didática:

1.	Plasmoblastos e Plasmócitos:
•	Os plasmoblastos são células derivadas das células B que têm a função de produzir anticorpos rapidamente em resposta a um patógeno. No entanto, essas células têm vida curta, apenas alguns dias, e são importantes para a resposta inicial. Os anticorpos que produzem são principalmente IgM e IgG.
•	Por outro lado, os plasmócitos são células de vida longa que permanecem no corpo após a infecção ou vacinação. Eles não se dividem, mas continuam a produzir anticorpos (IgG, principalmente) de forma contínua, garantindo uma resposta imune de longa duração. São essas células que conferem imunidade duradoura após uma infecção ou vacina.
2.	Células de Memória:
•	As células B de memória são responsáveis por lembrar dos antígenos que o corpo já enfrentou. Quando encontram o mesmo patógeno pela segunda vez, respondem muito mais rápido, e essa rapidez é o que torna as vacinas tão eficazes. Com o tempo, o nível de anticorpos no corpo pode diminuir, e é por isso que, em alguns casos, é necessário tomar doses de reforço de vacinas.
3.	Covid-19 e Anticorpos:
•	No caso da Covid-19, a resposta imune pode ser exagerada, especialmente na fase inicial da infecção, onde há uma grande produção de anticorpos devido à expansão dos plasmoblastos. Isso ocorre porque o sistema imunológico tenta rapidamente combater o vírus, mas pode levar a uma inflamação excessiva em alguns casos.
•	O anticorpo IgG desempenha um papel importante no controle da viremia, ajudando a neutralizar o vírus e reduzir sua presença no corpo.
•	A opsonização é o processo pelo qual os anticorpos se ligam a um patógeno, marcando-o para que as células fagocíticas (como os macrófagos) possam reconhecê-lo e destruí-lo de forma mais eficaz.

Resumindo, a resposta imune inicial é garantida pelos plasmoblastos, que produzem anticorpos rapidamente, mas a proteção de longo prazo é mantida pelas células de memória e plasmócitos, que asseguram uma resposta sustentada e rápida em futuras exposições ao mesmo patógeno.

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Q

respostas adaptativas ao sar cov 2

1.	Imunidade Adaptativa e Duração do IgG:

2.	Diferenças na Resposta Imune entre Pessoas:
A

Transcrição da Imagem:

Respostas Adaptativas ao SARS-CoV-2

•	O IgG do Covid-19 dura entre 4 e 6 meses, assim, há a necessidade de fazer doses de reforço a cada 6 meses. As células T de memória também decaem ao longo do tempo.
•	Diferenças da Imunidade entre as Pessoas (Por que pacientes com COVID sem comorbidades têm reações diferentes):
•	O envelhecimento diminui a imunidade;
•	Trauma precoce gera marcas epigenéticas que modulam a maneira de reagir do sistema imune (por exemplo, adolescentes com maus-tratos na infância podem ter hiperinflamação);
•	Hormônios: Durante a gestação, menopausa e no período fértil, os hormônios variam e afetam a resposta imune;
•	Estresse diminui a imunidade, além de afetar o ciclo do sono, nutrição, genética, tabagismo, alcoolismo e infecções. As alterações no sono também alteram a imunidade;
•	Seguir o calendário vacinal aumenta a proteção até para outras infecções;
•	Homens têm casos mais graves de COVID-19.

Explicação Detalhada e Didática:

1.	Imunidade Adaptativa e Duração do IgG:
•	Após a infecção por COVID-19, o corpo humano gera uma resposta imunológica com produção de anticorpos, incluindo IgG, que é essencial na defesa contra o vírus. No entanto, esses níveis de IgG tendem a cair entre 4 a 6 meses após a infecção, o que explica a necessidade de doses de reforço regulares para manter a proteção.
•	A queda do IgG e das células T de memória ao longo do tempo reduz a eficiência da resposta imunológica contra o vírus, o que pode levar a reinfecções ou perda de proteção com o tempo.
2.	Diferenças na Resposta Imune entre Pessoas:
•	Idade: O envelhecimento está associado a uma diminuição da função imunológica, conhecida como imunossenescência. Isso torna os idosos mais vulneráveis a infecções como a COVID-19.
•	Trauma precoce e epigenética: Experiências traumáticas na infância podem causar alterações epigenéticas que afetam permanentemente a maneira como o sistema imunológico responde. Isso pode resultar em respostas exageradas, como inflamação excessiva.
•	Hormônios e Imunidade: Fases hormonais, como a gravidez e a menopausa, afetam o equilíbrio imunológico. Por exemplo, na gravidez, o sistema imunológico pode ser modulado para evitar a rejeição do feto, o que altera a capacidade de resposta a infecções.
•	Estresse e Estilo de Vida: O estresse crônico, má nutrição, consumo de álcool e tabagismo são fatores que comprometem a imunidade. Além disso, distúrbios do sono interferem na regeneração e no funcionamento adequado do sistema imunológico, prejudicando sua capacidade de combate a infecções.
•	Calendário vacinal: Manter as vacinas em dia, além de prevenir doenças específicas, fortalece o sistema imunológico de modo geral, oferecendo uma proteção adicional contra infecções, inclusive a COVID-19.
•	Diferença entre gêneros: Os homens apresentam taxas mais altas de casos graves de COVID-19 em comparação com as mulheres, o que pode estar relacionado a diferenças hormonais, genéticas e de comportamento, que influenciam na resposta imune.

Em suma, a resposta adaptativa ao SARS-CoV-2 varia entre indivíduos, sendo influenciada por fatores como idade, trauma, hormônios, estresse e estilo de vida. Essas variações explicam porque algumas pessoas desenvolvem respostas mais graves ou leves à COVID-19.

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Q

maturação de afinidade

A
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Q

celulas TH na resposta humoral

A

Células Th são fundamentais na resposta humoral

Texto da imagem:

•	O sistema imune testa quais células produzem os melhores anticorpos; Esses testes são feitos pelas células T helpers, inclusive as células TFh; Resumindo: célula T controla a célula B;
•	O tipo de citocina que a célula T helper produz determina o isótopo que será produzido pelo linfócito B;
•	Um defeito genético, por exemplo, na célula T que produz somente IgM, não consegue fazer troca de classes; Não é um defeito na célula B.

Explicação Detalhada

1.	Células T Helper (Th) e a Resposta Humoral: As células T Helper (Th) desempenham um papel crucial na resposta humoral, que é a parte do sistema imunológico responsável pela produção de anticorpos. Essas células atuam como “coordenadoras” da resposta imune, auxiliando outras células a realizar suas funções de forma eficaz. Em particular, as células Th ajudam os linfócitos B a produzir anticorpos. Dentro desse grupo de células Th, as células T foliculares helper (Tfh) são especializadas em auxiliar diretamente os linfócitos B nos centros germinativos dos linfonodos, onde ocorre a proliferação e maturação das células B, levando à produção de anticorpos mais eficazes e à troca de classes de anticorpos.
2.	Como o sistema imune “testa” as células B: As células T Helpers “testam” e controlam quais linfócitos B estão produzindo os melhores anticorpos. Esse processo de controle ocorre principalmente por meio das citocinas que as células T Helper liberam. As citocinas são moléculas de sinalização que podem estimular diferentes tipos de respostas no linfócito B, determinando, por exemplo:
•	Se o linfócito B continuará produzindo anticorpos do tipo IgM (o primeiro anticorpo produzido na resposta imune).
•	Se ele mudará para produzir outros tipos de anticorpos, como IgG, IgA, ou IgE, processo conhecido como troca de classe.
3.	Citocinas e troca de classe de anticorpos: O isótipo de anticorpo (IgM, IgG, IgA, IgE) que o linfócito B vai produzir é determinado pelo tipo de citocina que a célula T Helper libera. Diferentes citocinas incentivam a produção de diferentes classes de anticorpos:
•	Interleucina-4 (IL-4), por exemplo, favorece a troca para IgE, que é importante nas respostas alérgicas e na defesa contra parasitas.
•	Interferon-gama (IFN-γ) induz a produção de IgG, que é eficaz em neutralizar patógenos como bactérias e vírus.
4.	Defeitos genéticos e a incapacidade de troca de classe: Em algumas condições, um defeito genético nas células T impede a troca de classes de anticorpos. Por exemplo, se uma célula T só for capaz de estimular a produção de IgM, o linfócito B não conseguirá mudar para outras classes, como IgG, IgA ou IgE. Nesse caso, o problema não está na célula B, mas sim na célula T, que não consegue fornecer as citocinas corretas para induzir a troca de classe.
•	IgM é o anticorpo produzido inicialmente, mas para uma resposta imune mais eficaz, a troca para IgG (que é mais específico e eficiente) ou outras classes de anticorpos é crucial.
•	Essa falha na troca de classes pode levar a uma imunodeficiência, onde o indivíduo não consegue montar uma resposta imune apropriada contra certos patógenos.
68
Q

anticorpos MONOCLONAISPARAPESQUISA,DIAGNÓSTICOETRATAMENTO:

1.	Anticorpos Monoclonais:
2.	Teste de ELISA:
3.	Imunofluorescência:
4.	Aplicações Terapêuticas dos Anticorpos Monoclonais:
A

Transcrição da Imagem:

Anticorpos Monoclonais e Testes Laboratoriais

•	Anticorpos monoclonais são feitos em laboratórios:

1.	Teste de ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay):
•	Imunoensaio com uso de anticorpos ligados a enzimas.
•	No caso de um paciente positivo ao teste, os anticorpos específicos do paciente se ligam ao antígeno em análise. Isso permite que apenas os anticorpos que fizeram ligação com o antígeno permaneçam, e em seguida é adicionado um anticorpo marcado com uma enzima.
•	A enzima faz ligação ao antígeno que ficou ligado, desencadeando uma reação enzimática. A cor gerada pode ser mensurada em laboratório: quanto mais intensa, maior a concentração de anticorpos.
•	Esse é o princípio de funcionamento de alguns testes rápidos, como os de coronavírus, que se baseiam no ELISA.
2.	Imunofluorescência:
•	Uso de microscopia confocal para análise de marcadores fluorescentes nas amostras.

Aplicações dos Anticorpos Monoclonais:

•	COVID-19: Bamlanivimabe e Casirivimabe + Imdevimabe.
•	Transplantes:
•	Muromonab-CD3 (OKT3) para prevenir rejeição aguda.
•	Daclizumabe (Zenapax®) liga-se à IL-2, prevenindo a rejeição aguda em transplantes renais.
•	Alergias:
•	Omalizumabe (Xolair®) liga-se à IgE e impede a ligação aos mastócitos, evitando reações alérgicas.
•	Reumatologia:
•	Infliximabe (Remicade®) e Adalimumabe (Humira®) inibem TNF-α, usados na artrite reumatoide como “biológicos”.
•	Anakinra: anti-IL-1.
•	Rituximabe: anti-CD20, inibe células B.
•	Câncer:
•	Daclizumabe (Zenapax®) inibe IL-2, utilizado em linfomas de células T.
•	Rituximabe: inibe CD20, usado em linfomas do tipo Não Hodgkin.
•	Herceptin: anti-HER2, usado em câncer de mama metastático.
•	Atualmente, anticorpos monoclonais têm como objetivo “destravar o sistema imune” e estimular a resposta de CD4+ e CD8+ contra tumores.

Outras Aplicações Clínicas:

•	Doença de Alzheimer:
•	Terapia com aducanumabe (anticorpo contra placas amiloides) reduz as placas em pacientes com Alzheimer. Estudos clínicos em andamento.
•	Depressão e Transtorno Bipolar:
•	Estudos com anticorpos monoclonais bloqueiam citocinas inflamatórias, como o receptor TNF-alfa solúvel e anti-TNF-alfa.

Explicação Detalhada e Didática:

1.	Anticorpos Monoclonais: São proteínas criadas em laboratório para se ligar especificamente a alvos, como antígenos em doenças. Eles podem ser usados em diagnósticos, tratamentos de doenças autoimunes, câncer, transplantes, entre outros.
2.	Teste de ELISA: O princípio desse teste é baseado na ligação de anticorpos aos antígenos e na subsequente detecção dessa interação usando uma reação enzimática que gera uma cor. A intensidade da cor é proporcional à quantidade de anticorpos presentes na amostra, sendo útil para medir a resposta imune do paciente.
3.	Imunofluorescência: É uma técnica usada para marcar células ou moléculas com anticorpos que emitem luz fluorescente. Isso permite a visualização de componentes celulares específicos sob o microscópio confocal.
4.	Aplicações Terapêuticas dos Anticorpos Monoclonais:
•	No COVID-19, os anticorpos monoclonais são usados para neutralizar o vírus em pacientes infectados, impedindo sua progressão.
•	Nos transplantes, anticorpos como o Muromonab-CD3 evitam a rejeição ao bloquear respostas imunes que atacariam o órgão transplantado.
•	Em alergias, como o uso de Omalizumabe, os anticorpos bloqueiam a IgE, evitando a ativação de células que causam reações alérgicas graves.
•	No tratamento de câncer, como linfomas e câncer de mama, anticorpos específicos atacam diretamente as células cancerosas, ajudando o sistema imunológico a combatê-las.

Essas aplicações mostram a versatilidade e importância dos anticorpos monoclonais tanto na terapia quanto no diagnóstico de diversas doenças.

69
Q

mecanismo dos anticorpos monoclonais para covid

A

Mecanismos dos Monoclonais para COVID-19

A imagem descreve os principais mecanismos pelos quais os anticorpos monoclonais podem agir para combater a infecção pelo vírus da COVID-19. Esses anticorpos são produzidos em laboratório e são projetados para se ligar a partes específicas do vírus, inativando-o ou marcando-o para destruição pelo sistema imunológico.

1.	Neutralização:
•	Os anticorpos monoclonais podem se ligar diretamente às proteínas da superfície do vírus, como a proteína spike do SARS-CoV-2, impedindo que o vírus entre nas células humanas. Esse processo é chamado de neutralização.
•	Quando o anticorpo bloqueia a proteína spike, o vírus não consegue se ligar ao receptor ACE2 nas células humanas, interrompendo a infecção antes que comece.
2.	Opsonização:
•	A opsonização é o processo pelo qual o anticorpo se liga ao vírus, tornando-o mais “visível” para as células fagocíticas do sistema imunológico, como os macrófagos.
•	Isso facilita a captura e a destruição do vírus pelas células imunológicas, que o fagocitam e o eliminam.
3.	Citotoxicidade Celular Dependente de Anticorpos (ADCC):
•	Esse mecanismo envolve as células efetoras, como as células NK (Natural Killer). Quando o anticorpo se liga ao vírus ou a uma célula infectada pelo vírus, as células NK reconhecem a parte Fc do anticorpo e liberam substâncias tóxicas (como perforinas e granzimas) que matam a célula infectada.
•	Esse é um mecanismo fundamental para eliminar células já infectadas e evitar a propagação do vírus.
4.	Citotoxicidade Dependente de Complemento:
•	Nesse processo, os anticorpos ativam o sistema complemento, um conjunto de proteínas que, quando ativadas, formam o Complexo de Ataque à Membrana (MAC). O MAC faz buracos na membrana da célula infectada ou na cápsula do vírus, levando à sua lise (destruição).
•	Esse processo complementa (daí o nome) a ação dos anticorpos, permitindo uma destruição mais eficiente.
5.	Fagocitose Celular Dependente de Anticorpos:
•	Nesse mecanismo, os anticorpos ligados ao vírus ou a células infectadas são reconhecidos por receptores Fc presentes em células fagocíticas, como os macrófagos.
•	Os macrófagos, então, fagocitam (engolem) e destroem tanto o vírus quanto a célula infectada.