Ortopedia Flashcards
Paciente chega ao PS após queda de uma escada. Apresenta deformidade no terço médio da tíbia. Qual o diagnóstico?
Fratura.
Quais as características das fraturas?
- Perda da continuidade óssea.
- A região que cicatriza mais rápido é a metáfise.
Quais os tipos de fraturas?
- Fechadas: sem lesão de partes moles.
- Abertas: com lesão de partes moles e contato do fragmento ósseo com o meio externo.
- Galho verde (criança): quebra uma cortical e amassa a outra.
- Patológica: em osso frágil por doença prévia.
Quais as fases de consolidação das fraturas?
- Hematoma fraturário (2 semanas).
- Calo fraturário mole (2-6 semanas).
- Calo fraturário duro/calo ósseo (4-8 meses).
OBS.: para haver uma boa consolidação, deve haver ausência de infecção, boa vascularização e estabilização da fratura.
Qual o tratamento geral das fraturas?
- Redução.
- Estabilização (gesso ou cirurgia).
Qual a sequência de colocação de um gesso?
- Malha tubular.
- Algodão ortopédico.
- Gesso.
- Faixa crepe.
Quais as principais complicações das fraturas?
- Síndrome compartimental.
- Contratura de Volkmann (mais comum pós-síndrome compartimental, com fibrose da musculatura).
- Pseudoartrose (não consolidação em 9 meses).
- Osteomielite.
- TEP e embolia gordurosa.
- Lesão arterial (raro).

Qual a abordagem das fraturas expostas?
- ATLS.
- Curativo estério.
- Exame de imagem.
- Antibiótico em até 3h (de acordo com a classificação de Gustilo-Anderson).
- Cirurgia em até 6h (se não houver contaminação grosseira, pode ser até 24h).
- Vacina anti-tetânica.
OBS.: toda fratura exposta é uma emergência cirúrgica!
Qual a classificação de Gustilo-Anderson nas fraturas expostas?
- Tipo I (< 1cm): mínima contaminação e lesão de partes moles.
- Tipo II (1 a 10cm): contaminação e lesão de partes moles moderadas.
- Tipo III (> 10cm): esmagamento com cobertura óssea por partes moles (A), necessidade de retalho para cobrir parte óssea (B) ou lesões arteriais (C).
OBS.: lesões por PAF ou no meio rural são automaticamento do tipo III!
Qual antibiótico utilizar de acordo com a classificação de Gustilo-Anderson nas fraturas expostas?
- Tipo I e II: cefalosporina de 1ª geração.
- Tipo III: cefalosporina de 1ª geração + aminoglicosídeo OU cefalosporina de 3ª geração.
- Se área rural: acrescentar penicilina.
OBS.: a medida mais eficiente para previnir infecção é a lavagem e o desbridamento (e não o antibiótico)!
Qual a sequência do tratamento cirúrgico das fraturas abertas?
- Desbridamento.
- Limpeza mecânica.
- Estabilização da fratura.
- Tratamento das lesões vasculares e de partes moles.
Quais as características da fratura fisária?
- Fratura na cartilagem de ossificação dos ossos longos.
- Só ocorre em crianças.
- Pode causar crescimento assimétrico e deformidade do osso.
Qual a classificação de Salter-Harris das fraturas fisárias.
- Tipo I: fratura na prórpia placa epifisária.
- Tipo II (mais comum): fratura da placa epifisária e de um fragmento da metáfise (sinal de Thuston-Holland).
- Tipo III: fratura atravessa a epifise e compromete a placa epifisária.
- Tipo IV: fratura atravessa a epífise, placa epifisária e metáfise.
- Tipo V: compressão e esmagamento da placa epifisária.

Qual o tratamento das fraturas fisárias?
- Tipo I e II (bom prognóstico): redução fechada e imobilização com gesso.
- Tipo III e IV: redução aberta e fixação cirúrgica interna.
- Tipo V (mal prognóstico): correção do déficit de crescimento (sequelas inevitáveis).
Quais as característicad das luxações?
- Perda da congruência articular.
- São mais urgentes do que as fraturas devido ao risco de lesão nervosa.
Quais as características da entorse?
- Perda transitória da congruência articular, pode do haver lesão ligamentar.
- A entorse mais comum é o do ligamento talofibular anterior.
- Causa edema e sinais flogísticos no local da entorce.
- Tratamento (RICE): Repouso, Ice (gelo), Compressão e Elevação.

Criança de 2 anos vem ao PS com queixas de dor no cotovelo após brincadeira com os pais. Apresenta o membro em em posição antálgica antálgica
Pronação dolorosa.
Quais as características da pronação dolorosa?
- Decorre da sublixação da cabeça do rádio ao elevar a criança por um único braço.
- A criança fica com o membro em pronação fixa devido à dor.
- Reduzir com supinação e flexão.
OBS.: após a redução, realizar exames de imagem e neurovascular.

Paciente com queixas de dor intensa progressiva na região distal do antebraço. Nega traumas. Encontra-se febril e com elevação importante da VHS. Radiografia sem alterações. Qual o diagnóstico?
Osteomielite.
Quais as características da osteomielite?
- Infecção do osso.
- Causa inflamação e necrose do osso.
Quais os tipos de osteomielite?
- Hematogênica: mais comum em crianças.
- Contiguiudade (pricipal): ocorre por trauma direto, fraturas ou cirurgia.
Qual o quadro clínico da osteomielite?
- Dor óssea.
- Febre.
- Aumento e PCR e VHS (muito elevada).
Quais as alterações radiológicas da osteomielite?
- Raio X: perioesteíte e lesão lítica (só aparecem após 10 a 14 dias).
- Ressonância magnética (padrão-ouro): inflamação óssea.

Quais as características da osteomielite hematogênica aguda?
- Mais comum em meninos.
- Afeta mais a metáfise dos ossos longos.
Quais os principais agentes da osteomielite hematogênica aguda?
- S. aureus (principal).
- GBS e Gram negativos: recém-nascidos.
- Salmonella: anemia falciforme.
- Pseudomonas: ferimentos penetrantes.
Qual o tratamento da osteomielite?
- Drenagem cirúrgica.
- Antibiótico: oxacilina (todos), gentamicina (RN) ou ceftriaxone (falcêmicos) por 6 a 8 semanas.
- Sequestrectomia: lesões crônicas.
Quais as características dos tumores ósseos?
- Causam dor e proeminência óssea crônicas (semanas a meses).
- Podem causar fratura patológica.
- O principal tumor malígno é a metástase.
Quais os principais tumores ósseos malignos primários do osso?
- Osteossarcoma.
- Sarcoma de Ewing.
- Condrossarcoma.
Quais as características do osteossarcoma?
- É o sarcoma ósseo mais comum.
- Ocorre entre 10 e 25 anos de idade e em homens.
- Afeta peincipalmente a metáfise dos ossos longos (principalmente o fêmur distal).
- Há aumento da fosfatase alcalina.
Como é o diagnóstico do osteossarcoma?
- Lesões com componentes líticos e blásticos.
- Reação periosteal em raios de sol e triângulo de Codman.
- Bióspia óssea.

Qual o tratamento do osteossarcoma?
- QT neoadjuvante.
- Ressecção cirúrgica.
- QT adjuvante.
Quais as características do sarcoma de Ewing?
- Ocorre em crianças e adolecentes do sexo masculino entre 5 e 15 anos.
- Muito mais comum em brancos.
- Acomete mais a diáfise de óssos longos (principalmente o fêmur).
- Presença de sintomas sistêmicos (febre e perda ponderal).
Quais os achados radiológicos do sarcoma de Ewing?
- Lesões ósseas permeativas (“roído de traças”).
- Reação periosteal em casca de cebola.

Qual o tratamento do sarcoma de Ewing?
- QT neoadjuvante.
- Cirurgia ou RT.
- QT adjuvante.
Quais as características do condrosarcoma?
- Tumor do tecido cartilaginos.
- Mais comume em homens mais velhos (40 a 60 anos).
- É o tumor mais comum da parede torácica.
- Apresenta crescimento lento.
- Tratamento apenas cirúrgico.
Quais os principais tumores metastáticos ósseos?
- Lesões líticas (pretas): mama, pulmão (exceto oat cells) e mieloma múltiplo.
- Lesões blásticas (brancas): próstata e oat cells.
Paciente de 2 meses com queixas de manobras de Barlow e Ortolani positivas no momento do parto. Realizou USG que revelou perda da congruência do fêmur esquerdo com o quadril. Qual o diagnóstico?
Displasia do desenvolvimento do quadril (luxação congênita do quadril).
Quais as características da displasia do desenvolvimento do quadril?
- Instabilidade congênita do quadril, levando a luxação.
- A maioria se resolve até 2 meses de idade.
Quais os fatores de risco para displasia do desenvolvimento do quadril?
- Apresentação pélvica.
- Oligoâmnio.
- Gemelaridade.
- Sexo feminino.
Como é o diagnóstico da displasia do desenvolvimento do quadril?
- Manobra de Barlow: adução da coxa com tração para baixo, induzindo uma luxação se a articulação estiver instável (sente-se um click).
- Manobra de Ortolani: abrir e as pernas e tracionar as coxas pra cima, reduzindo a articulação se estiver lucxada (sente-se um click).
- Sinal de Galeazzi: altura do joelho luxado é menor quando os joelhos se fletem.
- Sinal de Hart: limitação da abdução do fêmur.
- Movimentação do fêmur ao puxar e empurrar a coxa (telescopagem).
OBS.: as manobras de Barlow e Ortolani só são confiáveis até o 2º mês de vida!

Qual a conduta se as manobras sugerirem displasia do desenvolvimento do quadril?
- < 3-4 semanas: repetir exame.
- > 4 semanas: USG.
Qual o tratamento da displasia do desenvolvimento do quadril?
- Tirante se Pavlik.
- Cirurgia (se > 18 meses).

Paciente de 6 anos com queixas de claudicação da coxa e dor no joelho esquerdo há 6 mês. Apresenta limitação na abdução e rotação interna do quadril. Radiografia revela cabeça femoral esquerda irregular e diminuída. Qual o diagnóstico?
Doença de Legg-Calvé-Perthes.
Quais as características da doença de Legg-Calvé-Perthes?
- Necrose avascular da cabeça do fêmur.
- Ocorre por interrupção das artérias retinaculares do fêmur, levando a isquemia e necrose com remodelação óssea defeituosa (incongruência articular).
- Pode levar a artrose precoce na vida adulta.
- Mais comum em meninos de 2 a 12 anos e unilateral.
Qual o quadro clínico da doença de Legg-Calvé-Perthes?
- Claudicação subaguda (6 meses de evolução).
- Dor na região inguinal.
- Sinal do obturador: dor referida no joelho.
- Limitação da abdução e rotação interna do quadril.
Quais os exames utilizados no diagnóstico da doença de Legg-Calvé-Perthes?
- Radiografia: AP e Lauestein (posição de rã).
- Ressonância: mais sensível.
Quais os achados radiológicos da doença de Legg-Calvé-Perthes?
- Fragmentação da porção medial da epífise femoral.
- Aumento da densidade óssea na cabeça do fêmur.
- Redução do tamanho da cabeça femoral.
- Aumento do espaço articular.
- Sinal do crescente (radiolucência subcondral).

Qual o tratamento da doença de Legg-Calvé-Perthes?
- < 6 anos: observação.
- > 6 anos: contenção da cabeça femoral no acetábulo.
Paciente de 12 anos com queixas de claudicação na virilha e dor no joelho esquerdo há 3 semanas. Radiografia revela linha de Klein não atravessando o joelho esquerdo. Qual o diagnóstico?
Epifisiólise.
Quais as características da epifisiólise?
- Deslizamento da epífise em relação ao colo do fêmur devido ao enfraquecimento da placa fisária.
- Mais comum em meninos de 11 a 15 anos e no lado esquerdo (é a principal causa de dor no quadril nessa faixa etária).
- Pode apresentar evolução aguda (< 3 semanas) ou subaguda (> 3 semanas).
Qual o quadro clínico da epifisiólise?
- Claudicação.
- Dor na virilha.
- Sinal do obturador (pode ser a única queixa).
- Rotação externa do membro afetado.
- Sinal de Drehman: rotação externa e abdução involutária da coxa após flexão passiva.
Quais os achados radiológicos da epifisiólise?
- Descolamento da cabeça do fêmur.
- Sinal de Trethowan: linha de Klein (a partir da porção superior do colo do fêmur) não atravessa a epífise.
- Sinal do cajado: ossificação do descolamento, deixando o colo encurvado.

Qual o tratamento da epifisiólise?
Epifisiodese (fechamento cirúrgico da placa epifisária).
Paciente de 5 anos com queixas de claudicação e dor no joelho há 3 dias. Refere resfriado comum há 2 semanas. Não apresenta diminuição da mobilidade articular. Qual o diagnóstico?
Sinovite transitória do quadril.
Quais as características da sinovite transitória do quadril?
- Sinovite idiopática com pequeno derrame articular.
- Mais comum em crianças de 3 a 8 anos.
- A maioria ocorre após infecção das vias aéreas superiores.
- O principal diagnóstico diferencial é a artrite séptica.
Qual o quadro clínico da sinovite transitória do quadril?
- Claudicação.
- Dor na região anterior do quadril, irradiando para coxa e joelho.
- Ausência de redução da mobilidade.
- VHS e PCR normais.
- AUSÊNCIA DE FEBRE (ao contrário da artrite séptica).
OBS.: o melhor exame complementar é a USG!
Qual o tratamento da sinovite transitória do quadril?
- Repouso (principal).
- Analgesia.
Paciente de 10 anos com queixas de dor intensa no joelho há 1 semana. Apresenta tumoração na face anterior da tíbia. Radiografia revela fragmento da tuberosidade tibial. Qual o diagnósico?
Doença de Osgood-Schlatter.
Quais as características da doença de Osgood-Schlatter?
- Epifisite idiopática da tuberosidade da tíbia.
- Mais comum em meninos de 8 a 15 anos praticantes de esportes.
Qual o quadro clínico da doença de Osgood-Schlatter?
- Dor intensa no joelho.
- Tumoração na tuberosidade tibial.
Quais os achados radiográficos da doença de Osgood-Schlatter?
Fragmentação da tuberosidade tibial (puxada pelo tendão patelar).

Qual o tratamento da doença de Osgood-Schlatter?
- Repouso.
- Analgesia.
- Uso de joelheiras.