O ombro Flashcards

1
Q

As Fracturas da clavicula são frequentes?

A

Sim. especialmente nas crianças

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

Anatomia do Ombro

A
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

Quais os dois mecanismos envolvidos nas fracturas da clavícula?

A

O mecanismo indirecto
pode ser a queda com o braço estendido e apoio na mão (o membro superior se desloca
proximalmente, empurrando a escápula sobre a
clavícula)

Ou queda directa sobre o ombro.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

Quais os principais pontos de fractura da clavícula?

A

Terço interno- mais rara

Terço externo

Terço médio - mais comum (80%)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

Porque razão é o terço médio da clavicula mais acometido por leãoes?

A

O segmento da clavícula mais fraturado é o terço
médio (80% dos casos), pois a clavícula está
bem fixada no acrômio (articulação reforçada
pelos ligamentos trapezoide e conoide) e no
manúbrio esternal.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

Qual a posição dos fragmentos na fractura da clavícula no terço médio?

A

O fragmento proximal tende a deslocar-se para cima e para trás, por ação muscular (esternocleidomastoideu), enquanto que o fragmento distal tende a deslocar-se inferiormente e para a frente, por ação do peso do ombro. (delteoide e grande peitoral)

Há um cavalgamento dos topos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

Qual a posição dos fragmentos na fractura da clavícula no terço interno?

A

geralmente não há deslocamento dos topos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

Por que razão é a fratura no
terço distal, de prognóstico menos favorável do
que o da fratura do terço médio?

A

Porque pode haver compromisso dos ligamentos coracoclaviculares: ( (conoide, trapezoide) e da articulação acromioclavicular.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

Qual a clínica das fracturas da clavícula?

A

O paciente chega com dor, tumefação e/ou deformidade angular na região da clavícula, por vezes com crepitação no exame clínico. O diagnóstico é
confirmado pela radiografia do ombro em AP.

Dor espontânea e à palpação local no foco de fratura. Pode existir limitação dolorosa.
Associam-se a deformidade mais ou menos evidente que se deve ao deslocamento dos topos de fratura – sobretudo as do 1/3 médio.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

Qual a prognóstico das fracturas da clavícula?

A

O prognóstico da fratura de clavícula em
geral é muito bom e o tratamento de escolha
é o conservador.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

Qual é e quando aplicamos tratamento conservador nas fracturas da clavicula?

A

A redução, se necessária (fratura desviada), é feita por via fechada, sob anestesia. A criança pode ser imobilizada com uma bandagem de Velpeau (braço junto ao corpo) e o adulto, com um cruzado posterior mantendo os ombros para trás

A mobilização supervisionada
do ombro é permitida precocemente (uma semana),
para evitar a “síndrome do ombro congelado”
ou capsulite adesiva. Nos adultos, a
consolidação clínica ocorre entre 6-8 semanas;
o retorno às atividades plenas do ombro se dá
geralmente após três meses.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

Em que situações procedemos à terapia cirurgica nas fracturas a clavícula? 4

A

Complicadas com lesões neurovasculares.

  • 1/3 externo com rotura do ligamento conóide e trapezóide
  • Grandes deslocamentos
  • Expostas
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

Quais as principais complicações das fracturas da clavicula? 3

A
  • Lesões neurovasculares
  • Calo exuberante com lesão neurovascular crónica
  • Pseudartroses
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

Que estruturas formam a articulação Acromioclavicular e quais as suas funções?

A

A articulação Acromioclavicular (AC) é
uma juntura sinovial entre o acrômio da
escápula e a clavícula, envolvida
nos movimentos do ombro acima
dos 30º (principalmente após os 90º). É
estabilizada por ligamentos extracapsulares
(ligamentos coracoclaviculares).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

De que resultam as luxações AC?

A

Resultam de quedas ou traumatismo diretos sobre o ombro (em que o acrómio é empurrado para baixo).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

Em que grupos de pacientes são mais comuns as luxações AC?

A

São frequentes em jovens desportistas (rugby e futebol).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

Qual a clínica da luxação AC?

A

O paciente se apresenta com dor, impotencia funcional e edema na porção superior do ombro, na articulação AC.
Ao exame, o paciente apresenta o
“sinal de tecla” (deslocamento inferior da clavícula
com a palpação), deformidade (extremidade
distal da clavícula deslocada para cima) e dor
agravada pela tração do braço para baixo e pela
adução forçado do braço contra o tórax.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

Quais os exames de diagnóstico de eleição na luxação AC?

A

o diagnóstico
é firmado pela radiografia em AP (eventualmente
repetida com o paciente segurando um
peso com a mão no lado afetado) evidenciando,
em geral, o deslocamento superior da clavícula
em relação ao acrômio, porém é fundamental
as outras incidências da série trauma do ombro:
perfil de escápula e axilar pois o desvio da clavícula
pode ser posterior em relação ao acrômio (tipo IV de Rockwood)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

Como são classificadas as lesões da articulação AC? 6

A

As lesões da articulação
AC são classificadas por Rockwood

  1. Tipo I – Entorse: há distensão da cápsula acrómioclavicular, mas manutenção da integridade ligamentar;
  2. Tipo II – há rutura da cápsula acrómioclavicular com ligeiro deslocamento da clavícula para cima e para trás, mas manutenção da integridade ligamentar.
  3. Tipo III – luxação com elevação da clavícula a ponto de cavalgar sobre o acrômio e rotura da cápsula e dos ligamentos coracoclaviculares;
  4. Tipo IV – deslocamento posterior da clavícula;
  5. Tipo V – elevação muito acentuada da clavícula;
  6. Tipo VI – deslocamento anterior infracoracoide.
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

Quais as funções dos ligamentos acromioclaviculares?

A

Os ligamentos acromioclaviculares associam-se sobretudo à estabilidade horizontal enquanto que os coracoclaviculares são responsáveis pela estabilidade vertical.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

Em lesões da AC se verifica dor e impotência funcional?

A

Associam-se a dor e impotência funcional sobretudo na abdução (mais evidente nos graus mais avançados II e III).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

Em lesões da AC se verifica deformidade?

A

A deformidade varia de acordo com o tipo de traumatismo. Está normalmente ausente no grau I, já é percetível no graus II e é acentuada no grau III (devido à incongruência completa das superfícies articulares).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

O que é o sinal da tecla na AC?

A

Nos traumatismos de grau III existe normalmente um sinal muito característico, o sinal da tecla (a clavícula comporta-se como uma tecla de um piano quando se carrega sobre ela).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

O que mostra a Rx no Grau I de lesão AC?

A

Radiografia de ambas as articulações acrómio claviculares (para comparação).
No grau I não existem alterações

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
Q

O que mostra a Rx no Grau II de lesão AC?

A

No grau II, por sua vez, é visível um aumento do espaço AC associado a uma ligeira elevação da clavícula.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
26
Q

O que mostra o Rx no Grau III de lesão AC?

A

Finalmente, no grau III há uma grande elevação da clavícula e aumento do espaço acrómio e coracoclaviculares

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
27
Q

Que exame pedir Nos casos em que existe duvida entre grau II e III?

A

Nos casos em que existe duvida entre grau II e III pode solicitar-se também radiografia de ambas as articulações acrómio claviculares em stress, com peso de 5Kg em ambos os braços. No grau III vai haver uma subida aparente da clavícula.

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
28
Q

Qual o tratamento nas lesões AC de grau I e II?

A

O tratamento é sempre conservador nos tipos I e
II e na maioria dos casos do tipo III. Crioterapia
(gelo por 15 min 4/4h) + AINE + uso de uma
suspenção braquial por 2/3 semanas são as medidas preconizadas.
A imobilização do ombro não deve
ultrapassar este período para que seja evitada
a “síndrome do ombro congelado” (capsulite
adesiva).

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
29
Q

Qual o tratamento das lesões AC de grau III a VI?

A

Lesões tipo III em atletas ou tipos IV,
V e VI são indicações cirúrgicas (redução aberta
+ fixação coracoclavicular).

No grau III o tratamento é cirúrgico uma vez que são lesões de fácil redução mas de difícil contenção. Todavia nos idosos ponderar primeiro o tratamento conservador

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
30
Q

O que se entende por luxação do Ombro?

A

A luxação Glenoumeral (GU) é a mais comum
da prática médica!! É caracterizada
pela perda da relação entre a cabeça do úmero
e a cavidade glenoide da escápula.

31
Q

Em que grupo de pacientes são mais frequentes as luxações do ombro?

A

A luxação do ombro é mais comum na faixa
entre 20-30 anos (ligamentos e tendões mais
“elásticos”), com predomínio em homens desportistas.

32
Q

Qual o mecanismo lesional das luxações do ombro?

A

Na luxação traumática, o indivíduo
pode deslocar o ombro após um súbito e contundente
movimento composto de extensão,
abdução e rotação externa (braço para trás,
aberto e rodado para fora), evento comum em
atividades esportivas. Quedas para trás sobre
o braço estendido ou sobre a região posterior
do ombro podem também acarretar luxação…

33
Q

Quais os factores predisponentes a luxação do ombro?

A

Existem fatores intrínsecos (particularidades anatómicas) que favorecem este tipo de lesões: a cavidade glenoide é 3 a 4 vezes mais pequena que cabeça do úmero e a cápsula é pouco resistente (sobretudo anteriormente).

34
Q

Qual a classificação das luxações do ombro?

A
  1. Luxações Anteriores
    1. • Luxações subacromiais
    2. • Luxações subclaviculares
    3. • Luxações subglenoideias: é a mais frequente de todas
  2. Luxações Posteriores geralmente causada
    por fortes contrações musculares durante
    eletrocussão ou convulsões
  3. Luxações Inferiores (Eretas)
35
Q

Qual a clínica presente nas luxações anteriores do ombro?

A

O paciente nota imediatamente que “alguma
coisa saiu do lugar ou quebrou” e sente-se incapaz
de usar o braço, o qual tende a suportar
com a mão oposta. Ao exame, o ombro está
doloroso, ligeiramente rodado externamente e
abduzido, e apresentando uma depressão em
sua face lateral, onde deveria estar a cabeça do
úmero, conhecida como “sinal da dragona” ou do “sinal do cabide”.

também uma proeminência anterior (cabeça
do úmero deslocada), além de impotência
funcional da articulação.

36
Q

Qual a clínica presente nas luxações anteriores do ombro?

A

Existe dor intensa no ombro e o doente é incapaz de mobilizar a articulação.
Nas luxações anteriores é frequente o doente apresentar-se no serviço de urgências com o braço em ligeira abdução, com cotovelo fletido e o antebraço em pronação apoiado no outro braço. Para além disso pode ser visível uma proeminência na região anterior do ombro (cabeça umeral) acompanhada de um achatamento da face externa do ombro com saliência do acrómio

37
Q

Que outras lesões podem acompanhar a luxação do ombro? 7

A
  1. lesão do nervo axilar (circunflexo do úmero)
  2. lesão da artéria axilar
  3. lesão de Bankart
  4. lesão denHill-Sachs
  5. fraturas em 10% dos casos (tubérculo maior do úmero e/ou borda anterior da glenoide)
  6. rotura do manguito rotador (pacientes com mais de 40 anos)
  7. lesão do plexo braquial
38
Q

Como se manifesta a lesão do nervo axilar?

A

É possível ocorrer
lesão do nervo axilar (circunflexo do úmero),
manifestando-se com parestesias e hipoestesia
na região lateral do deltoide, bem como
fraqueza deste músculo. Trata-se em geral de
neuropraxia, com recuperação da função neuronal
nas próximas semanas ou meses.

39
Q

O que é a lesão de Bankart?

A

rotura da inserção anterior da
cápsula articular e do labrum

40
Q

O que é a lesão de
Hill-Sachs?

A
fratura compressiva (impactada)
da porção posterolateral do úmero proximal.
41
Q

Qual o significado clínico das lesões de Bankart e Hill-Sachs?

A

Qualquer uma destas lesões aumenta a chance
de recidiva da luxação, ao provocar instabilidade
articular (complicação notada em até
80% dos pacientes com menos de 30 anos de
idade!)

42
Q

Como é feito o diagnóstico de luxação do ombro?

A

O diagnóstico é clinicorradiológico. As radiografias
em AP, perfil escapular e axilar confirmam
a suspeita clínica.

Nas luxações posteriores a interpretação radiológica é mais difícil uma vez que o braço não roda para fora.

43
Q

Qual é o tratamento das luxações do ombro? 4

A

O tratamento é de emergência!! Caso contrário, o paciente pode desenvolver graves lesões neurovasculares e capsulite adesiva do ombro. Deve ser prontamente executada redução fechada por manipulação , havendo três principais opções, sob sedação e analgesia:

  1. manobra de Stimson
  2. manobrade Hipócrates
  3. manobra de Kocher
  4. Tração e contratação:
44
Q

Como é realizada a manobra de Stimson?

A

paciente em decúbito ventral e
sedado, membro mantido para fora da mesa com
peso de 2-3 kg amarrado a ele.

indicada nos idosos com baixa massa muscular.

45
Q

Como é realizada a manobra de Hipócrates?

A

técnica original: tração do membro em abdução e contratração com o pé na axila;

técnica atual: contratração feita por um auxiliar segurando a axila do paciente com um
tecido

46
Q

Como é realizada a manobra de kocher?

A

tração inferior do membro com o cotovelo em flexão de 90°, fazendo em seguida rotação externa e abdução, e, por fim, rotação interna e adução

47
Q

Como se realiza a manobra de Tração e contratação?

A

Tração e contratação: são necessárias duas pessoas para a realizar. Realizam força
simultaneamente e em sentidos opostos.

48
Q

No tratamento da luxação do ombro em que ordem devem ser tentadas as manobras?

A

Geralmente,
a manobra de Stimson é tentada primeiro,
quando a redução ocorre normalmente em poucos
minutos; se após 10-15min a luxação não
for corrigida, deve-se tentar uma outra manobra…
Se não for possível a redução fechada,
indica-se a redução cruenta (cirúrgica). Após
reduzida a articulação, devem ser repetidas as
radiografias, para confirmar o reposicionamento
e para afastar fraturas associadas.Antes da redução e depois desta fazer uma observação clínica criteriosa para despiste de lesão vascular e/ou nervosa

49
Q

Após a redução da luxação do ombro que tratamentro?

A

A imobilização está recomendada durante 3 a 4 semanas (o objetivo é promover a cicatrização da cápsula e reduzir o risco de luxação recidivante). Nas eretas basta 2 a 3 semanas. Após a retirada da
imobilização, a cinesioterapia passiva é fundamental
para desfazer as aderências articulares e
exercícios de reforço muscular devem ser feitos
diariamente. Em pacientes que se apresentam
com luxação crônica (por vários dias), as manobras
de redução fechada não são mais possíveis,
pela rigidez articular. Neste caso, a redução
cruenta é indicada.

50
Q

Em que grupos de pacientes são mais comuns as fracturas do úmero proximal?

A

Geralmente acometem pacientes idosos, em especial
do sexo feminino (tal como a fratura do
colo do fêmur).

51
Q

Qual o mecanismo da lesão das fracturas do úmero proximal?

A

A fratura decorre geralmente de
uma queda sobre a mão, com o membro superior
estendido ou com o cotovelo flectido.

Quando presentes em pacientes
jovens, com boa estrutura óssea, as fraturas,
em geral, decorrem de um trauma de alta energia,
geralmente com luxação do ombro.

52
Q

Como se classificam as fracturas do úmero proximal? 6

A

Tipo A – sem deslocamento ou com deslocamento mínimo (< 1 cm e < 45º)
Tipo B – do colo anatómico
Tipo C – do colo cirúrgico
Tipo D – da grande tuberosidade (troquiter)
Tipo E – da pequena tuberosidade (troquino)
Tipo F – fratura-luxação

53
Q

A fractura do úmero proximal é uma fractura comum?

A

Não é uma
fratura comum (5% de todas as fraturas de adultos),
sendo 80% dos casos sem desvio (fratura
impactada do colo cirúrgico) ou com desvios
mínimos

54
Q

Qual a clínica das fracturas do umero proximal?

A

Nas fraturas sem desvio, o paciente é capaz de
movimentar o ombro, porém sentindo dor. Nas
fraturas desviadas, a dor no ombro impede os
movimentos. O paciente tende a proteger o ombro
segurando com a outra mão o braço aduzido
de encontro ao tórax. Ao exame, há edema e
equimoses. A fratura do úmero proximal pode
ocorrer associada à luxação do ombro (fratura
-luxação), neste caso, ocorrendo deformidade
característica.

Dor espontânea na região do ombro.
Dor à palpação local e limitação dolorosa da mobilidade (ativa e passiva).
Tumefação e equimose acentuada com crepitação óssea e deformidade visível.

55
Q

Como é feito o estudo imagiológico nas fracturas do úmero proximal?

A

Radiografia do ombro confirma o diagnóstico. Podem ser pedidas incidências de frente, perfil omoplata, transtorácica, transaxilar.
TAC com reconstrução tridimensional pode ser necessário em fraturas complexas para planificação cirúrgica.

56
Q

Em que situações e qual é o tratamento conservador das fracturas do úmero proximal?

A

O mais usado pois cerca de 85% das fraturas desta região são fraturas sem afastamento ou com afastamento mínimo
Está indicado nas fraturas com deslocamento < 1 cm e angulação < 45º.
A imobilização usada é a suspensão braquial, em “velpeau”, durante 2 a 3 semanas.
Esta indicada fisioterapia para mobilização funcional do ombro.

57
Q

Em que situações e qual é o tratamento cirurgico das fracturas do úmero proximal?

A

Fraturas com afastamento > 1 cm e/ou angulação > 45º
• Fraturas com 2 ou mais fragmentos.

Fracturas que não possam ser reduzidas

Opções:
• Fios Kirschner, placas e parafusos;
• Hemiartroplastia / prótese parcial (ponderar nos casos e que existem 4 ou mais fragmentos)

58
Q

Em que situações considerar a hemiartroplastia nas fracturas proximais do úmero?

A

As fraturas Neer quatro partes ou
Neer três partes em idosos (> 65 anos) devem
ser tratadas com endoprótese de ombro, do tipo
hemiartroplastia , pelo grande
risco de necrose avascular e maus resultados
com a osteossíntese (não consolidação pela
avulsão muscular dos fragmentos).

59
Q

Quais as principais complicações das fracturas proximais do úmero?

A

São mais frequentes e preocupantes em idosos com osteoporose. A principal complicação é a necrose Avascular necrose avascular da cabeça umeral,
pelo comprometimento das artérias nutrícias
originadas das artérias circunflexas do úmero, sendo mais frequente quanto maior o número de fragmentos.

A “síndrome do ombro congelado”
pode complicar estas fraturas, definida
por uma capsulite adesiva do ombro causada
pela imobilidade prolongada em adução
(braço junto ao corpo), levando a dor crônica
e rigidez articular.

60
Q

O que é a instabilidade unidirecional do ombro?

A

Surge após traumatismo e é uma forma de luxação recidivante.

É causada pela lesão de Bankart (ver anteriormente),
associada ou não à lesão de Hill-Sachs,
causadas por uma luxação traumática prévia do
ombro.

61
Q

Qual é a clínica da instabilidade unidirecional do ombro?

A

A instabilidade é normalmente unidirecional.
Associa-se a episódio inicial de dor aguda, seguido de dor residual e no esforço, com laxidez ligamentar.
Ao exame objetivo pode ser útil executar as seguintes manobras:
• Load and shift: centragem e bascula
• Teste da apreensão anterior
• Teste de Rowe

62
Q

Qual o estudo imagiologico na instabilidade unidireccional do ombro?

A

Na radiografia não existem alterações associadas.
O exame de estudo de eleição é a arto-TC com injeção de contrastante intrarticular e que permite visualizar a integridade da cápsula e alterações a nível das superfícies articulares

63
Q

Qual o tratamento da instabilidade do ombro unidireccional?

A

Estes pacientes devem receber tratamento
cirúrgico. A cirurgia de Bankart é o reparo
(atualmente feito por artroscopia) da lesão com a
reinserção do labrum e cápsula articular anterior
na borda da glenoide, utilizando miniâncoras
(um pequeno parafuso em forma de âncora). O
paciente fica com uma tipoia por 2-3 semanas e
segue para fisioterapia (cinesioterapia passiva e
reforço muscular). Pode voltar ao trabalho após
30-40 dias e ao esporte após 2-3 meses.

64
Q

O que é a Instabilidade Multidirecional
do Ombro?

A

É definida por uma síndrome dolorosa no
ombro (uni ou bilateral), com o exame físico
comprovando instabilidade da articulação
GU em três direções (anterior, posterior e
inferior).

65
Q

Em que pessoas é mais comum a instabilidade do ombro multidireccional?

A

Esta síndrome pode ser idiopática,
porém é mais comum em atletas de esportes
que usam o braço acima do ombro (voleibol,
natação, ginástica), estirando progressivamente
os ligamentos capsulares, e em indivíduos
que apresentam frouxidão ligamentar
hereditária, como na síndrome de Ehler-Danlos
(“síndrome da hiperelasticidade”). Existem
pessoas passíveis de subluxação do
ombro ao exame, porém sem história de dor;
estas são ditas portadoras de hiperelasticidade
do ombro (uma variante constitucional),
mas não de instabilidade do ombro

66
Q

A instabilidade do ombro multidireccional aumenta o risco de:

A

aumenta o risco de tendinite e lesão do manguito
rotador

67
Q

Qual é a clinica da instabilidade multidireccional do ombro?

A

A sintomatologia pode ser uni
ou bilateral, referida como dor ou “cansaço”
no ombro em atividades de movimento do
braço ou simplesmente carregar peso. Alguns
pacientes “sentem que o ombro é frouxo e
que já vai sair do lugar”, outros são capazes
de luxar o ombro voluntariamente sem dor.

68
Q

Como é feito o diagnostico da instabilidade do ombro multidireccional?

A

O diagnóstico é clínico, baseado em diversas
manobras que comprovam a instabilidade

Teste da apreensão

Teste da gaveta anterior e posterior

Teste da relocação

Teste do sulco

69
Q

Teste da apreensão

A

O examinador, por trás
do paciente, faz um movimento passivo de abdução,
extensão e rotação externa do braço,
enquanto comprime anteriormente com o polegar
da outra mão a face posterior da cabeça
umeral. Quando há instabilidade anterior, a sensação
de uma subluxação provoca desconforto
e apreensão do paciente.

70
Q

Teste da gaveta anterior e posterior:

A

O examinador,
por trás do paciente (que está com
o braço junto ao tronco), segura firmemente
a sua escápula enquanto, com a outra mão,
desloca passivamente a cabeça do úmero para
frente e para trás. Um deslocamento ≥ 25%
indica teste positivo.

71
Q

Teste da relocação:

A

O paciente está em decúbito
dorsal. O examinador, após colocar o braço
do mesmo na posição do teste de apreensão
(subluxação), segura, com a outra mão, a cabeça umeral, tracionando-a para baixo (recolocação).
No teste positivo, o paciente sente desconforto
no ombro com a posição de apreensão,
aliviado prontamente com a recolocação.

72
Q

Teste do sulco:

A

O braço do paciente é puxado
pelo examinador no sentido caudal, observando-
se no teste positivo o surgimento de um sulco
acromioumeral > 1 cm.

73
Q

Qual é o tratamento da instabilidade do ombro multidireccional?

A

O tratamento da instabilidade multidirecional
visa melhorar a síndrome dolorosa e prevenir
luxações recidivantes. Na grande maioria dos
casos, a terapia conservadora é suficiente,
com exercícios de reforço muscular do manguito
(rotação interna e externa) e do deltoide,
sempre com o braço abaixo da linha horizontal,
durante um período de pelo menos seis meses.
Em casos de tendinite do manguito rotador associada,
uma única infiltração subacromial de
corticoide pode ser indicada, para que os exercícios
não sejam interrompidos.

74
Q

Qual é e em que situações esta indicado o tratamento cirurgico do ombro instavel multidirecional?

A

O tratamento
cirúrgico é indicado nos casos de comprovada
falha da terapia conservadora, sendo contraindicado
nos pacientes com luxação voluntária
do ombro. A capsuloplastia em T de Neer é a
cirurgia mais indicada, criandose
retalhos da cápsula que serão reinseridos de
forma a reduzir a sua “frouxidão”