O custo do discipulado - Jonas Madureira Flashcards
No capítulo XXI, do livro “O pequeno príncipe” , vemos o conhecido diálogo do menino coma raposa. O menino chama a raposa para brincar com ele, mas:
Ela diz que não pode aceitar, porque ainda não foi cativada. Então, o menino indaga da raposa o que é cativar, ao que ela responde que é “criar laços”
“Se sua escolha for pelo discipulado, é porque:”
Algo mais encantador que o espelho cativou sua alma. Por isso, o discipulado começa com a admiração por Cristo e se transforma na imitação diária de Cristo, a ponto de sermos admirados por outras pessoas, não, obviamente, por que somos, mas por quem imitamos
“Somos eternamente responsáveis:”
Por aquilo que cativamos
Jonas Madureira argumenta sobre a distinção de dois sentidos do discipulado, que são:
- Um como ato de seguir Jesus;
- O outro como ato de ajudar pessoas a seguirem Jesus
P.S. A distinção que ele coloca é meramente teórica. No mundo real, esses sentidos não estão separados
Dado o exemplo da diferença entre a manga (fruta), e manga (da camisa), o autor afirma:
- “Ninguém, em sã consciência, confundiria uma fruta como uma peça de roupa, mas qualquer pessoa facilmente confundiria o ato de seguir Jesus com o ato de ajudar alguém a seguir Jesus.”
- “A razão disso está na relação que os dois atos têm entre si. Enquanto a fruta “manga” não pressupõe a “manga” de uma camisa, o ato de ajudar pessoas a seguirem Jesus pressupõe o ato de seguir Jesus
Com base no texto de Lucas 14:25-35, o ato de seguir Jesus pressupõe três demandas:
- (1) Um certo tipo de amor;
- (2) Um certo tipo de sofrimento;
- (3) Um certo tipo de desapego
John P. Meier, padre e teólogo católico, autor de “Um judeu marginal”, classificou os seguidores de Jesus em três círculos concêntricos:
- (1) O círculo externo, referente às multidões que o seguiam no sentido físico;
- (2) O círculo intermediário, referente aos discípulos chamados por Jesus para segui-lo tanto no sentido físico como no espiritual;
- (3) O círculo dos doze (um grupo especial de 12 homens que não apenas eram discípulos de Jesus, como também formavam um círculo íntimo em torno dele).
“A “grande multidão” é o exemplo mais escandaloso de que e possível:
Seguir Jesus sem compromisso, ou seja, sem levar em consideração o custo do discipulado
“Se alguém vim a mim” - dentro das três demandas do discipulado:
- (1) Se alguém vem a mim e não apresenta esse amor, então não pode ser meu discípulo;
- (2) Se alguém vem a mim e não apresenta esse sofrimento, então não pode ser meu discípulo;
- (3) Se alguém vem a mim e não apresenta esse desapego, então não pode ser meu discípulo
“As pessoas podem amar a Deus como se fosse de barro ou de metal, ou como mais uma pessoa:”
Importante que disputa nossa atenção em relação às outras. Quando isso acontece - de alguém amar a Deus como se ele fosse meramente mais uma coisa entre as outras ou mais uma pessoa entre outras, Deus não está sendo priorizado. Ele é apenas mais um item na agenda.
“Desde o início do evangelho, Lucas parece chamar a atenção de seus leitores para o fato de:”
Que Jesus está, durante todo o tempo, ensinando e enfrentando oposições ao seu ensino.
Sobre a parábola do construtor. Em outras palavras, o que Jesus está dizendo é:
Que a decisão sábia de segui-lo envolve reflexão, e não apenas entusiasmo e sua imensa tolice. Já o sábio é capaz de pensar antes de decidir
O cristianismo genérico também tem seu custo, diga-se:
Baixo custo. Ele não tem nada ou quase nada do evangelho
“Por isso mais do que nunca, a igreja precisa abandonar a cultura de”:
Consumo, centrada nas pessoas e em suas necessidades, e investir na cultura de discipulado, centrada em Cristo e em sua missão gloriosa
“Essa é a essência e a condição do discipulado”:
para ajudar alguém a seguir Jesus, é necessário, antes, pagar o preço de imitar Jesus
O custo do seguir não é o mesmo custo de ajudar a seguir. O custo de seguir é o:
Amor, sofrimento e desapego, mas o custo de ajudar é o próprio seguir
O discipulado não se reduz a ajudar pessoas a imitarem Cristo por meio da:
Especulação de como ele agiria nos dias de hoje. O discipulado não está pautado numa doutrina de especulação, mas na doutrina da imitação
A Imitatio Christi, que nada mais é que “Imitação de Cristo”, não é um ato
- Especulativo, mas mimético. O termo “mimético vem de “mimesis, uma palavra de origem grega e que, no contexto da filosofia, designa tudo o que é da ordem da imitação.
- Ora, se o discipulado é mimético, então pressupõe um modelo para nos servir da base é imitação. Nós temos um modelo? Sim, os apóstolos são os modelo da Imitatio Christi.
Portanto, se dissermos que imitamos Cristo, mas nossos atos:
Diferem dos atos dos apóstolos, então já não estamos mais imitando Jesus, mas, sim, uma ideia que fizemos dele
Para ajudar alguém a seguir Jesus, é preciso tanto imitar
Jesus como resistir à tentação de ser autêntico. Não há espaço para originalidade
Quando compreendemos a natureza mimética do desejo, tornamo-nos:
Conscientes de que, para sermos um exemplo a ser imitado, o que está em jogo não é somente nossos jeitos e trejeitos, mas também as coisas que desejamos
“Não somos e nunca seremos originais. Esse paradigma da”:
Sinceridade, nossa “verdade romanesca”. Não somos autênticos. Sempre temos um modelo a imitar
“Para montar um império, você naturalmente precisará de”:
Voluntários, mas, para plantar uma igreja, você precisa de discípulos
Penso que o “ato de ajudar pessoas a seguirem Jesus”, é como:
Uma rosa, enquanto o “ato de seguir Jesus” é como a cor da rosa. Os dois atos são inseparáveis na vida diária
O discipulado é, como vimos, uma maneira de:
- Influenciar pessoas pela capacidade que temos em impacta-las com nosso exemplo- no caso, nossa imitação de Cristo
- Isso requer a arte do desaparecimento, a fim de Cristo apareça em nosso lugar: que ele cresça e que a gente diminua (Jo 3:30)
- Essa cadeia de imitações de Cristo, que, desde o tempo dos apóstolos, tem mantido a igreja viva, envolve esse tipo de desaparecimento, que só é possível por amor, muito amor, mas jamais amor-próprio