Navegantes, bandeirantes, diplomatas Flashcards
Quem foi o Barão do Rio Branco?
O Barão do Rio Branco, José Maria da Silva Paranhos Júnior, foi um dos mais importantes diplomatas brasileiros, responsável por consolidar as fronteiras do Brasil no início do século XX. Ele desempenhou papel central na solução pacífica de disputas territoriais com países vizinhos, utilizando-se de tratados e arbitramentos internacionais para assegurar territórios estratégicos para o Brasil.
Quando o Barão do Rio Branco assumiu o Ministério de Relações Exteriores?
O Barão do Rio Branco assumiu o cargo de Ministro das Relações Exteriores em 3 de dezembro de 1902, durante o governo de Rodrigues Alves, e permaneceu no cargo até sua morte em 1912, sendo responsável pela consolidação da política externa brasileira durante um período de grandes mudanças geopolíticas na América do Sul.
O que era o Tratado de Ayacucho?
O Tratado de Ayacucho foi um acordo assinado em 1867 entre Brasil e Bolívia que estabelecia os limites territoriais entre os dois países, reconhecendo a soberania brasileira sobre a região do Acre e outros territórios disputados. Este tratado foi precursor de outros acordos que culminaram na incorporação do Acre ao território brasileiro.
O que foi o Tratado de Petrópolis?
O Tratado de Petrópolis, assinado em 17 de novembro de 1903, foi um acordo entre Brasil e Bolívia que formalizou a incorporação do território do Acre ao Brasil. Em troca, o Brasil compensou a Bolívia financeiramente e cedeu parte do território na região do Mato Grosso. Este tratado encerrou disputas fronteiriças e consolidou o domínio brasileiro sobre uma região estratégica para a produção de borracha.
Quando o Acre foi incorporado ao território brasileiro? Sob quais pretextos?
O Acre foi oficialmente incorporado ao território brasileiro em 1903, através do Tratado de Petrópolis. A incorporação foi justificada pelo Brasil com base no princípio do uti possidetis e pelo fato de que a população do Acre era majoritariamente brasileira, composta por seringueiros que se revoltaram contra o governo boliviano, além da importância econômica da região para a produção de borracha.
Fale sobre a ocupação do Acre por seringueiros brasileiros.
A ocupação do Acre por seringueiros brasileiros, que começou em meados do século XIX, foi impulsionada pela expansão da economia da borracha. Muitos brasileiros, principalmente do Nordeste, migraram para a região em busca de trabalho, estabelecendo-se na floresta e criando uma comunidade que, embora em território boliviano, mantinha fortes laços culturais e econômicos com o Brasil. A presença desses seringueiros foi fundamental para as reivindicações territoriais brasileiras no Acre.
O que foi o Bolivian Syndicate of New York City?
O Bolivian Syndicate of New York City foi uma empresa americana que, em 1901, obteve concessão do governo boliviano para explorar economicamente a região do Acre, o que gerou grande tensão com o Brasil, que já havia iniciado a ocupação efetiva da área. A ameaça de um controle estrangeiro sobre o Acre acelerou as negociações diplomáticas que resultaram no Tratado de Petrópolis, pelo qual o Brasil assumiu o controle da região.
O que foi o Tratado de Madri?
O Tratado de Madri, assinado em 1750 entre Portugal e Espanha, redefiniu as fronteiras na América do Sul com base no princípio do uti possidetis, que considerava a posse efetiva do território. O tratado foi uma tentativa de solucionar as ambiguidades e conflitos gerados pelo Tratado de Tordesilhas, reconhecendo a ocupação territorial e prática de ambas as coroas. Com este acordo, Portugal assegurou o controle de extensas áreas da Amazônia, do Mato Grosso e da região dos Sete Povos das Missões, enquanto a Espanha obteve a renúncia portuguesa à Colônia do Sacramento. O tratado, porém, gerou conflitos e resistências locais, e muitos de seus termos foram revisados por tratados posteriores.
O que é uti possidetis?
Uti possidetis é um princípio de direito internacional que estabelece que as posses territoriais de um Estado são reconhecidas com base na ocupação efetiva do território no momento da independência ou da assinatura de um tratado. Este princípio foi amplamente utilizado na América Latina para a definição das fronteiras pós-coloniais e desempenhou um papel central nas negociações que consolidaram as fronteiras brasileiras.
O que é a Terra de Santa Cruz e por que possui esse nome?
A Terra de Santa Cruz foi o nome inicial dado ao Brasil pelos portugueses após sua descoberta em 1500. Esse nome reflete a forte influência religiosa e cristã da época, simbolizando a cruz cristã e o propósito evangelizador dos europeus nas terras recém-descobertas. O nome “Santa Cruz” expressava a intenção de consagrar o novo território ao cristianismo, em consonância com a missão civilizadora e religiosa que a Coroa portuguesa atribuía a si mesma na expansão ultramarina. Posteriormente, o nome Brasil passou a ser utilizado, em função do pau-brasil, uma árvore nativa que se tornou o principal produto de exploração na nova colônia.
Quando foi criado o sistema de capitanias hereditárias? Quais foram e quais suas características?
O sistema de capitanias hereditárias foi criado em 1534 pelo rei Dom João III de Portugal como uma tentativa de colonizar e administrar o vasto território brasileiro de forma descentralizada. O sistema dividia a costa brasileira em 15 capitanias, cada uma com 30 a 100 léguas de extensão ao longo da costa, concedidas a donatários, geralmente nobres ou militares, que eram responsáveis por sua administração e desenvolvimento. Essas capitanias eram hereditárias, ou seja, podiam ser transmitidas de pai para filho, e os donatários tinham amplos poderes sobre as terras, incluindo o direito de fundar vilas, distribuir sesmarias e administrar a justiça. No entanto, a maioria das capitanias fracassou devido à falta de recursos e apoio, com exceção de algumas como Pernambuco e São Vicente.
Qual foi a capital do governo geral?
A capital do Governo-Geral do Brasil foi inicialmente estabelecida em Salvador, na Bahia, em 1549, com a chegada do primeiro governador-geral, Tomé de Sousa. Salvador foi escolhida por sua localização estratégica na costa do Nordeste brasileiro, que facilitava o acesso e a comunicação com a metrópole portuguesa, bem como pelo seu porto natural, que era ideal para o escoamento de produtos e para a defesa da colônia. Salvador permaneceu como capital até 1763, quando a capital foi transferida para o Rio de Janeiro.
O que foi o Bandeirismo?
O Bandeirismo foi um movimento de exploração e expansão territorial conduzido por grupos de bandeirantes, principalmente a partir de São Paulo, entre os séculos XVII e XVIII. Os bandeirantes eram exploradores, geralmente mestiços e descendentes de portugueses com indígenas, que adentraram o interior do Brasil em busca de riquezas como ouro, pedras preciosas, e escravos indígenas. As expedições bandeirantes contribuíram significativamente para a expansão das fronteiras do Brasil colonial, ultrapassando os limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas e incorporando vastas regiões ao território português. O Bandeirismo também teve impacto na catequese e no genocídio de populações indígenas.
O que foi a Colônia do Santíssimo Sacramento?
A Colônia do Santíssimo Sacramento foi uma colônia portuguesa fundada em 1680 na margem esquerda do Rio da Prata, no atual território do Uruguai. Criada como um entreposto comercial e ponto estratégico para a Coroa Portuguesa, a colônia foi objeto de disputas entre Portugal e Espanha, que reivindicava a região como parte de suas possessões na América do Sul. A Colônia do Sacramento trocou de mãos várias vezes, sendo finalmente cedida à Espanha pelo Tratado de Santo Ildefonso em 1777. A fundação da colônia reflete a estratégia portuguesa de garantir a presença e influenciar o controle das rotas comerciais no Atlântico Sul.
O que é o princípio das fronteiras naturais?
O princípio das fronteiras naturais é um conceito de direito internacional que defende que as fronteiras de um país devem ser definidas por formações geográficas naturais como rios, montanhas, ou mares, que atuam como barreiras físicas e são mais facilmente reconhecíveis e defendíveis. Este princípio foi utilizado historicamente para justificar reivindicações territoriais e consolidar fronteiras, sendo adotado por potências europeias durante a colonização e expansão territorial na América do Sul, como ocorreu nos tratados entre Portugal e Espanha. No Brasil, ele foi evocado para legitimar a ocupação e a posse de vastos territórios na Amazônia e nos Andes.
