Melanie Klein Flashcards
Teoria das Relações Objetais:
Klein acreditava que, desde o nascimento, a criança estabelece relações com “objetos” (pessoas ou partes de pessoas, como a mãe) que são fundamentais para o desenvolvimento emocional. Essas relações são carregadas de fantasias, desejos e medos inconscientes.
Exemplo: Um bebê que chora quando a mãe sai de vista pode estar experimentando a ansiedade de separação, que está ligada à sua relação com a mãe como um “objeto” de segurança.
Posições Psíquicas:
Posição Esquizo-Paranóide: Ocorre nos primeiros meses de vida, quando a criança vivencia o mundo de forma dividida entre “bom” e “mau”. Ela não consegue integrar aspectos positivos e negativos da mesma pessoa (por exemplo, a mãe que alimenta é “boa”, mas a mãe que não está disponível é “má”).
Exemplo: Um bebê que sorri para a mãe quando está sendo amamentado, mas chora e se afasta quando ela está ocupada, está vivenciando a posição esquizo-paranóide.
Posição Depressiva: Surge por volta dos 6 meses, quando a criança começa a perceber que a mesma pessoa (a mãe) pode ser tanto “boa” quanto “má”. Isso gera sentimentos de culpa e preocupação, pois a criança teme que sua agressividade possa destruir o objeto amado.
Exemplo: Uma criança que se sente culpada por ter batido na mãe e depois tenta consolá-la está experimentando a posição depressiva.
Pulsão de Morte e Agressividade:
Klein reinterpretou a ideia freudiana da pulsão de morte, enfatizando a agressividade inerente ao ser humano. Ela acreditava que a criança lida com sentimentos agressivos e destrutivos desde o início da vida, e que esses sentimentos são projetados nos objetos externos.
Exemplo: Um bebê que morde o seio da mãe durante a amamentação pode estar expressando uma agressividade primitiva, que é parte da pulsão de morte.
Complexo de Édipo Reinterpretado:
Klein expandiu o conceito freudiano do Complexo de Édipo, sugerindo que ele começa muito mais cedo do que Freud propôs (por volta dos 2-3 anos). Para Klein, o Édipo está ligado às primeiras relações da criança com a mãe e ao medo de perder seu amor.
Exemplo: Uma criança que sente ciúmes do pai quando ele se aproxima da mãe está vivenciando uma versão precoce do Complexo de Édipo.
O Brincar na Análise Infantil:
Klein foi pioneira em usar o brincar como uma ferramenta terapêutica para entender o mundo interno das crianças. Ela acreditava que, ao brincar, as crianças expressam suas fantasias, medos e conflitos inconscientes.
Exemplo: Uma criança que brinca de colocar bonecos em uma cadeira e depois os derruba pode estar expressando sentimentos de raiva ou medo de abandono.
Pergunta de Fixação:
Pergunta: O que são as posições esquizo-paranóide e depressiva, segundo Melanie Klein, e como elas influenciam o desenvolvimento emocional da criança?
Resposta: A posição esquizo-paranóide ocorre nos primeiros meses de vida, quando a criança divide o mundo entre “bom” e “mau”, sem conseguir integrar aspectos positivos e negativos da mesma pessoa. Já a posição depressiva surge por volta dos 6 meses, quando a criança percebe que a mesma pessoa pode ser tanto “boa” quanto “má”, gerando sentimentos de culpa e preocupação. Essas posições são fundamentais para o desenvolvimento emocional, pois ajudam a criança a lidar com sentimentos ambivalentes e a construir relações mais integradas.
Resumo:
Melanie Klein revolucionou a psicanálise ao focar nas relações precoces da criança com as figuras de cuidado e ao desenvolver conceitos como as posições esquizo-paranóide e depressiva. Ela também reinterpretou a pulsão de morte, a agressividade e o Complexo de Édipo, além de introduzir o brincar como uma ferramenta essencial na análise infantil. Sua teoria das relações objetais continua sendo uma das mais influentes na psicanálise contemporânea.
Caso Clínico:
Caso: Lucas, um menino de 5 anos, é levado à terapia porque apresenta comportamentos agressivos na escola, como bater nos colegas e quebrar brinquedos. Durante as sessões, o terapeuta observa que Lucas brinca de colocar bonecos em uma cadeira e depois os derruba, gritando: “Eles são maus!”
Intervenção Terapêutica: O terapeuta, utilizando a abordagem kleiniana, interpreta que Lucas está projetando sua agressividade nos bonecos, que representam figuras externas (como colegas ou familiares). Ao ajudar Lucas a expressar e entender seus sentimentos de raiva e medo, o terapeuta o auxilia a integrar aspectos “bons” e “maus” de suas relações, reduzindo sua agressividade e promovendo um desenvolvimento emocional mais saudável.
Conclusão:
Melanie Klein trouxe uma visão profunda e inovadora para a psicanálise, destacando a importância das relações precoces e das fantasias inconscientes no desenvolvimento emocional. Seus conceitos continuam a influenciar a prática clínica, especialmente no trabalho com crianças, e oferecem ferramentas valiosas para entender e tratar conflitos emocionais complexos.