Luxação acromioclavicular Flashcards
Qual a epidemiologia da LAC?
- Homens < 30 anos
- Praticantes de esporte de contato
- 12% das luxações da cintura escapular
Qual(is) o(s) mecanismo(s) de trauma?
Clássico → Trauma direto no aspecto lateral do ombro com braço em adução - Produz uma força resultante de compressão (medial) e cisalhamento (inferior) → Associado a LAC’s mais graves
Trauma indireto por queda sobre o braço extendido - Impacta a cabeça do úmero contra o acrômio → Associado a LAC’s de baixo grau
*Muito raramente pode ocorrer trauma direto superiormente na clavícula associada a elevada força de hiperabdução e rotação externa do braço com distração da escápular (mecanismos típico associado a dissociação escapulotorácica) → Luxação inferior da clavícula abaixo do coracoide
Em raras ocasiões, pode ocorrer luxação AC e EC associadas. Qual nome é utilizado para se referir a esse tipo de lesão? Qual a porcentagem da direção em que ocorre a luxação em cada articulação nesses casos?
-Luxação bilateral (?!?), lesão bipolar, clavícula flutuante, luxação planclavicular
LEC anterior e LAC posterior → 100% dos casos
Quais as lesões associadas à LAC?
Patologias glenoumerais intra-articulares:
Em LAC grau III a V (visualizados em exploração artroscópica), 2 trabalhos distintos:
- SLAP (18,2%) + lesões do manguito (menos frequentes)
- 15% no geral, incluindo principalmente SLAP, PASTA
Fraturas:
Em LAC > III
- Comum → ⅓ lateral da clavícula
- Base do coronoide
- Raras → Diáfise da clavícula e fise medial da clavícula (ossificação com 18-20a e fusão com 23-25a)
Lesões do plexo braquial:
Muito raras, porém elevado risco no caso de LAC VI subcoracoide
Dissociação escapulotorácica
O que é dissociação escapulotorácica? Com quais lesões está mais comumente associada? Como é feito seu diagnóstico?
Lesão resultante de trauma de alta energia na cintura escapular, resultando em desvio lateral da escápula, o qual está muito frequentemente associado a lesões neurovasculares → Lesão neurológica (completo > incompleto) > vascular (a. subclávia > axilar)
Vista principalmente em (1) LAC de alto grau, (2) fratura de clavícula com grande desvio, (3) LEC
Não há consenso em parâmetro radiográfico para seu diagnóstico, devendo ser baseado no grau de desvio lateral da escápula e quadro clínico compatível
O que é ossificação coracoclavicular?
Também chamada de calcificação coracoclavicular, costuma ser um achado radiográfico (pois não causa dor, nem limitação funcional) em casos de LAC crônica (geralmente de alto grau), secundária à resposta cicatricial do ligamento CC
Heterotópica ouponte óssea na topografia do lig. CC
Única importância é no de tratamento cirúrgico de casos crônicos, que sua ressecção pode ser necessária para obter redução adequada
*No RW traz como lesão associada, porém não faz sentido o0
Quando costuma ocorrer osteólise da clavícula distal associada a casos de LAC? Quais seus principais diagnósticos diferenciais? Quais exames de imagem podem auxiliar nessa diferenciação?
Mais frequente em LAC de baixo grau com microtrauma de repetição
Se bilateral → Considerar fortemente outras causas, sendo as principais AR, hiperparatireoidismo e esclerodermia
Se unilateral* → diferencia de osteólise massiva de Gorham/doença de Gorham-Stout, gota e neoplasias (princ. MM)
*Exames para diferenciar → Cintilografia com tecnécio 99 e radiografia AC com 30o de inclinicação cefálica
Qual é a tríade clássica que serve como diagnóstico para lesão da articulação AC?
Ponto doloroso à palpação na AC
+
Exacerbação da dor com o “cross-arm test”
+
Alívio da dor com infiltração de anestésico local na AC
Qual teste/manobra do exame físico, ao ser associada com a cintilografia, possui sensibilidade equivalente à RNM para a detecção de lesões acromioclaviculares? Como ele é realizado?
Paxinos → Compressão no aspecto posterior do acrômio, com o polegar, gerando dor na AC
Qual exame é útil para diferencia patologia AC de doenças intra-articulares (princ. SLAP)? Qual sua sensibilidade para o diagnóstico destas lesões?
Teste de O’brien → Braço em flexão de 90o, cotovelo extendido e RI + pronação máximas (1o tempo), resistência contra força do examinador para baixo causando dor.
Se a dor melhorar no 2o tempo (RE + supinação) → AC (S = 88%)
Se a dor não melhora no 2o tempo → SLAP (S = 63% / E = 73%)
Explique a classificação de Tossy-Rockwood para LAC.
Tipo I → Força leve / AC “sprain” / CC intacto - Estável
Tipo II → Força mod. / AC rompido / CC “sprain” - Inst. horizontal
Rot. medial da escápula pode causar alargamento do espaço AC. Distensão dos ligamentos CC pode aumentar o espaço CC < 25%
Tipo III → Força grande / AC rompido / CC rompido - Instável
Também chamado de LAC completa. Espaço CC aumenta 25 a 100%
Tipo IV → Força grande / Deslocamento posterior da clavícula ( pode “atravessar” o trapazéio) / AC rompido / CC rompido - Instável
Tipo V → Força grande / AC rompido / CC rompido - Instável
Espaço CC aumenta 100 a 300%, ocorrendo lesão, geralmente irredutível de forma fechada, em casa de botão da porção distal da clavícula pela fáscia deltotrapezoidal
Tipo VI → Força grande / AC rompido / 2 tipos: subacromial com CC íntegro ou subcoracoide com CC rompido
Correlacione os achados do exame físico de acordo com o grau da lesão.
Tipo 1 → Dor leve a moderada à palpação da AC
Tipo 2 → Manobras +, deslocamento anteroposterior da clavícula, discreta elevação da clavícula pode ser notada
Tipo 3 → Proeminência clavicular evidente, membro segurado pelo paciente em adução e elevação para alívio da dor, Shrug test +
Tipo 4 → Dor > tipo 3 à mobilização, proeminência posterior, geralmente irredutível/Shrug test -
Tipo 5 → Difícil diferenciar clinicamente do tipo 3, sendo a discinesia escapular e a irredutibilidade/shrug test - sugestivos do tipo 5
Tipo 6 → Achatamento na região AC, ao invés de proeminência superior
A fratura da base do coracoide é considerada uma variante da LAC grau “X”? Como essa fratura é melhor avaliada para definição da conduta?
Equivalente a uma lesão grau III
Melhor avaliada na incidência radiográfica de Stryker Notch
Resultados no tratamento conservador e cirúrgico são equivalentes, recomendando-se portanto o tratamento conservador.
*Exceção quando o traço da fratura se estende para a glenóide (fratura intra-articular), no qual o tratamento deve ser cirúrgico
Em jovens, a lesão da fise medial da clavícula é uma variante comum da LAC grau III. Com que frequência ela ocorre e qual a conduta nestes casos?
< 13 anos → 100% dos casos igual lesão fisária (SH II > SH I)
> 13 anos → Alguns casos podem ser lesão ligamentar
Tratamento geralmente é conservador
*Quando optado pela cirurgia, deve-se reparar a rotura na porção dorsal do periósteo
Quais os limites radiográficos consid/erados normais na avaliação das LACs
Articulação acromioclavicularl:
Largura normal no plano coronal → 1 a 3mm
- Em idosos, costuma reduzir, sendo normal valores até 0,5mm
- Considerado patológico se > 7mm (H) ou > 6mm (M)
Espaço coracoclavicular:
Distância normal → 1.1 a 1.3mm
-Considerado patológico > 25% de aumento em relação ao lado contralateral